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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA – UCB

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
UNIDADE DE APOIO DIDÁTICO EDUCACIONAL - UADE
COORDENAÇÃO DE ÁREA DE METODOLOGIA CIENTÍFICA

METODOLOGIA CIENTÍFICA EM AMBIENTE VIRTUAL

Normas e Técnicas

Sumário:
- Apresentação do trabalho acadêmico
- Leitura do texto científico
- Análise textual
- Análise temática
- Análise interpretativa
- Problematização
- Síntese
- Meios de comunicação e informação científica
- Artigo
- Monografia
- Periódicos, anais e revistas eletrônicas
- Relatório
- Seminário
- Organização da Informação: esquema; resumo; fichamento; fichário
- Esquema
- Resumo
- Resumo indicativo
- Resumo informativo
- Resumo crítico – resenha
- Pesquisa bibliográfica
- Projeto de pesquisa
- Definições
- Passos para elaboração do projeto:
- Delimitação do tema
- Justificativa
- Delimitação e enunciado do problema
- Formulação de hipótese
- Elaboração dos objetivos
- Definição da metodologia
- Referências teóricas
- Cronograma
- Previsão de recursos
- Referência bibliográfica

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Apresentação do trabalho acadêmico

Não há uma norma rígida que defina exatamente como um trabalho deve ser
formatado na Universidade. Em geral cada universidade, cada curso e, por vezes, cada
professor define como deseja receber seus trabalhos. A ABNT contudo possui uma norma
(NBR n.º 14724) para apresentação de trabalhos acadêmicos caracterizados como:
monografia, dissertação e tese.
Para os demais tipos de trabalho há algumas normas ditadas pelo bom senso e bastante
utilizadas. Veja aqui as indicações mais comuns.
- Papel: A4 (21cmX29,7cm)
- Margens: direita 2cm; esquerda 3cm; superior 3cm; inferior 2cm
- Espaço entre linhas: 1,5 ou duplo
- Fonte ou tipo de letra: Times New Roman ou Arial
- Tamanho da letra: 12
- Títulos e tópicos do texto: devem ser colocados em negrito ou em maiúsculas no início da
seção, alinhados à esquerda da página e com uma distância de duas linhas simples antes
do texto
- Numeração de páginas: canto inferior direito (a numeração começa a contar a partir da
primeira página após a capa)
- Alinhamento do texto: justificado

- Capa:

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Como estas são apenas orientações gerais é importante que você se informe em seu
curso se há alguma regulamentação específica para apresentação de seus trabalhos. Caso não
haja, pergunte ao professor se há alguma indicação dada por ele.

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Leitura do texto científico

A leitura de um texto científico exige muito mais atenção do que a leitura de um texto
de outro gênero. O texto científico utiliza conceitos, teorias, uma linguagem mais complexa e
uma ordem de raciocínio com a qual o estudante que começa a cursar uma universidade ainda
não está acostumado. Para aproveitar melhor suas leituras, você deve seguir algumas
diretrizes importantes, esquematizadas aqui.
Em primeiro lugar, você deve ter clareza dos objetivos de sua leitura. A leitura do
texto deve ser capaz de: permitir uma compreensão global do significado do texto; permitir
uma interpretação crítica do texto; e fornecer instrumentos para o trabalho intelectual.

