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CENTRO DE EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL II
DOCENTE: TIBÉRIO MAX DE SOUSA LIMA
DISCENTE: ARTHUR FRANKLIN FERREIRA LOPES
MATRÍCULA: 201290367

Fichamento de citação

BASILE, Marcello Otávio. O laboratório da nação: a era regencial (1831-1840). In: Keila
Grinberg; Ricardo Salles. (Org.). O Brasil imperial, v. 2 (1831-1870). Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2009, v. 2.

Fase mais conturbada da história do Brasil, o período regencial é tradicionalmente visto sob a
perspectiva negativa, que o caracteriza como época anárquica e anômala, como empecilho à
formação e a preservação da nação brasileira. (Pág. 55)

A partir do final da década de 1970, com o desenvolvimento dos cursos de pós-graduação no


Brasil, novas pesquisas revigoraram os estudos sobre regência, abordando em profundidade
objetos mais específicos e assim definindo algumas áreas temáticas. (Pág. 56)

O tema mais visitado pelos historiadores é o das revoltas regenciais. (Pág. 57)

Outra área que começa a ser explorada, nesse entrecruzamento de manifestações políticas e
sociais, é a das festividades cívicas regenciais, que cumpriram importante papel na
mobilização das mais diversas camadas sociais e na afirmação de valores nacionais. (Pág. 58)
Muito mais do que produto de um simples arranjo das elites, a sintomaticamente chamada
revolução do 7 de abril foi resultado não só das tranas urdidas na imprensa, no Parlamento,
nas sociedades secretas e nos quarteis, mas também da forte pressão popular. (Pág. 59)

A frente do movimento estavam os liberais moderados e exaltados, facções políticas com


projetos e linhas de ação distintos, mas que então formaram um bloco de oposição a d. Pedro.
(Pág. 59)

A composição da regência trina, escolhida na manhã de 7 de abril, já deixava clara a direção


moderada e a exclusão dos exaltados. (Pág. 60)

Tais disputas expressavam, essencialmente, a existência de diferentes projetos políticos. (Pág.


61)

Nas principais cidades do império, assiste-se à polarização das ruas; a política ultrapassa o
tradicional espaço dos círculos palacianos e das instituições representativas e transborda para
a emergente esfera pública. (Pág. 62)

A primeira eleição para regente uno, consagrou a vitória do moderado Diogo Feijó. (Pág. 84)

Contudo, outros fatores podem ser elencados como causadores de polarização e crises, tais
como as revoltas que abalaram o império a partir de 1835. (Pág. 85)

Outro fator que causou desgaste, foi a desilusão com as reformas liberais, que eram
expressões do predomínio político dos moderados. (Pág. 86)

A tendência de reverter medidas tidas como excessivamente liberais do início da regência


abarcou também o código de processo criminal, logo após aprovado, passou a ser revisto,
sobretudo pelos próprios moderados. (Pág. 88)

A cada enfrentamento do governo com o parlamento, engrossavam as fileiras da oposição.


(Pág. 90)
Na chamada oposição ao regresso, achavam-se os partidários do progresso, que daria origem
ao partido liberal. (Pág. 93)

O período das regências constitui momento crucial do processo de construção da nação


brasileira. Por sua pluralidade e ensaísmo, Marco MoreI o definiu como um grande
"laboratório" político e social, no qual as mais diversas e originais fórmulas políticas foram
elaboradas e diferentes experiências testadas, abarcando amplo leque de estratos sociais. (Pág.
97)

Matizando a habitual imagem negativa da Regência como período anômico e anômalo, que
teria representado ameaça e empecilho à integridade nacional (visão cristalizada pela
produção conservadora do Segundo Reinado), tais atividades demonstram - por sua ação
mobilizadora e enquanto lugares de exercício informal da cidadania - que foi esse então um
dos eixos do longo e tortuoso processo 'de construção, de baixo para cima, da nação brasileira.
(Pág. 98)

A herança regencial afigura-se, ainda, tanto na promoção de novos quadros políticos -


construtores da consolidação do Estado imperial-, como nas propostas legadas. Os
caramurus, com sua idolatria aos princípios originais da Constituição de 1824 e à monarquia
representativa centralizada, forneceram as bases do modelo político abraçado pelos
conservadores. Os moderados, com suas medidas para reduzir os poderes concentrados nas
mãos do governo central, inspiraram os liberais. E os exaltados tiveram várias de suas
bandeiras resgatadas, após quase quatro décadas, pelo novo Partido Liberal, pelo Clube
Radical e pelo Partido Republicano. (Pág. 99)

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