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O Egito Antigo
Observe a imagem das pirâmides de Gizé, que até hoje podem
ser visitadas no Egito.
Os egípcios…
Localize
[nos dias de hoje] são mui- to orgulhosos da rica heran- ça e descendência que têm de uma civilização que foi considerada a
No mapa-múndi atual do Material de Apoio (p. 163), localize o Egito (país em que estão construídas as pirâmides de Gizé).
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Localizando o Egito Antigo no tempo e no
espaço
Para entender melhor a herança cultural que nos deixaram os antigos
egíp- cios, precisamos voltar no tempo mais de cinco mil anos.
Para voltar a esse tempo, os historiadores consideram, por exemplo, os
es- critos de Heródoto. Viajando pelo Egito por volta do século V a.C., ele
registrou muito do que viu daquela civilização. Entre seus registros, uma
frase se tornou especialmente famosa: “O Egito é uma dádiva do Nilo”.
O que será que quis dizer o historiador antigo? Você pensaria nos fatores
geográficos?
Para Heródoto, uma grande civilização era consequência, também, dos fatores
geográficos. Localizando nos mapas a região em que o Egito Antigo se d senvol-
veu, percebemos que, exatamente como ele disse, sem o Nilo, ficaria difícil a guma
civilização se desenvolver no nordeste da África, em pleno Deserto do Saa a.
Localize
Rio Nilo, Egito Antigo e Saara No mapa da África, ao lado, observe o n
NASA/SHUTTERSTOCK/ADRIANO
Glossário
Dádiva – presente.
A extensão do Nilo
O Rio Nilo tem aproximadamente 6 850 km de extensão. Ele nasce no Lago Vitória, em Uganda, e percorre todo o Deserto
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Localize
Nos mapas abaixo, compare as fronteiras do Egito Antigo com as fronteiras do Egito Atual.
TURQUIA
IÊMEN
CHA ERITREIA
SUDÃO
DJIBUTI
ETIÓPIA
OCEANO ÍNDICO
Equador
UGANDA
Equador QUÊNIA
OCEANO ÍNDICO 0455 km RUANDA
0455 km
BURUNDI
O N lo
Com um rio que em todo mês de junho enchia e
transbordava, voltando ao normal em novembro e deixando as
terras que havia alagado cobertas de húmus, por volta de 5 000
a.C., a região do nor- deste da África começou a ser ocupada por
grupos humanos.
Você já ouviu falar de Júlio Verne? Ele foi um escri- tor francês que viveu entre os anos de 1828 e 1905 e fi- cou famoso por
Por volta de 4000 a.C., por causa do perigo de invasões de ou-
tros povos, as aldeias que existiam ao redor do Nilo foram se orga-
nizando e, assim, surgiram comunidades mais complexas, chama-
das de nomos. Por volta de 3500 a.C., havia mais de vinte
nomos nas margens do Nilo. Cada nomo era governado por um
chefe local, chamado nomarca, que tinha como função organizar
socialmente sua comunidade.
O Nilo era essencial para a sobrevivência humana no nordes-
te africano. No entanto, a sociedade que ali se organizava tinha
muitos desafios a enfrentar. O maior deles era tentar prever como
seriam as inundações do ano seguinte. Quem mora em uma cidade
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banhada por algum rio sabe como é importante conhecer como serão as estações
do ano, se haverá muita chuva ou se haverá seca. Para isso, contamos com o
trabalho de cientistas chamados meteorologistas. Os antigos egípcios
desenvol- veram as bases desse conhecimento porque conhecer mais sobre os
fenômenos naturais era uma grande necessidade.
Se a inundação não viesse no ano, não haveria plantação e muitos morreriam
de fome. Se ela viesse forte demais, muitas aldeias alagariam e mais mortes
ocor- reriam. Garantir alimento para toda a população das
proximidades do Nilo era uma tarefa essencial, por Barragem…
isso os egípcios desenvolveram técnicas, como canais é uma barreira artificial fei- ta em cursos de água para a
de irrigação, barragens e reservatórios.
Mas esse tipo de obra exigiu dos egípcios
uma quantidade muito grande de recursos
materiais e de trabalhadores.
Por volta de 3100 a.C., os nomos haviam formado
dois grandes reinos: o reino do Alto Egito, cujo rei era
representado com uma coroa branca e simbolizado
por uma flor de lótus, e o reino do Baixo Egito era
águ
sim- bolizado por uma coroa vermelha e pelo papiro.
HIN255/
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PESQUISA
Os egípcios não conheciam a técnica de fabricação de papel, por isso uti- lizavam uma p
Como era o processo de fabricação do papiro entre os egípcios.
Qual foi a importância da criação desse suporte para a escrita naquele tempo.
Qual é o suporte de escrita que usamos atualmente e como ele é fabri- cado.
Apresente sua pesquisa na forma de uma pequena dissertação, de quin- ze linhas, sobre
Dissertação
A dissertação é um tipo de redação que tem por objetivo expressar uma opinião, um ponto de vista em relaçã
Para escrever uma dissertação, e primeiro lugar, é preciso analisar o tema dado e levantar ideias sobre o assu
Anote todas as ideias relacionadas ao tema que lhe vierem à cabeça. Depois, organize-as respon- dendo às pe
Vamos fazer
com facilidade.
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Integrando conhecimentos
Se, porém, não lhes agrada servir ao Senhor, escolham hoje a quem irão ser- vir, se aos deuses que os seus ant
Os nomos do Egito se organizavam em famílias, e os nomarcas eram os líderes principais dessa organ
Glossário
Dinastia – é o nome dado a uma sucessão de
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Vamos fazer
1. Qual é a relação entre o fortalecimento do poder de um soberano e o sur-
gimento de uma dinastia?
O processo de divisão do trabalho nos grupos humanos – no caso do Egito, em nomos – era realizado pela família
mais poderosa do grupo. Essa autoridade acaba sendo hereditária, dando origem a uma dinastia.
Mar Negro
Invasões
Tebas – capital da Mesopotâmia
do Médio Império às terras egípcias e fim do Novo Impér
Mênfis – capital do Antigo Império
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O Antigo Império
Após a unificação do Egito realizada por Menés, o primeiro faraó, o reino pas-
sou por uma fase de grande estabilidade política e eficiência administrativa. Nes-
se período, a capital do Império foi estabelecida em Mênfis (atual Cairo) e foram
construídas as grandes pirâmides.
Apesar da prosperidade do período, por volta de 2300 a.C. os nomarcas
co- meçaram a se revoltar e lutar para reivindicar mais participação política.
