Você está na página 1de 56

Com o apoio:

EXPEDIENTE
Bora brincar?
Pequeno guia de brinquedos e brincadeiras para promover
a parentalidade lúdica

Belo Horizonte
Setembro de 2022

REALIZAÇÃO: PARCEIROS:
ChildFund Brasil TEXTOS:
Bianca Pereira
DIRETOR DE PAÍS: cami oliveira
MaurIcio Cunha Cris Lima

GERENTE DE PROGRAMAS REVISÃO:


E ADVOCACY: Tomás Bastian
Gabriel Barbosa
ILUSTRAÇÃO:
GERENTE DO PROJETO Agência Up Business | Bruno Marconi
BRINCA E APRENDE COMIGO:
Sofia Rebehy PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO:
Agência Up Business | Thainá Társila
EQUIPE DO PROJETO
BRINCA E APRENDE COMIGO:
Rafael Davi Santos
Rossana Fortes
Suiane Rosa
Vanessa Pataro
Sumário

02
02
04
04
06
07
08

11
19
27
35
43
50
51
2 INTRODUÇÃO

O BRINCAR E A PARENTALIDADE LÚDICA


Você sabia que brincar é essencial para o bom desenvolvimento físico, cognitivo, emo-
cional, e social das crianças?

O brincar tem papel central no desenvolvimento infantil. É pelo brincar que a criança
explora o mundo, conhece seu próprio corpo, suas potências e limites. Também apren-
de a lidar com frustrações, vontades e conflitos, bem como a solucionar problemas.

O Pequeno guia de brinquedos e brincadeiras para promover a parentalidade


lúdica, foi desenvolvido pelo projeto Brinca e Aprende Comigo, uma iniciativa do
ChidlFund Brasil com o apoio da The Lego Foundation. O material tem como objetivo
apoiar pais, mães, cuidadores e cuidadoras, bem como profissionais que trabalham
para a promoção do desenvolvimento infantil, na criação de ambientes lúdicos que
estimulem o brincar através da confecção de brinquedos e repertório de brincadeiras
adequadas para a infância.

Em casa, é preciso construir interações afetivas, buscando formas de colocar o brincar


no dia a dia, seja nos momentos de cuidado ou garantindo momentos para que a crian-
ça possa brincar sozinha ou com outros adultos e crianças. Na escola ou em projetos
sociais, os(as) educadores(as) devem promover momentos de brincadeiras coletivas,
individuais e livres de forma regular, ou seja, como parte da rotina.

Por isso queremos conversar com você, cuidador(a), mãe, pai, avó, avô, tio, tia, educador(a)
e te apoiar com algumas propostas de brincadeiras que podem ser incorporadas em seu
cotidiano. Sabemos que você tem feito muita coisa por aí. A ideia deste material é justa-
mente ampliar seu repertório e provocar sua imaginação a criar outras possibilidades!

Vale lembrar que as brincadeiras podem:

gerar desafios;
trazer momentos de risadas e diversão;
proporcionar movimento;
ajudar as crianças a criar boas estratégias para resolver situações-problema;
promover interação entre diferentes crianças;
fortalecer a autoestima;
criar autonomia;
fortalecer o vínculo entre o adulto e a criança;
gerar inúmeras aprendizagens.
3
Você sabe o que é parentalidade lúdica?

Chamamos de parentalidade lúdica o estilo de ser mãe, pai, cuidador(a) ou educa-


dor(a) que se relaciona com a criança a partir da afetividade e do respeito, e que
entende a importância do brincar para que o desenvolvimento infantil ocorra da
forma mais saudável possível.

Na parentalidade lúdica o adulto entende que:

01. Brincar é fundamental na vida das crianças.

02. Todas as crianças têm o direito de se desenvolver em todas as dimensões: física,


intelectual, social, emocional etc.

03. Todas as formas de existir e estar no mundo são fundamentais: a diversidade é uma
coisa boa!

Acreditamos que quanto mais os adultos interagem com as crianças de forma afetiva
e brincante e, principalmente, permitem que elas brinquem e se expressem através
da brincadeira, mais poderão transformar o tempo que passam juntos(as) em oportu-
nidades leves e prazerosas de convivência e aprendizado.

Você pode estar pensando na sua rotina exaustiva e no quanto é difícil ter tempo para
viver ou promover esses momentos com as crianças. Mas acredite: é possível que isso
aconteça de um jeito simples, dentro das suas possibilidades e, principalmente, que
você também sinta alegria ao brincar.