1. Análise textual:

É o que você vai fazer assim que puser as mãos no texto. E aqui é preciso um cuidado
especial. Hoje é muito comum os professores “abrirem pastas” na fotocopiadora, onde vão
colocando textos que os alunos chamam de “apostilas”. Se você não quiser ser apenas um
“aluno”, mas sim um “estudante”, você deve parar imediatamente de chamar os textos de
“apostila”.
O que você diria se alguém sempre chamasse o artilheiro do seu time de futebol de
“reserva”? Isto te incomodaria, não é? Afinal, aquele jogador é um “atacante”, e não um
reserva. São nomes diferentes para tipos de jogadores diferentes. Assim também acontece
com os textos. Há textos de diferentes tipos: artigos, livros, capítulos de livro, resenhas,
monografias, dissertações, etc.
Se você quiser entender o que vai ler, primeiro deve conhecer bem o texto e chamá-lo
pelo seu nome. É assim que a gente ganha familiaridade com alguém , não é? Pois é assim
que você vai começar a se familiarizar com o seu texto. É preciso saber se ele é um artigo de
uma revista, um capítulo de um livro etc.
Mas como fazer isso, se o texto for apenas uma fotocópia na pasta do professor? Este
é realmente um problema. Por isso, na medida do possível, dispense a pasta do professor e vá
atrás do texto na biblioteca. Lá, com uma boa pesquisa, você logo chega ao livro onde está o
capítulo a ser lido, ou a revista onde está o artigo. Ter acesso ao livro todo é ótimo para você
saber mais sobre o texto que vai ler. Quem é o autor? Leia na orelha do livro. Onde está
este capítulo (no começo, no meio ou no fim do livro)? O que veio antes dele? O que vem
depois. Esta é uma “leitura” de reconhecimento que você vai fazer e que vai te ajudar muito
a entender melhor o que vai ler no texto.

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Mas se você não puder ir à biblioteca ou não encontrar o livro e tiver que ficar com a
cópia na pasta do professor? Então cobre do seu professor que ele escreva na fotocópia a
referência bibliográfica completa do texto em questão. Nela você descobre se o texto é artigo
ou livro, qual o nome do livro ou revista de onde ele saiu, em que ano foi publicado e quem é
o autor. Com isso, seu trabalho de leitura fica muito mais fácil.
Uma vez com o texto na mão, veja qual o seu tamanho e quantos tópicos ele tem. Isso
é importante para você dimensionar o tempo que vai levar lendo o texto. Não adianta
começar a ler um texto de 50 páginas se você só terá dez minutos.
Agora sim você está pronto para começar sua leitura. Esta leitura deve ser feita com
concentração, em lugar tranqüilo. Durante a leitura, você deve:
. marcar o texto: faça anotações nas margens. Invente símbolos para marcar o que você
julga ser importante, que parágrafos deverão ser relidos depois, o que você não entendeu,
onde você acha que estão as idéias principais. Isso pode ser feito sublinhando linhas ou
parágrafos, fazendo marcas nas margens ou anotando suas observações nos cantos do papel.
Se você estiver lendo um livro da biblioteca, NUNCA faça as marcas no livro, mas sim em
uma folha em branco, anotando o número da página e o parágrafo a que a nota se refere.
. levantar vocabulário: anote as palavras que você não entendeu e busque seu significado
no dicionário
Ao terminar esta leitura você deve buscar informações complementares sobre os fatos
citados no texto, sobre as doutrinas e linhas de pensamento apresentados e mesmo sobre o
próprio autor. Por fim, faça um esquema do texto.
Podemos esquematizar esta primeira etapa da leitura do seguinte modo:
. A análise textual é a leitura que busca: dar uma visão de conjunto do texto; nos permitir
buscar esclarecimentos sobre o autor, fatos, doutrinas e autores citados no texto, bem como
vocabulário; e fazer um esquema do texto.

2. Análise Temática

É o momento em que vamos nos perguntar se realmente compreendemos a mensagem


do autor no texto. Aqui devemos recuperar:
- o tema do texto;
- o problema que o autor se coloca; e
- a idéia central e as secundárias do texto.

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Normalmente isto é feito junto com o esquema do texto. Nele, você irá indicar cada
um dos itens acima, reconstruindo o raciocínio do autor do texto; recuperando seu processo
lógico.
3. Análise Interpretativa

É onde você fará a interpretação da mensagem do autor. Para isso é importante:


- situar o texto no contexto da vida do autor, bem como com outros textos sobre o assunto;
- explicitar os pressupostos dos quais o autor parte, suas teorias, as correntes de pensamento
às quais ele se filia, seus paradigmas, etc.
- criticar o texto com relação à sua coerência, validade, originalidade, profundidade e
alcance.
Você já deve ter percebido que para fazer uma análise interpretativa é necessário já ter
acumulado algumas leituras anteriores sobre o tema em questão. Se este é o primeiro texto
que você vai ler sobre um tema, se contente em ficar só com as duas primeiras etapas de
leitura. Com o tempo você começará a desbravar a terceira e as próximas duas.
4. Problematização

