Concorrência e disputa por mercados

A primeira guerra mundial, conhecida como Grande Guerra conflito armado ocorrido entre as
principais potências mundiais, marcou profundamente século XX. Hostilidades entre os países
remontam a segunda metade do século XIX, embora a maioria dos combates tenham
acontecido no território europeu teve também repercussões mundiais, afetando também o
Brasil

Segunda revolução industrial, países europeus além dos eua e Japão, modernizaram
rapidamente, graças ao desenvolvimento de novas técnicas, manter os altos níveis dessa
produção industrial, países precisavam cada vez mais de fontes de energia, matérias-primas e
mercados consumidores

Para garantir os mercados, países passaram a invadir e ocupar territórios na asia, África e
américa, em um processo que ficou conhecido como imperialismo ou neocolonialismo
(processo de disputa entre as potencias industriais que levou a conquista e a dominação do
território por outros estados)

Disputa econômica aumentou as unificações políticas da Alemanha e da Itália entre 1870 e

1871, essas regiões se encontravam dividias em vários estados. Centralização do poder, países
passaram por um rápido processo de crescimento industrial, entraram na disputa por
territórios e mercados. Mais países europeus industrializados, disputas por mercados, mais
concorrência

Nacionalismo e crença no progresso

Graves problemas sociais enfrentados pelas potências imperialistas, concentração de renda,

desemprego e ebulição social, elites europeias viviam um clima de euforia. Acreditavam no
progresso e se consideravam superiores aos demais povos.

Cada país sentia mais forte e mais importante que os demais, e esse sentimento era
compartilhado por todas as camadas da população. Disputas econômicas por novos mercados
somaram-se as rivalidades movidas pelo nacionalismo

Nacionalismo- ideologia de exaltação da nação e de valorização do estado movidas pelo

sentimento de pertencer a uma comunidade nacional, com idiomas, hábitos, características,
étnicas e tradições próprias

Um barril de pólvora prestes a explodir

Cenário de concorrência econômica e nacionalismos exacerbados estimulavam as disputas e os

conflitos entre os países da Europa. Região passo a se destacar nesse contexto de tensões e
luta: dos Bálcãs

Países da península balcânica (Grécia, Bulgária, servia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro e

Albânia) obtiveram independência do império turco otomano, estava enfraquecido. Duas
potencias disputam a região: a Rússia, aliada a servia, buscava ampliar sua área de influência e
o império austro-húngaro pretendia incorporar a Bósnia. Disputa pelo domínio da região dos
Bálcãs uma das causas diretas da primeira guerra

Construção das alianças militares

Rivalidades econômicas e nacionalistas, ideia de que aconteceria uma guerra total foi tomando
corpo na Europa
Conflito armado, pais ou grupo de países, poderia vencer os demais, tomando-lhes mercados e
impondo-lhes sua hegemonia. Ânimos se exaltavam e os meios de comunicação, jornais,
revistas, e cartazes dos diversos países, incentivaram ideias e atitudes belicosas (violentas)

Países que tinham rivais comuns formaram alianças para enfrentá-los em um possível ataque.
Essas alianças eram circunstanciais e não representavam amizade entre os países do acordo,
eram concorrentes no plano econômico, naquelas circunstâncias, uniram-se contra países
rivais que atrapalhavam seus interesses. Todos tinham convicção da vitória, jornais e revistas
dos países envolvidos nas rivalidades repercutiram a certeza da superioridade nacional e a
inferioridade dos rivais

A paz armada e a eclosão da guerra

Período que se seguiu a formação do tríplice entente e a tríplice aliança conhecido como paz
armada. Países europeus preparavam-se para um ataque, investindo em armamentos e as
populações se exaltavam com a possibilidade de uma guerra. É como se faltasse um estopim,
um incidente que a deflagrasse

1914 esse incidente ocorreu: príncipe herdeiro do império austro-húngaro, Francisco

Ferdinando, assassinado durante uma vista oficial a cidade de Saravejo, na Bósnia, região
dominada pelo império austro-húngaro. Visita fazia parte do esforço diplomático austríaco
para reforçar os laços dos bósnios com seu império

Atentado praticado pela organização servia Mão negra. Sérvios adeptos do pan-eslavismo não
admitiam que a região balcânica como um todo- e a Bósnia, em específico- estivesse dominada
pelos austríacos

Imperador austríacos considerou que o atentado contava com o apoio do governo da Servia e
declarou guerra a esse país. Em outras circunstâncias, provavelmente esse conflito seria
localizado, envolvendo os dois países. A tensão espalhada pela Europa e com as alianças
militares recém-formadas, a guerra se generalizou

Rússia ficou ao lado da servia no conflito e declarou guerra a austria-hungria, Alemanha a

tomou o partido dos austríacos e declarou guerra a Rússia, os outros países do tríplice entente
e do tríplice aliança se uniram a um lado ou a outro. Exceção foi a Itália que inicialmente se
manteve neutra. Começava a primeira guerra

A mundialização da guerra

Após a eclosão da guerra, outras nações ingressaram no conflito e em meio a esse

enfrentamento, colônia tiveram de se alinhar om suas metrópoles. Países independentes da
Europa, américa e a asia, foram pressionados na se posicionar a favor de uma ou de outra
aliança

Turquia e a Bulgária aderiram a tríplice aliança, Japão, Romênia e a Grécia juntaram-se a

tríplice entente, Itália que mudou de lado na expectativa de receber territórios austríacos e
trucos, em caso de vitória

Capitalismo se espalhou de tal forma pelo mundo que uma guerra entra as principais potencias
afetava todos os outros países, direta ou indiretamente

Brasil e a primeira guerra

Economia brasileira sofreu muito, pois houve uma sensível redução das exportações do país o
que levou muitos produtores agrícolas a falência e desemprego. Diminuição das importações
provocou escassez de produtos e aumento de custos de vida

Porém também houve um lado positivo, dificuldades nas importações incentivaram a indústria
nacional, passou a produzir no país o que não podia ser importado

Participação feminina na guerra

Mulheres trabalhavam nas fabricas não ultrapassavam 30% das ocupações. Partida dos
homens para a guerra provocou um aumento da participação feminina nas fabricas, sem os
homens mulheres passaram a ocupar os empregos na produção de armamentos, comercio e
setor de serviço

Maior participação das mulheres no mercado de trabalho fortaleceu sua luta por direitos
políticos, aos posteriores á guerra conquistaram o direito ao voto em grande número de países
europeus, participação feminina na política, atividades econômicas e cultura não deixou de
crescer

Entrada dos eua muda o rumo da guerra

1917 rumos do conflito ainda estavam indefinidos, eua participavam economicamente da

guerra até então com empréstimos e fornecimento de suprimentos para a Tríplice Entente
temiam a derrota de seus aliados. Abril de 1917, navios dos eua afundados por submarinos da
Alemanha, causou profunda indignação da opinião publica estadunidense levou o governo a
declarar guerra á Alemanha

Tríplice aliança sofreu sucessivas derrotas. 1918 Rússia vivia uma revolução comunista em seu
território, fez acordo de paz com os alemães e deixou o conflito, saída da Rússia tríplice
entente, cada vez mais impunha derrotas aos países inimigos.

