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2 O tempo

nas antigas
culturas
orientais

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À s vezes, olhando para imagens e objetos do passado, temos a impres-
são de que eles estão muito distantes de nós; que não têm nada a ver
com nosso tempo, com nossa vida, com nosso dia a dia. Quando queremos
dizer que alguma coisa deve cair no esquecimento, dizemos algo como “isso
é coisa do passado”. Mas será mesmo que o passado está tão esquecido
assim, tão lon- ge de nosso tempo presente?

KAMIRA/WITR/MICHAEL ROSSKOTHEN/RAMCREATIONS/SHUTTERSTOCK.COM. MONTAGEM: TIAGO TEPASSÉ


Jesus Cristto, ontem e hoje, é o
mesmo e o será para sempre.
Hebreus 13.8 (ARA)

Você já pensou que tudo à nossa volta tem uma história?


Qual será a história da comunicação? Dos meios de transporte
que existem? Das construções ou até o valor histórico de
elementos da natureza como certas árvores, rios ou montes?
Será que, se tudo tem uma história, na verdade o tempo
presente é uma continuação do passado?
Será que o passado está mesmo mais presente do que
podemos supor?

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CA PÍ
As civilizações do
Oriente Médio
TULO
A região do Antigo Oriente Próximo, na Idade Antiga, compreende principal-
mente a região que chamamos de Oriente Médio na atualidade.
Nessa região, desenvolveram-se civilizações da Idade Antiga que marcaram a
cultura de nossos tempos.
Entre essas civilizações, destacam-se os povos da Mesopotâmia (sumérios,
amo- ritas, acadianos, babilônicos, assírios, caldeus), os fenícios, os hebreus e os
persas.
Localize
No mapa Civilizações do Oriente Médio na Idade Antiga, circule as regiões que estudaremos nes- te capítulo: S

MAPAS: VESPÚCIO CARTOGRAFIA DIGITAL


Civilizações do Oriente Médio na Idade Antiga Oriente Médio – atualidade

Mar Negro

TURQUIA
Mar Cáspio
ÁSIA MENOR
CHIPRE
Mar
Mediterrâneo LÍBANO SÍRIA
ISRAEL
Mar Cáspio JORDÂNIA
IRAQUE IRÃ
Nínive
ASSÍRIA
Mar Mediterrâneo CHIPRE Ass r
KUWAIT
EGITO
BAHRAIN
DESERTO DA SÍRIA CATAR
ACÁDIA EMIRADOS ÁRABES UNIDOS
ARÁBIA SAUDITA
Jericó Babilônia
Lagash Susa Trópico de Câncer
BABILÔNIA
Uruk Persépolis
Ur
EGITO SUDÃO OMÃ
PÉRSIA

ERITREIA
ARÁBIA IÊMEN
0445 km
SAARA ETIÓPIA

Trópico de Câncer
0330 km

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Por ter formato de lua crescente, a região do Antigo Oriente, onde estão os
rios Nilo, Tigre e Eufrates, foi chamada de Crescente Fértil.

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Depois das inundações, que aconteciam todos os anos, os Glossário
rios baixavam e voltavam ao seu leito normal, deixando uma Húmus – material orgânico excelente para a fer
cama- da de húmus de aproximadamente oito centímetros. Essa
camada tornava as terras agricultáveis.
Com o desenvolvimento de

VESPÚCIO CARTOGRAFIA DIGITAL


técnicas agrícolas, e tendo à Crescente Fértil
disposição ferra- mentas adequadas e
terras cultiváveis, os grupos humanos Mar Negro

dessa região tive- ram condições de,


ao longo dos anos, au- mentar suas
Mar Cáspio
produções culturais e eco- nômicas e
ASSÍRIA

passar de pequenos grupos a


civilizações organizadas em aldeias e, Mar Mediterrâneo

depois, a civilizações estruturadas como


verdadeiras cidades.
As maiores civilizações antigas lo-
calizavam-se perto de rios e ficaram co- EGITO
nhecidas como civilizações fluviais. Trópico de Câncer
Região do Crescente Fértil
En- tre elas estão: a egípcia, no vale
0390 km

do Rio Nilo; a mesopotâmica, entre os


rios Tigre e Eufrates; a chinesa, nas
O Rio Nilo…
proximidades dos rios Hoang-ho e atualmente, garante a sobrevivência de quase um décimo da populaçã
Yang-tsé.
Observe, no mapa abaixo, a localiza-
ção dessas civilizações.

As primeiras civilizações da Antiguidade

Círculo Polar Ártico

ÁSIA
EUROPA
Romanos
OCEANO Gregos Hebreus/ Chineses
ATLÂNTICO Fenícios
Egípcios Persas
Trópico de Câncer Índianos
OCEANO
PACÍFICO
ÁFRICA
Equador 0˚

Trópico de Capricórnio

OCEANO
ÍNDICO
OCEANO
PACÍFICO

02445 km
Círculo Polar Antártico

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Mesopotâmia
Por volta de 4000 a.C., surgiram as primeiras cidades nessa região, que, por
es- tarem entre os rios Tigre e Eufrates, foram chamadas de cidades
mesopotâmicas.
A Mesopotâmia é uma

VESPÚCIO CARTOGRAFIA DIGITAL


Mesopotâmia
região desértica, banhada por
rios com períodos de cheia ÁSIA MENOR

frequentes. Os rios Tigre e


Eufrates não apre- sentavam CHIPRE
Nínive

regularidade de cheias. Logo, os Mar Mediterrâneo ASSÍRIA


Assur

povos que começaram a se


DESERTO DA SÍRIA
agrupar na região mesopotâmi-
ACÁDIA
Jericó Babilônia
BABILÔNIA
ca, ainda na Pré-História, tinham
Susa
Umma UrukLagash
Mênfis

necessidade de armazenar água EGITO Ur

e de ter estratégias para evitar


inundações inesperadas. ARÁBIA 0245 km

Além da necessidade de or-


ganização para a sobrevivência e
para a produção agrícola, a Localize
região mesopotâmica exigia outro Circule, no mapa acima, a região entre os rios Ti- gre e Eufrates, c
tipo de organização: a militar, pois
era vul- nerável ao ataque de
invasores.
A Mesopotâmia, por estar em uma planície aberta, corria riscos de invasões.
Vários povos passaram por aquelas terras e se consideraram senhores delas.
Desse modo, a região ficou marcada por guerras constantes e por uma frequente
mudança de povos. Por essa razão, costuma-se dizer que não existiu propria-
mente uma “civilização mesopotâmica”, mas “civilizações da Mesopotâmia”.
KAMIRA/SHUTTERSTOCK

Alto-relevo
representando um dos
povos mesopotâmicos,
os assírios, em guerra.

Começaremos, então, a estudar a Mesopotâmia investigando o que os histo-


riadores descobriram a respeito dos povos que passaram por lá e de como

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eles organizaram a história das várias civilizações mesopotâmicas.

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Os sumérios
Você já pensou qual seria a Localize
ci- vilização mais antiga da No mapa abaixo, localize Ur, uma das primeiras cidades do mundo, e circule-a.
humanida- de? Muitos
especialistas afirmam que os
sumérios já haviam organi- zado

VESPÚCIO CARTOGRAFIA DIGITAL


uma civilização na região em que Mesopotâmia
os rios Tigre e Eufrates se en- ÁSIA MENOR

contram, ao sul da Mesopotâmia.


Ur, Uruk, Lagash e Nipur foram Nínive

as principais cidades da região. Al- CHIPRE


Mar Mediterrâneo ASSÍRIA

guns historiadores chegam mes- Assur

mo a considerar Ur e Uruk as cida- DESERTO DA SÍRIA ACÁDIA


Babilônia
des mais antigas do mundo. Essas Jericó
BABILÔN A
Umma Lagash
Susa

cidades eram autônomas (inde- Mênfis Uruk


Ur

pendentes), tinham seus próprios EGITO

governos e sistemas econômicos,


ARÁBIA
apesar de terem uma cultura co-
0245 km

ARÁBI
mum. Esse tipo de organização so- A

cioeconômica autônoma era cha-


mada de cidade-Estado.

As cidades-Estado são um sistema político em que uma cidade é governada por um soberano e te
Fonte de pesquisa: Britannica Online Encyclopedia.

As cidades-Estado das p imeiras civilizações mesopotâmicas eram


governa- das por reis-sacerdotes, chamados de patesi.
Esses reis eram considerados representantes dos deuses na Terra e
contro- lavam todas as terras dos seus domínios. As comunidades agrícolas
precisavam pagar tributos para trabalhar nas terras e, em época de cheias,
construíam mo- numentos a esses soberanos.

Vamos fazer
• É comum encontrarmos a afirmação: a região sumeriana foi o berço
da civilização. O que isso significa?
Provavelmente, foi nessa região que surgiram as primeiras cidades da humanidade, atraindo diferentes povos com

complexas atividades culturais, religiosas e políticas.

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Os acadianos
As cidades sumérias viviam em conflito e nunca se uniram para formar
um Estado centralizado. Por volta de 2400 a.C., os sumérios foram
dominados por um povo do deserto da Arábia que habitava uma região
chamada Ácade, daí a denominação “acadianos”.
Por volta de 2100 a.C., os acadianos também entraram em guerras internas,
o que enfraqueceu sua organização social e política e os tornou vulneráveis ao
do- míno de invasores externos. Hamurábi, patesi da cidade de Babilônia (ou
Babel), foi quem os dominou definitivamente no século XVIII a.C., mas a
Babilônia ainda seria conhecida por ser dominadora de vários outros povos.
Aquele era apenas o primeiro Império Babilônico.