Embora as revoltas tivessem abalado a estabilidade do império, o fato de terem
surgido revoltas fez com que o povo visse a importância dos faraós como força de
unifi- cação do reino. No fim desse período, marcado pela crise política, o Egito
enfren- tou governos fracos e teve sua economia prejudicada.
O Médio Império
Este período foi caracterizado pela retomada do poder pelos faraós e a
cidade de Tebas tornando-se a capital.
Houve prosperidade, pois o comércio com outras civilizações, os fenícios
com e cretenses, floresceu. As obras públicas tiveram grande
impulso.
Nesse período, grandes tumbas foram construídas no Vale dos Reis. A arte
egípcia teve grande avanço, relacionada à religião.
LUISA
Hieróglifos egípcios
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O Novo Império
O apogeu político e econômico des-
se período ocorreu durante o governo
SPHINX
do faraó Ramsés II. Após a morte do
faraó, o Egito entrou em um novo
período de instabilidade política. No
século VII a.C., o império foi invadido
pelos assírios, povo guerreiro da
Mesopotâmia. No século se- guinte, os
persas dominaram a região, e o Egito
deixou de ser um império para
transformar-se na província de outros im-
périos, como o de Alexandre, o Grande,
o
romano e o árabe-muçulmano. Estátua de Ramsés II no templo de Abu Simbel
Ramsés II,
apesar de ser filho do faraó Seti I, não tinha uma linha em n
JOSE IGNACIO
Vamos fazer
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A organização social do Egito Antigo
Na sociedade egípcia, o faraó estava no topo da pirâmide social. Abaixo dele
estava a família real. Logo depois, vinha a nobreza, composta por altos funcioná-
rios e sacerdotes. A classe sacerdotal detinha enorme poder, pois controlava
os rituais religiosos, fazia previsões do sucesso ou fracasso do reino e
aconselhava o faraó. Abaixo da nobreza estavam os escribas (funcionários
responsáveis pela escrita) e oficiais militares, seguidos da classe dos
comerciantes e artesãos. Por fim, os camponeses, a grande massa da população,
e os escravos.
As funções sociais eram determinadas, em geral, pela tradição familiar e, co-
mumente, não havia união entre pessoas de camadas sociais diferentes. Os casa-
mentos eram determinados pelos pais, e a mulher praticamente não tinha acesso
aos cargos de poder da sociedade egípcia.
Família do faraó
Oficiais militares
Escribas
Comerciantes e artesãos
Camponeses
Escravos
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Os felás e os escravos
Os camponeses egípcios, também chamados de felás, trabalhavam em um
sistema de servidão coletiva. Eles cultivavam as terras egípcias e deviam dar par-
te da sua produção para o Estado como forma de pagamento de tributo
(impos- to), já que as terras eram consideradas propriedade do faraó.
Quando as terras estavam inundadas pelo Nilo, os trabalhadores eram
des- locados para trabalhar nas construções públicas, como
Glossário
pirâmides e templos religiosos, quase sem remuneração e
Felás – do árabe fellah, que significa “lavrador” e tam- bém “leme”.
enfrentando péssi- mas condições de trabalho.
Havia escravidão no Egito Antigo. Os escravos eram, quase
sempre, prisioneiros de guerra colocados para fazer trabalhos
do- mésticos ou nas minas e pedreiras do Estado.
PESQUISA
A pirâmide social é uma representação das diversas formas de distribui- ção das pessoas
Sobre esse assunto, leia, em seu Material d Apoio (p. 167), o texto de Dante Moreira Lei
Que tipo de divisão social é feita em uma sociedade de castas? E na de estamentos? E na
A pirâmide social do Egito é de castas, estamentos ou classes sociais? Por quê?
A divisão social de onde você vive é de que tipo (castas, estamentos ou classes sociais)
Vamos fazer
fa
• Leia, a seguir, o que escreveu Heródoto, o principal historiador da
Antigui- dade, sobre o trabalho dos egípcios em 550 a.C. e responda às
questões.
“[...] É certo que os egípcios usufruem dos frutos da terra de forma menos
tra- balhosa do que outros homens [...] afinal, eles não têm a necessidade de
cavar a terra com o arado, ou com enxada, ou qualquer outro artifício necessário
para tor- nar o chão próprio para a plantação e colheita; no caso deles,
quando o rio está cheio, e inunda os campos, antes de deixá-los novamente
secos, os egípcios soltam o gado, para que eles andem sobre as sementes que
jogam no terreno alagado, e, depois disso, esperam que as plantas cresçam para
que possam colhê-las [...]”.
HERODOTO. ue History of Herodotus. Disponível em:
<www.gutenberg.org/ files/2707/2707-h/2707-h.htm>. Acesso em: set. 2014.
116 Texto em domínio público.
Tradução feita para esta obra.
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1. Heródoto se refere, no texto, a qual classe social egípcia? Explique, resu-
midamente, as características dessa classe.
Aos camponeses egípcios, ou felás. Eram a grande massa da população e trabalhavam em sistema de servidão
coletiva. Cultivavam as terras e entregavam parte da produção para o Estado como tributo, pois as terras eram
simplesmente jogavam as sementes nas terras férteis e soltavam o gado, que, ao mexer e pisar na terra, acabava
Para saber mais sobre o Egito Antigo, leia Como seria sua vida no Egito Antigo?, de Jacqueline Morley (Sci- pione, 200
Você vai descobrir como os antigos egípcios mumifica- vam os mortos, como construíram as pirâmides, quais vestime
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Os escribas e a escrita hieroglífica
Uma das atividades profissionais
mais valorizadas socialmente no Egi-
Estátua egípcia
representando um escriba.
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francês o
Pedra de Roseta título de Pai da
Egiptologia.
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LEEMAGE/
Escrita egípcia – descrição de um sarcófago no Livro dos Mortos
Vamos fazer
A ou
H ou
O V
B I P W
C ou
J Q X
D K R Y ou
E L S Z
F M T SH
G N U CH
KH
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Resposta pessoal.
PESQUISA
1 3 456 7 89
Se você estiver disposto a reunir seus conhecimentos sobre hieróglifos para tentar desvendar um mistério, vai
DIVULGAÇÃO/BRINQUE-
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Religião e cultura no Egito Antigo
A partir da unificação do Estado egípcio, feita por Menés, mais de trinta
di- nastias governaram o Egito Antigo. A centralização política feita por esses
go- vernantes foi acompanhada de centralização econômica, cultural e religiosa,
que determinou as bases do Estado egípcio. Todo o Estado estava organizado
sob o comando supremo desses soberanos.
Ainda durante as primeiras dinastias, foram
orga- nizadas as bases da sociedade egípcia.
