Você está na página 1de 18

Universidade Mussa Bin Bique

Faculdade de gestão e contabilidade

Abel Ernesto

Trabalho de História das sociedades I


Civilização Egípcia

Nampula, Agosto de 2021

0
Universidade Mussa Bin Bique
Faculdade de gestão e contabilidade

Abel Ernesto

Trabalho de História das Sociedades I


Civilização Egípcia

Trabalho de carácter avaliativo no âmbito da


cadeira de História das sociedades I, 1º ano
de frequência, curso de Licenciatura em
ensino de História com habilitações em
ensino de Geografia, leccionada pela,

Dra. Gilda Lumenta

Nampula, Agosto de 2021

1
Índice

Considerações Iniciais.....................................................................................................................3
1.. Civilização Egípcia....................................................................................................................4
2. Período pré-dinástico (5000-3200 a.C.).......................................................................................4
3. Período Dinástico (3200-1085 a.C.)............................................................................................5
3.1. Antigo Império (3200 a.C. - 2100 a.C.)....................................................................................5
3.2. Médio Império (2100 a. C - 1580 a. C......................................................................................6
3.3. Novo Império (1580 a.C - 715 a. C).........................................................................................6
3.4. A vida no Egipto antigo............................................................................................................6
4. Evolução Política.........................................................................................................................7
5. Sociedade.....................................................................................................................................7
5.1. Grupo dos dominantes..............................................................................................................8
5.2. Grupo dos dominados...............................................................................................................8
6. Economia.....................................................................................................................................9
7. Principais actividades económicas..............................................................................................9
8. Cultura e Mentalidade..................................................................................................................9
9. Escrita: hieróglifos e papiro.......................................................................................................11
10. Arquitectura: túmulos monumentais........................................................................................12
11. Arte: pintura e escultura com finalidade religiosa...................................................................13
12. Ciências: soluções para problemas práticos e concretos.........................................................13
13. Quotidiano...............................................................................................................................14
14. Romanos e muçulmanos..........................................................................................................15
15. Decadência do Egipto antigo...................................................................................................15
Considerações Finais.....................................................................................................................16
Bibliografia....................................................................................................................................17

ii
2
Considerações Iniciais

A civilização Egípcia constitui o tema deste trabalho que se insere na cadeira de História das
Sociedades 1. Ora, Egipto antigo existiu há cerca de 5 mil anos, no vale do rio Nilo, no nordeste
da África. Foi uma das primeiras civilizações do mundo e também uma das mais famosas da
história. Os egípcios antigos construíram enormes pirâmides, templos, palácios e túmulos. Seus
entalhes e pinturas estão entre os mais esplêndidos que já foram criados. Esse povo também
reproduziu na arte cenas quotidianas de trabalho e diversão que revelam muitos detalhes da sua
vida.

Obviamente, o trabalho possui dois tipos de objectivos: Geral e Específicos.

No que concerne ao objectivo geral, temos o seguinte:

Falar da Civilização Egípcia.

E para que se garantisse o alcance deste objectivo foi necessário traçar-se alguns objectivos
específicos que se resumem nos seguintes:

Debruçar-se sobre o Período pré-dinástico (5000-3200 a.C.) e Período Dinástico (3200-


1085 a.C.);
Descrever a vida no Egipto antigo (Principais actividades económicas, Arquitectura:
túmulos monumentais; Arte: pintura e escultura com finalidade religiosa; Ciências:
soluções para problemas práticos e concretos);
Falar da decadência do Egipto antigo

O trabalho é pertinente na medida em que traz algumas abordagens gnoseológicas no que tange a
questões ligadas com a civilização Egípcia. Este tema, de forma directa contribui para o nosso
aprimoramento e enriquecimento epistemológico como futuros profissionais.

Quanto a metodologia, recorreu-se a consulta bibliográfica numa abordagem qualitativa e, como


técnica, fez-se uma leitura exaustiva, análise facial das fontes usadas e os dados foram
sintetizados de forma descritiva.

