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ANTIGUIDADE

ORIENTAL multimídia: vídeo


Fonte: Youtube
Se liga nessa História - Egito Antigo

A civilização egípcia desenvolveu-se no nordeste da Áfri-

CH AULAS ca, uma região caracterizada pela existência de desertos e

3E4 uma vasta planície banhada pelo rio Nilo, onde, de junho a
setembro, ocorrem chuvas abundantes que provocam en-
chentes. Quando voltam ao normal, as águas deixam nas
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
terras um limo, ou húmus, muito fértil.
1, 2, 3, 4, 5 e 6 1, 4, 5, 7, 8, 9, 11, 14, 15, 16, 18, 19,
22, 23, 27 e 29 A vida girava em torno do ciclo de cheias e vazantes do
Nilo. Os egípcios dirigiam preces e cânticos ao deus Hapi,
deus do Nilo.
1. Egito O rio Nilo divide o Egito em duas partes bem distintas: o
Alto e o Baixo Egito. O Alto Egito é a região do interior do
1.1. Geografia e povoamento território, com cerca de 10 quilômetros de largura e que
chega até a primeira catarata. O Baixo Egito é a região do
Antigo Egito
delta, cheia de alagadiços e que se alarga à medida que
se aproxima do Mediterrâneo.
Graças à localização do seu território cercado de desertos,
uma das características da civilização egípcia foi seu isola-
mento, o que permitiu o desenvolvimento de traços cultu-
rais razoavelmente homogêneos.
VOLUME 1  CIÊNCIAS HUMANAS e suas tecnologias

1.2. Política
1.2.1. Império Antigo (3200-2200 a.C.)
Adaptado de: pt.wikipedia.org. Acesso em: 03 dez. 2014
A história do Egito começou quando as populações que vi-
Da Pré-História para a História houve uma série de trans-
viam às margens do Nilo tornaram-se comunidades dedica-
formações, como o surgimento do Estado, a organização
das mais à agricultura do que à caça ou à pesca. No quarto
da religião como instrumento de poder, o desenvolvimen-
milênio antes de Cristo, evoluíram para pequenas unidades
to da escrita e a realização de grandes obras de irrigação
políticas, chamadas nomos. Formaram-se dois reinos, um ao
e drenagem do solo para permitir a agricultura. Entre as
norte e outro ao sul. Por volta de 3200 a.C., o faraó Menés
civilizações que surgiram durante esse processo, vale des- (ou Narmer) unificou os reinos, com capital em Tínis, daí o
tacar a civilização egípcia. período chamar-se Tinita até 2800 a.C.

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Os sucessores de Menés organizaram uma monarquia po- ligada às águas e às obras hidráulicas que tornavam possí-
derosa e de maior prosperidade do Antigo Império. Entre vel o controle sobre essas águas.
2700 e 2600 a.C., foram construídas as célebres pirâmides
O faraó encarregava-se de fornecer alimentos a todos, em
de Gizé, atribuídas aos faraós Quéops, Quéfren e Miqueri-
um sistema econômico dirigido. Os agricultores conside-
nos, da terceira dinastia, fundada por Djoser em cerca de
ravam a terra como propriedade do faraó e a si mesmos
2850 a.C.; sua nova capital era Mênfis.
como funcionários do Estado, ficando com uma parte mui-
to pequena da produção.
1.2.2. Império Médio (2000-1750 a.C.)
Em consequência natural da geografia, o Estado precisava
Com a ascensão dos monarcas, após uma crise de autori- intervir para regularizar o uso das águas do Nilo.
dade e apoiados pela nobreza, os faraós reconquistaram
o poder. Permitiram o ingresso de elementos das camadas A economia egípcia pode ser enquadradada no modo
inferiores no exército e, com isso, submeteram a Palestina, de produção asiático, em que coexistiam comunidades
onde descobriram minas de cobre, e a Núbia, onde encon- caracterizadas pela propriedade coletiva do solo, e organi-
traram ouro. Tais metais fortaleceram o Estado. zadas sobre as relações de parentesco, e um poder estatal
que representava a unidade verdadeira ou aparente de tais
Entre 1800 e 1700 a.C., chegaram os hebreus, mas foram os comunidades.
hicsos, vindos da Ásia, que criaram as maiores dificuldades.
O Estado, detentor das terras, organizava as atividades
Eles possuíam cavalos e carros de combate, que os egípcios
produtivas por meio de uma rígida estrutura repressiva, a
desconheciam. Dominaram a região e instalaram-se no delta
população camponesa era subjugada ao poder do faraó,
de 1750 a 1580 a.C.
pagando impostos, em produto ou em trabalho, sob uma
estrutura chamada de servidão coletiva. Tais tributos
1.2.3. Império Novo (1580-1085 a.C.) permitiam ao Estado apropriar-se do excedente de produ-
A nova fase, após a expulsão dos hicsos, de enorme desen- ção e contar com uma mão de obra numerosa e gratuita
volvimento militar, transformou o Egito em potência imperia- para a construção de grandes depósitos para estocagem.
lista. O Novo Império marcou o apogeu da civilização egípcia. Em épocas de cheia do Nilo, quando a agricultura tornava-
-se impossível, era comum o Estado requerer camponeses
No reinado de Tutmés III (1480-1448 a.C.), o império
das comunidades de aldeia para o trabalho em obras como
atingiu sua maior expansão territorial, ampliando-se até o
diques, palácios, canais de irrigação e templos. O contro-
rio Eufrates, na Mesopotâmia.
le sobre o excedente da produção e sobre o trabalho era
Marido da rainha Nefertiti, Amenófis IV empreendeu realizado por uma ampla burocracia estatal, diretamente
uma revolução religiosa monoteísta, provavelmente para controlada pela nobreza e pela casta sacerdotal.
anular o poder e a autoridade da camada sacerdotal, ins-
tituiu o culto monoteísta ao deus Áton, simbolizado pelo
disco solar, chegando a mudar seu nome para Akhenaton
(“aquele que agrada a Aton”).
Tutancáton, seu sucessor, restaurou o deus Amon e pôs fim
à revolução, mudando o próprio nome para Tutancâmon.
Os faraós da dinastia de Ramsés II (1320-1232 a.C.) enfren-
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taram novos obstáculos, como a invasão dos hititas, vindos