Esta é uma etapa que você só pode fazer se já tiver um bom acúmulo de leituras sobre
o tema. Conhecendo bem o assunto, tendo lido outros autores sobre o assunto, conhecendo as
críticas que se fazem aquele autor e àquelas idéias, você pode começar a problematizar o
texto. Na prática, isso significa levantar e discutir problemas com relação à mensagem do
autor.
5. Síntese pessoal

Por fim, você poderá fazer a sua própria síntese a respeito do texto. Vale lembrar que
no início do seu curso na universidade, o ideal é que você faça bem as duas primeiras etapas
de leitura. Com o tempo, você começa a fazer a terceira e, após alguns semestres, você já
estará fazendo as cinco etapas sugeridas acima. (Para outras e melhores sugestões conferir
Severino, 2000, p.47-59)

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Meios de comunicação e informação científica

Artigo científico

Artigos são comunicações escritas, publicadas em revistas especializadas, com o


objetivo de divulgar junto à comunidade científica os resultados, ainda que parciais, de
pesquisas em uma área específica. Os artigos não costumam ser muito extensos, variando de
5 a, no máximo, 30 páginas. Quem define o tamanho máximo de um artigo e a sua
formatação básica é a revista na qual ele será publicado.
Monografia

Uma monografia é um trabalho escrito, sistemático e completo sobre um determinado


tema, geralmente fruto de uma pesquisa rigorosa. Uma monografia deve ter um tema
claramente definido, apresentar o resultado de uma pesquisa pormenorizada, detalhada e
aprofundada sobre o tema e que traga contribuições importantes para a área de conhecimento
a que se refere.
Ao longo de seus estudos, um estudante costuma passar por três tipos de monografia:
- Monografia de graduação: é o resultado de uma pesquisa realizada ao final de sua
graduação;
- Dissertação: mais aprofundada que uma monografia de graduação, é o resultado de uma
pesquisa de mestrado; e
- Tese: mais aprofundada que uma monografia de graduação e mais extensa que uma
dissertação de mestrado, é o resultado de uma pesquisa de doutorado.
A estrutura interna de um texto monográfico varia muito de acordo com a área do
conhecimento a que se refere. Ou seja, para saber exatamente como você deverá fazer sua
monografia ao final de seu curso, você deverá ter conversado bastante sobre ela com seus
professores para saber o que a área do seu curso espera de uma monografia. Em linhas
gerais, ele segue a seguinte estrutura básica:
- uma introdução explicitando os objetivos, a justificativa e o objeto da pesquisa;
- a metodologia utilizada;
- a apresentação dos dados e sua análise;
- a interpretação dos resultados obtidos; e
- as conclusões a que se chegou.

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Periódicos, anais e revistas eletrônicas

Periódico é todo tipo de publicação regular, como revistas, revistas científicas e


jornais. Eles tem uma função importante na circulação de informações atualizadas nas
comunidades científicas, por meio da publicação de artigos dos seus pesquisadores.
Anais são a publicação dos resumos de trabalhos apresentados em eventos científicos
como Congressos, Encontros e Reuniões.
Atualmente, com o crescimento da internet, já encontramos muitos periódicos que não
são mais publicados em papel, mas circulam apenas em meio eletrônico. Estas são as revistas
eletrônicas. Muitos eventos também estão deixando de publicar seus anais em papel, e
passam a adotar os “Anais eletrônicos”, publicados em CD-ROM ou disponibilizados na
internet.
Relatório

