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CURSO DE PORTUGUÊS

Prof. Deivid Xavier


Estudar a língua sob diferentes perspectivas: fonética-fonologia, morfologia, sintaxe e
semântica:
• Fonética-fonologia: estuda a sonoridade da língua. A fonética é uma ciência
descritiva que se encarrega de explicar os sons da linguagem verbal humana. Ex.: Na
palavra “dia”, a fonética se encarrega de verificar de qual maneira a consoante /d/ é
pronunciada: /d/ /i/ /a/ ou /dj/ /i/ /a/. Já a fonologia é uma ciência explicativa cuja função
é estudar os sons de uma língua específica, bem como seus fonemas e alofones.
• Morfologia: estuda a formação e a classificação, bem como o uso isolado das classes
de palavras, que são 10: substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo,
advérbio, preposição, conjunção e interjeição (todos estes são os constituintes
morfológicos). Ou seja, morfologia é a parte da gramática que estuda a estrutura, a
formação, a classificação e as flexões das palavras. Fazer uma “análise morfológica”,
é estudar uma palavra de acordo com a classe gramatical da qual ela pertence.
Morfologia examina apenas no nível das palavras.
• Sintaxe: em contraposição à morfologia, a função da sintaxe é analisar a disposição
das palavras em uma frase ou discurso, bem como o sentido dessas palavras entre si,
ou seja, cabe à análise sintática estudar os períodos e suas orações. Dessa forma, é
necessário verificar nas orações seus termos essenciais (sujeito e verbo); seus termos
integrantes (complemento verbal, complemento nominal e agente da passiva) e seus
acessórios (adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto). Sintaxe examina no nível
das frases e orações.
• Semântica: estuda o significado das palavras individualmente, porém aplicadas em um
contexto e sob a influência de outras palavras. A semântica abrange os seguintes
conceitos: 1) sinonímia e antonímia: palavras de significados semelhantes e
significados opostos, ex.: casa, moradia, lar (sinonímia), bem e mal, claro e escuro
(antonímia) 2) paronímias: palavras de significados diferentes e pronúncia parecida,
ex.: “soar” (emitir som) e “suar” (transpirar); 3) homonímia: mesma pronúncia ou
mesma grafia e significado diferente, ex.: “pelo” (preposição) e “pelo de cachorro”
(substantivo); 4) polissemia: diversos significados que uma palavra pode ter, ex.:
“letra” – a) A letra da menina é bonita. b) Ele adora a letra dessa música. c) Meu nome
começa com a letra A.
MORFOLOGIA SINTAXE VARIÁVEL
Substantivo Núcleos dos termos da oração gênero, número,
grau
Artigo [liga ao subst.] Adjunto adnominal gênero, número
Pronome substantivo [substitui o Núcleo dos termos gênero, número,
subst.] pessoa, caso
Pronome adjetivo [liga ao subst.] Adjunto adnominal
Numeral substantivo [substitui o Núcleo dos termos
subst.] gênero, número,
Adjunto adnominal grau (alguns)
Numeral adjetivo [liga ao subst.]
Adjetivo [liga ao subst.] Adjunto adnominal ou Predicativo
gênero, número,
Adjunt. adnominal, Compl. grau
Locução adjetiva [liga ao subst.] nominal ou Aposto nominativo
Verbo VL, VI, VTD, VTI, VTDI modo, tempo,
número,
Locução verbal pessoa, voz
Advérbio [liga ao verbo, adjetivo, Adjunto adverbial
advérbio]
grau (alguns)
Locução adverbial [liga ao verbo, Adjunto adverbial ou Compl.
adjetivo, advérbio] nominal (se completa o sentido de
adjetivos ou advérbios)
MORFOLOGIA SINTAXE INVARIÁVEL
Conjunção Sem função sintática. Conectivo -
oracional.
Preposição Sem função sintática. Conectivo -
nominal.
Interjeição Sem função sintática. Palavra ou -
frase, sintaticamente autônoma.
ADJETIVO
Palavra que se refere ao substantivo, indicando-lhe qualidade, estado, modo de ser.
Sintaticamente, o adjetivo, geralmente, pode ser ADJUNTO ADNOMINAL (ligado diretamente
ao subst..) e PREDICATIVO DO SUJEITO (ligado indiretamente ao subst.). Ex.: “Existem
lendas maravilhosas até entre os povos primitivos.”
Ex.1: “O aluno está animado.” (Análise Gramatical: “animado” é adjetivo porque está
ligado ao subst. “aluno”. Análise Sintática: “animado” é predicativo do sujeito [sujeito: “o
alvo”] porque ele está ligado indiretamente ao subst. [“aluno”]). Ex.2: “O aluno animado é
feliz.” (Análise Gramatical: “animado” é adjetivo porque está ligado ao subst. “aluno”, dando-
lhe qualidade; “feliz” também é adj. porque está ligado ao subst. “aluno”, dando-lhe qualidade.
Análise Sintática: “animado” é adjunto adnominal porque tal adj. está ligado diretamente ao
subst. “aluno”, e “feliz” é predicativo do sujeito porque tal adj. está ligado indiretamente ao
subst. “aluno”).
Em algumas “bancas”, é pedido em um texto a identificação de adjetivo objetivo (i. e.,
admite apenas uma interpretação, como dizer que “O Brasil é pobre”, já que não é uma
questão de opinião e sim de observação) e adjetivo subjetivo (admite várias interpretações,
como dizer que “O Brasil é maravilhoso”, pode ser maravilhoso para um e não para outro).
Exemplos de adjetivos objetivos: “órgãos humanos”, “crescente comércio”, “doadores vivos”,
“cena global”. Exemplo de adjetivo subjetivo: “país maravilhoso”, “menina linda”.
LOCUÇÃO ADJETIVA: é o agrupamento de duas ou mais palavras (formada por preposição
+ substantivo) que, ao modificar o substantivo ou pronome substantivo, exerce o papel próprio
de adjetivo. Obs.: LOCUÇÃO significa “agrupamento”. Ex. de Loc. adj.: “amor de mãe” [de
mãe = materno]; “amigo de São Paulo” [de São Paulo = paulistano]; “força de boi” [de boi =
bovina].
O adjetivo e locução adjetiva referem-se ao substantivo, indicando-lhe uma
qualidade; daí a diferença entre o adj. e loc. adj. adjetiva não é de função semântica, mas
consiste em que o adjetivo é formado apenas de uma palavra e a locução adjetiva, de um
grupo de palavras.
- Exemplos de Locuções Adjetivas (= Locução com valor de adjetivo):
Ex.1: “Resolvi abrir o olho para que vizinhos sem escrúpulos não se apoderassem do
que era delas.” A locução “sem escrúpulos” está ligada ao substantivo “vizinhos”, portanto é
locução adjetiva (não é loc. adverbial por não estar ligada a um verbo).
Ex.2: “Um homem analisava a barriga de chope.” A locução “de chope” está ligada ao
substantivo “barriga”, portanto é locução adjetiva (não é loc. adverbial por não estar ligada a
um verbo).

Compare LOCUÇÃO ADJETIVA x LOCUÇÃO ADVERBIAL


Ex.1: “Aquela menina de Minas Gerais chegou de Brasília.”. A expressão “de Minas
Gerais” e uma locução ligada ao substantivo “menina”, portanto é uma locução adjetiva. A
expressão “de Brasília” e uma locução ligada ao verbo “chegar”, portanto é uma locução
adverbial. É possível trocar a locução adjetiva (“de Minas Gerais”) por um adjetivo (“mineira”),
no entanto não é possível trocar a locução adverbial (“de Brasília”) por um adjetivo
(“brasiliense”); veja como ficaria errado: “Aquela menina mineira [certo] chegou brasiliense
[errado].”. Obs.: a locução adjetiva tem correspondência com adjetivo, mas a locução adverbial
não tem correspondência com adjetivo.
Ex.2: “Aquela menina de Brasília chegou de Minas Gerais.”. A expressão “de Brasília”
e uma locução ligada ao substantivo “menina”, portanto é uma locução adjetiva. A expressão
“de Minas Gerais” e uma locução ligada ao verbo “chegou”, portanto é uma locução
adverbial. É possível trocar a locução adjetiva (“de Brasília”) por um adjetivo (“brasiliense”),
no entanto não é possível trocar a locução adverbial (“de Minas Gerais”) por adjetivo
(“mineira”); veja como ficaria errado: “Aquela menina brasiliense [certo] chegou mineira
[errado].”.
Ex.3: “Aquela pessoa de São Paulo chegou do Rio de Janeiro.”. As expressões “de
São Paulo” e “do Rio de Janeiro” são locuções, formadas então de prep. [de/do] + subst. [São
Paulo/Rio de Janeiro]. A diferença é que “de São Paulo” é loc. adj., pois refere-se ao subst.
“pessoa”, enquanto “do Rio de Janeiro” é loc. adv., pois refere-se ao verbo “chegar”.

ADVÉRBIO
Palavra que se relaciona com o verbo, o adjetivo ou com outro advérbio, trazendo-lhe
uma informação semanticamente acessória. Às vezes, o advérbio modifica frase inteira.
Sintaticamente, será ADJUNTO ADVERBIAL. Ex.: “Cheguei cedo.” [“cedo” indica tempo,
refere-se ao verbo “chegar”, portanto é um advérbio.]
LOCUÇÃO ADVERBIAL: é um conjunto vocabular funcionando como advérbio (geralmente,
formada por preposição + substantivo), portanto se relacionando com o verbo, o adjetivo ou
com outro advérbio.
Exemplos de Locução Adverbial:
Ex.1: “Cheguei pela manhã [= cedo].”. “Pela manhã = cedo”, indica tempo e refere-se
ao verbo “chegar”, portanto é uma loc. adv.
Ex.2: “Trabalhava com prazer [= prazerosamente].”. “Com prazer = prazerosamente”,
indica modo e refere-se ao verbo “trabalhar”, portanto é uma loc. adv.
Ex.3: “Os soldados combatiam sem temor [= destemidamente].”. “Sem temor =
destemidamente”, indica modo e refere-se ao verbo “combater”, portanto é uma loc. adv.
Compare os exemplos 1 e 2:
Ex.1: “Aquele atleta é rápido.”. “Rápido” está ligado ao substantivo “atleta” e está
qualificando-o, portanto, “rápido” é adjetivo. Tal frase diz que “rápido” é uma característica do
atleta, ou seja, que aquele atleta é rápido.
Ex.2: “Aquele atleta correu rápido.” “Rápido” está ligado ao verbo “correr”, portanto é
um advérbio [de modo]. Tal frase diz que aquela “corrida” foi rápida, ou seja, que o atleta
conseguir numa corrida correr rápido e não que o atleta possui essa característica de ser
“rápido”. Também poderia dizer “Aquele atleta correu rapidamente.”. “Rapidamente” está
ligado ao verbo “correr”, portanto é um advérbio [de modo]. Tal frase diz que o atleta conseguiu
correr rapidamente e não que o atleta possui essa característica de ser “rápido”.
Podemos resumir os dois exemplos assim: Ex.1: “Ele é rápido.” (“rápido” é adjetivo
porque está ligado ao substantivo “atleta”). Ex.2: “Ele corre rápido.” (“rápido” é advérbio [de
modo] porque está ligado ao verbo “correr”.); nesse caso, “Ele corre rápido.” equivale a “Ele
corre rapidamente.” (“rapidamente” é advérbio) Esse tipo de advérbio é formado por: adjetivo
+ sufixo “mente” (no caso, “rápido” – no dicionário, “rápido” é primitivamente um adjetivo;
claro que dependendo do contexto ele pode ser outra coisa).
UM DOS MODOS PARA SABER SE UMA PALAVRA TEM VALOR ADVERBIAL É
TRANSFORMÁ-LA NO ADVÉRBIO (-MENTE), COMO RAPIDAMENTE, FEROZMENTE
ETC. Vamos fazer o teste nos dois exemplos acima: Ex.1: “Ele é rápido.”, transformando fica
“Ele é rapidamente.”, é uma frase incorreta porque aqui “rápido” não é advérbio, e sim adjetivo;
frase Ex.2: “Ele corre rápido.”, transformando “Ele corre rapidamente.”, por ser advérbio a
frase correta.
Ex.1: “Os alunos chegaram cedo aqui.” “Cedo” indica tempo e refere-se ao verbo
“chegar”, portanto é um adv., e “aqui” indica lugar e também se refere ao verbo “chegar”,
portanto é um adv. Sintaticamente, ambos são adjuntos adverbiais. Pela frase não possuir
objeto e nem predicativo do sujeito, o verbo é v. intransitivo (VI).
Ex.2: “Os alunos chegaram pela manhã ao curso.”. “Pela manhã = cedo”, indica tempo
e refere-se ao verbo “chegar”, portanto é uma loc. adv.; “ao curso = aqui”, indica lugar e refere-
se ao verbo “chegar”, portanto é uma loc. adv. Sintaticamente, ambos são adjuntos
adverbiais. Pela frase não possuir objeto e nem predicativo do sujeito, o verbo é v.
intransitivo (VI).
Obs.: para ver exemplos que distinguem loc. adj. de loc. adv., veja o subtítulo “Compare
LOCUÇÃO ADJETIVA x LOCUÇÃO ADVERBIAL”, do campo ADJETIVO.

- Exemplos de advérbios:
Ex.1: “Possivelmente viajarei para São Paulo.”. “Possivelmente” é advérbio [de dúvida];
“para São Paulo” é loc. adverbial [de lugar]. Sintaticamente, ambos são adj. adverbiais. Pela
frase não possuir objeto e nem predicativo do sujeito, o verbo é v. intransitivo (VI).
Ex.2: “Os resultados chegaram demasiadamente atrasados.”. “Demasiadamente” é
advérbio [de intensidade], e “atrasados” também é advérbio. Pela frase não possuir objeto e
nem predicativo do sujeito, o verbo é v. intransitivo (VI).
Ex.3: “As tarefas foram executadas rapidamente.”. “Rapidamente” é advérbio [de
modo]. Pela frase não possuir objeto e nem predicativo do sujeito, o verbo é v. intransitivo
(VI).
Ex.4: “Ninguém veio aqui.”. “Aqui” é advérbio [de lugar]. Pela frase não possuir objeto
e nem predicativo do sujeito, o verbo é v. intransitivo (VI).
Analisando os ADVÉRBIOS:
- Advérbio ligado a um verbo: Ex.1: “Os alunos chegaram aqui ontem bem.” Análise:
as palavras “aqui” [adv. de lugar], “ontem” [adv. de tempo] e “bem” [adv. de modo] são todos
advérbios, pois estão ligadas ao verbo “chegaram”. Nenhuma delas pode ser adjunto
adnominal porque não está ligada ao nome/subst. [não faz sentido dizer: “Os Alunos aqui”, ou
“Os Alunos ontem”, ou ainda “Os Alunos bem”]. Sintaticamente, todas elas são adjuntos
adverbiais.
- Advérbio ligado a um outro advérbio: Ex. 2: “Os alunos chegaram muito bem.”
Análise: a palavra “muito” não é advérbio porque não está ligada ao verbo “chegaram” [não
faz sentido dizer: “chegaram muito”], mas ela é um advérbio (de intensidade) porque está
ligada (e intensificando) um outro advérbio, “bem”, [daí fazer sentido dizer: “muito bem”]. A
palavra “bem” é advérbio (de modo) porque está ligada ao verbo “chegaram” [daí fazer
sentido dizer: “chegaram bem”].
- Advérbio ligado a um adjetivo: Ex. 3: “Os alunos chegaram muito felizes.” Análise:
a palavra “muito” não é advérbio porque não está ligada ao verbo “chegaram” [não faz sentido
dizer: “chegaram muito”], mas ela é um advérbio (de intensidade) porque está ligada (e
intensificando) o adjetivo “felizes”. A palavra “felizes” não é advérbio porque, primeiro, ela está
no plural, e advérbio faz parte da classe de palavra invariável; segundo, não está ligada ao
verbo; portanto, não é advérbio (de modo), mas aqui, “felizes” é um adjetivo, pois está ligada
ao substantivo “alunos”, daí vir flexionada no plural.