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Localize Deserto da Arábia e Mesopotâmia
ÁSIA MENOR
No mapa ao lado, localize as cidades acadianas de Ur e Uruk.

Nínive

CHIPRE
ASSÍRIA
Mar Mediterrâneo Assur

DESE TO DA SÍRIA
ACÁDIA
Babilônia
Jericó
BABILÔNIA
Umma Lagash Susa
Mênfis Uruk Persépolis
Ur

EGITO

Vamos fazer
ARÁBIA

• Os aca ianos,SAARA
liderados
Teba por Sargão I, que tinha a pretensão de se tornar 0200 km

“soberano dos quatro cantos da Terra”, saíram do deserto da Arábia e


invadiram a Suméria. Como as guerras que as cidades-Estado sumerianas
viviam constantemente facilitaram a invasão acadiana?
( ) Com as guerras, uma civilização só produz armamentos, de forma que
a sociedade passa a ficar sem alimentos.
( X ) Com as guerras, uma civilização sempre perde cidadãos, moradias e
a rotina, o que deixa suas estruturas sociais fragilizadas (diminui a
quanti- dade de trabalhadores e, portanto, a produtividade da
comunidade é pre- judicada, bem como as condições de as pessoas
darem assistência umas às outras). Consequentemente, as guerras
deixam essa civilização desor- ganizada, com dificuldade de se
organizar para resistir a uma invasão.

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O Império Amorita ou Primeiro Império Babilônico
Como vimos, no século XVIII a.C., os acadianos passaram a travar lutas
inter- nas e enfraqueceram sua organização social e política, até que o patesi
Hamurábi, rei da Babilônia, dominou a Me-
Deserto da Arábia e Mesopotâmia

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sopotâmia, unificando a
região sob seu governo. ÁSIA MENOR
Hamurábi era um rei amorita.
Os amoritas já tinham domínio Nínive
sobre a Babilô- nia havia algum CHIPRE
ASSÍRIA
tempo e, assim como os Mar Mediterrâneo Assur

acadianos, chegaram à região


pelo deserto da Arábia. DESERTO DA SÍRIA
ACÁDIA
Babilônia
Jericó
Segundo a tradição judaica, o BABILÔNIA
Umma LagashSusa
UrukPersépolis
nome da cidade que ocuparam, Mênfis
Ur

a Babilônia, deriva do EGITO

hebraico Babel, que significa


“confusão”. ARÁBIA

Tebas
0200 km
SAARA
Glossário
Zigurate – construção cuja base feita de cam

ALocalize
Torre de Babel
Atribui-se
Circule a aos amoritas a criação da Torre de Babel, um zigurate com o qual se pretendia alcançar o céu. Ela teria sido c
Babilônia.
Na Bíblia, no livro de Gênesis, há menção à Torr de Babel. A Bíblia diz que quando os homens se juntaram para a constru

Torre de Babel (1563), pintada por Pieter Brueghel, o Velho.

Vamos fazer
• A origem do nome Babilônia é “confusão”. Em sua opinião, uma
cidade que pertence a um local em que há constantes guerras vive
que tipo de “confusão”?
Há dificuldades na organização social, política e econômica e até mesmo cultural.

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O Império Assírio

KAMIRA/SHUTTERSTOCK
A morte de Hamurábi em 1750
a.C. e uma nova onda de invasões
à região acabaram determinando o
co- lapso do Primeiro Império
Babilônico, que foi conquistado
pelos assírios, em 1300 a.C.
Conhecidos pela extrema cruel-
dade com que tratavam seus inimi-
gos, os assírios dominaram a Meso-
Assírios caçando leões, mostrando, assim, suas
potâmia de 1300 a.C. até 612 a.C. características guerreiras.
Esse povo ocupou o norte da região mesopotâmica, que tinha como capital a
cidade de Assur, nome do seu principal deus. Governados por sacerdotes que
con-
trolavam uma elite de guerreiros cruéis, os assírios viveram seu ogeu durante o
a reinado de Assurbanipal, no século VII a.C.
Assurbanipal transferiu a capital da Assíria de Assur para Nínive, onde cons-
truiu uma famosa biblioteca, conhecida
como Biblioteca de Nínive, com milhares de
Assíria: Nínive e Assur
placas de argila contendo registros do
Mar Negro
conhecimen-
to das pes oas daquela região.
ÁSIA MENOR
Após invadir e dominar o Egito, bem
Mar Cáspio como boa parte do povo hebreu, e
Mar Mediterrâneo CHIPRE
Nínive
ASSÍRIA
Assur
conquistar todo o O iente Médio, os assírios
entraram em de- clínio com a morte do
DESERTO DA SÍRIA

Jericó
ACÁDIA
Babilônia
famoso rei. Em 612 a.C., a cidade de Nínive
Lagash Susa
BABILÔNIA
Uruk
Ur
foi destruída pelos caldeus, que, ao
Persépolis

EGITO
PÉRSIA reconstruírem a cidade de Babilônia,
VESPÚCIO CARTOGRAFIA DIGITAL

ARÁBIA organizaram o Segundo Império Babilônico.


SAARA

Localize
Trópico de Câncer 0330 km

No mapa ao lado, localize Assur, o berço do


Império Assírio, e Nínive, que foi a capital do
Império Assírio no tempo de Assurbanipal.

Vamos fazer
• Há relatos de que os assírios enterravam seus inimigos vivos, cortavam as
cabeças dos líderes dominados e penduravam em postes, torturavam
as pessoas que eram capturadas. De acordo com o que você leu, por que
será que agiam dessa forma?
Os assírios queriam dominar os povos e conquistar outras regiões. Para isso, utilizaram a técnica do terror. Todos
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temiam os assírios.

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O Império Caldeu ou Segundo Império Babilônico
Sob o governo do rei Nabucodonosor, no século VI a.C., os caldeus
reorganiza- ram um breve, mas esplendoroso império.
A nova Babilônia foi caracterizada pela construção de grandes obras públicas.
A mais famosa delas foi a dos Jardins Suspensos da Babilônia, uma das sete
ma- ravilhas do mundo antigo, que, infelizmente, nunca teve suas ruínas
encontradas. Muitas dessas obras da nova Babilônia foram realizadas com o
trabalho de hebreus, escravizados pelos caldeus. Em 587 a.C., Nabucodonosor
destruiu a ci- dade de Jerusalém e deportou milhares de hebreus para o
chamado Cativeiro da
Babilônia, mencionado na Bíblia.
Após a morte de Nabucodonosor, Ciro I, rei persa, invadiu o império.
Desse modo, em 539 a.C., as monumentais civilizações mesopotâmicas caíram
sob do- mínio persa. A partir de então, a região passaria à con-
dição de província de outros povos.
Nabucco é uma ó era do italiano Giuseppe Verdi, es- crita
Disponível em: <www.youtube. com/watch?feature=player_ embedded&
MAARTEN VAN HEEMSKERCK/DOMÍNIO PÚBLICO

Jardins suspensos da Babilônia – Mesopotâmia

Vamos fazer
• Os assírios eram temidos por sua violência e, ainda assim, os caldeus
domi- naram os territórios por eles ocupados. Qual era a fragilidade dos
assírios?
Apesar de grandes guerreiros, os assírios não eram bons administradores e, por isso, perderam o território para os

caldeus.

Mesopotâmia: religião
As bases da religião das civilizações mesopotâmicas foram fixadas pelos sumérios.
Os sumérios e os acadianos tinham um tipo de construção que, com o
passar do tempo, tornou-se um monumento de sua cultura: os zigurates, que
serviram a propósitos religiosos e tornaram-se famosos por sua arquitetura 73
singular.

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A forma em escada dos zigurates indicava que essas construções estavam
entre os céus e a terra, simbolizando a elevação dos homens aos céus e a descida
dos deuses à terra. Os zigurates eram construídos com argila. Como consequên-
cia, resistiram menos ao tempo e às guerras.
Politeístas, os sumérios acreditavam que os homens viviam à mercê das von-
tades dos deuses, os quais deveriam ser cultuados nos zigurates das cidades.

Glossário

AFP
Politeísmo – vários deuses; possibilidade de culto a mais de uma divindade.

Zigurate de Ur – atual Iraque

Cada cidade tinha uma espécie de “de s protetor”, que garantia a proteção
dos homens contra as catástrofes da natureza. Segundo os sumérios, a cidade
era vista como o local de criação do mundo.
Segundo a tradição dos sumérios, os deuses criaram o ser humano a partir
do barro com o propósito de serem servidos por suas novas criaturas. Esse
povo acreditava na existência de vida após a morte, mas achava que essa vida
era vil e deplorável, não havendo nela nenhuma recompensa ou felicidade.
Daí o fato de os mesopotâmicos não terem construído grandes túmulos, como
os egípcios. Suas tumbas serviam apenas para impedir a volta dos mortos à
terra dos vivos.

Integrando conhecimentos
[...] quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo; como o Filho do homem, que não veio para ser serv

Os sumérios acreditavam que os zigurates apontavam para uma relação entre os deuses e os

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Vamos fazer
Durante o governo de Hamurábi, foi redigido um dos mais O Código de Hamurábi…
an- tigos códigos de leis da humanidade: o Código de Hamurábi, foi registrado em escrita cuneiforme, em u
que apresenta um conjunto de 282 penalidades para vários tipos de
de- lito, todas baseadas na Lei de Talião, o princípio legal do
código.
A Lei de Talião prega o princípio do “olho por olho, dente
por dente”, ou seja, a pena de alguém condenado deveria ser
propor- cional ao sofrimento que causou à sua vítima. Leia, a
seguir, alguns artigos do Código de Hamurábi. Depois, responda ao
que se pede.