O relatório é a redação dos resultados de uma pesquisa. Sua função se assemelha a do


artigo científico, mas sua utilidade é a de uma comunicação mais técnica e, portanto, bem
mais detalhada. Normalmente, usa-se fazer relatórios ao longo de uma pesquisa para prestar
contas à agência de fomento que estiver financiando as investigações. Uma pesquisa
comporta, portanto, relatórios parciais e um relatório final. Práticas didáticas, como estágio,
também pedem seus relatórios.
Na elaboração de um relatório é fundamental apresentar alguns itens de conteúdo
como:
- uma introdução explicitando os objetivos, a justificativa e o objeto da pesquisa ou ação
que está sendo relatada;
- a metodologia utilizada até o momento do relatório;
- a apresentação dos dados e sua análise;
- a interpretação dos resultados obtidos; e
- as conclusões a que se chegou e recomendações para encaminhamento futuro.
Seminário

De acordo com Hühne (2000), o objetivo fundamental de um seminário é a


apresentação para debate de um estudo aprofundado de uma questão. Isto implica que,
quando formos participar de um seminário, devemos providenciar:
- um estudo aprofundado que não se restrinja às características de um fichamento;
- um estudo com vistas à comunicação e discussão; e

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- um estudo que só pode ser bem debatido se partir de um texto-roteiro, preferencialmente
entregue aos demais participantes.
Para isso, Hühne sugere as seguintes tarefas:
1. Tarefas em grupo:
- problematização do tema (geralmente introduzido pelo professor)
- estabelecimento de um cronograma que preveja:
- encontro de grupo para analisar a lista bibliográfica (levantamento e seleção de livros)
- encontro para discussão da problemática à luz das fichas de leitura dos integrantes do
grupo (todos já devem ter lido e fichado os textos)
- encontro para elaboração de um texto-roteiro para o seminário (que deve ser
distribuído depois aos estudantes da turma)
- encontro para operacionalizar a apresentação do seminário (recursos audiovisuais,
técnicas de grupo, etc.)
2. Tarefas individuais:
- elucidação do tema ou do texto (ver sua parte dentro do grupo)
- leitura e fichamentos
- situar a sua parte no contexto do grupo

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Organização da informação: esquema, resumo, fichamento e fichário

Por mais que nossa memória seja boa, um bom estudo não deve depender
exclusivamente dela. Isso significa que uma das habilidades mais importantes para que o
estudante não se sinta perdido diante do volume de informações que encontra na universidade
é a sua capacidade de organizar estas informações. Isso deve torná-lo capaz de poder
relacioná-las e recuperá-las facilmente sempre que precisar.
Sempre que lemos um texto, participamos de uma aula, assistimos a uma palestra ou a
um filme, estamos trabalhando com diversas informações. Como fazer para organizá-las de
modo a não depender apenas de nossa memória? É para isso que se desenvolveram técnicas
como o esquema, o resumo e o fichário. São todos meios de organizar informações de modo
a facilitar seu resgate para produzir conhecimento. Há também outras formas de fazer esta
organização, mas estas são as técnicas mais comuns, com as quais você certamente lidará ao
longo do seu curso desde o primeiro semestre.
Esquema

O esquema é um registro gráfico (bastante visual) dos pontos principais de um


determinado conteúdo. Não há normas para elaboração do esquema, ele deve ser um registro
útil para você, por isso, é você quem deve definir a melhor maneira de fazê-lo. Um bom
esquema normalmente evidencia a estrutura do texto (ou da aula, do filme, da palestra, etc.)
em questão, apresentando rapidamente a organização lógica das idéias e a relação entre elas e
busca ser o mais fiel possível ao texto, limitando-se a reproduzir o conteúdo compreendido.
Algumas dicas úteis para um esquema, segundo Hühne (2000), são:
- após a leitura do texto, dar títulos e subtítulos às idéias identificadas no mesmo, anotando-
os às margens;
- colocar estes itens no papel como uma seqüência ordenada por números (1, 1.1, 1.2, 2,
etc.) para indicar suas divisões;
- utilizar símbolos para relacionar as idéias esquematizadas, como setas para indicar que
uma idéia leva à outra, sinais de igual para indicar semelhança ou cruzes para indicar
oposição etc;
- é igualmente útil utilizar chaves ({) ou círculos para agrupar idéias semelhantes.