da Ásia Menor. O Império entrava em declínio. Em 525 a.C., O governo do Egito antigo era teocrático, o faraó era consi-
o rei persa Cambises derrotou o faraó Psamético III. A inde- derado filho de Amon-Rá, o deus Sol, e encarnação de Hórus,
pendência acabou. Nos séculos seguintes, os povos do Nilo simbolizado pelo falcão. Isolados geograficamente, os egíp-
seriam dominados pelos gregos e, finalmente, cairiam nas cios criaram uma civilização original, intensamente marcada
mãos do imperialismo romano em 30 a.C. pela religião, era estratificada e rígida em termos de mobili-
dade. Os egípcios julgavam que toda a felicidade dependia
1.3. Sociedade e economia do faraó, diante de quem se prostravam em frequentes ceri-
mônias. Ele comandava o exército, distribuía justiça e organi-
Considerada uma civilização mais agrária que mercantil,
zava as atividades econômicas. Usava dupla coroa, símbolo
era o Nilo que movia a economia e garantia unidade à civi-
do Alto e Baixo Egito, e um cetro. Tinha várias mulheres, mas
lização egípcia. A agricultura de regadio era a principal
só a primeira podia usar o título de rainha.
atividade econômica no Egito Antigo. Estava diretamente

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A nobreza era formada pelos parentes do faraó, altos funcio- A vida poderia durar eternamente, desde que a alma encon-
nários do palácio, oficiais do exército, chefes administrativos trasse no túmulo o corpo destinado a servir-lhe de moradia.
e sacerdotes. A dignidade sacerdotal passava de pai para fi- Para os egípcios, a morte apenas separava o corpo da alma.
lho. Os sacerdotes, membros da mais elevada camada social, Por isso, era preciso conservar o corpo. Com essa finalidade,
administravam os bens oferecidos aos deuses. Recebiam do os egípcios desenvolveram técnicas de mumificação.
Estado grandes propriedades. O mais importante de todos
Dentro do corpo, punham substâncias aromáticas que evi-
era o Profeta de Amon.
tavam a deterioração, como mirra e canela. Eles extraíam
Exerciam considerável influência política e, no período do as vísceras e imergiam o corpo numa mistura de água e
Novo Império, muitos tentaram tomar o poder. carbonato de sódio. Envolviam o corpo em faixas de pano,
sobre as quais passavam uma cola especial para impedir
Escribas formavam-se nas escolas do palácio e aprendiam
o contato com o ar, e o colocavam num sarcófago para
os hieróglifos, complicados caracteres da escrita.
levá-lo a um túmulo. Os faraós tinham lugares reservados
Subestimados pela população, os soldados viviam dos pro- numa câmara secreta dentro das pirâmides.
dutos recebidos como pagamento e saques realizados
durante as conquistas.
1.5. Ciência e arte
Camponeses e artesãos eram a camada inferior da socieda-
A arquitetura egípcia é reconhecida pelos seus templos,
de, mas deles dependia a prosperidade do país. Recebiam
as pirâmides, as mastabas e os hipogeus, túmulos sub-
míseros pagamentos em forma de produtos, moravam em
terrâneos cavados nas barrancas do Nilo, o Vale dos Reis.
cabanas, vestiam-se pobremente e comiam pouco. Aquilo
Nas ciências, eles se destacaram na Matemática e Geome-
que poupavam, guardavam para o funeral, para garantir
tria, que tinham finalidade prática: a construção civil.
uma vida melhor após a morte.
Na escultura, predominantemente religiosa, destacaram-se
Mais tolerantes que outros povos da mesma época, os egíp-
com os sarcófagos, de pedra ou madeira.
cios ofereciam certa segurança a seus escravos, em geral,
bem tratados e numerosos em tempo de guerra. Os egípcios conheciam a raiz quadrada e as frações e che-
garam a calcular a área do círculo e a do trapézio.
1.4. Cultura e religião: A preocupação com as cheias e vazantes do Nilo e com a
politeísmo e imortalidade natureza estimulou-os a estudar Astronomia. Localizaram
alguns planetas e constelações. Construíram um relógio de
Os egípcios eram politeístas, isto é, adoravam vários deu- água e organizaram um calendário solar. Dividiram o dia
ses. Antropozoomórficos, esse deuses apresentavam forma em 24 horas, e a hora, em minutos, segundos e terços de
de homem e animal. As principais divindades eram: Osíris, segundos. Tinham semana de dez dias e mês de três se-
Amon-Rá, Isis, Hórus, Ápis e Anúbis. manas. O ano de 365 dias dividiu-se em estações agrárias:
Para explicar a origem de seus deuses, contavam que, nos cheia, inverno e verão.
primeiros tempos, Set (o vento quente do deserto) assas-
sinou Osíris (o sol poente) e lançou o corpo ao rio Nilo
(deus das sementes). Ísis (deusa da vegetação) conseguiu
encontrar o corpo, mas Set voltou a atacar Osíris e dividiu-
-lhe o corpo em 14 pedaços, que espalhou pelo Egito. Ísis,
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pronunciando palavras mágicas, uniu os pedaços com a