Veremos, a se- guir, como todos os aspectos da vida
social, política, econômica e cultural desse povo
estavam diretamente ligados a um elemento
MARIIA
unificador: a religião. No Egito Antigo, Estado e
religião não se separavam. As primei- ras civilizações
humanas apresentam essa característi- ca, ou seja, há
união entre o poder político e o religioso. Quando essa
união acontece na sociedade de tal forma que o chefe
de governo é uma divindade, diz-se que a sociedade é
uma teocracia.
A organização de qualquer sociedade está sempre
baseada em um conjunto de crenças e valores.
Portan- to, para entendermos melhor essa situação,
precisa- mos estudar um pouco da mitologia desse
povo.
Egípcios em reverência aos deuses/faraós
A mitologia
As diferentes civilizações e culturas não entram em concordância sobre onde
encontrar respostas a perguntas como: De onde viemos? Por que existimos? Para
onde vamos? No entanto, as respost s que cada povo adotou para essas questões
determinaram como as pessoas d cada civilização tratavam-se umas às outras, o
que elas desejavam para si e c mo cuidavam do mundo ao seu redor. Por isso, en-
tender a mitologia de um povo é entender como as pessoas viviam individual e cole-
tivamente. Chamamos mitologia o conjunto de crenças que cada civilização de-
d fendeu em seu tempo
como respostas a es-
PHOTO12
sas perguntas.
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Os egípcios antigos eram politeístas, ou seja, acreditavam em uma
grande quantidade de deuses. Os deuses tinham, para eles, uma relação com
as forças da natureza e geralmente eram representados de forma
antropozoomórfica, ou seja, tinham forma humana (antropo, em grego), às vezes
tinham formas huma- nas e formas animais (antropo-
zoo) e, noutras, tinham
apenas formas animais (zoo).
Para os egípcios, os deuses
GETTY
interferiam na ordem e na
harmonia do Universo. Para
que a natureza se mantivesse
calma, eles acre- ditavam que
era necessário rea- lizar cultos
para obter favores de seus
deuses.
Havia uma infinidade de
deuses cultuados pelos egíp-
cios, mas, entre todos, destaca-
vam-se Osíris, Ísis e Hórus.
Osíris era o deus dos mortos e
presidia um tribunal que
julgava os ho- mens após a
morte. Sua esposa, Ísis, era a
deusa da fertilidade e a
protetora da família. Hórus, fi-
lho do casal, era o deus que
pro- tegia a humanidade e era
rep e-
sentado como um falcão. Hórus, Osíris e Ísis esculpidos em ouro.
Cerimoniais egípcios
Além de acreditarem em vários deuses vinculados à natureza, os egípcios
também acreditavam na vida após a morte. A mitologia egípcia, portanto, apre-
senta uma série de cerimoniais que procuravam explicar o que acontecia com a
alma de uma pessoa quando ela morria. Um dos cerimoniais mais famosos da
mitologia egípcia era o que explicava a passagem da alma da morte para o “pa-
raíso de Osíris”. O cerimonial está descrito no Livro dos Mortos, encontrado em
muitas tumbas no Egito.
Os egípcios acreditavam que a eternidade da alma (Rá) dependia da preser-
vação do corpo (Ká). Portanto, para que a alma vivesse eternamente, o corpo
deveria acompanhá-la. Para isso, os egípcios mumifi-
Glossário
cavam
Cerimonial – diz respeito a um conjunto de o corpo
atos dosrepetidos
formais, mortosememvárias
umaocasiões,
tentativa deemeter-
e que, sua origem, tinham cará
nizá-los. Com o corpo devidamente preparado para
esperar o retorno da alma, os egípcios acreditavam
que ela poderia buscar sua salvação. Para se salvar, o
122 morto deveria passar pelo Tribunal de Osíris.
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O Livro dos Mortos explica que, em primeiro lugar, o morto deveria se apre-
sentar diante de 42 deuses e dizer as seguintes frases: “Não pratiquei
pecados contra os homens; não maltratei os meus parentes; não obriguei
ninguém a tra- balhar além do que era legítimo; não deixei de pagar as
minhas dívidas; não insultei os deuses; não fui a causa dos maus-tratos de
um senhor ao seu es- cravo; não pratiquei enganos com o peso da minha
balança”. Os deuses, então, julgariam o morto. Depois, esse morto, representado
de branco no papiro abaixo, seria levado pelo deus Anúbis (com rosto de
cachorro e corpo de homem) para o ritual da pesagem do coração: de um lado
da balança, era colocado o coração do morto e, do outro, uma pena de Maat,
deusa da verdade. Enquanto a história do morto era registrada por Tot, deus da
escrita (representado com a cabeça de uma ave chamada íbis), o coração era
pesado. Se ele fosse mais pesado do que a pena da verdade, o morto era
devorado pelo monstro Ammut. Se fosse tão leve quanto a pena, Hórus, o falcão,
apresentava o morto a Osíris, a Ísis e a Neftis, que ficam atrás do trono, para
que ele fosse conduzido ao paraíso.
GETTY
Integrando conhecimentos
O que as suas mãos tiverem que fazer, que o façam com toda a sua força, pois na sepultura, para onde você vai,
A compreensão dos egípcios sobre o tema da vida após a morte é bem diferente do modo como os heb
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A mumificação
A preparação do corpo de um morto, a mumificação, envolvia um
processo de remoção das vísceras e do cérebro do cadáver e de aplicação de
substâncias que evitavam a decomposição do corpo. Esse processo era bem
difícil, demorado e caro. Portanto, só eram mumificados corpos de pessoas
que tinham grande importância social. Entre essas pessoas, estavam os
faraós. Assim como Osíris reinava sobre os homens no reino dos mortos, os
egípcios acreditavam que os faraós reinavam sobre eles no mundo dos vivos.
THE PICTURE
A múmia do faraó Ramsés II…
foi atacada por fungos e teve de ser retirada do Mu- seu do Cairo para ser ana- lisada por especialistas na França. Ao ser re
Preservado o corpo do f raó, restava levá-lo para sua morada eterna. No iní-
cio do império, os faraós encomendavam aos seus engenheiros a construção de
grandes tumbas de p dra de granito ou basalto em forma triangular. São as fa-
mosas pirâmides. Existem no Egito, ainda hoje, aproximadamente cem
pirâmi- des. A maior delas, a pirâmide de Quéops, é do tamanho de um prédio
de trinta andares e foram empre-
gadas em sua constru-
ção, mais de dois
milhões de blocos
PIUS
Pirâmide de Quéops
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Vamos fazer
crenças determinam como as pessoas de cada sociedade tratam-se umas às outras, o que desejam para si e como
mantivesse calma, era necessário realizar cultos para obter favores dos deuses. Portanto, quando ocorriam grandes
catástrofes, elas deveriam ser consequência de algo que desagradou aos deuses; logo, eram uma punição aos
egípcios.
