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Instalações e equipamentos

O sistema intensivo de suínos criados ao ar livre (SISCAL) tem conquistado um maior número
de criadores por causa do seu bom desempenho técnico, e apresenta baixo custo de
implantação e manutenção, um número reduzido de edificações, facilidade na implantação e
no aumento da produção, mobilidade das instalações e diminuição do uso de medicamentos.
As instalações e os equipamentos necessários para implantação do sistema são: cabanas,
cercas, comedouros, bebedouros, sombras, depósito de ração, bretes de contenção e rede
hidráulica (COSTA et al. 2002).

Cabanas

As cabanas têm o objetivo servir de alojamento e abrigar os animais, podem ser


confeccionadas de madeira, metal ou outro tipo de material, porém devem ser leves e
resistentes para facilitar o seu deslocamento (COSTA et al. 2002). Existem diferentes formas de
cabana como galpão, chalé ou iglu que é a mais utilizada. Normalmente, é necessário uma
chapa galvanizada nº24 ou 26 para a cobertura, e as extremidades das cabanas são feitas com
compensado ou tábuas de madeira (COSTA et al. 2001). Normalmente são cobertas com lona
plastificada, chapa galvanizada, esteiras de taquara ou capins e suas dimensões variam de
acordo com a fase animal (COSTA et al. 2002).

As cabanas de gestação são de uso coletivo e normalmente são utilizadas em regiões que
fazem muito frio, precisam ter duas seções abertas em lados opostos, abrigando mais de uma
fêmea. Na saída dos lotes de fêmeas da gestação para a maternidade se posiciona a cabana de
pé, virada para o norte, para proporcionar uma desinfecção através da radiação solar. Deve ser
trocada de lugar quando a cobertura vegetal em seu interior estiver degradada (COSTA et al.
2001 . As dimensões normalmente, são de 2,9 x 3,0 x 1,10 m comprimento x largura x altura),
podendo alojar de 6 a 8 fêmeas (COSTA et al. 2002).

A cabana da maternidade é individual e abriga uma fêmea com sua respectiva leitegada. É
recomendando o uso de duas novas cabanas para a maternidade: a cela parideira coberta com
lona plastificada e a cela parideira tipo chalé. A cabana cela parideira é uma cabana de
madeira, coberta com lona plastificada, que é colocada sobre uma camada de capim e outra
lona plástica que serve de suporte. Possui abertura nas extremidades opostas e um assoalho
móvel e tem dimensões de 2,20 m de comprimento, 1,60 m de largura e 1,20 m de altura.
No interior precisa de uma proteção contra esmagamento de leitões, com 2 canos
galvanizados de cada lado sendo que o primeiro cano deve estar afastado 0,30 m do assoalho
e o segundo situado a 0,30 m do primeiro e a matriz possui área útil de 0,75 m2.

A cabana tipo chalé precisa ter dimensões de 2,20 m de comprimento, 1,80 m de largura e
1,30 m de altura e possui duas aberturas nas extremidades opostas, e 2 ripas de cada lado que
servem de proteção contra o esmagamento dos leitões. A primeira deve estar distanciada 0,25
m do chão e a segunda a 0,10 m da mesma. Suas vantagens garantem um melhor conforto
térmico e um custo mais baixo, porém é mais pesada e tem uma menor durabilidade.
Na parte interna das cabanas deve ser colocada uma camada de 0,10 m de palha ou capim
seco para que a fêmea possa fazer o seu ninho, é preciso repor a cama sempre que necessário.

Durante o inverno se coloca uma cortina em frente à porta, impedindo acorrente de ar em seu
interior (COSTA et al. 2002).
As cabanas da creche precisam ter as mesmas dimensões das cabanas de gestação, com um
assoalho móvel, podendo abrigar até 2 leitegadas. As cabanas dos machos têm as mesmas
dimensões das cabanas de maternidade, porém não há necessidade de usar o assoalho, nem a
proteção contra o esmagamento.

O sistema de creche móvel sobre cama é um sistema alternativo que apresenta pouco custo de
implantação em relação ao sistema confinado, onde os suínos são criados sobre um leito
formado por maravalha ou palha. Os dejetos sofrem uma compostagem dentro da “cabana”
reduzindo os riscos de poluição ambiental e melhorando sua valorização agronômica.

