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Produção textual e Cênica

Ebook / 2022
Governo do Estado de Goiás
Ronaldo Caiado

Vice-Governadoria do Estado de Goiás


Lincoln Graziani Pereira da Rocha

Secretaria de Estado da Educação


Aparecida de Fátima Gavioli Soares Pereira

Secretaria de Estado da Cultura


Marcelo Carneiro

Subsecretaria de Execução da Política Educacional


Helena da Costa Bezerra

Superintendente de Educação Integral


Márcia Rocha De Souza Antunes

Superintendente de Ensino Médio


Osvany Da Costa Gundim Cardoso

Superintendência de Desporto Educacional, Arte e Educação


Marco Antônio Santos Maia

Gerência de Arte e Educação


Luz Marina de Alcantara

Centro de Estudo e Pesquisa Ciranda da Arte


Eliza Rebeca Simões Neto Vazquez
VI CONCURSO LITERÁRIO
DE REDAÇÃO BARIANI ORTENCIO

Produção textual e Cênica

Centro de Estudo e Pesquisa


Secretaria de Estado da Educação
Ficha técnica

Ciranda dos Contos


Denise Batulevicius Pereira de Souza
Shirlene Alves da Silva
Wellington Rodrigues Barros

Revisão Ortográfica
Gismair Teixeira

Projeto Gráfico e Diagramação


José F. Machado Alecrim
SUMÁRIO

PRODUÇÃO TEXTUAL
Folclore ..............................................................................................................................................13
A praga do milho......................................................................................................................14
Reconquistando origens perdidas............................................................................15
Metade mineira e metade goiana...............................................................................16
As intempéries da globalização cultural.............................................................17
Transmissão de saberes .....................................................................................................19
O valor da cultura goiana em obras folclóricas ............................................21
Cultura esquecida.....................................................................................................................22
A valorização do folclore goiano................................................................................24
Identidade goiana....................................................................................................................26
Descaso com o patrimônio cultural e literário goiano...........................27
Um gole de cachaça, não se nega!...........................................................................29
A raiz do povo goiano............................................................................................................30
Bariani Ortêncio: um caboclo – cidadão do mundo.................................32
Bariani e sua importância ................................................................................................33
A importância do folclore e do meio ambiente ...........................................34
Folclore goiano ..........................................................................................................................35
O peão João e a moça da cidade ..............................................................................36
A casa do lobisomem ...........................................................................................................37
Oásis cultural ..............................................................................................................................38
Diálogo macabro ......................................................................................................................39
Folclore goiano ...........................................................................................................................41
Não julgue o folclore ............................................................................................................42
Folclore e suas goianidades ..........................................................................................43
Folclore, a riqueza de Goiás .........................................................................................45
A importância e a contribuição do folclore na formação do
estudante no Brasil.................................................................................................................46

PRODUÇÃO CÊNICA
Diálogo Macabro.......................................................................................................................49
Definição De Casamento..................................................................................................49
No Boteco........................................................................................................................................50
Diálogo Macabro.......................................................................................................................50
No Boteco.........................................................................................................................................51
O Cachimbo Do Pescador............................................................................................................51
Mal do Cigarro.............................................................................................................................52
Brasília............................................................................................................................................... 52
Metade Mineiro Metade Goiano..................................................................................53
Quadrinhas.....................................................................................................................................53
Autorretrato..................................................................................................................................54
Deus Está Certo - Bariani Ortêncio.........................................................................54
Metade Mineiro Metade Goiano.................................................................................55
No boteco.........................................................................................................................................55
Conto: Guerra Com Os Estados Unidos...............................................................56
O Veneno.........................................................................................................................................56
Vaso Sanitário..............................................................................................................................57
Apresentação

Com muita alegria apresentamos esse E-book que reúne os


trabalhos dos nossos estudantes campeões no importante Concurso
Literário de Redação Bariani Ortencio. Contamos que mesmo daqui a
muitos anos, passado o tempo, esse registro que fazemos, agora, com
muito orgulho, seja visto por muita gente, e inspire e seja celebrado.
Vocês merecem nossos cumprimentos e reverências e,
certamente, serão ainda homenageados no futuro por seus
trabalhos premiados aqui e que ficarão na história de cada um de
vocês, queridos estudantes!
Parabéns por suas redações! Parabéns por suas produções
cênicas! Para além de sua premiação, você, a partir da sua
escola, promove a cultura de Goiás, o folclore goiano e isso é
muito importante para todos e continuará sendo ao passar dos
anos. Saibam disso!
A inspiração maior para a realização deste concurso é o escritor
e folclorista Bariani Ortencio que dedica toda sua vida à literatura,
com quem cada um de nós aprende a valorizar ainda mais nossa
língua portuguesa, nossas escolas, o meio-ambiente, nossa cozinha,
nossas comidas, nossos conhecimentos, à luz do que temos de mais
encantador em Goiás.
Neste ano desta VI edição do Concurso, o amado Bariani completou
99 anos de idade, e nos inspira por sua bonita trajetória. Então, nossos
queridos estudantes do Ensino Médio, verdadeiramente felizes por
suas conquistas, desejamos que continuem vitoriosos nos estudos e
na vida!
Recebam nossos cumprimentos pelo brilho de sua participação
neste concurso realizado pelo Governo de Goiás, por meio das
secretarias da Educação e da Cultura em parceria com o Instituto
Cultural e Educacional Bariani Ortencio. O E-book permitirá o registro
sem fronteiras de suas produções premiadas.

Fátima Gavioli
Secretária de Estado da Educação de Goiás

07
VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio

Concurso Literário Bariani Ortêncio

Falar do VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortêncio é


um privilégio, especialmente por ser uma iniciativa que brinda
e reforça o quanto é imprescindível e complementar a literatura
para nós. Essa arte que descortina a informação e o conhecimento,
ao mesmo tempo que nos faz ver o mundo com outros olhos, seja
de admiração, de curiosidade, de descoberta e encantamento.
Esse concurso traz em si uma merecida homenagem a esse
célebre escritor, uma referência sublime da literatura goiana, dono
de sabedorias e causos inimagináveis, e de tantas histórias da
cultura popular, estudioso afinco das enigmáticas e diversificadas
linguagens e termos que enriquecem e evidenciam o povo goiano.
Bariani Ortêncio é para nós um acervo vivo, um ícone da literatura
regional, paulista de nascimento, mas goiano de coração e que nos
representa tão bem com toda sua categoria e grandeza. Folclorista,
amante defensor do meio ambiente, dono de uma temática regional
já consolidada que encanta e conquista leitores de todas as idades
e classes sociais, com suas crendices instigantes e curiosas.
Para nós é uma honra estarmos juntos nesta parceria entre Secult
Goiás, Seduc e o Instituto Cultural e Educacional Bariani Ortêncio
promovendo esse concurso que tem como finalidade primordial
incentivar e despertar em nossos estudantes o interesse, o hábito e
o gosto pela leitura, dando a eles a satisfação de viajar pelo mundo
imaginário criando e se reinventado por meio da escrita. Queremos
trabalhar juntos nesta ação que visa abrir caminhos aos alunos,
estimulando a pesquisa e a reflexão sobre temas relevantes que
abrangem as diversas formas de expressão, abrindo oportunidades
de participação em atividades educativas e socioculturais.
Nosso compromisso é poder contribuir da melhor forma possível
para agregar aos jovens o conhecimento que se transformará em
herança e valores inestimáveis de sabedoria. E levar às escolas essa
iniciativa é estarmos à frente, propiciando uma maior reflexão,
mediação e apropriação de novos saberes. Esse é o nosso desafio
de garantir, por meio da literatura, o resgate e valorização da arte
e da cultura regional. Se conseguirmos esse feito, para nós já é um
grande avanço.

Marcelo Carneiro
Secretário de Estado da Cultura

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
Pássaros

Tenho no corpo pouso de pássaros


O pensamento em seus voos
Nos ouvidos, os cantos
No coração, batidas repetidas de bicos
Ritmados nos alimentos
Saem de mim par os voos altos
E voltam ao fim de cada tarde

Ah, se eu fosse um deles


Eu teria um só pássaro
E o soltaria par o voo amplo
E mesmo que jamais voltasse
O esperaria ao fim de cada tarde!

