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Coleção de Plantas Alimentícias Não Convencionais da

Horta Comunitária Nutrir

Clitoria ternatea
Sinônimo: Clitoria mearnsii, Clitoria tanganicensis, Clitoria zanzibarensis Vatke.

Fonte da imagem: LabNutrir

Nomes e usos populares


A clitória é bastante conhecida como Cunhã, Feijão-Borboleta, Ervilha-Borboleta,
Ismênia, Palheteira, Butterfly, Pea, é uma espécie vegetal pertencente à família
Fabaceae. É cultivada como planta medicinal e corante; também tem utilização
ornamental por sua vistosa floração; e como melhorador de solo nas plantações. (3
e 8)
Características morfológicas
Planta tropical perene, vigorosa, entrelaçada, escalada e de verão bem adaptada,
com folhas pinadas, com folhetos elípticos de 5 a 7 e de 3 a 5 cm de comprimento.
As flores são solitárias ou emparelhadas e os frutos são vagens lineares planas e
escassamente pubescentes, contendo de 8 a 10 sementes escuras em sua
maturidade (6). É uma leguminosa forrageira tropical delgada, volúvel, com cinco
folíolos e raízes profundas. Produz flores de cor variável entre azul e violeta (4,6) e
frutos. (5)

Origem e distribuição
Sua origem é controversa. Há indícios de que sua verdadeira origem tenha sido na
ilha Ternate do arquipélago Molucas na Indonésia. Todavia, existem também
relatos de que esta planta possa ser originária da Ásia, da América do Sul ou
Central do Carib. Isso se deve ao fato de ser amplamente cultivada e naturalizada
ao redor do mundo (1). Também foi introduzida na América, África e Austrália. (4)

Ecologia da espécie
É uma leguminosa forrageira tropical de raízes profundas, distribuída em toda as
zonas tropicais do globo terrestre, se propagando através de sementes. É tolerante
à seca, podendo se desenvolver em localidade onde o regime pluvial é de apenas
380 mm/ano. (2,6)

Propagação e cultivo
Sua propagação se dá através de sementes e a melhor época para semeadura é
no início até o meio da estação chuvosa (6). Preferência por solo úmido e neutro
(4), porém é bem adaptada a uma variedade considerável de tipos de solo em uma
faixa de pH de 5,5 até 8,9 e solos calcários. Sobrevive tanto em condições de muita
chuva quanto longos tempos de seca. Tem uso como cobertura vegetal e verde
estrume, por sua capacidade de fixação de nitrogênio e adaptabilidade alta aos
tipos de solo. (6)

Usos alimentícios
Suas flores são comestíveis e possuem um raro corante natural azul, é usada para
tingir preparações como risoto, chás e licor. As vagens jovens também são
comestíveis. As folhas são usadas como verdura cozida. (8)

Informação nutricional
Na flor a quantidade total de fenólicos e flavonóides foi estimada em 105,40 ± 2,47
mg/g de ácido gálico equivalente e 72,21 ± 0,05 mg/g de catequina equivalente,
respectivamente. A atividade antioxidante foi de 68,9% para uma concentração de
1 mg/ml. Na flor fresca, são encontrados de 12,0 a 19,0 g de proteína, 6,1 a 8,1 g
de gordura, 71,8 g de carboidrato e 3,5 a 5,0 g de fibra, relativo aos
macronutrientes por 100 g. Já no que diz respeito aos micronutrientes, há
quantidade significativa de K, Mg, Fe, Mn e Cu. Também são encontrados
compostos bioativos do tipo Flavonóides (123,75 mg/g), saponinas e antocianinas.
Ademais, também encontra-se informação relacionada aos macronutrientes nos
grãos cozidos, sendo 2,11 g de proteína, 0,47 g de gordura, 7,67 g de carboidrato e
1,93 g de fibra, por 100 g. (7,9)

Toxicidade
Não há toxicidade relatada.