Artigo 200 – Se um homem arrancou um dente de um outro homem


livre e igual a ele, arrancarão seu dente.
Artigo 201 – Se ele arrancou o dente de um homem vulgar, r, pagará um
terço de uma mina de prata.
Artigo 202 – Se um homem agrediu a face de um outro tr homem
hom que lhe
é superior, será golpeado sessenta vezes diante da assembleia
assem com
um chicote de couro de boi.
Artigo 229 – Se um pedreiro edificou uma casa para um homem, mas não
a fortificou e a casa caiu e matou o seu dono, ess pedreiro será morto.
Artigo 230 – Se causou a morte do filho o do don
on da casa, matarão o filho
desse pedreiro.
Artigo 231 – Se causou a mortte do esscrra o do dono da casa, ele dará ao
dono da casa um escravo equ
uivalente.
Fonte de pesquisa: Hamurábi. Códiggo de Hamurábi
Hamurá – cerca de 1780 a.C. In: Biblioteca virtual de direitos humanos
– Universsid
dade
de de São Paulo. Disponível em: <www.direitoshumanos.usp.br/index.php/
Documentos-anterrio ore
es--%C3
3%A0-cria%C3%A7%C3%A3o-da-Sociedade-das-Na%C3%A7%C3%B5es-
-at%C3%A9-1919/codigo-de-Hamurábi.html>. Acesso em: set. 2014.

1. Escolha um dos art gos e explique como o princípio da Lei de Talião está
contido no Código de Hamurábi.
O aluno precisa tocar no ponto de a pena do condenado ser proporcional ao sofrimento que causou à vítima.

2. Ao ler esses artigos, podemos perceber se há diferenças na pena de acor-


do com a origem da pessoa? Explique.
Sim, pois as penas aplicadas àqueles que cometem delitos contra superiores ou iguais são mais severas do que as

penas aplicadas àqueles que cometeram delitos contra alguém de um patamar social inferior.

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3. Leia o texto a seguir e responda às questões.

Os zigurates são templos característicos da região da mesopotâmia.


Comparti- lham algumas semelhanças com as pirâmides egípcias em seu
formato e na função religiosa. Mas, enquanto as pirâmides egípcias eram
túmulos e realmente seguiam à risca a forma piramidal, os zigurates
mesopotâmicos eram templos para ativida- des sacerdotais, ponto de observação
de astrólogos (também sacerdotes), locais de produções artesanais e
armazenamento de mantimentos e locais de trabalho dos escribas. Quanto à sua
forma, os zigurates eram pirâmides com degraus acentuados. A palavra
provavelmente veio do assírio zaqaru, que significa “elevar-se”. Os
mesopotâmicos acreditavam que o zigurate, enquanto templo sagrado,
represen- tava a possibilidade de o homem ser elevado de sua dimensão
terrena à dimen- são das divindades. Essa crença está nítida no próprio projeto
arquitetônico do templo em sua forma que se assemelha a uma escada de
gigantescas proporções.
Fontes de pesquisa: OLSEN, Brad. Sacred places: 101 spiritual sites around the world. San
Francisco, CA: Consortium of Collective Consciousness, 2000, p. 35. Online Etymology
Dictionary.

a) De acordo com o texto, o zigurate era uma construção que servia à


reli- gião mesopotâmica. O que eram os patesis, para essa religião?
Os patesis eram reis-sacerdotes que representavam os deuses no plano terreno.

b) Que outra função os patesis exerciam nas cidades-Estado sumérias e aca-


dianas, além da religiosa?
Sendo reis, além de sacerdotes, os patesis também dirigiam seu povo administrativamente. Controlavam todas as

terras em seus domínios, portanto, organizavam o trabalho; as comunidades agrícolas precisavam pagar-lhes

tributo para poder plantar e, em épocas de cheias, trabalhar nas construções de monumentos.

Agora reflita: Todos os povos tinham problemas sociais com que lidar: se uma pessoa
WOLKMER, Antônio Carlos. O direito nas sociedades primitivas. In: Fundamentos de história do direito. Belo H
Você concorda que é essencial para o funcionamento de uma socieda- de que ela tenha

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HISTÓRIA
EM AÇÃO Escrita cuneiforme

Entre as grandes contribuições culturais que os sumérios


dei- xaram para a humanidade, uma das mais importantes foi a
escrita. Desenvolvida pelos sumérios e, depois, adotada por
babilônicos, as- sírios e por outros povos, a escrita cuneiforme é
uma das mais an- tigas do mundo. A escrita suméria recebeu esse
nome por causa da forma de cunha dos pictogramas, registrados
em placas de argila com uma espécie de estilete de cana que
servia de “lápis”. Apesar de ainda ser uma escrita simbólica, não
era tão complexa como a hieroglífica e foi importantíssima para o
fortalecimento do Estado, auxiliando na organização da cobrança
de impostos, na administra- ção dos palácios e, sobretudo, na
elaboração dos primeiros códigos de leis da humanidade.

KAMIRA/SHUTTERSTOCK
Glossário
Pictograma – desenho que
funciona como uma palavra
de uma língua escrita, mas
que não tem relação com
os sons da língua falada.

A argila…
era usada como suporte da
escrita porque a região
me- sopotâmica, com seus
dois rios, fornecia muita
argila para os povos que
ali habi- tavam.

Placa de argila com registro da escrita cuneiforme suméria, localizada na região


do atual Iraque.

• Observe, a seguir, alguns pictogramas sumérios e as mudan-


ças pelas quais passaram até assumir sua forma mais
defi- nitiva. Depois, siga os passos descritos para
transcrever a última forma desses pictogramas em sua
própria placa de argila, como faria um sumério no tempo
dele.

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Forma
Forma inicial Forma final
Palavra intermediária
(3100 a.C.) (700 a.C.)
(2400 a.C.)

Estrela, céu

Ir, andar
Pictogramas

Ovelha, rebanho

Canal de irrigação

Fonte de pesquisa: CARBONI, G. Cuneiform Tablets. Fun Science


cience Gallery. Disponível em: <www.funsci.com>.
Acesso em: set. 2014.

Para escrever os pictogramas acima em um table-


1a te de argila, siga
sig os passos abaixo.
1. Providencie um tablete de argila e, com um fio
de náilon, corte uma fatia da grossura de seu
dedo indicador.
2. Umedeça as mãos e amasse a fatia de argila
até que ela fique bem macia. Faça uma bola e,
de-
1b pois, abra-a até formar um tablete.
3. Encontre um graveto de árvore com a grossura
de seu polegar e peça a seu professor que o talhe
em V, como mostra a foto.
4. Comece a desenhar os pictogramas na argila,
2 indo dos triângulos até as retas (use a ponta do
graveto e, depois, o corpo dele).
5. Separe cada pictograma por uma reta e deixe
seu tablete com a escrita cuneiforme secar.
IMAGENS: ADRIANO AGUINA

4 5

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H6_u2c4_064a105.indd 78 11/10/14 9:52 AM
A Palestina
Até agora você viu que foi na região do Oriente Médio que provavelmente
se desenvolveram as primeiras civilizações. Na região mesopotâmica, estabelece-
ram-se os dois impressionantes Impérios Babilônicos e o Império Assírio.
Estudaremos agora a região que corresponde à Fenícia e à Palestina, para
descobrir que rica herança cultural os fenícios e os hebreus, povos que a habita-
ram, também nos deixaram.

Localize

VESPÚCIO CARTOGRAFIA DIGITAL


Crescente Fértil
No mapa ao lado, circule as regiões da Palestina e da Fen

Mar Negro

ASSÍRIA Mar Cáspio

Mar Mediterrâneo

EGITO
Trópico de Câncer
Região do Crescente Fértil
0 390 km

A Palestina foi uma região ocupada por alguns povos, como os hebreus.
Na atualidade, essa região é onde se localiza parte do atual Estado de Israel.
A história dos hebreus é um registro de deslocamentos. Esse povo teve
ori- gem na Mesopotâmia, emigraram para a Palestina e, depois, para o Egito,
retor- nando à Palestina.
Outra civilização que se instalou em uma estreita faixa de terra que, na atua-
lidade, corresponde ao Líbano foi a dos fenícios. Esse povo caracterizou-se
pela arte da navegação e pelo intenso comércio.
Ambos, hebreus e fenícios, podem ser caracterizados como povos do
Medi- terrâneo, pois localizavam-se na costa oriental desse mar.
Os hebreus e os fenícios são chamados de semitas. Receberam esse nome
pois, de acordo com a tradição desses povos, pertenciam à descendência de Sem,
um dos filhos de Noé, cuja história é contada na Bíblia.

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A região da Palestina, no Oriente Médio, compreendia o vale do Rio Jordão
até a costa do Mar Mediterrâneo. O vale do Rio Jordão era a área mais fértil,
própria para a agricultura e para a formação dos povoados e cidades. Mas as
outras loca- lidades eram compostas por montanhas e colinas com solo pobre e
seco, de forma que a porção de terra fértil era pequena.

GUY ZIDEL/SHUTTERSTOCK.COM
Vale do Rio Jordão. Ao fundo, as montanhas da Galileia e Colinas do Golan

Para conhecer a história dos he- Glossário


breus, consultamos a Torá, em que es- Torá – nome dado pelos judeus aos cinco primeiros livros do Antigo Te
Fontes: Online Etymology Dictionary e Online Jewish Encyclopedia.
tão descritas as origens, as Seminômades – pessoas (ou grupo) que se fixam em um lugar determi
peregrina-
ções, as lutas, as leis e a formação des
e povo.
Muitos estudiosos questionam o
uso da Torá como documento histórico-
-científico; no entanto seu valor como
a memória de um p vo é muito grande
e lhe confere a relevância de um docu-
mento históri o. Para os judeus e cris-
tãos, a Tor é a revelação de Deus.

