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Bioética

A habilidade de tomar decisões nos problemas éticos é essencial para a


excelência profissional e para a qualidade da atenção à saúde. Só é excelente a
assistência que alia exatidão técnica e responsabilidade na tomada de decisão
ética. Os juízos éticos, como os clínicos, não podem desconsiderar as condições
reais e circunstâncias concretas de cada contexto.
Nos problemas éticos da clínica não basta apelar para a intuição ou o
bom-senso, pois a incerteza é característica dessas situações e suas soluções são
prováveis e revisaveis, sendo assim o melhor é apreciar a circunstância particular,
com o uso de procedimentos sistematizados para a tomada de decisão em ética –
os quais auxiliarão os profissionais na apreciação minuciosa das situações,
diminuindo as áreas de incerteza e ambiguidade, capacitando-os para decidir de
maneira prudente e responsável.
A palavra clínica, que caracteriza o cerne da definição, está relacionada a
todas as decisões, incertezas, conflitos de valores e dilemas que os médicos e
equipes médicas enfrentam à beira do leito, na sala de cirurgia, em consultório
particular ou clínicas e até mesmo em casa. Assim, antes de qualquer deliberação
clínica é preciso responder às seguintes questões: qual é o caso? Qual é o
problema ético? O que se deve ou deveria fazer? Quem deve fazer? E por
quê? Trata-se, portanto, de avaliação prática relativa ao que se deve fazer para
ajudar o paciente.
Para Gracia, os problemas éticos consistem sempre em conflitos de valores,
que têm como suporte os fatos. Por essa razão, entende que os procedimentos de
análise devem sempre partir de estudo minucioso dos fatos clínicos. Na obra
Procedimiento de decisión en ética clínica, faz uma analogia entre a história clínica
e os métodos utilizados para resolver problemas éticos. Afirma que para resolver
conflitos, os médicos utilizam certos procedimentos clássicos, que são em última
instância os que sintetizam a história clínica. A partir dessa compreensão, questiona
se tem sentido ampliar os métodos clínicos, até serem convertidos em um método
próprio da ética clínica? 21 Rev. bioét (Impr.) 2011; 19(2): 343 - 58 348 Uma das
primeiras pessoas a responder afirmativamente esta questão foi David Thomasma,
professor de Filosofia e de Medicina na Universidade de Tennessee, que em 1978
publicou um artigo sob o título Training in medical ethics 21. Ele elaborou um
método que denominou de Ethical workup. Ressalte-se que esse método sofreu
várias modificações, a mais recente em 1990, transformando-se em ferramenta
metodológica mais ampla, composto por seis etapas: 1. Descrever todos os fatos do
caso. Seguido da investigação de cada fato médico não presente no caso, porém
possivelmente relevante para sua solução; 2. Descrever os valores relevantes dos
médicos, dos pacientes, dos membros da casa, do próprio hospital e da sociedade;
3. Determinar o principal valor ameaçado. Por exemplo, caso em que o médico se
veja obrigado a implementar um tratamento contra os desejos do paciente; 4.
Determinar os possíveis cursos de ação que podem proteger o maior número
possível de valores; 5. Eleger um curso de ação; 6. Defender este curso de ação a
partir dos valores que o fundamentam. Por exemplo, por que elegeu, neste caso, um
valor sobre o outro? Por que o curso de ação X é melhor que o Y? A intenção de
Thomasma é harmonizar os fatos objetivos com os valores das pessoas envolvidas,
em particular com os do enfermo. Acredita que os fatos e valores aparecem sempre
unidos em um contexto. Razão pela qual defende que se deva analisar
conjuntamente numa matriz que denomina parrilla contextual (grelha contextual). A
finalidade é descrever, do modo mais objetivo possível, todo o contexto, de
maneira a facilitar a ordenação dos juízos de valores, com vistas ao
estabelecimento das prioridades na hora de indicar o melhor curso de ação ou
tomada de decisão.

GESTAÇÃO E SEUS FATORES EMOCIONAIS

Baorolli, Pacheco, Ceretta, Birollo, Amboni & Gomes, (n.d) destacam que
“durante o período gestacional (...), ocorrem muitas alterações no comportamento e
nos sentimentos da gestante, (...). É importante verificar se ocorrem sintomas
depressivos, ansiosos ou estressantes, que são detalhes fundamentais para a
saúde não apenas da mãe, mas do bebê que está por vir” (par.1). Contudo, as
pesquisas revelam o quanto a depressão, ansiedade e a irritação tem sido maléfico
para a saúde da gestante, suas relações intrafamiliares e inclusive com o neonato.
Com isso, acaba ficando difícil estabelecer o vínculo entre a mãe e o bebê, o que
desencadeia um prejuízo no desenvolvimento do bebê em diversos pontos
(Cavalcante, Filho, França & Lamy, 2017)...

Argumento: pensando nos pontos descritos acima, e demais artigos


mencionados;
qual é o caso? Qual é o problema ético? O que se deve ou deveria
fazer? Quem deve fazer? E por quê?

Caso; Aconselhamento Genético;


Problema ético; Revelar falsa paternidade da solicitante gestacional;
O que fazer; Manter a integridade da paciente gestante e feto; (2 vidas)
Clínica; Deve escolher pelo menor prejuízo
E porque? porque a vida está acima de quaisquer prejuízo

Na dialética da liberdade, o homem precisa sintetizar o necessário e o


possível, e tanto o necessário quanto o possível variam através da história. Mas a
sintetização sendo responsabilidade do próprio indivíduo existente, não há
parâmetros fornecidos definitivamente. E a ética da liberdade (responsável) tem o
mérito de exigir constantemente o respeito a cada ser humano. Quantas vezes,
mesmo os que defendem a vida ou a vida humana não o fazem de maneira tão
dogmática e intransigente que acabam por tratar os outros homens como apenas
coisas?

Álvaro L.M. Valls in: Ética e Contemporaneidade


https://www.ufrgs.br/bioetica/bioetica.htm

https://www.scielo.br/j/bioet/a/FRtRkTBrkzJxw7hc6fGwwQS/?format=pdf&lang=pt

http://repositorio.aee.edu.br/bitstream/aee/8110/1/Gesta%c3%a7%c3%a3o%20e%20seus%
20fatores%20emocionais.pdf

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