Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
30 de setembro de 2021
Índice
Introdução..................................................................................................................... 5
Conclusão................................................................................................................... 35
Bibliografia .................................................................................................................. 37
Introdução
Para finalizar, importa referir que ainda atravessamos uma pandemia (Covid-19).
Assim sendo, mantemos o plano de contingência, que foi elaborado no ano letivo
anterior para o setor da infância, onde constam várias medidas de acordo com as
orientações da Direção geral de saúde. Como tal, foram alteradas/acrescentadas
algumas dinâmicas em função dessas medidas.
a) Cognitivas
➢ em cima / em baixo
➢ para cima / para baixo
• Separar objetos pelo:
➢ tamanho
➢ cor
➢ forma (quadrado, retângulo, círculo e triângulo)
➢ tipo (carros, legos, livros, etc.)
• Identificar em fotografias, em brinquedos ou presencialmente, alguns:
➢ objetos
➢ animais
➢ frutos
➢ partes do corpo
➢ meios de transporte
➢ peças de vestuário
• Conhecer a procedência de alguns alimentos (leite, ovos);
• Associar objetos (Ex: bebé na cama, prato na mesa);
• Fazer sequências de objetos;
• Brincar ao faz-de-conta;
• Prestar atenção durante 10 minutos a uma atividade.
b) Linguísticas
c) Motoras
d) Autonomia
e) Socio-afetivas
• Motricidade
Todas as crianças têm boa motricidade global (andar, correr, saltar, trepar,
empurrar, puxar, subir/descer escadas). Ao nível da motricidade fina, algumas crianças
revelam dificuldades em levar a colher à boca sem derramar a comida e em atividades
plásticas (segurar o lápis/caneta/pincel para pintar, colar papelinhos).
• Comportamento
São crianças alegres, extrovertidas, curiosas e exploradoras dos
espaços/materiais.
Nas disputas de brinquedos, algumas crianças apresentam comportamentos
agressivos (bater, morder e empurrar) que necessitam da intervenção dos adultos (dar
uma festinha ao amigo e pedir desculpa).
As rotinas e regras estão adquiridas. Contudo, algumas crianças tentam
contrariam o que é pedido, sendo uma reação própria desta faixa etária. A grande
dificuldade é permanecerem sentadas quando pedido (atividades no tapete, refeições,
na casa de banho e na arrumação dos catres após a sesta). Algumas crianças revelam
preguiça para arrumarem a sala.
• Interesses e conhecimentos
O grupo tem muito interesse em músicas, acompanhando com gestos, palmas e
dança. Gostam de ouvir histórias principalmente as que envolvam animais e que
promovam a interação (com surpresas, com abertura de abas, com sons, com
repetições, com ações para realizar, com fantoches). Demonstram interesse também
em bolas, instrumentos musicais, brincar ao faz-de-conta e brincar com os animais e
bonecos de miniatura.
Algumas crianças apresentam bastantes conhecimentos em nomes de animais,
partes do corpo, roupa e alguns objetos e cores.
• Linguagem
Todas as crianças compreendem o que é dito.
A maioria já forma frases juntando palavras. Algumas crianças já conseguem ter
um diálogo percetível (nomes, verbos, pronomes, perguntas), enquanto outras tem um
discurso mais atrapalhado ou só dizem palavras soltas. Algumas só falam quando são
apanhadas desprevenidas enquanto brincam (talvez por timidez).
• Alimentação
As crianças comem bem, apesar de algumas revelaram dificuldades em mastigar
os legumes inteiros na sopa, bem como comerem algumas frutas (laranja e ananás).
Todos sabem comer sozinhos com a colher, apesar de alguns ainda derramarem
a comida ou tentarem comer com as mãos. Além disso, algumas crianças têm revelado
preguiça para comerem sozinhas.
Todos conseguem beber água pelo copo, mas algumas crianças têm dificuldade
em beber o leite pelo copo (talvez por estarem habituadas a beber pelo biberon ou com
palhinha em casa).
