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Disciplina: Teoria e Prática do Ensino de História (FLH0421)

Professor: Maurício Cardoso


Aluno: Douglas Peixoto da Silva (Noturno)
Aula 3: Ensino e prática de História

Referência Bibliográfica: LÖWY, Michael. Tese VI; Tese IX. In: -----------------. Walter
Benjamin: aviso de incêndio. Uma leitura das teses “Sobre o conceito de história”.
São Paulo: Boitempo, 2005. pp. 65-69; 87-95.

Michael Löwy, ao discutir a Tese VI de Walter Benjamin, destaca que o materialismo


histórico não deve ser compreendido como uma doutrina que busca reduzir a
história a uma única dimensão ou explicação unidimensional. Em vez disso, a
análise histórica deve levar em conta as múltiplas dimensões da história, tais como
as econômicas, políticas, culturais e subjetivas, assim como suas interações. A tese
VI também ressalta que o materialismo histórico deve reconhecer a dimensão
subjetiva da luta de classes, considerando as emoções, as crenças e as utopias dos
oprimidos que não podem ser reduzidas a estruturas objetivas. Em resumo, a tese
VI defende que o materialismo histórico deve lidar com a complexidade e a
diversidade da história, reconhecendo a importância tanto das estruturas objetivas
quanto das subjetividades humanas na luta por uma sociedade mais justa.

Para Michael Löwy, a tese VI é crucial para superar uma visão reducionista e
simplista da história que tenta explicar todo o processo histórico a partir de uma
única dimensão, como a econômica, por exemplo. Essa visão unidimensional da
história é típica de uma abordagem positivista ou economista, que considera apenas
as leis objetivas do desenvolvimento econômico como determinantes da história.

Walter Benjamin propõe uma abordagem mais complexa, que reconhece a interação
de múltiplas dimensões na história e a importância da subjetividade e da luta de
classes como elementos fundamentais na transformação social. A tese VI, portanto,
convida-nos a superar a visão reducionista e mecânica da história e adotar uma
abordagem mais dialética e complexa que reconheça a multiplicidade de fatores que
constituem a história e a luta por transformação social.

Por outro lado, a tese IX de Benjamin propõe uma visão mais crítica e aberta da luta
de classes, que não se baseia em uma visão determinista ou evolutiva, mas sim em
uma compreensão da história como um processo aberto e imprevisível, no qual a
ação humana tem um papel fundamental na transformação social.

Benjamin defende que a luta de classes é um processo marcado pela incerteza e


pela imprevisibilidade, no qual a vitória ou a derrota não são predeterminadas, mas
dependem da ação e da mobilização dos sujeitos sociais envolvidos no conflito.
Para Benjamin, a história é um processo que não pode ser reduzido a uma única
dimensão, mas é marcado pela complexidade, pela multiplicidade.

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