- Exemplos de Locuções Adverbiais (= locução com valor de advérbio):


Ex.1: “Comprei móveis e objetos diversos que comecei a utilizar com receio [=
receosamente].” A locução “com receio” está ligada ao verbo “utilizar”, portanto é locução
adverbial.
Ex.2: “Azevedo Gondim compôs sobre ela dois artigos.” A locução “sobre ela” está
ligada ao verbo “compôs”, portanto é locução adverbial. Claro que nessa frase falta o
contexto; de qualquer modo, o significado aqui de “sobre” não tem o sentido de “a respeito
de”, mas poderia ser “em cima de” (Se “ela” significa “mesa”, então “sobre ela” ficaria assim
“em cima da mesa”).
Ex.3: “Pediu-me com carinho [= carinhosamente] cinquenta reais.” A locução “com
carinho” está ligada ao verbo “pediu”, portanto é locução adverbial.
Ex.4: “Expliquei em resumo [= resumidamente] a prensa, o dínamo, as serras.” A
locução “em resumo” está ligada ao verbo “expliquei”, portanto não é loc. adjetiva, e sim
locução adverbial.
Ex.5: “Depois de cumprimentar com a cara fechada aos de casa.” A locução “com a
cara fechada” está ligada ao verbo “cumprimentar”, portanto não é loc. adjetiva, e sim locução
adverbial.
Ex.6: “Estava agindo sempre com firmeza [= firmemente].” A locução “com firmeza”
está ligada ao verbo “agindo”, portanto, não é loc. adjetiva, e sim locução adverbial.
Ex.7: “Olharam-na de modo mais oficial.” A locução “de modo mais oficial” está ligada
ao verbo “olharam”, portanto não é loc. adjetiva, e sim locução adverbial.
Ex.8: “Alguns abaixaram a cabeça com respeito [= respeitosamente].” A locução “com
respeito” está ligada ao verbo “abaixaram”, portanto não é loc. adjetiva, e sim locução
adverbial. Aqui, muitos erram porque pensam que só pelo fato de a locução “com respeito”
estar ao lado do substantivo “cabeça” seja sinal de que há de fato uma ligação (não faz sentido
dizer “cabeça com respeito”); porém, há uma ligação de tal locução com o verbo (daí fazer
sentido dizer “abaixaram com respeito”).

Exemplo de “MAIS” como advérbio de intensidade, advérbio de tempo e pronome


indefinido:
Ex.1: “Ele é mais inteligente do que você.”. O “mais” está ligado ao adjetivo “inteligente”,
portanto é um advérbio [de intensidade]. Essa frase quer dizer que entre duas pessoas
inteligentes, uma é mais que outra.
Ex.2: “Ele não estuda mais para concursos.”. O “mais” está ligado ao verbo “estuda”,
portanto é um advérbio [de tempo]. Essa frase quer dizer que antes alguém estudava para
concurso, mas que hoje ele não estuda mais.
Ex.3: “Maria não é mais mulher de Paulo.”. O “mais” está ligado ao verbo “é”, portanto
é um advérbio [de tempo]. Essa frase quer dizer que antes Maria era mulher de Paulo, mas
que hoje ela não é mais.
Ex.4: “Mais amor, menos confiança comigo.”. O “mais” está ligado ao substantivo
“amor”, portanto não é advérbio, e sim um pronome indefinido.

▪ “ONDE” como advérbio e como pronome relativo


O pronome “onde” (sendo advérbio ou pron. relativo) apresenta em comum a ideia de
lugar. Porém, para ser ADVÉRBIO DE LUGAR, o “onde” não faz referência a um termo citado
anteriormente; e para ser PRONOME RELATIVO, o “onde” faz referência a um termo (de
lugar) citado anteriormente (essa é a natureza dos pron. relativos).
Compare os exemplos 1 e 2
Ex.1: “Morei onde você vive hoje.”. Como aqui o “onde” não faz referência a um termo
citado anteriormente, ele é advérbio (de lugar), apesar do termo “onde” se referir a um lugar.
Ex.2: “Morei no bairro onde você vive hoje.”. Como aqui o “onde” faz referência a um
termo (de lugar) citado anteriormente (“bairro”) ele é pron. relativo.
Ex.1: “Eu sei onde você nasceu.”. Como aqui o “onde” não faz referência a um termo
citado anteriormente, ele é advérbio (de lugar), apesar do termo “onde” se referir a um lugar.
Ex.2: “Eu visitei o hospital onde você nasceu.”. Como aqui o “onde” faz referência a
um termo (de lugar) citado anteriormente (“hospital”) ele é pron. relativo.

PREPOSIÇÃO
As preposições dividem-se em: essenciais e acidentais.
• Essenciais: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante,
por, sem, sob, sobre, trás.
• Acidentais: durante, como, segundo, conforme, mediante...
LOCUÇÃO PREPOSITIVA: é um grupo vocabular que desempenha o papel de uma
preposição. Exemplos: abaixo de, acima de, atrás de, através de, antes de, depois de, a par
de, de acordo com, por causa de, devido a, para com, em frente a, à procura de, à mercê de...

NUMERAL
Indica uma quantidade, ordem, frações, múltiplos e referem-se sempre a um
substantivo.
SUJEITO
É formado pelo seu núcleo e seus adjuntos. Ex.: “O aluno animado é feliz.”. “O aluno
animado” é sujeito; “aluno” é núcleo do sujeito; o artigo “o” é adjunto adnominal porque
está ligado ao nome/subst. “aluno”, e o adjetivo “animado” também é adjunto adnominal
porque está ligado ao nome/subst. “aluno”. Porém, embora “feliz” esteja ligado ao subst.
“aluno”, ele não é adjunto adnominal porque está ligado indiretamente a ele, sendo assim
um predicativo do sujeito.
Obs.: o núcleo do sujeito nunca virá preposicionado (com preposição).
Obs.: o sujeito (e nunca o objeto) é que rege o verbo. Portanto, se o sujeito estiver no
plural, o verbo tem de estar no plural, obrigatoriamente. E como o objeto não rege o verbo,
pode-se ter o objeto no plural e o verbo no singular.

SUJEITO ORACIONAL (sujeito com verbo): só faz concordância com o verbo na 3ª pessoa
do singular. Independentemente se houver na frase dois ou mais sujeitos oracionais, o verbo
sempre será conjugado na 3ª p. do sing.
Concordância com o sujeito e com sujeito oracional:
[Obs.: para encontrar o sujeito das frases abaixo, responda à pergunta “O que é necessário?”,
daí se terá a resposta em cada uma das frases.]
Ex.(errado): “É necessário bons comentários.” – como o sujeito “bons comentários”
não é oracional, o verbo tem de concordar com ele (que está no plural). Assim, o certo seria:
“São necessários bons comentários.”.
Ex.(certo): “É necessário aprender a ler.” – como o sujeito “aprender a ler” é oracional
(não possui verbo), o verbo só poderá estar na 3ª pessoa do singular.
Ex.(errado): “São necessários aprender a ler e respeitar as regras gramaticais.” –
como os sujeitos “aprender a ler” e “respeitar as regras gramaticais” são oracionais (possuem
verbo), o verbo tem de ser conjugado na 3ª p. do sing. Assim, o certo seria: “É necessário
aprender a ler e respeitar as regras gramaticais.”.
Outro exemplo de dois sujeitos oracionais (errado): “Aprender a ler e a escrever alteram
a anatomia do cérebro e engrossam uma estrutura chamada corpo caloso.” – como os
sujeitos “aprender a ler” e “[aprender] a escrever” são oracionais (possuem verbo), o verbo
tem de ser conjugado na 3ª p. do sing. Portanto, o certo seria: “Aprender a ler e a escrever
altera a anatomia do cérebro e engrossa uma estrutura chamada corpo caloso.”.

PREDICAÇÃO (VERBO)
Quanto à predicação, o verbo pode ser:
1. Transitivo (v. trans. [VT]): terá a presença de complemento (OBJETO) – e para ser
“objeto” ele precisa não ter as características de advérbio, ou seja, ele não pode indicar
modo, tempo, lugar, companhia etc., mas deve indicar alguém, algo [uma coisa]. O
Verbo Transitivo (VT) divide-se em: a) Verbo Trans. Direto (VTD): pede complemento
(OBJETO) sem obrigatoriedade de preposição, chamado de Objeto Direto (OD) b)
Verbo Trans. Indireto (VTI): pede complemento (OBJETO) com obrigatoriedade de
preposição, chamado de Objeto Indireto (OI) c) Verbo Trans. Direto e Indireto (VTDI):
pede dois complementos (dois OBJETOS), um sem a obrigatoriedade de preposição
(OD), e o outro com obrigatoriedade de preposição (OI).
2. Intransitivo (v. intrans. [VI]): não terá a presença de complemento (OBJETO), mas
poderá apresentar elementos circunstanciais (lugar, tempo, meio, causa, modo,
companhia, assunto). Note que se o verbo vier sozinho, ou seja, não apresentar Objeto
e nem elementos adverbiais (adj. adv.), ele será verbo intransitivo; e se apresentar
elementos adverbiais (adj. adv.), ele continuará sendo verbo intransitivo.
3. Ligação (v. de ligação [VL]): são verbos que servem como elementos de ligação entre
o sujeito e uma qualidade ou estado ou modo de ser, denominado Predicativo do
Sujeito (PS). Porém, nem sempre que tiver Predicativo do Sujeito e Sujeito, haverá
Verbo de Ligação (porque pode haver um verbo intransitivo); mas todas as vezes que
tiver um Verbo de Ligação, haverá Predicativo do Sujeito e Sujeito, pois são esses dois
elementos que o verbo liga. Enfim, só teremos verbos de ligação (VL) numa frase
quando houver Pred. do Suj. e Sujeito, e quando o verbo não indicar ação (vazio
de ação). Não decore quais são os verbos de ligação e sim memorize o significado
deles. Jamais esse tipo de verbo indicará ação praticada por sujeito. Obs.: é
importante que analisemos os verbos no contexto em que ele será inserido, pois a
predicação poderá sofrer mudança conforme a oração apresentada.

O verbo apresenta somente dois tipos de complemento: OBJETO e ADJUNTO


ADVERBIAL. O objeto tem características não adverbiais (portanto, indica alguém ou algo
[alguma coisa]); e o adjunto adnominal tem características de indicar lugar, tempo, modo,
companhia etc. Assim, o complemento verbal que não tiver características adverbiais, ele será
Objeto.
Obs.: o único elemento sintático capaz de flexionar o verbo é o sujeito, já que o
complemento do verbo (seja ele objeto ou adjunto adverbial) nunca é capaz.
Obs.: numa mesma frase, um verbo não pode ter dois objetos iguais (sejam dois diretos
sejam dois indiretos); exceto em alguns verbos, como “queixar-se” (pois “quem se queixa, se
queixa de algo a alguém”, portanto exige dois complementos iguais: obj. indir.)

LOCUÇÃO VERBAL: “locução” significa “grupo”, assim “locução verbal” é um “grupo de


verbos”. O último verbo do grupo é o verbo principal (e só existirá um), os demais verbos do
grupo são chamados verbos auxiliares. Ex.: “... deve ter havido...”, nessa locução verbal, o
verbo “haver” é o verbo principal, e os verbos “ter” e “dever” são os verbos auxiliares. A
transitividade de uma locução verbal sempre será analisada a partir do verbo principal,
ou seja, para saber se a locução verbal é transitivo direto ou indireto terá que ser analisado o
verbo principal [o verbo auxiliar nunca apresenta transitividade, ele só existe para acompanhar
o verbo principal].

Exemplos de Verbos Transitivos e Intransitivos:


Ex.1: “Aquela menina comprou aqueles livros.” – O complemento “aqueles livros” por
não possuir característica (ou por não indicar) de lugar, tempo, modo etc., é um OBJETO. Daí
valer a pergunta “Comprou o que?”, pois, nesse caso, quem compra, compra alguma coisa.
Desse modo “aqueles livros” é objeto direto (OD) e o verbo “comprou” é v. tr. dir. (VTD).
Aumentando a frase: “Aquela menina comprou aqueles livros. Porém, ela comprou no
supermercado.” A primeira parte já foi analisada e continua tendo o mesmo resultado. Agora,
o trecho “no supermercado” indica lugar, portanto é um adj. adverbial [de lugar], dessa forma,
não é Objeto [indir.]; por isso o segundo verbo “comprou” é v. intrans. (VI).
Ex.2: “Clarice ainda dorme tranquilamente.” – “ainda” indica tempo e “tranquilamente”
indica modo, portanto eles são adjuntos adverbiais (de tempo e de modo, respectivamente);
uma vez que o verbo “dorme” possui apenas adj. adverbiais, ou seja, não possui Objeto, é
que aqui ele é um verbo intrans. (VI). Daí não valer a afirmação verbal “quem dorme, dorme
alguma coisa”.
Ex.3: “Clarisse não vê, e seu marido não escreve.” – Perceba que “vê” não possui
complemento, nem “escreve” possui complemento. Daí não podemos perguntar “Viu o que?”
ou “Escreveu o que?” e nem podemos afirmar “quem vê, vê alguma coisa” ou “quem escreve,
escreve alguma coisa”, pois aqui nessa frase não há complemento. Quando o verbo não
possuir Objeto nem Adj. Adverbial, ele dará uma ideia geral. Aqui, o trecho “Clarisse não vê”
não quer dizer que ela não vê algo específico, mas quer dizer que ela não vê de forma geral
(“ela não enxerga”), ou também o trecho “e seu marido não escreve”, que, por não apresentar
Objeto nem Adj. Adverbial, dá a ideia geral (e não específica), significando que “seu marido
não sabe escrever” e não que ele não sabe escrever algo específico. Enfim, pelo fato dos
verbos “vê” e “escreve” não apresentar Objeto nem Adj. Adverbial, eles são verbos intrans.
(VI). Agora, se fosse “Seu marido não escreve livros”, daí pelo fato de o verbo “escrever”
apresentar objeto “livros” (OD), ele seria VTD.
Não se pode analisar a frase “O aluno foi.”, porque não é possível saber se esse “foi”
é do verbo “ir” ou é do verbo “ser”. Então, obrigatoriamente precisa de um complemento (ou
elemento). Agora, se disser “O aluno foi ao curso.”, é possível saber que se trata do verbo “ir”
e que o complemento “ao curso” por possuir característica de lugar, é adj. adverbial [de
lugar], então não pode ser Objeto [não existe Objeto de lugar] – muitos erram achando que
“ao curso” é Objeto Indireto por apresentar preposição (“a”). Em resumo, “ao curso” é adj.
adverbial e “foi” é verbo intransitivo (VI). Outro caso: “O aluno foi inteligente.”, é possível
saber que se trata do verbo “ser”, portanto é verbo de ligação (VL) e, consequentemente,
“inteligente” é predicativo do sujeito.
Ex.4: “Ele entrou em sala.” – O complemento “em sala”, por possuir característica de
lugar, ele é um adj. adverbial [de lugar], portanto não é Objeto (mesmo possuindo preposição
[“em”], ele não é Obj. indireto). Desse modo “em sala” é adjunto adverbial e o verbo “entrou”
é v. intrans. (VI).
Ex.5: “Eu nunca bebi.” – o verbo “bebi” não apresenta complemento, portanto ele dá
ideia geral e não específica (não está dizendo que “nunca bebei cerveja.”); eu não posso
perguntar “Bebi o que?”, e nem afirmar “quem bebe, bebe alguma coisa”. E por não apresentar
complemento, o verbo “bebi” é v. instrans. (VI). Aumentando a frase: “Em toda minha vida,
nunca bebi.” – O complemento “em toda a minha vida”, por possuir característica de tempo,
ele é um adj. adverbial [de tempo], portanto não é Objeto (mesmo possuindo preposição
[“em”], ele não é Obj. indireto). Daí não valer a pergunta “bebi o que?”, pois, nesse caso, não
se pode dizer “quem bebe, bebe alguma coisa”. Desse modo “em toda minha vida” é adjunto
adverbial e o verbo “bebi” é v. intrans. (VI). Aumentar mais ainda: “Em toda minha vida,
nunca bebi nas esquinas.” – O complemento “nas esquinas” tem característica de lugar,
portanto é adj. adverbial [de lugar], assim o verbo não apresenta Objeto. Portanto o verbo
“bebi” é v. intrans. (VI) e os complementos “em toda minha vida” e “nas esquinas” são adj.
adverbiais (de tempo e de lugar, respectivamente). Outro aumento: “Em toda minha vida,
nunca bebi nas esquinas com estranhos.” – “com estranhos” apresenta característica de
companhia, portanto é adj. adverbial [de companhia], portanto não é Objeto. Assim o verbo
“bebi” é v. intrans. (VI) e os complementos “em toda minha vida”, “nas esquinas” e “com
estranhos” são adj. adverbiais (de tempo, lugar e companhia, respectivamente). Mais outro
aumento: “Em toda minha vida, nunca bebi cerveja nas esquinas com estranhos.” – veja que
“cerveja” não é característica de tempo, lugar, companhia etc., portanto não adj. adverbial e
sim Objeto. Portanto, o verbo “bebi” é v. trans. (VTD) por possuir objeto direto (OD, que é a
“cerveja”), mas o verbo continua com seus adj. adverbiais.
Ex.6: “Ele entregou o relatório ao chefe.” – O complemento “o relatório” por não possuir
característica (ou por não indicar) de lugar, tempo, modo etc., é um OBJETO. Daí valer a
pergunta “Entregou o que?”, pois, nesse caso, pode-se afirmar que “quem entrega, entrega
alguma coisa”. Desse modo “aqueles livros” é objeto direto (OD, ausência de preposição) e,
consequentemente, o verbo “comprou” é v. tr. dir. (VTD). O complemento “ao chefe” por não
possuir característica (ou por não indicar) de lugar, tempo, modo etc., é um OBJETO. Daí valer
a pergunta “Entregou a quem?”, pois, nesse caso, pode-se afirmar que “quem entrega, entrega
a alguém”. Desse modo “ao chefe” é objeto indireto (OI, presença de preposição) e,
consequentemente, o verbo “comprou” é v. tr. indir. (VTI). Como o verbo “comprou” contém
dois objetos (dir. e indir.), ele é v. tr. dir. e indir. (VTDI). Mudando a frase: Ex.6: “Ele entregou
o relatório na mesa do chefe.” – A primeira parte, “entregou o relatório”, já foi analisado, ficando
“o relatório” como OD, e verbo “entregou” como v. trans. dir. (VTD). Agora, o complemento
“na mesa do chefe” por indicar lugar, é adj. adverbial [de lugar].
Ex.7: “Por muitos anos confiei [= relação de confiança] em todos vocês; logo não
trabalhava para outros [= para alguém].” – O complemento “em todos vocês” por não possuir
característica (ou por não indicar) de lugar, tempo, modo etc., é um OBJETO. Daí valer a
pergunta “Confiei a quem?”, pois, nesse caso, pode-se afirmar que “quem confia, confia em
alguém”. Desse modo “em todos vocês” é objeto indireto (OI, presença de preposição) e,
consequentemente, o verbo “confiei” é v. tr. indir. (VTI); aqui, o verbo “confiei” significa o
confiar “da relação de confiança”. O complemento “para outros” por não possuir característica
adverbial, é um OBJETO. Daí valer a pergunta “trabalhava para quem?”, pois, nesse caso,
pode-se afirmar que “quem trabalha, trabalha para alguém” – aqui, o complemento “para
outros” significa “para alguém”. Desse modo, “para outros” é objeto indireto (OI, presença de
preposição) e, consequentemente, o verbo “trabalhava” é v. tr. indir. (VTI). Uma frase
semelhante, usando os mesmos verbos: Ex.7: “Por muitos anos confiei [= contei/revelei] meus
segredos a você; logo não trabalhava com outros [= em companhia dos outros].” – O
complemento “meus segredos” por não possuir característica (ou por não indicar) de lugar,
tempo, modo etc., é um OBJETO. Daí valer a pergunta “Confiei o que?”, pois, nesse caso,
pode-se afirmar que “quem confia, confia algo”. Desse modo “meus segredos” é objeto direto
(OD, ausência de preposição) e, consequentemente, o verbo “confiei” é v. tr. dir. (VTD); aqui,
o verbo “confiei” significa o confiar “de contar, de revelar”, e não de “confiança”. E o
complemento “a você” por não possuir característica adverbial, é um OBJETO. Daí valer a
pergunta “Confiei a quem?”, pois, nesse caso, pode-se afirmar que “quem confia, confia a
alguém”. Desse modo “a você” é objeto indireto (OI, presença de preposição) e,
consequentemente, o verbo “confiei” é v. tr. indir. (VTI); aqui, o verbo “confiei” significa o
confiar “de contar, de revelar”, e não de “confiança”. Enfim, por ter dois objetos (direto e
indireto), o verbo “confiei” é v. tr. dir. e indir. (VTDI). O complemento “com outros” por indicar
companhia (característica adverbial), é um adjunto adverbial, portanto não tem Objeto – aqui,
o complemento “para outros” significa “em companhia dos outros”. Desse modo, “com outros”
é adjunto adverbial, portanto, não tem Objeto e, consequentemente, o verbo “trabalhava” é
v. intr. (VI). Resumo: no primeiro exemplo, o verbo “confiei” é VTI; no segundo, é VTDI;
no segundo exemplo, o verbo “trabalhava” é VTI; no segundo, é VI.
Ex.8: “Eu me encontrei com você [= com alguém].” – O complemento “com você” por
não possuir característica adverbial, é um objeto indir. (OI, presença de preposição). Daí
valer a pergunta “Encontrei com quem?”, pois, nesse caso, pode-se afirmar que “quem
encontra, encontra com alguém”. Se “com você” é OI, então o verbo “confiei” é v. tr. indir.
(VTI). Uma frase semelhante: “Eu saí com você [= em sua companhia].” – O complemento
“com você” por possuir característica de companhia (algo do advérbio), é um adjunto
adverbial [de companhia], portanto não é Objeto, e, consequentemente, o verbo “saí” é v.
intrans. (VI). Aumentando a frase anterior: “Eu saí com você [= em sua companhia] para ir à
praia.” – O trecho “Eu saí com você” já foi sintaticamente analisado, e o trecho “para ir à praia”
é uma nova oração, uma oração que indica finalidade, daí ser introduzida pelo “para” (um
estudo para uma outra aula); e por ser uma nova oração não será analisada. Resumo: no
primeiro exemplo, o complemento “com você” é Objeto Indireto; no segundo, é Adjunto
Adverbial.
Ex.9: “Quando era mais novo, bebia muitas cervejas e fumava cigarros; porém, hoje,
não bebo nem fumo.” – O complemento “muitas cervejas” por não possuir característica
adverbial, é um OBJETO. Assim, “muitas cervejas” é obj. dir. (OD) e o verbo “bebia” é v.
trans. dir. (VTD); aqui o verbo “bebia” refere-se a algo específico (cervejas). O complemento
“cigarros” por não possuir característica adverbial, é um OBJETO. Assim, “cigarros” é obj. dir.
(OD) e o verbo “fumava” é v. trans. dir. (VTD); aqui o verbo “fumava” refere-se a algo
específico (cigarros). Já no segundo trecho, os verbos “bebo” e “fumo”, por não possuírem
Objeto, são v. intrans. (VI); aqui os dois verbos dão uma ideia geral e não se refere a algo
específico. Resumo: no primeiro trecho, o verbo “bebia” é VTD; no segundo trecho, é
VI; no segundo trecho, o verbo “fumava” é VTD; no segundo trecho, é VI.
Ex.10: “Meu filho mais velho lê bons livros e escreve cartas, porém o mais novo, ainda
não lê nem escreve.” – O complemento “bons livros” por não possuir característica adverbial,
é um OBJETO. Assim, “bons livros” é obj. dir. (OD) e o verbo “lê” é v. trans. dir. (VTD); aqui
o verbo “lê” refere-se a algo específico (livros). O complemento “cartas” por não possuir
característica adverbial, é um OBJETO. Assim, “cartas” é obj. dir. (OD) e o verbo “escreve” é
v. trans. dir. (VTD); aqui o verbo “escreve” refere-se a algo específico (cartas). Já no segundo
trecho, os verbos “lê” e “escreve”, por não possuírem Objeto, são v. intrans. (VI); aqui os dois
verbos dão uma ideia geral e não se refere a algo específico. Resumo: no primeiro trecho,
o verbo “lê” é VTD; no segundo trecho, é VI; no segundo trecho, o verbo “escreve” é
VTD; no segundo trecho, é VI.
Ex.11: “O Brasil não tem vulcões, mas já teve [vulcões], há setenta milhões de anos.”
– O complemento “vulcões” por não possuir característica adverbial, é um OBJETO. Assim,
“vulcões” é obj. dir. (OD) e o verbo “tem” é v. trans. dir. (VTD). Na segunda parte, o verbo
“teve”, aparentemente, não tem complemento, mas aqui se usou o recurso ZEUGMA (omissão
de uma palavra que já tenha sido citada anteriormente), que é um recurso coesivo. Então, o
objeto direto “vulcões” está omisso depois do verbo “teve”. Então, esse verbo “teve” é v. trans.
dir. (VTD).
Ex.12: “Eu acredito em Deus. Você não acredita [em Deus]?” – O complemento “em
Deus” por não possuir característica adverbial, é um OBJETO. Assim, “em Deus” é obj. indir.
(OI, presença de preposição) e o verbo “acredito” é v. trans. indir. (VTI). Na segunda parte,
o verbo “acredita”, aparentemente, não tem complemento, mas aqui se usou o recurso
ZEUGMA (omissão de uma palavra que já tenha sido citada anteriormente), que é um recurso
coesivo. Então, o objeto direto “em Deus” está omisso depois do verbo “acredita”. Então, esse
verbo “acredita” é v. trans. indir. (VTI).
Ex.13: “Ela se dirigiu à mesa do chefe rapidamente.” – O complemento “à mesa” indica
lugar, portanto é adjunto adverbial [de lugar], e o complemento “rapidamente” também indica
característica adverbial (de modo), portanto é também adjunto adverbial [de modo]. Por não
possuir Objeto, o verbo “se dirigiu” é v. intr. (VI). Uma frase semelhante: “Ela se dirigiu ao
chefe com palavras grosseiras.” – O complemento “ao chefe” não indica uma característica
adverbial, portanto é objeto indir. (OI, presença de preposição), e o complemento “com
palavras grosseiras” indica modo, portanto é adjunto adverbial [de modo]. Por possuir Objeto
Indireto, o verbo “se dirigiu” é v. trans. indir. (VTI). Resumo: no primeiro exemplo, o verbo
“se dirigiu” é VI; no segundo, é VTI.
Ex.14: “Ainda se vende aquele carro antigo.” – a expressão “aquele carro antigo” não
é complemento do verbo “se vende”, mas sim sujeito por causa da presença do “se”
(anteposto ao “vende”), que é um pronome apassivador (algo a ser estudado em outra aula).
Como prova que tal expressão é sujeito, e sujeito é o único elemento sintático que flexiona o
verbo, basta coloca-la no plural e ver se o verbo também vai ao plural, confira: “Ainda se
vendem aqueles carros antigos.”, isso prova que é sujeito e não complemento. Como o verbo
não tem Objeto, então ele é v. intrans. (VI).
Ex.15: “Sempre aos professores se faz pergunta inteligente.” – a expressão “pergunta
inteligente” não é complemento do verbo “se faz”, mas sim sujeito por causa da presença do
“se” (anteposto ao “se faz”), que é um pronome apassivador (algo a ser estudado em outra
aula). Como prova que tal expressão é sujeito, e sujeito é o único elemento sintático que
flexiona o verbo, basta coloca-la no plural e ver se o verbo também vai ao plural, confira:
“Sempre aos professores se fazem perguntas inteligentes.”, isso prova que é sujeito e não
complemento. Como o verbo não tem Objeto, então ele é v. intrans. (VI).
Ex.16: “... que não existem na natureza...” – O complemento “na natureza” por indicar
lugar é adjunto adverbial [de lugar], daí o verbo “existem” ser v. intrans. (VI).
Ex.17: “... mas servem a propósitos humanos.” – O complemento “a propósitos
humanos” por não indicar característica adverbial, é um objeto indir. (OI, presença de
preposição), daí o verbo “servem” ser v. trans. indir. (VTI).
Ex.18: “... que acometem o ser humano.” – O complemento “o ser humano” por não
indicar característica adverbial, é um objeto dir. (OD, ausência de preposição), daí o verbo
“acometem” ser v. trans. dir. (VTD).
Ex.19: “... que as técnicas de evolução dirigida caminhem na direção oposta.” – O
complemento “na direção oposta” por indicar lugar é adjunto adverbial [de lugar], daí o verbo
“caminhem” ser v. intrans. (VI).
Ex.20: “... está na ética uma garantia para um pleno convívio social.” – o sujeito é “uma
garantia para um pleno convívio social” (porque ele responde à pergunta: “quem está na
ética?”). O complemento “na ética” por indicar lugar é adjunto adverbial [de lugar], e por não
conter objeto, a forma verbal “caminhem” é v. intrans. (VI).
Ex. 21: “... que as ações dos outros encontrem nele uma boa aprovação.” – “nele” [=
em alguém] é obj. indir. (OI); e “uma boa aprovação” é obj. dir. (OD). Assim a forma verbal
“encontrem” é v. trans. dir. e indir. (VTDI).