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5. Observe as imagens.
Figura esquemática 2
DENIS BARBULAT/SHUTTERSTOCK
civilização mesopotâmica.
NASA/SHUTTERSTOCK/ADRIANO
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a) Circule, no mapa, as regiões do Egito Antigo e da Mesopotâmia.
b) Comparando a vizinhança do Egito com a vizinhança da Mesopotâmia,
qual dessas civilizações provavelmente estava mais cercada de outros po-
vos? Por quê?
A Mesopotâmia, porque, como pode ser observado no mapa, estava em uma planície aberta e sem nenhum tipo de
“barreira natural”, como desertos e mares, que pudesse protegê-la. Essa configuração geográfica da
Mesopotâmia permitia maior circulação de outros povos pela região, que entravam em conflito uns com os
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Rota do comércio
Você já pensou alguma vez em se dedicar ao comércio exterior?
Descu- bra as rotas mais fáceis para o sucesso aqui no Jornal do Egito.
A primeira coisa a ser providenciada é um barco e uma tripulação de 20 a
30 homens. Abarrote o seu barco com gado, cereais, linho, papiros ou pedras
de alta qualidade, para construção. Todas essas mercadorias são baratas no
Egito, já que aqui há fartura delas. Mas fora [...] elas valem o seu peso em
ouro – literalmente! Agora, onde vender as mercadorias? Se você for, de fato,
audacioso, poderá dirigir-se ao Chipre ou à Síria. Mas, quanto mais longe for,
maior o risco de morrer em terras estrangeiras. [...]
STEEDMAN, Scott; PUTNAM, James. Jornal do Egito. Belo Horizonte: Dimensão, 1998. p. 12.
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LENDO
HISTÓRIA
Tutankhamon
DIOMEDIA / SUPERSTOCK
to escrito pelo arqueólogo Zahi Hawass, trouxe informações
sobre um faraó que viveu entre a 18 a e a 19a dinastia e que
ficou famoso quando sua múmia foi encontrada e revelou
que ele tinha morrido bem jovem. A múmia foi descoberta
no ano de 1922, pelo arqueólogo Howard Carter, em um sítio
conhecido como Vale dos Reis. Junto ao corpo do jovem faraó
havia um enorme tesouro, com uma máscara de ouro de sua
face, a qual se tornou uma das peças mais celebradas desse
achado e até hoje é exibida e contemplada em museu. Zahi
Hawass, que fez vários estudos sobre a história desse jovem
faraó, Tutankhamon, escreveu o seguinte em seu artigo à
National Geographic:
Estou convencido de que é nosso dever honrar es-
ses mortos antigos e garantir que descansem em
PESQUISA
6 Extremo Oriente
Foi no Oriente Próximo que se desenvolveram as civilizações egípcia,
suméria, acadiana, babilônica (amorita), neobabilônica (caldeia), persa, israelita
e fenícia. Mas o Antigo Oriente compreendia ainda mais civilizações, que
pertenciam a re- giões conhecidas como Extremo Oriente.
Localize
Regiões do Oriente Nos mapas abaixo, localize as regiões do Antigo Oriente Próximo, do Antigo Oriente Extremo e
A nomenclatura dada ao Oriente Antigo (Próximo e Extremo) provavelmente surgiu por volta de 1800, quando pensadores, ge
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
Trópico de Câncer
Equador
Equ
OCEANO
02320 km
ÍNDICO
ÁSIA
EUROPA
Fenícia
Mesopotâmia JAPÃO
Mar Mediterrâneo
Palestina
Pérsia CHINA
Trópico de Câncer OCEANO
ARÁBIA PACÍFICO
EGITO Mar Arábico ÍNDIA
Golfo de Bengala
Mar da China
Meridional
ÁFRICA
Equador 0°
01374 km
OCEANO ÍNDICO
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A China
Você já estudou algumas civilizações e percebeu que elas surgiram próximas
a grandes rios, fundamentais para seu desenvolvimento. Foi o caso do Egito, que
se desenvolveu nas proximidades do Rio Nilo e das civilizações
mesopotâmicas, que floresceram entre os rios Tigre e Eufrates. A China também
surgiu na proxi- midade de dois grandes rios: o Huang-ho (ou Rio Amarelo) e o
Yang-tse-kiang (ou Rio Azul).
Nessa região, existem vestígios do surgimento de civilizações que, de acordo
com os estudos histórico-arqueológicos, pertencem à Pré-História. Os
primeiros sinais de formação da civilização chinesa podem ser datados de
cerca de 6000
a.C. Esses povoados se dedicavam à agricultura, beneficiados pela qualidade
da terra no vale dos rios: uma formação sedimentar rica em calcário e de
excelente qualidade para o cultivo. Alguns produtos cultivados nesse período
eram o arroz e o painço (ou milhete).
O Rio Amarelo…
recebe esse nome porque as chuvas e os ventos transportam e depositam em
MIROSLAVA
Milhete cozido
ZHUDA/
SHI
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A formação da China
As primeiras comunidades da Antiga China surgiram ao norte, no vale do Rio
Amarelo. Com o tempo, essas comunidades foram se transformando em
povoa- dos governados por chefes cujo poder político era transmitido através
de laços familiares. Era o início das dinastias chinesas. Na Antiga China, podemos
identi- ficar dinastias que se sucederam ao longo do tempo.
Aproximadamente em 2200 a.C., surgiu a primeira dinastia chinesa, a Xia. De
acordo com descobertas históricas, um dos chefes familiares, Yü, unificou os pe-
quenos povoados existentes à margem do Rio Amarelo e tornou-se rei. Essa
di- nastia governou até aproximadamente o século XVIII a.C.
A dinastia Shang (ou Chang) foi a segunda di-
Para lembrar!
nastia chinesa e teve início em, aproximadamente, Dinastia é o conjunto de reis de uma civilizaç
1700 a.C., com o rei Chengtang. Esse rei dominou
uma região vasta para a época – de mais ou
menos 100 mil km2 de área –, expandindo, dessa
forma, seus domínios. O governo dessa dinastia
durou quase se-
tecentos anos, e terminou em 1027 a.C., quando outra d nastia subiu ao poder.
Enquanto durou, a dinastia Shang enfrentou os problemas da expansão
terri-
torial: as várias cidades-Estado que se formaram ao longo de seus setecentos
anos começaram a disputar o poder.