Patriarcas
De acordo com a Torá e as descobertas arqueológicas, os primeiros hebreus
eram seminômades que viviam na cidade de Ur, na Mesopotâmia.
Por volta do ano 2000 a.C., emigraram para a terra de Canaã, na
Palestina. Um homem de Ur, chamado Abraão, recebeu uma ordem de Deus
para deixar sua terra e seus parentes e migrar para uma terra que Deus lhe
mostraria. Obe- diente ao chamado divino, Abraão seguiu até chegar a Canaã.
Na nova terra, os hebreus continuaram a viver como pastores seminôma-
des, organizados em grupos familiares, sob a liderança de patriarcas ou anciãos.
Os primeiros patriarcas foram Abraão, Isaque, seu filho, e Jacó, filho de Isaque.
80

11/10/14 9:52
Jacó teve seu nome mudado para Israel e,

VESPÚCIO CARTOGRAFIA DIGITAL


Rota de Abraão
a partir de então, os hebreus passaram a
ser chamados também de israelitas.
Os israelitas permaneceram nessa re- Mar Negro

gião até que, em um prolongado período


de seca, se estabeleceram em uma
região dominada pelos hicsos. Após a ASSÍRIA
Mar Cáspio

expulsão dos hicsos, os israelitas Nínive

passaram a ser vistos e tratados como


inimigos e foram escravizados pelos
Mar Mediterrâneo
egípcios. Por volta de 1250 a.C., no Mar Morto SUMÉRIA
BabilôniaSusa

entanto, libertaram-se do Egi- to, sob a CANAÃ


Ur
Golfo
DESERTOPérsico
liderança de um homem chamado Moisés, e Possível rota de
Abraão Egito ARÁBICO
Mesopotâmia
retornaram à Palestina, à terra de Canaã, 0310 km

ou Terra Prometida. Esse episódio é


conhecido como Êxodo.
Os judeus…
Localize
de nossos dias descendem dos hebreus, e a Torá é o livro sagrado do judaísmo. A Torá, junto com os livros dos profetas,
Observe a possível rota que Abraão perc

Vamos fazer
• O Êxodo é um importante episó io da história dos hebreus e dos egípcios.
Consulte o dicionário e escreva, no caderno, o significado desse termo,
depois, relacione-o aos breus. De acordo com o dicionário, êxodo significa retirada em massa
de uma população. Foi o que ocorreu no episódio dos hebreus,
h quando se retiraram do Egito. Êxodo também é o nome do livro
da Bíblia que narra esse episódio.

Juízes As tribos hebraicas VESPÚCIO CARTOGRAFIA DIGITAL

Quando foram do Egito à Terra Prometida, Canaã ou Aser Naftali


Mar da
Palestina, os israelitas tiveram de lutar contra os habitan- MarZebulom Galileia
Mediterrâneo
tes do lugar, os cananeus e os filisteus, que já Issacar

estavam estabelecidos na região. Liderados inicialmente Manassés

por Josué, substituto de Moisés, lutaram contra diversas Manassés

cidades e foram vitoriosos. As terras foram divididas Efraim


Gade

entre as doze tribos de Israel. Veja no mapa da próxima Benjamim Rúben
página, a pos- sível rota dos hebreus do Egito a Canaã, e,
Judá
depois, como as tribos de Israel se organizaram na
Mar Morto (Salgado)
Cananeia, após as lutas contra os cananeus e os Simeão

filisteus. 030 km

81

11/10/14 9:52
Localize Possível rota dos hebreus do Egito a Canaã

VESPÚCIO CARTOGRAFIA DIGITAL


Observe a possível rota dos hebreus do Egito até Canaã (habitada pelos fi- listeus e cananeus).
Jericó

Mar Mediterrâneo
CANAÃMar
Salgado

E G I T O

Rio Nilo
Possível rota do Êxodo
0 70 km
Mar Vermelho

Após terem se estabelecido na Terra Prometida, as tribos não estavam sob


a liderança de um único líder, nem tinham um exército per anente. Cada tribo
era liderada pela pessoa mais experiente e, em tempos de guerra ou de
confli- tos internos, juízes eram escolhidos para liderar temporariamente todo o
povo; vencido aquele conflito, deixavam de atuar. Os juízes eram vistos como
pessoas enviadas por Deus para conduzir o povo à liberdade quando os povos
vizinhos o dominavam. Alguns desses juízes são: Otniel, Eúde, Débora, Gideão,
Sansão e Samuel. Samuel foi o último juiz e, a pedido dos israelitas, ele escolheu
um rei.
Vamos fazer
1.O que ocorreu quando o hebreus regressaram do Egito para a Terra Pro- metida?
Os judeus tiveram de enfre tar povos que ali se estabeleceram em sua ausência.

2. De que f rma os hebreus se organizaram após reconquistarem a Terra Pro- metida?


Os hebreus se organizaram em doze tribos. Cada uma delas possuía um líder (pessoas mais experientes ou juízes, em tempos de guerra

Reis
Segundo as escrituras sagradas, o primeiro rei escolhido foi Saul, natural
da tribo de Benjamim. Com ele, houve, pela primeira vez, a centralização de
poder, por volta de 1030 a.C.
82

11/10/14 9:52
Comandando os exércitos israelitas, Saul conseguiu diversas vitórias
contra os filisteus. Foi sucedido por Davi, que reinou entre 1000 e 960 a.C. Davi
conquis- tou a cidade de Jerusalém, transformou-a na capital política e religiosa
do reino e expandiu as fronteiras do território israelita em suas muitas guerras.
Além de exercer as funções reais, compôs muitas canções, a maioria delas
reunida em um livro bíblico chamado de Salmos (do hebraico tehellim, significa
“hino”).
O sucessor de Davi foi seu filho Salomão (960-920 a.C.), que se destacou
como um grande rei. Ele consolidou a monarquia, expandiu ainda mais os domí-
nios israelitas, ampliou as relações comerciais com os fenícios da cidade de Tiro
e construiu grandes edifícios, entre eles um templo para culto a Deus. Tornou-se
um monarca rico e poderoso, mas elevou sobremaneira os impostos.
Depois que Salomão morreu, os israelitas, descontentes com os altos impos-
tos, pediram a um dos filhos do rei, Roboão, que aliviasse a carga tributária. Ro-
boão se recusou a atender o pedido dos israelitas. Por causa dessa recusa, houve
um cisma: parte do povo não reconheceu Roboão como rei.
Formaram-se, então, dois reinos: um ao norte – o de Israel – reunindo dez
das doze tribos, com capital em Samaria, e outro ao sul – o de Judá (dos judeus)
– com duas tribos e capital em Jerusalém. Diversos reis se sucederam nesses dois
reinos, até que, no ano 722 a.C., o reino do norte foi invadido e con-
quistado pelos assírios. O reino de Judá continuou a exist r até o Glossário
Cisma – separação de uma pessoa ou grupo de p
ano 587 a.C., quando foi conquistado pelos caldeus, também
cha- mados de neobabilônicos.

Os primeiros reinados Localize


Observe, nos mapas, os territórios israelitas antes e depois do cis

O cisma

FENÍCIA

Mar Mediterrâneo Sidom Damasco

Tiro Mar Mediterrâneo


REINO DE ISRAEL
Dor

FILISTEIA Jerusalém Rabá


Asdode Jerusalém
Gaza Belém
Hebron DESERTO DA ARÁBIA
Berseba MOABE
MAPAS: VESPÚCIO CARTOGRAFIA DIGITAL

REINO DE JUDÁ
Cades-Berneia EGITO
EDOM

Edom-Gebet

Território do reino
Reino de Saul Reino de Davi Territórios agregados ao reino durante os anos
Reino de Salomão
0 75 km
0100 km

83

11/10/14 9:52
De acordo com o relato da Bíblia, Nabucodonosor, rei da Babilônia,
invadiu Jerusalém, destruiu o templo e obrigou os israelitas a migrarem em
massa para a Babilônia, onde ficaram cativos até o ano 538 a.C. Nesse ano, a
Babilônia caiu sob o domínio dos persas e os judeus tiveram autorização para
voltar à Palestina e reconstruir a cidade de Jerusalém, suas muralhas e o
templo.
Muito tempo depois, Judá foi invadida por Alexandre, o Grande, rei da
Ma- cedônia, e séculos mais tarde, pelos romanos. No ano 70 d.C.,
reprimindo uma rebelião israelita, os romanos destruíram e saquearam o
templo que havia sido reconstruído durante o Império Persa, e os judeus foram
dispersados pelo mundo, no que ficou conhecido como a Diáspora Judaica.

As duas grandes Diásporas Judaicas


Após as duas grandes Diásporas – uma ocorrida no ano 587 a.C. com a migração dos israelitas para a Babilônia

Vamos fazer

Observe, a seguir, as linhas do tempo e explique por que existem diferen- tes registros p
A primeira linha do tempo (superior) registra os acontecimentos dos hebreus, e a segunda, mostra o tempo dos cristãos, que leva em con

84

11/10/14 9:52
Os hebreus: religião e cultura
A Palestina é uma região em que quase só recebe chuva no inverno, e as
re- servas de água são escassas. Ainda assim, os cultivos de trigo, lentilha,
cevada, pepino, cebola, uvas e azeitonas ficaram famosos na região. Além
disso, a ati- vidade pecuária, com destaque para a criação de rebanhos de
ovelhas e cabras, também passou a fazer parte, desde cedo, da história dos
povos que ali viveram. Nas cidades, havia artesãos, ourives, carpinteiros,
ceramistas e mercadores, que, nos tempos de maior prosperidade, faziam
comércio com diversas cidades.