ajuda de Hórus (deus do céu, o sol levante).

Pirâmides de Quéops, Quefren e Miquerinos

Seus escritores se inspiravam em temas morais, poéticos ou


religiosos, como o Texto das Pirâmides e o Livro dos Mortos.
Tinham três tipos de escrita. Uma sagrada, em túmulos e
templos, a hieroglífica; uma versão mais simplificada, a
hierática, em documentos administrativos; e a demócri-
ta, mais popular. Champollion, orientalista francês, foi o

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primeiro a decifrar os hieróglifos egípcios, a partir de uma Mesopotâmia (atual Iraque) é uma palavra de origem gre-
lápide, conhecida como Pedra da Roseta, encontrada por ga que significa “terra entre rios”. Nela viveram sumérios,
um soldado de Napoleão Bonaparte em 1799. acádios e assírios, entre os rios Tigre e Eufrates, que nasciam
nas montanhas da Armênia e desaguavam no golfo Pérsico.
Uma extensa faixa de terra conhecida como Crescente Fértil,
onde a neve dos montes da Armênia derretia e provocava
inundações anuais semelhantes às que ocorriam no Egito, e
o húmus depositado no solo dava à terra grande fertilidade.
Desde muito cedo essa intensa fertilidade em meio a de-
sertos e a uma natureza essencialmente inóspita atraiu e
fixou comunidades. Estima-se que a sedentarização das
Pedra de Roseta, British Museum primeiras comunidades humanas na Mesopotâmia tenha
ocorrido por volta de 10 000 a.C.; vários historiadores e
arqueólogos acreditam que essas são as primeiras formas
de civilização humana existentes.

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Cleópatra (1963)
Uma fantástica história de poder e traição que mudou o multimídia: vídeo
curso da história. Como a lendária Cleópatra, rainha do Fonte: Youtube
Nilo, conquistou Júlio César e Marco Antônio, dois dos
Já entendi - História - Mesopotâmia
maiores soldados de Roma.

2. Mesopotâmia 2.2. Política


Quish foi a primeira cidade da primeira civilização mesopo-
2.1. Geografia e povoamento tâmica, de acordo com a tradição suméria. Depois Ur, Uruk,
Lagash, Eridu e Nipur – cidades-Estado, com autonomia reli-
Crescente fértil e Mesopotâmia giosa, política e econômica, e governadas por um sacerdote,
ajudado por um conselho de anciãos, que logo evoluiu para
uma espécie de autocracia, um governo pessoal, despótico.
Lagash e Ur combatiam, enquanto os semitas instalavam-se
na Mesopotâmia. Sua cidade mais famosa foi Acad, que
deu origem ao termo acádios. Estes estabeleceram uma
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organização centralizada em seu Império, afastando a in-


fluência dos sacerdotes. Por volta de 2330 a.C., o rei semi-
ta Sargão unificou as cidades sumérias, criando o Primeiro
Império Mesopotâmico.

2.3. Sociedade e economia


Marcadas pela agricultura de regadio e pela servidão co-
letivas, várias civilizações mesopotâmicas inseriram-se no
chamado modo de produção asiático. As terras e meios de
produção, bem como as grandes obras hidráulicas, eram di-
retamente controlados pelo Estado, seja em um plano mais
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/ local, na cidade-Estado, seja no nível dos grandes impérios.
Crescente_F%C3%A9rtil>. Acesso em: 22 dez. 2015.

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Tendo no topo uma elite composta por reis, nobres, sa-
cerdotes, militares e altos funcionários; comerciantes e
artesãos; camponeses e, finalmente, escravos, via de regra
prisioneiros de guerra; a estrutura social mesopotâmica as-
semelhava-se à egípcia.