Homenagem de Bariani Ortencio


ao VI Concurso Literário de Redação

Bariani Ortencio ao lado de sua bilbioteca pessoal


fonte: Jornal Opopular

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Produção Textual
VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
Lorrane Alves Ribeiro
Estudante Escritora

Maria Aparecida Xavier Coutinho


Professora Orientadora

Colégio Vinicius de Moraes


CRE: Anápolis

Folclore

Com o avanço tecnológico, o indivíduo passou a ter grande


facilidade para contar as próprias histórias, divulgar conhecimentos
e experiências em uma velocidade extraordinária, diferentemente de
algum tempo atrás.
O folclore nasceu de um movimento cultural, onde pessoas de
uma determinada região contavam histórias que eram passadas de
geração em geração. Estas histórias se originavam geralmente de
acontecimentos “místicos” e seu intuito era servir de entretenimento
e, principalmente, transmitir um ensinamento como forma de lição
ou fundo moral.
Seja como for, ensinar ou entreter, o objetivo da narrativa
sempre possui um tema extremamente macabro e/ou religioso,
em que os contos quase sempre terminam em tragédias.
Em qualquer região essa é a diretriz que segue um conto folclórico,
todos com um ótimo enredo. Um exemplo é o conto “O Romãozinho”,
um dos mais conhecidos, que apresenta o Romãozinho e suas
travessuras, que, por sua vez, gera consequências como a morte
da mãe, a ruína do pai e sua própria desgraça.
Ler e ouvir contos folclóricos é uma excelente ferramenta na
formação pessoal do caráter da população, uma vez que esses
ensinam lições importantes para o meio em que estão inseridos
como indivíduo, tornando-se indispensável a preservação desta
manifestação cultural em qualquer lugar.

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio

Ana Laura Borges do Nascimento


Estudante Escritora

Irinete Ribeiro de Souza Medeiros


Professora Orientadora

Colégio E. Marsomilto Alves de Oliveira


CRE: Aparecida de Goiânia

A praga do milho

No Estado de Goiás, no interior de Inhumas, havia uma plantação


de milho muito bem avistada pelos goianos. Senhor Alfredo, de 68
anos, dedicava-se incansavelmente a sua “maior riqueza”. Quando a
pessoa é resolvida como ele nada se complica e nada pode dar errado,
até que aconteça algo o inesperado.
Numa manhãzinha de domingo, Alfredo mais uma vez decidiu
investir em uma plantação de milho.
Passaram-se semanas e a primeira plantação foi um sucesso, colheria
muito milho. Ele ficou muito feliz que decidiu ligar para pessoas próximas:
- Alô, mãe, tenho uma notícia ótima!
- Diga, meu filho!
- Teremos milho para pamonha o ano todo!
Dentre os fatos, nada poderia dar errado, as plantações estavam
cada vez mais produtivas.
Porém, a última colheita não foi como o esperado, o milharal da
fazendo Ouro Amarelo estava diminuindo e não tinha o mesmo
rendimento. Ele queria saber o real motivo do que estava acontecendo,
a real essa situação. Ele começou a achar que era algum tipo de
praga ou algum problema na semente ou fertilização. Armando, seu
empregado, falava que era uma espécie de praga.
Numa noite silenciosa, Alfredo despertou de seu sono tranquilo e
resolveu se levantar para apreciar sua fazenda.
- Vou dar uma olhada no meu ouro amarelo - disse Alfredo.
Quando ele chegou na plantação de milho se deparou com o
motivo de seu prejuízo: a praga do milho era o Armando!
Como o ditado popular diz: “É o olho do dono que engorda o gado”.
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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
Yara Duarte Silva
Estudante Escritora

Aline Alvarenga Do Nascimento


Professora Orientadora

Colégio E. João Bernardes de Assunção


CRE: Catalão

Reconquistando origens perdidas

Em virtude do atual cenário de evolução tecnológica, a modernidade


vem descartando as nossas origens; o folclore é uma delas.
Como restaurar nossos costumes, que abandonamos ao longo do
tempo, se nos acostumamos com a tecnologia e os seus avanços e
acabamos nos esquecendo do encanto das nossas tradições e origem?
Esquecer a cultura é esquecer a nós mesmos.
A nossa identidade ultrapassa gerações e, ao construir nosso futuro,
as manifestações culturais acabam se perdendo. Ao produzir esse
texto, me peguei pensando: o que sei sobre o folclore do meu Estado?
Meu Estado é Goiás e, por aqui, a cultura popular tem muita importância.
Nossas lendas, danças, rituais têm a marca do seu povo. A culinária é única,
tem aromas e sabores que formam uma combinação divina!
Divina mesmo é a fé que esse povo daqui tem. Tenho certeza que
somos abençoados pelo tanto de festejos, por manter vivas as crenças
populares e por tamanha devoção que temos.
A modernidade e o progresso têm o poder de transformar nossos
pensamentos; contudo, os traços que carregamos da nossa “goianidade”
transformam o indivíduo dessa sociedade e o leva a entender a
importância de se ter um passado e como manter esses valores. É
não deixar a história cair no esquecimento, como diz Bariani Ortêncio:
“história se não tiver documento não é reconhecida como história.”
O que não podemos perder é o interesse cultural. Se utilizarmos
as ferramentas que temos em nossas mãos, o poder da ciência para
atrair o brilho nos olhos e desprendermo-nos das telas brilhantes de
um celular será um começo.
Finalizo concordando com a frase de André Malraux: “a cultura, sob
todas as formas de arte, de amor e de pensamento, através dos séculos,
capacitou o homem a ser menos escravizado.”
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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio

Izabella Viana Souza Neto


Estudante Escritora

Danielly Lorrany de Carvalho Silva


Professora Orientadora

CEPI Gricon e Silvaira


CRE: Ceres

Metade Mineira e Metade Goiana

Viver no mundo com duas culturas diferentes nunca foi tão


difícil como agora, porque são dois modos de viver totalmente
diferentes, são jeitos e costumes que querendo ou não interferem
nos nossos costumes diários.
Existe uma grande diferença entre ser goiano e ser mineiro;
ambos têm características que definem em suas concepções e
personalidades de ser.
O povo mineiro reflete sobre as várias diversidades. As pessoas
de lá passam do modo conservador para rebeldes.
Agora, o povo goiano tem concepções e culturas bastantes
diversificadas. Os goianos têm várias características marcantes,
como o sotaque que tem o som puxado para o “r”; eles também
são ricos em arquitetura, a culinária, as gírias, as danças e,
principalmente, as suas músicas, o sertanejo.
Pensando em como é diferente ser goiano, por um lado
eu acho maravilhoso ter o sangue de mineiro e goiano, sou
extremamente feliz por pertencer a essas duas culturas tão
lindas que merecem muito valor e conhecimento.
Tento sempre seguir minhas origens, porém, às vezes, é meio
complicado não misturar meus costumes, não que isso seja algo
ruim, porém é um tanto quanto confuso, para mim.
Queria ter conhecido meus bisavós. Eles eram mineiros.
Infelizmente, não tive a oportunidade de conhecê-los. Sinto
bastante orgulho deles, pelos ensinamentos que foram deixados
por eles, e foi assim que entendi o que é ser mineiro. É um
privilégio ser metade mineira e metade goiana.

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
Kássia Brenda de Souza Fernandes
Estudante Escritora

Rita de Cassia Arrais Ferreira Tomaz


Professora Orientadora

Colégio Estadual Walter Engel


CRE: Cidade de Goiás

As intempéries da globalização cultural

“O homem é um artefato cultural”, assim escreveu o antropólogo


Clifford Geertz, visto que os comportamentos humanos provêm
de seus costumes, usos e tradições. É possível afirmar, seguindo
esse pensamento, que, na cultura goiana, tais comportamentos
são valorizados pelo escritor, folclorista e compositor paulista,
Bariani Ortencio. Essa afirmação é possível, pois nas obras do
autor são retratados elementos do folclore, hábitos passados,
normalmente de geração em geração. Contudo, a população
goiana ainda se mostra dividida: parte apegada a essas tradições
e outra parte que desvaloriza costumes como a vida no campo, os
gostos e os saberes.
Em princípio, como afirmou Geertz, o homem é dependente
dos mecanismos culturais, visto que são esses representados
por uma experiência simbólica, que conduzem objetivos e
direcionam toda uma vida, contribuindo assim com a formação
de seres mais humanos. Nesse sentido, mais uma vez, vale
ressaltar a importância das obras do escritor Bariani Ortencio
ao evidenciar comportamentos peculiares do folclore goiano,
reforçando apegos às tradições que fazem parte da identidade
do “bom goiano”, retratando a ingenuidade, “mas nem tanto”,
dos inúmeros Vicentes e Felizardos de Goiás, ampliando hábitos
singulares e imprescindíveis a um povo e a uma cultura.
Consoante a isso, Bariani Ortencio, em uma de suas obras,
afirma que “o progresso desordenado, como está indo, vai acabar
com nossas tradições”. Nesse âmbito, é imperativo destacar
que os veículos de comunicação, que têm sido o principal meio
de obtenção de conhecimento de uma parcela significativa da

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio

sociedade, alienam a todos, privando-os do desejo do acesso aos


livros, ao conhecimento e, consequentemente, alijando-os da
vontade de vivenciar sua cultura. Desta forma, a juventude, por
meio do processo de globalização, tem reconhecido como sua a
cultura de outros lugares, como a adoração às bandas coreanas e
a predileção por comidas japonesas, por exemplo.
Em virtude dos fatos apresentados, a Secretaria de Educação
deve permanecer oferecendo projetos que promovam atividades
culturais, uma vez que “o homem é um artefato cultural” e que ações
como essas contribuem com a construção da identidade goiana.
Outrossim, buscando aliar o progresso ao impulsionar o folclore,
o Governo, em parceria com a mídia, deve incentivar a valorização
da música raiz, dos pratos típicos e das particularidades que só o
“bom goiano” tem. Isso, por meio da distribuição, nas escolas, de
obras de folcloristas como Bariani, por exemplo, e de produções
cênicas e teatrais, apresentadas em praças públicas, que
promovam o vivenciar do que é do povo e que deve ser valorizado
por ele. Dessa forma, crianças e adolescentes vivenciarão o que
é deles, podendo continuar a apreciar outros costumes, mas sem
desvalorizar o populário do seu Estado.