Foi pensando nesses desafios, e ao mesmo tempo no quanto brincar é fundamental


para a vida das crianças, que criamos este pequeno guia de brinquedos e brincadei-
ras. Ele foi construído a partir de ideias simples e divertidas, considerando que o
brincar é um gesto espontâneo do ser humano, ou seja, que não precisamos de muito
para que ele aconteça.

Torcemos para que essas sugestões te inspirem a criar outras possibilidades, a se


recordar de brincadeiras da sua infância, a observar como as crianças brincam (essa é
uma ótima forma de conhecê-las e ver como elas estão aprendendo a lidar com o
mundo), a valorizar os espaços públicos e de natureza e, por fim, que você se permita
brincar também!

Aproveitem!
4

Como organizamos este material para você:

Iniciamos com 8 dicas brincantes.

Trazemos uma reflexão sobre a importância de que o brincar seja para todas as
pessoas. Além disso, sugerimos algumas possibilidades de adaptações das brinca-
deiras.

As brincadeiras estão divididas por idade, mas sabemos que nenhuma brincadeira
é exclusiva para uma determinada faixa etária. Só não podemos esquecer de consi-
derar as questões relacionadas à segurança das crianças.

Escolhemos brincadeiras simples e com materiais de fácil acesso, que você pode ter
em casa.

São 3 brincadeiras por faixa etária, mas sabemos que brincar é um universo infinito.
Aproveite e crie seu próprio repertório!

Ao final, trazemos dicas de vídeos, textos e sites muito bacanas, aproveite para dar
uma olhadinha!

DICAS BRINCANTES

01.
Incorpore elementos divertidos na rotina com a casa ou cuidados com a criança: por
exemplo, vocês podem fazer um bolo juntos(as) ou cantar na hora do banho. A ideia é
que, ao transformar afazeres domésticos e tarefas de cuidado cotidiano com a criança
em momentos de diversão, tudo pode ser mais leve para todos!

02.
É possível criar momentos brincantes com materiais simples como colheres, potinhos ou
com materiais recicláveis como caixa de papelão, tampinha de garrafa, garrafas PET etc.
5

03.
Não interfira em todos os momentos da brincadeira. Permita que a criança também
brinque sozinha e explore espaços e objetos seguros da casa. Observar a criança é um
jeito de conhecê-la melhor!

04.
Sempre que possível proporcione encontros da criança com outras para que brinquem
juntas. Pode ser na pracinha mais próxima da sua casa, uma tarde com os primos e
primas ou com colegas de escola, explore as possibilidades.

05.
Favoreça o contato da criança com a natureza: água, terra, grama, lama, chuva, ar, sol,
animais de estimação e animais soltos na natureza. Pode ser em rio, mar, quintal, praça,
canteiro da rua ou até mesmo num vaso com uma plantinha. Conhecer e contemplar a
natureza só vai trazer coisas boas para todo mundo!

06.
Sempre que possível, caminhe pelo bairro com a criança, vá até a padaria, conte sobre
seus lugares e árvores preferidas, as histórias da comunidade. Permita que ela te veja se
relacionando com outras pessoas. Ela poderá aprender sobre a cidade, sobre o mundo,
sobre você e sobre a família. Aproveite para ouvi-la também!

07.
Tente não transformar as brincadeiras em momentos que sirvam exclusivamente para
tentar ensinar as coisas. Brincar com as letras, por exemplo, pode ser uma delícia, mas
se virar uma cobrança pode deixar de ser uma brincadeira e virar uma obrigação chata.
6

08.
Brincadeira pede liberdade: não podemos dizer que elas sejam para uma única faixa
etária, que sejam só para meninos ou só para meninas, ou que sejam só para crianças
com alguma característica específica. A única coisa que vale sempre para todas as
brincadeiras é pensar na segurança física e emocional de todas as crianças que forem
participar.

BRINCAR É PARA TODO MUNDO

Nenhuma criança pode ficar de fora! As brincadeiras são importantes para as pessoas
criarem vínculos, se aproximarem, construírem relações de afeto e carinho. Ou seja, se
alguém fica de fora da brincadeira, perdemos a chance de criar ou ampliar os vínculos.

Mas como fazer as brincadeiras serem para todo mundo? Não existe uma fórmula
mágica, o segredo está em perceber as características de cada criança e considerar
essas características na hora de propor as brincadeiras, preparar os espaços, escolher os
brinquedos que serão usados.

Também é muito importante pensar no direito de todas as crianças de poderem


experimentar as brincadeiras de forma livre de preconceitos, violências, julga-
mentos e opressões. Pessoas adultas devem estar atentas e, se necessário, fazer
algum tipo de intervenção caso apareçam conflitos ou situações que as crianças não
possam resolver sozinhas.