2.3.1. Primeiro Império Babilônico


(1800-1600 a.C.) Adaptado de: <https://pt.wikipedia.org/wiki/assíria>. Acesso em: 25 dez. 2015.
Concentrados em torno da Babilônia, e com o enfraqueci-
mento sumério, os semitas ascenderam. Hamurábi foi um 2.4. Império Assírio (1875-612 a.C.)
dos primeiros reis babilônicos (1728-1686 a.C.). Ampliou
Com origem por volta de 1800 a.C., o Império Assírio teve
o Império, foi sobretudo um legislador, responsável por um
seu período de maior expansão entre 883 e 612 a.C., con-
dos primeiros códigos de leis que se conhece: o Código de
quistando a Síria e o Egito.
Hamurábi. Transformou a língua acádia em língua oficial e
Marduck, deus babilônico, em primeiro deus supremo da Com carros de combate e catapultas, o exército assírio im-
Mesopotâmia. Com as invasões de hititas e cassitas, o rei- punha sua dominação pelo terror, saqueando os territórios
no sucumbiu provavelmente no século XVI a.C. conquistados e massacrando as populações vencidas.
O apogeu dessa civilização ocorreu durante os reinados de
Sargão II, Senaqueribe e, principalmente, Assurbanipal, que
conquistou o Egito. Em 612 a.C., o Império Assírio chegou
ao fim com a invasão e o domínio dos medos.

2.5. Novo Império ou Segundo


multimídia: livro Império Babilônico (612-539 a.C.)
O domínio babilônico voltou a impor-se com os caldeus,
A epopeia de Gilgamesh (séc. XX a.C.) um dos povos que haviam se aliado aos medos para com-
Um antigo poema épico da Mesopotâmia (atual Ira- bater os assírios.
que), uma das primeiras obras conhecidas da literatura
mundial. Sua origem são diversas lendas e poemas su- Nabucodonosor (605 a 563 a.C.), filho de Nabopo-
mérios sobre o mitológico deus-herói Gilgamesh, que lassar, fundador da nova dinastia, tomou Jerusalém
foram reunidos e compilados no século VII a.C. pelo rei em 587 a.C., levou numerosos israelitas cativos para
Assurbanípal. a Babilônia (episódio conhecido como “Cativeiro da
Babilônia”), conquistou a Síria, a Fenícia e construiu
grandiosas obras, como os Jardins Suspensos da Ba-
O império Babilônico
bilônia e a Torre de Babel, com 215 metros de altura.
Não deixou sucessores capazes, e o Segundo Império
Babilônico foi tomado por Ciro em 539 a.C.
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2.6. Cultura e religião

Zigurate

Estado teocrático, a religião mesopotâmica tinha caráter po-


Adaptado de: <https://pt.wikipedia.org/wiki/>. Acesso em: 25 dez. 2015. liteísta. Entre os deuses destacam-se: Anu (rei do céu), Enlil

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(rei da terra), Shamash (deus Sol) e Marduk, deus de Babi-
lônia, que tornou-se a principal divindade da Mesopotâmia.

Disponível em: <http://www.historianet.com.br/conteudo/default.


Relevo assírio de Nimrud, a partir de 728 a.C. aspx?codigo=85>. (Adaptado). Acesso em: 25 dez. 2015.

A escrita era em forma de cunha (cuneiforme), feita com um


estilete para gravar em tabuletas de argilas com traços verti- 3.2. Política
cais, horizontais e oblíquos. Na literatura, as principais obras
foram o Poema da Criação e a Epopeia de Gilgamesh. 3.2.1. Período dos patriarcas (2000-1200 a.C.)
Também avançaram em Matemática, criando tábuas de mul- Os hebreus viviam perto de Ur, no Primeiro Império Babilô-
tiplicação e divisão, inclusive de raízes cúbicas. Na astronomia, nico, eles se organizavam em grupos familiares patriarcais,
desenvolveram um calendário baseado nos ciclos da Lua. seminômades, sob a liderança de chefes denominados pa-
A arquitetura se destacou pela construção de palácios e zi- triarcas. Nessa fase não havia unidade política e os hebreus
gurates, torres de vários andares sobre as quais havia uma estavam divididos em tribos. Segundo a Bíblia, Abraão foi o
capela, usada para observar o céu. Na escultura, figuras primeiro patriarca, tendo conduzido seu povo à terra pro-
em baixo-relevo ornamentavam as paredes dos palácios, metida por Deus, Canaã, ou Palestina. De seu neto, Jacó,
geralmente retratando a guerra e a caça. originaram-se as 12 tribos de Israel.
O maior legado mesopotâmico foi o Código de Hamurábi, Talvez, afugentados pelos hicsos, cerca de 1800 a.C. as se-
o primeiro código escrito do qual se tem conhecimento cas obrigaram os hebreus a emigrarem para o Egito.
na história do Oriente Antigo. Tinha como princípio a “Lei
A vida tornou-se difícil, e depois da expulsão dos hicsos
de Talião”, resumida na expressão “olho por olho, dente
(1580 a.C.), os hebreus, perseguidos, deixaram o Egito
por dente”, ou seja, a punição deveria ser equivalente ao
por volta de 1250 a.C. Foi o Êxodo, ou fuga, sob a li-
crime cometido.
derança de Moisés, criado pela filha de um faraó, que o