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
Júlia Bertonsin Brito Alves
Estudante Escritora

Patrícia Nara Fonseca Carvalho


Professora Orientadora

Colégio Colégio Estadual Jalles Machado


CRE: Goianésia

Transmissão de saberes

A construção de uma sociedade está intimamente ligada às suas


raízes e tradições. A afirmação de Louis Bonald, filósofo francês,
de que “A cultura forma sábios; a educação homens” revela, com
maestria, a importância da formação cultural de um povo. O
folclore goiano é exemplo claro de que cultura e crenças distintas,
quando unidas em prol de um objetivo, contribuem de forma
primorosa com a formação de um povo. Entretanto, a despeito
de sua relevância, o folclore goiano perdeu muito do seu prestígio
com o avanço dos anos.
Ainda é tempo das sociedades se questionarem sobre a
ausência de identidades culturais próprias do território brasileiro
na contemporaneidade. Infelizmente, é notória a depreciação do
senso popular relacionado às crenças formadas em solo goiano,
consequentes de um forte processo de miscigenação. Todavia,
existe um alento, pois ainda existem aqueles que lutam e defendem
a rica diversidade cultural goiana. Em 1965, Waldomiro Bariani
Ortencio, paulista de nascença e goiano de coração, destacou-se
com uma de suas primeiras obras literárias: “Sertão sem fim”. Obra
escrita com mais de 10 contos que apresentam uma proeminência
dos fortes traços regionalistas. Sangue, suor, lágrimas e alegrias de
um povo forjado nas dificuldades, mas feliz por natureza. Bariani,
em suas linhas conseguiu mostrar ao mundo a beleza singular do
homem do cerrado, enriquecendo a literatura goiana com a força
que carrega.
No entanto, convém lembrar que desde o início do século XIX,
com a Segunda Revolução Industrial, o desenvolvimento intelectual
associado à globalização acarretou algumas consequências sociais,

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio

tais como a massificação cultural. Por consequência, a apreciação da


cultura dos grandes centros desenvolvidos, consequência da forte
influência midiática, tem fomentado a desvalorização da cultura
regional. Tradições familiares, outrora passadas de geração em
geração, sofrem uma extinção gradativa, deixando seus resquícios
em contos, sejam falados ou escritos. O goiano que ouvia histórias
carregadas de emoção já não encontra com facilidade, que se
orgulha da cultura simples mas tão rica que esse Estado possui.
Em sua obra “A cozinha goiana” Bariani explora a grandeza dos
costumes da região, a apresentação de singulares hábitos culturais
e a identidade da refeição eternizada.
Vale ressaltar o valor do folclore das crendices e da conservação
do jeito goiano de se viver, não apenas para valorização daqueles
que foram precursores dessa terra, mas também para a formação
da geração futura. Assim como grandes artistas goianos seguem
na luta pela conservação da história, cabe também ao governo,
juntamente com o Ministério da Educação, a garantia do acesso à
cultura goiana, ao turismo sustentável e grande acervo de obras
folclóricas goianas. Essa cultura é belamente representada nas
obras do escritor Bariani Ortêncio, que, com mais de 50 livros
escritos, valeu-se da transmissão de saberes.

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
Letícia de Souza Veríssimo
Estudante Escritora

Karina Cunha
Professora Orientadora

Colégio E. Polivalente Prof. Goiany Prates


CRE: Goiânia

O valor da cultura goiana


em obras folclóricas

Folclore se define como o conjunto de saberes e cultura que


perpetuam por meio do tradicionalismo. É um elemento muito
importante para um povo e vai além de lendas. No que diz respeito
ao folclore goiano, Bariani Ortencio destaca-se como folclorista
que representa em suas obras de forma bastante intensa o
regionalismo goiano.
Bariani não nasceu em Goiás, mas se mudou para Goiânia muito
jovem e desde então cultiva dentro de si uma enorme paixão
pelos costumes goianos. Dentre os diversos papéis que Bariani
desenvolveu ao longo da vida (goleiro e dentista, por exemplo), ele
se destaca como escritor, e traz em suas obras aspectos folclóricos
e populares de Goiás. Um grande exemplo é seu livro de receitas
“Culinária Goiana”, que registra diversas receitas regionais.
Bariani representa em suas obras a riquíssima cultura goiana,
porém suas obras e a de muitos outros autores goianos que
valorizam o folclore local não são tão valorizadas, principalmente
pelos mais jovens. É fácil perceber isso ao analisar o que é estudado
sobre folclore nas escolas. São muito famosas lendas como da
Mula-sem-cabeça, e pouco se ouve falar sobre o conto popular
goiano Romãozinho.
Para que a cultura goiana seja mais valorizada, autores como
Bariani devem estar mais presentes na vida escolar e acadêmica.
A escola deve criar grupos e rodas de conversa que incentivem
também a escrita de obras folclóricas feitas por alunos.

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio

Matheus H. de Oliveira Barbosa


Estudante Escritor

Silvana dos Santos Valadão


Professora Orientadora

Colégio E. Dr. Pedro Ludovico Teixeira


CRE: Iporá

Cultura esquecida

Na primeira metade do século XX, iniciou-se no Brasil o


movimento modernista, que tinha como objetivo a valorização da
cultura brasileira. Entretanto, esse propósito não foi alcançado
quando se trata do folclore goiano, já que ainda nos dias atuais
existem pessoas que desvalorizam esta vertente da cultura. Tal
fato se deve ao preconceito cultural e à falta de ensinamento nas
escolas de Goiás.
Primeiramente, vale ressaltar que o preconceito cultural aumenta
e desvaloriza o folclore goiano, visto que o preconceito leva as
pessoas a deixarem de conhecer e participar das manifestações
tradicionais de seu povo, fazendo com que a cultura e as histórias
deste se tornem esquecidas. Segundo a escritora francesa Simone
de Beauvoir: “É preciso erguer o povo à altura da cultura e não
rebaixar a cultura ao nível do povo”. Portanto, para que essa cultura
não seja esquecida, deve-se exaltar as lendas, os causos e as
tradições, desmistificando concepções e preconceitos existentes.
Outro fator que impulsiona tal problemática é a falta de
ensinamentos e estudos nas escolas desde cedo. Sendo assim,
nota-se que há um défict no sistema educacional de Goiás, já que
não existe um programa literário realmente efetivo nas instituições
educacionais do estado, que ensinem, debatam sobre as histórias
do folclore goiano. De acordo com o filósofo alemão Immanuel Kant:
“O ser humano é aquilo que a educação faz dele”. Por conseguinte,
percebe-se que a educação é um espaço fundamental para mostrar
as riquezas dessa manifestação tão presente nas cidades goianas.
Logo, seria importante que a Secretaria de Estado da Educação
de Goiás desenvolvesse, por meio de verbas governamentais,

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
atividades que envolvam o folclore goiano nas escolas para que os
estudantes compreendam o valor do folclore e a importância que
ele tem para a cultura e a tradição do povo. É importante que mais
projetos como esse fossem elaborados para motivar e incentivar a
leitura, a escrita e a oralidade com os estudantes, fazendo com que
as histórias culturais goianas repercurtissem junto à comunidade,
passando a ser vista como algo de valor e prestígio.