Não importa que códigos você use no seu esquema, pois ele é de uso pessoal. O
importante é que ele seja útil a você, ou seja, lhe permita recuperar rapidamente o argumento
e as idéias de um texto com uma simples visualização.

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Resumo

Resumir é apresentar de forma breve, concisa e seletiva um certo conteúdo. Isso


significa reduzir a termos breves e precisos a parte essencial de um tema. Saber fazer um
bom resumo é fundamental no percurso acadêmico de um estudante, em especial por lhe
permitir recuperar rapidamente idéias, conceitos e informações com as quais ele terá de lidar
ao longo de seu curso.
Em geral um bom resumo deve ser:
- Breve e conciso: no resumo de um texto, por exemplo, devemos deixar de lado os
exemplos dados pelo autor, detalhes e dados secundários.
- Pessoal: um resumo deve ser sempre feito com suas próprias palavras. Ele é o
resultado da sua leitura de um texto.
- Logicamente estruturado: um resumo não é apenas um apanhado de frases soltas.
Ele deve trazer as idéias centrais (o argumento) daquilo que se está resumindo. Assim, as
idéias devem ser apresentadas em ordem lógica, ou seja, como tendo uma relação entre elas.
O texto do resumo deve ser compreensível.
- Gramaticalmente correto: um resumo deve demonstrar o uso adequado da língua
portuguesa.
O resumo tem várias utilizações. Isto significa também que existem vários tipos de
resumo. Você irá encontrar resumos como parte de uma monografia, antes de um artigo, em
catálogos de editoras, em revistas especializadas, em boletins bibliográficos etc. Por isso,
antes de fazer um resumo você deve saber a que ele se destina para saber como ele deve ser
feito. Em linhas gerais, costuma-se dizer que há 3 tipos usuais de resumo: o resumo
indicativo, o resumo informativo e o resumo crítico (ou resenha).
Tipos de resumo:

Resumo indicativo ou descritivo

Também conhecido como abstract (resumo, em inglês), este tipo de resumo apenas
indica os pontos principais de um texto, sem detalhar aspectos como exemplos, dados
qualitativos ou quantitativos etc. Um bom exemplo deste tipo de resumo são as sinopses de
filmes publicadas nos jornais. Ali você tem apenas uma idéia do enredo de que trata o filme.
Resumo informativo ou analítico

Também conhecido em inglês como summary, este tipo de resumo informa o leitor
sobre outras características do texto. Um resumo informativo, no caso de um relatório de

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pesquisa, não diria apenas de que trata a pesquisa (como seria o caso do resumo indicativo),
mas informaria também as finalidades da pesquisa, a metodologia utilizada e os resultados
atingidos. Um bom exemplo disso são os resumos de trabalhos científicos publicados nos
anais de congressos, como os da SBPC. (Conferir resumos da SBPC na internet:
http://200.177.98.67/sbpc/53a/lista.exe?TIPO=RA ) A principal utilidade dos resumos informativos
no campo científico é auxiliar o pesquisador em suas pesquisas bibliográficas. Imagine-se
procurando textos sobre seu tema de pesquisa. Quais você deve realmente ler? Para saber,
procure um resumo informativo de cada texto.
Resumo crítico ou resenha

Este é, provavelmente, o tipo de resumo que você mais terá de fazer a pedido de seus
professores ao longo do seu curso. O resumo crítico é uma redação técnica que avalia de
forma sintética a importância de uma obra científica ou literária.
Quando um resumo crítico é escrito para ser publicado em revistas especializadas, é
chamado de resenha. Ocorre que, por costume, os professores tendem a chamar de resenha o
resumo crítico elaborado pelos estudantes como exercício didático. A rigor, você só
escreverá uma resenha no dia em que seu resumo crítico for publicado em uma revista. Até
lá, o que você faz é um resumo crítico.
Mas não deixam de estar certos os professores que dizem que resenha não é resumo.
A resenha (ou resumo crítico) não é apenas uma resumo informativo ou indicativo. A
resenha pede um elemento importante de interpretação de texto. Você só fará uma boa
resenha se tiver lido um texto ao menos até a quarta etapa de leitura, na classificação sugerida
mais acima.
Por isso, antes de começar a escrever seu resumo crítico você deve se certificar de ter
feito uma boa leitura do texto, identificando:
1. qual o tema tratado pelo autor?
2. qual o problema que ele coloca?
3. qual a posição defendida pelo autor com relação a este problema?
4. quais os argumentos centrais e complementares utilizados pelo autor para defender sua
posição?
Uma vez tendo identificado todos estes pontos, que devem estar retratados no seu
esquema do texto, você já tem material para escrever metade do seu resumo crítico. Este
material já é suficiente para fazer um resumo informativo. No entanto, para um resumo
crítico, falta a crítica, ou seja, a sua análise sobre o texto. E o que seria essa análise? A