Tríplice aliança, Alemanha combatia os países da Entente, com dificuldades cada vez maiores.
Presidente estadunidense encaminhou, uma proposta de armistício, visando “paz sem
vencedores” e ao cessar-fogo imediato

População alemã, apoiou um movimento que depôs o imperador Guilherme II proclamou a

Republica, governo republicano assinou rendição e tríplice entente saiu vitoriosa

Promessa feita aos alemães não se cumpriu, países da tríplice entente trataram a Alemanha
como culpada pela guerra impuseram-lhe um serie de punições, perdas de territórios e
pagamento de altas indenizações

Tratamento que os alemães receberam ao final dos conflitos, pode ser considerado uma das
causas da segunda guerra mundial, liderados por Adolf Hitler, alemães buscaram se vingar da
humilhação que sofreram

Embora fizesse parte da tríplice aliança, Itália lutou ao lado da tríplice entente acordos com a
Inglaterra e a França. Final do conflito também se sentiu derrotada, grandes perdas humanas e
econômicas, pais insatisfeito com os territórios que recebeu por sua colaboração. Frustrados
italianos sentiram-se traídos pelos britânicos e franceses

Trágicas consequências
Consequências da primeira guerra dramáticas para a Europa. Boa parte do continente arrasada
e precisava ser reconstruída. Milhões de pessoas morreram, ficaram feridas, ficaram órfãs.

Termos econômicos, prejuízos foram tantos que não seria exagero afirmar que mesmo os
vencedores saíram perdendo, tempos de reconstrução se seguiram á guerra foram difíceis e
muita pobreza. Crença cega no progresso e superioridade desapareceram. Populações tiveram
de encarar a dura realidade após o conflito: contar os mortos, calcular as perdas e superar os
traumas

Novos países, novas experiencias

Mapa da Europa foi redesenhado, Alemanha perdeu território e novos países surgiram nos
territórios tomados dos países perdedores do conflito

Oriente médio desintegração do Império Turco Otomano redistribuiu regiões antes dominadas
pelos turcos para potenciais europeias: Síria e Libano ficaram sob “mandato francês”; Iraque,
Jordânia e a Palestina sob domínio inglês. Palestina se tornaria uma região de intensos
conflitos entre palestinos e judeus

Liderança do capitalismo mundial se transferiu para os eua, parque industrial estadunidense

ficou intacto e passou a atender os mercados antes dominados pelos países europeus

Esse conflito ainda criou um ambiente propicio para a eclosão de uma Revolução Comunista na
Rússia

Tratado de Versalhes

Janeiro de 1919, representantes dos principais potenciais mundiais, reuniram-se na cidade

francesa de Versalhes para discutir o plano de paz proposto pelos eua. Resultado nas
negociações foi a redação do tratado de Versalhes. Os signatários do documento, não
cumpriram a promessa de paz feita aos alemães. Alemanha foi considerada culpada pela
guerra como:

- Perdeu todas as suas colônias e parte de seu território (1/8)

- Foi obrigada a manter uma área desmilitarizada na fronteira com a França

- Teve seu exército reduzido para 100 mil pessoas, e sua marinha, para 16 mil

- Teve seu território dividido em duas partes pelo chamado “corredor polonês”, uma faixa de
terra que ligava a Polonia ao mar báltico

- Foi obrigada a pagar 33 bilhões de dólares aos países da Tríplice Entente, como indenização
pelos custos da guerra

Uma experiencia inédita

Revolução russa acontecimentos mais importantes do século XX regime comunista implantado

pelos revolucionários russos durou quase todo o século e se encerrou apenas no início da
década de 1990, evento impactou todo o mundo até o brasil

Regime comunista- sistema de governo em que o estado é o proprietário dos meios de

produção e controla as atividades econômicas, sociais e culturais do país
Rússia as vésperas da revolução

Império russo tinha cerca de 22 milhões de quilômetros quadrados, cerca de 170 milhões de
pessoas que faziam o país o terceiro mais populoso do mundo. Predominância dos povos
eslavos

Desde o século XVI vigorava na Rússia o czarismo, sistema político de tendencia despótica.
Apoiado em um nacionalismo religioso, sustentado pela Igreja Ortodoxa Russa. Czarismo é
uma autocracia, czar mantinha a população sob rígido controle por meio da vigilância e da
repressão às manifestações de descontentamento

85% da população russa vivia no campo, em condições bastantes difíceis. Embora a servidão
tivesse sido abolida em 1861, camponeses continuavam a ser explorados pelos grandes
proprietários

Primeira década do século XX aceleração do processo de industrialização na Rússia, ex-

camponeses encontraram emprego nas fabricas á formação do proletariado industrial russo,
condições de trabalho eram difíceis, e os operários viviam em situação de pobreza

São Petersburgo, sede do governo importante centro industrial. Construção da cidade

absorveu padrões de arquitetura, equipamentos urbanos e sociabilidade de outras capitais
europeias, refletindo interesses de ocidentalização do governo dos czares. Setores
intelectualizados da população e a burguesia industrial buscavam aproximação com o
pensamento liberal ocidental, sistema czarista afastava a Rússia do projeto político liberal

Apoio dos grandes proprietários de terras, igreja católica ortodoxa e da Oksana (foça policial
secreta) czar mandava perseguir, prender, executar ou expulsar do país aqueles que se
manifestavam contra a organização política vigente

Concentração fundiária, superexploração dos trabalhadores do campo e dos operários e o

czarismo desagradavam a grande maioria da população russa, situação se assemelhava muito
á da França antes da revolução de 1789 russos não tardariam em manifestar sua insatisfação

Oposição ao czarismo

Apesar do absolutismo do czar partidos políticos organizaram-se na Rússia para lutar por
mudanças, destacou-se o Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR) de inspiração
marxista que pretendia implantar no país um regime socialista

