Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Atividade
1. Defina a problemática proposta por Emília Viotti da Costa em seu trabalho. Defina
também os objetivos que foram traçados pela autora para chegar ao resultado final
de sua pesquisa.
A autora afirma que a interferência do Estado na Igreja não era fato novo, o imperador
já havia feito isso outras vezes. Além disso, a maior parte dos republicanos já não eram
católicos devotos fervorosos, mas sim livres- pensadores. Por isso, a prisão dos bispos
não gerou tanta revolta como afirma a historiografia tradicional. A população urbana
já não era tão clerical, estavam mais preocupados em desenvolver o estilo de vida
“burguês” que estava ganhando força na época. Os republicanos assumidos
publicamente possuiam um discurso anti-clerical, afirmando abertamente serem
contra a interferência da Igreja no Estado. Ou seja, o discurso republicano contra o
pensamento religioso não “atrairia” a população católica fervorosa.
O mito do Poder Pessoal também é refutado pela autora, na qual afirma que desde a
Carta Constitucional de 1824, o imperador não abusou do Poder Moderador, mas sim
foi controlado por ele. Quem realmente controlou as políticas imperiarias foi o poder
executivo, as oligarquias representadas no Conselho de Estado, Assembléias, Câmaras
dos Deputados, etc. Caso o rei utilizasse seu poder Moderador para dissolver a
Câmara, o descontentamento levava a intensos protestos sociais. O imperador sempre
procurava atender os interesses das oligarquias, fomentando insatisfações sociais e
políticas de outros grupos.
Segundo a autora, haviam fatores mais importantes que deveriam ser levados em
consideração além dos considerados 3 pilares para a queda do império. Era necessário
uma revisão historiográfica, com novas fontes o objetos de estudos, de forma mais
objetiva, utilizando estudos de história econômica e monografias sobre o movimento
republicano, trazendo um novo olhar para a queda do segundo reinado. A Autora trás
novos dados para a revisão historiográfica, baseado nos dados econômicos e sociais, a
“modernização” do Brasil com base nas mudanças feitas no longo reinado de Pedro II. A
modernização das ferroviárias, a substituição dos barcos a vela para os barcos a vapor,
novos meios no fabrico de açúcar, o desenvolvimento do capitalismo e especialmente o
surgimento de uma nova oligarquia agricultora, os fazendeiros progressistas do oeste
paulista. O surgimento dessa nova elite continua sendo agrária, preocupados com a
importação, ligada a terras. Esse ponto é crucial pois leva a dicidência intraoligárquica com
os fazendeiros progressistas em assenção, inclinados ao partido republicano, enquanto os
retrógrados ficam para trás. Esses argumentos são usados para sustentar a tese de que a
proclamação da República é fruto das mudanças que acontecia no país, como o
enfraquecimento das oligarquias tradiconais, a Abolição, a imigração, a industrialização e
urbanização e a campanha pró federação. Analisando novas documentações que
demonstrem tensões nos momentos finais do Segundo Reinado, é possível compreender
de uma forma mais clara como desencadeou o processo de proclamação da República.
4. Identifique qual é a linha teórica e a área historiográfica a partir da qual a autora
realiza a sua interpretação.