GUALTIERO BOFFI/SHUTTERSTOCK

AFRICA STUDIO/SHUTTERSTOCK
CARBALLO/SHUTTERSTOCK
Oliveira Azeitonas Azeite
MBPROJEKT MACIE BLEDOWSKI/SHUTTERSTOCK

AFRICA STUDIO/SHUTTERSTOCK
ARNON POLIN/SHUTTERSTOCK

Vinhedo Uvas Vinho

O modelo familiar era patriarcal. A princípio, a poligamia foi Glossário


tole- rada, mas posteriormente tal prática foi abolida. Para o casal Poligamia – comumente se re- fere ao casamen

judeu, ter filhos era considerado sinônimo de bênção. Havia


uma lei que determinava que, se um homem casado morresse sem
deixar filhos, um de seus irmãos era obrigado a casar-se com a
cunhada para a família continuar a crescer.
Fundamentados na revelação divina, as obrigações éticas e mo-
rais seriam consequências da relação com o Deus santo, justo e mi-
sericordioso.
85

11/10/14 9:52
Vamos fazer
Observe a pintura a seguir, representação de um evento e de um líder
muito importante na história do povo hebreu.

DIOMEDIA / SUPERSTOCK - FINEART

Os Dez Mandamentos, Rembrandt, 1659

1. Que momento da história do povo hebreu a pintura representa?


( ) “Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da
casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma
grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma
bênção! Aben- çoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te
amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.”
Gênesis 12.1-3 (ARA)
( X ) “No terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito,
no primeiro dia desse mês, vieram ao deserto do Sinai. Tendo partido
de Refidim, vieram ao deserto do Sinai, no qual se acamparam; ali,
pois, se acampou Israel em frente do monte. Subiu Moisés a
Deus, e do monte o Senhor o chamou e lhe disse: Assim falarás à
casa de Jacó e anunciarás aos filhos de Israel […]”
Êxodo 19.1-3 (ARA)

86

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2. Que líder hebreu está representado na pintura?
( ) Abraão.
( ) Isaque.
( X ) Moisés.
( ) Jacó.
3. O que ele segura?
( X ) As tábuas da Lei.
( ) O Pentateuco.
( ) O Antigo Testamento.
( ) A Bíblia.

4. Qual é a importância do objeto que ele segura para a cultura hebraica?


As tábuas da Lei são importantíssimas para a cultura hebraica, pois nelas estão os Dez Mandamentos, ou seja, um

conjunto de leis que regula as relações dos homens, uns com os outros e com Deus.

PESQUISA

A Torá constitui a base da religião

DIOMEDIA / SUPERSTOCK RM
judai- ca e se tornou conhecida e
importante no mundo todo, pois o
cristianismo, religiãoiã que tem uma
relação muito próxima com o judaísmo, a
aceita como norma de o ienta- ção
espiritual, ética e moral. O cristianismo
cri
é a principal religião do Ocide te, por isso
muitas das expressõesõe artísticas
art sobre os
principais eventos e pessoas
pe da história
judaico-cristã foram feitas por europeus.
Nessas obras, os artistas europeus apro-
ximaram as feições do povo hebreu das
feições europeias. Observe esse fenômeno
comparando o Moisés pintado por James
Tissot e o Moisés pintado por Rembrandt
(na página anterior). Faça uma pesquisa
para descobrir como James Tissot chegou
a esse desenho de Moisés e escreva, em
seu caderno, quais diferenças você obser-
va entre as duas representações.
Moisés, James Tissot
(1836-1902)

87

11/10/14 9:52
HISTÓRIA
EM
Festas judaicas
AÇÃO

Como vimos, os hebreus são os ancestrais dos judeus, cuja religião oficial é o
judaísmo.
Além de ser uma religião monoteísta e de ter sido a base para o
cristianis- mo, o judaísmo é uma religião em que o passado é constantemente
lembrado e celebrado. Conheça, a seguir, algumas das principais festas judaicas
e o que elas celebram.

Rosh Hashanah – O Ano Novo Simchat Torá – A Alegria


le da
Judaico Torá
O ano novo para os judeus Os judeus leem a Torá toda
começa quando eles se colocam du- rante o ano em suas
diante de Deus para reavaliar seus congregações. No dia do Simchat
atos diante do mandamento di- Torá, eles leem o último texto do
vino, observar o que devem fazer ano e já recome- çam a leitura
como consequência de seus atos, pelo primeiro texto. Nesse dia, os
bem como observar quais promes- rolos da Torá são ti- rados das
sas e responsabilidades assumi- arcas sagradas em que ficam, e
ram, se as cumpriram ou não, e se toda a comunidade dança ao redor
continuarão a assumi-las. do rabino, que é quem os segura,
Yom Kippur – Dia do Perdão dançando com eles.

É o dia mais santo para os ju- Chanucá – Festival das Luzes


deus, porque é quando eles se Há uma história do povo
apre- sentam diante de Deus para judeu que não é contada no
receber perdão pelos seus pecados. Tanakh (con- junto de livros
Sucot – Festa dos Tabernáculos sagrados do judaís- mo), mas que
eles consideram ver- dadeira: um
É uma festa que dura sete reino tentou proibir os judeus de
dias, nos quais os judeus se estudarem a Torá, come- morarem
mudam para tendas (sucá, cujo suas festas e se reunirem em
plural é su- cot) para se lembrar congregação. Então, um judeu
dos dias em que viveram no chamado Judas Macabeu, unido a
deserto. Há uma maneira seus irmãos, lutou para que voltas-
específica de montá-las, e sem a praticar sua fé e teve êxito.
algumas pessoas, além de fazer as Durante o tempo da proibição, os
refeições do dia nas tendas (o que judeus se reuniam para jogar
é exigido pela festa), ainda aquilo que pareciam jogos de
pernoi- tam nelas. dados, mas eram jogos de estudos
da Torá. Até hoje, os jogos são
jogados nesse dia e um candelabro
de nove velas, o
88

H6_u2c4_064a105.indd 88 11/10/14 9:52 AM


Chanukiá, vai sendo aceso dia
Purim – Festival das Sortes
após dia no período da festa.
O Purim é a festa em que os
Tu Bishvat – Novo Ano das judeus celebram o casamento de
Árvores uma judia, Ester, com o rei persa
Xerxes I (ou Assuero), que liber-
Nessa festa, os judeus se
tou os judeus de uma perseguição.
recor- dam do mandamento divino
Nessa data, a comunidade se
de não tirar das árvores os frutos
reúne para ler e ouvir a história de
que produzem em seus três
Ester, conforme está contada no
primeiros anos e de, antes de se
Tanakh, e as crianças se fantasiam
fartar dos fru- tos dos anos
e ence- nam a história da rainha
seguintes, oferecer, em
para seus pais e familiares.
agradecimento a Deus pelo
milagre da vida, os frutos do Pessach – Páscoa
quarto ano. Atualmente, os judeus A Páscoa dos judeus é a
comemoram essa festa plantando come- moração da saída do povo
árvores com as crianças e se da es- cravidão do Egito.
alimentando dos fru- tos próprios
de Israel.
Fonte de pesquisa: Web judaica. Disponível em:
<www.webjudaica.com.br>. Acesso em: set. 2014.

PESQUISA

Faça uma pesquisa para descobrirri qual é a diferença entre a Páscoa ju-
daica e a Páscoa cristã e escreva suas conclusões no caderno.

Discuta com seus colegas


col e o professor as seguintes questões:
1. Para os judeus, qual é a importância dessas comemorações?
A importância das comemorações para os judeus é recordar sua história, tornando vivas suas tradições, preservando,

assim, sua cultura e crenças.

2. Para você, quais festas simbolizam o passado dos seus ancestrais?


Resposta pessoal.

89
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HISTÓRIA E
COTIDIANO
Sangue na Terra Santa

Em Jerusalém, há agências bancárias, estação rodoviária, boates e as


concorridas piscinas da Associação Cristã de Moços. Ali, como em qualquer outro
lugar, a prioridade das pessoas é encontrar trabalho e dar boa educação aos filhos.
Mas Jerusalém é também um lugar mergulhado na memória de épocas passadas e
vale muito mais como símbolo e mito. De todas as cidades da Terra, só ela é vista
como local de redenção. A Bíblia a menciona 667 vezes. Os judeus têm a
identificação mais antiga com a cidade. O rei Davi a conquistou há trinta séculos e a
transformou na capital do reino unificado de Israel e Judá. Seu filho Salomão
construiu o Primeiro Templo. Para os cristãos, é onde Jesus so- freu, morreu e subiu
aos céus [...]. Para os muçulmanos, é a cidade dos profetas que prece- deram Maomé
e só perde em santidade para Meca e Medina. [....] Só isso seria suficiente para inspirar
emoções em todos os habitantes da região – mas há muito mais, pois dois povos
inimigos, israelenses e palestinos, a reivindicam como capital. [...]