Receitas
CONSERVA DA VAGEM DE CLITÓRIA COM CENOURA
Fonte: Nilson Cintra

Ingredientes
20 und. de vagens de Clitória
1 und. de cenoura
2 und. de alho
70g de pimentão vermelho
70g de pimentão amarelo
1 colher de chá de sal
1 colher de chá de pimenta calabresa
Salmoura
60g de açúcar mascavo
150ml de vinagre branco
150ml de água

Modo de preparo
Higienize os vegetais. Corte a cenoura e os pimentões em tiras médias, mais ou
menos do tamanho das vagens. Corte o alho em tiras finas. Faça o branqueamento
das vagens e da cenoura. Coloque em uma panela o açúcar, a água e o vinagre e
leve ao fogo, quando ferver desligue e deixe esfriar. Coloque em um recipiente de
vidro esterilizado as vagens, a cenoura, os pimentões, o alho, o sal e a pimenta
calabresa, e em seguida a salmoura, tampe e deixe emborcado por 15 min.

GELATINA DE FRUTAS E FLORES


Fonte: Gabriela Sales

Ingredientes
20g de gelatina sem sabor
500ml de chá de borboleta azul (Clitória)
5 colheres de água em temperatura ambiente
400g de laranja
400g de uvas verdes higienizadas e sem caroços
400g de abacaxi em brunoise
400g de manga
600g de iogurte natural
Raspas de casca de 1 limão siciliano
Suco de 2 limões sicilianos
15ml de Mel
Flores comestíveis

Modo de preparo
Em um ramequim coloque as 5 colheres de sopa de água em temperatura ambiente
e junte as 12g de gelatina sem sabor. Não vire o envelope de uma única vez, vá
fazendo uma chuvinha lenta para não empelotar. Deixe descansar por 5 minutos.
Leve ao fogo baixo e assim que estiver líquida desligue o fogo e estará pronta para
ser utilizada (cuidado para não aquecer demais, pois ela perde a capacidade de
gelificação). Misture a gelatina ao chá de borboleta azul (Clitória), adoçado com o
mel. Misture as frutas e disponha de forma harmoniosa juntamente com as PANCS
em uma forminha de silicone, previamente umedecida com água, em seguida
coloque a gelatina. Leve a geladeira por 2 horas ou até firmar. Para o molho de
iogurte, em um ramequim, misture o iogurte, as raspas e o suco de limão, o mel.
Deixe na geladeira até a hora de servir.

Referências

1. ABREU, Matheus Lima Correa. Avaliação nutricional da cunhã (Clitoria


ternatea L.) em diferentes idades de corte. Tese (Mestrado em Ciência
Animal) - Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro.Campos
dos Goytacazes, p.78 2012.

2. BARROS, Nelson Nogueira; ROSSETTI, Adroaldo Guimarães; CARVALHO,


Rubênio Borges de. Feno de cunhã (Clitoria ternatea L.) para
acabamento de cordeiros. Cienc. Rural, Santa Maria, v. 34, n. 2, p. 499-
504, abril de 2004. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
84782004000200025&lng=en&nrm=iso>. acesso em 02 abr. 2020.

3. CLITORIA TERNATEA. 2019. por Useful Tropical Plants. Disponível em:


http://tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Clitoria+ternatea. Acesso em:
02 abr. 2020.
4. CULTURA MIX, 31 de outubro de 2015.
(https://flores.culturamix.com/flores/naturais/clitoria) acessado em
25/11/2019.

5. COOK, B. et al. Tropical Forages: an interactive selection tool: Clitoria


ternatea. Clitoria ternatea. [20--]. CSIRO, DPI, CIAT.. Disponível em:
http://www.tropicalforages.info/key/forages/Media/Html/entities/clitoria_ternat
ea.htm. Acesso em: 02 abr. 2020.

6. GUPTA, J. K. CHAHAL, J. BHATIA, M. Clitoria ternatea (L.): Old and new


aspects. Journal of Pharmacy Research, Índia, v. 11, n. 03, p.2610-2614,
2010.

7. JAIN, Neeti N. Clitoria ternatea e o CNS. 2003. Disponível em:


<https://www-
sciencedirect.ez18.periodicos.capes.gov.br/science/article/pii/S00913057030
01308?via%3Dihub>. Acesso em: 24 nov. 2019.

8. NETTO, M. J. et al. Plantas ruderais com potencial para uso alimentício.


Agroecol. Dourados-MS, 2º Seminário de Agroecologia da América do Sul,
2016.

9. NITHIANANTHAM, Kuppan; PING, Kwan Yuet; LATHA, Lachimanan Yoga.


Evaluation of hepatoprotective effect of methanolic extract of Clitoria
ternatea (Linn.) flower against acetaminophen-induced liver damage.
2013. Disponível em:
<https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4027306/>. Acesso em: 21
nov. 2019.

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