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TEXTO DE MOTIVAÇÃO,
PROJETO DE TEXTO E
ARGUMENTAÇÃO
REDAÇÃO
PROFESSORA FRANCIELLI
ESTRUTURA
FAZER A LEITURA DA
PROPOSTA COM TOTAL
ATENÇÃO E ELABORAR
UM ROTEIRO DE
PRODUÇÃO!
a) Contextualização e/ou apresentação da questão
que será discutida;
b) Explicitação do posicionamento acerca do
assumido;
c) Utilização de argumentos para sustentar a posição
assumida;
d) Considerar a possibilidade de uma posição
contrária. Nesse caso, antecipar uma contra-
argumentação a possíveis argumentos contrários à
posição assumida;
e) Retomada da posição assumida.
f) Possibilidades de negociação.
g) Conclusão (ênfase ou retomada da tese ou
posicionamento defendido);
h) Apresentar a assinatura do autor no final do texto
(no vestibular, de acordo com o comando).
i) Depois do texto concluído, elaborar um título, de
preferência CRIATIVO e PROVOCADOR.
O QUE É ARGUMENTO?
AFIRMAÇÃO, CITAÇÃO OU EXEMPLO ACOMPANHADO DE
JUSTIFICATIVA!
GEOGRÁFICA (NACIONAL)
SOCIAL (Escolaridade, Fator econômico, Cultural, Etário e Sexo)
SITUACIONAL
ESSAS VARIAÇÕES OCORREM EM
DIVERSOS NÍVEIS DA LÍNGUA:
Nível do vocabulário
– lexical: relativo às palavras (léxico) da língua.
Ex.:
Guri – Menino – Piá. Coisa – negócio – troço – trem
Nível dos sons
– fonológico: refere-se aos sons da fala.
A troca de –lh por -i: muié, cuié, teia (telha)
A troca de -l por –r: arto no lugar de alto.
Redução do ditongo a vogal: caloro (calouro), baxo (baixo)
Troca de <o> e <e> átonos por <u> e <i>: mulequi (moleque)
Acréscimo de vogal entre consoantes: opitar (optar); peneu (pneu)
Troca da consoante [l] por [r]: pranta (planta); brusa (blusa)
Ou até mesmo os sotaques que dão ênfase em algumas letras.
Nível das palavras
– morfológico: diz respeito à forma (morfema) das palavras.
Estudano/ cantano/ ino – redução de –ndo no gerúndio para -no
Estudemo/ escutemo/ andemo – conjungação verbal inadequada.
Andá/ comê / fazê – omissão da desinência verbal –r.
Nível da frase
– sintático: envolve a organização dos termos na frase.
Colocação pronominal: “Maria tinha escutado-me.”
Falta de concordância verbal e nominal: “Os menino joga bola aqui.”
Regência Verbal e Nominal inadequada: “Eu assisti o filme.”; “João namora com Maria”; Cigarro
é prejudicial para a saúde”
Nível textual
– discursivo: concerne às palavras que encadeiam trechos discursivos. “daí; então; aí ; e”
E.x: “Maria foi ao cinema, então resolveu pedir dinheiro para a sua mãe, daí a mãe dela não
deixou. Então ficou triste e resolveu fugir de casa.”
Expressões de caráter discursivo: “cara!; entendeu; mas bah”
EXISTE MODO CERTO DE FALAR?
A Sociolinguística combate a discriminação linguística. Ela é contra o que é
considerado “erro” nas falas não prestigiadas, alegando que tanto as formas
transgressoras da norma-padrão como as cumpridoras são maneiras possíveis de
estabelecer a comunicação, porque o significado é o mesmo. Ou seja, ambas
constituem variações linguísticas condicionadas aos vários fatores que originam a
pluralidade linguística.
ATIVIDADES EM SALA – COMENTADAS – pág.55
TEXTO I
Sou uma contadora de histórias. Gostaria de contar a vocês algumas histórias pessoais sobre o que
gosto de chamar “o perigo da história única”.
Passei a infância num campus universitário no leste da Nigéria. [...] Eu me tornei leitora cedo, e o
que lia eram livros infantis britânicos e americanos.
Também me tornei escritora cedo. Quando comecei a escrever, lá pelos sete anos de idade – textos
escritos a lápis com ilustrações feitas com giz de cera que minha pobre mãe era obrigada a ler –, escrevi
exatamente o tipo de história que lia: todos os meus personagens eram brancos de olhos azuis, brincavam
na neve, comiam maçãs e falavam muito sobre o tempo e sobre como era bom o sol ter saído.
Escrevia sobre isso apesar de eu morar na Nigéria. Eu nunca tinha saído do meu país. Lá, não tinha
neve, comíamos mangas e nunca falávamos do tempo, porque não havia necessidade. [...]
O que isso demonstra, acho, é quão impressionáveis e vulneráveis somos diante de uma história,
particularmente durante a infância. [...]
Eu amava aqueles livros americanos e britânicos que lia. Eles despertaram minha imaginação.