Um partido político e as perspectivas de mudanças

Fundação do POSDR em 1898 conseguiu organizar mais sistematicamente a luta contra o

czarismo na Rússia, primeiros anos composto em sua maioria de exilados políticos viviam fora
da Rússia, reuniam no exterior e enviavam as propostas, clandestinamente, para simpatizantes
que continuavam na Rússia, precisavam atuar com discrição

1903, divergências partidárias levaram a formação de dois grupos: mencheviques e os

bolcheviques

Mencheviques- defendiam aliança com a burguesia russa para derrubar o czarismo e estimular
completamente capitalismo na Rússia criando condições para mais tarde haver a luta pelo
comunismo
Bolcheviques- propunham que operários e camponeses derrubassem o czarismo sem contar
com a burguesia e implantassem diretamente o comunismo

1905: as primeiras experiencias revolucionarias

1905 milhares de pessoas decidiram fazer uma manifestação pacífica em frente ao palácio
imperial, pretendiam expor seu descontentamento com as péssimas condições de vida e
entregar ao czar um documento contendo suas reivindicações

Como reposta, czar ordenou que seus soldados atirassem na população provocando um
grande massacre, conhecido como Domingo Sangrento

Repercussão sobre o acontecimento ampliou a indignação popular. Greves e motins ocorreram

camponeses passaram a queimar propriedades, tripulação de um dos navios de guerra mais
importantes da Rússia uniu-se aos revoltosos. Setores descontentes da elite discutiam a
possibilidade de uma monarquia constitucional, entre as camadas populares havia
reinvindicações para o estabelecimento de uma republica democrática

Foi em meio a esse movimento que surgiram os primeiros conselhos operários ou soviéticos-
comitês populares pretendiam organizar os operários em seus locais de trabalho, discutir e
decidir sobre ações revolucionar e mobilizar a população contra czar.

Ele aceitou dividir o seu poder com o Parlamento, chamado duma, implantando na Rússia uma
monarquia constitucional. Quando os parlamentares passaram a critica-lo, czar dissolveu a
duma, substituindo-a por um Parlamento eleito pelo voto censitário. Em 1907 czar tinha
adquirido seus poderes absolutistas. Forte repressão do czarismo, movimento revolucionário
de 1905 resultou em experiencias sociais que mudariam a história da Rússia

A primeira guerra mundial e as novas revoluções

Participação russa na primeira guerra mundial foi desastrosa:

- Pouco mais de um ano russos perderam 11.7 milhão de soldados, mandados para o front sem
preparo e sem suprimentos suficientes

- 25% de suas indústrias foram destruídas

- Os prejuízos de produção agrícola foram incontáveis

- Faltavam alimentos e bens de consumo em todo o país

- A miséria agravou-se

Descontentamento popular sovietes se reorganizaram com muito mais força do que em 1905
passaram a atuar nas fabricas e nas unidades militares, mobilizando população e orientando-se
sobre como agir diante dos problemas que cresciam desde do início da guerra.

1917 violência, destruição e mortes, movimentos revolucionários fizeram que o ordenamento

vigente por mais de quinhentos anos na Rússia desmoronasse

Fevereiro de 1917: a revolução menchevique

Operários fizeram greve e os soldados amotinaram-se nas frentes de combate que deveriam
reprimir a população. Mobilização popular coordenada pelos sovietes conquistou o apoio de
políticos liberais, setores da elite econômica, soldados e marinheiros. Fortalecido movimento
conseguiu em 27 de fevereiro de 1917 derrubar definitivamente o czar e instaurar uma
república

Rússia czarista utiliza-se o calendário juliano que tem 13 dias de diferença com o calendário
gregoriano, é por isso que as datas registradas pelos russos não coincidem com as do ocidente

Institui-se um governo provisório, composto de mencheviques e liderado pelo advogado russo

Alexander Kerensky deveria dirigir o país ate que se convocassem eleições

Fim do czarismo, havia esperança generalizada de que ocorressem profundas modificações na

organização política, econômica e social da Rússia, novo governo contou com o apoio da
grande maioria da população, incluindo bolcheviques

Medidas tomadas por Kerensky ficaram aquém das aspirações e das necessidades da
população:

- Rússia permaneceu na primeira guerra

- Nobres mantiveram suas grandes propriedades

- Operários continuaram a receber baixos salários

- Fome e a miséria persistiram

Únicas mudanças realmente profundas aconteceram na politica da Rússia, liberdade de

expressão conquistadas suspendeu-se censura aos jornais e em um primeiro momento,
exilados puderam voltar ao país

Outubro de 1917: revolução bolchevique

Exilados políticos autorizados a voltar para a Rússia, governo de Kerensky estava Vladimir Ilyich
Ulpiano ficou conhecido como Lenin, principal líder dos bolcheviques avaliou a situação e
concluiu que já era possível implementar o socialismo na Rússia, bolcheviques e lançou as
palavras de ordem “paz, terra e pão” resumir a proposta do partido e incentivar o povo russo a
fazer uma nova revolução, sovietes que assumissem o poder no lugar do governo provisório

Outubro de 1917 tudo preparado para outra nova revolução, levaria implantação de um
governo socialista, congresso de sovietes decidiu-se a deposição do Governo Provisório e a
instituição do Conselho dos Comissários do Povo, caberia tomar as primeiras medidas para
direcionar a Rússia ao socialismo

Conselho dos comissários do Povo preocupou-se em não repetir os erros do Governo

provisório para não decepcionar novamente a população, primeiros meses de seu governo
houve divisão de terras entre os camponeses, operários assumiram controle das indústrias,
bancos nacionalizados ampla campanha de alfabetização de operários e camponeses iniciada.
Mulher foi nomeada ministra, direitos das mulheres ampliados, muitas etnias que viviam na
Rússia antes reprimidas, puderam expressar suas tradições culturais, um novo exército
(exército vermelho) criado sob a liderança de Leon Trotsky, também era membro do grupo
bolchevique e participou da revolução

Março de 1918 Rússia se retirou da primeira guerra, assinando com a Alemanha o tratado de
Brest-Litovsk, país se comprometeu a ceder territórios e pagar aos alemães uma indenização
de 6 bilhões de marcos

Guerra civil a oposição entre os projetos socialistas e capitalistas

Medida que os bolcheviques implementavam o socialismo na Rússia, resistências ao novo
regime aumentavam dentro e fora do país

Fim da primeira guerra países europeus voltaram-se contra a Rússia traição por ter se retirado
dos conflitos. Repreensões sinalizavam o temor dos países capitalistas de que a experiencia
socialista desse certo e se alastrasse

Ao mesmo tempo opositores dos bolcheviques formaram um exercito para tentar depor o
governo revolucionário, contando com auxilio das potencias europeias, 1918 guerra civil russa
contrapôs os bolcheviques aos seus opositores

1921 liderança de Lenin bolcheviques venceram a guerra civil mas a um custo altíssimo, país
ficou devastado e milhões de pessoas morreram, processo de centralização politica foi
fortalecido com o estabelecimento de um partido foi fortalecido com o estabelecimento de um
partido único. Nome da emergência da guerra sovietes deixaram de ser consultados pelo
conselho dos comissários do povo o poder jamais voltaria a ser descentralizado na Rússia
comunista

A luta pela sucessão de Lenin

1924 após a morte de Lenin intensa luta política para definir sucessão do governo da URSS.
Dois lideres disputaram a indicação do Partido Comunista: Trotsky considerado um herói da
revolução e da vitória na guerra civil e Stalin responsável pela organização do Partido
Comunista

Stalin foi o vitorioso, seu conhecimento sobre o funcionamento do Partido Comunista e

controle da máquina partidária pesaram a seu favor.