VANDERWOLF IMAGES/SHUTTERSTOCK.COM

Jerusalém em nossos dias

Os judeus governaram Jerusalém por apenas 600 de seus presumíveis 3000


anos de história. Mas criaram sua religião em torno do Templo [...]. O Primeiro
Templo, o de Salomão, foi destruído por Nabucodonosor, rei da Babilônia, em 586
a.C. O Segun- do, construído pelo rei Herodes, em 19 a.C., foi derrubado pelos
romanos em 70. As demolições não ocorreram no calor da conquista da cidade,
mas em represália a re- voltas contra os impérios da época. Uma última grande
rebelião contra Roma, na dé- cada de 130, teve resultados desastrosos: os judeus
foram dizimados e boa parte dos sobreviventes deixou o país. Quando o califa
Omar, sucessor de Maomé, se apossou de Jerusalém no século VII, os judeus
tinham sido proibidos pelos cristãos de entrar

90
H6_u2c4_064a105.indd 90 11/10/14 9:52 AM
na cidade. Foi Omar quem construiu a primeira mesquita na esplanada. Escolheu o
local do antigo templo [de Salomão] para acentuar a continuidade religiosa encar-
nada no Islã. Ironia do destino, o primeiro governante árabe da Palestina, Omar,
foi quem convidou os judeus da Galileia a voltar à cidade e criou o Bairro Judeu [...].
[Os judeus viveram dessa forma até que, há um século atrás, um judeu que vivia
na Eu- ropa, Theodor Herzl, propôs à comunidade judaica que retornasse à
Palestina para a fundação não de um bairro, mas de um Estado.]
[...] Alguns sionistas se encantaram com a oferta, mas a maioria considerou
que um Estado judeu só faria sentido numa terra com a qual tinham vínculos
históricos e afetivos. Com habilidade, conseguiram uma declaração do governo inglês
favorável à fundação de um “lar nacional judaico” e incrementaram a imigração
judaica para a Palestina. Depois da I Guerra [Mundial, 1919] surgiram a Síria, o
Iraque, o Líbano [...] e a Jordânia. A Palestina restante é uma estreita faixa entre o
Mediterrâneo e o Rio Jordão, do tamanho do Estado de Alagoas – é nesse
aperto que hoje israelenses e palestinos precisam for- Glossário
mar dois países. Califa: chefefe supremo ou líder
Em essência, Israel representa a chegada de um espiritualal da religião
relig islâmica
Estado moderno e democrático [...]. A contradição (muçu ulm
m an
nos)
s).

evi- dente é que se tornou inconcebível, no mundo Maomé: líd der religioso e polí-
tico árrabbe. É considerado um
moder- no, uma ocupação militar como a que Israel prroffe a pelos muçulmanos.
exerce nos territórios palestinos. [...] Oficialmente, a S onista: judeus que
guerra acabou em 1993, quando a Organização para a almejam voltar à sua terra,
Libertação da Palestina e Israel assinaram um acordo depois que a perderam na
Diáspora.Depo- sição –
de paz. [...]] Mas o acordo final que levaria à criação destituir, demitir.
do Estado palestino empacou nas duas mesquitas e no
templo [juudaico] des- truído há dois milênios.
Veja/Editora Abril. Texto publicado em 11/10/2000.

1. De acordo com o texto,, quais o os dois principais motivos pelos quais


s
palestinos (árabes) e israelenses
israele (judeus) estão em guerra?
( ) Palestinos e israele ses lutam porque os dois povos querem viver em
um mesmo país,
país mas não decidem qual será a religião oficial.
( X ) Palestinos e israelenses lutam, entre outros motivos, porque querem
Jerusalém como capital de seus países, uma vez que a consideram
importante para sua fé religiosa e história.

2. Como a questão do templo de Salomão é parte, até hoje, desse


conflito entre palestinos e israelenses?
No lugar do antigo templo foi construída uma mesquita pelo califa Omar, o que torna o lugar igualmente importante

tanto para judeus como para muçulmanos. Portanto, o templo de Salomão é parte do conflito até hoje porque envolve

crenças religiosas e outras importantes questões (política, cultura, economia etc.).

91
H6_u2c4_064a105.indd 91 11/10/14 9:52 AM
Os fenícios
Tanto os israelitas quanto os fenícios tiveram de desenvolver suas sociedades
em uma região pouco favorável à agricultura.
Esse desenvolvimento foi ainda mais desafiador para os fenícios do que para
os hebreus, já que a Fenícia localizava-se em uma estreita faixa de terra,
limitada a leste, por montanhas e, a oeste, pelo Mar Mediterrâneo.
Em consequência de suas condições territoriais, os fenícios aproveitaram
o litoral extenso a que tinham acesso e que lhes proporcionava diversos locais
para a construção de portos.

Localize
Localize e circule a região da Fenícia no Antigo Oriente e compare-a com a atual região do Líbano (país que a

MAPAS: VESPÚCIO CARTOGRAFIA DIGITAL


Antigo Oriente L
bano

Mar Mediterrâneo
ÁSIA MENOR Trípoli

Nínive

CHIPRE Biblos
Baalbeck
Mar Mediterrâneo ASSÍRIA
Assur
LÍBANO
BeiruteZahle

DESERTO DA SÍRIA ACÁDIA


Jericó Babilônia
Umma Uruk Susa
Lagash
Mênfis Sidon
Ur

EGITO

Tiro
ARÁBIA
0 2 km
Colinas de Golã

0245 km

Os historiadores consideram que os fenícios começaram a ocupar e


desen- volver seu território por volta do ano 3000 a.C., quando fundaram as
cidades de Ugarit, Biblos, Tiro, Sidom e Béritos. No entanto, só a partir de 1500
a.C. teriam passado a controlar o comércio marítimo e a estabelecer entrepostos
comerciais. Como a Fenícia era passagem obrigatória para as caravanas que
iam da Me- sopotâmia para o Egito, os fenícios sempre tinham comerciantes
em suas terras e, como se tornaram excelentes marinheiros, compravam
produtos mesopotâ- micos e egípcios e os levavam para serem vendidos em
outros portos do Mar
Mediterrâneo.
92

11/10/14 9:52
Localize

VESPÚCIO CARTOGRAFIA DIGITAL


Rotas comerciais da Fenícia
No mapa ao lado,
observe as rotas
comerciais fenícias e as
diversas colônias que
foram fundadas em função
OCEANO
ATLÂNTICO da sua expansão
marítima em Chipre,
Sicília, Sarde- nha, na
EUROPA Península Ibérica e no
Mar Negro Norte da África, com
destaque para Cartago.

ÁSIA
SARDENHA

Tinge
Cartago
CRETA
CHIPRE Biblos
Sidon T ro Moluscos…
Mar Mediterrâneo são animais invertebrados que vivem no m
Cirene

ÁFRICA Leptis

Mênfis
Fenícia
Rotas comerciais
0335 km

Os fenícios eram excelentes comerciantes. No começo, ofere-


ciam os produtos de sua própria região para os vizinhos:
madeira de cedro-do-líbano (o mesmo material do qual seus
barcos eram feitos), e tecidos pintados com extrato do Murex, de

MARAFONA/SHUTTERSTOCK
cor púrpura.
Depois, passaram a oferecer praticamente tudo o que fosse
possível no Mediterrâneo. Vendia vinho, azeite, móveis, joias, fer-
ramentas, armas, tecidos, peles e escravos aos clientes, que abran-
Murex pecten, utilizado pelos fenícios.
giam desde ingleses até gre os.
Muitas vezes, praticavam o escambo, trocando mercadorias
que carregavam por produtos locais.

As cidades fenícias
Os fenícios não experimentaram uma unidade política em todo seu território.
A civilização fenícia era formada por cidades-Estado.
Como vimos, as cidades-Estado tinham autonomia política, com governo pró-
prio, moeda própria, leis específicas, mas pertenciam a uma única civilização,
por- que tinham em comum as crenças, os valores e a história da formação do
povo.
Na Fenícia, cada cidade-Estado era liderada por um rei, que governava até a
sua morte, passando o poder para seus filhos ou descendentes próximos. O 93
rei governava com o apoio de sacerdotes, comerciantes, administradores e

11/10/14 9:52
membros

11/10/14 9:52
de um conselho de anciãos, representantes das famílias mais ricas. E o poder
de cada cidade fenícia era demonstrado por sua força marítima. Essa forma
de governo foi denominada talassocracia.
A sociedade fenícia era composta, além dos reis, por funcionários do gover-
no, sacerdotes, comerciantes, pessoas livres e escravos. Na cidade de Tiro,
os mercadores se dedicavam ao comércio de escravos, vendendo prisioneiros
de guerra adquiridos de outros povos.
Muitos dos homens livres e escravos se ocupavam do cultivo
Glossário de trigo e de oliveiras, além da extração de madeiras nobres,
Talassocracia – significa, lite- ralmente, “governar (krateîn) o mar (thálassa, thálatta)”. Não significa governar pelo mar, mas se submeter a
so- bretudo o cedro. Outros se dedicavam à atividade de
artesanato, produzindo tecidos, joias de ouro e de prata,
perfumes, armas, cerâmica, vidros coloridos e tintura para
tecidos. Outros trabalha- vam como marinheiros.
Os fenícios não tinham condições natu-

GRUPO KEYSTONE/SHUTTERSTOCK
rais que favorecessem a prática da agricul-
tura, como os egípcios e os meso-
potâmicos. No entanto, souberam
transformar suas dificuldades em
oportunidades. Por terem madeira
de qualidade, tornaram-se exímios
construtores de navios e, por esta-
rem próximos ao Mar Mediterrâ eo,
Esquema de barco
tornaram-se grandes naveg fenício – galé
dores.