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análise seria, em síntese, a capacidade de relacionar os elementos do texto lido com outros
textos, autores e idéias sobre o tema em questão. Para fazer a análise, portanto, certifique-se
de ter:
- informações sobre o autor, suas outras obras e sua relação com outros autores;
- elementos para contribuir para um debate acerca do tema em questão;
- e clareza acerca dos leitores prováveis de sua crítica. Isto quer dizer que você deve saber
para quem estará escrevendo o resumo crítico ou resenha, indicando ao final da mesma
sua importância.
A partir daí você pode escrever um texto que, em linhas gerais, deve apresentar:
- nos parágrafos iniciais: uma introdução à obra resenhada, apresentando o assunto/ tema, o
problema elaborado pelo autor e a posição do autor diante deste problema;
- no desenvolvimento, a apresentação do conteúdo da obra, enfatizando as idéias centrais
do texto e os argumentos e idéias secundárias;
- por fim, uma conclusão apresentado sua crítica pessoal, ou seja: uma avaliação das idéias
do autor frente a outros textos e autores, uma avaliação da qualidade do texto, quanto à
sua coerência, validade, originalidade, profundidade, alcance, etc.
É bom lembrar que estes passos não são uma norma rígida. Esta é a estrutura usual de
resenhas, mas como a resenha é um texto escrito para publicação em revistas especializadas,
cada revista cria suas próprias regras. Questões como onde escrever o nome do resenhista (se
abaixo do título, no final, a quantos centímetros da margem), quantos parágrafos utilizar, o
número mínimo e máximo de linhas, a utilização de tópicos e subtítulos etc., tudo isso é
definido pela revista que for publicar a resenha. Por isso, sempre que um professor pedir para
você fazer uma “resenha” (um resumo crítico, já que não será publicado) você deve pedir que
ele lhe dê este parâmetros. Se o professor não se pronunciar, sinta-se livre para decidir como
apresentar a resenha, desde que respeitando a estrutura geral apresentada aqui e as normas de
bom senso para redação de trabalhos acadêmicos.
Fichamento

Fichamento é uma forma de investigação que se caracteriza pelo ato de fichar


(registrar) todo o material necessário à compreensão de um texto ou tema. Para isso, é
preciso usar fichas que facilitam a documentação e preparam a execução do trabalho. Não só,
mas é também uma forma de estudar / assimilar criticamente os melhores texto / temas de sua
formação acadêmico-profissional.
“Um fichamento completo deve apresentar os seguintes dados:

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1. Indicação bibliográfica – mostrando a fonte da leitura (cf. ABNT).
2. Resumo – sintetizando o conteúdo da obra. Trabalho que se baseia no esquema (na
introdução pode fazer uma pequena apresentação histórica ou ilustrativa).
3. Citações – apresentando as transcrições significativas da obra.
4. Comentários – expressando a compreensão crítica do texto, baseando-se ou não em
outros autores e outras obras.
5. Ideação – colocando em destaque as novas idéias que surgiram durante a leitura
reflexiva.

MODELO DE FICHAMENTO

Indicação bibliográfica (conforme as normas da ABNT)

1ª parte: apresentação objetiva das idéias do autor


1 – Resumo (baseado no esquema)
2 – Pequenas citações (entre aspas e páginas)

2ª parte: elaboração pessoal sobre a leitura


1 – Comentários (parecer e crítica)
2 – Ideação (novas perspectivas)

Extraído de: HUHNE, L.M. Metodologia científica. 7. ed. Rio de Janeiro: Agir, 2000.
pp.64-65.