Chegada ao poder longo período de terror, perseguições intensas a todos aqueles que não
obedeceram às ordens desse governo, á ditadura stalinista houve a centralização total das
decisões, censura aos meios de comunicação, prisões, tortura, mortes, eliminação física e
historiográfica de lideranças que não eram alinhadas a Stalin foram praticas comuns ate sua
morte, em 1953

Consequências e repercussões da revolução russa

Superadas as dificuldades iniciais, revolução comunista trouxe a Rússia um progresso material

extraordinário. Condições de vida da população melhoraram investimentos em educação,
habitação, saúde e alimentação, feitos e assegurados a todos, níveis superiores aos realizados
anteriormente. Economia se desenvolveu cerca de trinta anos após a revolução, a urss já era
uma das maiores potenciais do mundo

Do ponto de vista político, consequências não foram positivas. Projeto bolchevique prometia a
abolição de todas as formas de dominação e a construção de uma sociedade igualitária, sem
classes sociais, se viu ao longo do tempo substituição de uma forma de opressão por outra e a
troca de uma classe dominante por um partido hegemônico. Saíram de cena o czar, nobreza e
burguesia, entraram partido comunista e os burocratas do governo

Âmbito internacional experiencia russa consolidou-se como uma ameaça ao capitalismo,

partidos comunistas estabeleceram em muitos países, diferentes ugares, trabalhadores
sentiram-se encorajados a organizar sindicatos, greves e manifestações não só para atender a
pautas sociais de estabelecimentos mas mudanças de ordem política. Passou a se inspirar em
uma referencia efetiva
Países capitalistas reprimiam duramente os militantes comunistas, ora faziam concessões
sociais para evitar que o povo viesse a se mobilizar apesar das reações, outras revoluções
aconteceriam no mundo

Para um país em mudança, um novo regime

No fim do século XIX, elites cafeeiras, industrias, camadas médias urbanas e militares
acreditavam que o regime republicano traria as mudanças que o brasil precisava, defensores
da Republica tivessem muitas divergências entre si concordavam que regime monárquico nem
o imperador dom Pedro II eram capazes de acompanhar as transformações econômicas pelas
quais o país tinha passando nem de assegurar a tranquilidade política. 1889 grupos apoiaram o
golpe que pôs fim á monarquia e deu origem a Primeira República brasileira, ate 1930

Os antecedentes

Serie de acontecimentos importantes trouxe mudanças ao país e desgastes á monarquia,

império passou a ser considerado incapaz de acompanhar o ritmo de modernização,
provocado em especial pelos recursos da exportação do café. Elite cafeicultora considerava
que a monarquia impedia sua expansão econômica

Grupos econômicos ligados a produtos de agro exportação, que não viviam um bom momento
econômico, ressentiam do que consideravam ser falta de apoio do governo. Movimento
abolicionista ganhou força, resistência dos escravizados e ex-escravizados, pressão da
Inglaterra e a adesão de setores das camadas medias urbanas, militares e elite cafeicultora
ideias abolicionistas fizeram da manutenção da escravidão um fator de desgaste para a
monarquia

Lei áurea assinada em 13 de maio, setores agrários que queriam a manutenção da escravidão
deixaram de apoiar o imperador, os abolicionismos avançava, cafeicultores do Oeste paulista
substituíram seus escravizados por trabalhadores livres, imigrantes vindos da Europa e da Asia.
Acreditavam que a escravidão, pratica abolida em quase todos os países do mundo, era um
sinal de “atraso” para o país

Guerra do Paraguai custosa e longa para a economia, mobilizou recursos e tropas, aumentou a
dívida externa do pais. Vitória fator de grande desgaste para o imperador, na volta da guerra
os militares reivindicaram a maior participação na vida politica do brasil. Descontentamento os
aproximou do movimento republicano

A república proclamada

15 de novembro de 1889, tropas comandadas pelo marechal Deodoro da Fonseca ocuparam o

quartel-general do Exercito no RJ. Movimento tirou dom Pedro do poder e proclamou a
republica no Brasil, instalou-se no país um governo provisório liderado pelo Fonseca

Senadores, deputados, jornalistas, membros da oligarquia e conselheiros do estado aderiram a

Republica. Estado não tenha dito um caráter de levante ou revolução popular, Republica se
instaurou em um contexto de crise e insatisfação

República vem do latim “res publica” que significa coisa pública. Regime político em que os
governantes eleitos pela população devem governar segundo o interesse comum do povo

Estabelecido o novo governo, preciso escolher “projeto republicano”

- Dos militares positivistas, que queriam um governo centralizado e forte;

• o das oligarquias estaduais, especialmente a cafeeira, que defendiam o federalismo, ou seja,
que os estados tivessem autonomia administrativa;

• o das camadas médias urbanas e da burguesia industrial, que pretendiam

alcançar maiores espaços de participação política e a aceleração da modernização econômica;

• o dos republicanos radicais, que defendiam ampla participação popular no novo regime.