O trabalho está estruturado da seguinte maneira: introdução, desenvolvimento e inclui uma


conclusão ao menos parcial, mediante a sua abordagem, inclui igualmente uma bibliografia final
da fontes usadas. Como técnica, fez-se uma leitura exaustiva, análise facial das fontes
consultadas.
3
1. Civilização Egípcia

O Egipto antigo é o berço de uma das mais importantes e fascinantes civilizações da


história. O Egipto está localizado no nordeste da África. A civilização egípcia
desenvolveu-se a volta do Nilo, um oásis no meio do deserto do Saara, que propiciou a
fixação do homem com água e solos férteis (devido às enchentes) ( Millard, 2010, p. 91).

Mas também a outros factores que explicam desenvolvimento dessa civilização, como o fato do
desempenho do homem para aproveitar os recursos com criatividade, trabalho e planejamento.

Para defender suas vilas e moradias das violentas inundações, os egípcios construíram
diques. Também construíram canais de irrigação para levar águas do rio a regiões mais
distantes. Assim essa civilização desenvolveu-se num clima árido e adverso, margeando
o Nilo. O rio Nilo, tinha tão grande importância para os egípcios, que era considerado
como um deus, com o nome Hapi (Bidem, p. 92).

Antes de ser governado pelos Faraós, o Egipto era formado por agrupamentos de pessoas
chamados “nomos”. Esses nomos eram independentes mas estabeleciam relações entre si. A
partir da união dos nomos, formaram-se dois reinos, o reino do Alto e do Baixo Egipto.

O reino do Alto Egipto estava ao sul do território e era assim denominado pela sua altitude e
proximidade às montanhas. O reino do Baixo Egipto estava localizado ao norte, até o encontro
do território com o mar mediterrâneo. Em 3200 a.C, Menés, que era rei do Alto Egipto, unificou
todo o território egípcio sob o seu poder. Essa data marca o início do período dinástico e Menés
torna-se o primeiro faraó do Egipto.

O período do Egipto antigo é dividido entre pré-dinástico e dinástico. Durante a dinastia, o Egito
foi governado por famosos faraós, como é o caso de Menés, Ramsés II, Amenófis IV e
Tutankhamon.

2. Período pré-dinástico (5000-3200 a.C.)

No começo, o Egipto era habitado por povos que viviam em clã, os nomos. Os nomos eram
independentes, mas cooperavam quando havia problemas comuns, como abrir canais de
irrigação, construir diques... As relações desses se transformaram até a formação do Reino do
Baixo Egipto, ao norte, e o Reino do Alto Egipto, ao sul. Em aproximadamente 3200 a.C. esses
dois reinos foram unificados sob o comando de Menés, este, se tornando, faraó absoluto do

4
Egipto, considerado como um deus na Terra. Usava uma coroa dupla demonstrando unificação
entre os reinos. Assim surge a primeira dinastia, acabando esse período.

3. Período Dinástico (3200-1085 a.C.)

Para Cardoso (1999, p. 111), durante essa época é que são construídas as pirâmides e há um
grande crescimento territorial e económico. O período de dinastia é dividido em três fases:

3.1. Antigo Império (3200 a.C. - 2100 a.C.)

Durante esse período faraós conquistaram enormes poderes religiosos, militares e


administrativos. Queóps, Quefrén e Miquerinos, faraós da IV dinastia, tiveram grande destaque,
sendo os mandantes da construção das principais pirâmides.

O Estado era composto por enorme número de funcionários para administrá-lo. Nos mais altos
cargos estavam os administradores das províncias (nomos), os supervisores de canais e
planejadores de construções (alguns deles eram escravos, exceptuando-se os administradores das
províncias, mas viviam muito bem). Na base uma imensa legião de trabalhadores que plantavam,
construíam e arcavam com os altos tributos. Como capital o Antigo Império teve primeiro Tinis e
após Mênfis.

No final desse período por volta de 2400 aC houve uma série de revoltas lideradas pelos
administradores dos nomos com objectivo de enfraquecer o poder centralizador do faraó, com
isso o Egipto entrou num período de declínio e guerra civil.