ERIC
PESQUISA
Durante a dinastia Shang, além do surgimento da escrita, da fabricação da seda e da cri
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A dinastia Chou (ou Zhou) começou a governar a China em 1027 a.C. e
per- maneceu no poder até o século III a.C., ou seja, um período de mais ou
menos setecentos anos. Teve início quando o poder das cidades-Estado da China
Antiga já tinha se estabelecido na pessoa do rei.
O grande desafio dessa dinastia foi enfrentar, um século depois de seu início,
os conflitos entre os grandes proprietários de terra e os reis. Os grandes pro-
prietários de terra começaram a enriquecer cada vez mais e ganhar autonomia,
enfraquecendo, dessa forma, a centralização do poder dos reis. No século V a.C.,
essas tensões se tornaram ainda maiores, a ponto de o período ser conhecido
como “período dos reinos combatentes”.
Apesar dos problemas políticos, no tempo da dinastia Chou, os habitantes da
futura China passaram a usar a força animal (bois) para arar a terra, expandiram
as técnicas de irrigação com a utilização da água dos rios e desenvolveram a pe-
cuária e o artesanato (com a fabricação de instrumentos de madeira e de
bron- ze). Além disso, ampliaram consideravelmente as atividades comerciais,
utilizan- do o bronze para confeccionar moedas. Em consequência do
desenvolvimento do comércio, foram construídas inúmeras estradas para
facilitar o transporte e a venda de mercadorias.
No século III a.C., a dinastia Chou estava enfraquecida e uma nova
dinastia surgiu: a Qin (ou Ch’in). O grande feito dessa dinastia foi unificar a
China, cen- tralizando novamente o poder do rei. Por esse feito, a dinastia
Qin
inaugurou o período da China Imperial.
O primeiro imperador chinês, Ch’in Che Huang Ti, adotou algu-
mas medidas muito importantes: estabeleceu um conjunto de
leis que lhe conferia autoridade sobre todos os aspectos da
socieda- de chinesa; construiu mais estradas; ampliou as obras de
CHUNGKING/
irrigação; unificou os sistemas de escrita; padronizou os pesos e
as medidas para facilitar o comércio. Mas sua obra mais
importante, que ainda hoje testemunha a grandeza do seu
domínio, foi a Grande Muralha da China, que visou a proteção
de seu reino. Com essas medidas,
Ch’in Che Huang Ti organizou a China mais como um Estado do que
Vaso em bronze da dinastia
como um conjunto de cidades-Estado. Chou
As artes marciais
Na dinastia Chou, durante o período dos reino
MIKHAIL
11/10/14 9:52
A palavra China
Existe um estudo a respeito da origem do nome da Chi- na. Ele defende que o nome surgiu em função da dinas- tia Qin, qu
Um filme bem-humorado sobre o wushu é a anima- ção da DreamWorks, Kung Fu Panda (Esta
DIVULGA
PESQUISA
No caderno, registre algumas informações que você encontrar em livros, revistas e sites
Vamos fazer
Observe, a seguir, algumas imagens de achados arqueológicos pertencen-
tes à dinastia Shang.
chinesa, encontrado em
escavações arqueológicas
da dinastia Shang.
THE PICTURE
Imagem 2 - Vaso de
bronze da dinastia
Shang
THE PICTURE
134
11/10/14 9:52
1. Dos achados arqueológicos pertencentes à dinastia Shang, qual é
típico de civilizações da Idade dos Metais?
O vaso de bronze.
VESPÚCIO CARTOGRAFIA
Mar Amarelo
OCEANO
o PACÍFICO
TIBETE
0484 km
135
11/10/14 9:52
Com uma sólida muralha para defender as terras chinesas, um comércio orga-
nizado (com pesos e medidas determinados), que alcançava mercados estrangei-
ros com o que já era conhecido como a Rota da Seda, e com o idioma unificado,
os chineses começaram a usufruir, na dinastia Han, da expansão cultural e
territorial permitida pelo fortalecimento político e econômico.
Algumas descobertas científicas feitas nessa dinastia entraram para a Histó-
ria como importantes contribuições da cultura chinesa para todas as civilizações.
Nessa época, os chineses desenvolveram: equipamentos para descobrir a direção
dos ventos e para medir abalos sísmicos; operações matemáticas com
números fracionais e cálculos com números positivos e negativos; a bússola;
relógios de sol e de água; cirurgias com uma espécie de anestesia; uso de ervas
medicinais e práticas medicinais como a acupuntura.
Depois da dinastia Qin, a China foi se consolidando como nação em um processo que se prolongou por um perí
-se de homem e foi para a batalha. Essa heroína, Hao Mulan, foi citada em uma balada chinesa antiga, “A Bal
DIVULGA
China: religião
A religião chinesa era politeísta. Nos tempos antigos, os chineses
adoravam divindades que representavam os elementos da natureza e também
divindades protetoras das pessoas, das plantações, entre outras coisas. Mais
crenças foram se formando ao longo do tempo, destacando-se, entre elas, o
confucionismo, o taoísmo e o budismo. O confucionismo, de características
éticas e morais, foi criado por Confúcio (século VI a.C.). Segundo suas doutrinas,
o equilíbrio interior poderia ser alcançado mediante a meditação, o culto aos
antepassados e os bons relacio- namentos sociais. O taoísmo tem como doutrina
principal o ensinamento sobre o caminho correto, o Tao. Segundo o taoísmo, o
ser humano possui duas energias, o yin e o yang. Para que haja equilíbrio, é
necessário que elas estejam em harmonia, a qual será obtida se o homem
meditar, praticar boas ações, alimentar-se correta- mente, entre outras coisas. O
budismo, que chegou à China por volta do século I, misturava os elementos do
confucionismo e do taoísmo, dando ênfase à medita- ção, à harmonia e ao
equilíbrio.
136
11/10/14 9:52
Vamos fazer
1. Observe o mapa e faça o que se pede.
MONGÓLIA
COREIA DO NORTE
COREIA DO SUL
JAPÃO
CHINA
OCEANO
PACÍFICO
NEPAL
BUTÃO
ÍNDIA
BANGLADESH
LAOS
Á
EURO
Fenícia
Palest Pér CH JAP
Trópico ARÁ OCEA
de
EG M ÍN PACÍFI
Equ Golf 0
Ma
0 1540
OCEANO r da
ÁFRI
137
11/10/14 9:52
2. Observe o mapa e responda às questões.
VESPÚCIO CARTOGRAFIA
JAPÃO
OCEANO
PACÍFICO
0 323 km
138
11/10/14 9:52
HISTÓ RIA
E ARTE
O exército de terracota
Ch’in Che (ou Ying Zheng) foi enterrado em um túmulo imenso. Em 1974,
foram encontradas mais de seis mil estátuas de terracota (argila queimada)
na forma de homens portando armas de bronze e de cavalos em tamanho
natural. É notável a quantidade de detalhes nos soldados que Ch’in Che ordenou
que fos- sem feitos para acompanhá-lo no túmulo. Essa obra é considerada
um grande marco na escultura da China Antiga.