Integrando conhecimentos
Nisso vocês exultam, ainda que agora, por um pouco de tempo, devam ser entristecidos por todo tipo d

Muitas pessoas justificam suas frustrações pessoais apontando os obstáculos encontrados na

Havia também, na Fenícia, uma grande atividade de importação. Além


da- quilo que os fenícios compravam para revender, eles também adquiriam
metais, pedras preciosas, cavalos, cereais, marfim, entre outros produtos que
não conse- guiam produzir ou encontrar em suas terras.
94

11/10/14 9:52
A cidade fenícia Gebal,
por volta do ano 1400 a.C., era o local onde os gregos compravam papiro (ú – biblos) dos fenícios, que o obtinham

ANTON_IVANOV/SHUTTERSTOCK
Sítio arqueológico em Biblos

Vamos fazer
Complete a pirâmide das classes sociais da Fenícia, escrevendo as princi- pais atividades encontra

Grandes comerciantes, funcionários do governo

Pequenos comerciantes, artesãos e homens livres

Escravos.

95

11/10/14 9:52
Fenícios: religião e escrita
Os fenícios eram politeístas e adoravam divindades identificadas com as
forças da natureza e com as necessidades relacionadas a essas forças. Baal (se-
nhor) era o título usado para designar vários deuses, como Astarte, Baalat e
Tanit. Yarih era o deus da Lua, Shamash, o deus do Sol, e Reshef, o deus da guer-
ra. Os cultos eram realizados ao ar livre e em lugares elevados. Em cerimoniais a
Baal Hammon, muitas vezes eram sacrificadas crianças em vez de animais.
A mais importante contribuição dos fenícios para a nossa época foi a elabora-
ção de um sistema de escrita. Em virtude da necessidade de registrar as transa-
ções comerciais, os fenícios desenvolveram um sistema relacionando 22 caracte-
res com 22 sons de consoantes. Essa escrita, mais simples que a da Mesopotâmia
e a do Egito, permitia registrar, de modo prático, qualquer vocábulo. Esse
alfa- beto foi divulgado pelas rotas comerciais dos fenícios. Desse alfabeto
surgiram
os alfabetos grego, latino, árabe, hebreu e indiano. ente, os gregos
Posterior acrescentaram as vogais a essas consoantes. Com sformações, esse
algumas tra alfabeto tornou-se a base do nosso alfabeto.

PESQUISA
Faça uma pesquisa sobre o que é escrita alfabética e escreva, em seu caderno, o que

Vamos faz r

1. A qual civilização se atribui o primeiro registro escrito?


( X ) Aos sumérios, por meio da escrita cuneiforme.
( ) Aos fenícios.
( ) Aos assírios.

2. Por que dizemos que os fenícios foram os primeiros a criar o alfabeto se a


escrita já existia?
A escrita dos sumérios era feita com símbolos complexos, assim como a dos antigos egípcios. Atribuímos o primeiro

alfabeto aos fenícios, que agilizaram os registros escritos com o uso de novos códigos.

96

11/10/14 9:52
HISTÓRIA E
COTIDIANO
O cedro do Líbano

O cedro do Líbano é o

DIAK/SHUTTERSTOCK
símbolo do país. Ele está
presente na bandeira liba-
nesa, por simbolizar força e
imortalidade. Essa espécie
de árvore pode viver cente-
nas de anos. Antigamente,
as montanhas da Fenícia
eram cobertas de cedro.
Veja como o cedro do Lí-
bano marcou sua presença
ao longo da História:
• Os fenícios emprega-
vam sua madeira na
construção de embarcações, utilizadas para nave-
gação no Mar Mediterrâneo e no Oceano Gllossário
Atlântico. Cedro – árvore símbolo nacio-
nal do Líbano.
• Segundo a Bíblia, o rei Salomão construiu seu fa-
fa
moso templo com a madeira dos cedros libaneses.
• A madeira do cedro era perfumada e utilizada pee-
los faraós do Egito para mumificar os mortos.
Atualmente, existe a Associação Amigos da Floresta dos Cedros, que tem por
objetivo o plantio de novas mudass de ceedros nas montanhas libanesas, além do
reflorestamento da região que jáá foi devastada.
Disponível em: <www.libano.org.br/olibano_ocedro.html>
Acesso em: set. 2014.

• Qual o significado do cedro para os antigos fenícios e para os


libaneses na atualidade?
Para os antigos fenícios, o cedro era uma importante mercadoria, pois comercializavam a madeira com diversos povos

e também construíam embarcações. Na atualidade, o cedro é o símbolo desse país e há esforços para que volte a ser a

madeira que se destaca nas montanhas libanesas.

97
H6_u2c4_064a105.indd 97 11/10/14 9:52 AM
A Pérsia
Por volta de 1300 a.C., enquanto os assírios erguiam seu império na Mesopo-
tâmia, outros povos, no Leste Europeu, iniciavam a ocupação do que hoje chama-
mos de Planalto do Irã. Esses povos, chamados de medos e de persas, ocuparam
uma vasta região montanhosa a leste da Mesopotâmia até o limite do Rio
Indo, na atual Índia.

Localize

VESPÚCIO CARTOGRAFIA DIGITAL


Império Persa
Observe, no mapa ao lado, a extensão do Império Persa durante o reinado de Ciro.

ÁSIA
EUROPA
Mar Negro Mar Cáspio

IMPÉRIO PERSIA

MESOPOTÂMIA

Mar Mediterrâneo

Persépolis

ÁFRICA Mar Arábico

Império Persa Mesopotâmia

0420 km

Localizado em uma região montanhosa e de clima predominantemente seco,


o Império Persa não tinha, c mo o mesopotâmico, grandes rios para a agricultu-
ra. Por esse motivo, os persas desenvolveram uma forte política de conquistas e
destacaram-se como grandes comerciantes.
Em pouco mais de cem anos, os persas dominaram e organizaram um
vasto império de cinco milhões de quilômetros quadrados, que englobava
territórios do Egito à Índia. Foi o maior império (em extensão de território)
conhecido até então. Mas como os persas alcançaram essa proeza? Como
conseguiram, em tão pouco tempo, conquistar tantas regiões? A resposta pode
ser resumida em uma só palavra: organização. Seus reis foram, ao longo da
História, responsáveis por uma administração de Estado nunca antes vista.

Ciro
A grande saga do Império Persa começou durante o reinado de Ciro, o Grande
(559-530 a.C.). Depois de unificar as tribos dos medos e dos persas, Ciro
iniciou uma política de expansão do território, conquistando a Lídia e a
Mesopotâmia, entre outras regiões. Em 539 a.C., Ciro conquistou a Babilônia.
Após sua morte, seu filho e sucessor, Cambises, deu continuidade à política
imperialista. Durante seu reinado (530-522 a.C.), os persas conquistaram o
decadente Egito.
98

11/10/14 9:52
Para lembrar!
Enquanto Ciro, o Grande, começava a unificação dos medos e dos persas e expandia a área de dominação desses povos, d
Os sumérios, acadianos, amoritas (Primeiro Império Babilônico), assírios e caldeus (Segundo Império Babilônico)

Vamos fazer
Observe, no mapa do Império Persa, por onde Ciro começou suas conquis- tas e até onde se esten
a Lídia, circulando-a de vermelho;
a Mesopotâmia, circulando-a de amarelo;
o Egito, circulando-o de laranja.

VESPÚCIO CARTOGRAFIA DIGITAL

Império Persa

Mar Negro Mar Cáspio

LÍDIA
ASSÍRIA

Mar Mediterrâneo
Babilônia
Rio Jordão

Persépolis
EGITO PÉRSIA

ARÁBIA

Mar Arábico0370 km

99

11/10/14 9:52
Dario
Com a morte do rei Cambises II, um golpe de Glossário
Es- tado colocou o general Dario no trono. O Sátrapa – da antiga língua per- sa, kshathra, signifi
Fonte de pesquisa: Online Etymology Dictionary.
governo de Dario I (521-486 a.C.), o Príncipe da
Pérsia, foi marcado, principalmente, pelas inovações
na administração do império.
Como governar um império tão grande e com tan-
tos povos dominados? Dario resolveu dividir o
território em províncias, chamadas satrapias. O
império possuía
28 satrapias, que tinham relativa liberdade política, já que cada uma era
gover- nada por um sátrapa, subordinado ao rei. Apesar do poder político
dividido, Dario implantou uma série de medidas centralizadoras, a fim de obter
maior eficiência na administração. Os sátrapas eram fiscalizados por funcionários
reais chamados “olhos e ouvidos do rei”, que lhe comunicavam qualquer ato de
insubordinação. Para isso, era necessária uma comunicação rápida. Dario const
uiu a Estrada Real, que ligava as satrapias à nova capital do Império, Persépolis.
A Estrada Real persa…
tinha 2500 km de extensão e contava com 111 fortificações de apoio aos viajantes. Nessas forti- ficações, u

Localize

VESPÚCIO CARTOGRAFIA DIGITAL


O Império
No mapa ao lado, localize a região do Império Persa
Persano
e atempo
Estrada
de Real
Dario I, a Estrada Real e circule Persépolis.

Mar Negro

TRÁCIA Bizâncio

FRÍGIA ARMÊNIA Mar Cáspio


Atenas Sardes PÁRTIA
Éfeso LÍDIA
Esparta Mileto Mileto ASSÍRIA
Creta Nínive HIRCÂNIA
Assur BACTRIANA
Chipre Ecbátana

Mar Mediterrâneo Tiro Damasco MEDIA


Babilônia Susa
Jerusalém ARACÓSIA

EGITO MênfisPersépolis
PÉRSIA
ARÁBIA
GEDRÓSIA
H
Pérsia primitiva Conquistas de Ciro Conquistas de Cambises Conquistas de Dario
Estrada Real

0420 km
O

Para facilitar as relações comerciais e a administração, Da-


rio também unificou o idioma do império, de forma que toda a
região passou a falar oficialmente o aramaico. Além disso, ele
O dárico criou uma moeda única para todo o império: o dárico, uma moeda
100

11/10/14 9:52
de 8,4 gramas de ouro

ARAZU/SHUTTERSTOCK
com a imagem dele.
Ao tentar invadir a
Grécia, Dario foi derro-
tado na Batalha de
Ma- ratona (490 a.C.).