Imagem : As pirâmides de Gizé, no Egipto. No grupo está a


Grande Pirâmide, a maior de todas, construída para o rei
Quéops em 2550 a.C. Fonte: Cardoso (1999, p. 114) 5
3.2. Médio Império (2100 a. C - 1580 a. C

Representantes dos nobres de Tebas reuniram forças para acabar com as revoltas, assim essa
cidade acabou tornando-se a capital e dela surgiram os faraós dos próximos séculos. Nesse
período o Egipto teve uma relativa estabilidade política, crescimento económico e das produções
artísticas. Isso impulsionou conquistas territoriais, com a anexação da Núbia (região rica em
ouro).

Em aproximadamente 1750aC, o Egipto foi invadido pelos hicsos (povo nómada vindo da Ásia).
Hicsos mostraram-se superiores militarmente, usando cavalos (desconhecidos para egípcios) para
puxar carros de combate e armas de bronze. Assim dominaram o norte do Egipto, estabelecendo
a capital em Ávaris, permanecendo lá por volta 170 anos.

3.3. Novo Império (1580 a.C - 715 a. C)

Nobreza de Tebas novamente entra em cena para expulsar hicsos. Inicia-se grande
expansão militar. Usando técnicas militares dos hicsos faraós organizaram exércitos
permanentes, lançando-se as conquistas. Invadiram cidades de Jerusalém, Damasco,
Assur e Babilónia. Povos submetidos eram obrigados a pagar tributos em ouro,
escravos... Entre mais famosos faraós do período está Tutmés III, Amenófis IV e Ramsés
II. (Cardoso 1999, p. 118).

Em aproximadamente 1167aC revoltas populares agitam o Egipto, com a maioria da população


envolta em tributos pesados e afundando na pobreza, enquanto faraós e chefes militares exibiam
luxuria.

3.4. A vida no Egipto antigo

As aldeias e as cidades do Egipto antigo ficavam perto do rio Nilo, que era a principal via de
transporte e também a única fonte de água. Chovia muito pouco na região do Egipto antigo, mas
em outras partes do Nilo as chuvas eram mais abundantes. Todo ano, a água dessas chuvas vinha
pelo curso do rio e acabava por inundar as terras do Egipto. Depois, quando a água voltava ao
leito do rio, deixava para trás uma lama rica. Os egípcios plantavam trigo e centeio na lama. Eles
também cultivavam frutas e hortaliças usando um sistema irrigação composto por canais de água.

As casas do Egipto antigo eram feitas de tijolos de barro. Tinham janelas pequenas e o chão
forrado de palha. As paredes eram frequentemente decoradas com pinturas (Clark, 2010, p. 51.)

6
As roupas eram simples, em razão do clima quente. O tecido mais utilizado era o linho branco,
feito com o fio obtido da planta que tem esse mesmo nome. A roupa comum dos homens era
uma saia de linho e às vezes um colete. As mulheres usavam um vestido recto e simples que ia
até o tornozelo.

Imagem : Nesta pintura do Egipto antigo, Imagem : Uma pintura do Egito antigo retratando
uma mulher leva comida para camponeses um barco no rio Nilo. A civilização egípcia antiga
que estão trabalhando na terra. A agricultura existiu há cerca de 5 mil anos, no vale do Nilo. Ela
era parte essencial da civilização egípcia dependia grandemente desse rio como fonte de
antiga. Fonte: Clark, 2010, p. 53. água e via de transporte. Fonte: Clark, 2010, p. 53.

4. Evolução Política

A política no Egipto antigo era centralizada nas mãos do faraó. Os faraós eram considerados
deuses e, por isso, o regime político é denominado monarquia teocrática.

Sua autoridade era máxima, eles tinham funções religiosas, eram juízes e comandavam o
exército. A função de faraó era hereditária, isto é, passada de pai para filho. Para administrar
todas as actividades do Estado, os faraós contavam com inúmeros funcionários e também
costumavam recrutar os camponeses para trabalhar nas grandes obras.

5. Sociedade

A sociedade egípcia era estamental, isso significa que existiam classes sociais rígidas e não havia
mobilidade social. Faraó era considerado um deus vivo, com autoridade absoluta, apenas altos
dirigentes e chefes de províncias podiam questionar algumas ordens do faraó No topo da

7
pirâmide da sociedade estava o faraó, seguido pela classe privilegiada de nobres, sacerdotes e
escribas.