Exemplos de Verbos de Ligação (VL):


Ex.1: “Craig é um homem polêmico.” – O complemento “um homem polêmico” é
predicativo do sujeito porque mostra um estado do sujeito, e o verbo “é”, como sendo vazio
de ação e ligando sujeito e predicativo do suj., é verbo de ligação (VL).
Ex.2: “Os alunos chegaram ao curso animados.” – “animados” é predicativo do
sujeito porque indica um estado do sujeito “Os alunos”; porém não há verbo de ligação (VL)
– observe que “chegaram ao curso” indica uma ação, portanto o verbo não está vazio de ação.
E o complemento “ao curso”, por indicar lugar, é adjunto adverbial [de lugar], e como o verbo
“chegaram” não apresenta qualquer objeto, ele é v. intrans. (VI)
Ex.3: “Todos permaneceram [ou “ficaram” ou “estavam”] contentes.” – “contentes” é
predicativo do sujeito porque indica um estado do sujeito “todos”; e como o verbo
“permaneceram” não indica ação, ele é v. de ligação (VL). Veja o mesmo verbo sem ser VL:
“Todos permaneceram [ou “ficaram” ou “estavam”] em casa.” – O complemento “em casa”,
por indicar lugar, é adj. adverbial [de lugar]; e o verbo “permaneceram”, por não ter objeto, é
v. intrans. (VI) – note que o verbo “permaneceram” indica ação (portanto não é VL).
Ex.4: “O professor anda [= está] animado.” – “animado” é predicativo do sujeito (PS)
porque indica um estado do sujeito “O professor”; e como o verbo “anda” não indica ação
(porque aqui o verbo não significa ação de andar), ele é v. de ligação (VL). Veja o mesmo
verbo sem ser VL: “O professor anda [= caminha] rapidamente.” – O complemento
“rapidamente”, por indicar modo, é adj. adverbial [de modo]; e como o verbo “anda” não
possui Objeto, ele é v. intrans. (VI) – note que aqui o verbo “anda” indica ação (portanto não
é VL).
Ex.5: “O rapaz deve ser feliz.” – “O rapaz” é sujeito; a locução verbal “deve ser” é
verbo de ligação (VL, porque o verbo principal “ser” liga o sujeito a uma qualidade ou estado
ou modo de ser [ou seja, liga o sujeito ao seu predicado]); e “feliz” é predicativo do sujeito.
Ex..6: “Eles jamais deixam de ser tão somente cronistas.” – “Eles” é sujeito; a locução
verbal “deixam de ser” é verbo de ligação (VL, porque o verbo principal “ser” liga o sujeito a
uma qualidade ou estado ou modo de ser [ou seja, liga o sujeito ao seu predicado]); e
“cronistas” é predicativo do sujeito.
Ex.7: “... as plantas fósseis são exemplares.” – “as plantas fósseis” é sujeito; a forma
verbal “são” é verbo de ligação (VL, porque o verbo principal “ser” liga o sujeito a uma
qualidade ou estado ou modo de ser [ou seja, liga o sujeito ao seu predicado]); e “exemplares”
é predicativo do sujeito.

CLASSE GRAMATICAL ou CLASSE DE PALAVRAS é quando se tenta classificar as palavras


em substantivo, adjetivo etc.
SEMÂNTICA é o mesmo que significado, sentido.
ANÁLISE MORFOLÓGICA (ou GRAMATICAL): tem a finalidade de reconhecer o
nome das palavras, reconhecer a que classe determinada palavra pertence, ou seja, identificar
a classe das palavras, o nome daquela palavra (subst., adj., loc. adj., art., pron., num., verbo,
adv. etc.).
ANÁLISE SINTÁTICA: tem a finalidade de reconhecer a função [função sintática] que
determinada palavra tem dentro da frase (sujeito, predicativo, obj. direto, obj. indireto, agente
da passiva, aposto).
ANÁLISE SEMÂNTICA: analisar o significado das palavras.

OBJETO INDIRETO (OI)


É complemento de um verbo transitivo indireto (VTI). A preposição desse complemento
será sempre relacionada ao verbo.

OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO (ODP)


É complemento de um verbo transitivo direto (VTD). A preposição desse complemento
não surgirá da regência verbal, ou seja, não estará relacionada ao verbo.

Exemplos de OI e ODP:
“A MIM” e “A TI”, ora como OI e ora como ODP: a) Como OI: “Eles, após o ocorrido, não
pediram favor a mim e a ti.” – O complemento “favor” é obj. dir. (OD, ausência de preposição),
e os complementos “a mim” e “a ti” são obj. indir. (OI), ou seja, são assim porque a preposição
“a”, que inicia cada obj. indir., está relacionada ao verbo “pediram” (“pediram a quem?”).
Portanto, o verbo “pediram” é v. trans. dir. e indir. (VTDI) b) como ODP: “Eles, após o ocorrido,
não enganaram a mim e a ti.” – Os complementos “a mim” e “a ti” são objetos diretos
preposicionados (ODP), ou seja, são assim porque a preposição “a”, que inicia cada obj. dir.,
não está relacionada ao verbo “enganaram” (não se diz: “enganaram a alguém?”, mas
“enganaram alguém”). Portanto, o verbo “enganaram” é v. trans. dir. (VTD). A preposição do
ODP ela surge para poder anteceder o pron. oblíquo tônico. [O pron. obl. tôn. será sempre
usado com preposição, seja a preposição vinda do verbo ou do próprio pronome porque
é obrigatória a presença deste. E o pron. obl. áton. não terá preposição]
Ex.2: “Naquele dia, todos se queixaram do bolo.” – O complemento “do bolo” está
preposicionado (“de + o = do”), e como a preposição surge do verbo “queixaram” (“ queixaram
de que?”), então tal complemento é obj. indir. (OI) e o verbo é v. trans. indir. (VTI). Mudando
o tipo do Objeto: “Naquele dia, todos comeram do bolo.” – O complemento “do bolo” é objeto
direto preposicionado (ODP), ou seja, é assim porque a preposição “de”, que inicia cada obj.
dir. prep., não está relacionada ao verbo “comeram” (não se diz: “quem come, come de alguma
coisa”, mas sim “quem come, come alguma coisa”). Portanto, o verbo “comeram” é v. trans.
dir. (VTD). A diferença entre a expressão “comeram o bolo” da expressão “comeram do bolo”
é que a aquela significa que se comeu o bolo todo, e esta, comeu uma parte do bolo – esse
tipo de preposição se chama valor partitivo (pois refere-se a uma parte da coisa).
Ex.3: “Bebemos o vinho.” – O complemento “o vinho” é obj. dir. (OD), portanto o verbo
“bebemos” é v. trans. dir. (VTD). “Mudando” o tipo do Objeto: “Bebemos do vinho.” – O
complemento “do vinho” é objeto direto preposicionado (ODP), ou seja, é assim porque a
preposição “de”, que inicia o obj. dir. prep., não está relacionada ao verbo “beberam” (não se
diz: “quem bebe, bebe de alguma coisa”, mas sim “quem bebe, bebe alguma coisa”). Portanto,
o verbo “beberam” é v. trans. dir. (VTD).
Ex.4: “Acreditamos em Deus.” – O complemento “em Deus” é obj. indir. (OI), portanto
o verbo “acreditamos” é v. trans. indir. (VTI). Agora: “Amamos a Deus.” – O complemento “a
Deus” é objeto direto preposicionado (ODP), isso porque a preposição “a”, que inicia o obj.
dir. prep., não está relacionada ao verbo “amamos” (não se diz: “quem ama, amam a alguém”,
mas sim “quem ama, ama alguém”). Portanto, o verbo “amamos” é v. trans. dir. (VTD).
Ex.5: “Todos ofereceram da comida ao amigo.” – O complemento “da comida” é objeto
direto preposicionado (ODP), ou seja, é assim porque a preposição “de” (“de + a = da”), que
inicia o obj. dir. prep., não está relacionada ao verbo “ofereceram” (não se diz: “quem oferece,
oferece de alguma coisa”, mas sim “quem oferece, oferece alguma coisa”), portanto por ora,
o verbo “ofereceram” é v. trans. dir. (VTD). Já o complemento “ao amigo” é obj. indir. (OI),
sendo assim, a preposição surge do verbo “ofereceram” (“quem oferece, oferecem a alguém”),
então o verbo é v. trans. indir. (VTI). Como o verbo possui 2 objetos, então ele é v. trans. dir.
e indir. (VTDI). Mudando o tipo do Objeto: “Todos se queixaram da comida ao amigo.” – O
complemento “da comida” é obj. indir. (OI), sendo assim, a preposição surge do verbo “se
queixaram” (“quem se queixa, se queixa de algo”), então o verbo é por ora v. trans. indir.
(VTI). O segundo complemento “ao amigo” é obj. indir. (OI), sendo assim, a preposição surge
do verbo “se queixaram” (“quem se queixa, se queixa a alguém”). Como o verbo possui apenas
obj. indir., então ele é v. trans. indir. (VTI).

PRONOME
O pronome acompanhará ou substituirá um substantivo (nome), ou seja, o pronome
sempre trabalhará para um nome (substantivo).
▪ Pronome substantivo: pronome que substitui o nome/substantivo.
▪ Pronome adjetivo: pronome que acompanha o nome/substantivo.
Obs.: qualquer tipo de pronome (demonstrativos, indefinidos etc.) pode ser substantivo ou
adjetivo, dependendo se ele está substituindo ou acompanhando o nome.
Ex.1: “João e Maria assistiram à aula.” – usando pronome: “Eles assistiram à aula.” – O
pronome pessoal “eles” substituiu os substantivos “João” e “Maria”, daí ser um pron. pessoal
substantivo.
Ex.2: “Alguns faltaram.” – o pron. “alguns” é pron. indef. substantivo porque está
substituindo um nome/substantivo. Mas essa frase: “Alguns alunos faltaram.” – o pron.
“alguns” é pron. indef. adjetivo porque está acompanhando um nome (“alunos”).
Ex.3: “Aquelas assistiram à aula.” – o pron. “aquelas” é pron. demonstr. substantivo porque
está substituindo um nome/substantivo. Mas essa frase: “Aquelas pessoas assistiram à aula.”
– o pron. “aquelas” é pron. demonstr. adjetivo porque está acompanhando um nome
(“pessoas”).

“AQUELA” substituída por “A”


É errado dizer “Conheci aquela aquela você conhece.” – para a frase ficar correta, o segundo
“aquela” tem de ser substituída pelo pronome “que”: “Conheci aquela que você conhece.” – o
“aquela” é pron. demonstr. e o “que” é pron. relativo. Mais: o pron. demonstr. “aquela” pode
ser representado pelo “a” (que substitui o “aquela”); então a frase pode ficar assim: “Conheci
a que você conhece.” – o “a” é pron. demonstr. e o “que” é pron. relativo.
Ex.: “A indicação inicial é a de que a rede está alterando a forma...” – o “a” da expressão “a
de que” é artigo porque faz referência ao substantivo “indicação”, então a frase pode ser
escrita (de forma muito repetitiva) desse jeito: “A indicação inicial é a indicação inicial de que
a rede está alterando a forma...”. Porém, se da frase original tirar a preposição “de”, então o
“a” deixa de ser artigo para ser pron. demonstr. (com valor de “aquela”): “A indicação inicial
é a que a rede está alterando a forma...” equivale a – “A indicação inicial é aquela que a rede
está alterando a forma...”. Em resumo, com a prep. “de”, o “a” é artigo, e sem ela, o “a” é pron.
demonstr. Portanto, a retirada do “de” altera a frase morfológica e sintaticamente.

PRONOMES PESSOAIS
P. RETOS OBLÍQUOS
(Suj. na oração) (Objeto na oração)
Oblíquos Átonos (+ fraco) Oblíquos Tônicos (+ forte)
[ficam junto ao verbo, i. e., [afastado do verbo por
sem prep.] prep.]
me [obj. dir. e indir.] mim, comigo
1ª Eu
SINGULAR

te [obj. dir. e indir.] ti, contigo


2ª Tu
o, a, [obj. dir.] si, consigo, Ele, Ela
3ª Ele / Ela lhe, [obj. indir.]
se [obj. dir. e indir.]
Nós nos [obj. dir. e indir.] Nós, conosco

PLURAL

Vós vos [obj. dir. e indir.] Vós, convosco



Eles / Elas os, as, [obj. dir.] si, consigo, Eles, Elas
3ª lhes, [obj. indir.]
se [obj. dir. e indir.]

Obs.: os gramáticos orientam que o pron. pessoal átono “lhe” ou “lhes” só podem ser usados
com referência a seres humanos e nunca a coisas. Porém, em concursos públicos, se vê que
tal regra é desobedecida, usando para coisas o pronome “lhe(s)”. Exemplificando, para os
concursos, as frases “Obedeci ao chefe.” ou “Obedeci ao regulamento.” podem ser
substituídos por “Obedeci-lhe.”, mas para os gramáticos, tal substituição só serviria para o
primeiro caso.

Pron. Obl. Átono Pron. Obl. Tônico


1ª p.: “Eu ensino-me.” ou “Eu me ensino.” = “Eu ensino a mim.”
2ª p.: “Eu ensino-te.” ou “Eu te ensino.” = “Eu ensino a ti.”
3ª p.: “Eu ensino-o(a).” ou “Eu o(a) ensino.” (OD) = “Eu ensino a ele. / Eu ensino a ela.” (ODP)
3ª p.: “Eu ensino-lhe.” ou “Eu lhe ensino.” (OI) = “Eu ensino a ele ou Eu ensino a ela.” (OI)
1ª p.: “Eu ensino-nos.” ou “Eu nos ensino.” = “Eu ensino a nós.”
2ª p.: “Eu ensino-vos.” ou “Eu vos ensino.” = “Eu ensino a vós.”
3ª p.: “Eu ensino-os(as)” ou “Eu os(as) ensino.” (OD) = “Eu ensino a eles. / Eu ensino a
elas.” (ODP)
3ª p.: “Eu ensino-lhes.” ou “Eu lhes ensino.” (OI) = “Eu ensino a eles ou Eu ensino a elas.”
(OI)
Obs.: Substitua o verbo “ensinar” por outros verbos, como “encontrar”.

Exemplos de Pronomes Oblíquos


Uso errado dos pronomes: Ex.1: “Eu não encontrei tu.” – não se pode usar pron.
pessoal do caso reto como complemento, pois todos eles são sujeitos. Assim, o uso aqui do
“tu” está errado porque não está como sujeito e sim como complemento. Há 2 formas corretas:
a) “Eu não te encontrei.” – O complemento “te”, pron. oblíquo átono, é objeto direto (OD);
então a forma verbal “encontrei” é v. trans. dir. (VTD) b) “Eu não encontrei a ti.” – O
complemento “a ti”, pron. oblíquo tônico, é objeto direto preposicionado (ODP); então a
forma verbal “encontrei” é v. trans. dir. (VTD).
Uso errado dos pronomes: Ex.1: “Tu não encontraste eu.” – O “tu” é pron. pessoal do
caso reto, e está sendo usado como sujeito (certo, então). Mas o uso aqui do “eu”, pron.
pessoal reto, está errado porque está como complemento. Há 2 formas corretas: a) “Tu não
me encontraste.” – O complemento “me”, pron. oblíquo átono, é objeto direto (OD); então a
forma verbal “encontrei” é v. trans. dir. (VTD) b) “Tu não encontraste a mim.” – O
complemento “a mim”, pron. oblíquo tônico, é objeto direto preposicionado (ODP); então a
forma verbal “encontrei” é v. trans. dir. (VTD).
Uso errado dos pronomes: Ex.1: “Ninguém convidou ela.” – O “ela” é pron. pessoal do
caso reto, e está sendo usado como complemento, portanto está errado. Há 2 formas corretas:
a) “Ninguém a convidou.” – O complemento “a”, pron. oblíquo átono, é objeto direto (OD);
então a forma verbal “encontrei” é v. trans. dir. (VTD) b) “Ninguém convidou a ela.” – O
complemento “a ela”, pron. oblíquo tônico, é objeto direto preposicionado (ODP); então a
forma verbal “convidou” é v. trans. dir. (VTD).
Ex.1: “Sempre a amei.” – O complemento “a”, pron. pessoal átono, é OD, então a forma verbal
“amei” é v. trans. dir. (VTD).
Ex.2: “Sempre lhe pedi carinho.” – O complemento “lhe”, pron. pessoal átono, é OI, e o
complemento “carinho” é OD; então a forma verbal “pedi” é v. trans. dir. e indir. (VTDI).