Abriram novos mundos para mim, mas a consequência não prevista foi que eu não sabia que pessoas iguais
a mim podiam existir na literatura. O que a descoberta de escritores africanos fez por mim foi isto: salvou-
me de ter uma história única sobre o que são os livros.
ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
TEXTO II
De modo geral a pluralidade racial da população brasileira está representada na plataforma
televisiva. Para alguém que assista do exterior à nossa televisão, identificará nossa pluralidade racial, esse
não é o problema. A problemática está nos lugares ocupados por brancos e não brancos na sociedade
brasileira, e como isso é determinante para a afirmação da subalternização e invisibilização dos negros no
Brasil. [...] os brancos são os sujeitos dominantes na frente e atrás das câmeras, e por esse motivo, também,
produzem signos de hegemonia e superioridade para seu grupo racial, e de exótico e subalterno para os
demais não brancos, principalmente o sujeito negro/afrodescendente. [...] chamo os não brancos de Maioria
Minorizada e, aos negros, aponto que está reservado a eles o lugar de Sujeitos Desidentificados. Dois
termos que penso determinar o lugar construído para a maioria de estética não branca brasileira.
S ANTOS, Richard. Em livro, ex-professor da UnB questiona racismo na televisão. Disponível em:
https://campus.fac.unb.br/materias/2018-11-14-em-livro-ex-professor-da-unb-questiona-racismo-na-televisao/. Acesso
em: 9 set. 2020.
TEXTO III
O sucesso do filme Pantera Negra é indiscutível e, além das críticas positivas, o longa conquistou a
marca de 5a maior bilheteria de estreia da história dos EUA, representando um marco no gênero de filmes
de super-heróis. Entretanto, o mérito do filme não se resume apenas aos seus números de bilheteria:
Pantera Negra é um grande avanço na questão da representatividade negra nas telas de cinema.
“Tanto no plano nacional quanto no plano internacional, temos um histórico de estereótipos
degradantes da figura do negro”, afirma a pesquisadora de estereótipos raciais e mestranda em sociologia
pela Universidade de São Paulo, Thaís Santos. Segundo a professora, apesar de certos avanços ao longo
do tempo, a indústria cultural insiste em representar o negro de maneira negativa, e sobre o filme afirma:
“Quando a gente chega em 2018 com a Marvel fazendo o primeiro filme de um super-herói negro, é
fundamental e muito importante quando pensamos em representatividade”.
A cineasta Lilian Santiago, formada em história e mestre em Integração da América Latina pela USP,
também ressalta a importância histórica do filme e aponta seus reflexos na juventude: “Eu só fico imaginando
o jovem adolescente negro, que pensa em fazer cinema ou gosta de audiovisual, que nunca se vê retratado
em nada e de repente tem acesso a uma superprodução dessas, com uma representação muito bem feita”,
comenta. Para ela, a questão da representatividade não está só nas telas, mas também nos bastidores, em
virtude da dificuldade de inserção no mercado audiovisual: “É um mundo que a gente não tem acesso”,
afirma a cineasta.
LUCENA, Vinicius. A questão da representatividade e o sucesso de “Pantera Negra”. Disponível em:
https://jornal.usp.br/atualidades/a-questao-da-representatividade-e-o-sucesso-de-pantera-negra/Texto 4. Acesso em:
9 set. 2020.
TEXTO IV
Seremos uma democracia se tivermos, de fato, vozes plurais, se contarmos outras histórias, se
combatermos firmemente o racismo e as várias formas de discriminação, se tivermos mais minorias em
locais de decisão e nos postos de representação. Aliás, nesse sentido, acabamos de ter uma primeira vitória.
Em sessão histórica realizada no dia 25 de agosto, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aprovou a imposição
aos partidos de que o dinheiro do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral seja destinado de forma proporcional
às campanhas de candidatas e candidatos negros, [...] a partir da eleição de 2022. [...]
A medida visa corrigir a desigualdade e a desproporcionalidade que se manifesta também
eleitoralmente – no sentido de eleger e de ser eleito – e fazer reparação pública a partir desse processo. Há
uma estrutura ainda muito centralizadora em nossos partidos que não permite o avanço de outros agentes
sociais minorizados na representação. Trata-se, pois, de procedimento que visa corrigir a exclusão,
reconhecer a desigualdade e, de alguma maneira, repará-la.
SCHWARCZ, Lilia. Maiorias minorizadas: a democracia no Brasil como “mal-entendido”. Disponível em:
https://www.nexojornal.com.br/colunistas/2020/Maiorias-minorizadas-a-democracia-no-Brasil-como-%E2%80%98mal-
entendido%E2%80%99. Acesso em: 9 set. 2020.
TEXTO V
Com base nos textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação:
Redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema “A
representatividade do negro na sociedade atual”, apresentando proposta de intervenção que respeite
os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para a defesa de seu ponto de vista.
Ou elabore um artigo de opinião abordando o mesmo tema para ser publicado no site g1.globo.com,
assine como Leitor ou Leitora.