A classe dos não privilegiados era composta por camponeses, artesãos e escravos. Para sustentar
os luxos das classes altas, os camponeses pagavam impostos muito elevados, o que se tornou
motivo de revolta no final da dinastia.

5.1. Grupo dos dominantes

 Nobres: comandavam províncias ou principais postos do exército, os cargos eram


hereditários.
 Sacerdotes: presidiam cerimónias religiosas e administravam os bens do templo,
desfrutavam da enorme riqueza proveniente das oferendas.
 Escribas: funcionários públicos que cobravam impostos, fiscalizavam a economia,
organizavam as leis... Todos sabiam ler, escrever e contar.

5.2. Grupo dos dominados

 Artesãos: trabalhadores urbanos como barbeiros, ferreiros, barqueiros, tecelões,


carpinteiros... Muitos trabalhavam em construções e viviam quase sempre na pobreza.
 Felás: camponeses ou trabalhadores das obras públicas, transporte... Eram a grande
maioria dos egípcios e viviam na miséria.
 Escravos: presos de guerra, trabalhavam nos serviços mais pesados como as pedreiras.
Viviam precariamente, mas tinham alguns direitos, como casar com pessoas livres,
possuir bens, testemunhar... (Alguns tinham altas colocações, inclusive alguns estavam
entre os escribas).

Camponeses não tinham descanso mesmo durante as cheias, nesse período fabricavam e
consertavam utensílios e, por vezes, eram chamados para as obras dos faraós. Quando as águas
descem, eles consertavam os estragos feitos por esta, consertando canais e reforçando a margem
do rio.

A irrigação era diária, devido a força do sol e a noite os camponeses verificavam os utensílios e
fabricavam cordas. Alimentavam-se de pão, cerveja e legumes e, as vezes, peixe e frutas. Eram
muito magros com essa alimentação. Os gordos são de classes abastadas, e eram considerados
elegantes.

8
6. Economia

A economia do Egipto antigo era baseada, sobretudo, na agricultura. Apesar de ser uma região
desértica, o rio Nilo fertilizava o solo às suas margens, possibilitando o cultivo de alimentos. Não
havia propriedade privada da terra na sociedade egípcia. Em troca da utilização das terras, os
camponeses forneciam ao Estado parte de sua produção.

Além da agricultura, os egípcios criavam bois, carneiros, aves e porcos, porém a carne
era cara e consumida apenas pelas camadas altas da sociedade. Havia também a
comercialização dos produtos de artesãos. O Estado egípcio também controlava muitas
outras actividades económicas, por meio de seus funcionários, administrava as pedreiras,
minas e construções (Cardoso, 1999, p. 127).

A maioria dos egípcios viviam em servidão, obrigados a sustentar elites com tributos, em bens
(impostos) ou trabalho (corvéia).

7. Principais actividades económicas

 Agricultura: destaca-se o cultivo de trigo (pão), cevada (cerveja), linho (tecidos) e


papiro (papel).
 Pecuária: criavam bois, asnos, carneiros, porcos e aves, após invasão dos hicsos
começam a criar cavalos. Para a maioria da população carne era um luxo e só a
consumiam em ocasiões especiais.
 Comércio exterior: exportação (trigo, tecidos de linho, cerâmica...) e importação
(marfim, perfumes, peles...). Era de controle do Estado, que envia expedições para
Palestina, Creta, Fenícia...

8. Cultura e Mentalidade

A religião é um dos aspectos mais importantes da civilização egípcia e era repleta de mitos e
crenças interessantes.

Os egípcios eram politeístas - acreditavam em vários deuses - e realizavam muitos rituais e


celebrações para essas divindades. Principal deus do sol era Rá (ou Re). Cada cidade tinha seus
próprios deuses especiais. Quando a cidade de Tebas adquiriu maior importância, o mesmo
aconteceu com Amon, seu deus especial. Com o passar do tempo, os egípcios fundiram Amon e
Rá: Amon-Rá era considerado o rei dos deuses.