Um grande perigo, que infelizmente ainda acontece muito, é aparecerem nas


brincadeiras situações de violência como racismo, machismo, gordofobia, bullying
etc. Por isso, mesmo nos momentos de brincar livre, precisamos estar bem atentos(as).
Caso alguma situação de violência aconteça, precisamos intervir na hora. Se algo
violenta a existência de alguém, jamais será brincadeira!

Precisamos lembrar também que muitas pessoas agem como se houvesse cores de
menino e cores de menina, brinquedos de menino e brinquedos de menina, ou interes-
ses que deveriam ser só de meninos, ou só de meninas. Mas cada vez mais sabemos o
quanto isso não faz sentido. Por exemplo, tem gente que diz que brincar de casinha é
coisa só de menina. Mas a casa não é algo de mulheres e homens? Tem gente que diz
que carrinhos são só para meninos. Mas as mulheres não dirigem carros?
7

Quando criamos essas separações que não são verdadeiras e não respeitam os interes-
ses efetivos das crianças, podemos criar situações complicadas. Não é ruim os meninos
crescerem achando que não precisam cuidar de casa? Ou as meninas achando que
saber coisas ligadas à ciência não é para elas?

Além disso, brincar é um espaço de experimentar, conhecer, investigar e se divertir.


Criar regras que fazem as brincadeiras serem só para algumas pessoas e não para outras
pode impedir que muita diversão aconteça. Os critérios para não deixar alguém partici-
par de uma brincadeira devem estar ligados à segurança física e emocional!

COMO FAZER SER PARA TODO MUNDO?

Não tem um jeito único de adaptar as brincadeiras, e nem sempre é fácil. Mas, se é
importante para nós que todas as crianças possam brincar, vamos achando os
caminhos que nossa criatividade permitir!

Algumas dicas:

Não tenha medo de propor mudanças nas regras das brincadeiras.

Observe as interações que a criança faz com objetos, espaços e outras crianças, isso
pode ajudar a pensar nas adaptações.

É muito importante ouvir a criança e pensar junto com ela possíveis adaptações.

Diversificar o tipo de brincadeira, os desafios e as formas de acolhimento pode


ajudar muito.

Devemos dar mais atenção às habilidades e potências de cada criança do que aos
seus desafios.

Se a criança está desconfortável com alguma brincadeira, abra espaço para que
vocês possam conversar sobre isso. É preciso tentar descobrir junto com a criança
se o desconforto está relacionado a algum problema com o grupo, a desafios que
a brincadeira traz em sua essência, ou se falta algum tipo de adaptação que permi-
ta que a criança participe de forma confortável.
8

Algumas crianças precisam de ajuda para lidar com emoções que aparecem nos jogos,
como ficar triste quando perde, ficar chateado(a) porque tentou fazer algo e não conse-
guiu, saber esperar a vez, saber dizer o que pensa de forma respeitosa e, ao mesmo
tempo, ouvir as ideias de outras pessoas e saber abrir mão de alguns desejos. Lidar com
os jeitos diferentes de sentir as emoções pode ser um grande aprendizado para todo
mundo!

IMPORTANTE!

Infelizmente, às vezes acontece de crianças com deficiência terem tido poucas oportunidades de
brincar com grupos maiores, participando das brincadeiras coletivas. Então é muito importante
criarmos oportunidades para essas crianças se sentirem protegidas e cuidadas. Elas precisam estar
seguras de que não permitiremos que sejam ridicularizadas, e de que não vão ficar de fora, só
observando a brincadeira, esperando as outras brincarem.

PENSANDO SOBRE ALGUMAS PARTICULARIDADES

Crianças cegas: usar objetos que tenham texturas diferentes (ou que possam ser reves-
tidos para ganharem essas texturas), que façam sons (guizos, palmas, instrumentos).
Use orientações faladas ou músicas como guias para movimentos. Use o braile com
quem souber lê-lo. Crie desafios, instruções, guias de movimento com alto relevo, que
pode ser feito, por exemplo, com tinta plástica ou barbante. Tudo que não puder ser
adaptado e seja essencial para a brincadeira deve ser descrito de forma falada.

Crianças com baixa visão: as adaptações para crianças cegas podem contemplá-las,
mas é possível também usar materiais grandes (dados e cartelas grandes, por exemplo),
com cores fortes e com poucos detalhes.

