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Como ler um artigo científico e retirar a

informação importante?

Conteúdo

Let’s Start!.................................................................................................................................... 2

1) Define o teu objetivo de leitura ............................................................................................... 2

2) Post-it ........................................................................................................................................ 5

3) Lê 2 vezes o artigo! ................................................................................................................... 6

Bónus ............................................................................................................................................ 7

Bónus #1: ................................................................................................................................... 7

Bónus #2: ................................................................................................................................... 7

Bónus #3: ................................................................................................................................... 8

PhD 4 Life – Mind, Life & Research 1


Como ler um artigo científico e retirar a
informação importante?

Let’s Start!
Uma coisa que é certa quando estamos na Universidade, é a quantidade de artigos científicos
que temos de ler. Na fase da dissertação, tese ou mesmo quando estamos a escrever (ou a
colaborar) um artigo científico, a quantidade de artigos que são necessários ler, pode ser
avassaladora.

Em tudo na vida, mas principalmente quando estamos a fazer um mestrado ou um


doutoramento, o que faz a diferença não é o quanto mais se trabalha, mas o quão melhor se
trabalha.

Work Smarter, Not Harder

O tempo é o nosso maior ativo e não é recuperável! Por isso deixamos-te aqui um pequeno
guia para poupares tempo quando precisares de ler artigos científicos.

1) Define o teu objetivo de leitura


Muitos de nós precisa de ler artigos que estão num idioma que não é o nosso idioma de
origem. Isto por si só, já é um variável que causa atrito! Além disso, os artigos científicos não
têm a linguagem mais fácil do mundo. Principalmente se estamos a começar, e ainda não
estamos familiarizados com o tema, a linguagem pode parecer quase “de outro mundo”!
Porque vamos ter imensas coisas para ler, é imperativo que consigamos ganhar o máximo de
tempo possível. Então a primeira sugestão que te deixamos é que respondas à pergunta:

“Para quê que eu preciso ler este artigo? Qual é o meu objetivo?”

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Como ler um artigo científico e retirar a
informação importante?

Exemplos de objetivos podem ser:

a) Conhecer o tema;
a. Lamentamos!! Vais ter de ler o artigo completo e mais uns quantos, até te
começares a familiarizar com o tema. A nossa sugestão é que para esta
situação desenvolvas hábitos de leitura. Reserva (pelo menos) 10 minutos por
dia e lê sobre o tema… Se fizeres isto diariamente, no final da semana vais ter
50 minutos de leitura, e no final de um mês de 22 dias de trabalho terás lido
220 minutos. Terás mais de 3,5 horas de estudo! Experimenta e vê o que
consegues aprender!

b) Escrever a introdução da minha dissertação, tese ou artigo;


a. Aqui podemos ter sub-objetivos:
i. Conhecer o quadro teórico que sustenta o meu trabalho;
 Sugestão 1) – Ler o artigo original desse quadro teórico
 Sugestão 2) – Ler a introdução de artigos que têm o mesmo
quadro teórico.

ii. Perceber como é que a literatura descreve a relação entre as minhas


variáveis;
 Sugestão 1) – 1º Ler os resultados
Aqui vais obter a informação direta à questão. Além disso vais
poder avaliar se as análises efetuadas são as indicadas para
testar o que os autores se propuseram.
NOTA: Pelo facto de estar publicado, não significa a 100% que
está bem feito. Faz uma avaliação crítica e decide!
 Sugestão 2) – Depois de leres os resultados, lê a discussão.
Aqui vais poder saber como os autores sustentam os seus
resultados, que outra literatura também sustenta os mesmos
resultados e/ou que literatura aponta numa direção diferente.

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Como ler um artigo científico e retirar a
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iii. Conhecer as lacunas existentes, para sustentar a necessidade e


pertinência do meu trabalho;
 Sugestão – Ler o abstract para avaliar se o artigo fala é sobre o
tema de interesse;
 Ler a discussão, conclusões e indicações para investigação
futura.

c) Ver análises (estatísticas) específicas?


a. Ler Método -> Análise de Dados
b. Ler Resultados

d) Ver quais os instrumentos que avaliaram a variável X ou Y;


a. Ler Método -> Procedimento ➕ Medidas/Instrumentos

e) Ver como a variável X ou Y foi operacionalizada;


a. É por somatório? É a média? Há ponto de corte? Apresenta propriedades
psicométricas aceitáveis? O instrumento está validado para a população do
meu estudo?
i. Ler Método -> Medidas/Instrumentos

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Como ler um artigo científico e retirar a
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2) Post-it
Uma das coisas que acontece com muita frequência quando estamos a ler um artigo é
encontrar outras referências que parecem ser muito interessantes. Rapidamente damos por
nós a ir procurar essa referência (esse outro artigo). Ainda nem terminamos de ler o primeiro
artigo e já estamos a espreitar o segundo artigo. Claro que esse outro artigo também tem
outras referências muito interessantes e… lá vamos nós à procura dessas outras referências….
E parecemos a Alice no País das Maravilhas a perseguir o coelho, sem saber porquê!