9
Segundo Clark (2010, p. 61), esses deuses eram antropomórficos, tinham parte do corpo de
humano e parte do corpo de animal. Eles também consideravam alguns animais sagrados, como
por exemplo, o gato e o escaravelho. Vide às baixo

Imagem : Pintura do deus egípcio dos mortos Imagem : A deusa egípcia Bastet era representada
Anúbis, representado com a cabeça de um chacal, como uma mulher com cabeça de gato. Fonte:
no Vale das Rainhas, em Luxor, no Egito (século Clark, (2010, p. 61).
XII a.C.) Fonte: Clark, (2010, p. 61).

Eles davam grande atenção aos deuses e aos mortos, Construindo templo e túmulos, como
pirâmides, traziam de lugares longínquos pedras dura e metais preciosos. Mas eles moravam em
casas de tijolo cru, modestas. Logo templos e túmulos resistiram e quase todas suas cidades
desapareceram, restando apenas cacos de cerâmica.

Eram politeístas e suas cerimonias tanto podiam ser patrocinadas pelo Estado (oficial),
como ser espontâneas (popular). Nas oficiais destacavam-se cultos a Amon-Rá (fusão de
Rá, deus do sol e criador, e Amon deus de Tebas). Nas populares predomina três
divindades: Osíris (deus da vegetação, natureza e mortos), Ísis (esposa e irmã de Osíris) e
Hórus (deus do céu, filho de Osíris e Ísis). Faraós eram considerados descendentes de
Hórus (Clark, 2010, p. 62)

Acreditavam na vida após a morte, onde, ao morrerem, eram julgados por Osíris, podendo
retornar a seus corpos se absolvidos, mas para isso precisavam que seus corpos fossem
conservados, por isso a mumificação. Após mumificação os corpos eram enterrados nos

10
sarcófagos com alimentos, roupas, jóias e um exemplar do Livro dos mortos (colecção de textos
religiosos para serem recitados quando alma comparecesse ao Tribunal de Osíris).

Os egípcios usavam sal e produtos químicos para preservar os cadáveres, transformando-os em


múmias. Eles mumificavam até animais, como gatos, íbis e crocodilos. Múmias de pessoas
importantes eram colocadas em caixões decorados chamados sarcófagos. O sarcófago do rei
Tutancâmon (ou Tutankhamon) era de ouro maciço. Vide às imagens baixo

Imagem : Sarcófago decorado e múmia de Imagem : Tumba contendo o sarcófago do


uma princesa do Egito antigo. Fonte: Clark, faraó egípcio Tutancâmon. O sarcófago de
(2010, p. 62) Tutankhamon é feito de ouro maciço. Fonte:
Clark, (2010, p. 62)

Durante o novo império, o faraó Amenófis IV tentou instaurar o monoteísmo, instituindo o culto
a Aton, simbolizado pelo disco solar. Tais reformas tinham fundo político, pois faraó desejava
diminuir o poder dos sacerdotes, se tornando o supremo sacerdote. Mas, após sua morte, os
antigos cultos foram retomados junto com o poder dos sacerdotes.

9. Escrita: hieróglifos e papiro

Hieróglifos (palavra de origem egípcia, significava sinais sagrados) eram sinais que
simbolizavam objectos concretos e aos poucos foram tomando sentido convencional,
expressando ideias abstractas.

Um dos feitos mais admiráveis dos egípcios antigos foi sua escrita.

A primeira escrita egípcia foi um sistema de figuras chamado hieróglifos. Por volta de
3100 a.C. os egípcios já usavam esse tipo de escrita. Eles entalhavam ou pintavam os
símbolos nas paredes de túmulos e templos. Mais tarde, desenvolveram outras formas

11
mais simples de escrita. Os egípcios usavam essas formas para escrever no papiro, um
material semelhante ao papel (Cardoso, 1999, p. 133).