AHUI/
Soldados de terracota
139
CANICULA/
SCULPIES/
MEG WALLACE
140
Localize
No mapa da Ásia, sinalize a China e o Japão com setas. Depois, no mapa do Japão, circule as qua- tro principais regiões d
HOKKAIDO
EUROPA
COREIA DO NORTE
RÚSSIA
BRUNEI MALÁSIA
SRI LANKA CINGAPURA
MALDIVAS
INDONÉSIA
0985 km
OCEANO ÍNDICO
O Japão pré-histórico
Assim como a China, o Japão tem uma rica e vasta Pré-História. Contudo,
as informações que temos sobre as civilizações do período Paleolítico japonês
ainda apresentam muitas incógnitas para os pesquisadores.
Um dos mistérios que mais intrigam historiadores e arqueólogos
dedicados ao estudo do Japão, por exemplo, é o fato de existirem resquícios de
civilizações paleolíticas da região de Hokkaido à região de Kyushu, de modo que
é difícil iden- tificar exatamente em que lugar do atual Japão começou o
povoamento humano. 141
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Entre os achados arqueológicos do Neolítico japonês, os arqueólogos des-
cobriram vasos de argila em um estilo que ficou conhecido como Jômon. De
acordo com os estudos de datação, a época mais representativa da existência
desses vasos teria sido entre o século VIII a.C. e o século III a.C. Nesse período,
os habitantes do Japão pré-histórico teriam desenvolvido uma complexa téc-
nica de confecção de armamentos e utensílios de ossos e pedras, bem como
moradias elaboradas, feitas de madeira e cobertas de palha. Em sua estrutura
social, a vida era comunitária e ainda não havia exatamente uma divisão de
tarefas, embora já existissem requintes como o uso de objetos para decoração
e o enterro dos mortos em caixões.
Pelo tempo que durou o perío-
do Neolítico do Japão pré-histórico
11/10/14 9:52
Entre essas tribos, a Yamato tem especial destaque. Fortalecendo-se
cada vez mais, foi essa tribo que, por volta do ano 400 d.C., com uma
consolidada produção de arroz, unificou as tribos mais fortes do Japão,
fundando o Estado Antigo japonês.
Japão: religião
O Japão antigo era xintoísta. O xintoísmo é uma religião em que a natureza é
di- vinizada. Os antigos japoneses acreditavam nos Kamis: espíritos que
correspondiam a tudo aquilo que não era humano (como o Sol, a Lua, os rios, as
montanhas etc.).
O xintoísmo, apesar de ter sido a primeira manifestação religiosa oficial
do Japão Antigo, até hoje faz parte da cultura japonesa.
Integrando conhecimentos
Metade da madeira ele queima no fogo; sobre ela ele prepara sua refei- ção, assa a carne e come sua porção. Ele ta
Embora o ato de adorar a natureza possa ser visto em algumas religiões (como no xintoísmo) de modo
Vamos fazer
• Assinale a alternativa correta em relação ao Japão.
( ) Durante todo o período Neolítico, as tribos no Japão mantiveram-se
com as mesmas características.
( X ) No fim do período Neolítico, diversas tribos começaram a apresentar
organização e cultura próprias.
( ) Entre as tribos japonesas do período Neolítico, a única a se diferenciar
das demais foi a Yamato.
143
11/10/14 9:52
HISTÓRIA
EM
AÇÃO Os samurais
OORKA/
nossos dias, caracterizou-se por muitas desuniões
entre os clãs. O Japão enfrentou muitos períodos em
que os chefes dos clãs se combatiam, apesar de o
im- perador garantir a união política do território.
Se a China ficou famosa, entre outras coisas, pelo
wushu e pelas técnicas de guerra que elaborou em
consequência das necessidades que surgiram em sua
história, o Japão também ficou célebre por suas técnicas
de guerra, cen-
tradas especialmente na figura dos samurais. Sa
am rai
Leia um pouco da história dos samurais e, depo ois,
s, faça o que se pede.
VESPÚCIO CARTOGRAFIA
Localize e circule de verde a região da Me
ÁSIA
rio Ganges
Trópico de Câncer azul
vermelho
Mar Arábico verde
ÁFRICA
Golfo de Bengala
Por volta do ano 3000 a.C., a cultura harapense já tinha um sistema de repre-
sentação gráfica e havia se constituíd e se organizado de tal forma que, para os
estudos históricos, pertencia à Idade Antiga.
Nesse tempo, na região da Índia Antiga, era possível contemplar as
grandes cidades de Harapa e Mohenjo-Daro, que tinham características
particulares, como ruas largas, grandes avenidas e sistemas de fornecimento de
água e de coleta de esgoto. Cercadas por muralhas, essas cidades da Índia Antiga
chegavam a abrigar até oitenta mil pessoas.
Evidentemente, muito desse desenvolvimento urbano e populacional se devia
a uma produção econômica favorecida pela proximidade dos rios. A civilização
ha- rapense se dedicava à prática agrícola, cultivando ervilha, melão, cevada,
damasco, entre outros produtos. As águas dos rios eram armazenadas em
reservatórios e canalizadas para os locais de cultivo, em um eficiente sistema de
irrigação.
Com a produção agrícola bem estabelecida, outras atividades econômicas ad-
quiriram grande importância. A fabricação de produtos artesanais (como
marte- los, machados, espadas e flechas), bem como a produção de panelas,
potes, copos, jarras em terracota; e de tecidos por meio do cultivo de algodão
(prática na qual os harapenses foram pioneiros) proporcionaram às cidades da
Índia Antiga um importante excedente de mercadorias que lhes possibilitou a 145
atividade comercial.
11/10/14 9:52
Os árias
Um novo período na história da Índia começou por volta do ano 2000 a.C.
Nesse período, alguns grupos nômades vindos da Europa migraram para o vale
do Rio Indo e, posteriormente, para o vale do Ganges.
Enquanto nas terras próximas ao Rio Indo viviam os harapenses, nas
proxi- midades do Rio Ganges viviam os drávidas. Os árias fixaram residência na
região dos drávidas e houve uma mistura da língua, da cultura e da religião
desses dois povos, que deu origem a uma língua chamada sânscrito e a um
conjunto de crenças e valores chamado de hinduísmo.
