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PARECER TÉCNICO ELUCIDATIVO

PROCESSO Nºxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
AUTOR: xxxxxxxxxxxxxxxx
RÉU: xxxxxxxxxxxxxxx
OBJETO: PARECER TÉCNICO
RESPONSÁVEL: NEWTON JANCOWSKI NETO1

I-MÉTODO DE ABORDAGEM:

1. O presente estudo foi realizado por


intermédio de avaliação e entrevista com a genitora Roberta
Reginaldo Carvalho bem como estudo do caso e análise do
processo, em especial o laudo pericial realizado pela
assistente social Sra.xxxxx.

II-RESUMO FÁTICO:

2. Trata-se de ação de guarda, alimentos e


regulamentação de visitas. Deferida medida pelo juízo, foi
realizado estudo social chegando a assiste social
Sra.xxxxxxxxxxxxa conclusão de manutenção dos horários
deferidos pelo juízo e presença de amor por ambos os
genitores.

LAUDO PERICIAL:
“A Sra. xxxx demonstra ser uma mulher inteligente,
determinada que esta atrás de seus objetivos e
realizações. Mostra-se uma mãe zelosa e preocupada com o
bem estar da filha. Procura dar a menina o que tem de
melhor tanto para a educação como para o seu
desenvolvimento. Observamos que o Sr. xx tem pela filha um
amor incondicional, quer participar de todos os momentos
da vida da Sophia. Vimos que a filha representa para o
genitor sua razão de viver. O fato das dificuldades de
seus pais em demonstrarem carinho quando era criança, do
que sentiu muita falta, faz com que hoje o réu não queira
repetir com a filha o que viveu em sua infância. Acredito
que isso faz com que ele procure estar mais tempo possível
com Sophia e demonstrar o seu amor. Baseada nas

1
Advogado, especialista em direito civil, Mestre em Direito Público, professor, parecerista.
Praça Osvaldo Cruz, 15, conj. 1205, Fone(fax):51-3224.5097, POA-RS – e-mail:
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informações obtidas através dos genitores, e diante do
carinho e dos cuidados dos pais, sugerimos que a guarda
permaneça compartilhada. Quanto aos alimentos, segundo o
Sr. xxxxx, está em dia. Em relação às visitas que continue
como foi estipulada pelo juiz, alterando somente o horário
de pegar Sophia neste período de frio, pois o genitor quer
buscar a menina às 07h para deixar com a avó paterna
enquanto vai para o trabalho, por isso, creio que não seja
necessário buscá-la tão cedo em função da saúde e bem
estar de Sofhia.”

III-ABORDAGEM:

3. O caso em apreço reflete sinal clássico


de conflito familiar gerado por estresse pós divórcio.
Entretanto, consoante dispõe a própria legislação
constitucional, em especial em seu art.227, toda criança e
adolescente deve ser alvo de absoluta prioridade e proteção
de tal forma a não sofrer com as intempéries da vida
adulta. E tal ponto, encontra resguardo na doutrina
dominante, senão vejamos:

“Após o divórcio litigioso de um casal, é


comum certo grau de animosidade entre os
cônjuges que se distanciam. Porém, por
diversos motivos, que vão desde o desejo de
vingança, a raiva pelo abandono, a não
elaboração correta da perda do par até
desvios de conduta ou traços de
personalidade que se acentuam com o
conflito, esse grau de desentendimento
alcança níveis perigosos, atingindo de
forma perversa o elo mais frágil: os
filhos.” 2

4. Nesse ínterim, é que ex-casal pôs fim a


relação por completa disparidade de pensamentos, visto que
xxxxxx sempre pretendeu estudar para fins de conceder um
futuro melhor e conforto para sua filha. Todavia, ao que

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MADELENO. Rolf. Alienação Parental. Importância da detecção. Aspectos legais e processuais.
Ed.Forense, 2021.
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parece, xxxxx, em que pese de maior idade, não traça
futuro, residindo com a mãe e mantendo determinada
instabilidade emocional, travestindo-se do manto “ser e não
ter” para justificar atitudes infantis e ausência de
responsabilidade. E tal irresponsabilidade é verificada no
curso do processo pelo longo período sem o pagamento de
verba alimentar destinada ao custeio de sua filha. Logo, há
impropriedade entre o argumento destinado a assiste social
da realidade fática.

5. De outra banda, em entrevista realizada


com a genitora xxxxx, esta relata dificuldade de contato
com Fábio, pois este mantém comportamento agressivo, com
constantes gritos e reclamações, descontando em xxxx suas
frustrações pessoais de vida, o que pode ser corroborado
pelo próprio histórico mencionado à assistente social.
Entretanto, como se está a proteger o melhor interesse da
criança, tem-se que a realização de visitas pelo genitor no
meio da semana tem alterado a rotina da menor, gerando
efetivo transtorno de ordem cognitiva. Isso porque, não é
saudável a modificação da rotina, acordando antes do
horário, o que ocorre sempre mediante choro. Outrossim, o
Sr.xxxx não mantém contato direto com a genitora xxxxx,
dependendo de terceiros (os pais da genitora) para que lhe
entreguem xxxxxx. Isso ocorre pois Fábio grita com a
genitora na frente da criança, podendo gerar traumas.

6. Não se está a dizer pela ausência de


contato do pai com a filha, visto que tal ato é necessário,
saudável e indispensável a formação do caráter da criança.
Contudo, é necessário boa-fé e alteração mínima de rotina e
prejuízo à menor, o que não está ocorrendo. Acredita-se que
mais saudável seria o contato apenas aos finais de semana.

7. Sugestão que seja realizado estudo


social e depoimento sem dano com a menor xxxxxxxxxxx,
complementando a testagem com desenho da família, pois o
desenho tem sido compreendido como um meio que permite à
criança organizar informações, processar experiências
vividas e pensadas, estimulando-a a desenvolver um estilo
de representação singular do mundo. Logo, tem-se que as
experiências gráficas fazem parte do crescimento

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psicológico e são indispensáveis para o desenvolvimento e
para a formação de indivíduos sensíveis e criativos.

8. Por todo o acima exposto, com base na


análise dos dados, resultado dos instrumentos psicológicos
e leitura do processo em questão observa-se que seria
aconselhável a manutenção da guarda compartilhada. Contudo,
com limitação de visitas aos finais de semana, com o escopo
de não atrapalhar a rotina e desenvolvimento mental,
cognitivo e psicológico da criança.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Porto Alegre, 13 de agosto de 2021.

Newton Jancowski Neto

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