Crianças surdas: podemos usar Libras (Língua Brasileira de Sinais) com as crianças que
a dominam, ou, no caso das que fazem leitura labial, devemos falar olhando diretamen-
te para elas. É possível também passar instruções por escrito para crianças alfabetiza-
das em português, ou usar imagens e outros recursos que não dependam do som para
participar da brincadeira, como por exemplo optar por brincadeiras visuais, não verbais,
que exploram gestos, mímicas etc. Lembre-se de que os sons geram vibrações, e esse
pode ser um recurso muito bacana de ser explorado.
9

Crianças com deficiência física: assim como em qualquer outra deficiência, as adapta-
ções nesse caso dependem muito da pessoa para a qual elas estão sendo criadas, e é
importante buscar o maior grau possível de autonomia. Em uma brincadeira com obje-
tos, eles podem ser presos no corpo da criança de forma confortável, podem ser dispos-
tos em lugares mais altos ou mais baixos para serem mais facilmente acessados por
diferentes partes do corpo. É importante utilizar materiais que não deslizem facilmente
ou que não exijam da criança mais força do que ela pode utilizar.

Crianças neurodivergentes: são muitas as possibilidades de alterações do neurode-


senvolvimento, portanto, são inúmeras também as possibilidades ou necessidades de
adaptações. Tendo em mente cada criança em suas especificidades, é possível adaptar
as regras dos jogos e brincadeiras, repetir a explicação mais de uma vez, falar devagar,
explicar o passo a passo de diferentes maneiras. Deixar a criança experimentar, mesmo
que pareça ainda não ter entendido. Oferecer diferentes recursos para explicar, como
imagens ou vídeos. E ficar tranquilo(a) com a ideia de que algumas crianças vão enten-
der de um jeito diferente da maioria do grupo! Essa pode ser uma forma muito legal de
perceber que nem sempre o jeito que parecia ser o “certo” é o melhor jeito para todo
mundo. Para algumas crianças é importante evitar abraços e toques, a não ser que a
criança se mostre confortável com esse tipo de aproximação. Devemos também obser-
var se sons muito altos, luzes fortes ou muitos estímulos ao mesmo tempo geram
incômodos para alguma criança.
PARA CRIANÇAS
DE 0 A 1 ANO
12

Polvo de
tampinhas

Materiais:

01 potinho de plástico pequeno;

08 tampinhas de plástico com


formatos variados e cores
diferentes;

08 barbantes ou fitas;

01 prego.
BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
13
Como fazer?

1 Esquente o prego e fure o centro das tampinhas e do potinho.


O furo do potinho deve ser um maior.

2 Passe o barbante pelo furo 3 Depois passe todos os cordões


das tampinhas dando um pelo furo do potinho, junte-os
nó bem forte. e dê um nó único.

Cuidados gerais
Certifique-se que o pote e as tampinhas estejam limpas e não possuem
pontas que possam machucar.

O prego deve ficar fora do alcance dos bebês.

Confira se todos os nós estão firmes para que as partes do brinquedo


não se soltem.
14

Brincando
com água

Materiais:

Bacia ou qualquer recipiente


pequeno;

Água (um pouquinho);

Objetos da casa: colheres


pequenas, colher de pau, concha
de feijão, escumadeira, algodão,
bucha vegetal, gelo etc.
BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
15
Como fazer?

1 Prepare o ambiente e coloque a água e os objetos que você


separou na bacia.

2 Ofereça para o bebê brincar e explorar.

Sugestões:

Essa brincadeira estimula vários sentidos do bebê. Pode ser repetida várias vezes,
basta variar os materiais ofertados. Organize diferentes texturas, como objetos de
madeira, depois objetos de metal, tecidos, elementos da natureza. Você pode
acrescentar na água chás e ervas aromáticas.

Cuidados gerais
O bebê deve sempre estar acompanhado de um adulto.

Nunca deixe-o sozinho quando estiver com bacia e água por perto.

Lembre-se sempre de escolher materiais que não tenham pontas,


rebarbas ou sejam muitos pequenos.
16

Encaixe
na lata

Materiais:

01 lata com tampa de plástico;

Tesoura;

Papelão.
BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
17
Como fazer?

1 Pegue a tampa de plástico e faça um recorte retangular


(como na imagem).

2 Recorte o papelão em formatos variados: círculo, quadrado,


triângulo etc.

3 Os papelões recortados devem passar pelo recorte da tampa


de plástico.

Sugestões:

Quando perceber que a criança não sente mais interesse pelo encaixe do papelão,
mude os materiais utilizados! Use por exemplo tampinhas de tamanhos variados,
colheres e algodão, adaptando o recorte da tampa.

Cuidados gerais
O bebê deve sempre estar acompanhado de um adulto.

A tesoura deve ficar fora do alcance das crianças.


PARA CRIANÇAS
DE 1 A 2 ANOS
20

Janela
Janelinha

Como brincar:

1 Com a criança próxima 2 Ao mesmo tempo em


ou no colo, aponte que você aponta no
delicadamente o seu rosto, diga: “janela,
rosto. janelinha, porta, cam-
painha, dim-dom”.

