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I. APRESENTAÇÃO
A PNGATI, política pública criada pelo Decreto 7.747/2012, e que tem hoje pouco mais
de seis anos, apresenta as terras indígenas como territórios essenciais para o bem viver
das presentes e futuras gerações dos povos indígenas. Além disso, esta política também
reconhece o caráter estratégico desses territórios para a conservação ambiental de
grandes áreas de florestas, em especial na Amazônia brasileira.
É neste contexto que a gestão desses territórios, seja através da própria gestão indígena,
levada a cabo de modo tradicional por seus moradores, seja através de implementação
de
políticas públicas específicas - a PNGATI1, por exemplo, é uma delas - são essenciais
para a manutenção da ‘floresta em pé’, sendo consideradas essenciais para enfrentar os
desafios ambientais na escala globais tais como o controle do desmatamento, o
equilíbrios dos ecossistemas, a redução de emissão de gases de efeito estufa, os
processos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas entre outros para o
equilíbrio dos ecossistemas.
1
PNGATI está estruturada em torno de sete eixosque são: (1) proteção territorial e dos recursos naturais;
(2) governança e participação indígena (3) interface entre terras indígenas e outras áreas protegidas; (4)
prevenção e recuperação de danos ambientais; (5) apoio a atividades produtivas sustentáveis; e (6)
proteção e valorização do conhecimento tradicional associado à biodiversidade e ao patrimônio genético.;
(7) capacitação e formação.
É neste contexto que o IEB participa desta parceria contribuindo na concepção,
desenvolvimento e condução do ‘FORMAR Participação’, um programa de formação
continuada que pressupõe a adoção de metodologias e técnicas participativas em que o
IEB tem reconhecida experiências. Desde 2001 o IEB prioriza a definição de atividades
de capacitação e assessorias ajustadas às realidades locais e atuando preferencialmente
na facilitação e na assessoria aos processos formativos e de organização coletiva;
apoiando e estimulando organizações da sociedade civil, incluindo as indígenas, para
que seus membros ocupem espaços nos conselhos, comitês, fóruns e outras instâncias de
participação.
Além dessas reconhecidas habilidades, o IEB também possui uma vasta experiencia de
atuação na região. Desde 2001 desenvolvendo ações de fomento à formação e
capacitação de atores com atuação relevantes tanto na região quanto nos temas
relacionados a questões socioambientais e indigenistas, incluindo uma relação ativa com
organizações locais e o órgão indigenista e ambientalista, tanto na esfera federal quanto
na regional/local, além de outras parcerias locais com organizações da sociedade civil.
Ademais, é uma premissa legal - lastreada pela Convenção 169 da OIT e que integra a
legislação brasileira - que os povos indígenas devam tomar parte nas decisões e ações
que lhes atinjam através de uma participação ativa e eficaz. Nesse sentido, há uma
necessidade de iniciativas que levem ao desenvolvimento de ferramentas para atingir
objetivos definidos coletivamente pelos povos indígenas, o que nos leva à necessidade
de desenvolvimento de capacidades de membros dos comitês regionais, servidores e
indígenas, nas temáticas cobertas pela PNGATI.
Sendo assim, a formação dos membros dos comitês de modo que para planejar ações
relativas a PNGATI a partir de atividades planejadas, executadas e avaliadas de forma
participativa, é uma condição para a implementação dessa política pública. Isto posto, a
implementação do ‘FORMAR Participação’ para os membros dos comitês regionais da
Funai na região sul do Amazonas, especificamente as CRs Médio Purus e Madeira, terá
como impacto, sob os princípios da participação social e da democracia participativa, o
fortalecimento institucional da Funai e das organizações indígenas no que diz respeito
às suas capacidades de contribuir para a governança da PNGATI.
II.1 OBJETIVOS
E por último, pretende-se que os membros deverão estar informados e aptos a identificar
alternativas, instrumentos, mecanismos, políticas, entraves, desafios e oportunidades
envolvidas na implementação e consolidação da PNGATI. Quanto às habilidades,
espera-se que os membros dos comitês sejam capazes de empregar metodologias
participativas e de inclusão das comunidades das respectivas terras indígenas nos
processos decisórios e que também saibam reconhecer e empregar ferramentas de
monitoramento de políticas púbicas.
II.2 METODOLOGIA
Módulos presenciais
Orientação e assessoria continuada aos membros dos Comitês Regionais
Módulos Monitoramento e acompanhamento continuado do Programa de Formação
Os módulos de formação serão organizados por temáticas abrangentes, que por sua vez
serão sub-organizados em blocos temáticos específicos. Esses temas serão transmitidos
através de vários recursos, tais como exercícios e/ou leitura individual de pequenos
textos temáticos, debates e analise de vídeos e simulação de aplicação de metodologias
participativas.
Nos períodos entre módulos, os membros do comitê desenvolverão, nos períodos entre
os módulos presenciais atividades e exercícios visando aprofundar os conhecimentos
construídos e adquiridos e implementar ações de planejamento participativo nas terras
indígenas jurisdicionadas às respectivas Coordenações Regionais.
V. ORGANIZAÇÃO TEMÁTICA
1º MÓDULO:
TEMAS
• Introdução à conceitos básicos: Estado, Sociedade Civil, Democracia
participativa.
• Organização da FUNAI
MÉTODO E MATERIAIS:
Dinâmicas de simulações
Apresentação dialogada
Filmes
Debates.
2º MÓDULO:
TEMAS
• Monitoramento da PNGATI
• Monitoramento orçamentário
MÉTODO E MATERIAIS:
Exposição dialogada
Simulações
Exercícios práticos
Debates
TEMAS:
MÉTODO E MATERIAIS:
Exposição dialogada
Simulações
Exercícios práticos
Debates
Exposição de resultados
Conceitos introdutórios: Estado,
Sociedade Civil, Democracia
participativa, Politicas Publicas,
PNGATI
Modulo 1: Introdução aos
conceitos de Participação e
Controle Social
Metodos de Diagnostico,
Planejamento, Monitoramento e
Avaliação Participativas
Abordagens participativas na
Gestão de Conflitos
Espaços de Democracia
Participativa na atuaçaõ indigenista
e Controle Social de Politicas
Públicas
Modulo 3: Espaços de Democracia
Participativa e Politicas Públicas
Indigenistas
Socialização dos Planejamentos e
Resultados dos Ciclos
Metodologicos de Fortalecimento
dos Comites e apresentação doas
Reuniões dos Comitês Regionais
IV. ESTRUTURA DE GOVERNANÇA
A governança de todo o processo formativo será feita por um comitê formado por
membros das equipes do IEB, da FUNAI (Sede e CRs), da GIZ e de representantes das
organizações indígenas. Caberá a este comitê as seguintes tarefas:
V. CRONOGRAMA (Proposta)