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Jaci Souza

As
armadilhas
da
Língua
Portuguesa

Rio de Janeiro
2016
Copyright © Editora Ferreira Ltda., 2016.

1ª edição, 2016.

Equipe editorial
Capa e diagramação: Preparação e revisão:
Thais Xavier Ferreira Andrea Regina Oliveira Almeida
Nívia de Cássia T. Bellos Pâmela Isabel Oliveira

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S713a

Souza, Jaci Santos de, 1979-


As armadilhas da língua portuguesa / Jaci Santos de Souza.
- 1. ed. - Rio de Janeiro : Ferreira, 2016.
240 p. (Concursos)

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7842-328-5

1. Língua portuguesa - Gramática. 2. Serviço público - Brasil


- Concursos. I. Título. II. Série.
16-29562 CDD: 811.13
CDU: 811.134.3'36

Editora Ferreira
contato @ editoraferreira.com.br
www.editoraferreira.com.br
Sumário

Apresentação  VII
Estrutura do livro  XI

As armadilhas  1
Armadilha 1: usar verbos impessoais no plural  3
Armadilha 2: inverter há e a  5
Armadilha 3: usar crase antes de palavras que não sejam femininas  6
Armadilha 4: redigir frases muito longas  8
Armadilha 5: construir frases com duplo sentido (ambiguidade)  10
Armadilha 6: construir frases redundantes  12
Armadilha 7: omitir a preposição antes do pronome relativo que  14
Armadilha 8: usar onde em contextos que não se referem a lugar  16
Armadilha 9: trocar a por em  17
Armadilha 10: usar o verbo assistir no sentido de observar, ver, sem
preposição  19
Armadilha 11: usar a expressão ao invés de em contextos
inapropriados  20
Armadilha 12: usar obrigado como se fosse invariável  21
Armadilha 13: usar menos ou alerta (advérbio) como variáveis  22
Armadilha 14: usar meio como palavra variável quando for advérbio  24
Armadilha 15: usar bastante como invariável quando adjetivo  26

III
As armadilhas da Língua Portuguesa ≈ Jaci Souza

Armadilha 16: inverter a expressão ao encontro de com de encontro a


(ou vice-versa)  27
Armadilha 17: usar artigo definido (o, a, os, as) depois do pronome
relativo cujo  28
Armadilha 18: omitir a preposição antes do pronome relativo cujo  30
Armadilha 19: empregar vírgula entre sujeito e verbo ou entre verbo
e complemento  32
Armadilha 20: deixar de separar com vírgulas deslocamentos
grandes (com mais de duas palavras)  34
Armadilha 21: usar pronomes oblíquos no início da sentença  36
Armadilha 22: deixar de usar o plural nos verbos terminados em -se
(voz passiva sintética)  38
Armadilha 23: misturar 2ª com 3ª pessoa  39
Armadilha 24: misturar o imperativo da 2ª com a 3ª pessoa  41
Armadilha 25: inverter este por esse ou vice-versa (referindo-se a
lugar / local)  43
Armadilha 26: inverter este por esse ou vice-versa (referindo-se à
localização de uma informação no texto)  45
Armadilha 27: inverter este com aquele (referindo-se à localização
de elementos citados no texto)  46
Armadilha 28: erro no emprego de esquecer / esquecer-se  48
Armadilha 29: erro no emprego de lembrar / lembrar-se  50
Armadilha 30: usar os dígrafos RR ou SS após consoantes (erro
comum em textos manuscritos)  51
Armadilha 31: trocar S por Z e confusões ortográficas semelhantes  53
Armadilha 32: trocar estiver por tiver  55
Armadilha 33: inverter sobre e sob  56
Armadilha 34: utilizar e antes ou reticências após etc.  58
Armadilha 35: confusões envolvendo o verbo ser  60
Armadilha 36: “gerundismo”  65

IV
Sumário

Armadilha 37: concordância com expressões do tipo “é bom”, “é


preciso”, “é proibido”, “é necessário”  67
Armadilha 38: deixar de empregar vírgula antes da conjunção e
(quando necessário)  68
Armadilha 39: empregar vírgula só no início ou só no final de
termos intercalados  70
Armadilha 40: confundir os quatro porquês: porque, por que, porquê,
por quê  71
Armadilha 41: confundir mas com mais (ou vice-versa)  73
Armadilha 42: confundir mau com mal (ou vice-versa)  74
Armadilha 43: usar eu em contextos que exigem mim (ou vice-versa)  75
Armadilha 44: omitir acento diferencial em certos verbos  76
Armadilha 45: redigir textos com cacófato (ou cacofonia)  77
Armadilha 46: erro na concordância em contextos com os
pronomes relativos que ou quem  78
Armadilha 47: produzir textos sem paralelismo sintático  79
Armadilha 48: omitir destaque quando inserimos termos
estrangeiros no texto  81
Armadilha 49: omitir aspas quando inserimos termos ou provérbios
informais em textos formais  83
Armadilha 50: confundir alguns homônimos  84