• Repouso
As crianças adormecem sozinhas e apresentam um sono calmo e longo. Metade
das crianças ainda utiliza chucha para dormir.
• Autonomia
Em termos do controlo dos esfíncteres, oito crianças já vão à sanita, usando
somente fralda durante a sesta. Só duas crianças pedem para ir à casa de banho. Ainda
revelam alguma dificuldade em baixar/subir a roupa quando vão à sanita.
Na higiene, algumas crianças necessitam de ajuda para lavar as mãos e a boca.
Como já referido, todos sabem comer e beber sozinhos, apesar da preguiça.
Conseguem também descalçar os sapatos antes de irem dormir (se foram sem
atacadores), mas são muito poucas as crianças que os conseguem calçar (exceto se
forem crocs que é só enfiar o pé).
Qualquer educador deve ter em conta a organização da sala, pois a forma como
é aproveitada torna-se determinante no decorrer das diversas práticas educativas. O
Ministério da educação (2016, p.26) reforça esta ideia ao afirmar que “a organização do
espaço da sala é expressão das intenções do/a educador/a e da dinâmica do grupo,
sendo indispensável que este/a se interrogue sobre a sua função, finalidades e
utilização (…)”. Como tal, devo refletir sobre a organização da sala, de modo a que esta
demonstre conforto, segurança e funcionalidade.
A sala possui uma capacidade para quinze crianças, de acordo com o protocolo
estabelecido com a Segurança social. A planta é apresentada na figura abaixo.
17
Legenda: 9 – fraldário
1 – porta 10 – catres
2 – armário (papelaria/jogos) 11 – mapa de aniversários
3 – flanelógrafo 12 – mesa
4 – tapete 13 – janelas
5 – mapa de presenças 14 – casinha
6 – móvel garagem 15 – cabides
7 – tapete garagem 16 – baú brinquedos
8 – móvel pertences das crianças 17 – biblioteca
a) Área de trabalho
Segundo Zabalza (1998b, 134) “a sala deve conter, quer armários, cadeiras e
mesas, quer tudo aquilo que o educador entende que possa ser útil face a uma mais
completa realização e expressão da criança”.
Uma das áreas de trabalho corresponde a esses critérios, pois é composta por
uma mesa com quatro cadeiras (legenda 12), onde as crianças podem realizar
atividades de expressão plástica e jogos.
O tapete (legenda 4) também é uma área de trabalho, mas para atividades
coletivas. Zabalza (1998a, p.50) refere que é importante “(…) um espaço onde possam
ser realizadas tarefas conjuntas de todo o grupo (…)”. As crianças sentam-se no tapete,
onde as acolho, assinalamos o mapa de presenças, conto-lhes histórias, cantamos
músicas e exploramos diversos temas, de modo a alcançar os objetivos que proponho.
Também é pertinente referir que toda a sala vai sendo decorada ao longo do ano
letivo. As decorações trazem benefícios aos alunos, pois segundo Jensen (2002, p.65),
“(…) podem ajudar os alunos a sentirem-se seguros, confortáveis e a acompanharam a
aprendizagem”. Serão expostos trabalhos elaborados pelas crianças nos flanelógrafo
(legenda 3) e no mobiles de teto. O mapa dos aniversários das crianças (legenda 11)
também é um elemento de decoração.
b) Área de arrumação
Como já foi referido anteriormente, a sala deve conter armários. Existem alguns
móveis diferenciados consoante os materiais arrumados nos mesmos:
• legenda 2 – material de papelaria e jogos;
• legendas 6, 14 e 16 – brinquedos;
c) Área de higiene
A higiene das crianças é realizada no fraldário (legenda 9), onde se encontra um
colchão para se efetuar a mudança de fraldas e roupa.
