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EVOLUÇÃO TERRITORIAL E POLÍTICA DO IMPÉRIO ROMANO

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Ana Patricia de Menezes SILVA¹

A grande extensão territorial, principalmente em seu auge, do Império Romano fez


com que o fosse marcado na história como o terceiro maior Império do mundo. Para entender
tanto sua evolução, como a magnitude dessa expansão, é necessário retroceder. Por volta de
2.000 a.C, na região da península itálica, ocorreram ondas migratórias provenientes dos
povos indoeuropeus. Estas ocupações se deram em diferentes regiões da península, uma
delas localizou-se na região do Lácio. É conhecido que este território, por ser bem abastado
de recursos, foi desenvolvendo-se notoriamente, de forma que, ao longo dos anos, outros
povos foram fazendo parte, o comércio crescia e o que era um povoado, cada vez mais,
transformava-se em uma região avançada. Roma foi fundada no séc. VIII a.C.
A sua evolução territorial e política foi um processo complexo que se estendeu por vários
séculos. O Império Romano teve início em 27 a.C., quando Augusto se tornou o primeiro
imperador de Roma, e durou até 476 d.C., quando o Império Romano do Ocidente foi
derrubado pelos bárbaros germânicos. A expansão territorial do Império Romano foi sendo
constituído, não de uma vez só, mas através de conquistas, aos poucos. Ao longo desse
período de expansão, Roma conquistou e governou uma vasta extensão de território que se
estendia desde o norte da África até a Europa Ocidental e Oriental, e da Península Ibérica
até o Oriente Médio. No seu auge, o império ia desde o norte da África até a Grã-Bretanha
e do Atlântico até a Mesopotâmia. A conquista e administração desses vastos territórios foi
um desafio para Roma, e exigiu um sistema político e administrativo eficiente.
Após a conquista da península itálica, Roma iniciou uma campanha de expansão que
a levou a conquistar a Grécia, o Egito, a Síria e a Macedônia. A conquista desses territórios
trouxe novos recursos e riquezas para o império, o que ajudou a financiar novas campanhas
de conquista. Uma das principais razões para a expansão territorial do Império Romano foi
a sua necessidade de garantir as suas fronteiras e proteger o império de ameaças externas.
Para tanto, Roma construiu uma série de fortificações e muros ao longo das suas fronteiras,
incluindo a famosa Muralha de Adriano na Grã-Bretanha e o Limes Germanicus na
Alemanha. Além disso, a expansão territorial do Império Romano também foi motivada pelo
desejo de espalhar a cultura romana e os seus valores por todo o mundo conhecido da época.
Como resultado, Roma impôs a sua língua, o latim, como língua oficial em todas as suas
províncias e estabeleceu um sistema de educação e formação para difundir a sua cultura.
É possível dividir o Império Romano em três fases históricas importantes: Roma
Antiga, Roma Republicana e Roma Imperial. Outros acontecimentos foram marcos
históricos e também possuem grande valor para a história do império, porém não são o
enfoque desta resenha.

1 Estudante do curso de letras pela UFPB / CCHLA


Para além da evolução territorial, podemos dizer que a política do Império Romano
foi caracterizada por uma combinação de centralização e descentralização. A centralização
era vista como necessária para garantir a unidade do império e sua capacidade de responder
a ameaças externas e internas. A descentralização, por outro lado, era necessária para garantir
a lealdade e cooperação dos povos conquistados, que eram autorizados a manter suas
próprias instituições e leis locais. Dada a grande extensão do Império Romano, esta
descentralização era um fator chave para conseguir abarcar diferentes povos dentro dessa
vasta unidade territorial. Através da expansão e das conquistas, a língua latina foi entrando
em contato com os diferentes povos, tanto da península itálica e da península ibérica, como
de outros territórios.
Durante o período do Império Romano, a região que hoje é Portugal fazia parte da
província romana da Hispania. A conquista da região pelos romanos teve início em 218 a.C.
e foi concluída no século I d.C. Durante esse período, a região passou por significativas
mudanças sociais e políticas, com a introdução do latim como língua oficial e a adoção de
instituições romanas. Com o tempo, o latim falado pelos romanos na região foi evoluindo e
se diferenciando de outras variantes do latim faladas em outras partes do Império Romano.
Essa variedade evoluída do latim, conhecida como latim vulgar, acabou por dar origem às
línguas românicas, incluindo o português.
Ainda sobre a organização política do Império Romano, é conhecido que ela era
caracterizada por um sistema de governo imperial centralizado, com o imperador sendo a
figura-chave do sistema. O território era dividido em províncias e o imperador era
responsável pela nomeação dos governadores provinciais, que eram encarregados da
administração local, o que ajudava a manter o controle sobre províncias mais distantes.
Em termos de legado, a evolução territorial e política do Império Romano deixou
uma marca duradoura na história da Europa e do mundo. A sua organização política e
administração, bem como a sua influência cultural e linguística, continuam a ser estudadas
e valorizadas até os dias atuais. A história do território que hoje é Portugal, em particular,
foi significativamente moldada pela presença romana e pelas suas políticas administrativas
e culturais.
No século XII, com o surgimento do primeiro reino de Portugal, o português
começou a ser usado oficialmente como língua de governo. Durante os séculos seguintes, a
língua portuguesa continuou a evoluir e a se desenvolver, absorvendo influências de outras
línguas, como o francês e o italiano. Hoje, a língua portuguesa é falada por mais de 250
milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo em Portugal, Brasil, Angola, Moçambique
e outros países. A sua evolução territorial e política, desde o período do Império Romano até
os dias atuais, desempenhou um papel importante na formação e desenvolvimento da língua
portuguesa, que continua a evoluir e se adaptar às necessidades dos falantes em todo o
mundo.

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