Foi o francês, Jean-François Champolion, que, em 1822, decifrou a escrita egípcia através da
Pedra da Roseta, que possuía inscrições egípcias traduzidas para o grego. registros eram feito em
pedra, madeira ou papiro (papel fabricado a partir de planta do mesmo nome). Vide a imagem à
baixo

Imagem: Hieróglifos encontrados no templo de Kom Ombo, no Egito. Os hieróglifos foram o primeiro
sistema de escrita usado pelos egípcios antigos. Fonte: Cardoso, (1999, p. 133).
10. Arquitectura: túmulos monumentais

De acordo com Millard, (2010, p. 109), existiam 3 tipos de arquitecturas de túmulos que são:

 Mastabas: túmulos, normalmente em trapezóide, que possuíam câmara subterrânea onde


ficavam os corpos.
 Hipogeus: túmulos subterrâneos, com vários compartimentos, geralmente feitos nos
barrancos do Nilo.
 Pirâmides: grandes túmulos dos faraós. Constituídos, internamente, por labirintos para
evitar saques e uma câmara secreta onde ficava o sarcófago do faraó. Esse túmulo
pressupõe avançados conhecimentos de matemática e engenharia.

Na Região de Gizé encontram-se as pirâmides de Queóps, Quéfren e Miquerinos, que são as


mais monumentais. Para suas construções foram usados blocos de pedras calcárias. Calcula-se
que a pirâmide de Queóps tem 150m de altura e foram empregados mais de dois milhões de
blocos de pedra.

12
11. Arte: pintura e escultura com finalidade religiosa

A pintura e a escultura eram influenciadas directamente pela religião. Maior parte dessas serviam
para decorar túmulos e templos. Em ambas a figura humana era geralmente representada em
postura hierática (posição rígida e respeitosa, cabeças e pernas de perfil, e tronco de frente).

Imagem : Esta pintura encontrada em um


Imagem : Os egípcios antigos decoravam muitos
túmulo do Egipto antigo mostra pessoas
de seus túmulos com hieróglifos e imagens
dançando e tocando música (1400 a.C.). Fonte:
coloridas. Fonte: Cardoso, (1999, p. 133).
Cardoso, (1999, p. 133).
12. Ciências: soluções para problemas práticos e concretos

Egípcios não eram muito filosóficos, desenvolveram o seu saber para resolução de problemas
práticos como construção, enfermidades, contabilidade e estações agrícolas.

A sociedade egípcia produziu inúmeros avanços intelectuais e científicos, especialmente na


aritmética, astronomia, química, medicina e engenharia. As pirâmides são um exemplo de
construção que respeitava estritas regras matemáticas.

A mumificação foi outro costume dessa civilização que contribuiu para o avanço da ciência.
Com a retirada das vísceras dos mortos para o processo de mumificação, os egípcios aprenderam
muito sobre o funcionamento do corpo humano.

Em termos gerais, o conhecimento científico dos egípcios destaca-se nas seguintes áreas:

 Química: manipulação de substâncias químicas surgiu no Egipto e deu origem á


fabricação de remédios e composições. Palavra química vem de kemi, terra negra, do
egípcio.
13
 Matemática: foi desenvolvida devido as transacções comerciais e a necessidade de
padronização de pesos e medidas. Desenvolveram a álgebra e a geometria.
 Astronomia: orientava a navegação e actividades agrícolas. Também desenvolveram a
Astrologia.
 Medicina: devido ao respeito pelos mortos, cadáveres não eram dissecados, mas
mumificação permitia tais estudos. Médicos especializavam-se em diferentes partes do
corpo. Apesar disso a medicina era ligada a magia. Tratamentos variavam desde livro
velho fervido com azeite até excremento de crocodilo.

A escrita foi outro importante avanço do Egipto Antigo. Foram desenvolvidas três formas de
escrita: demótica, hierática e hieroglífica. A demótica era uma escrita mais simples, seguida pela
hierática, que era intermediária.

A hieroglífica era uma escrita mais complexa que utilizava objectos e símbolos para as
representações. Os faraós tinham funcionários destinados à função de escrever tudo o que
acontecia no império, eram os escribas.

É graças a esses registros que hoje podemos saber um pouco sobre como era a estrutura dessa
sociedade, suas hábitos, tradições, crenças e todos os acontecimentos que temos conhecimento
sobre esse período.