3. Hebreus encontrou boiando em uma cesta no rio.


Segundo a Bíblia, os israelitas atravessaram o mar Verme-
3.1. Geografia e povoamento lho, atingiram a península do Sinai e vagaram quarenta
anos pelo deserto antes de chegar à Palestina.
A Palestina, localizada no Oriente Próximo, era formada
pelo vale do rio Jordão, as áridas terras da Judeia e a planí- No deserto, do alto do Monte Sinai, Deus se revelou a Moi-
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cie costeira, delimitada a nordeste pela Síria, ao norte pela sés. Ele recebeu as Tábuas da Lei, que apresentou ao povo.
Fenícia, a sudeste pelo deserto da Arábia e a oeste pelo Apesar da crença no único Deus, Iavé (Aquele que é), os
mar Mediterrâneo. hebreus se desviaram do monoteísmo várias vezes, como
quando adoraram um bezerro de ouro. Moisés morreu an-
Inicialmente habitada por cananeus, filisteus e arameus, foi
tes de ver seu povo entrar na Terra Prometida.
povoada por volta de 2000 a.C. pelos hebreus1, povo de
origem semita2.
Os hebreus
3.2.2. Período dos juízes (1200-1010 a.C.)
Os hebreus chegaram à Palestina (Terra Prometida), logo
1. A palavra hebreu significa, de maneira literal, “povo do outro lado do rio”, após a morte de Moisés, e, sob a liderança de Josué, deram
referindo-se ao rio Eufrates, uma vez que a base de seu povoado deu-se após
realizarem a travessia do rio e fixarem-se na chamada “terra de Canaã”.
início a intensas lutas contra os antigos habitantes da região
2. Semita (do hebraico sem, nome do filho de Noé); nome dado aos (cananeus e filisteus). As necessidades bélicas impuseram
membros de um grupo de povos do Oriente Próximo, que falam atual- uma maior unidade às tribos hebraicas, que passaram a ser
mente, ou que falaram na antiguidade, línguas originárias do norte da
África e da Ásia Médio-Oriental.
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lideradas por chefes guerreiros, os juízes. Os mais importan- A morte de Salomão, em 933 a.C., desencadeou uma
tes, segundo a Bíblia, foram: Josué, que tomou a cidade de crise política conhecida como o Cisma hebraico, resultan-
Jericó; Gedeão; Sansão, que lutou contra os filisteus, e Sa- do na divisão do reino em duas partes: o Reino de Judá
muel, que foi o articulador da centralização política. (duas tribos), situado ao sul e com capital em Jerusalém,
e o Reino de Israel (dez tribos), localizado no norte e com
3.2.3. Período dos reis (1010-587 a.C.) capital em Samaria. Em 722 a.C., o Reino de Israel foi
conquistado por Sargão II e transformado em província
Reino dividido
do Império Assírio. O Reino de Judá foi conquistado por
Nabucodonosor em 587 a.C. O Templo de Jerusalém foi
destruído e os hebreus foram levados como escravos para
a Babilônia (Cativeiro da Babilônia).

3.2.4. Diáspora (70 a.C.)


Em 539 a.C. terminou o Cativeiro da Babilônia com a derrota
do Império Babilônico diante das forças de Ciro, rei dos per-
sas. Os hebreus retornaram à Palestina, reconstruíram o Tem-
plo de Jerusalém e tornaram-se parte integrante do Império
Persa. Situados nos territórios da antiga tribo de Judá, os
habitantes dessa região passaram a ser chamados de judeus.
Os judeus foram dominados por vários povos. Após o do-
mínio persa, veio o domínio dos macedônios (332 a.C.), de
Antíoco, filho de Seleuco, general que ficou com a Ásia por
ocasião da partilha do Império de Alexandre. Em 63 a.C.,
a Palestina foi conquistada por Pompeu e transformada em
província do Império Romano. Com o estabelecimento da
figura do imperador como divino, no ano 70 d.C., os judeus
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_de_Judá>.
Acesso em: 25 dez 2015.
se recusaram a reconhecer o imperador dos romanos como
um verdadeiro deus, rebelando-se contra o domínio romano.
A luta pela reconquista da Palestina desencadeara um pro- Em resposta, as autoridades romanas, lideradas pelo general
cesso de unificação das tribos hebraicas e de centralização Tito, destruíram Jerusalém, inclusive o Templo, e expulsaram
política, cujo desfecho foi a fundação do reino de Israel. os judeus da Palestina, que dispersaram-se pelo mundo. Esse
Saul, o primeiro rei dos hebreu, comandou uma ofensiva acontecimento ficou conhecido como Diáspora. O retorno
contra os filisteus, mas acabou derrotado. Davi, seu suces- dos judeus à Palestina só ocorreu a partir de 1918 e culmi-
sor, derrotou os inimigos e ampliou os territórios sob seu nou com a fundação do atual Estado de Israel, em 1948.
domínio conquistando Jerusalém, a capital do reino.
Com a morte de Davi, o trono foi ocupado por seu filho
Salomão. Seu reinado ficou marcado por realizações em
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várias áreas. Na área religiosa, mandou construir o Templo


de Jerusalém, onde foi depositada a Arca da Aliança, urna
que continha as Tábuas da Lei, onde estão gravados os Dez
Mandamentos. No campo da economia, o comércio dos
hebreus atingiu seu apogeu. As relações comerciais com a
Fenícia foram intensificadas com destaque para o comér-
Destruição do Templo de Jerusalém (1867), por Francesco Hayez
cio de madeiras, óleos e tecidos. O reinado de Salomão foi
marcado pela ostentação e pela abundância de palácios
luxuosos que exigiram o constante aumento dos impos- 3.3. Sociedade e economia
tos, empobrecendo cada vez mais o trabalhador do campo, A economia era predominantemente agropastoril, desen-
para sustentar o luxo de seu reinado, criando um clima de volvida nas terras férteis do vale do rio Jordão. E também
insatisfação entre o povo hebreu. com intensas relações comerciais com o Egito, a Fenícia,
a Síria, a Ásia Menor, a Mesopotâmia, a Arábia e o reino