A creche móvel sobre cama é constituída por peças ajustáveis que podem ser construídas na
propriedade. É composta por bebedouros, comedouros, estrado e o sistema de cobertura
(COSTA et al. 2001).

Comedouro

Os comedouros precisam ser móveis e fabricados com materiais leves e resistentes como
madeira, metal ou pneu, com o pisoteio constante dos animais próximo ao comedouro, o solo
pode ficar sem cobertura vegetal e compactado, podendo ser evitado com a troca da
localização.

Para a fase de gestação normalmente são utilizados os comedouros feitos com pneus usados e
ferros separadores de baixo custo e de fácil manejo, quando chove os comedouros da
gestação precisam ser virados assim que as matrizes consumirem toda a ração, para impedir
que as mesmas retornem ao local de alimentação e danifiquem a cobertura do solo (COSTA et
al. 2002). É importante que as porcas sejam transferidas da gestação para a maternidade no
mínimo 5 dias antes da data do parto, para que elas reconheçam a cabana de maternidade e
se preparem para o parto. Nesse período as porcas recebem a ração de lactação e no dia do
parto deve receber somente água limpa, fresca e à vontade. No segundo dia, após o parto elas
começam a receber ração à vontade até o desmame (COSTA et al. 2001). Para a maternidade
são usados comedouros confeccionados de madeira, cobertos com folha galvanizada. Esses
possuem uma capacidade de armazenamento de 40 kg de ração (COSTA et al. 2002). Durante a
lactação as matrizes devem receber ração à vontade, com o objetivo de produzir leitegadas
grandes e sadias (COSTA et al. 2001). Sua localização deve estar próxima à cabana, na sombra
e o bebedouro e em um lugar plano e seco (COSTA et al. 2002). Diariamente é necessário que
o tratador verifique nos comedouros se a matriz está se alimentando e se não existe ração
estragada (COSTA et al. 2001). Nas épocas de chuva observar se não há ração úmida dentro
dos comedouros. Para a fase de creche os comedouros são de madeira, cobertos com folha
galvanizada e apresentam de 10 a 12 bocas para os leitões. O espaço utilizado por boca
corresponde a 0,13 m de comprimento, 0,20 m de largura e 0,15 m de profundidade e o
fornecimento de ração deve ser à vontade e com capacidade para 70 kg de ração (COSTA et al.
2002).

Cercas

As cercas têm o intuito de manter os animais dentro dos piquetes, no qual são delimitados por
cercas eletrificadas por eletrificadores, isoladores e palanques com dimensões de 1,10 × 0,08 ×
0,08 m de distância a cada 50 a 60 m, e com estacas intermediárias com dimensões de 1,0 ×
0,04 × 0,04 m com distância de 8 a 10 m e por 2 fios de arame galvanizado ou de nylon,
colocados a 0,35 m e 0,60 m de altura em relação ao solo, elas podem ser feitas de madeira,
ferro de construção, plástico ou bambu.

Os corredores precisam ser largos, de 4 a 5 m, para que possa ter o acesso de equipamentos
destinados a limpeza dos piquetes e o trânsito dos animais.

Para a creche é preciso cercar com tela metálica de arame galvanizado, com malha número 4
ou 5. É importante colocar na parte interna do piquete um fio de arame eletrificado, a 0,10 m
do solo em um período de dez dias após o desmame. A distância entre as estacas são de 6 a 9
m para que tenha uma boa tensão dos fios. É importante que sempre limpe o local sob as
cercas, para que o solo permanecer coberto e permita uma boa visualização dos fios para
evitar curtos-circuitos (COSTA; MONTICELLI, 1994). Não é recomendado o uso de herbicidas,
pois pode afetar a cobertura do solo e também contaminar os animais (COSTA et al. 2002).

Rede de Abastecimento de Água

O sistema de fornecimento de água precisa ser mantido em um reservatório de água, no ponto


mais alto do terreno que deverá ter a capacidade para fornecer água por um período de 2 a 3
dias, e precisa ser protegido da ação dos raios solares (COSTA, 1998). A água tem influência
direta no desempenho da criação dos animais, precisa ter uma boa qualidade, potável e com
quantidade suficiente para suprir os animais. A rede hidráulica deve ser construída com tubos
de PVC rígido, com diâmetro suficiente ter uma vazão adequada para os bebedouros. A rede
principal e as secundárias devem ser enterradas a 0,35 m de profundidade para que possa
evitar danos aos canos e para conseguir manter a temperatura da água (COSTA et al. 2002).