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio

Victória Cordeiro Martins


Estudante Escritora

Wanessa Cristina R. dos Santos Castro


Professora Orientadora

Colégio E. Dona Genoveva Rezende Carneiro


CRE: Itaberaí

A valorização do folclore goiano

Atualmente, existem pessoas que se importam com as tradições


e o folclore brasileiro, como por exemplo os goianos que tanto
admiram e veneram a sua herança, como diz Bariani Ortencio
em seu conto Metade mineiro e metade goiano, “mas o que mais
gostava mesmo era da roça. Lá ele se sentia em sua casa, no seu
meio, seu habitat, gente simples como ele”. Com isso, percebe-se
que a literatura é uma grande expoente de valorização do folclore,
como se pode ver na fala desse autor que prestigia a cultura goiana
através dos seus escritos. Porém, em análogo a isso, pode-se
perceber que a falta de investimentos no setor cultural é imensa, e
a desvalorização do patrimônio causa uma defasagem no acesso ao
conhecimento pela sociedade. Certamente, a falta de incentivo das
obras literárias de autores goianos nas escolas e na comunidade
provoca a não formação da consciência histórica.
Uma vez que a população não toma conhecimento nem tem
acesso às suas raízes, com certeza, não haverá valorização da
própria cultura. De fato, é possível perceber um déficit por parte
do governo na promoção de palestras, pesquisas e até mesmo
entrevistas com escritores goianos para rememorar suas origens.
Com relação à defasagem no acesso ao conhecimento pela
sociedade, leva-se em conta que a cultura é importante na formação
pessoal, intelectual, cognitiva, social e política, e com a ausência de
interesse nos costumes a população se desenvolve sem os valores
essenciais.
Por outro lado, pode-se citar Bariani Ortencio, com a contribuição
de suas obras que mantêm viva as tradições goianas, contando
causos de pessoas vividas na região, mesmo não sendo naturais

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
de Goiás. Suas obras são consideradas um grande acervo literário
no qual envolve histórias que valorizam o povo, a linguagem e a
cultura. Além de chamar a atenção do leitor e incentivá-lo a conhecer
mais sobre o chão goiano; instiga-o a reviver épocas, experiências
cultivadas através na memória. Isso é importante porque em
decorrência da falta de compreensão, de entender o valor que tem
a memória das pessoas, vem a desvalorização cultural.
A fim de ressaltar as tradições e os costumes do povo goiano,
cabe aos órgãos competentes como os formuladores de políticas
públicas em parceria com o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional) juntamente com a SEDUC/GO (Secretaria de
Estado da Educação - Goiás) promover mais ações culturais nos
municípios, de modo que essas movimentações façam com que a
população conheça suas raízes, autores que dedicam seus dias em
prol da maior valorização da cultura do povo, a exemplo de Bariani
Ortencio, e contemplem ainda mais as suas histórias. Tais ações
podem desempenhar uma melhora significativa na formação da
consciência histórica da população de forma geral e, em especial,
da juventude que só tem a ganhar conhecendo os valores culturais
e a identidade do seu povo.

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio

Camylla R. Vaz de Macêdo


Estudante Escritora

Pamyla Dayane Xavier Barros


Professora Orientadora

CEPI - João Xavier Ferreira


CRE: Itapaci

Identidade goiana

Segundo a filósofa Simone Beauvoir “é preciso erguer o povo


à altura da cultura e não rebaixar à cultura a nível do povo”. No
entanto, a identificação goiana apresenta um empecilho na
interferência e formação da má identidade e a decadência estatal.
Em primeira análise, atente-se para que historiadores que
procuram estabelecer rótulos, estigmas e heranças imerecidas
de como deve-se ser o goiano. Adicionalmente, convém ressaltar
que a mesclagem da urbanização e o rural colaboram para esse
agravante, pois a população não está distinguida, ou seja, há uma
mistura de fundir o velho com o novo, que se faz presente.
Ademais, evidencia-se que Goiás teve um atraso em seu
desenvolvimento, visto que o Estado apresenta uma série de lacunas
no que se refere à falta de investimento, que como consequência
relaciona a população com o ouro e minério, impossibilitando a
expansão de Goiás. Sob essas condições, torna-se nítido visualizar
que a má administração também contribui para esse cenário.
Desse modo Thomas More disse que “A propriedade ou ruína de
um estado depende da moralidade de seus governantes.” Sendo
assim, é perceptível analisar a negligência estatal.
Portanto, é necessário que o Ministério da Cultura desenvolva
palestras em locais públicos e escolas propagando a exposição
do povo goiano, assim tornando conhecida a sua identificação.
Outrossim, o Governo Federal deve proporcionar uma boa
regulamentação administrativa, priorizando o desempenho de
Goiás, elevando-o ao nível qualificativo, tendo a preocupação em
trazer melhorias visando no crescimento do Estado.

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
Guilherme Ponciano Silva
Estudante Escritor

Edison Ferreira Figueredo


Professor Orientador

Colégio Estadual Farnese Rabelo


CRE: Itapuranga

Descaso com o patrimônio cultural e


literário goiano

O folclore goiano, relacionado aos contos de Bariani Ortêncio,


representa um patrimônio histórico de fundamental importância
para as raízes culturais de Goiás, algo bom que vem desaparecendo.
As redes sociais mostram-se como principais “vilãs” responsáveis
pela desapropriação literária, criando uma população omissa no
repasse das histórias, na troca de costumes, o que gera a troca de
obras literárias estaduais por outras, de outros estados.
Percebe-se que a era digital tem influenciado negativamente
no compartilhamento de lendas folclóricas, provocando o
esquecimento das mesmas, situação preocupante no sentido de
preservação da memória e imaginário. Um relatório publicado
pela AGL (Academia Goiana de Letras) demonstrou que houve uma
enorme queda na transmissão de obras de famosos escritores
goianos, principalmente durante o ano de 2021, remetendo como
novas tecnologias geram dificuldades de relacionamento e acesso
à cultura.
Outro fator de destaque se deve ao fato de a sociedade deixar
de contar histórias para seus filhos, colocando-os em frente às
telas que roubam seu senso crítico, prática desonrosa e negligente.
A obra “Cozinha goiana, conceito histórico, receituário”, de Bariani
Ortencio, mostra-se essencial para a população ao retratar
costumes importantes e esquecidos, que deveriam ser repassados
às futuras gerações.
Além disso, os efeitos gerados por esse costume implicam nos
mais diversos segmentos, como na área das tradições, provocando
profundas “feridas” na história literária. Dessa forma, o livro

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio

“Cartilha do Folclore Brasileiro” representa uma das principais


formas de “cura” no sentido da desapropriação das raízes de Goiás,
ao possibilitar para o indivíduo a chance de conhecer mais sobre
suas origens textuais, algo que necessita ser preservado.
Portanto, o descaso com o patrimônio cultural e literário goiano,
principalmente, com as lendas folclóricas de grandes escritores
como Bariani Ortêncio, representa uma deficiência cultural, mas
que com medidas eficazes poderá ser revertido. O MEC (Ministério
da Educação e Cultura), grande detentor de autoridade, deverá
exigir das escolas aulas voltadas para as tradições e as obras
textuais de importantes escritores, por meio de palestras sobre o
tema, a fim de fazer as pessoas valorizarem as obras.

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
Ester de Andrade Oliveira
Estudante Escritora

Flávia Rodrigues Da Silva Priesnitz


Professora Orientadora

Colégio Estadual Alfredo Nasser


CRE: Jussara

Um gole de cachaça, não se nega!

Num final de semana de abril, feriadão, Zé e sua família foram


acampar. Colocaram toda a tralha dentro do carro velho e botaram
o “pé” na estrada. Chegando no local, já de tardezinha, começaram a
montar acampamento. Arrumando a barraca, Cláudia, sua filha, grita:
- Ó pai, tem certeza que quer ficar numa mata dessa!? A Sofia, está
com medo!
- Cráudia, mia fia, nenhuma sombração vai berá nóis, eu meto a
pexera! - rebateu Zé.
Zé não iria perder a chance de assustar sua neta, e logo pensou em
um mito popular, que o povo goiano já nasce sabendo:
- Sofia, vem comê mio e batata doce quentinhos, aqui na foguera.
A menina se aproximou junto com a mãe. E logo Zé começou a
prosa, causos sem pé nem cabeça, que a menina nunca ouviu.
Mas que a mesma amava:
- Ei,_meninas, já contei_procês uma veiz que fui pescá com o
cumpadi Tonho e nóis viu o Nego D’Água?
- Ué! Vô, quem é esse tal Nego D’Água? - perguntou Sofia.
- Vixe fia, se aprume aí, que lá vem a história. Tava eu e Tonho
rumando as traias prá pescá e o “mardito” teve a ideia de comprá
uma cachaça. Paramo numa venda e compramo a “bendita”. Lá no rio
descemo a canoa, e fomo rio abaixo. De repente, Tonho disse:
- Tem um trem n’água!
“Quando é fé, surgiu o Nego D’Água!” Tonho caiu duro pra tráis,
paralisado, de medo!
E qual não foi a surpresa, o Nego D’Água “só queria um gole, de
cachaça!” Brindamos limpando a goela: cachaça, não se nega a ninguém!

