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UNIRIO/CEDERJ
Caio Pedrosa discorre sobre a Revolução mexicana considerando que ela durou
para além da década de 1920, porém, de acordo com Ferreras (2013) a interpretação
mais aceita é a que entende que o processo revolucionário se conclui em 1920. Embora
sem afirmar desta maneira, provavelmente, Caio adotou a ideia de que a partir de 1920,
com a eleição de Álvaro Obregón começou o processo de institucionalização da
Revolução Mexicana, pois fala de eventos pós 1920 como revolucionário.
Voltando ao tema dos conflitos com a Igreja, Caio diz que já na década de 1920,
Elías Calles decidiu implantar um código que tipificasse os crimes do clero em que o
resultado acabou com uma revolta da população, uma guerra civil, com milhares de
mortos – a Revolução/rebelião Cristera. Embora Caio afirme que dentre as rebeliões dos
revolucionários, esta teve uma marca mais popular, podemos ver a revolução mexicana,
como um todo, como de participação popular. Mesmo que com a ação de atores
diversos, houve muitos trabalhadores envolvidos, visto que o nacionalismo de Porfírio
Diaz “só se aplicava à defesa dos interesses dos empresários mexicanos, mas não aos
trabalhadores” (FERRERAS, 2013, p. 46).
A morte de Álvaro Obregón é colocada como fator decisivo para que Elías
Calles decidisse fundar o partido para acalmar os ânimos dentro do grupo
revolucionário, entendendo que a violência só levaria a mais mortes. Caio Pedrosa
analisou a literatura e afirma que logo após a rebelião Cristera, apareceram os primeiros
textos ficcionais trazendo os elementos de tal rebelião e se tornaram muito populares no
México. Interessante perceber a diversidade de documentos utilizados na construção da
história. Tal narrativa não se passou apenas entre católicos e revolucionários, mas muito
também dentro de disputas internas no grupo dos primeiros. Enquanto alguns preferiam
a continuação da guerra no intuito de instituir uma República católica no México,
outros, entenderem que a guerra seria prejudicial à própria Igreja.
Referência