BEBEDOURO

A água é uma das substâncias fundamentais na produção de suínos, auxilia no ajuste da


temperatura corporal, manutenção na homeostase mineral, excreção de produtos da digestão,
substâncias antinutricionais ingeridas com as dietas, drogas e seus resíduos e satisfação da
saciedade dos animais.

O modelo do bebedouro utilizado no sistema de produção é fundamental para o desempenho


dos suínos, por que influencia no consumo de água dos suínos, no alimento e no volume de
dejetos produzidos. No siscal o mais usado é o bebedouro de vaso comunicante (COSTA et al,
2012). Podendo ser do tipo com bóia, construídos em concreto individual ou do tipo santa
rosa.

O ideal é colocar 1 bebedouro para cada 7 matrizes, já na creche a proporção que se


recomenda é de 1 bebedouro a cada 12 leitões (COSTA et al. 2002). É importante que os
bebedouros sejam instalados na parte mais baixa dos piquetes, para evitar que a água
desperdiçada nos bebedouros escorra para o fora dos piquetes, podendo formar lama,
também pode ser evitado através do uso de uma chapa coletora de água sob os bebedouros
(COSTA, 1998). Deve-se isolar com mangueiras de plástico os fios da cerca em frente ao
bebedouro, para que os animais não levem choque ao encostarem, caso a parte externa dos
bebedouros ficar dentro da área dos piquetes, precisa ser cercada, evitando o acesso a essa
parte do bebedouro (COSTA et al. 2002). Os bebedouros do tipo bóia, taça e calha, precisam
ser limpados todos os dias e protegidos da ação solar. No sistema de rotação dos piquetes, os
bebedouros que não são utilizados são desligados do sistema de fornecimento de água para
evitar o desperdício (COSTA; MONTICELLI, 1994).

Sombreadores

Tem o objetivo de fornecer sombra aos animais nos piquetes, principalmente no verão,
podendo ser natural ou com arborização ou fornecida através de sombreadores artificiais, que
utilizam sustentação de madeira, ferro ou bambu e são cobertos de capim, folhas de palmeira,
sombrite ou esteira de bambu (COSTA et al. 2002).

Sua área deve ser, no mínimo, de 9 m2 por matriz na lactação e de 4,5 m2 por matriz na
gestação, para permitir o uso das sombras nos dias quentes (COSTA; MONTICELLI, 1994). Na
creche a proporção de área corresponde a 0,8 m2 por animal alojado.

Se o SISCAL for implantado em locais com sombra natural é importante que tenha o cuidado
de proteger as árvores da ação das matrizes, podem comer a casca das árvores podendo
causar problemas. Pode ser utilizado espécies caducifólias, que perdem as folhas no
períodohibernal, proporcionando uma boa insolação no inverno e sombreamento no verão.
Normalmente é feito o isolamento com fios eletrificados que passam por três sarrafos fincados
ao redor do tronco e conectados à cerca elétrica por uma extensão ou usar uma tela de malha
4 ou 5.

Pode ser utilizado espécies caducifólias, que perdem as folhas no períodohibernal,


proporcionando uma boa insolação no inverno e sombreamento no verão (COSTA et al. 2002).

Escritório e depósito de ração

O depósito mede cerca de 20 m2, e serve para armazenar ração e realizar algumas práticas
básicas nos animais, como mossagem, castração, pesagem, corte dos dentes e medicação.
Deve estar localizado próximo aos piquetes, facilitando os serviços de mão-de-obra (COSTA et
al. 2002).

Brete de contenção

É um brete de madeira que mede 16 m2 e serve para contenção dos leitões, na fase de
desmame. Deve estar próximo do depósito de ração para facilitar o manejo dos animais
(COSTA et al. 2002) e auxiliar na contenção dos animais, como o destrompe, aplicação de
medicamentos injetáveis, desmame dos leitões (COSTA et al, 2012).

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