Janela: aponte um dos olhos da criança


Janelinha: aponte o outro olho da criança;
Porta: aponte o dedo na boquinha
Campainha: aqui você toca o dedo no nariz e diga “dim-dom”
BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
21

Sugestões:

Perceba se o toque é agradável para a criança, algumas podem se incomodar.


Para crianças cegas ou com baixa visão, uma adaptação possível é tocar para
cada parte do rosto, ou deixar que ela faça em você.
22

Caixa da
Natureza

Materiais:

1 caixa de papelão ou
bacia de plástico ou alumínio.

Elementos da natureza.
BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
23
Como fazer?

1 Recolha em seu quintal, jardim, praças ou ruas do seu bairro,


alguns elementos da natureza que estiverem no chão, como
folhas de diferentes cores e tamanhos, pedrinhas com texturas
variadas, flores, galhos etc., e coloque tudo na bacia ou na caixa
que você separou.

2 Caso tenha horta, separe ervas como hortelã, cidreira, alecrim etc.

3 Apresente à criança e a deixe explorar os elementos livremente.

4 Acompanhe a exploração da criança, observe e a incentive.


Converse, diga a cor dos elementos, mostre se são de tamanhos
e cheiros diferentes etc.

5 Essa brincadeira pode ser repetida quantas vezes quiser e os


elementos podem variar de acordo com as mudanças de estação.

Sugestões:

Se a criança tiver alguma questão motora ou de mobilidade com as mãos, ela pode
tocar os elementos com outras partes do corpo, ou você pode tocá-la com eles.
Lembre-se: descubra junto com a criança sobre a pressão do toque que é confortável
para ela com cada material. Em espaços sensíveis como o rosto, o toque deve ser suave.

Cuidados gerais
Fique atento(a) para que a criança não coloque os objetos na boca.

Escolha elementos que não ofereçam perigo, contendo espinhos, pontas,


ou que sejam muito pequenos.
Oriente as crianças para não arrancarem folhas das árvores.

Lembre-se: a criança pequena deve sempre estar acompanhada de um adulto.


24

Brincando
com papel

Materiais:

Jornais ou revistas velhas.

Panfletos.

Papéis diversos.

Como brincar:

No chão, organize os papéis para


a criança. Aqui vão algumas
sugestões:

Apresente a folha para a criança


e a balance mostrando o som
que ela faz.
BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
25

Coloque papéis diversos para a


criança rasgar, depois faça uma
chuvinha de papéis, os bebês adoram.

Faça bolinhas com o papel, convers


e mostre para a criança como se faz.

Faça rolinhos com o papel, como


canudinhos, mostre à criança e a
deixe explorar sem se apegar
muito à ideia de certo e errado.

Se souber, faça barquinhos e aviõezinhos com o papel


e apresente para a criança.

Você sabia?

Rasgar e amassar papéis parece ser uma brincadeira muito simples, porém, como
toda brincadeira, ajuda a criança a se desenvolver. Nesta, além de se divertir, ela
desenvolve os movimentos com os dedos (movimentos de pinça), a força e o raciocínio.

Cuidados gerais
Fique atento(a) para que a criança não coloque pedaços de papel na boca;
Lembre-se: a criança pequena deve sempre estar acompanhada de um adulto.
PARA CRIANÇAS
DE 2 A 4 ANOS
28

Esculturas
Geométricas

Materiais:

Caixa de papelão duro;

Caneta ou lápis;

Tesoura;

Materiais decorativos (se tiver),


como fitas, fita adesiva colorida,
tinta guache, retalhos de tecidos etc.
BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
29
Como fazer:

1 Desenhe várias formas 2 Faça cortes nas laterais


(círculo, quadrado, triângulo) das formas. Esses cortes
no papelão e recorte-as. servirão para encaixar
uma peça na outra.

3 Caso tenha materiais, decore 4 O corte não pode ser muito


as peças. largo, precisa ser menor que
a largura do papelão, se não,
não vai prender. Prontinho,
agora é só brincar!
Sugestões:

Converse com as crianças sobre as formas e cores. Estimule-as a construir muitas


formas diferentes. As possibilidades nessas brincadeiras são infinitas.

Cuidados gerais
A tesoura deve ficar fora do alcance das crianças.
A criança deve sempre estar acompanhado de um adulto.
30

Vareta mágica
para bolha de
sabão gigante

PARTE 1 - Vareta mágica:

Materiais:
02 varetas como as de bambu
ou palitos de churrasco (com as
pontas cortadas) ou gravetos
com 30 a 40 cm.

