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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA
MECÂNICA

METALOGRAFIA E TRATAMENTOS TÉRMICOS

PROF. AMANDA LUCENA DE MEDEIROS


UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA
MECÂNICA

METALOGRAFIA E TRATAMENTOS TÉRMICOS

Ministrada por :
Mste. Eng. Humberto Aguirre
Disc. Eric Espíndola
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Tratamentos Térmicos
Finalidade dos tratamentos térmicos:
Ajuste das propriedades mecânicas através de alterações
da microestrutura do material.
Objetivos:
• Alívio de Tensões;
• Controle da Dureza e Resistência Mecânica;
• Melhora da Ductilidade;
• Melhora da Usinabilidade;
• Melhora da Conformabilidade;
• Melhora da Resistência ao Desgaste;
• Melhora da Resistência à Corrosão . 4
Ciclo geral de um tratamento térmico
O ciclo geral de um processo de tratamento térmico
consiste em:
• - Aquecimento na temperatura,
• - Manutenção na temperatura e
• - Resfriamento

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1.1. Aquecimento
O aquecimento de peças pode ser realizado de cinco maneiras:
O Tempo de Aquecimento é o tempo necessário desde o início
do aquecimento até a obtenção da temperatura desejada na
superfície da peça tratada.
A Velocidade de Aquecimento é a mudança da temperatura em
função do tempo da superfície da peça.

t = temperatura do forno,
tp = temperatura da superfície da peça tratada
tj = temperatura do centro da peça

t0 = temperatura prescrita de aquecimento


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1.1. Aquecimento
1) As peças são colocadas no forno frio e se aquecem
juntamente com o aumento da temperatura do forno:
• a velocidade do aquecimento é baixa
• os gradientes de temperatura são pequenos,
• As tensões térmicas são pequenas,
• a produtividade é baixa.

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1.1. Aquecimento
2) as peças são colocadas no forno mantido na temperatura
constante (pode ser um pouco mais alta do que a
temperatura prescrita).
• este processo resulta em gradientes de temperatura e
tensões térmicas maiores.

t = temperatura do forno,
tp = temperatura da superfície da peça tratada
tj = temperatura do centro da peça

t0 = temperatura prescrita de aquecimento


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1.1. Aquecimento
3) as peças são expostas a um aquecimento intensivo,
colocando-as em um forno com temperatura
significativamente mais alta do que a temperatura
prescrita.
• a temperatura da carga de peças aumenta rápido, sendo
que para o seu aquecimento se aproveita também parte da
energia térmica acumulada do forno.
• usa-se para o aquecimento de peças em caso de
tratamentos termoquímicos (nitretação, cementação)

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1.1. Aquecimento

t = temperatura do forno,
tp = temperatura da superfície da peça tratada
tj = temperatura do centro da peça

t0 = temperatura prescrita de aquecimento


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1.1. Aquecimento
4) as peças são colocadas em fornos com temperatura
constante e mais alta do que a temperatura prescrita.
• A peça é retirada do forno quando a temperatura prescrita
é atingida.
• Os gradientes de temperatura e as tensões térmicas neste
caso são as mais altas.

t = temperatura do forno,
tp = temperatura da superfície da peça tratada
tj = temperatura do centro da peça

t0 = temperatura prescrita de aquecimento


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1.1. Aquecimento
5) aquecimento em estágios se realiza em um meio até
uma certa temperatura, depois se transfere para outro
meio com temperatura mais alta. este método se
aplica para materiais que são suscetíveis ao trincamento
devido às tensões térmicas

t = temperatura do forno,
tp = temperatura da superfície da peça tratada
tj = temperatura do centro da peça

t0 = temperatura prescrita de aquecimento


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1.1. Aquecimento
Na fase de aquecimento os seguintes cuidados são
essenciais:
a) controle da velocidade de aquecimento - gradiente de
temperatura causa tensões de origem térmica e estrutural,
então o aquecimento muito rápido, pode causar choque
térmico e iniciar trincamento. Peças de ligas, que são
suscetíveis ao trincamento devem ser colocados em forno
preaquecido em temperatura mais baixa e em seguida a
temperatura deve ser aumentada gradualmente.

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1.1. Aquecimento
b) controle da distribuição da temperatura na carga e no
forno Quando se trata de cargas pequenas e fornos
menores o controle do processo de aquecimento é menos
exigente. Em cargas superiores a 200t, devido à alta inércia
do sistema ,é mais difícil obter uniformidade da
temperatura através da carga toda. Recomenda-se a
utilização de vários termopares no meio da carga de modo
a poder controlar melhor a distribuição da temperatura
durante o ciclo todo.
c) distribuição das peças no forno – as distâncias podem
influenciar a transferência de calor por convecção e
radiação. 14
1.1. Aquecimento
Meios de Aquecimento:
▪ O meio de aquecimento pode ser: gasoso, líquido ou
sólido.
▪ O mais comum é aquecer as peças em atmosfera gasosa.
▪ Atmosferas:

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1.1. Aquecimento
Meios de Aquecimento:
Meios líquidos: garantem maior uniformidade de
temperatura e uma capacidade maior de aquecimento
▪ sais fundidos: BaCl2, NaCl, KCl, NaNO3, KNO3, etc. metais
líquidos: Al, Pb.
▪ O aquecimento em meios sólidos ( coque, cavacos de ferro
fundido) tem a vantagem de uma maior velocidade de
aquecimento do que nos meios gasosos.