Quando sabes que tens mesmo de te concentrar, a nossa sugestão é que coles um Post-It em
local que facilmente o vejas, sempre que estejas a ler um artigo.

Neste post-it deves ter escrito a resposta à pergunta do ponto anterior.


“Qual é o teu objetivo?”.

Assim, quando começares a tua leitura e te sentires tentad@ a ir ler uma nova referência, olha
para o teu post-it e responde à seguinte pergunta:

Esta nova referência/este novo artigo, é interessante ou importante, para o meu objetivo?

 Resposta:
o Interessante
1. Toma nota da referência num documento à parte;
2. “Nos tempos mortos” procura o artigo;
3. Guarda numa pasta “Interessante – A ler mais tarde”.
Assim nunca perdes uma referência e quando ela realmente for
importante vais saber onde encontrá-la.
o Importante – É central para o teu objetivo!
1. Toma nota da referência num documento à parte;
2. Assim que termines o artigo que tens em mãos, procura o novo artigo;
3. Guarda numa pasta “Importante – A usar na introdução da tese [ou na
discussão, ou no artigo!]”.
Assim saberás onde está o “próximo” artigo que realmente acrescenta
valor ao teu trabalho.

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Como ler um artigo científico e retirar a
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3) Lê 2 vezes o artigo!
What??!! Então, mas não estavam a dizer que eu ia poupar tempo?? Agora estão a pedir para
ler 2 vezes?

Calma! Work smarter, not harder, lembras-te?

Depois de identificares o artigo que vai ter a tua atenção, a primeira leitura, não é de facto
uma leitura… É para fazeres um scan rápido ao artigo. Ou seja… passas o dedo e os olhos pelo
artigo, e identificas palavras com as quais não estás familiarizad@. Sugerimos uma leitura
menos rápida ao abstract para “garantir” que o artigo é importante, e depois uma “leitura”
(um scan) mais rápida. Identifica quais as palavras com as quais não estás familiarizad@, toma
nota num documento à parte e após o 1º scan, vai conhecer melhor essas palavras.

Muito provavelmente essas palavras vão aparecer nos próximos artigos que vais precisar de ler
e desta forma vais “poupar tempo” nas próximas leituras.

Se já estiveres na fase da escrita e precisares da informação nesse momento para o que estás a
escrever, então vai ler as partes que necessitas em função do que estás a escrever, conforme
as sugestões do ponto 1.

Da nossa experiência, com estas 3 dicas, desde que as apliques, vais conseguir poupar tempo e
apreender mais informação importante para o trabalho que tens em mãos. Mas porque há
sempre qualquer coisa mais que podemos fazer para otimizar o tempo, deixamos-te mais 3
bónus para te ajudar a avançar mais depressa:

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Como ler um artigo científico e retirar a
informação importante?

Bónus

Bónus #1:

Quando precisamos de escrever sobre os quadros teóricos que sustentam a nossa dissertação,
tese ou artigo, uma forma mais rápida (ou menos lenta) de chegar a esta informação é
olhando para os artigos originais dos instrumentos/medidas que utilizamos no nosso trabalho.

Bónus #2:

Na análise/leitura sobre a forma como se relacionam as variáveis, a leitura (ou o simples scan)
de Revisões Sistemáticas e/ou Meta-Análises podem ser uma boa forma de “cortar caminho”.
Estes dois tipos de artigos compilam de uma forma sistematizada e com “critérios de
qualidade” a informação mais relevante sobre o tema/as variáveis.

Exemplo: “Polyvictimization and psychopathology among children and adolescents: A


systematic review of studies using the Juvenile Victimization”.

Se eu pretender perceber como é que a polivitimação e a psicopatologia se expressam em


crianças e adolescentes, este artigo é uma boa base de compilação de uma vasta literatura
sobre o assunto.

Sugestão: Procura por Revisões Sistemáticas na tua área. Tendo em conta o ano em que a
Revisão Sistemática foi escrita, é uma boa fonte para encontrar referências de artigos “com
qualidade” que te podem poupar tempo no processo de pesquisa de artigos.