Dicas preciosas de redação  87


O desafio  91
Desenvolvimento do planejamento textual  91
Desenvolvimento da redação  95
Alguns recursos de argumentação  98

Questões comentadas  105

V
As armadilhas da Língua Portuguesa ≈ Jaci Souza

Índice por assunto  221


Referências bibliográficas  225

VI
Apresentação

Este material é o resultado de alguns anos de pesquisas, mas


principalmente de experiência no ensino de produção textual. Ao
longo desse período, 1999 em diante, tenho trabalhado com edu-
candos de várias idades e níveis de ensino.
Só para ilustrar, fui professor efetivo por quatro vezes (e
ainda o sou) em escolas de redes públicas, nas quais tenho lecio-
nado a adolescentes do atualmente chamado Ciclo II do Ensino
Fundamental, bem como do Ensino Médio. De 2008 para cá, ve-
nho lecionando na rede municipal da cidade de Guarulhos para
“menininhos” e “menininhas” da EJA (Educação de Jovens e
Adultos). Costumo dizer que, nesta rede, sou mais aprendiz do
que educador, pois os “menininhos” e “menininhas” menciona-
dos têm entre 15 e 70 anos de idade (ou mais), sendo migrantes
de várias regiões do Brasil, especialmente do Nordeste, e possuem
histórias de vida que contribuem grandemente com meu cresci-
mento como ser humano!
Ademais, tenho ministrado aulas em instituições e cursos
preparatórios tradicionais. Tal experiência rica vem me ajudando a
lidar com dúvidas recorrentes que produtores de textos de diversas
idades e “níveis intelectuais” (se é que se pode classificar o ser hu-
mano em níveis) enfrentam ao redigir. E tais dúvidas costumam ser
abordadas em livros didáticos, técnicos; elencadas em tópicos e/ou
subtópicos, que terminam por estender demasiadamente o assunto,
mantendo-o na obscuridade.
O que eu quero dizer com isso? Quero dizer que todo mundo
para, em determinados momentos de uma redação, e se pergunta:
“este ou esse?”, “onde ou aonde?”, “porquê ou por que?”, “ponto ou vír-
gula?”, “parágrafo novo ou mesma linha?”, “sessão ou seção?”; “havia
ou haviam?”...

VII
As armadilhas da Língua Portuguesa ≈ Jaci Souza

Bom mesmo seria se houvesse um consultor, professor, guru


ou qualquer ser que pudesse nos responder na hora em que “bate”
a dúvida. Mas não é o caso, ao menos para a maioria. Temos hoje a
internet, que, se bem usada, dilui muitas dúvidas. No entanto, cor-
remos o risco de ser enganados pelo excesso de informação que ela
oferece: a democratização da mídia tem lá seu preço! Torna-se então
prático que haja um “guia” (chamemos assim) que junte os equívocos
mais comuns cometidos pelos produtores de texto em geral.
Optei, portanto, por abordar, não do ponto de vista do que
é certo (das regras), porém trilhei o caminho contrário: do ERRO
para o ACERTO. Esforço-me, neste, em juntar os erros que mais
tenho visto, tanto em sala de aula como em consultoria, erros sobre
os quais eu SEI (por experiência) que a maioria vai cometer, ou, ao
menos, correr o risco de fazê-lo.
Não me preocupei aqui com a completude, nem com a sepa-
ração em tópicos. Portanto, não importa se o problema é ortográ-
fico ou se é de construção (sintático). Também não vem ao caso se
se trata de falta de clareza (semântico) ou estético. O que importa
para mim, e espero que seja útil aos meus leitores, é solucionar os
principais questionamentos na hora de produzir texto.
Tenho aqui a ousadia de tratar de textos formais da maneira
mais informal possível. Faço isso, pois acredito que o ser humano
é simples em sua essência. Muitas vezes, num mundo de disputas
comerciais, de brigar para “sobreviver”, acabamos caindo na ten-
dência de complicar as coisas. Mas, no fundo, o que todos queremos
mesmo é buscar soluções simples e leves. É o que explica o tal do
provérbio, bem-vindo para este contexto: “Por que complicar quan-
do se pode facilitar?”. A partir desse princípio, busco ser útil, sem
ser complicado.
Outro elemento que vale avisar acerca deste “guia” é que não
há nele preocupação com ser completo. Quando abordo o tema
“crase” – para exemplificar –, não me importo em explicar tudo
que há nas regras sobre crase. Importo-me somente em dar dicas a

VIII
Apresentação

respeito dos erros mais cometidos (por isso o estruturei no formato


ERRO – ACERTO). O que eu quero é contribuir (mesmo que de
forma modesta) para que você, leitor, minimize as probabilidades
de errar no uso da crase e de outros elementos da escrita! Não tenho
a pretensão de formar experts em produção textual, nem acho que
você (meu leitor), ao adquirir este manual compacto com as prin-
cipais armadilhas da redação, terá paciência para ficar estudando a
exceção da exceção de cada elemento mencionado.