02 pedaços de barbante. Um de
40 centímetros e o outro de 1
metro.
01 arruela fina ou algo que possa
fazer um pequeno peso.

Como fazer a vareta mágica:

1 Amarre o pedaço menor do barbante


ligando as pontas das duas varetas.
BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
31

PARTE 2 - Líquido (mistura):

Materiais:
2 Coloque a arruela no
Água
barbante maior.
Detergente

Açúcar

Recipientes como bacia ou balde

Copo americano para ser


utilizado como medida

3 Depois, amarre as pontas Como fazer a mistura:


do barbante maior nas 1 Coloque no recipiente:
varetas, como no passo 4 copos de água, 2 copos
anterior. Esse barbante deve de detergente e por último
ficar em formato de “U”. 1 copo de açúcar.

2 Misture tudo, deixe


descansar por algumas
Sugestões: horas e depois é só brincar.

Faça a mistura um dia antes, assim vocês aproveitam melhor o tempo para
brincar juntos. Essa brincadeira é ideal para ser feita em locais abertos como praças,
parques ou quintal. A bolha dura mais em dias mais úmidos ou com mais nuvens.
Se o dia estiver muito quente, procure fazer em um local que tenha sombra.

Cuidados gerais
Caso faça a mistura um dia antes, coloque em um recipiente fechado e em
local fora do alcance das crianças.
32

Ateliê
natureza
PARTE 1 - Pincéis naturais:

Materiais:

Galhos pequenos (tamanho


de um pincel comum) que
estejam no chão.
Folhas variadas, como folhas
secas, com tamanhos e
formatos diferentes.

Barbante ou elástico.

Como fazer o pincel natural:

1 Pegue um punhado das folhas e


amarre cuidadosamente na ponta
do galho.

2 Faça vários modelos com folhas


diferentes.

Cuidados gerais
Verifique se o galho não tem espinhos ou pontinhas que possam machucar.
Oriente a criança para não arrancar folhas das árvores ou quebrar galhos.
BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
33
PARTE 2 - Tinta de terra:

Materiais:
Terra com cores diferentes.

Água.

Papel, papelão, caixas ou


suportes variados que possam
ser pintados.

Como fazer a tinta de terra:

1 Misture a água com um pouco


de terra e mexa bem.

2 A consistência da tinta pode


variar conforme você adicionar
mais ou menos água.

PARTE 3 - Como brincar:

1 Agora é só organizar o ateliê natural.

2 Prepare um espaço e coloque o papel,


o pincel natural e a tinta de terra.
3 Pinte com a criança. Elas adoram quando
você brinca e fica juntinho.

4 Aproveite para se divertir também e soltar


a criatividade!

Brincar com elementos da natureza ativa muitas formas de aprender e estimula


a criatividade, a concentração, e todos os sentidos.
PARA CRIANÇAS
DE 4 A 6 ANOS
36

Queimada de tampinhas

Materiais:

10 tampinhas de 2 cores
diferentes, 5 de cada cor.

1 tampinha de uma terceira


cor, para ser a “bola”.

Fita crepe ou fita adesiva ou


giz, para marcar os campos.

Como preparar o jogo:

1 Marque com a fita, ou


desenhe com giz, dois campos
de tamanhos iguais.
BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
37

2 Coloque as tampinhas de
cores diferentes em cada
campo, formando os dois
times.

Como jogar:

1 Cada pessoa, em sua vez, dará um peteleco na tampinha


que está no lugar da bola, tentando acertar as tampinhas
do(a) adversário(a).
2 Quem acerta, fica com a tampinha do outro time.

3 Ganha quem acertar todas as tampinhas do(a)


adversário(a) primeiro.

Sugestões:
É possível organizar as peças no próprio campo de forma estratégica para dificultar
a jogada do(a) adversário(o). Para aumentar o desafio, o combinado pode ser que,
ao invés de apenas acertar as tampinhas do(a) adversário(a), é preciso jogá-las para
fora do campo. Se você não conseguir juntar tampinhas de plástico em quantidade
suficiente, você pode substituí-las por bolinhas de papel. Nesse caso, você só
precisará da tampinha que será a “bola”.

Cuidados gerais
Não deixe de observar se as tampinhas têm arestas ou algo que possa
machucar. Para crianças cegas, é possível que elas toquem o campo do(a)
adversário(a), antes da própria jogada, para poder direcionar o lance. As
marcas do campo podem ser feitas com barbante para ajudá-las a reconhecer
os limites. Se, por alguma questão motora, for muito difícil dar um peteleco, a
criança poderá arrastar ou empurrar a "tampinha-bola".
38

Banda
musical
diferente

Materiais:
Potes, vasos, bacias, baldes,
garrafas, latas vazias ou panelas
de materiais variados, como
metal, plástico, madeira ou barro.