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de Sabá (atual Etiópia). Seus principais produtos agrícolas Constituíram a única civilização monoteísta da antigui-
eram a oliva, a uva e diversos cereais. dade oriental. A religião judaica ensina que Deus fez uma
aliança com o povo de Israel, em que o povo receberia a
Durante o Período dos Reis, a estrutura tribal de posse da ter-
proteção divina por obediência aos Dez Mandamentos
ra deu lugar à propriedade privada. A terra ficou concentra-
(Decálogo), gravados nas Tábuas da Lei, depositadas numa
da nas mãos da aristocracia ligada ao Estado. Camponeses,
urna (Arca da Aliança) guardada no templo. A Bíblia con-
pastores e uma pequena parcela de escravos estavam su-
tém todos os ensinamentos que o povo deveria seguir. Vale
bordinados a essa aristocracia por meio de vários impostos, dizer que o monoteísmo judaico exerceu grande influência
incluindo a exigência de parte da produção, a sujeição ao sobre o cristianismo e o islamismo.
trabalho compulsório e a obrigatoriedade do serviço militar.
Durante o reinado de Salomão, surgiu uma rica camada de
comerciantes que possuíam a mesma condição social que
4. Fenícios
a camada de funcionários reais. Acima desses, havia uma Os fenícios
elite de aristocratas, os sacerdotes (rabinos) e a família real.

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Hebreus - Mundo História - ENEM

3.4. Cultura e religião Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Fenícia>.


Acesso em: 22 dez. 2015.
O Deus dos hebreus não podia ser representado por está-
tuas ou pinturas, sendo asim eles não se destacaram tanto
nas artes. No Direito, produziram o Código Deuteronômio
4.1. Geografia e povoamento
e sua literatura está contida no Antigo Testamento, onde Lar dos Fenícios, a estreita faixa de terra localizada ao sul
destacam-se os Salmos de Davi, os Cânticos e Provérbios da Palestina começou a ser ocupada por povos de origem
de Salomão e o Livro de Jó. semita, originários das costas setentrionais do mar Verme-
lho, por volta de 3000 a.C. Atualmente é região do Líbano,
uma faixa de 200 quilômetros de comprimento, entre as
montanhas e o mar Mediterrâneo.

4.2. Sociedade e economia


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Na Fenícia, a agricultura cedeu lugar ao comércio, à pesca


multimídia: vídeo e a um rico artesanato, voltado para a comercialização com
os povos vizinhos. O solo pobre e a configuração geográfi-
Fonte: Youtube ca da região determinaram a ligação com o mar. As vastas
Os dez mandamentos (1956) florestas de cedros (madeira excelente para a construção
Um longa com Charlton Heston, que conta a vida de Moi- naval) e os bons portos naturais favoreceram a atividade
sés, desde seu nascimento, quando é colocado em um marítimo-comercial, destacando-se vinho, azeite, objetos
cesto nas águas do rio Nilo, até seu resgate pela princesa de cerâmica, metal, vidro colorido e, especialmente, o co-
egípcia Bithiah, que resolve criá-lo como príncipe. Já adul- rante de púrpura, obtido de molusco chamado múrice, que
to, Moisés descobre sua origem e dedica-se a libertar seu permitia o tingimento de tecidos.
povo da escravidão e conduzi-lo à Terra Prometida. Isso fez deles os principais navegantes e comerciantes da an-
tiguidade, desenvolvendo técnicas navais e conhecimentos

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geográficos que só foram recuperados no início dos tempos nárquicos, o Reino da Média, ou dos medos, organizou-se
modernos. Uma sociedade de castas e constituída por sacer- antes do Reino dos Persas e exerceu sua hegemonia na
dotes, aristocratas, comerciantes, homens livres e escravos. região estendendo seus domínios pela Mesopotâmia e
participando da destruição do Império Assírio. Entretanto,
4.3. Política declinaram no século VI a.C., quando Ciro I, rei dos persas,
conquistou o Reino da Média, provocando a unificação po-
Os fenícios, durante toda sua história, diferente dos demais
lítica dos povos do Planalto Iraniano, em 550 a.C.
povos da antiguidade oriental, não tiveram uma unidade
política, não constituíram um Estado unificado com um go-
verno centralizado. Agrupavam-se em cidades-Estado,
de governo autônomo e soberano. Destacaram-se Ugarit,
Aradus, Trípoli, Biblos, Sídon e Tiro, todas importantes cen-
tros manufatureiros e comerciais.
Em cada cidade, um rei exercia o poder, com um conselho
escolhido entre os grandes comerciantes e proprietários multimídia: livro
agrícolas, que controlavam o governo.
Os persas (séc. V a.C.)
Os fenícios fundaram feitorias para ampliar os benefícios
de seu comércio marítimo, pontos de apoio localizados no A peça mais antiga que se tem notícia. Os persas, de
litoral das regiões, facilitando o escoamento das mercado- Ésquilo (525-455 a.C.), se desenrola no ano de 472 a.C
rias vindas do interior. Uma dessas feitorias era Cartago, no em Susa, capital da Pérsia, e coloca em cena a angústia
litoral da atual Tunísia, a maior rival de Roma no controle da rainha Atossa e a derrocada de seu filho, o grande rei
do Mediterrâneo ocidental no século III a. C. Xerxes, responsável pela invasão à Grécia.