PESQUISA
No proce so de reconquista da independên- cia da Índia, um homem que fez muita dife-
DIOMEDIA / SCIENCE SOURCE /
146
11/10/14 9:52
Vamos fazer
1. A história dos harapenses, na Índia Antiga, se assemelha à história:
( ) dos persas, cuja história antiga também se caracterizou pela
forma- ção de uma civilização predominantemente guerreira.
( ) dos fenícios, cuja história antiga também se caracterizou pela forma-
ção de uma civilização predominantemente comercial.
( X ) dos egípcios, cuja história antiga também se caracterizou pela forma-
ção de uma civilização predominantemente agrícola.
2. Semelhante a muitos povos do Antigo Oriente Próximo, a civilização ha-
rapense, na Índia Antiga, adquiriu excedente comercial. Qual foi a impor-
tância desse excedente?
Esse excedente possibilitou as práticas comerciais.
147
11/10/14 9:52
das regiões que percorreu, os aspectos culturais dos povos que conheceu e
as dificuldades que passou ao enfrentar o desconhecido.
Em seu livro As viagens de Marco Polo, ele conta como era o Extremo
Oriente, a Índia, o Tibete, a Birmânia e o Vietnã e deixou registrado como eram as
pesso- as, o que comiam, como se vestiam, sua religião e seus valores religiosos.
Fonte de pesquisa: MACDONALD, Fiona. O mundo no tempo de Marco Polo.
Lisboa: Editorial Estampa, 1997.
VESPÚCIO CARTOGRAFIA
Círculo Polar Ártico
Ásia Central
MONGÓLIA
Veneza Sudak
Mar Negro
CHINA
PÉRSIA
Rio Azul
Sul da ÁsiaTIBETE ÍNDIA Xangai
Extremo Oriente
Trópico de Câncer
BIRMÂNIA
VIETNÃ OCEANO
PACÍFICO
Equador
OCEANO
ATLÂNTICO OCEANO
ÍNDICO
Império Mongol
Rota de Marco Polo
01462 km
4. Com base na região que você circulou no mapa, faça o que se pede.
a) A Índia está localizada na Ásia; escreva Sul da Ásia nas proximidades
da Índia.
b) Os territórios da Mongólia estão localizados na região Central da Ásia;
escreva Ásia Central nas proximidades da Mongólia.
148
11/10/14 9:52
c) A China, o Vietnã e a Birmânia estão localizados na
Região Leste da Ásia; escreva Extremo Oriente (Ásia do
A regravação do filme Karatê Kid mostra a
Leste) nas proximidades desses locais. Karatê Kid. Estados Unidos: Columbia Pictu
DIVULGA
alimentos que cultivavam e o modo como fabricavam os mais diversos produtos.
PICHUGIN
REGIEN
Indiano cuidando de suas cabras. Mulheres indianas no Rio Ganges Yurt (tenda típica dos habitantes
nômades da Mongólia)
SZEFEI/
BEBOY/
PICHUGIN
Homem da mongólia praticando Chinês carregando fardos de trigo. Chinesa cuidando de uma
falcoaria. plantação de arroz.
149
11/10/14 9:52
HISTÓRIA E
COTIDIANO
O sistema de castas
Os sacerdotes da cultura ária, depois da consolidação do hinduísmo, afir-
mando conversar com os deuses, passaram a ter um poder político de grande re-
levância. Com esse poder, eles criaram alguns preceitos que foram incorporados
pela cultura indiana de forma geral.
Um desses preceitos é a reencarnação e o outro, é o sistema de castas, que
divide a sociedade em grupos específicos e fechados.
Cada pessoa vai pertencer, durante toda sua vida, Glossário
a um desses grupos – já que os hindus acreditam Reencarnação – crença
que nasceram em determinada casta devido a suas segun- do a qual uma pessoa,
depois de sua morte, volta a
ações na vida anterior. Observe, a seguir, o sistema viver em outrro corpo (que
de cas- tas indiano conforme ele foi criado. pode ser hu- mano o de
outra natureza).
150
H6_u2c6_130a160.indd 150 11/10/14 9:52 AM
SABER
EM AÇÃ O
Os japoneses
151
2. Por que podemos dizer, baseados nas linhas do tempo das sociedades me-
sopotâmicas e da sociedade japonesa, que não existe uma linha do tempo
única na História? Porque cada sociedade desenvolveu a escrita e passou para a Idade Antiga em um
momento determinado, não necessariamente atrelado à formação de um Estado
centralizado ou com a Idade dos Metais.
3. Observe os vasos a seguir.
11/10/14 9:52
152
11/10/14 9:52
c) Leia, a seguir, o trecho de um texto sobre o período do vaso Yayoi e
3.c) Encontrar um
res- ponda à questão: Que descobertas arqueológicas feitas no período vaso do período Yayoi
mostra que existiam
de predominância do vaso Yayoi revelam que ele existiu em um chefes tribais muito
período de transição? ricos e poderosos.
Isso sinaliza que
haviam grupos de
Os Yayoi viveram na ilha de Honshu, misturando-se com a cultura Jômon. poder ascendente, o
Os artesãos faziam sinos de bronze e utilizavam o ferro para confeccionar que posteriormente
os leva a assumir a
armas. autoridade dentro das
comunidades às quais
Alguns acreditam que a cultura Yayoi tenha sua origem na Sibéria no pertenciam. Além disso,
pe- ríodo da Pedra Polida, mas quando se fixaram no Japão, já utilizavam o a simples presença de
um item em bronze já
ferro e nesse período, chefes tribais muito ricos teriam assumido a autoridade denotava a transição
diante de outras comunidades da região. para a Idade dos
Metais.
Fonte de pesquisa: YAMASHIRO, José. História da cultura japonesa.
São Paulo: Ibrasa. 1986. p. 27 e 33.
Assinale a alternativa que mais se encaixa com a definição de cidade-
4. -Estado.
( X ) Cidade-Estado designa uma extensão territorial delimitada por uma estrutura própria cult
( ) Cidade-Estado designa o conjunto das instituiçõ s (governo, forças ar- madas, funcionalismo
Qual é a relação entre o fato de a Mesopotâmi ter enfrentado constantes guerras e o fato de o
As guerras se davam pelo domínio das terras. Como o acesso à região era relativamente fácil, vários povos chegavam até a Mesopotâmia e lutava
5.
153
11/10/14 9:52
b) ao império que surgiu entre o Primeiro e o Segundo Impérios Babilônicos?
Assírios.