Colher de pau, gravetos, canetas,


pentes.

Grãos, como arroz, feijão, milho,


grão-de-bico, lentilha, ervilha,
ou pedrinhas.

Nosso corpo!
Como fazer:

1 Separe os objetos que serão os “instrumentos diferentes” (potes,


vasos, bacias, baldes, garrafas ou panelas) e os que usaremos como
“baquetas diferentes” (colher de pau, gravetos, canetas, pentes).
BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
39

2 Enumere junto com a criança sugestões sobre como experimentar


a criação dos sons: batendo mais leve e mais forte, mais rápido e
mais devagar, tocando em diferentes partes dos “instrumentos”
e com diferentes partes das “baquetas”.

3 Faça combinados sobre o cuidado a ser tomado com os objetos,


sem bater muito forte, sem jogar no chão etc.

4 Além de experimentar os sons com os objetos, é muito divertido


investigar os sons do nosso próprio corpo:
bater palmas de jeitos diferentes: palmas abertas, mãos em conchas etc.;
fazer sons batendo os pés no chão;
criar sons com a boca, língua, lábios;
estalar os dedos.

5 Por fim, faça chocalhos com diferentes grãos ou pedrinhas. Você


pode colocá-los em garrafas com tampa ou em dois potinhos
presos com fita adesiva. Experimente perceber os diferentes
sons que a variedade de grãos e pedrinhas podem criar.

Sugestões:
Você já ouviu os sons que a água faz? Experimente descobrir os sons criados quando
entornamos a água de um recipiente para o outro, quando batemos na água que esteja
numa bacia, com objetos ou nosso corpo. Pode ser divertido também criar um chocalho
com água.

Cuidados gerais
Com crianças surdas é possível experimentar vibrações, propondo que fiquem com as
mãos ou outras partes do rosto próximas aos objetos enquanto são tocados por outra
pessoa. As explorações com água também podem ser muito bacanas! É comum que
crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) sejam sensíveis a ruídos. Nesses casos,
antes de brincar com os objetos, faça as explorações com água e observe se soam
agradáveis ou não. Se a criança desejar experimentar alguns outros sons, vá sugerindo
objetos com timbres e tons suaves, ajudando no controle da força para gerar o som e
observando se a criança está confortável.
40

Criando
personagens
malucas

Materiais:
Roupas como casacos, camisetas
que virem vestidos, coletes etc.

Tecidos e panos.

Objetos como óculos, tiaras,


enfeites, fitas, cintos, bijuteria,
lenços, xales, chapéus, bonés,
suspensórios, gorros, máscaras
etc.

Sapatos de tamanhos diferentes.


BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
41
Como fazer:

1 Monte uma “cesta” de adereços.

2 Fantasie-se experimentando jeitos divertidos, engraçados


e malucos.

3 Depois que as fantasias estiverem prontas, cada pessoa inventa


um nome para a sua personagem e imagina as características
dela.
4 Não se esqueça de criar um nome divertido para a sua
personagem!

5 Qual o jeito de a personagem andar, dançar, correr,


movimentar-se? A personagem anda? Flutua? Dança? Nada?
Faz movimentos bem lentos? Bem rápidos?

6 É possível testar vozes diferentes e até inventar uma língua


maluca.

Sugestões:

É possível fazer fotos e vídeos para relembrar esse momento em outros tempos,
e quem sabe dar boas risadas.

Cuidados gerais
Não usar sapato de salto na brincadeira, eles podem ser muito perigosos
para as crianças
PARA CRIANÇAS
DE 6 A 8 ANOS
44

Futebol de lençol

Materiais:
1 Lençol velho ou pedaço grande
de tecido que possa ser cortado.

1 Bola leve.

1 Tesoura.
BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
45
Como fazer:

1 Faça dois furos nas extremidades do tecido (atenção: os furos


devem ter tamanho maior que a bola para que a mesma possa
passar com facilidade).

2 Forme dois grupos e posicione-os nas extremidades do lençol.

3 O objetivo do jogo é fazer o gol acertando a bola no furo do


lado oposto!

Sugestões:

Crie bolas de papel com material reciclável, como folhas de revistas ou jornais,
caderno velho etc

Variações possíveis da brincadeira:


Melhor de 5: cada gol marca um ponto.
O grupo que fizer 5 pontos primeiro é o vencedor.
Outra versão possível é fazer a brincadeira em dupla, utilizando um tecido menor.
46

Desenho gigante
para ser visto
pelos passarinhos
lá no céu

Materiais:
Chão de terra ou espaço de areia

Gravetos “firmes”

Como fazer:

1 Conte para as crianças que você recebeu um pedido muito


especial! Os passarinhos e passarinhas lá do céu gostariam de
ganhar lindos desenhos de presente, que possam ver voando
lá do céu.
BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
47

2 Saia com as crianças por um espaço de natureza para buscar


bons gravetos para fazer esses desenhos.