d) Áreas de brincadeira
Existem diferentes áreas para brincarem:
• casinha (legenda 14) – Para Cordeiro (2010, p.372), “a casinha, que todas as
salas devem ter, seja ela mais ou menos estruturada, é um hino à imaginação e à
criatividade, ao jogo do faz-de-conta, vivência de papéis, mas também da exercitação
da linguagem, respeito pelos outros (…)”. As crianças podem fantasiar atividades do
quotidiano ao simularem a preparação de refeições e de cuidados com bebés;
• garagem (legendas 7 e 8) – brincam com carros num tapete ilustrado;
• tapete e baú de brinquedos (legendas 4 e 16) – brincam também ao faz-de-
conta e fazem construções;
• biblioteca (legenda 17) – De acordo com Bastos (1999, pp.297-298) é “(…)
importante a existência de uma pequena biblioteca de sala/turma, o chamado «cantinho
da leitura». Com uma dimensão naturalmente mais restrita, oferece no entanto uma
maior proximidade com o livro, permitindo uma utilização mais imediata e variada (…)”.
Neste espaço, as crianças podem escolher um livro e “ler” no tapete.
3.2. Materiais
Para além da organização da sala, qualquer educador deve ter preocupação com
os materiais existentes na mesma. O Ministério de educação (2016, p.26) menciona que
“a escolha de materiais deverá atender a critérios de qualidade e variedade, baseados
na funcionalidade, versatilidade, durabilidade, segurança e valor estético”. Existem na
sala diversos materiais que podem ser explorados pelas crianças, fomentando uma
aprendizagem ativa:
3.3. Tempo
Horas Rotinas
7h – 9h Componente sócio educativa (acolhimento)
b) Atividades letivas
• Atividades orientadas
No tapete podem ser abordados vários temas com o intuito de atingir os objetivos
propostos para o grupo (ex: conhecimento do mundo, noções matemáticas, expressão
motora e dramática).
Na mesa podem ser realizadas atividades de expressão plástica e jogos.
c) Higiene
As crianças que usam fralda são mudadas no fraldário sempre que necessário.
As que só usam fralda para dormir, vão à sanita com intervalos de 45 minutos,
antes/após as refeições e sempre que algumas pedem. Estas são incentivadas a
baixar/subir a roupa e puxar o autoclismo.
Antes e após as refeições vão à casa de banho e são incentivadas a lavar as
mãos e a boca.
d) Refeições
Rojo, Torio & Estébanez (2006, p.29) defendem que a hora de refeição é
fundamental para “(…) a aquisição de verdadeiras aprendizagens: desde a educação
e) Sesta
Post & Hohmann (2004) mencionam que a sesta proporciona às crianças a
oportunidade de recarregarem as suas energias físicas e emocionais para a rotina
diária. Como tal, a sesta é muito importante para o desenvolvimento das crianças e para
que fiquem bem-dispostas e mais calmas para as brincadeiras livres.
Cada criança senta-se no seu catre e tenta descalçar os sapatos, enquanto
esperam a sua vez para a higiene da fralda. No fim, todos se deitam e repousam.
f) Brincadeira livre
Rojo, Torio & Estébanez (2006, p.28) referem que “é um óptimo momento para
observar as crianças e ver as suas necessidades e dificuldades, bem como as suas
competências e potencialidades.” As crianças podem brincar livremente com os
brinquedos da sala, sendo uma excelente oportunidade para promover a partilha e o
respeito pelos outros, tão difícil nesta faixa etária.
Ainda está a ser estudada a possível aplicação de uma plataforma para partilhar
fotografias das atividades realizadas e das rotinas.
Estes fatores (objetivos, estratégias e recursos) irão ser realizados com base nos
temas do “Manual de processos-chave creche”. Podem ser trabalhados em simultâneo,
uma vez que há uma interligação e complementaridade entre os mesmos. Os temas
são: interação com adultos e pares; linguagem; motricidade; hábitos saudáveis e
cognição.
Linguagem
Motricidade
Hábitos saudáveis
Cognição
Capítulo 5 – Planificação
O Ministério da educação (2016, p.15) refere que “planear implica que o/a
educador/a reflita sobre as suas intenções educativas e as formas de as adequar ao
grupo, prevendo situações e experiências de aprendizagem e organizando recursos
necessários à sua realização”.