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio

Ellen Karoline R. de Oliveira


Estudante Escritora

Caroline Carvalho Troncoso Freitas


Professora Orientadora

CEPI Polivalente Antônio Carlos Paniago


CRE: Mineiros

A raiz do povo goiano

O Estado de Goiás possui uma grande diversidade cultural,


sendo o folclore uma tradição constituída de músicas, mitos,
lendas e muito mais, integrando a riqueza de um povo, porém
tal registro corre o risco de ser esquecido segundo o escritor e
folclorista Bariani Ortencio; segundo ele, o progresso desordenado
no mundo moderno poderá provocar o fim das tradições goianas.
Nessa perspectiva, as mídias não favorecem a permanência das
culturas brasileiras, colaborando que sejam perdidas com o tempo,
tornando-se entrave para que o folclore não consiga manter as
tradições.
Sob esse viés, os meios midiáticos da atualidade favorecem
mais aos costumes estrangeiros do que os próprios nacionais.
Tal veracidade colabora para que a sociedade seja alienada
conforme o que as mídias desejam sobre o país afora, através
de filmes, novelas, anúncios, entre outros mecanismos de
comunicações utilizados, fazendo com que as pessoas não
tenham interesse em se relacionarem com a cultura folclórica de
seu povo, já que as praxes arraigadas não são muito anunciadas.
Dessa forma, o folclore simboliza a individualidade de um corpo
social e não pode ser olvidada.
Por conseguinte, há, ainda, pessoas que se preocupam em
levar as tradições goianas para seus descendentes. Prova disso,
em Pirenópolis/GO, acontecem as chamadas Cavalhadas e a
Festa do Divino Espírito Santo, tradições que nunca perderam
seus devidos valores e marcam as raízes da sociedade local.
Contudo, nas demais cidades o folclore não possui tanta
relevância, podendo estar até chegando gradativamente ao fim,
pois vem sendo cada vez menos compartilhado. Dessarte, é

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
imprescindível que não se deve deixar perder essas histórias por
todo o Estado, pois são primordiais para a estrutura histórica do
povo Goiano.
Diante disso, no que concerne à alegação de Bariani Ortencio,
é preciso manter em ordem o progresso do folclore goiano, para
que as tradições não se acabem. Portanto, urge que a Secretaria
de Educação promova aos centros de ensino, de todas as faixas
etárias, conhecimentos aos discentes sobre a importância de ter
ciência das origens tradicionais das culturas goianas, por meio de
palestras, trabalhos sociais e compartilhamentos nas mídias, a fim
de não só incentivá-los, mas também conscientizar a sociedade
a repassar suas histórias de geração em geração. Sendo assim,
tornar-se-á possível a garantia de que as raízes folclóricas de Goiás
sejam mais valorizadas

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio

Nelsiane Barbosa Bitencourt


Estudante Escritora

José Henrique Rodrigues Machado


Professor Orientador

CEPI Dom Pedro II


CRE: Morrinhos

Bariani Ortêncio:
um caboclo – cidadão do mundo

Gestos e palavras. Ramo de arruda para benzeção. Vento Virado,


cobreiro “brabo”. Terço rezado. Pedido atendido. É a Festa do
Divino. Festa de Santos Reis... folias, quermesse. Raizadas, plantas
que curam. O paulista mais goiano: Bariani.
Com causos e prosas, desvenda-se no planalto central o folclorista da
mais alta goianidade. Uma entidade; carrega consigo os bons agouros
de um cidadão cujo alento é recontar o folclore de um povo simples e
muito elaborado. Através de seus estudos, compôs dicionário, textos
importantes que são forte instrumento de documento de uma história
que ficaria perdida na oralidade de seus atores, nos ventos fortes dos
agostos dos anos. Agosto é mês de ventania para essas bandas de Goiás.
Esse “goiano”, que poderia ser escrito com G maiúsculo, tem uma
grande característica: a de ser fabuloso, como um dia retratado pelo poeta
ao se referir a outro baluarte do retrato, do fazedor da cultura sertaneja.
Fabuloso é o adjetivo mais apropriado em sua ampla goianidade.
Compor algo sobre Bariani Ortêncio sem falar da simplicidade
seria como navegar no chão rachado do árido terreno goiano. A
própria forma retratada por detrás de um douto e culto homem
citadino, concordamos, mas que tem no campo a representação
do que faz de melhor: um olhar cuidadoso sobre o fazer do caipira,
com suas lendas, histórias e recontos.
O elaborado mundo caipira é trazido por Bariani numa forma
muito interessante e particular. Relata nas suas impressões o
mundo simbólico, cheio de elaborações, causos, histórias, estórias...
assombrações e feitiços. O folclore de um povo. Folclorista que é,
reconta em hábeis palavras o que sua simplicidade promove de
uma forma muito interessante, o fazer de um povo todo.

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
Para encurtar a conversa, Bariani Ortencio ecoa em todos os
pontos cardeais do estado sua força e respeito. Bariani Ortencio
nasceu de novo ao vir para Goiás. Aqui é sua terra natal. Aqui se faz
gente... ele é o povo goiano. Bariani Ortencio é perene.

Caio Nicolas Rodrigues


Estudante Escritor

Maria Helena Ferreira dos Santos


Professora Orientadora

CEPI Marajó
CRE: Novo Gama

Bariani e sua importância

Cultura é algo que faz parte da formação de um povo, seja


uma pequena tribo isolada, pessoas do campo ou residentes das
grandes cidades; logo, não seria diferente para o Estado goiano.
A terra de Goiás é portadora de uma rica cultura e folclore,
marcada por pratos típicos, música, dança, artesanato e festas
tradicionais como a Festa do Divino.
Para que uma cultura permaneça viva é importante que ela
seja incentivada, e um dos maiores (se não o maior) incentivador
e contribuidor da cultura goiana é Waldomiro Bariani Ortencio.
Bariani nasceu em Igarapava no ano de 1923, mudou-se para
Goiânia com 15 anos e estudou no Lyceu de Goiânia. Durante sua
vida ele foi goleiro do Atlético Clube Goianiense, foi professor
de matemática, comerciante, fazendeiro, industrial e minerador,
mas encontrou seu lugar na escrita.
Em 1954 ele publicou o livro “O que ele foi pelo sertão”, livro
que o consolidou na carreira de escritor. Desde então, Bariani
escreve obras que valorizam e divulgam a cultura goiana; dentre
essas obras temos o livro “Cozinha goiana”, que fala a história da
culinária de Goiás. Portanto, a vida e a obra de Bariani é muito
importante para o folclore de Goiás, seu repertório é enorme,
contendo músicas, poemas, contos, crônicas e etc. É de fato um
grande nome do acervo cultural goiano.

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio

Luiz Henrique Alves de Moura


Estudante Escritor

Anísia Bernardes da Costa


Professora Orientadora

CEPI Ruy Brasil Cavalcante


CRE: Piracanjuba

A importância do
folclore e do meio ambiente

Bariani Ortencio é um famoso escritor que em suas obras retrata


aspectos da cultura goiana, especificando o folclore e retratando a
fauna e a flora do Cerrado. Assim, percebe-se a importância do meio
ambiente e deste no meio cultural, mas não só nele, o meio ambiente
também é fundamental para sobrevivência dos seres humanos, visto
que tudo que as pessoas fazem depende diretamente ou indiretamente
dele. Muitos não percebem sua importância e acabam contribuindo
para sua destruição. Um dos maiores contribuintes para a degradação
ambiental é a agroindústria; pois milhares de quilômetros de área
verde são destruídos para dar espaço às plantações. É importante
ressaltar alto número de espécies que estão entrando em extinção
devido ao desmatamento e às queimadas.
A agroindústria, por ser uma prática que gera muito lucro,
vem aumentando bastante. Porém, ao mesmo tempo em que
gera riquezas ela destrói o meio ambiente. Isso porque várias
árvores são derrubadas, causando assoreamento de rios. Vale
ressaltar que o uso de agrotóxicos também é muito nocivo para
o meio ambiente.
Com a degradação ambiental, várias espécies de animais e
plantas estão ameaçadas de extinção como, por exemplo, a onça
pintada. Esse assunto deveria ser tratado com mais atenção,
pois uma vez que essas espécies sejam extintas, um grande
desequilíbrio ambiental ocorrerá. Contudo, há várias ONGs e
institutos, destacando o Estado de Goiás, onde várias espécies são
resgatadas para evitar a extinção dos mesmos.
Percebe-se grande importância do meio ambiente e que ele é
fundamental para sobrevivência das pessoas. Apesar de muitos

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
não se importarem em cuidar da natureza. Órgãos governamentais
deveriam dar mais atenção e criar leis mais rígidas para quem
destrói o meio ambiente. E deveriam também encontrar uma forma
mais ecológica para utilização do campo evitando desmatamento e
as queimadas.