Fichário

O fichário não é nada mais do que o espaço no qual você armazena as fichas
produzidas em sua atividade de fichamento. Estas fichas podem ser organizadas ou
classificadas por temas, por números ou em ordem alfabética.

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Pesquisa bibliográfica

Muito bem, digamos que você tem interesse por um assunto que desejaria conhecer
melhor. Isso acontecerá várias vezes ao longo de sua passagem pela universidade. Você
pode ter que preparar um seminário ou elaborar um trabalho de fim de curso. Ou então, você
pode estar começando a montar seu projeto de pesquisa. E então, como fazer para selecionar
o material mais adequado para começar a trabalhar?
Uma ferramenta muito útil para esta dúvida é a pesquisa bibliográfica. Por meio dela,
você procura, com o auxílio de bases de dados, todo tipo de documento que melhor se adapte
ao tema que você busca.
Bases de dados são ferramentas de pesquisa que dão acesso a diversos tipos de texto.
Para aproveitar bem uma biblioteca é fundamental que você saiba utilizar uma base de dados,
pois é com ela que você saberá acessar o acervo da biblioteca, bem como poderá encomendar
cópias de artigos de periódicos vindos de outras bibliotecas no mundo todo. Para saber o que
são bases de dados e aprender a utilizá-las, procure o setor de atendimento ao usuário da
biblioteca da UCB. Consulte a seção “Apoio On Line” na página eletrônica da Metodologia
Científica para ter acesso à apresentação elaborada pela nossa biblioteca sobre as bases de
dados disponíveis na UCB.

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Projeto de pesquisa

Existem diversos modelos de apresentação e estruturação de um projeto de pesquisa.


Desse modo, apresentamos abaixo aqueles elementos imprescindíveis à maioria destes
modelos, isto é, apresentamos uma estruturação lógica de um projeto de pesquisa científica
que atende ao conjunto das diferentes disciplinas científicas existentes em uma universidade.
Esperamos que este modelo sirva como orientação para o estudante.
Definições de projeto de pesquisa:
- É uma proposta teórica prévia , formulada a respeito de determinado assunto.
- É a previsão de todas as etapas da pesquisa.
- Este deve responder ao seguinte conjunto de questões: O quê? Por quê? Para quê? Para
quem? Onde? Como? Com quê? Quando? Quem? Com quantos?
Passos para elaboração do projeto:

1. DELIMITAÇÃO DO TEMA: escolha sobre o que versará o trabalho


- Requer clareza a respeito do campo do conhecimento a que pertence o assunto;
- Deve determinar o lugar que ocupa no tempo e no espaço.

2. JUSTIFICATIVA: Menciona-se a pretensão do trabalho e seu valor nos seguintes


aspectos:
- RELEVÂNCIA CIENTÍFICA: O que essa pesquisa pode acrescentar à ciência?
- RELEVÂNCIA SOCIAL: Que benefício pode trazer à comunidade?
- INTERESSE: O que levou à escolha do tema?
- VIABILIDADE: Quais as possibilidades concretas desta pesquisa?

3. DELIMITAÇÃO E ENUNCIADO DO PROBLEMA:


- Situá-lo no tempo e no espaço, localizando as fontes de origem;
- O problema deve ser formulado de forma interrogativa;
- O problema deve ser claro e preciso.;
- O problema deve ser delimitado a uma dimensão viável

4. FORMULAÇÃO DE HIPÓTESE:
- Idéia geral a ser comprovada no decorrer da pesquisa;
- São respostas provisórias, anteriores à pesquisa

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- Deve ser fundada em conhecimento prévio;
- Deve ser verificável;
- É formulada por uma afirmação;

5. ELABORAÇÃO DOS OBJETIVOS: Os objetivos representam o ponto de chegada em


relação ao teste da hipótese e indicam o que é pretendido com o desenvolvimento da
pesquisa.
- Objetivo geral: significa traçar as principais metas que nortearão a pesquisa;
- Objetivos específicos: cada objetivo específico atinge um ponto de vista do tema, um
ângulo a ser pesquisado.