Ruínas do palácio de
Dario em Persépolis

Vamos fazer
Dario administrava um império com diferentes culturas e foi um gover- nante centralizador. Unifico
Não, as medidas administrativas certamente mantiveram o império unificado por certo tempo, mas ao desconsiderar as diferenças culturais, impondo um

Xerxes
Após a morte de Dario, seu filho Xerxes realizou novas campanhas contra os
gregos, um povo do continente europeu. Mas acabou derrotado nas Guerras
Mé- dicas (490-449 a.C.), assim chamadas porque, para os gregos, os persas e
os me- dos representavam um único povo. Após inúmeras revoltas e imperadores
fracos, o grande Império Persa foi conquistado pelo exército de Alexandre, o
Grande, imperador da Macedônia, no ano de 330 a.C., e posteriormente,
fragmentou-se em inúmeros reinos.

A Macedônia e o fim do Império Persa


Apesar de as Guerras Médicas terem enfraquecido bastante o Império Persa,
somente com a invasão de Alexandre, o Grande (imperador da Macedônia, uma
região que fica próxima à Grécia), ele chegou ao fim. O Império Persa foi ficando
enfraquecido devido à pressão dos gregos da Ásia Menor, logo após Xerxes ter
invadido o Helesponto (estreito atualmente chamado de Dardanelos, que liga o
Mar Egeu com o Mar de Mármara), cobrado altos tributos e também ter obrigado
os cidadãos gregos a participarem do exército persa.

101

11/10/14 9:52
Localize Macedônia e Império Macedônio

VESPÚCIO CARTOGRAFIA DIGITAL


Observe, no mapa ao lado, on- de fica a Macedônia e que re- giões foram conquistadas pelo macedônio Alexandre, o Grand

Mar Negro
Mar Cáspio
MACEDÔNIA

Atenas Sparta
Chipre
Mar Mediterrâneo

Babilonia PÉRSIA

Alexandria
EGITO Persópolis

Conquistas de Alexandre, o Grande


0455 km

Vamos fazer
• Assinale o mapa que demonstra quais regiões se enfrentaram nas
Guer- ras Médicas.

TURQUIA

IRÃ

EGITO
Trópico de Câncer

ÍNDIA

0 1 115 km

MAPAS: VESPÚCIO CARTOGRAFIA DIGITAL

MACEDÔNIA

GRÉCIA

IRÃ

Trópico de Câncer

0670 km

102

11/10/14 9:52
Persas: religião

VLADIMIR MELNIK/SHUTTERSTOCK
Não foi só no campo da administração política que
os persas inovaram. No campo da cultura, essa civilização
dei- xou muitas heranças para o mundo atual. Como em
todas as civilizações antigas do Oriente, o
desenvolvimento da cultu- ra persa está ligado ao
pensamento religioso.
A religião persa foi organizada no século VII a.C. por
um profeta chamado Zaratustra (ou Zoroastro, em grego).
Em sua obra, Zend Avesta, Zaratustra pregava uma
reli- gião dualista, ou seja, com uma força do bem,
chamada Ahura-Mazda, em conflito com uma força do
mal, chama- da Arimã. Zaratustra afirmava que as
pessoas escolhiam o caminho que queriam seguir. O
zoroastrismo pregava também a vinda de um messias
para anunciar a vitória de Ahura-Mazda. Os reis eram Túmulo de Dario, o Príncipe da Pérsia,
constantemente vistos como representantes do bem, em forma de cruz e com uma inscrição
mas não eram sacerdotes (como os reis mesopotâmicos, em honra a Ahura-Mazda, o deus persa
do bem
os patesis), nem mesmo se divini- zavam (como os faraós
egípcios).
Glossário
Dualismo – ideia comum em diversas religiões que ensina a existência do bem e do mal.
Messias – consagrado, libertador, salvador.

Vamos fazer

1. No Zend Avesta, livro sagrado dos persas, Zaratustra afirma: “O que lavra
a terra com dedicação tem mais mérito religioso do que poderia
obter com mil orações sem nada fazer”. Como o fato de o Império Persa
ter sido um dos maiores impérios do mundo antigo pode ter sido
influenciado por essa crença?
A frase citada enaltece o trabalho. Como viviam em uma região onde a agricultura era difícil, pelo clima seco e as terras

montanhosas, os persas foram em busca de outros campos cultiváveis, expandindo seus domínios.

2. Como o Império Persa acabou?


O Império Persa acabou ao ser dominado por Alexandre, o Grande, em 330 a.C. Isso deveu-se ao fato de o Império

estar enfraquecido, pois, ao estender seus domínios além do Helesponto, aumentou a pressão sobre os gregos da

Ásia Menor, impondo-lhes tributos mais pesados e forçando-os a servir em seus exércitos. Esses fatos geraram

muita insatisfação da parte dos gregos, desencadeando guerras entre os povos, o que deixou o Império Persa

vulnerável a ataques inimigos.


103

11/10/14 9:52
HISTÓ RIA
E ARTE
Contos persas

Os persas são famosos por seus contos, e muitos deles sobreviveram ao


tem- po. Leia, a seguir, um texto antigo que foi considerado um dos mais
famosos contos persas.

O gato e o rato
Conta a lenda que havia, certa vez, um gato de forma e pelo muito bonitos. Ele
estava a passear pela vinícola do rei quando ouviu um rato, que já tinha bebido
bas- tante vinho, dizendo:
— Eu queria encontrar um gato agora. Eu pularia em cima dele e acabaria com
ele.
O gato então foi até o rato e o surpreendeu com as seguintes palavras:
—Você disse, rato, que queria encontrar um gato. Seu pedido foi atendido. O que
você vai fazer?
O rato, muito assustado em ver o gato, foi logo tentando se justificar:
— Oh, grande gato, eu estou bêbado e desejei o que não sabia. Mas eu sei que
tudo o que gostaria de fazer se estivesse diante de um gato é servi-lo.
— Mentiroso! – disse o gato. — Eu estava aqui o tempo todo e ouvi que você
queria me matar.
E então, o gato caiu sobre o rato e o comeu.
Depois, o gato se arrependeu de ter comido o rato e foi para um templo
sagrado para conseguir perdão. Ele chorou e chorou dizendo que se arrependia de
ter matado um rato.
Enquanto o gato falava essas coisas, um rato que passava por ali ouviu tudo e
achou que o arrependimento do gato era sincero. Correu para o rei dos ratos e con-
tou-lhe a boa notícia:
—Ouça, grande rei, ouvi um gato
arrepen- dido de ter matado um dos nossos.
O rei dos ratos e todas as famílias de seu
reino ficaram felizes e resolveram levar presen-
tes para o rei dos gatos para acordarem uma
paz entre gatos e ratos.
Quando os ratos das melhores famílias
chegaram diante do rei dos gatos com seus
presentes, o gato que tinha estado
arrependido não se controlou e matou e
comeu todos eles, exceto um, que conseguiu
DOMÍNIO PÚBLICO

fugir.

Fac-símile da página do conto em um antigo


livro persa, disponibilizado pela edição
dos contos persas de Hartwell James.

104
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O rato que fugiu voltou ao seu povo e anunciou ao rei tudo o que tinha
acontecido. O rei dos ratos ficou furioso e reuniu um exército de 300 ratos para
invadir o reino dos gatos.

DOMÍNIO PÚBLICO
A luta foi terrível e os ratos chegaram a
achar que a perderiam, mas aí alguns ratos
consegui- ram matar o rei dos gatos e
prenderam o gato que tinha matado seus
companheiros, já que ele tinha desmaiado
durante a batalha.
O gato foi transportado até o reino dos
ratos, e, quando acordou, foi julgado pelo rei. O
rei dos ratos decidiu que o gato tinha de ser
enforcado. Mas os ratos, vendo-o acordado,
ficaram com medo de se aproximar dele.
Vendo os ratos com medo, o gato encheu-se de
coragem, soltou-se das correntes e matou todos
os ratos do reino, incluindo o rei.
JAMES, Hartwell (Org.). ue cat and the mouse – a
book of persian fairy tales. Livro em domínio público,
disponibilizado pelo Projeto Gutenberg em janeiro de 2008. Fac-símille da pá
ágiina do conto em um
Tradução feita para esta obra. Disponível antigo
o livro pe
er a, disponibilizado
em: pela edição dos contos persas de
<www.gutenberg.org/files/24473/24473-h/24473-h.htm>. Hartwellll James.
Ja
Acesso em: set. 2014.

1. Em sua opinião, o antigo conto persa expllora


ra qu
ual dos temas a seguir com
mais destaque? Resposta pessoal.
( ) As lutas e o modo como
ela
la sempr
pr geram mais lutas.

( ) A luta pela honra de grupos d ferentes.


( ) As estratégias de
e paz e g erra.

2. De que partes da história você se lembrou para marcar a alternativa que


escolheu no exercício
ci anterior? Reescreva-as com suas palavras.
Resposta pessoal derivad
ada da questão anterior.

3. Que características da cultura persa você identifica nos temas trabalha-


dos no conto?
( X ) A cultura de guerra.
( X ) A presença do cultivo das terras e dos animais.
( ) A cultura marítima.
( X ) A presença da religiosidade.

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