Com isso, dominavam diferentes povos e, em algum momento, as insatisfações desses povos eclodiam em rebeliões.
9. Quais foram alguns dos feitos administrativos mais not veis do Império Persa?
Separação do território em satrapias, unificação da moeda e do idioma, construção de estradas.
10. Como a condição geográfica dos fenícios favoreceu o tipo de civilização que desenvo
Os fenícios estavam geograficamente localizados entre uma cadeia de montanhas e o Mar Mediterrâneo. Assim, aproveitaram o e
11. Um dos Estados mais antigos que existiram foi o Estado egípcio. Em rela- ção à geog
BUMIHILLS/
PROMETHEUS72/
JAKRIT
154
11/10/14 9:52
12. Como os egípcios aproveitavam esse rio?
( X ) Tentavam prever suas cheias, a fim de se prepararem para produzir
seus alimentos.
( ) Utilizavam-no apenas para navegação.
13. Qual foi a importância da união dos nomos para o fortalecimento da civi-
lização egípcia?
Sozinhos, os nomos não teriam condições de crescer. Unidos, eles conseguiram, por exemplo, construir as barragens,
importantes para a manutenção do plantio às margens do Nilo. Sem essas barragens, o desenvolvimento individual
dos nomos seria limitado, pois dependeria muito mais de variantes naturais que, embora possam ser ocasionalmente
previstas, não podem ser controladas quando se pensa em possíveis períodos de estiagem ou de chuvas muito fortes.
14. A religião egípcia teve importância na organização do povo. Explique como a figura do faraó e
O Egito era uma teocracia e o faraó era considerado a reencarnação do deus Osíris. Assim, como Osíris reinava sobre os homens no mundo dos mor
15. As pirâmides também podem ser consideradas monumentos da religião egípcia? Justifique.
Sim, pois eram a morada final do faraó após sua morte. O corpo do faraó era mumificado, porque para os egípcios a eternidade da alma dependi
155
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17. Encontre, no caça-palavras, alguns dos conceitos que fazem parte do es-
tudo da civilização egípcia.
Q M W E D R F T T a) Sistema de organização
política no qual o
GY U H I J I chefe de governo é
uma divin-
K O E H
dade. teocracia
L M P Ç M N H K O I
b) Sistema de preserva-
Z I A S X D C F C E ção dos corpos que os
egípcios desenvolveram
S F Q W E D F T R R com a finalidade de dei-
A I X D C F E L A O xar o corpo preparado
para o retorno da alma.
T C G H N J M K C G mumificação
c) Sistema religioso egíp-
O A P I L H F T I L cio em que vários
deu- ses são cultuados.
V Ç N B I O A M A I politeísmo
pol
d) Classe trabalhadora da
Z Ã R T Y L P I M F civilização egípcia.
felá
P O LI T EI SM O e) Escrita egípcia.
hieróglifo
A administraçã o pú blic
ica no tempo dos persas
[...] Em 559 a.C., o príncipe Ciro [...] aproveitou-se do descontentamento e
das conspirações no Império Caldeu para subjugar a cidade da Babilônia. Sua
vitória foi fácil, pois teve a ajuda dos judeus e dos sacerdotes caldeus insatis-
feitos com a política de seu rei. [...] o grande conquistador morreu em 529 a.C.,
vítima de ferimentos recebidos numa guerra com tribos bárbaras. Logo depois,
uma série de perturbações ameaçou o Estado que ele fundara, pois havia devo-
tado demasiada energia à conquista e pouca ao desenvolvimento interno. [...]
Dario I, o Grande, subiu ao trono com um golpe de Estado [...]. Governou o
império de 521 a.C. a 486 a.C. Seus primeiros anos foram ocupados na supressão
de revoltas de povos subjugados e na melhoria da organização administrativa
do Estado. Completou a divisão do império em satrapias ou províncias e fixou
o tributo anual devido por cada uma delas. Padronizou as moedas e o
sistema de pesos e medidas. Reparou e completou um primitivo canal do Nilo
até o Mar
Vermelho. [...]
Mas, em algumas de suas proezas militares, Dario foi longe demais. A fim de
reprimir as incursões dos citas, que viviam nas margens europeias do Mar
Ne- gro, atravessou o Helesponto e conquistou grande parte da Trácia.
11/10/14 9:52
Aumentou a pressão sobre os gregos da costa da Ásia Menor, que tinham caído
sob o domínio
156
11/10/14 9:52
persa com a conquista da Lídia,
impondo-lhes tributos mais pe- Império Persa e
sados e forçando-os a servir em
VESPÚCIO CARTOGRAFIA
Grécia
seus exércitos. Resultado disso
foi a revolta das cidades gregas o Epidamnus
Maratona
Tebas
Olympia Argos
Não imitava o terrorismo dos Mesenia
Esparta
assírios. Impunha pesados tribu- LACONIA
além da construção de estradas para facilitar a comunicação entre os territórios sob seu domínio.
11/10/14 9:52
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11/10/14 9:52
d) Em sua opinião, as táticas persas de administração de um grande territó-
rio eram realmente boas? Por quê?
Resposta pessoal.
f) O autor do texto afirmou: “Apesar dos defeitos, o governo persa foi, sem
dúvida, superior à maioria dos que já tinham existido n Oriente Próximo.
Não imitava o terrorismo dos assírios”. O que isso quer d zer?
Quer dizer que, apesar da firme administração sobre os povos dominad
dos,
s, os pe
ersa
sa não os controlavam com
demasiada violência.
(sob o reinado do f lho de Dario, Xerxes), que os deixaram vulneráveis aos ataques inimigos.
158
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VIVENDO EM
SABEDORIA
[…] Estais vendo a miséria em que estamos, Jerusalém assolada, e as suas
portas, queimadas; vinde, pois, reedifiquemos os muros de Jerusalém e
deixemos de ser opróbrio. E lhes declarei como a boa mão do meu Deus
estivera comigo [...]. Então, disseram: Disponhamo-nos, e edifiquemos. E
fortaleceram as mãos para a boa obra.
Neemias 2.17-18 (ARA)
O que reconstruir?
MARIO TAMA/GETTY
O Padre Antônio Vieira disse certa vez que “[o tempo] tudo faz esquecer,
tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo às colunas de mármore. [...]”
(Pe. Antônio Vieira. Sermão do Mandato).
1. De acordo com o Padre Antônio Vieira, o que o tempo faz a qualquer coisa?
O tempo faz qualquer coisa passar: “tudo esquece, tudo digere, tudo acaba”.
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material (como prédios antigos), que são permanências nítidas em nosso cotidiano.
cotidia
GRUPO
160