3 Veja se o espaço é adequado para fazer os traços com os


gravetos. Você pode testar antes ou avisar para as crianças que
experimentarão juntos(as) e que há o risco de o desenho não
sair tão fácil quanto gostariam. Teste a força necessária, onde
segurar o graveto e tipos diferentes de gravetos.

4 Converse sobre a distância do céu até a terra: será que um


desenho pequenino seria visto com facilidade lá do céu?
Qual tamanho deveria ter para isso?

5 Em outro dia, depois de fazerem os desenhos de presente


para os passarinhos, conte que os passarinhos também
fizeram um presente, e convide as crianças para observar
os desenhos feitos pelas nuvens no céu.

Sugestões:

Numa próxima vez, o “desenho-presente” pode ser para formigas, minhocas e


tatu-bolinhas, que tal? Sendo assim, os desenhos devem ser pequenos.
48

Peteca

Materiais:
Palha de bananeira ou palha
de milho.

Algum tipo de barbante para


amarrar

Como fazer:

1 Dobre uma folha de bananeira


ou de milho no formato
de um quadrado.
BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
49

2 Com outra folha, embrulhe 3 Amarre bem com


esse quadrado. um barbante, dando
forma à peteca.

Como jogar:

1 O lugar ideal para jogar peteca é ao ar livre.

2 Pode ser jogado em roda, ou em duplas.

3 Deve-se bater na base da peteca jogando-a na direção


de outra pessoa.

4 Pensando os diferentes níveis de habilidade, o combinado


pode ser pegar a peteca com uma ou duas mãos, ou tentar
bater direto de volta para a outra pessoa.

Sugestões:

Você pode criar outros tipos de petecas usando diversos materiais, como
saquinhos de mercado recortados, pedaços de tecido (por exemplo, retalhos
de roupas velhas), folhas grandes. Para preencher a base podemos usar grãos,
areia, folha de papel cortada ou amassada.
50

Para brincar mais e mais!


Escreva ou desenhe aqui outras brincadeiras de que você ou as crianças gostem.
Assim, terão várias opções à mão quando quiserem brincar!
51
Dicas de vídeos, sites e materiais inspiradores

1. Vídeo “Brincar: é assim que se aprende”


https://youtu.be/YIgY5fJO_r8
Vídeo da série “Quanto mais cedo, maior”, da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal:
Brincar é diversão? Sim, mas não só isso! Tem muito mais por trás de um jogo de
pega-pega. Conheça a rotina de Maria Fernanda, uma criança de 4 anos e seu pai.

2. Site “Mapa do brincar”


https://mapadobrincar.folha.com.br
O Mapa do Brincar é uma iniciativa da “Folhinha”, do jornal Folha de S. Paulo. O site
reúne hoje 750 brincadeiras ensinadas por crianças de todo o país. Cada brincadeira
registrada no site traz a indicação de sua origem, o que não quer dizer que ela seja só
daquele lugar. A origem indica a cidade em que mora o participante que mandou a
brincadeira.

3. Site “Tempo Junto”


www.tempojunto.com.br
Brincadeiras e atividades sugeridas por duas mães para que a parentalidade possa ser
vivida de forma mais leve e as crianças fiquem mais felizes. Elas separam
brincadeiras e atividades por faixa etária, por ambientes (ar livre, casa etc.), situações
(festa, viagem etc.) e datas (páscoa, carnaval, feriado etc.).

4. Filme “Tarja branca: a revolução que faltava”


https://youtu.be/dadvMzBqIdI
O documentário investiga as memórias infantis dos adultos e reflete sobre a
importância do brincar em diferentes fases da vida e os impactos dessa escolha
na vida social.
Direção: Cacau Rhoden.

5. Filme “Brincar livre: de dentro para fora”


https://youtu.be/BILGm50BlDI
O documentário lançado pelo Território do Brincar mostra como 24 famílias de São
Paulo adaptaram as formas de brincar devido ao isolamento social.
Direção: Renata Meirelles.

6. Filme “Território do brincar”


O documentário assume o brincar infantil como narrativa que sustenta uma história
na íntegra. Ao longo de 21 meses, foram representadas diversas crianças e seus movi-
mentos, revelando as variadas realidades do Brasil.
Direção: Renata Meirelles e David Reeks.
52
53

Você também pode gostar