Substituindo termos por Pronomes Pessoais


Frase: “Entregou os documentos ao aluno.” – “os documentos” é OD, e “ao aluno” é OI; a
forma verbal é VTDI. Primeira substituição: a) “Entregou-os ao aluno.” – O complemento “o”,
pron. pessoal átono, é OD, e “ao aluno” é OI; a forma verbal é v. trans. dir. e indir. (VTDI).
Segunda substituição: b) “Entregou-lhe os documentos.” – O complemento “lhe”, pron.
pessoal átono, é OI, e “os documentos” é OD; a forma verbal é v. trans. dir. e indir. (VTDI).
Duas formas corretas: “Obedeceu-lhe.” – O complemento “lhe”, pron. pessoal átono, é OI;
então a forma verbal “obedeceu” é v. trans. indir. (VTI). Ou também: “Obedeceu a ela.” – O
complemento “a ela”, pron. pessoal tônico, é OI; então a forma verbal “obedeceu” é v. trans.
indir. (VTI).
Duas formas corretas: “Escrevo-te estas mal traçadas linhas.” – O complemento “te”, pron.
pessoal átono, é OI, e “estas mal traçadas linhas” é OD; a forma verbal “escrevo” é v. trans.
dir. e indir. (VTDI). Ou também: “Escrevo a ti estas mal traçadas linhas.” – O complemento
“a ti”, pron. pessoal tônico, é OI, e “estas mal traçadas linhas” é OD; a forma verbal “escrevo”
é v. trans. dir. e indir. (VTDI). Obs.: não poderia ser “Escrevo-o estas mal traçadas linhas.”
– está errado porque o “o”, pron. pessoal átono, é OD, (e nesse caso, teriam dois OD na frase),
e aqui o pronome tem de substituir um OI.
Pronome Relativo: “O material ao qual refiro é muito bom.” – O verbo “referir-se” rege a
preposição “a” (daí “referir-se a”), e como a preposição está sendo regida pelo verbo, então,
ela tem de ser usada antes do pronome relativo (daí “ao qual refiro”). Por isso ficaria errado
sem a preposição “a”: “O material o qual refiro é muito bom.”, ou seja, aqui é errado “o qual”,
o certo é “ao qual”. Substituindo o pron. rel. “o qual” pelo “que”: “O material a que refiro é
muito bom.”, e não “O material que refiro é muito bom.”, porque o verbo “referir-se” exige/rege
a preposição “a”. Pronome Relativo: “O material do qual gosto é muito bom.” – O verbo
“gostar” rege a preposição “de” (daí “gostar de”), e como a preposição está sendo regida pelo
verbo, então, ela tem de ser usada antes do pronome relativo (daí “do qual gosto”). Por isso
ficaria errado sem a preposição “de”: “O material o qual gosto é muito bom.”, ou seja, aqui é
errado “o qual”, o certo é “do qual”. Substituindo o pron. rel. “o qual” pelo “que”: “O material de
que gosto é muito bom.”, e não “O material que gosto é muito bom.”, ou seja, aqui é errado
“que gosto”, o certo é “de que gosto”, porque o verbo “gostar” exige/rege a preposição “de”.
Pronome Relativo: “[...] dos grupos aos quais pertencem [...]” – O verbo “pertencer” rege a
preposição “a” (daí “pertencer a”), e como a preposição está sendo regida pelo verbo, então,
ela tem de ser usada antes do pronome relativo (daí “aos quais pertencem”). Por isso ficaria
errado sem a preposição “a”: “[...] dos grupos os quais pertencem [...]”, ou seja, aqui é errado
“os quais”, o certo é “dos quais”. Substituindo o pron. rel. “os quais” pelo “que”: “[...] dos grupos
a que pertencem [...]”, e não “[...] dos grupos que pertencem [...]”, porque o verbo “pertencer”
exige/rege a preposição “a”.
Obs.: O sentido do pron. relativo: “O material ao qual refiro [= refiro ao material]”; e “O material
do qual gosto [= gosto do material]”. Pronome Relativo é usado com a função de evitar a
repetição de um termo citado anteriormente, ou seja, o pron. relat. é para fazer referência a
um termo anterior na frase. Exemplo de pron. relativo: “qual”, “que” etc.

“CHEGAR EM” ou “CHEGAR A”?


O verbo chegar com sentido de lugar, não possui a construção “chegar em”. Por isso é
errado dizer “Cheguei em casa.”, “Cheguei na escola.”, “Cheguei no curso.”, sendo sua
construção correta “chegar a”, daí dizer-se “Cheguei à casa.”, “Cheguei à escola.”, “Cheguei
ao curso.”. Exemplo: “chegar à vida” – isso está correto. Porém, existe a construção “chegar
em vida”, sabendo que aqui o verbo “chegar” não tem sentido de lugar porque “chegar em
vida” tem o sentido de “chegou vivo.”. Em outras palavras, a expressão “chegar em” difere de
“chegar a”, tanto semântica quanto sintaticamente: “Chegar em vida ao hospital” é diferente
de “O amor pode chegar à vida”.
VERBO “DAR” pode ser verbo intransitivo (VI) e verbo transitivo (VT):
Ex.1: “A cana doce de Málaga não é mar, embora em praias dá [= nasce] sempre em
pequenas poças [...] dá [= nasce] em fundos de quintal” – Os complementos “em pequenas
poças” e “em fundos de quintal” por indicarem lugar são adjuntos adverbiais [de lugar], daí
o verbo “dá”, em ambos os casos, ser v. intrans. (VI); e também em ambos os casos, o verbo
“dá” tem significado de “nascer”.
Ex.2: “A cana doce de Málaga dá [= nasce] domada...” – O complemento “domada” é
predicativo do sujeito, e o verbo “dá”, significado “nascer”, é v. intrans. (VI) por não conter
Objeto. Obs.: não é porque existe predicativo do suj. na frase que é obrigado a existência do
verbo de ligação (VL).
Ex.2: “A cana doce de Málaga dá [= nasce] dócil, disciplinada, domada...” – Os complementos
“dócil” e “disciplinada” por não indicar característica adverbial, são objetos, ambos objetos
diretos (OD, ausência de preposição), daí o verbo “dá”, o qual aqui tem significado de
“nascer”, ser v. trans. dir. (VTD).

Verbos que admitem mais de uma construção


Isso ocorre com verbos de comunicação: AVISAR, NOTIFICAR, INFORMAR,
CIENTIFICAR (também COMUNICAR?)
Obs.: um verbo não pode ter dois objetos iguais (como ter 2 obj. dir. ou 2 obj. indir.) –
isso é errado, é erro de regência. A possibilidade é fazer com um dos complementos verbais
seja OD e o outro, OI: “Ele informou alguma coisa [OD] a alguém [OI]” ou “Ele informou
alguém [OD] de (ou “sobre”) alguma coisa [OI].”
Ex.1: “O cidadão informou o crime ao policial.” – O complemento “o crime” por não possuir
característica adverbial, é objeto (obj. dir., OD, ausência de preposição) e o complemento
“ao policial” por não possuir característica adverbial, é objeto (obj. indir., OI, presença de
preposição). Pelo fato de o verbo “informou” possuir dois objetos (dir. e indir.) ele é v. trans.
dir. e indir. (VTDI). Ou poderia ser construída assim: “O cidadão informou o policial do crime.”
– O complemento “o policial” por não possuir característica adverbial, é objeto (obj. dir., OD,
ausência de preposição) e o complemento “do crime” (que poderia ser também “sobre o
crime”), por não possuir característica adverbial, é objeto (obj. indir., OI, presença de
preposição). Pelo fato de o verbo “informou” possuir dois objetos (dir. e indir.) ele é v. trans.
dir. e indir. (VTDI). Resumo: no primeiro exemplo, o “policial” foi usado como obj. indir.
(OI) e, no segundo, como obj. dir. (OD); o “crime” no primeiro exemplo foi obj. dir. (OD)
e no segundo, obj. indir. (OI). Nos dois exemplos, o verbo continuou sendo VTDI.
Ex.2: “O cidadão informou-o ao policial.” – O complemento “-o” é pron. oblíquo que representa
obj. dir. (OD) e o complemento “ao policial” por não possuir característica adverbial, é obj.
indir. (OI). Pelo fato de o verbo “informou” possuir dois objetos (dir. e indir.) ele é v. trans. dir.
e indir. (VTDI). Ou poderia ser construída assim: “O cidadão informou-lhe o ocorrido.” – O
complemento “-lhe” é pron. oblíquo que representa obj. indir. (OI) e o complemento “o
ocorrido”, por não possuir característica adverbial, é obj. dir. (OD). Pelo fato de o verbo
“informou” possuir dois objetos (dir. e indir.) ele é v. trans. dir. e indir. (VTDI). Resumo: no
exemplo primeiro, o pron. “o”, substituindo a palavra “ocorrido” (do segundo exemplo),
é obj. dir. (OD); e no segundo exemplo, ele continua como obj. dir. (OD), mas pela
expressão “o ocorrido”. No exemplo primeiro, “o policial” foi usado como obj. indir.
(OI), introduzindo-o com uma preposição (“a”) e, no segundo exemplo, ele se torna obj.
indir. (OI) pelo pronome “lhe”. Nos dois exemplos, o verbo continuou sendo VTDI.
Ex.3: “Ele informou-o de que as coisas aconteceram.” – O complemento “-o” é pron. oblíquo
que representa obj. dir. (OD), e está apontando para alguém (“informou o fulano”). e o
complemento “de que as coisas aconteceram” vem preposicionada (“de...”), portanto é obj.
indir. oracional (oracional porque o objeto possui verbo: “de que as coisas aconteceram”).
Pelo fato de o verbo “informou” possuir dois objetos (dir. e indir.) ele é v. trans. dir. e indir.
(VTDI). Ou poderia ser construída assim: “Ele informou-lhe que as coisas aconteceram.” – O
complemento “-lhe” é pron. oblíquo que representa obj. indir. (OI) e está apontando para
alguém (“informou ao fulano”) e o complemento “que as coisas”, por não possuir característica
adverbial e não ser introduzida por preposição, é obj. dir. oracional (oracional porque o objeto
possui verbo: “que as coisas aconteceram”). O verbo “informou” possui dois objetos (dir. e
indir.), então é v. trans. dir. e indir. (VTDI). Resumo: no exemplo primeiro, o pron. “o”,
substituindo uma pessoa, é obj. dir. (OD); e no segundo exemplo, o pron. “lhe”,
substituindo também uma pessoa, é obj. indir. (OI). No exemplo primeiro, o
complemento “de que as coisas aconteceram” é obj. indir. (OI), introduzida pela prepos.
“de”, e no segundo exemplo, ele se torna obj. dir. (OD), porque não é introduzida por
preposição, ficando assim “que as coisas aconteceram”. Nos dois exemplos, o verbo
continuou sendo VTDI.
Ex.4: “Apenas lhe informaram que os bens de Domingos Leite haviam sido confiscados.” – O
complemento “-lhe” é pron. oblíquo que representa obj. indir. (OI) e está apontando para
alguém (“informou ao fulano”) e o complemento “que os bens de Domingo Leite”, por não
possuir característica adverbial e não ser introduzida por preposição, é obj. dir. (OD). O verbo
“informaram” possui dois objetos (dir. e indir.), então é v. trans. dir. e indir. (VTDI).
Ex.5: “Depois convidou-os a procederem à nomeação do secretário.” – O verbo “convidou”
possui dois objetos - “os”, OD, e “a procederem”, OI –, então é v. trans. dir. e indir. (VTDI).

Obs.: numa mesma frase, um verbo não pode ter dois objetos iguais (sejam dois diretos sejam
dois indiretos). Complementar um verbo com dois objetos de mesma natureza é errado.
Portanto, visando a regência verbal, é errado dizer: “Ele informou-o que as coisas
aconteceram.” – porque o complemento “-o” é pron. oblíquo que representa obj. dir. (OD) e o
complemento “que as coisas aconteceram” é obj. dir. (OD) por não vir com preposição. Ou
seja, é errado porque há dois OD. Outro erro seria dizer: “Ele informou-lhe de que as coisas
aconteceram.” – porque o complemento “-lhe” é pron. oblíquo que representa obj. indir. (OI)
e o complemento “de que as coisas aconteceram” é obj. indir. (OI) por vir com preposição.
Ou seja, é errado porque há dois OI. Mais outro erro: “O ministro informou ao povo sobre a
situação financeira do país.” – porque o complemento “ao povo” é obj. indir. (OI, presença de
preposição) e o complemento “sobre a situação financeira do país” é obj. indir. (OI) por vir
com preposição (“sobre”). Ou seja, é errado porque há dois OI. Outro erro: “O ministro
informou ao povo sobre a situação financeira do país.” – porque o complemento “ao povo” é
obj. indir. (OI, presença de preposição) e o complemento “sobre a situação financeira do país”
é obj. indir. (OI) por vir com preposição (“sobre”). Ou seja, é errado porque há dois OI. Outro
erro: “Portanto, cientifico-lhe de que houve engano de data e horário.” – porque o
complemento “lhe” é pron. oblíquo, representando o obj. indir. (OI, presença de preposição)
e o complemento “de que houve engano de data e horário” é obj. indir. (OI, por vir com
preposição “de”). Ou seja, esta frase está errada porque há dois OI.
Fazendo Análise Gramatical e Sintática
Ex.: “O aluno chegou ao curso.” – ANÁLISE SINTÁTICA: “O aluno” é sujeito; “aluno” é núcleo
do sujeito; “o” é adjunto adnominal; “chegou ao curso” é predicativo; “ao curso” é adjunto
adverbial de lugar. ANÁLISE GRAMATICAL: o sujeito é formado pelo artigo, “o”, e um
substantivo, “aluno”; o predicativo “chegou ao curso” é formado pelo verbo intransitivo,
“chegou”, e também pela locução adverbial “ao curso”, o qual é formado pela preposição
“a” + um artigo “o” e um substantivo “curso”, sendo que os 3 últimos elementos constituirão
o adjunto adverbial de lugar.
Analisar gramaticalmente as palavras em negrito dessa frase: “A tarde, naquele dia de
domingo, estava tão bonita, mas um temporal forte...” – ANÁLISE GRAMATICAL: “tarde” é
substantivo porque está acompanhado de um artigo, uma classe que só existe em função da
existência do subst. Portanto, “tarde” não é advérbio (seria advérbio caso fosse “Ele chegou
tarde”; nesse caso, “tarde” está ligado ao verbo). E “tão” é advérbio porque está ligado
(intensificando) o adjetivo “bonita”. O “um” não é numeral, pois não está quantificando o subst.
“temporal”, mas está significando “um temporal qualquer”. E “forte” é adjetivo porque está
ligado (qualificando) o substantivo “temporal”. Obs.: o “um” só será numeral quando a ideia
de quantidade estiver clara na frase.
Como não há como saber separadamente a “classe gramatical” e a “função sintática”,
faz-se necessário o estudo morfossintático (relação morfossintática): analisar a classe
gramatical sabendo qual é a função sintática.
O que é “o”? Não há como saber a classe dessa palavra (“o”) sem que ela esteja numa
frase, pois ela pode ser um artigo, pronome oblíquo, pronome demonstrativo. Veja agora o “o”
nessa frase: “O aluno está animado.” (aqui, o “o” é artigo porque está ligado ao substantivo
[“aluno”]. Artigo é uma classe de palavra que tem relação de dependência, i. e., não tem vida
própria; então para o artigo existir, ele depende da existência de um substantivo).
Qual classe de palavras pode ser um adjunto adnominal (ou seja, junto do
nome/substantivo)? Artigo, pronome, numeral e adjetivo (e não verbo e advérbio). Tais
classes de palavras só podem estar numa frase caso haja um substantivo. Uma frase só é
grande porque nela há vários substantivos com seus adjuntos adnominais.
a. Montar frase: 1º. Coloque um verbo, exemplo “leem”; 2º. Coloque dois subst., um
antes e um depois do verbo, como “amigas” e “livros”. Fica assim: “Amigas leem livros.”
[“amiga” está antes e “livros” está depois do verbo]. Análise: “Amigas” é sujeito (O
sujeito é a resposta à pergunta: “Quem leem livros?”), formado por apenas um
substantivo; “leem livros” é predicado, formado por um verbo trans. dir. [VTD] “ler”,
resolvendo num obj. dir. [OD], que é o substantivo “livros” [O obj. dir. é a resposta à
pergunta: “Amigas leem o que?”].
b. Aumentar a frase: adicionar os adjuntos adnominais na frase acima: “As minhas duas
lindas amigas loiras leem bons livros de Língua Portuguesa diariamente.” Análise: 1)
“As minhas duas lindas amigas loiras” é SUJEITO (O sujeito é a resposta à pergunta:
“Quem leem bons livros de Língua Portuguesa diariamente?”), formado por um artigo,
“as”, um pron. possess., “minhas”, um numeral, “duas”, dois adjetivos, “lindas” e
“loiras”, e um subst., “amigas”. O núcleo do sujeito é o subst. “amigas”. Os adjuntos
adnominais são todas as classes de palavras ligadas ao substantivo (“amigas”,): “as”,
“minhas”, “duas”, “lindas”, “loiras” 2) “leem bons livros de Língua Portuguesa
diariamente” é PREDICADO, formado por um verbo trans. dir. [VTD], “leem”, um adj.,
“bons”, um subst., “livros”, uma loc. adj., “de Língua Portuguesa” [prep. + subst.], e um
advérbio de tempo, “diariamente”. O obj. dir. é “bons livros de Língua Portuguesa” [O
obj. dir. é a resposta à pergunta: “As minhas duas lindas amigas leem o que?”]; “livros”
é núcleo do obj. diret.; os adjuntos adnominais são o adj. “bons” e a loc. adj. “de
Língua Portuguesa”; “diariamente” é adjunto adverbial. (não é adjunto adnominal
porque não está ligado a nenhum nome/subst. [não faz sentido dizer: “livros
diariamente”]; também não é adjunto adjetivo porque não está ligado a um adjetivo [não
faz sentido dizer: “bons diariamente”], mas é adjunto adverbial porque está ligado ao
verbo [portanto, faz sentido dizer: “leem diariamente”]).