13. Quotidiano

Egípcios adoravam a vida, desejavam que a pós-vida fosse igual a essa. Por isso
mumificavam e deixavam comida para mortos. Eles se divertiam com jogos de azar, os
jovens nobres preferiam caçar e pescar. Luta e natação eram esportes populares. Havia
um esporte similar a esgrima, com varas ao invés de espadas. Barqueiros formavam
equipes para e faziam competições na qual deviam derrubar uns aos outros na água com
um pau (Millard, 2010, p. 112).

Encontraram-se também brinquedos infantis, bonecas e bolas. Pinturas dos túmulos mostram
crianças dançando, jogando em equipe e pulando caniça. Não havia teatro, mas havia procissões
e paradas militares que eram grandes espectáculos.

14
14. Romanos e muçulmanos

A última representante dos Ptolomeus foi a rainha Cleópatra. As forças romanas derrotaram sua
marinha na batalha de Áccio, em 31 a.C. No ano 30 a.C., o Egipto passou a ser dominado por
Roma. Depois que o Império Romano se dividiu em dois, no século IV d.C., o Egipto passou a
fazer parte da sua metade oriental, o Império Bizantino.

Imagem : Cleópatra (à esquerda) e seu filho Ptolomeu


XV Cesarião. Cleópatra foi a última representante da
dinastia dos Ptolomeus a governar o Egipto antigo.
Millard, (2010, p. 112),

No século VII d.C., árabes muçulmanos passaram a dominar o Egipto. Na actualidade, o país
continua a seguir o islamismo.

15. Decadência do Egipto antigo

Após o séc. XII aC, o Egipto foi invadido por vários povos. 670 aC, os assírios dominam o
Egipto por 8 anos. Após libertar-se dos assírios, o Egipto começa fase de recuperação económica
e cultural, conhecida com renascença saíta, devido ser impulsionada por soberanos da cidade de
Sais. Mas isso durou pouco, pois, em aproximadamente 525aC, persas conquistam o Egipto. E
quase dois séculos após, vieram os macedónios, comandados por Alexandre Magno, que
derrotaram os persas. E em 30aC os romanos dominam o Egipto.

15
Considerações Finais

No processo de formação das primeiras civilizações, a região do Crescente Fértil foi um


importante espaço, na qual a relação de dependência do homem em relação à natureza diminuía e
vários grupos se sedentarizavam. A domesticação de animais, a invenção dos primeiros arados, a
construção de canais de irrigação eram exemplos de que a agricultura viria a ocupar um novo
lugar no quotidiano do homem. Mais do que isso, todo esse conhecimento foi responsável pela
formação de amplas comunidades.

Entre todas essas civilizações, o Egipto destacou-se pela organização de um forte Estado que
comandou milhares de pessoas. Situada no nordeste da África, a civilização egípcia teve seu
crescimento fortemente vinculado aos recursos hídricos fornecidos pelo Rio Nilo. Tomando
conhecimento do sistema de cheias desse grande rio, os egípcios organizaram uma avançada
actividade agrícola que garantiu o sustento de um grande número de pessoas.

Além dos factores de ordem natural, devemos salientar que a presença de um Estado
centralizado, comandado pela figura do Faraó, teve relevante importância na organização de um
grande número de trabalhadores subordinados ao mando do governo. Funcionários eram
utilizados na demarcação de terras e cada camponês era obrigado a reservar parte da produção
para o Estado. Legumes, cevada, trigo, uva e papiro estavam entre as culturas mais comuns neste
território.

Observando as grandes construções e o legado do povo egípcio, abrimos caminho para um


interessante debate de cunho histórico. Tomando como referência as várias descobertas
empreendidas no campo da Astronomia, Matemática, Arquitectura e Medicina, vemos que os
egípcios não constituíram simplesmente um tipo de civilização “menos avançado” que o actual.
Afinal de contas, contando com recursos tecnológicos bem menos avançados, eles promoveram
feitos, no mínimo, surpreendentes.

16
Bibliografia

Cardoso, C F. (1999). O Egipto Antigo. São Paulo: Editora Brasiliense.

Clark, T. R. (2010). Mitos e Símbolos do Antigo Egipto. São Paulo: Hemus Editora.

Millard, A. (2005). Os Egípcios. São Paulo: Melhoramentos.

17

Você também pode gostar