Redefinição de símbolos

Marcar a mudança do regime na história do brasil, criou-se um símbolo que apresentasse a

Republica de forma positiva no imaginário e no cotidiano da população, pessoas que compõem
um grupo ou um país reconhecem os símbolos e atribuem a eles valores de identificação,
aumenta o apoio da população ao que eles representam

1889 oficializada a bandeira para o brasil, e em 1909 foi a vez de criar um hino nacional

Um herói de apelo popular foi uma vítima da monarquia portuguesa, Tiradentes. Sua figura foi
aproximada a de Jesus Cristo e Tiradentes passou a ser representado como um mártir da
Republica. Resgate da imagem de Tiradentes era um critica ao regime monárquico,
determinado sua execução e a associação do regime republicano a luta pelas ideias da
liberdade

Uma constituição para a república

Diretrizes do novo governo, redigir uma constituição pautada por princípios republicanos.
Assembleia constituinte, primeira constituição deixou claro quais grupos (militares, oligarquias,
classes médias urbanas, burguesia) tiveram maior força política para implantar seu projeto

A constituição de 1891

Foi promulgada em 24 de fevereiro de 1891, inspirada nos princípios republicanos clássicos

(separação e autonomia entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário) e na constituição
dos estados unidos

- Brasil passou a se chamar República dos Estados Unidos do Brasil, reflete o federalismo como
forma de organização do Estado

- províncias passaram a se chamar “estados” e ganharam grande autonomia administrativa

- República constituída de três poderes: executivo, judiciário e legislativo

• Os membros dos poderes Executivo e Legislativo passaram a ser escolhidos pelo voto direto,
em eleições a cada quatro anos. Tinham direito ao voto os homens brasileiros, alfabetizados,
maiores de 21 anos, independentemente da renda

- Igreja católica foi separada do Estado. Os nascimentos, casamentos e óbitos passavam a ser
registrados em cartórios.

• A liberdade de associação e de reunião sem armas foi assegurada.

• Os réus passaram a ter maior direito de defesa, e foi instituído o habeas corpus

Eleições periódicas e diretas, liberdade religiosa e associação e o habeas corpus, são alguns
direitos constitucionais de 1891, assegurados no brasil
Anos iniciais da república marcados por intensas lutas politicas entre oligarquias, militares e
camadas médias urbanas

A república da espada

Dois primeiros presidentes brasileiros foram marechais do exército: Deodoro da Fonseca e

Floriano Peixoto, período conhecido como república da espada, prevaleceram os interesses
dos militares e da burguesia urbana

Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto incentivaram a industrialização do país,

desestimulando as importações e oferecendo crédito a indústria, opunham-se interesses de
setores da oligarquia, defendiam que a economia brasileira continuasse em seus modelos
tradicionais: base agroexportadora, governo disposto a atender seus interesses. Proprietários
rurais, preferiam “engolir” o governo dos militares a correr o risco de ver os monarquistas de
novo poder. Fortalecidos pela constituição federalistas, podiam governar seus estados
conforme seus interesses

A república dos cafeicultores

assegurar os interesses das oligarquias rurais, os paulistas lançaram seu próprio candidato nas
eleições de 1894. Prudente de Morais vitorioso e governou o Brasil entre 1894 e 1898. Iniciou-
se, assim, o período que ficou conhecido como “República das Oligarquias”, em que as
medidas de incentivo à indústria dos primeiros governantes republicanos desaceleraram,
cedendo espaço para os incentivos à agro exportação, como expansão de crédito e garantias
de absorção da produção agrícola, mesmo que isso resultasse em ônus aos cofres públicos.
Embora a industrialização do Brasil não tenha sido totalmente interrompida, ela passou a
ocorrer em um ritmo muito mais lento e muito dependente de iniciativas individuais, como as
de cafeicultores do Oeste paulista que destinavam parte do lucro com o café para a montagem
de indústrias, quase sempre voltadas ao mercado interno. Com isso, o país continuou
dependente da importação de produtos industrializados e da exportação de produtos
agrícolas, como café, borracha, açúcar e algodão. Essa orientação econômica durou até 1930,
quando as oligarquias foram tiradas do poder federal.

Tempos áureos da borracha

1879 e 1910 borracha produtos mais importantes e mais rentáveis do Brasil, produto chegou a
corresponder a 25% das exportações brasileiras, atras apenas do café. Segunda revolução
industrial grande demanda internacional por produtos derivados da borracha, pneus para
carros e bicicletas, instrumentos cirúrgicos e de laboratórios, extraia-se o látex matéria-prima
para a produção da borracha

Seringueiros eram mal remunerados, donos dos seringais predominantemente oriundos de

famílias tradicionais locais, comerciantes envolvidos com a borracha ganharam muito dinheiro
nessa época. Várias nacionalidades vieram a região atraídos pelas possibilidades de exportação
desse negócio

Muitos recursos chegaram ao Pará e ao Amazonas e suas capitais, Belém e Manaus

vivenciaram uma grande modernização, melhoria dos portos locais, introdução da navegação a
vapor, tornou transporte de pessoas e cargas mais rápido. Eletricidade distribuída na
iluminação pública, água encanada, construção de grandes teatros
1910, produção e exportação da borracha brasileira entraram em decadência, razão de
concorrência de países da asia

No brasil, república rimava com oligarquias

Garantir a manutenção das oligarquias durante tanto tempo utilizados dois mecanismos
políticos: política dos governadores e a política do café com leite

A política dos governadores

Criado pelo presidente Campos Sales, garantia a harmonia entre o governo federal e os
governos estaduais, assegurar os interesses de abas as partes

Os governadores apoiavam as iniciativas do presidente da República e pressionavam os

deputados de seus estados para que também o fizessem. Em época de eleições para a Câmara
Federal e para o Senado, eles atuavam para que, em seus estados, os candidatos leais ao
governo federal saíssem vencedores. Caso fosse eleito um candidato da oposição, cabia ao
governador “denunciá-lo” ao presidente, que podia impedir a posse do oponente por meio de
uma Comissão verificadora de poderes (composta por deputados federais leias ao presidente)

Em troca do apoio ao governo federal, governadores recebiam verbas e indicavam seus

partidários para os cargos públicos. Para que a política dos governadores funcionasse era
necessário que os chefes políticos locais, coronéis participassem desse modelo, deu origem ao
coronelismo

Coronéis eram latifundiários que tinham grande poder sobre uma vila, município ou região do
interior do pais, não eram militares e realizavam o que chamamos de voto de cabestro, o voto
controlado

Politica dos governadores e o coronelismo formavam uma rede de troca de favores que
garantiu aos coronéis, oligarquias estaduais, manutenção no poder ideia associadas a palavra
“republica” participação popular, representatividade, respeito a “coisa pública” cada vez mais
distantes da realidade do brasil

A política do café com leite

Coronéis dominavam o poder local, estados de minas gerais e são Paulo enriqueceram por
causa da produção do café, dominaram governo federal, “república das oligarquias” indicados
e eleitos por influencia dos fazendeiros paulistas e minérios, lideres de uma rede de relações
com fazendeiros de outros estados, mantida com a politica dos governadores

São Paulo, grande produtor de café e minas gerais também, produzir muito leite o predomínio
desses dois estados conhecido como política do café com leite