IX
Estrutura do livro

Se você folhear as páginas à frente, notará que este livro é


composto por três partes:
Parte 1: as armadilhas da Língua Portuguesa. Nesta parte,
notará que é mantida uma estética padrão para todos os capítulos.
São 50 capítulos, aos quais nomeio “capítulos-armadilhas”, já que
cada um apresenta um equívoco comum, nos quais a maioria dos
redatores costuma “esbarrar” (ou “cair”).
Cada capítulo da primeira parte (as armadilhas) traz uma
síntese (ao início) do problema textual a ser abordado. Na sequência,
são apresentadas frases com ERROS (do ponto de vista da Língua
Padrão, inapropriadas para textos formais). Abaixo de tais frases
erradas, há sempre a explicação que vai esclarecer os erros lá cita-
dos, entretanto, como já mencionei, sem a preocupação de abordar
o assunto como um estudo completo. Em boa parte das armadilhas,
existem os destaques “Observação” ou “Exceção”, que mencionam
algum elemento relevante ou exceção(ões) que não poderia(m) ser
omitida(s). Finalmente, a armadilha (cada uma delas) termina com
a forma corrigida dos exemplos que, ao início, apresentam erros.
Parte 2: trata de regras e dicas para produzir boas redações
dissertativas: Dicas preciosas de redação.
Parte 3: questões extraídas de concursos, vestibulares e si-
muladas para exercício dos conteúdos abordados; gabaritos e co-
mentários oportunos.
Sintetizemos então a estruturação das armadilhas:
◆◆ armadilha;
◆◆ frases erradas;
◆◆ explicação;

XI
As armadilhas da Língua Portuguesa ≈ Jaci Souza

◆◆ observação / exceção (às vezes);


◆◆ frases corrigidas.

Na parte Dicas preciosas de redação, dou especial atenção


a “concurseiros” e vestibulandos ou a quem vai prestar o ENEM.
Após considerá-la, verá que você pode e vai dominar a escrita!
Bons estudos!
O autor

XII
As
armadilhas
Parte 1 ≈ As armadilhas

Armadilha 1:

usar verbos
impessoais no plural

Fazem cinco anos que moro aqui.


Haviam três horas que tinham chegado.

Quando os verbos fazer e haver indicam tempo decorrido,


como nas frases acima (“cinco anos” decorridos; “três horas” de-
corridas), eles são considerados impessoais, portanto não devem ser
usados no plural.
Dessa forma, o correto é:
Faz cinco anos que moro aqui.
Havia três horas que tinham chegado.

O verbo haver também é considerado impessoal quando usa-


do como sinônimo do verbo existir. Portanto:
Há muitos carros na rua.
Havia três pessoas na sala.

Nos casos exemplificados, o verbo haver poderia ser substi-


tuído pelo verbo existir sem prejuízo do sentido da frase:
Existem muitos carros na rua.
Existiam três pessoas na sala.

Observe, porém, que o verbo existir foi para o plural, fazen-


do concordância com o contexto. Entretanto, na substituição por

3
As armadilhas da Língua Portuguesa ≈ Jaci Souza

haver, o plural presente no contexto (no restante da frase) foi “igno-


rado” pelo verbo.
Nos outros casos (quando não indicar tempo decorrido, nem
for sinônimo de existir), o verbo haver segue naturalmente a regra
da concordância verbal: contexto no plural, verbo no plural; con-
texto no singular, verbo no singular:
Nós havemos de conseguir. (Plural)
Eles haviam terminado a digitação do relatório. (Plural)
Ele há de terminar a digitação dentro do prazo. (Singular)

Observação:
Quando estiverem compondo uma locução verbal (conjun-
to de dois ou mais verbos, formando um só sentido), como
em deve haver, deve fazer, pode haver, pode fazer, precisa
haver etc., o verbo “acompanhante” (dever, poder, precisar
etc.) segue a mesma regra:
Deve fazer dois dias que chegamos. (Correto)
Devem fazer dois dias que chegamos. (Errado)
Precisa haver decisões claras. (Correto)
Precisam haver decisões claras. (Errado)

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