6. DEFINIÇÃO DA METODOLOGIA: Representa a descrição formal dos métodos e


técnicas a serem utilizados na pesquisa. Define os seguintes aspectos:
- O caminho a ser percorrido: métodos de abordagem e método de procedimentos;
- Os instrumentos de pesquisa a serem utilizados;
- Delimitação do universo da pesquisa;
- Delimitação e seleção da amostra

7. REFERÊNCIAS TEÓRICAS:
- Exige capacidade de elaboração própria e espírito crítico;
- Contribui com informações inovadoras , acrescentando algo novo ao conhecimento já
existente;
- Requer um levantamento bibliográfico cuidadoso, para analisar as contribuições já
expressas acerca do assunto, capazes de esclarecer o fenômeno investigado.

8. CRONOGRAMA:
- É a previsão do ritmo de desenvolvimento da pesquisa, esclarecendo acerca do tempo
necessário para cada uma das fases

9. PREVISÃO DE RECURSOS:
- Levantar e arrolar os recursos materiais e humanos indicando a proveniência dos
mesmos

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Referências bibliográficas

Nenhum texto científico sai exclusivamente da cabeça de um autor, isolado no mundo.


Quando você escreve um projeto de pesquisa, um trabalho de fim de curso, uma monografia
etc. Você estará se referindo constantemente a outros textos de outros autores. É
fundamental que você permita ao leitor do seu texto encontrar os textos com os quais você
está estabelecendo um diálogo. Mas como dizer ao leitor os livros que você está utilizando,
os artigos que você cita, os capítulos nos quais você se baseia etc.? A maneira mais simples é
oferecer uma lista, ao final do seu trabalho, das obras utilizadas para compô-lo. Assim, você
poderia escrever uma lista mais ou menos assim:

Livro: A estrutura das revoluções científicas


Capítulo: posfácio
Autor: Thomas Kuhn
Editora: Perspectiva
Cidade: São Paulo
Ano: 1999

Mas isso seria muito trabalhoso e ocuparia um espaço muito grande. Para tornar a
coisa mais simples, permitindo a qualquer um identificar rapidamente qual o título da obra,
quem é o autor, qual a editora etc., foi estabelecida uma norma comum para fazer a referência
de qualquer obra ou material bibliográfico utilizado no texto que você está escrevendo. Esta
convenção está escrita na forma de uma norma técnica (NBR 6023/2000) da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Por meio desta norma, podemos fazer aquela
mesma referência acima de maneira muito mais compacta:
KUHN, Thomas. Posfácio. In: ______ A estrutura das revoluções científicas. São Paulo:
Perspectiva, 1999.

Ao longo da sua trajetória na Universidade você terá que citar muitos textos, muitos
autores que serão importantes para fazer seus trabalhos. Para isso, é importante que você
conheça a NBR 6023 e faça a referência bibliográfica por meio dela. Você não precisa
decorar estas normas, mas deve sempre consultá-las para fazer suas referências. Com o tempo
você lembrará de cabeça o essencial. A UCB possui um caderno com o resumo desta norma,
elaborado pela Biblioteca Central, à venda na livraria Universa.
Na página eletrônica da Metodologia Científica você poderá fazer o download de dois
outros resumos da norma NBR 6023 da ABNT: arquivos <NBR 6023.pdf> e <Referência
bibliográfica.ppt>

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Bibliografia

HUHNE, L.M. Metodologia científica. 7. ed. Rio de Janeiro: Agir, 2000.


SEVERINO, J. A. Metodologia do Trabalho Científico. 21ª ed. São Paulo: Cortes, 2000.

Confira também:
ECO, U. Como se faz uma tese. São Paulo: Perspectiva, 1987.

PEDRON, A. J. Metodologia Científica: Auxiliar do estudo. Brasília: Edição do autor,


2000.

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