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Bónus #3:

Muitas vezes nos perguntam “Quão antiga devem ser os artigos que incluo no meu trabalho”?
Até há bem pouco tempo, a “regra de ouro” dizia que os artigos incluídos no nosso trabalho
deviam ter no máximo 10 anos. Contudo, tendo em conta o ritmo a quem atualmente saem
publicações, eu sugiro sempre que não tenham mais do que 5 anos. Por exemplo. à data deste
e-book, a literatura “mais antiga” a incluir no trabalho deve ser do ano de 2016/2017.

É claro que isso também vai depender do objetivo do trabalho. Muitas vezes há necessidade
de incluir informação sobre “os clássicos” e esses, claro, nunca “passam de moda”!. Por outro
lado, se estiveres a fazer investigação no âmbito da COVID-19, precisarás que seja literatura
muito mais atual. Contudo, para artigos empíricos (extra COVID-19) 5 anos pode ser um bom
timing.

Esperamos que este e-book te ajude (pelo menos) a duplicar a tua produtividade no que
respeita à leitura de artigos científicos.

Para teres acesso a mais conteúdo como este, segue-nos nas redes sociais!

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PhD 4 Life - Mind, Life & Research

Biografia das
autoras
Patrícia Correia Santos

Co-fundadora da Phd 4 Life – Mind, Life &

Research, Psicóloga Clínica e da Saúde, Membro

efetivo da Ordem dos Psicólogos Portuguesas,

Doutoranda em Psicologia na área do Trauma

Psicológico e Coach de Alta Performance e

Produtividade .

Em Março de 2016, ao passar por um momento

pessoal particularmente desafiante, parou e

refletiu sobre a sua missão de vida e (diz que) foi BÁRBARA SOUSA
a partir dessa reflexão que avançou e começou a
Bárbara Sousa
transformar a sua vida.
Co-fundadora da Phd 4 Life – Mind, Life &

Research, Psicóloga Clínica e da Saúde, Membro


Desde essa altura, a Patrícia conseguiu dar aulas
efetivo da Ordem dos Psicólogos Portuguesas,
numa universidade, conseguiu financiamento
Bolseira de investigação na área do Trauma
para fazer o doutoramento, foi aos USA aprender
Psicológico e Life Coach.
com o melhor da área, com uma bolsa Fulbright,

foi oradora em Congressos Internacionais, tirou


No início de 2018, ao deparar-se com alguns
uma certificação internacional em Coaching de
desafios pessoais e profissionais, decidiu que
Alta Performance.
deveria apostar naquilo que realmente a faz

feliz e assim, começou o seu investimento quer


Hoje, apoia estudantes universitários a definir
pessoal, quer profissional para mudar a sua vida
e a atingir os seus objetivos – com clareza e
e a dos que a rodeiam. Num ano, conseguiu
motivação. A nível pessoal, continua a mudar de cidade, duas bolsas de investigação

preparar o seu projeto para se tornar uma na universidade do Minho, candidatar-se a um

das referências na área do Trauma doutoramento, continuar a dar consultas via on-

Psicológico em Portugal. line aos seus antigos pacientes, novas consultas,

na nova cidade e a novos pacientes. E ainda

consegue conciliar o trabalho com a família

(tema de grande interesse).

Hoje, juntamente com a Patrícia Correia Santos,

formam um equipa de duas (como gostam de lhe

chamar), onde paralelamente a tudo o que já foi

referido, apoiam alunos universitários a definir e

a atingir os seus objetivos.

A nível pessoal, continua a investir na sua

formação para conseguir alcançar um dos seus

grande objetivos – ser um psicóloga de

referencia na área do Trauma em Portugal.

PATRÍCIA CORREIA-SANTOS
Se quiseres levar esta aprendizagem um
passo mais longe...

Temos um convite para ti!!

Estamos a lançar um programa

para trabalhar estas e outras

temáticas! Este vai ser um

programa mensal dedicado a

ajudar estudantes universitários

a fazer os seus cursos de uma

forma totalmente diferente do

que tem sido habitual.

Neste programa estamos a criar uma COMUNIDADE

fantabulástica para que o processo de fazer um

mestrado ou doutoramento não seja solitário;

É um programa onde terás acesso a conteúdos para te

ajudar a organizar os teus dias e a pensar sobre o teu

projeto, bem como nas tarefas que devem ser

executadas;

Quero saber mais sobre o programa!

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