Gabrielly Nunes Oliveira


Estudante Escritora

Luciene Franscisco Vieira


Professora Orientadora

Colégio Estadual Dr. Vasco dos Reis Goncalves


CRE: Pires do Rio

Folclore goiano

O Folclore, segundo sites e livros, é a junção de costumes,


provérbios e lendas, ou seja, manifestações artísticas no geral
mantidas por um povo por meio da tradição. No folclore goiano
não é diferente, também está cheio de histórias e costumes
interligados por gerações sendo passados de geração em geração.
Por ser muito amplo, destaca-se aqui um tipo de manifestação.
A mais comum e folclórica das manifestações são as cantigas de
roda, brincadeira infantil em que as crianças cantam músicas com
temas folclóricos podendo algumas terem até coreografa e estão
espalhadas por todo Brasil.
Em Goiás, a mais comum são as festas como as Congadas de
Pirenópolis e outras regiões que agregam danças, atividades e cantos
em louvor a Nossa Senhora dos Pretos, São Benedito e ao Divino Espírito
Santo. Também tem lendas como filho do saco, um homem sujo,
idoso e malvado que assusta as crianças, pois ele pega os pequenos
desobedientes e os coloca dentro num saco para levá-los para longe
de suas casas. Até hoje funciona com as crianças mais novas como
forma de fazê-las serem obedientes. E se você pensa que a Literatura
Goiana não é rica então deve conhecer os poemas de Cora Coralina,
que eternizam a beleza e a história de Goiás com a suavidade e, às
vezes, mistério.

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio

Ítalo Eduardo Pereira de Santana


Estudante Escritor

Genivaldo Alves dos Santos


Professor Orientador

Escola Estadual Povoado Nova Vista


CRE: Posse

O peão João e a moça da cidade

Lá pelas bandas do interior de Goiás existia um povoado chamado


Cabeça de Boi, ali morava um belo rapaz chamado João. Todas as meninas
da região admiravam sua beleza e quando ele montava no touro, todas
torciam para ele. João era um rapaz bastante simples, vivia com sua mãe,
dois irmãos menores e seu pai, sua maior paixão era montar no touro e
as cavalgadas. Nos finais de semana, ele gostava de ir para as festas nas
redondezas da fazenda, mas não dançava forró com as meninas, apenas
observava e ficava sempre perto de seus amigos.
Aos domingos, ele sempre dizia que era o melhor dia da semana
para poder comer aquele frango caipira que sua mãe preparava.
Ele ajudava seu pai na fazenda com a plantação de milho e na
criação de algumas vacas que seus pais tinham na pequena terra
que eles moravam. João, um jovem simples com o sotaque forte da
sua região, era muito tímido, mas tinha três grandes amigos que
sempre estavam com ele.
Um certo dia, uma jovem misteriosa mudou para as
proximidades da casa de João e, logo, chamou a atenção de todos
os homens dali, mas ela era diferente das meninas da região, veio
da cidade grande, filha de um fazendeiro a quem todos tinham
respeito e medo. Num sábado, a bela jovem decidiu ir para um
forró na região, para ver como era a festa na roça. Ao chegar no
local, avistou João e encantou-se com sua beleza rústica, vestido
com roupas simples, calça apertada e uma camisa vermelha
xadrez, bota e fivela. João olhou para ela, mas logo desviou seu
olhar achando a moça bastante interessante. Como ela era da
cidade grande foi falar com João e seus amigos; ele mal olhava
para ela. Seu amigo Pedro apaixonou-se pela jovem e já quis
saber o nome dela.

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
Mas Ester estava querendo conhecer o João e ficou conversando
com seu amigo Pedro para poder se aproximar dele; ela passou
a andar com eles e sempre queria estar perto dele. João achou a
menina bastante interessante, mas sabia que seu amigo queria
namorar com ela e não se atrevia aproximar-se dela. Mas, a cada
dia que passava, ele gostava cada vez mais da bela moça da cidade
grande e não sabia mais disfarçar seus sentimentos. Um dia, João
chamou a jovem para uma cavalgada na região e foi com ela.

Kaik Gomes Rodrigues


Estudante Escritor

Caroline Ferreira de Souza


Professora Orientadora

Colégio Estadual Juscelino Kubistheck


CRE: Quirinópolis

A casa do lobisome

Nu fim de semana eu e meus primo fomo para a fazenda de


nossa vó. Ela tinha contado que perto da li ficava a casa de um véio
rabujento, diziam que ele virava lobisome na doite de lua cheia.
Nois ficô morrendo de medo.
Chegô à noite, eu e meus primo fizemos uma fogueira e ficamo
cunversando até meia noite, minha vó já tinha durmido, só tava
eu e meus otos dois primo acordado, e aí nóis inventa de ir na
casa do véio pra vê se ele era lobisome memo, e era noite de Lua
cheia, eu tava me cagando de medo, mas fui memo assim. Entramo
na mata e fomo. O atrapaiado do meu primo tropeçô e caiu de
cara no chão e na mema hora nóis ouviu um barui muito alto no
mato, nóis que num é besta nem nada, correu e deixô ele lá caido.
Chegamo gritando na casa da vó, ela acordo desisperada quase
teve um infarto, nóis contô tudo para ela, ela brigô com nóis e falô
que não tinha lobisome ninhum e feiz ir procurá nosso primo que
nóis tinha dexado pra trais.
Infim, meu primo quebro um dente e nóis apanhamo de monte
de nossas mãe.

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio

Kaiky Ramos Martins


Estudante Escritor

Elciene Borges de Ataides


Professora Orientadora

Colégio Estadual Professor Quintiliano Leão Neto


CRE: CRE de Rio Verde

Oásis Cultural

A cultura goiana é importante na formação folclórica brasileira, por


meio de suas lendas, costumes, comidas, danças e identidade social,
povo simples e brincalhão, o folclore goiano possui uma regionalidade
ímpar no país. Também é vasta e influente para os que aqui chegam e se
apropriam dessa terra.
Muitos desses elementos que dão vida ao folclore goiano surgiram
com as variadas tribos e povos que aqui viviam e chegavam, abrilhantando
a história do Estado.
Essa pluralidade se encontra nas obras de Bariani Ortencio, um
paulista mais goiano do que se pode pensar, porque, além de valorizar a
cultura deste Estado, adotou-o em seus estudos e pesquisas. Em seu livro
“Cozinha Goiana”, um clássico do gênero, ele traz um amplo apanhado
de ingredientes, sabores e receitas...
A ausência de cidadãos goianos no compromisso de valorizar a
cultura do Estado se fez sentir com a vinda da pandemia do Coronavírus,
que estigmatizou e paralisou as famosas festas culturais. Assim, uma
inacessibilidade significativa passou a existir, não propiciando aos mais
novos esses ensinamentos, essas trocas de conhecimento.
Fica aqui exposto, portanto, que precisamos almejar, possuir e
pertencer a uma entidade cultural à qual estamos inseridos, com
participações que catalisam esse problema.
Assim, mesmo que pandemias nos distanciem, saibamos em nosso lar,
com nossa família, ouvir, cantar e dançar... E, evidentemente, podemos
persistir em compartilhar com os nossos amigos, familiares, conhecidos
e outros esses costumes tão importantes e significativos, e para atenuar
ainda mais essa situação, que incentivos governamentais sejam criados
para valorizar o nosso folclore.

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
Ana Laura de Queiroz Silva
Estudante Escritora

Francilene A. de Mendonça Souza Oliveira


Professora Orientadora

Colégio Estadual Sete de Setembro


CRE: Rubiataba

Diálogo macabro

Quando vi que o Sr. Bariani havia escrito esse mesmo causo nem
acreditei! Meu avô já havia me contado esse mesmo causo muito tempo
atrás, quando eu era ainda pequenininha.
Trata-se de um acontecimento com Seu Felizardo, que morava pouco
pra lá do cemitério Santana de Goiânia. Depois que ele recebeu uma
certa resposta, regaçou as calças e sebo nas canelas. Ele era um cara
corajoso, mas nem tanto. Seu Felizardo, como muita gente, morria de
medo de assombração, principalmente alma de gente morta.
Um dia, já bem de tardinha, estava saindo de uma sessão de cinema
quando encontrou com os amigos, Vicente e Bentinho, que jogavam
sinuca no bar de Seu Zé. Foi ficando por ali, proseando e bebendo umas
dosezinhas, até que, quando deu fé, já era quase meia-noite. Despediu
dos compadres e, meio apressado, pegou o rumo de casa. Foi andando,
quando avistou de longe o cemitério, e perdendo a coragem de enfrentar
a escuridão da rua mal iluminada, decidiu esperar alguém aparecer pra
atravessar acompanhado. Sentou no meio-fio e por lá ficou.
O tempo foi passando e Felizardo ficando cada vez mais agoniado
quando olhava para o relógio. Ventava um vento frio que os cabelos só
não levantaram o chapéu da cabeça porque Felizardo não estava usando
chapéu naquela noite. Também, quem que vai usar chapéu de noite se é
pra tampar do sol de dia?
De repente, Felizardo se assustou com um vulto se aproximando e
gritou:
- Êpa! Quem vem lá?
- Eu - respondeu um senhor de cabelos grisalhos, já de idade.
- É de paz? - “eu quem, meu Deus?” pensou Felizardo consigo mesmo.