MUITO, POUCO, BASTANTE: pode ser ou Pronome Indefinido (caso esteja ligado a
um nome/substantivo) ou Advérbio de Intensidade (caso esteja ligado ao verbo, ao adjetivo
ou a outro advérbio). Para saber a que classe de palavra pertence, é preciso saber se a
palavra em questão está ligada a quem.
Ex.1: “As pessoas ficaram muito [= bastante] animadas.”. A palavra “muito” está ligada ao
adjetivo “animadas”, portanto é um advérbio (de intensidade); assim, “muito” não está ligado
ao verbo “ficaram”, nem ao substantivo “pessoas”. O teste para ver se alguma palavra é
advérbio ou adjetivo, basta variá-la na frase, colocando-a como feminina ou plural – se variar
é adjetivo. Veja como fica errado fazer aqui uma variação: “As pessoas ficaram muitas
animadas.” ou “As pessoas ficaram muita animadas.” – ambas as frases ficam erradas.
Ex.2: “Conheci muitas [= bastantes] pessoas animadas.”. Só pelo fato da palavra “muitas”
está sendo usada no gênero feminino (ou no número plural) é sinal que ela não pode ser um
advérbio, que é uma classe gramatical invariável. A palavra “muitas” está ligada ao substantivo
“pessoas”, portanto é um pronome indefinido, que é uma classe gramatical variável.
Um exemplo de alteração gramatical e semântica: “vários mitos” [= muitos mitos] e
“mitos vários” [= mitos diferentes]. No primeiro caso, “vários” como pron. indefinido, e no
segundo caso, como adjetivo.
Ex.3: “Eles beberam muito [= bastante].”. A palavra “muito” está ligada ao verbo “beberam”,
portanto é um advérbio (de intensidade); assim, “muito” não está ligado ao pronome pessoal
“Eles”.
Ex.4: “Eles beberam muito [= bastante] suco.”. A palavra “muito” está ligada ao substantivo
“suco”, portanto é um pronome indefinido; assim, “muito” não está ligado ao verbo “beberam”
nem ao pronome pessoal “Eles”. Para conferir se “muito” é pronome indefinido (ligado ao
subst. “suco”), basta trocar o substantivo por outra palavra substantiva, por exemplo, “cerveja”,
e flexionar a palavra “muito” com o novo substantivo, então a frase ficaria “Eles beberam muita
cerveja.” – isso prova que “muito” é pron. indef.
Ex.5: “Muita [= bastante] gente foi ludibriada por esse político.”. Só pelo fato de a palavra
“muita” estar no feminino é sinal que não é um advérbio (uma classe de palavra invariável);
aqui “muita” está ligada ao substantivo “gente”, portanto é um pronome indefinido.
Ex.6: “Recebemos bastantes [= muitos] prêmios pelo festival.”. Só pelo fato de a palavra
“bastantes” estar no plural é sinal que não é um advérbio (uma classe de palavra invariável);
aqui “bastantes” está ligada ao substantivo “prêmios”, portanto é um pronome indefinido.
TODO: pode ser ou Pronome Indefinido (caso esteja ligado a um nome/substantivo)
ou Advérbio de Intensidade (caso esteja ligado ao verbo, ao adjetivo ou a outro advérbio).
Ex.1: “Chegaram todos ao mesmo tempo para festa.”. Só pelo fato de a palavra “todos” estar
no plural é sinal que não é um advérbio (uma classe de palavra invariável); A palavra “todos”
é pronome indefinido.
Ex.2: “Ele chegou da rua todo [= totalmente] machucado.”. A palavra “todo” é advérbio (de
intensidade) porque está ligado ao adjetivo “machucado”; e como advérbio é uma classe de
palavra invariável, ele não se flexiona – veja isso nos próximos exemplos. Passando a frase
para o plural: “Eles chegaram da rua todo [= totalmente] machucados.”. Passando a frase
para o feminino: “Ela chegou da rua todo [= totalmente] machucada.”.
Obs.: alguns gramáticos dizem que o “todo” é o único advérbio que pode variar; porém
isso faz parte da linguagem coloquial. Então, o que eles estão fazendo é cedendo a regra
gramatical rigorosa ao costume oral de falar.

Mudança de posição de algumas palavras (CERTAS, ALGUM, QUALQUER)


Ex.1: “Certas pessoas [= algumas pessoas] nem sempre são pessoas certas [= pessoas
corretas].”. A palavra “pessoas” na expressão “certas pessoas” tanto quanto na “pessoas
certas” é um substantivo. Porém, a palavra “certas” muda de significado quando colocada
antes e quando colocada depois do substantivo “pessoas”. Então, a palavra “certas” na
expressão “certas pessoas” significa “algumas”, e sendo ligado a um subst. (“pessoas”) é um
pronome indefinido; já a mesma palavra na expressão “pessoas certas” significa “certas”, e
sendo ligada a um subst., ela é um adjetivo. Enfim, “certas pessoas = algumas pessoas” e
“pessoas certas = pessoas corretas”. Então, houve uma alteração na classe gramatical
(porque o que era pronome passou a ser adjetivo) e na semântica (porque o que antes
significava “algumas” passou a significar “corretas”).
Ex.2: “Eu tenho algum dinheiro [= uma porção de dinheiro]. Eu tenho dinheiro algum [=
dinheiro nenhum].”. A palavra “dinheiro” na expressão “algum dinheiro” tanto quanto na
“dinheiro algum” é um substantivo. Porém, a palavra “algum” muda de sentido quando
colocada antes e quando colocada depois do substantivo “dinheiro”. Então, a palavra “algum”
na expressão “algum dinheiro” significa “uma porção de”, e sendo ligada a um subst.
(“dinheiro”) é um pronome indefinido; a mesma palavra na expressão “dinheiro algum”
significa “nenhum”, e sendo ligada a um subst. (“dinheiro”) continua sendo pronome
indefinido. Enfim, “algum dinheiro = uma porção de dinheiro” e “dinheiro algum = dinheiro
nenhum”. Então, não houve uma alteração na classe gramatical (porque o que era pronome
continuou sendo pronome), mas houve alteração na semântica (porque o que antes tinha o
sentido de indefinir [“algumas”] passou a ter o sentido de qualificar [“corretas”]).
Ex.3: “Qualquer pessoa [= toda pessoa] merece respeito. Aquela não é uma pessoa qualquer
[= pessoa insignificante].”. A palavra “pessoa” na expressão “qualquer pessoa” tanto quanto
na “pessoa qualquer” é um substantivo. Porém, a palavra “qualquer” muda de significado
quando colocada antes e quando colocada depois do substantivo “pessoas”. Então, a palavra
“qualquer” na expressão “qualquer pessoa” significa “toda”, e sendo ligado a um subst.
(“pessoa”) é um pronome indefinido; já a mesma palavra na expressão “pessoa qualquer”
significa “insignificante”, e sendo ligada a um subst., ela é um adjetivo. Enfim, “qualquer
pessoa = toda pessoa” e “pessoa qualquer = pessoa insignificante”. Então, houve uma
alteração na classe gramatical (porque o que era pronome passou a ser adjetivo) e na
semântica (porque o que antes significava “toda” passou a significar “insignificante”).
Ex.4: “Recebi suas notícias [= notícias que você possui/tem]. Recebi notícias suas [= notícias
a seu respeito].”. A palavra “notícias” na expressão “suas notícias” tanto quanto na “notícias
suas” é um substantivo. Porém, a palavra “suas” muda de significado quando colocada antes
e quando colocada depois do subst. (“notícias”). Então, a palavra “suas” na expressão “suas
notícias” significa “notícias que você possui/tem”, e sendo ligado a um subst. é um pronome
possessivo; a mesma palavra na expressão “notícias suas” significa “notícias a seu respeito”,
e sendo ligada a um subst., ela continua sendo um pronome possessivo. Enfim, “suas
notícias = notícias que você possui/tem” e “notícias suas = notícias a seu respeito”. Então, não
houve uma alteração na classe gramatical (porque o que era pronome continuou a ser
pronome), mas houve alteração na semântica (porque o que antes significava “notícias que
você possui/tem” passou a significar “notícias a seu respeito”).
Ex.5: “Outras vezes [= algumas pessoas] ela passa por mim na rua entre os camelôs. Vezes
outras [= pessoas corretas] a entrevejo no espelho de uma joalheria.”. A troca das palavras
“outras vezes” para “vezes outras” não houve alteração de sentido/significado. Outros
exemplos de palavras trocadas em que seu significado permanece inalterado: “bons papéis”
e “papéis bons”; “lúcidas lembranças” e “lembranças lúcidas”; “tristes dias” e “dias tristes”;
“poucas oportunidades” e “oportunidades poucas”; “permanente disputa” e “disputa
permanente”; “funcionamento concreto” e “concreto funcionamento”; “texto abstrato” e
“abstrato texto”; “longa ditadura” e “ditadura longa”; “medidas urgentes” e “urgentes medidas”;
“atenção devida” e “devida atenção”; “estudo recente” e “recente estudo”; “abominável tráfico
humano” e “tráfico humano abominável”
Ex.6: “Uma pesquisa mostra que 86% dos doadores são indianos. Uma pesquisa mostra que
“86% dos indianos são doadores.”. Dizer que “86% dos doadores são indianos” significa que
no total do grupo de doadores, 86% são indianos e os outros 14% do grupo de doadores não
são. Porém, dizer que “86% dos indianos são doadores” significa que no total do grupo de
indianos, 86% são doadores e os outros 14% do grupo de indianos não são. Enfim, a troca do
adjetivo alterou o sentido/significado.

VOZES VERBAIS
Quando se fala em “vozes verbais”, fala-se em “ação”. As vozes verbais indicam a
relação entre o sujeito e a ação expressa pelo verbo. Em português, o verbo se distribui em 3
vozes:
1) Voz Ativa: quando o sujeito pratica a ação; então, o verbo de uma oração está na
voz ativa quando a ação é praticada pelo sujeito, ou seja, o sujeito é o agente da ação verbal.
“Agente” é aquele que pratica a ação. Então, na voz ativa, o sujeito é o agente. Ex.: “O aluno
inteligente estuda toda a matéria.” – “O aluno inteligente” apresenta a função sintática de
sujeito; e o dizer que o sujeito “estuda toda a matéria” se quer dizer que ele é o agente da
ação verbal (da ação de estudar); assim, essa oração está na voz ativa.
2) Voz Passiva: quando o sujeito sofre/recebe a ação; então, o verbo de uma oração
está na voz passiva quando a ação é sofrida pelo sujeito, que não é o mesmo que pratica a
ação verbal, ou seja, o sofredor da ação verbal é o sujeito. Então, na voz passiva, o sujeito
é o paciente. Ex.: “Toda matéria é estudada pelo aluno inteligente.” – “Toda matéria” é
sujeito; aqui, o sujeito (“Toda matéria”) não pratica a ação de estudar, mas sofre tal ação.
3) Voz Reflexiva: quando o sujeito pratica e, ao mesmo tempo, recebe a ação. Nesse
tipo de voz, faz-se o uso de verbos pronominais, aqueles verbos que são acompanhados do
pronome “se”.
• VERBOS PRONOMINAIS ESSENCIAIS: são os verbos obrigatoriamente
acompanhados de pronomes oblíquos: “abster-se”, “apiedar-se”, “arrepender-se”,
“atrever-se”, “indignar-se”, “queixar-se”, “suicidar-se”, “zangar-se”.
• VERBOS PRONOMINAIS ACIDENTAIS: são os verbos que podem se apresentar sem
o pronome oblíquo: “aceitar-se” (verbo “aceitar”), “desculpar-se” (verbo “desculpar”),
“esquecer-se” (verbo “esquecer”), “iludir-se” (verbo “iludir”), “lembrar-se” (verbo
“lembrar”), “pentear-se” (verbo “pentear”), “ver-se” (verbo “ver”), “encontrar-se” (verbo
“encontrar”).
Obs.: Muitas vezes o verbo pronominal é regido por preposição. Veja os exemplos:
1) “Eu esqueci algo em casa.” e “Eu me esqueci de algo em casa.”
2) “Eles lembram o que aconteceu lá?” e “Eles se lembram do que aconteceu lá?”

“ENCONTRAR” e “ENCONTRAR-SE”
Veja as duas frases: “Encontrou o aluno.” e “Encontrou com o aluno.”. A primeira frase
existe, mas não a segunda. Porque o verbo “encontrar” é v. trans. dir. (VTD), já que “quem
encontra, encontra alguém [mas não com alguém]”. Daí estar errada a frase dois, para esta
estar correta é preciso acrescentar o pron. “se” no verbo (ficando “encontrar-se”). Veja:
• ENCONTRAR (VTD): “Encontrou o aluno.” – o verbo “encontrar” é v. trans. dir. (VTD),
pois “quem encontra, encontra alguém”. Portanto está correta. Também pode
acrescentar o pron. “se”: “Encontrou-se o aluno.” – “O aluno” é sujeito; a forma verbal
“encontrou” é v. intr. (VI); e o “se” é pron. apassivador (PA).
• ENCONTRAR-SE (VTI): “Encontrou-se com o aluno.” – o verbo “encontrar-se” é v.
trans. indir. (VTI), pois “quem se encontra, se encontra com alguém”. Então “com o
aluno” é obj. indir. (OI); a forma verbal “encontrou-se” é v. trans. indir. (VTI); e o “se”
é parte integrante do verbo (PIV), que é um verbo pronominal acidental.