4.4. Cultura e religião


A religião era politeísta, com divindades associadas às for- 5.2. Política
ças da natureza, como Baal, o deus do Sol, e Astarte, a Ocorreu um rápido expansionismo territorial com a cons-
deusa da fecundidade, representada pela Lua. trução de um enorme império durante o governo de Ciro I
Sua principal contribuição foi a invenção do alfabeto fo- (559-529 a.C.). Quando de sua morte, o Império Persa se
nético. Para facilitar as transações comerciais, criaram 22 estendia dos atuais Paquistão e Afeganistão, a leste, até o
sinais dos sons das palavras, logo adotado por arameus e litoral dos mares Negro e Mediterrâneo, a oeste. Em 525
judeus. Com as vogais, tornou-se o alfabeto grego. a.C., seu filho, Cambises, conquistou o Egito até a Líbia. O
auge do império foi no reinado de Dario I (512-484 a.C.),
5. Império Persa que manteve a tradição de Ciro de integrar a elite dos
povos submetidos e de respeitar as diferenças religiosas
e culturais locais. O império foi dividido em satrápias, pro-
víncias dirigidas por governadores que recebiam o título de
sátrapas, que eram vigiados e fiscalizados por funcionários
reais. O dárico, moeda-padrão cunhada em ouro e prata,
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facilitou a integração econômica das regiões e dos povos


do império. Susa, Sardes, Persépolis, Ecbátana e Babilônia
– foram integrados por uma ampla rede de estradas e por
um eficiente sistema de correios.
5.1. Geografia e povoamento Dario iniciou a tentativa de submeter completamente as
Situado a leste do Crescente Fértil, entre a Mesopotâmia e cidades gregas da Ásia Menor (litoral da atual Turquia) ao
a Índia, é hoje conhecido como Planalto Iraniano e compre- Império Persa - origem das Guerras Médicas (490-479 a.C.),
ende áreas montanhosas e desérticas. em que os persas lutaram contra as cidades-Estado gregas.
Em 480 a.C., Xerxes, sucessor de Dario, foi derrotado na
Dois grupos arianos ocuparam o Irã, a partir de 2000 a.C., Segunda Guerra Médica, na Batalha Naval de Salamina.
os medos e os persas. Os primeiros ao sul do mar Cáspio; Com a derrota, houve o enfraquecimento e a progressiva
os persas a leste do golfo Pérsico. Tornaram-se pequenos
desintegração do Império Persa, facilitando a total conquis-
reinos rivais no século VIII a.C.. Entre esses Estados mo-
ta greco-macedônica de Alexandre Magno, em 330 a.C.

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5.3. Sociedade e economia 5.5. Oriente Médio: tradição e cultura
O comércio dentro do Império foi ajudado com a unifi- Enquanto cresciam as civilizações do Oriente Médio, os
cação política ao reduzir os obstáculos e oferecer maior homens dependiam menos da natureza e a aprenderam a
segurança às viagens dos mercadores. A rede de estradas usar melhor os instrumentos e a técnica para dominá-la. O
reais, o dárico e a padronização dos pesos e medidas pos- arado, canais de irrigação, domesticação de animais para
sibilitaram o desenvolvimento das atividades comerciais. tração e construção de silos para armazenagem são apenas
alguns exemplos. A indústria evoluiu quando passou a fabri-
A elite persa era composta pelo imperador e sua família e
car tijolos e a usar planos inclinados para elevar blocos de
por altos burocratas, comandantes militares e sacerdotes.
pedra ao alto das construções. Os homens aprimoraram as
A massa da população era sujeita ao trabalho compulsório
técnicas de construção, com o uso de metalurgia, a cerâmi-
nos sistemas de regadio e/ou nas obras públicas, e ainda
ca e o preparo dos papiros e placas de barro para a escrita.
tinha que pagar uma pesada tributação.
Os frígios inventaram a moeda.