Política do café com leite não significou um revezamento automático de paulistas e minérios
na presidência do país, mas o predomínio desses estados no controle do poder federal. Rio
grande do Sul, rio de janeiro, Bahia e Pernambuco influenciavam o governo federal

O convenio de Taubaté

Política dos governadores colocava os governos federal e estadual a serviço dos grandes
cafeicultores. Melhores exemplos da manipulação do poder público em benefícios de uma
minoria foi a organização do convenio de Taubaté
Século XX cafeicultores viram o preço do café cair, partir de 1904 país conseguia exportar uma
proporção cada vez menor do que era produzido, sobras do produto. Cafeicultores não
aceitaram diminuir suas plantações

1906 governadores do RJ, MG e SP organizaram uma reunião na cidade paulista de Taubaté

para tentar solucionar a crise cafeeira, garantir o preço do café evitando que a superprodução
baixasse ainda mais a cotação internacional e Cafeicultores á falência. Por isso, propuseram a
compra antecipada da safra prevista por um preço fixo, restante do café seria estocado ate
que o preço se normalizasse

Foi aceita e colocada em pratica, governos estaduais compraram os excedentes, e em 1907

custo com a compra foram assumidos pelo governo federal, sem ter recursos para tanto teve
que recorrer a empréstimos no exterior para repassa-lo aos governos estaduais. Quantidade
de café comprada pelo governo federal aumentava, tinham garantia de compra e os
cafeicultores não se preocupavam em ajustar sua produção a nova situação internacional

Impostos cobrados dos brasileiros em valores crescentes, foram direcionados para atender as
necessidades da elite cafeeira e evitar que ela tivesse prejuízos

A Belle Époque brasileira

Fim do século XIX enorme euforia das elites europeias relações ás novas tecnologias,
civilização, progresso, modernidade. Período conhecido como Belle Époque, se estendeu ate
1870 inicio da primeira guerra

Brasil o processo semelhante de modernização e crença no progresso se iniciou logo após a

proclamação da republica, entre 1889 e 1914 se deu a belle époque brasileira

Uma nova capital federal: novas cidades...

Representantes cafeicultores assumiram o governo republicano adequar a capital federal

padrões das grandes cidades europeias. Novos edifícios, embelezando a cidade e impondo a
seus moradores um novo estilo de vida. Ideia era copiar as cidades europeias Londres e Paris
principais capitais europeias, e varrer os resquícios do governo imperial

Rodrigues Alves iniciou um grande reforma urbana da capital, implantadas no RJ redes de

esgoto e de distribuição de água, cortiços destruídos, antigos moradores transferidos para
bairros periféricos para que as grandes avenidas fossem construídas sendo a principal delas a
avenida Central

Expropriação feita na cidade na época da chegada da família real ao brasil, a ação que
desabrigou os moradores dos cortiços foi chamada de “bota-abaixo de Pereira Passos”

Teatros construídos na cidade do RJ, inauguração em 1909

Inicio do século XX prosperam confeitarias e os salões elegantes, tornaram ponto de encontro

de pessoas que se consideravam “modernas”. Senhoras elegantes da cidade se reuniam para o
chá da tarde após as compras, intelectuais e artistas que desfrutavam do seu ambiente
“europeu”. Confeitaria tão concorrida que foi necessário construir um salão superior para
acomodar a elite que frequentava, casa funciona ate os dias de hoje e é um dos marcos do
centro do rio
Demais capitais passaram por um processo semelhante de reurbanização, estradas de ferro,
redes de esgoto e de agua, postes de luz passaram a iluminar a vida noturna. Norte como
Manaus e Belém processo de modernização urbana foi financiado pelos lucros da borracha

1912 e 1916 Joaquim Jose Seabra dedicou-se a modernizar a cidade de Salvador, construídas
avenidas e eliminadas marcas consideradas “atraso colonial”. Espaços “europeizados”, cartão
de visita para os investidores estrangeiros, negros se encontravam nos cortiços e ruelas
escuras e a cultura popular

...mesmas desigualdades

Maior parte dos brasileiros apartada dos processos de modernização das cidades. Segregados
nas perifiais, grupos populares privados dos recursos usufruídos pelas elites, eletricidade,
formas de entretenimento, e os modernos meios de transporte

Morros e as periferias se tornaram refugio para as pessoas pobres, expulsas dos centros
urbanos durante a reurbanização, “favela” sinônimo para conjunto de habitações com
infraestrutura urbana precária

Os excluídos da Republica

Para oligarquias o regime republicano significou o acesso direto ao poder, sem intermediários,
passaram a usar o Estado para ganhar mais dinheiro e mudar o perfil das cidades e levar uma
vida de estilo europeu

Trabalhadores rurais, operários, empregados do comercio e serviços urbanos, excluídos do

direito ao voto, não significou ausência de participação politica durante a primeira republica,
manifestava-se por meio de criticas publicadas em parte da imprensa, protestos, rebeliões,
saques e greves

Lutas politicas, grupos populares tiveram de enfrentar intensa repressão maior parte das suas
reinvindicações foi tratada pelas autoridades como “caso de policia” pressões populares
continuaram, terminaram em tragedia, resultaram no atendimento de parte das
reinvindicações, enfraquecendo as velhas oligarquias

Antônio Conselheiro, Jose Maria e Lampião: vários lados da mesma questão

Republica não melhorou a vida dos milhões de camponeses, secas periódicas agravavam m ais
ainda a crise econômica. Milhares de camponeses nordestinos migravam para outros pontos
do país, em busca de ocupação e melhores condições de vida. Plantações de café e exploração
da borracha na Amazônia destinos frequentes para aqueles migrantes, não supriam a
demanda de emprego das pessoas da região, ficavam em sua terra natal tinham de suportar a
exploração dos grandes proprietários e coronéis

População miserável e superexploração procurou diminuir seu sofrimento lutando de diversas

formas, lideres messianos (messias que é enviado por deus) construindo comunidades
alternativas ou se unindo a grupos criminosos

O massacre de canudos

Principais movimentos messiânicos no fim do século XIX, com a liderança de um beato

(pregador religioso) Antônio Vicente Mendes Maciel, atravessou o Sertão nordestino,
ajudando a população pobre, organizando rezas, incentivando a construção de igrejas,
cemitérios e reservatórios de agua. Antônio Conselheiro, como era chamado, pregava os
princípios católicos em linguagem que os sertanejos entendessem. Famoso como “milagreiro”
passou a atrair fieis de todo nordeste do país, que se dispunham a segui-lo