“LEMBRAR” e “LEMBRAR-SE”
Veja as duas frases: “Lembrou o dia da prova.” e “Lembrou do dia da prova.”. A
primeira frase existe, mas não a segunda. Porque o verbo “lembrar” é v. trans. dir. (VTD), já
que “quem lembra, lembra alguma coisa [mas não de alguma coisa]”. Daí estar errada a frase
dois, para esta estar correta é preciso acrescentar o pron. “se” no verbo (ficando “lembrar-
se”). Veja:
• LEMBRAR (VTD): “Lembrou o dia da prova.” – o verbo “lembrar” é v. trans. dir. (VTD),
pois “quem lembra, lembra alguma coisa”. Portanto está correta. Também pode
acrescentar o pron. “se”: “Lembrou-se o dia da prova.” – “O dia da prova” é sujeito; a
forma verbal “lembrou” é v. intr. (VI); e o “se” é pron. apassivador (PA).
• LEMBRAR-SE (VTI): “Lembrou-se do dia da prova.” – o verbo “lembrar-se” é v. trans.
indir. (VTI), pois “quem se lembrar, se lembra de algo”. Então “do dia da prova” é obj.
indir. (OI); a forma verbal “lembrou-se” é v. trans. indir. (VTI); e o “se” é parte
integrante do verbo (PIV), que é um verbo pronominal acidental.

VOZ ATIVA PARA PASSIVA


As funções mudam, o que é objeto em uma passa a ser sujeito em outra frase etc. Para
que haja transposição (transformação) da voz ativa para a voz passiva, é necessário
que:
• na voz ativa apareça o objeto direto (não ODP e muito menos o OI). Ou seja, a
única frase que não admite transposição para a voz passiva é a frase sem objeto direto
(OD).
O que acontece na transposição (transformação) da voz ativa para a voz passiva?
a) As funções mudam:
• O objeto direto (não o OI nem o ODP) da voz ativa passará a ser (sem alteração) o
sujeito da voz passiva. Como em qualquer frase o núcleo do sujeito não pode nunca
ser preposicionado (ter preposição), então o sujeito da voz passiva que nasce do objeto
da voz ativa, nunca poderá nascer de qualquer objeto; então o sujeito da passiva que
nasce do objeto da ativa, só poderá vir de objeto direto (mas nunca objeto direto
preposicionado ou objeto indireto);
• O sujeito da voz ativa será (com alteração usando preposição) o agente da passiva;
• Todas as outras funções permanecem inalteradas, tais como objeto indireto, adjunto
adverbial etc.
b) Aumento de um verbo na voz passiva:
• Sempre acrescentará um verbo a mais na voz passiva. Ou seja, se na voz ativa,
tivermos apenas um verbo (“... estuda...”), então na voz passiva, acrescentará mais um
verbo (“... foi estudado[a]...); ou, se na voz ativa tiver uma locução verbal de dois verbos
(“... deve estudar...”), na voz passiva tal locução terá três verbos (“... deve ser
estudo[a]...”), e assim por diante. Em outras palavras, ao usar a locução verbal na voz
passiva, sempre teremos um verbo a mais do que se tem na voz ativa. Ou seja, sempre
a voz passiva analítica apresentará uma locução verbal com um verbo a mais do que
a voz ativa.
• Necessariamente, os verbos da voz ativa e passiva aparecerão no mesmo tempo verbal
(ou no presente, ou no passado ou no futuro) se houver a intenção de se fazer
correspondência. Por exemplo: na voz passiva – “... serão afetados...” – é uma locução
verbal cujo tempo está no futuro do presente (“serão”), então na voz ativa, terá que ser
no fut. do pres. (“afetará”).

Exemplos de transformação da ativa para a passiva:


VOZ ATIVA: “O aluno inteligente estuda toda matéria.” – “O aluno inteligente” é sujeito e está
na voz ativa porque ele praticou a ação de “estudar”; a forma verbal “estuda” é VTD; e “toda
matéria” é OD.
VOZ PASSIVA: “Toda matéria é estudada pelo aluno inteligente.” – “Toda matéria” é sujeito
(o qual era obj. dir. da voz ativa) e está na voz passiva porque ele sofreu a ação de “estudar”;
“é estudada” é locução verbal; e “pelo aluno inteligente” é agente da passiva.

VOZ ATIVA: “O casal viu um bom filme.” – “O casal” é sujeito e está na voz ativa porque ele
praticou a ação de “ver”; a forma verbal “viu” é VTD (porque não pede preposição, já que a
pergunta é: “O casal viu o que?”, resposta “um bom filme”); “um bom filme” é OD.
VOZ PASSIVA: “Um bom filme foi visto pelo casal.” – “Um bom filme” é sujeito e está na voz
passiva porque ele sofreu a ação de “ver”; “foi visto” é locução verbal; e “pelo casal” é agente
da passiva.

VOZ ATIVA: “O casal assistiu a um bom filme.” – “O casal” é sujeito e está na voz ativa
porque ele praticou a ação de “assistir”; a forma verbal “assistiu” é VTI (porque pede
preposição, já que a pergunta é: “O casal assistiu a que?”, resposta “a um bom filme”); “a um
bom filme” é OI.
VOZ PASSIVA (errada): “Um bom filme foi visto pelo casal.” – tal frase não existe porque ela
veio de uma frase direta ausente de objeto direto.

VOZ ATIVA: “O aluno estudou aquela matéria.” – “O aluno” é sujeito e está na voz ativa
porque ele praticou a ação de “estudar”; a forma verbal “estudou” é VTD; “aquela matéria” é
OD. VOZ ATIVA: “O aluno deve gostar daquela matéria.” – “O aluno” é sujeito e está na voz
ativa porque ele praticou a ação de “gostar”; a locução verbal “deve gostar” é VTI (porque o
verbo principal “gostar” é VTI, já que “quem gosta, gosta de algo”); e “daquela matéria” é OI.
VOZ [?]: “O rapaz deve ser feliz.” – “O rapaz” é sujeito; a locução verbal “deve ser” é verbo
de ligação (VL, porque o verbo principal “ser” liga o sujeito a uma qualidade ou estado ou
modo de ser [ou seja, liga o sujeito ao seu predicado]); e “feliz” é predicativo do sujeito.

VOZ ATIVA: “Aquela banda cantou a música.” – “Aquela banda” é sujeito e está na voz ativa
porque ele praticou a ação de “cantar”; a forma verbal “cantou” é VTD; “a música” é OD.
VOZ PASSIVA: “A música foi cantada por aquela banda.” – “A música” é sujeito e está na
voz passiva porque ele sofreu a ação de “cantar”; a locução verbal “foi cantada” é VTD; “por
aquela banda” é agente da passiva.

VOZ ATIVA: “Aquela banda deve cantar a música.” – “Aquela banda” é sujeito e está na voz
ativa porque ele praticará a ação de “cantar”; a locução verbal “deve cantar” é VTD (porque o
verbo principal “cantar” é v. trans. dir., já que “quem canta, canta algo”); “a música” é OD.
VOZ PASSIVA: “A música deve ser cantada por aquela banda.” – “A música” é sujeito e está
na voz passiva porque ele sofrerá a ação de “cantar”; a locução verbal “deve ser cantada” é
VTD (porque o verbo principal “cantar” é v. trans. dir., já que “quem canta, canta algo”); “por
aquela banda” é agente da passiva.

VOZ ATIVA: “Aquela banda deve começar a cantar a música.” – “Aquela banda” é sujeito e
está na voz ativa porque praticará a ação de “cantar”; a locução verbal “deve começar a cantar”
é VTD (porque o verbo principal “cantar” é v. trans. dir., já que “quem canta, canta algo”); “a
música” é OD.
VOZ PASSIVA: “A música deve começar a ser cantada por aquela banda.” – “A música” é
sujeito e está na voz passiva porque ele sofrerá a ação de “cantar”; a locução verbal “deve
começar a ser cantada” é VTD (porque o verbo principal “cantar” é v. trans. dir., já que “quem
canta, canta algo”); “por aquela banda” é agente da passiva.
VOZ ATIVA: “A moça olhou o rapaz com raiva.” – “A moça” é sujeito e está na voz ativa
porque praticou a ação de “olhar”; a forma verbal “olhou” é VTD; “o rapaz” é OD; e “com raiva”
é adj. adverbial.
VOZ PASSIVA: “O rapaz foi olhado pela moça com raiva.” – “O rapaz” é sujeito e está na
voz passiva porque ele sofreu a ação de “olhar”; a locução verbal “foi olhado” é VTD; “pela
moça” é agente da passiva; e “com raiva” é adj. adverbial.

VOZ ATIVA: “Lucinha amou Leonardo.” – “Lucinha” é sujeito e está na voz ativa porque
praticou a ação de “amar”; a forma verbal “amou” é VTD; “Leonardo” é OD.
VOZ PASSIVA: “Leonardo foi amado por Lucinha.” – “Leonardo” é sujeito e está na voz
passiva porque ele sofreu a ação de “amar”; a locução verbal “foi amado” é VTD; “por Lucinha”
é agente da passiva.

VOZ ATIVA: “A testemunha diria toda a verdade.” – “A testemunha” é sujeito e está na voz
ativa porque praticou a ação de “dizer”; a forma verbal “diria” é VTD; “toda a verdade” é OD.
VOZ PASSIVA: “Toda a verdade seria dita pela testemunha.” – “Toda a verdade” é sujeito e
está na voz passiva porque ele sofreu a ação de “dizer”; a locução verbal “seria dita” é VTD;
“pela testemunha” é agente da passiva.

Frase ativa que não passa para a passiva (pela falta de OD):
VOZ ATIVA: “Os alunos assistiram a uma boa aula.” – “Os alunos” é sujeito, e está na voz
ativa porque ele praticou a ação de “assistir”; a forma verbal “assistiram” é VTI (porque pede
preposição, já que a pergunta é: “Os alunos assistiram a que?”, resposta “a uma boa aula”); e
“a uma boa aula” é OI.
VOZ PASSIVA (errada): “Uma boa aula será assistida pelos alunos.” – Tal frase está
errada porque ela veio de uma frase que não possui objeto direto (“Os alunos assistiram a
uma boa aula.”) e daí que ao transformar o objeto indireto (da ativa) em sujeito (da passiva)
tirou-se a preposição. Mesmo estando a frase errada, se ela fosse analisada ficaria assim: o
complemento “Uma boa aula” é sujeito; “será assistida” é locução verbal; e “pelos alunos” é
agente da passiva.

VOZ ATIVA: “O casal assistiu a um bom filme.” – “O casal” é sujeito e está na voz ativa
porque ele praticou a ação de “assistir”; a forma verbal “assistiu” é VTI (porque pede
preposição, já que a pergunta é: “O casal assistiu a que?”, resposta “a um bom filme”); “a um
bom filme” é OI.
VOZ PASSIVA (errada): “Um bom filme foi assistido pelo casal.” – Tal frase está errada
porque ela veio de uma frase que não possui objeto direto (“O casal assistiu a um bom filme.”)
e daí que ao transformar o objeto indireto (da ativa) em sujeito (da passiva) tirou-se a
preposição. Mesmo estando a frase errada, se ela fosse analisada ficaria assim: “Um bom
filme” é sujeito e está na voz passiva porque ele sofreu a ação de “assistir”; “foi assistido” é
locução verbal; e “pelo casal” é agente da passiva.

VOZ ATIVA: “Nas férias, eles sempre assistiam a bons filmes.” – Tal frase não apresenta obj.
dir. (OD), daí não ser possível sua transposição para a passiva.
VOZ PASSIVA (errada): “Nas férias, bons filmes sempre eram assistidos por eles.” –
Tal frase está errada porque ela veio de uma frase que não possui objeto direto. Ou seja,
pegou-se o obj. indir. (OI) da ativa e transportou para o sujeito da passiva.

VOZ PASSIVA
A voz passiva é indicada de duas maneiras, ou seja, há duas maneiras de fazer o sujeito
sofrer a ação:
1. Passiva Analítica ou Locucional (com locução verbal): mediante o uso dos verbos
auxiliares ser e estar e o particípio de certos verbos ativos: ser visto (sou visto, és visto,
é visto...); estar abatido (estou abatido, estava abatido...). Raramente, a passiva
analítica aparecerá com outros verbos que desempenharão a função de verbo auxiliar.
2. Passiva Sintética ou Pronominal (com pronome apassivador): é formada mediante o
uso do pronome SE (pronome apassivador). Neste caso, o elemento agente
desaparece, porque não interessa ao narrador mencioná-lo.

Passando da VOZ ATIVA para os dois tipos de VOZ PASSIVA


Ex. 1: VOZ ATIVA: “[Ele] Vendeu uma bela casa.” – O complemento “uma bela casa” é obj.
dir. (OD); a forma verbal “vendeu” é v. trans. dir. (VTD).
- VOZ PASSIVA (Locucional): “Uma bela casa foi vendida [por ele].” ou “[por ele,] Foi vendida
uma bela casa.” – “Uma bela casa” é sujeito (na voz passiva locucional); e a locução verbal
“foi vendida” é v. intrans. (VI). Então, seria ERRADO analisar o “foi vendida” como v. trans.
dir. (VTD) e “uma bela casa” como obj. dir. (OD). Tanto que “uma bela casa” é sujeito que se
passássemos a mesma frase para o plural, o verbo também iria para o plural, veja: “Umas
belas casas foram vendidas.” ou “Foram vendidas umas belas casas.” – ou seja, o verbo
tem de ir para o plural porque tem de concordar com o sujeito.
- VOZ PASSIVA (Pronominal): “Vendeu-se uma bela casa.” – “Uma bela casa” é sujeito (na
voz passiva pronominal); e a locução verbal “foi vendida” é v. intrans. (VI). Então, seria
ERRADO analisar o “vendeu-se” como v. trans. dir. (VTD) e “uma bela casa” como obj. dir.
(OD). Tanto que “uma bela casa” é sujeito que se passássemos a mesma frase para o plural,
o verbo também iria para o plural, veja: “Venderam-se várias belas casas.” – ou seja, o verbo
tem de ir para o plural porque tem de concordar com o sujeito.
Ex. 2: VOZ ATIVA: “Falou muita coisa.” – O complemento “muita coisa” é obj. dir. (OD); a
forma verbal “falou” é v. trans. dir. (VTD).
- VOZ PASSIVA LOCUCIONAL: “Foi falado muita coisa.” ou “Muita coisa foi falado.” – “Muita
coisa” é sujeito, dando origem a voz passiva locucional; e a loc. verbal “foi falado” é v. intrans.
(VI).
- VOZ PASSIVA PRENOMINAL: “Falou-se muita coisa.” – “Muita coisa” é sujeito; a forma
verbal “falou” é v. intrans. (VI), e o “se” é pronome apassivador dando origem à voz passiva
locucional.