Saliento que na instituição é elaborado um plano anual de atividades (para todas
as salas do setor da infância) e planificações mensais (para cada sala).
O plano anual de atividades foi elaborado por todas as educadoras da instituição
no final do ano letivo anterior. Neste são encontradas temáticas que serão abordadas
ao longo do ano letivo com as respetivas atividades a realizar e objetivos a alcançar.
As planificações mensais têm em conta o plano anual de atividades e este
projeto pedagógico (ao nível das características do grupo e objetivos a alcançar). Nestas
planificações são identificados os temas a serem abordados ao longo do mês, os
objetivos que pretendo alcançar com o grupo e as respetivas estratégias e recursos. As
temáticas do plano anual que irei abordar com este grupo estão apresentadas no quadro
abaixo.
Mês Temas
setembro • Adaptação das crianças
• Outono
• Dia mundial da música
outubro • Dia mundial do animal
• Dia mundial da lavagem das mãos
• Pão por Deus
• Outono
novembro • Dia mundial do cinema
• Dia mundial da alimentação saudável
• São Martinho
dezembro • Outono
• Natal
janeiro • Inverno
• Dia de Reis
• Inverno
fevereiro • Dia do amigo
• Carnaval
Mês Temas
• Inverno
março • Dia da mulher
• Dia do pai
• Primavera
• Dia mundial da atividade física
abril • Páscoa
• Dia mundial do livro
• Dia mundial da dança
• Primavera
maio • Dia da mãe
• Dia da família
• Dia mundial da pastelaria
• Primavera
junho • Dia mundial da criança
• Festa de final de ano
Capítulo 6 – Avaliação
Numa perspetiva formativa, devo refletir sobre a minhas atitudes, sobre a minhas
intervenções educativas, sobre a organização do ambiente educativo e sobre o
desenvolvimento de cada criança e do grupo. A avaliação é de extrema importância,
pois permite recolher informações sobre as dificuldades sentidas e os sucessos
alcançados, de modo a ajustar a ação educativa.
A técnica utilizada para a recolha de informações é a observação. Para o
Ministério da educação (2016, p.13), “observar o que as crianças fazem, dizem e como
interagem e aprendem constitui uma estratégia fundamental de recolha de informação”.
Desta forma, é averiguado o desenvolvimento integral das crianças.
Estas observações são depois registadas, para cada criança, em diversos
documentos:
• Programa de acolhimento – documento imposto pela Segurança Social, onde
é relatado a adaptação das crianças que frequentam a instituição pela primeira vez.
Num período de quatro semanas é descrito o relacionamento das crianças com os
colegas, com os adultos de referência da sala, bem como a adaptação ao espaço e o
seu comportamento à chegada e saída da instituição;
• Registo de observação – documento criado pela instituição, onde são
assinalados os comportamentos das crianças nas várias áreas de desenvolvimento
(psico-motor, linguístico, cognitivo e socio-afetivo). Este é elaborado em três momentos
durante o ano letivo: em setembro, em fevereiro e em julho;
• Plano individual - documento imposto pela Segurança Social, onde são
descritos os objetivos que se pretende alcançar, bem como a ações a implementar e os
recursos que serão utilizados. Este é elaborado em dois períodos durante o ano letivo:
de outubro à primeira quinzena de fevereiro e da segunda quinzena de fevereiro até
julho;
• Registo de avaliação - documento criado pela instituição, onde é realizada
uma avaliação descritiva no final do ano letivo, ao nível da assiduidade/pontualidade, da
Conclusão
Bibliografia
Cordeiro, M. (2010). O livro da criança. Do 1 aos 5 anos. Lisboa: A esfera dos livros.
Instituto da Segurança Social (2010). Manual de Processos Chave – Creche (2ª ed).
Rojo, C., Torio, A., Estébanez, A. (2006). Lua cheia. 2-3 anos. Material de apoio
didáctico. Rio de Mouro: Everest editora.
Spodek, B., Saracho, O. N. (1998). Ensinando Crianças de Três a Oito Anos. Porto
Alegre: ArtMed.