1893 conselheiro e seus seguidores fundaram as margens do rio Vaza-Barris a região

conhecida como canudos, povoado de belo monte. Organizaram uma comunidade rural
religiosa, cada trabalhador era dono do que produzia e colaborava com o grupo, doando parte
de sua produção para um fundo comum. Doação para aqueles que não tinham condições de
trabalhar na terra, não havia cobrança de impostos. Povoado atraia mais camponês e chegou a
ter 10 mil pessoas que deixaram as fazendas da região para viver em Canudos

Fazendeiros sentiram-se ameaçados, além de perder a mão de obra, temiam que Canudos
servisse de exemplo para o surgimento de outras comunidades igualitárias . governo também
se inquietava, criticas que os membros da comunidade dirigiam ao governo republicamos. Para
o conselheiro e seus seguidores a separação entre religião e governo só pode ser obra de
“anticristo”

Fazendeiros e governos se uniram para destruir canudos, expedições militares ao povoado,

três primeiras foram derrotas pela população local que estava armada de paus e pedras.
Quarta expedição foi formada por 14 mil homens fortemente armados, o ataque ao povoado
durou mis de três meses e finalmente conseguiu destruí-lo. Vitória das tropas do governo
aconteceu em 5 de outubro de 1897

Contestado: guerra e massacre

1911 região limítrofe entre Paraná e Santa Catarina, disputada pelos dois estados, vivam cerca
de 60 il pessoas em más condições sociais e sob forte tensão. Parte delas havia perdido suas
terras para uma empresa estadunidense encarregada de construir uma ferrovia no local,
pessoas trazidas de outras regiões do país ficaram desempregadas ao final dessa obra

Miséria em que viviam passaram a seguir o “monge” Jose Maria, líder messiânico que previa a
chegada de um reino de justiça

Passaram a organizar povoados, assustando as autoridades estaduais e federais. Tropas foram

enviadas para dispensar a população, mas nem a morte do monge fez os camponeses
deixarem a região. Eles se rebelaram e passaram a defender a posse daquelas terras, governo
republicano organizou uma tropa federal, final dos combatentes em 1916 20 mil sertanejos
mortos

Cangaço: banditismo social ou crimes comuns?

Miséria e a desesperança foram responsáveis pelo surgimento de outro tipo de organização no

Nordeste, os cangaceiros, sertanejos aramados que viviam dos saques de fazendas e as
cidades nordestinas

Foi liderado por Virgulino Ferreira da Silva, lampião, agiu entre 1918 e 1938 no interior de
Pernambuco. Grandes proprietários atacados foram forçados a entregar-lhe dinheiro,
alimentos e abrigo, cangaceiros colocavam-se a serviço dos coronéis, perseguindo seus
opositores. Camponeses sentiam uma mistura de admiração e medo pelos bandos, ora atacam
os latifundiários e vingavam as injustiças praticadas por eles, e ora ajudavam a oprimir a
população. Classificam o cangaço como “Batismo social”

Batismo comum- caracterizado como uma ação de delinquência, afronta a lei e ameaça a
sociedade
Batismo social- uma forma de protesto social, grupos explorados e oprimidos por meio
criminais atacam autoridades e elites

Vários outros grupos de cangaceiros agiram no mesmo período, cão do Antônio Silvino, em
Pernambuco, Antônio Dó no norte de minas e sul da Bahia

Revolta nas cidades

O povo defende a “sua cidade”: a Revolta da Vacina

Durante a reforma urbanística empreendida por Pereira Passos no rio, muitas construções
foram demolidas para dar lugar a novas vias e modernas construções. Cortiços e casas simples
também desapareceram, população foi expulsa para os morros e arredores da cidade, tiveram
que improvisar habitações em terrenos desocupados tentaram reagir contra essas medidas
arbitrarias, mas o “Bota-abaixo” feito a qualquer custo, contando com a força policial para
reprimir os que se recusavam a sair

Bairros inteiros foram derrubados, pondo fim a antigas relações de vizinhança e solidariedade
existentes naqueles lugares. Diminuição do numero de moradias, fez disparar o preço dos
alugueis no período, para piorar a situação, grave crise econômica e uma forte onde de
desemprego por medidas aumentavam ainda mais a miséria da população

1904, clima de descontentamento popular, inicio no rio uma campanha de saneamento incluía
visitas ás casas da população e vacinação obrigatória contra a varíola. Faziam parte de um
programa de saneamento da capital pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz

Código sanitário reformado por Oswaldo Cruz moradores se reocupassem a ser vacinados,
decreto governamental permitia que os agentes de saúde, acompanhados por policiais,
invadissem as casas e vacinassem a população a força

Diferentemente do que ocorre nos dias atuais, os conhecimentos científicos eram informados
a poucos, maioria da população não sabia se poderia confiar nas vacinas, boatos se
espalharam quem se vacinasse ficaria com feições bovinas. Não ouve campanhas acumuladas
se transformou em revolta quando medidas foram tomadas. População nenhum momento foi
esclarecida sobre a importância da vacina e medo de seus efeitos, considerou o decreto mais
uma violência e intromissão do governo em suas vidas

10 e 16 de novembro de 1904 cidade virou cenário de guerra em um confronto conhecido

como Revolta da Vacina, população saiu as ruas apedrejando comércios, delegacias e quarteis,
saqueando lojas, queimando bondes, arrancando trilhos e atacando policiais

Final dos confrontos mortos e feridos de ambos os lados. Muitos revoltosos presos mas o
governo cedeu as reivindicações e suspendeu o decreto da vacinação obrigatória. Não
diminuiu as perdas das camadas mais pobres no processo de modernização da capital

Medida que as reformas urbanas avançaram, regras de comportamento eram impostas pela
prefeitura aos moradores do rio. Frequentar o elegante centro mda cidade, obrigatório usar
terno e sapato, maioria da população andava descalça e em mangas de camisa, sem casaco.
Pobres foram proibidos de dividir aquele espaço com as pessoas ricas

Outras capitais e cidades do país que fizeram modernização urbanística também expulsaram as
pessoas mais pobres da região central

Os operários vão a luta

Elites agrarias que dominaram a Primeira Republica insistiam na ideia de “vocação agraria” do
Brasil e, não apoiaram a industrialização, número de fabricas aumentou significativamente nas
primeiras décadas do século XX

Primeiras décadas da industrialização, condições de trabalho dos operários brasileiros muito

semelhante as da Inglaterra. Jornadas eram muito extensas, salários eram baixos, operários
recebiam multas e castigos corporais, caso desagradassem aos donos das fabricas. Mulheres e
crianças obrigadas a trabalhar para ajudar no sustento da família