5.4. Cultura e religião No campo da cultura, foram diversos os avanços. A inven-


ção da escrita, com o alfabeto fonético dos fenícios, assi-
Desenvolveram a escultura, os baixos-relevos e a arquite- nalou a passagem da Pré-História para a História. Foram
tura monumental, reconhecidas nos palácios reais de Susa criadas as primeiras obras literárias, como a Epopeia de
e Persépolis. Tinham uma religião dualista, em que o deus Gilgamesh. Também surgiram os grandes códigos religio-
do bem, Ahura-Mazda (ou Ormuz), opunha-se ao deus do sos e morais, como os de Moisés e Hamurabi. Desenvol-
mal, Arimã. E fundamentava-se na crença do Juízo Final, veram-se o cálculo matemático, a geometria, as unidades
onde o bem triunfaria sobre o mal, descritos no livro sagra- de peso e medida, o calendário lunar e o solar, os estudos
do Zend Avesta, escrito pelo lendário Zoroastro ou Zaratus- de Astronomia, Medicina e Farmácia. Além disso, foram
tra, em que se baseava o zoroastrismo (ou mazdeísmo, realizados progressos nas ideias de organização do Esta-
em alusão à divindade Ahura-Mazda). do e na arte da guerra. Em relação à moral e à religião,
Tais princípios exerceram grande influência sobre o judaísmo destacam-se a tolerância religiosa dos persas e a ideia de
e, por meio desse, sobre o cristianismo e o islamismo. um único Deus dos hebreus.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Tanto as civilizações mesopotâmicas quanto a egípcia cresceram


em torno de grandes rios – o Tigre, o Eufrates e o Nilo, no caso dos
egípcios. Evidenciando a escassez de água no norte da África e no
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Oriente Médio, mesmo até os dias atuais, o que é um empecilho


muito grande ao sedentarismo. Tais povos só conseguiram desen-
volver a agricultura a partir do uso da água desses rios.
Isso explica a densidade demográfica muito maior nas regiões
adjacentes às suas margens.
Na imagem ao lado, do Iraque atual, é possível observar as prin-
cipais cidades do país, ainda hoje, que se concentram na região
mesopotâmica.

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ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 11
Através de variadas fontes, cite o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da paisagem
com a vida humana.

Em documentos escritos, na arte ou na arquitetura, todas as sociedades registram suas práticas cotidianas. A
habilidade 11 permite ao aluno a compreensão da regência das instituições sociais, políticas e econômicas
em tais registros.
Para isso ele deve interpretar as informações passadas, por meio de imagens e textos, juntamente com seus conhe-
cimentos teóricos, relacionando-os conforme a exigência de cada exercício em particular.

MODELO 1

(Enem) O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos
de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra há milênios: as pirâmides de
Gizeh, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo do Nilo.
O que hoje se transformou em atração turística era, no passado, interpretado de forma muito diferente, pois:
a) significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para escravizar grandes contingentes
populacionais que trabalhavam nesses monumentos;
b) representava para as populações do alto Egito a possibilidade de migrar para o sul e encontrar tra-
balho nos canteiros faraônicos;
c) significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os faraós sacrificavam aos deuses
suas riquezas, construindo templos;
d) representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obrigando os desocupados a trabalha-
rem em obras públicas, que engrandeceram o próprio Egito;
e) significava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religião baseada
em crenças e superstições.

ANÁLISE EXPOSITIVA

O poder teocrático do faraó era representado pela arquitetura e pelas pirâmides e templos. A alternativa A
é a correta. Muitas das obras públicas eram realizadas pela servidão coletiva.
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RESPOSTA Alternativa A

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DIAGRAMA DE IDEIAS

TRANSIÇÃO:
ANTIGUIDADE ORIENTAL
PRÉ-HISTÓRIA -> HISTÓRIA

• ESTADO
• RELIGIÃO
EGITO
• ESCRITA
• GRANDES OBRAS
GEOGRAFIA:
NORDESTE DA ÁFRICA - DESERTOS / RIO NILO
ECONOMIA:
MODO DE PRODUÇÃO ASIÁTICO
SOCIEDADE:
TEOCRÁTICA - FARAÓ (DEUS) / NOBREZA
COMERCIANTES / CAMPONESES / ESCRAVOS
RELIGIÃO
POLITEÍSMO / MUMIFICAÇÃO

MESOPOTÂMIA HEBREUS

GEOGRAFIA: GEOGRAFIA:
REGIÃO FÉRTIL ENTRE OS RIOS TIGRES E EUFRATES ATUAL ISRAEL / PALESTINA
ECONOMIA: ECONOMIA:
MODO DE PRODUÇÃO ASIÁTICO AGROPASTORIL E COMERCIAL
SOCIEDADE: SOCIEDADE:
TEOCRÁTICA - REIS / NOBREZA / COMERCIANTES ESTRUTURA TRIBAL - PROPRIEDADE PRIVADA -
CAMPONESES / ESCRAVO NOBREZA / COMERCIANTES
RELIGIÃO CAMPONESES / ESCRAVOS
POLITEÍSMO / CÓDIGO HAMURABI RELIGIÃO
MONOTEÍSMO
ESCRITA CUNEIFORME

IMPÉRIO PERSA
FENÍCIOS
GEOGRAFIA:
GEOGRAFIA: ENTRE A MESOPOTÂMIA E A
ATUAL LÍBANO ÍNDIA - DESERTOS E MONTANHAS
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ECONOMIA: ECONOMIA:
MARÍTIMO-COMERCIAL COMÉRCIO / MODO DE PRODUÇÃO ASIÁTICO
SOCIEDADE: SOCIEDADE:
CIDADE-ESTADO - REI IMPÉRIO - NOBREZA - BUROCRATAS
CONSELHEIROS COMERCIANTES MILITARES / SACERDOTES
RELIGIÃO RELIGIÃO
POLITEÍSMO / ALFABETO FONÉTICO RELIGIÃO DUALISTA / ARQUITETURA MODERNA

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