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1.2. Permanência na temperatura
▪ O tempo da permanência na temperatura depende:
- do material (condutividade térmica)
- da forma da peça
- das dimensões da peça.
▪ Tempo para uniformização de temperatura em peças de secção
uniforme: pelo menos um minuto por milímetro de espessura.
(Esse tempo deve ser ampliado em função da forma da peça e
quando o aço for ligado).
▪ O tempo da permanência deve ser estabelecido para que:
- se possam realizar os processos de caráter difusivo:
- dissolução de carbetos,
- homogeneização da composição química
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- ou diminuição das tensões internas.
1.3. Resfriamento
▪ O resfriamento a partir da temperatura do tratamento
térmico tem uma grande influência na estrutura e nas
propriedades do material processado.
▪ Diferentes taxas de resfriamento podem ser obtidas:
- resfriamento no forno (taxas de resfriamento baixas)
- resfriamento no ar fora de forno sem ou com circulação
forçada – taxas mais elevadas - resfriamento por névoa
(partículas de água suspensas em um gás)
- resfriamento por imersão em líquido (água, solução de sais
em água, óleo, polímeros, banhos de sal, metal líquido).

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1.3. Resfriamento
Como Escolher o Meio de Resfriamento ?
É um compromisso entre:
- Obtenção das caracterísitcas finais desejadas
(microestruturas e propriedades),
- Sem o aparecimento de fissuras e empenamento na peça,
- Sem a geração de grande concentração de tensões

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1.4 Tensões internas, empenamento
Durante o tratamento térmico ocorrem mudanças
dimensionais no aquecimento e resfriamento devido à
expansão térmica.

Tensões de origem térmica


Durante o resfriamento, a superfície da peça resfria e
contrai mais rapidamente que o seu núcleo;
No momento em que a região superficial tornar-se rígida
pelo resfriamento, ela irá opor-se a ulterior contração do
núcleo e surgirão tensões internas apreciáveis;
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1.4 Tensões internas, empenamento
Tensões provenientes das transformações de fases Em
muitas ligas metálicas, particularmente nas ferrosas, as
transformações de fases produzem variações de volume
tanto mais sensíveis quanto mais drásticas as condições de
resfriamento e mais complexas as formas das peças.
Mudanças das tensões internas durante o resfriamento
de um cilindro de aço que sofre transformação
martensítica

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1.4 Tensões internas, empenamento
As mudanças dimensionais resultantes das tensões
internas podem quando seu valor ultrapassar o limite
elástico do material:
- levar ao empenamento das peças - surgimento de
trincas Para evitar um nível elevado de tensões:
- resfriar as peças a baixa velocidade, o que nem sempre é
possível, pois, na prática, o principal tratamento térmico
das ligas ferrosas é a têmpera que exige velocidades de
resfriamento elevadas.
- O projeto inadequado das peças como entalhes,
mudanças bruscas das seções podem também levar ao
empenamento e trincamento. 22
1.5. Fornos
Os fornos empregados para tratamentos térmicos
podem ser classificados em dois grandes grupos:
Intermitentes: em que a carga entra periodicamente. Um
forno intermitente básico normalmente consiste de uma
câmara isolada, de uma casca de aço reforçada, de um
sistema de aquecimento e de uma ou mais portas para
carregamento.
(Alguns dos tipos mais comuns: fornos de caixa, fornos
de fundo móvel, fornos tipo sino, fornos poço, fornos de
banho de sal ou de chumbo)
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1.5. Fornos
Contínuos: em que a carga entra continuamente.
Os componentes básicos de um forno contínuo são
também a câmara, o sistema de aquecimento, portas de
acesso.
Os fornos contínuos mais usados incluem fornos com
correia transportadora, fornos munidos de empurradores,
fornos soleira móvel sobre roletes, fornos de soleira
giratória, fornos túnel.

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1.5. Fornos

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1.5. Fornos

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1.5. Fornos
Contínuos: em que a carga entra continuamente.
Os componentes básicos de um forno contínuo são
também a câmara, o sistema de aquecimento, portas de
acesso.
Os fornos contínuos mais usados incluem fornos com
correia transportadora, fornos munidos de empurradores,
fornos soleira móvel sobre roletes, fornos de soleira giratória,
fornos túnel.

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1.5. Fornos
Os sensores mais usados são os de contato, como
termopares (90 % de todos os sensores), e termômetros de
resistência (mais precisos do que o termopar, mas também
mais caros).

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