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio

- Graças a Deus é gente! - Felizardo suspirou aliviado. - O senhor


poderia me acompanhar até passar o cemitério? - perguntou.
- Me chamo João e posso sim te acompanhar - respondeu o senhor
com uma breve risada.
Então os dois seguiram juntos pela rua mal iluminada e proseando.
- Eu - começou Felizardo - morro de medo de assombração, mais
ainda de alma de gente morta! E o senhor? Não tem medo, não?
- Uai... agora não, tenho medo mais não. Mas, quando eu era vivo,
rapaz... eu tinha e era muito!
Tremendo mais do que vara verde, Felizardo regaçou as barras
da calça e correu, como se não houvesse amanhã. Hoje, quem passa
pelo cemitério Santana diz ouvir as risadas daquele senhor de cabelos
grisalhos, relembrando o que aconteceu. Se é verdade? Não sei, mas não
pretendo descobrir.

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
Francisco Celestino Neto
Estudante Escritor

Albertina Francisca da Silva Rezende


Professora Orientadora

Colégio Estadual Rui Antônio da Silva


CRE: Santa Helena de Goiás

Folclore goiano

O folclore do Goiás faz parte da vida da população, tanto na


capital como no interior do Estado. Essa cultura é passada de
geração a geração e também é bastante valorizada. O folclore
goiano é representado por cultura de vários povos, como indígenas,
povos portugueses e africanos. Existe também a influência religiosa
católica que está presente no folclore da região.
Em Goiás, o folclore destaca-se, principalmente, na cidade
de Pirenópolis, que é conhecido internacionalmente por suas
manifestações folclóricas; isso é bom para nosso Goiás para
demonstrar as nossas tradições. O folclore mais tradicional em
nosso Estado é a festa do Divino Pai Eterno na cidade de Trindade,
um evento que dura cerca de 20 dias e exige várias outras tradições
folclóricas. Entre essas tradições tem a mais popular, como as
cavalhadas de Pirenópolis, um espetáculo em que ocorre a mescla
de várias lendas, danças e ritos religiosos.
Entre todas as histórias folclóricas goiana, o maior destaque fica
com a história do Romãozinho, que é uma lenda de um menino que
vivia fazendo desordem e maltratando os animais; essa lenda fala
que um dia a mãe do Romãozinho fez uma refeição com petisco de
galinha e pediu para que ele levasse para seu pai e no caminho o
menino comeu toda a refeição e deixou apenas os ossos para seu
pai. Para piorar a situação o menino mentiu para seu pai, dizendo
que sua mãe tinha dado a refeição para seu amante e é esse o final
dessa história.

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio

Maryane M. de Souza Couto


Estudante Escritora

Millena Afonso Ribeiro


Professora Orientadora

CEPI Brasil
CRE: São Luís de Montes Belos

Não julgue o folclore

É do conhecimento de grande parte dos cidadãos que formam


a sociedade brasileira o quão inconveniente e desprezível é o
preconceito; com o folclore isso não é diferente. As mais diversas
opiniões escondem de forma camuflada os piores preconceitos
e isso pode vir de inocentes comentários ou até mesmo do meu
simples ponto de vista.
O Brasil é um país multicultural, contendo em cada região seu
próprio folclore, dando assim, a cada lugar, sua própria identidade,
e temos como exemplo o autor Bariani Ortencio, que em seus livros
vem exaltando e sempre homenageando a cultura goiana. Ele traz
consigo a identidade do folclore raiz, retratada em sua obra, as lendas
os contos, causos, as quais fazem parte do dia a dia do povo goiano.
Essa cultura passada de geração para geração, histórias como o
lobisomem, homem do saco, em alguns casos contadas com o intuito
de ensinar ou refletir sobre a moral, até mesmo divertir.
Alguns cidadãos usam a religiosidade como base para
contradizer e distorcer o que seja o folclore, colocando como algo
malicioso, que afeta os pensamentos de muitos, fazendo mal para
a sociedade como um todo, porém somente lindas histórias ecoam
nos nossos ouvidos até nos dias de hoje. Sendo assim, incoerentes
falas, julgamentos desnecessários feitos ao tão glorioso folclore
têm marcado a civilização por séculos; sim, está tudo bem você
não concordar, e não colaborar para expansão do folclore, porém,
não está nada bem o desrespeito em cima de algo tão inocente, até
porque, preconceito é crime grave, e ainda há uma esperança de
um dia todos terem a mente aberta para isto.

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
Emilly Vitória Dias da Costa
Estudante Escritora

Luana Freitas Da Silva


Professora Orientadora

Colégio E. Professora Ivânia Maria Ferrassoli


CRE: São Miguel Araguaia

Folclore e suas goianidades

O folclore é um elemento de suma importância na formação cultural


brasileira, por meio de lendas, costumes, culinária e identidade social.
Dentro do folclore goiano estão as festas tradicionais, as cavalhadas,
congada de Catalão, Festa do Divino Pai Eterno, Procissão do Fogaréu
e nossa famosa quadrilha comemorada no mês de junho. Além de
danças, cantigas e rituais religiosos, há outros costumes goianos
significativos, como o mutirão das fiandeiras, durante o qual senhoras
preparam o algodão para depois produzir tecidos.
As goianidades desse Estado que está no coração do Brasil
evidenciam personalidades marcantes da nossa literatura, como o
escritor folclorista Bariani Ortêncio e a escritora Cora Coralina, que
contribuíram muito na literatura goiana, trazendo, principalmente
em seus livros, saberes populares que fazem parte do cotidiano
do povo. O que trouxe destaque, principalmente, à forma simples
da população goiana viver, na solidariedade e generosidade
das pessoas dessa região, mostrando a forma acolhedora das
populações interioranas do Estado, que tem tanto no interior
como na capital o hábito de tomar o café com bolo de fubá à tarde,
acompanhado sempre de uma prosa muito boa, que aquece o
coração.
Saber reconhecer nossas goianidades é, sobretudo, enxergar as
riquezas do nosso bioma cerrado, com tantos frutos da terra que
trazem diferentes sabores à nossa rica culinária como por exemplo:
pequi, guariroba, guapeva, mangaba, mamacadela, cajuzinho,
araçá, articum, baru, cagaita, dentre outros tantos. Além de possuir
um cerrado preservado em algumas regiões e um grande número
de parques verdes, tanto na capital, quanto no interior do Estado,
possuímos a capital mais arborizada do país.

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio

A gastronomia de Goiás é inconfundível, tendo pratos típicos


que fazem sucesso em todo país como a famosa pamonha, o
arroz com pequi, o empadão goiano, bolo de fubá, pé de moleque,
canjica, etc.
Dessa forma, Goiás é marcado pelo homem que aprendeu a
ter orgulho de ser o que é, gente simples, principalmente, pelo
homem do campo, uma vez que possui uma economia que parte
da agricultura e agropecuária, traz o folclore em suas origens, nas
mais diversas lendas e personagens, mas que é marcado por um
povo que sabe viver bem com a natureza, pela história de vida que
passa de geração em geração contribuindo assim como Bariani
Ortêncio, com o registro do que há de belo na natureza, na poesia,
no que é viver de verdade, tirando lições das pequenas coisas para
deixar um legado, mil histórias, para contar e ensinar as futuras
gerações

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
Nathalia Araújo Siqueira
Estudante Escritora

Ricardo Fernandes
Professor Orientador

CEPI Professor José Pascoal da Silva


CRE: Silvânia

Folclore, a riqueza de Goiás

Ao analisar a riqueza e a grandiosidade da cultura goiana,


encontramos dentro dela um grande ícone, difícil descrevê-lo com
poucas palavras pois é extremamente rico em detalhes e carrega
consigo uma beleza imensurável; porém, uma ótima definição para
o folclore goiano é a de Bariani Ortencio onde ele diz que “Folclore é
ciência popular, folclore é saber popular ou saber do povo...” dentre
outras definições.
Partindo disso, observa-se o amor, o apreço e a valorização que
o mesmo tem pelo folclore goiano, cheio de lendas, contos, festas
populares e folguedos, ele abrilhanta mais a vida da população
goiana, principalmente com as cavalhadas de Pirenópolis, Festa do
Divino Espírito Santo, levando também em consideração as músicas e
lendas como Romãozinho e Nego D’Água.
Com o passar de alguns anos, essa cultura belíssima é esquecida
por muitos, pois por inúmeras vezes o folclore goiano não ganha tanta
visibilidade e importância como ele merece, o que leva muitas crianças e
jovens de hoje em dia a não conhecerem essas histórias, festas populares
e lendas. A cidade de Silvânia, por exemplo, conta com a lenda da
serpente que mora embaixo da igreja do Bonfim, superfamosa, porém
desconhecida para muitos até mesmo da própria cidade.
Portanto, faz-se necessário uma maior valorização e divulgação do
folclore goiano, levar até as escolas com maior intensidade o folclore
goiano, dar voz e espaço a ele, divulgar e levar para a sociedade de
uma forma geral essas lendas novamente, fazer com que ele chegue
ao âmbito escolar através de obras do escritor folclorista Bariani
Ortencio que enfatizam e evidenciam de forma clara a riqueza do
nosso folclore; assim, os jovens e crianças da nossa sociedade irão
desfrutar de tamanha riqueza e histórias, com um gostinho de quero
mais a partir da observação de cada detalhe, pois o folclore goiano é
cultura, é história e traz ao povo alegria e vivacidade.
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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio

Sthefanny dos Santos Gomes Sousa


Estudante Escritora

Noelly Alves de Sousa


Professora Orientadora

Colégio E. da Polícia Militar Pedro Ludovico Teixeira


CRE: Trindade

A Importância e a Contribuição
do Folclore na Formação do Estudante
no Brasil
A sociedade brasileira reconhece o óbice sobre a falta de ensino
da cultura. Desse modo, existe uma extensa problemática sobre
a formação do estudante no Brasil em relação ao conhecimento a
respeito do folclore, que significa “o saber do povo”. De acordo com
a Constituição Federal de 1988, todo cidadão tem o direito à cultura,
como garantia social e de lazer. Diante disso, o compositor, professor
de matemática, industrial, minerador e até goleiro do Atlético Clube
Goianiense, Bariani Ortencio, tem como principal objetivo valorizar a
cultura popular de Goiás através do folclore.
Sobre os prolegômenos citados acima, é perceptível a importância e
a contribuição que a sapiência da cultura folclórica faz numa sociedade.
Ademais, uma leitura constante sobre o folclore brasileiro se enquadra
em elucubrações gerais sobre o assunto abordado. Dessa maneira,
Bariani tem várias obras relacionadas sobre esse tema, assim como
a representatividade do Estado de Goiás nesse âmbito. Com isso,
podemos citar a “Crônica Festa Folclórica em Santo Antônio de Goiás”,
o livro “Cozinha Goiana”, “A Cartilha do Folclore Brasileiro”, “Almanaque
Cultural de Bariani Ortencio”, dentre outras obras.
Em Goiás, temos a história do Romãozinho que é semelhante à do
Saci-Pererê, pois a alma do menino vaga pelo sertão fazendo maldades.
A respeito da lenda do Negro D’Água, é notória uma referência de
defesa, justamente por ele ser um protetor das águas.
Nesse aspecto, ocorre a tentativa do folclorista de resguardar a
identidade nacional e de promover a expansão das lendas na formação
estudantil e popular. Atualmente, as celebrações estrangeiras estão

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
ocupando um maior destaque em nosso país, já que as lendas folclóricas
estão perdendo a sua representatividade e as suas comemorações.
Portanto, os grupos educacionais necessitam de atividades
direcionadas ao incentivo da leitura, com campanhas e projetos
estudantis para uma nova formação na educação do Brasil, com o
objetivo de restaurar as práticas culturais.

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Produção Cênica

Área interativa: Clique nos links


para acessar a produção Cênica
VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
Aparecida de Goiânia Diálogo Macabro

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Pedro Henrique Ventura Neiva - (Estudante)


Nadmília Castro Domingues (Professora orientadora)
Escola: Cepi Santa Luzia

https://www.youtube.com/watch?v=Fx0j936Z0F4&ab_channel=ColegioSantaLuzia

Definição De Casamento
Catalão

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Manuela Pereira Dos Santos Silva - (Estudante)


Aline Alvarenga Do Nascimento (Professora orientadora)
Escola: Colégio Estadual João Bernardes De Assunção

https://www.youtube.com/watch?v=SyTBy_cMPK8&ab_channel=GabrielySim%C3%B5es

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio

Cidade de Goiás No Boteco

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André Henrique Pereira Rocha - (Estudante)


Janete Dias de Oliveira Rodrigues (Professora orientadora)
Escola: CEPI Professor Alcides Jubé

https://www.youtube.com/watch?v=QawiZ20rO10&ab_channel=RonnieCarlosFaustinoDias

Diálogo Macabro
Goianesia

0:00

André Luis De Jesus Santos - (Estudante)


Diego Venâncio Maia (Professor orientador)
Escola: Cepi Presidente Costa e Silva

https://www.youtube.com/watch?v=_bDbsJ5qj7k&ab_channel=DiegoMaiaDiego

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
Itaberaí No Boteco

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Izabela Rosa Da Silva - (Estudante)


Elisvania Mendes De Oliveira (Professora orientadora)
Escola: Colégio Estadual Benedito Brás

https://www.youtube.com/watch?v=f4MsAIbpxW4&ab_channel=Col%C3%A9gio-
EstadualBeneditoBr%C3%A1s

O Cachimbo Do Pescador Bariani Ortencio


Jussara

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Barbara Mirella De Sousa Cardoso - (Estudante)


Flávia Rodrigues Da Silva Priesnitz (Professora orientadora)
Escola: Colégio Estadual Alfredo Nasser

https://www.youtube.com/watch?v=uTy5A-QuaNA&ab_channel=CEANEM%3ACENA

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio

Morrinhos Mal do Cigarro

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Clariana Cardoso De Oliveira - (Estudante)


Aparecida Donizete da S. Santos (Professora orientadora)
Escola: Cepi Raulina Da Fonseca Pascoal

https://www.youtube.com/watch?v=kh1YW70Vq94&ab_channel=CEPIRAULINA

Brasília
Novo Gama

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Joel Martins Rabelo - (Estudante)


Mire Ahmad Kalil Silva (Professor orientador)
Escola: Centro De Ensino Em Período Integral Marajó

https://www.youtube.com/watch?v=julN-HGR5Lk&ab_channel=JOELMARTINS

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
Pires do Rio Metade Mineiro Metade Goiano

0:00

Gustavo Henrique Silva Mendes - (Estudante)


Danilo De Assis Fernandes (Professor orientador)
Escola: CEPI - Maria Benedita Velozo

https://www.youtube.com/watch?v=67BQkOQru04&ab_channel=DanilodeAssis-
Fernandes

Quadrinhas
Porangatu

0:00

Ana Letícia Rodrigues Dos Santos - (Estudante)


Iracy Dias Souto Ferreiraz (Professora orientadora)
Escola: Colégio Estadual Dr. Marco Aurélio

https://www.youtube.com/watch?v=NiOCtKGO_P4&ab_channel=Nana%21%E2%99%A1

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio

Posse Autorretrato

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Adrielly Oliveira De Carvalho - (Estudante)


José Pereira De Queiroz (Professor orientador)
Escola: Colégio Estadual Professora Josefa Barbosa Valente

https://www.youtube.com/watch?v=cBTYVsKrOmk&ab_channel=COL%C3%89GIOESTA-
DUALPROFJOSEFABARBOSAVALENTE

Deus Está Certo - Bariani Ortêncio


Quirinópolis

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Ingrid Jamilli Alves Fernandes - (Estudante)


Fernando Aparecido Lopes De Lima (Professor orientador)
Escola: CEPI Bartolomeu Bueno Da Silva

https://www.youtube.com/watch?v=DlkuO1rByio&ab_channel=FernandoLopes

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
Rio Verde Metade Mineiro Metade Goiano

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Guilerme Alves Araujo - (Estudante)


Regiane De Haro Ferreira Balestrini (Professora orientadora)
Escola: Escola Estadual Manoel Ayres

https://www.youtube.com/watch?v=mqt5nB7ruR0&ab_channel=Guiler-
me%E2%98%95

No boteco
Santa Helena de Goiás

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Âmilla Miguel Marcelino dos Santos - (Estudante)


Priscila Marques (Professora orientadora)
Escola: Colégio Estadual Sebastião Alves Ferreira

https://www.youtube.com/watch?v=zAqzINw74Yc&ab_channel=HugsomVieira

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio

São Miguel do Araguaia Conto: Guerra Com Os Estados Unidos

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Livia Francisca Silva - (Estudante)


Derliane Chuva (Professora orientadora)
Escola: Colégio Estadual Dom Bosco.

https://www.youtube.com/watch?v=102oIxiGYpM&ab_channel=NathaliaVieiraDaCruz

O Veneno
Silvânia

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Wandeson Ferreira Da Silva - (Estudante)


Ricardo Fernandes Dos Santos (Professor orientador)
Escola: CEPI José Pascoal Da Silva

https://www.youtube.com/watch?v=_cmRFCbG2iA&ab_channel=CEPIProf.Jos%-
C3%A9PascoaldaSilva

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VI Concurso Literário de Redação Bariani Ortencio
Trindade Vaso Sanitário

0:00

Samuel Neri Dos Santos - (Estudante)


Maria Virgínia Lopes Viana (Professora orientadora)
Escola: Colégio E. Da Polícia Militar Pedro Dr. Ludovico Teixeira

https://www.youtube.com/watch?v=-sYo8n-A0Gg&ab_channel=AndreyL%-
C3%BAcio

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Centro de Estudo e Pesquisa
Secretaria de Estado da Educação

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