Renda mensal era de 50 mil-réis, era preciso trabalhar de 12 a 16 horas diárias, ate nos
sábados e dois domingos por mês. Para termos uma ideia, o alugue de um cortiço em SP era
de 40 mil-réis por mês

Não havia legislação para proteger os trabalhadores. Não havia direito a férias, aposentadoria
ou licença medica. Quando adoeciam, trabalhadores continuavam a trabalhar para não perder
o emprego

Essa situação levou os operários a se organizar em sindicatos, experiencias politicas dos

imigrantes europeus (com responsabilidade de conter manifestações) muito importante.
Haviam tomado contato com ideias anarquistas e socialistas antes de virem para o Brasil,
usaram seus conhecimentos para organizar os trabalhadores e lutar por seus direitos. Regiões
industriais praticamente não havia imigrantes europeus, trabalhadores se organizaram.
Centenas de ligas e uniões operarias fundadas em todo o pais, jornais voltados a causa dos
trabalhadores

Forma mais eficaz encontrada pelas associações terem atendida suas reinvindicações foram as
greves, 1901 e 1920 ocorreram cerca de 136 greves, maioria em SP.

1917 cidade de SP e do interior do estado paralisaram suas atividades, greve geral que durou
mais de trinta dias. Movimento intensificou-se quando a polícia matou um operário anarquista
de 22 anos, José Martinez, durante uma manifestação

Greve teve fim quando as autoridades determinaram um aumento de 20% nos salários e
manutenção dos empregos dos grevistas, se comprometerem a tomar medidas contra o
aumento do preço dos produtos.

Outras greves ainda foram organizadas em todo o país para que o governo republicano
reconhecesse e legalizasse os direitos dos trabalhadores ou parte deles. Grevistas e líderes
operários foram presos e mortos em meio a essa luta

Os afrodescendentes: discriminação e mobilização

Abolição da escravidão não representou igualdade real para a população afrodescendentes,

negros terem se tornado juridicamente livres como os brancos levou grupos da elite a buscar
novas estratégias para justificar exclusão dessa população: teorias racistas

Teorias surgiram na Europa Eric Hobsbawn dizia que “ liberalismo não tinha nenhuma defesa
logica diante dos clamadores de igualdade e democracia, portanto barreira ilógica do racismo
foi levantada” procuravam dar uma base cientifica a pratica da discriminação e planos de
“branqueamento” através da imigração de europeus

Cidades, trabalhos mais pesados e menos remunerados oferecidos aos ex-escravizados, negros
passaram a compor grande parte das populações pobres das cidades eram duplamente
punidos condição de pobres e de afrodescendentes, situação os empurrava para moradias
precárias e para as periferias

A revolta da Chibata: “salve o almirante negro”

1910, revolta teve a população negra como grande protagonista: a revolta da chibata.
Marinheiros sem patente eram em sua maioria homens negros e pobres. Oficiais em sua
maioria branca e vinda de família rica, puniam marinheiros com chibatadas, pratica mantida
desde do período de escravidão.

Liderados pelo marinheiro negro João Cândido, revoltosos tomaram controle de quatro navios
de guerra da marinha, dois principais: os encouraçados minas gerais e são Paulo, ancorados no
rio tiveram seus canhoes de guerra apontados para a cidade

Risco de bombardeio da cidade, governo republicano presidente Hermes da Fonseca

concordou em colocar fim aos castigos corporais e em anistiar os revoltosos. Descumpriu sua
parte no acordo e passou a perseguir os líderes, após o fim da revolta, marinheiros tentaram
reagir á falsa anistia, severamente reprimidos: prisões, exílios, mortes

Graças a inciativa daqueles marinheiros, movimento conseguiu por fim as chibatadas na

marinha. João Cândido preso e chegou a ser internado em um manicômio. Expulso da marinha
passou o resto de sua vida sobrevivendo com a ajuda de marinheiros e venda de peixes.
Morreu em 1969 com 89 anos

1974 João Bosco e Aldir Blanc compuseram a música “almirante negro” homenagearam João
Cândido

Na época da composição brasil vivia sob uma ditadura militar, música foi censurada. Para ter
sua liberada compositores tiveram de fazer mudanças na letra

Luta para conquistar

Revolta da Chibata, movimentos como a revolta do Vintém das guerras de Canudos e do

Contestado e da Revolta da Vacina, lutas sindicais também tiveram intensa participação da
população negra. Afrodescendentes grande parte da população pobre do país, especialmente
atingidos pelas desigualdades do Brasil republicano, maioria da população expulsa em
processos de reurbanização das cidades durante a primeira república, composta de
afrodescendentes

Discriminação a esse grupo também se manifestava com o cercamento de suas manifestações

religiosos e culturais, rituais de candomblé foram perseguidos pela polícia até a década de
1930. Código penal de 1890 chegou a criminalizar ate mesmo banhos de ervas e benzeduras
associadas a cultura africana

Apesar das perseguições e tentativas de controle, população negra continuou buscando

espaços para realizar seus cultos, batuques, festas, danças e músicas. Essa resistência permitiu
que tais tradições não somente se mantivessem que passassem fazer parte da cultura
brasileira como um todo

Meio a população afrodescendente, importantes as associações, grêmios e clubes, espaços

onde os negros se organizavam para o auxílio mutuo, criação e manutenção de espaços
culturais. Sociedade União dos Homens de Cor do rj ou federação paulista dos homens de cor
Chamada imprensa negra também merece destaque, jornais fundados por afrodescendentes
com objetivo de noticiar e divulgar as pautas políticas, sociais e culturais, o governo
republicano não garantiu igualdade sociais a essa população. Jornais também denunciavam os
episódios de discriminação e racismo eu aconteciam nas várias regiões do brasil, mobilizando
os leitores contra essas práticas

De quem era a república

Nas primeiras décadas da República no Brasil, uma minoria economicamente poderosa tomou
conta do aparelho governamental e passou a administrá-lo de acordo com suas vontades e
seus interesses. Essa oligarquia desenvolveu uma série de projetos políticos, econômicos e
administrativos sem levar em conta as necessidades dos demais grupos.

População não assistiu passivamente a essa monopolização do poder, revoltas, manifestações,

greves e outros instrumentos de pressão, grupos populares procuraram interferir nas decisões
do governo a fim de ter suas reinvindicações

Cada uma dessas revoltas, reprimida ou vitoriosa, foi importante na medida em que forçou os
governantes a olhar para a realidade brasileira fora das instituições governamentais, das sedes
das fazendas e das elegantes casas de chá das metrópoles elites foram obrigadas a atender
parte das reivindicações e levá-las em consideração na hora das decisões. Dessa forma, o povo
foi pouco a pouco conquistando espaço na República.