Compare a passagem da voz passiva pronominal para a locucional


a) “Vendeu-se uma bela casa.” equivale a “Uma bela casa foi vendida.” ou “Foi vendida
uma bela casa.”
b) “Pediu-se ajuda.” equivale a “Ajuda foi pedida.” ou “Foi pedida ajuda.”.
c) “Comprou-se um carro.” equivale a “Um carro foi comprado.” ou “Foi comprado um
carro.”.
d) “Na cidade de Atenas, considerava-se cidadão qualquer ateniense maior de 18
anos...” equivale a “Na cidade de Atenas, era considerado cidadão qualquer ateniense
maior de 18 anos...”.
e) “... é preciso evitar a todo custo que se usem mais recursos do que a natureza é capaz
de repor.” equivale a “... é preciso evitar a todo custo que mais recursos sejam
usados...”.
f)
Obs.: na passagem da voz passiva pronominal para a locucional ou vice-versa, três coisas
devem ser observadas: a) temporalidade verbal b) concordância verbal c) colocação
pronominal.
- Exemplo de erro de temporalidade: “Falou-se...” está no passado, então seria errado
transformar em “É falada...”, porque aqui está no presente. Então o correto seria: “Foi
falada...”.
- Exemplo de erro de concordância verbal: “Falaram-se muitas coisas...” está no plural, então
seria errado transformar em “Foi falada muitas coisas.”, porque aqui está no singular. Então
o correto seria: “Foram faladas muitas coisas.”.
- Exemplo de erro de colocação pronominal: “... sempre foram comprados bons livros.” –
Observe que antes da locução verbal, temos um advérbio [de tempo], que é um fator
proclítico (de próclise), isso quer dizer que o pronome “se” (PA) tem de vir antes da locução
verbal. Portanto seria errado dizer “... sempre compraram-se bons livros.”, porque aqui o “se”
está depois da locução. O certo seria “... sempre se compraram bons livros.” com o “se” antes
da locução. Veja abaixo:

PALAVRAS ATRATIVAS QUE COLOCAM O PRONOME “SE” ANTES DO VERBO


• Negativas: não, nunca, ninguém, jamais etc. Ex.: “Não se esqueça de mim.”; “Não a
convidei.”
• Advérbios: hoje, amanhã, sempre, agora etc. Ex.: “Agora se negam a depor.”.
• Pronomes: a) Relativos: que, qual, cujo etc. b) Indefinidos: nada, algum, nenhum etc.
c) Interrogativos: quem, quando, como etc. d) Demonstrativo: esses, essas, aqueles
etc.
• Sujeito: eu, tu, você, ele(a), nós, vós, vocês, eles(as). (Eu, Edson, tenho de confirmar
esse tópico)
• Subordinadas (conjunções subordinativas): Ex.: “Embora se arrependesse, não pediu
desculpas.”.
• Exclamativas: a próclise também será feita em frases exclamativas;
• Tipo de construção: a próclise também será feita em frases que trouxerem a seguinte
construção: “em” + “verbo no gerúndio”. Ex.: “Em se tratando de Língua Portuguesa.”.

Cuidado com as frases que apresentam fatores proclíticos:


▪ Sem pronome “se”
Ex.1: “Jamais fala coisas idiotas aos alunos.” – o complemento “coisas idiotas” é obj. dir. (OD)
e “aos alunos” é obj. indir. (OI); a fórmula verbal “fala” é v. trans. dir. e indir. (VTDI); o
“jamais” é
Ex.2: “Nunca confia nas pessoas mentirosas.” – o complemento “nas pessoas mentirosas” é
obj. indir. (OI); a fórmula verbal “confia” é v. trans. indir. (VTI); o “nunca” é
Ex.3: “Quando resolve questões difíceis.” – o complemento “questões difíceis” é obj. dir.
(OD), pois quem “resolve”, resolve alguma coisa (OD); a fórmula verbal “resolve” é v. trans.
dir. (VTD); o “quando” é
Obs.: apenas as frases 1 e 3 aceitam a voz passiva (por possuir obj. direto).
▪ Com pronome “se” (próclise)
Ex.1: “Jamais fala coisas idiotas aos alunos.” – adicionando o pronome “se”: Ex. (errado):
“Jamais falam-se coisas idiotas aos alunos.” – embora o verbo (VTI) foi corretamente ao plural
porque está regido pelo sujeito “coisas idiotas”, a colocação do pronome “se” está errada
porque a negativa “jamais” obriga-o a vir antes do verbo. Ex. (certo): “Jamais se falam coisas
idiotas aos alunos.” – o se” é pron. apassivador (PA), porque a frase original continha OD,
porém vem antes do verbo (próclise) e não depois (ênclise).
Ex.2: “Nunca confia nas pessoas mentirosas.” – adicionando o pronome “se”: Ex. (errado):
“Nunca confia-se nas pessoas mentirosas.” – embora o verbo (VTI) continua corretamente no
singular, a colocação do pronome “se” está errada porque a negativa “nunca” obriga-o a vir
antes do verbo. Ex. (certo): “Nunca se confia nas pessoas mentirosas.” – o se” é pron. indet.
do sujeito (PIS), porque não tinha OD, mas o pronome vem antes do verbo (próclise) e não
depois (ênclise).
Ex.3: “Quando resolve questões difíceis...” – adicionando o pronome “se”: Ex. (errado):
“Quando resolvem-se questões difíceis...” – embora o verbo (VTI) foi corretamente ao plural
porque está regido pelo sujeito “questões difíceis”, a colocação do pronome “se” está errada
porque a conj. subordinativa “quando” obriga-o a vir antes do verbo. Ex. (certo): “Quando se
resolvem questões difíceis...” – o se” é pron. apassivador (PA), porque a frase original
continha OD, porém vem antes do verbo (próclise) e não depois (ênclise).

Outros exemplos de próclise


Ex.1 (certo): “Não te amo.” – a negativa “não” obriga a próclise: Ex. (errado): “Não amo-
te.”.
Ex.2 (certo): “Jamais o convidei.” – a negativa “jamais” obriga a próclise: Ex. (errado):
“Jamais convidei-o.”.
Ex.3 (certo): “Quando me chamaram.” – a conj. subordinativa “quando” obriga a
próclise: Ex. (errado): “Quando chamaram-me.”.

DIFERENÇAS DO “SE”
1. O “se” como partícula ou pronome apassivador (PA): só poderá ser inserido em
frase com objeto direto (OD). O “P.A.” (pron. apassiv.) irá transformar o objeto direto
em sujeito e a voz ativa em passiva pronominal ou sintética. Então, no PA tem sujeito.
2. O “se” como índice, partícula ou pronome indeterminador do sujeito (PIS): poderá
aparecer com qualquer tipo de verbo na 3ª pessoa do singular, salvo os que trouxerem
objeto direto. O “P.I.S.” (pron. indet. do suj.) deixará o sujeito indeterminado. Então, no
PIS o sujeito é indeterminado.
3. O “se” como parte integrante do verbo (PIV): aquilo (“se”) que integra
obrigatoriamente o verbo.

Ex.1: VOZ ATIVA: “Acreditou em pessoas mentirosas.” – O complemento “em pessoas


mentirosas” é obj. indir. (OI); a forma verbal “acreditou” é v. trans. indir. (VTI). Pelo fato
dessa frase não apresentar obj. dir. (OD), então ela não aceita voz passiva. Mas pelo fato dela
não possuir obj. dir. (OD) e o verbo estar na 3ª p. do singular, é possível transformá-la numa
frase com pron. indeterm. do sujeito (PIS), acrescentando o “se”. Veja. VOZ ATIVA (suj.
indeterminado): “Acreditou-se em pessoas mentirosas.” – O complemento “em pessoas
mentirosas” é obj. indir. (OI); a forma verbal “acreditou” é v. trans. indir. (VTI); o “se” é pron.
indet. do sujeito (PIS), portanto o sujeito é indeterminado.

Ex.2: VOZ ATIVA: “Comprou o carro dos sonhos.” – O complemento “o carro dos
sonhos” é obj. dir. (OD); a forma verbal “comprou” é v. trans. dir. (VTD). Pelo fato dessa frase
apresentar obj. dir. (OD), então ela aceita ser transformada na voz passiva. Então, é possível
colocar o “se” de pron. apassivador (PA). Veja VOZ PASSIVA (pronominal): “Comprou-se o
carro dos sonhos.” – “O carro dos sonhos” é sujeito (na voz passiva pronominal); a forma
verbal “comprou” é v. intrans. (VI); e o “se” é pron. apassivador (PA). Ou também,
transformar a frase numa voz passiva locucional, veja a VOZ PASSIVA (locucional): “O carro
dos sonhos foi comprado.” ou “Foi comprado o carro dos sonhos.” – “O carro dos sonhos”
é sujeito (na voz passiva locucional); a locução verbal “foi comprado” é v. intrans. (VI).

Ex.3: VOZ REFLEXIVA [?]: “Arrependeu-se do que fez.” – O complemento “do que
fez” é obj. indir. (OI); a forma verbal “arrependeu” é v. trans. indir. (VTI); e o “se” é parte
integrante do verbo (PIV).
Ex.4: “Os participantes do quartel bem poderiam, para avançar, inspirar-se na última
reunião.” – A expressão “para avançar” está de intrusa, porque está separando a locução
verbal “poderiam inspirar-se”. O sujeito é “os participantes do quartel” pois responde a
pergunta “Quem poderia se inspirar?”. O “se” é parte integr. do verbo (PIV).

O que esses “SE” são: PA, PID, PIV?


a) “Pediu-se ajuda.” equivale a
b) “Precisa-se de ajuda.” equivale
c) “Queixou-se do professor.” equivale

1º passo: tire os “se” das frases, e fica assim: a) “Pediu ajuda.” b) “Precisa de ajuda.” c)
“Queixou do professor.”. Perceba que nas duas primeiras frases é possível retirar o “se” e a
frase ficar gramaticalmente correta, mas a última frase fica gramaticalmente errada; portanto
não existe “Queixou do professor.”, o uso do “se” é obrigatório porque ele é um PIV. [não
existe o verbo “queixar”, só existe “queixar-se”].
2º passo: analise sintaticamente cada uma das frases que você tirou ou tentou tirar o “se”.
a) “Pediu ajuda.”, o complemento “ajuda” é obj. dir. (OD), e a forma verbal “pediu” é v.
trans. dir. (VTD). Como essa frase existe sem a presença do “se”, então eu não posso falar
que quando ela possui o “se”, esse “se” é parte integrante do verbo (PIV). Então, sobram duas
opções: ou é PA ou PID.
b) “Precisa de ajuda.”, o complemento “de ajuda” é obj. indir. (OI), e a forma verbal
“precisa” é v. trans. indir. (VTI). Como essa frase existe sem a presença do “se”, então eu
não posso falar que quando ela possui o “se”, esse “se” é parte integrante do verbo (PIV).
Então, sobram duas opções: ou é PA ou PID.
c) “Queixou do professor.”, essa frase não é analisável porque não existe o verbo
“queixar”; dessa forma não existe “queixei”, “queixavas”, “queixava” etc. Mas existe o verbo
“queixar-se”; dessa forma existe “queixei-me”, “queixavas-te”, “queixava-se” etc. Então,
conclui-se que esse “se” é parte integrante do verbo (PIV).
3º passo: uma vez analisadas as frases sem o uso do “se”, descubra agora que tipo é esse
de “se” – PA, PID, PIV – que se coloca ao lado desses verbos. Regras:
– Se a frase analisada (sem o uso de “se”) contém obj. dir. (OD), então o “se”
acrescentado é pronome apassivador (PA). Como é o caso da frase a) “Pediu ajuda.”, sendo
“ajuda” o OD, e “pediu” o VTD. Daí adicionando o “se” fica: “Pediu-se ajuda.”, sendo “ajuda”
o sujeito (antes era OD) – voz passiva pronominal –, “pediu” é VI, e “se” o pronome
apassivador (PA). A frase na passiva pronominal (i.e., com o pron. “se”) pode ser conferida se
a transposição para a voz passiva locucional ficar correta: “Foi pedida ajuda.” ou “Ajuda foi
pedida.”.
– Se a frase analisada (sem o uso de “se”) não contém obj. dir. (OD), mas contenha
obj. indir. (OI) e o verbo estiver conjugado na 3ª p. do singular, então o “se” acrescentado é
pronome indeterminador do sujeito (PIS). Como é o caso da frase b) “Precisa de ajuda.”,
o OI é “de ajuda” e a forma verbal “precisa” está na 3ª p. do sing. Daí adicionando o “se” fica:
“Precisa-se de ajuda.”, sendo “de ajuda” um OI, “precisa” o VTI, e “se” o pronome
indeterminador do sujeito (PIS) – um sujeito indeterminado. A frase com PIS (i.e., com o pron.
“se” indeterminador) pode ser conferida se ao colocar um sujeito a frase ficar incorreta: “Ele
precisa-se de ajuda.” – (como não existe, então é PIS). Então, para ficar correta, teria que
tirar o PIS (“se”) e acrescentar o suj.: “Ele precisa de ajuda.”
– Se a frase analisada (sem o uso de “se”) não fizer sentido, ou seja, estiver incorreta,
então o “se” acrescentado é parte integrante do verbo (PIV). Como é o caso da frase c)
“Queixou do professor.”, a qual está incorreta sem a presença do “se”, daí ser correto apenas
a construção “Queixou-se do professor.”.
Exemplos de PA, PIS:
Ex.1: “... é preciso evitar a todo custo que se usem mais recursos do que a natureza é capaz
de repor.” – O complemento “mais recursos” é sujeito, e “usem” é VI, e “se” é pron. apassivador
(PA) – voz passiva pronominal. Outro modo: “... mais recursos foram usados...” – voz passiva
locucional.
Ex.2: “Gente boa em inclusão social é o que se quer.” – O “se” não pode ser PIS porque existe
o sujeito na frase – “Gente boa em inclusão social” (que responde à pergunta: “O que é que
se quer?”). O “se” será PA?
Ex.3: “Não podemos ignorar as mudanças que se processam no mundo, sobretudo, a
emergência de países em desenvolvimento...” – O “se” não pode ser PIS porque existe o
sujeito na frase – “as mudanças” (que responde à pergunta: “O que é que se processam no
mundo?”). O “se” será PA?
Ex.4: “Debateram-se ontem, na reunião, as questões sobre ética e moral.” – “as questões
sobre ética e moral” é sujeito, e “debateram” é VI, e “se” é pron. apassivador (PA) – voz
passiva pronominal.
Ex.5: “Devem-se considerar as ponderações que ela tem feito sobre o assunto.” – “as
ponderações” é sujeito, e a locução verbal “devem-se considerar” é VI, e “se” é pron.
apassivador (PA) – voz passiva pronominal.
Ex.6: “Fala-se muito, atualmente, sobre política.” – “sobre política” é obj. indir. (OI); “fala” é
v. trans. ind. (VTI); e “se” é pron. ind. do suj. (PIS).
Ex.7: “Trata-se de angústia.” – “de angústia” é obj. indir. (OI); “trata” é v. trans. ind. (VTI); e
“se” é pron. ind. do suj. (PIS).

Analisando as 4 frases abaixo: com e sem o pronome “se”


▪ Sem o pronome “se”
Ex.1: “Perguntou uma coisa interessante.” – O complemento “uma coisa interessante”
é obj. dir. (OD); a forma verbal “perguntou” é v. trans. dir. (VTD).
Ex.2: “Precisa de explicação satisfatória.” – O complemento “de explicação satisfatória”
é obj. indir. (OI); a forma verbal “precisa” é v. trans. indir. (VTI).
Ex.3: “Mora bem aqui no Brasil.” – O complemento “bem” indica modo; “aqui” indica
lugar; “no Brasil” também indica lugar, portanto, todos eles são adjuntos adverbiais; a forma
verbal “mora” é v. intrans. (VI).
Ex.4: “Vive sempre em lugares diferentes.” – O complemento “sempre” indica tempo;
“em lugares diferentes” indica lugar, portanto, todos eles são adjuntos adverbiais; a forma
verbal “mora” é v. intrans. (VI).
1ª observação: como cada frase acima está correta sem a presença do “se”, então qualquer
“se” que for adicionada a ela não será parte integrante do verbo (PIV); assim só poderá ser ou
PA ou PIS.
2ª observação: quantas frases acima podemos passar para a voz passiva? Somente a
frase/exemplo 1, porque só ela tem o objeto direto (OD); então somente nela é possível colocar
o pronome apassivador (PA), já que o PA só pode ser colocada em frase que aceita voz
passiva. Obs.: é possível colocar o pronome “se” em todas as frases, porém não se pode
colocar PA nelas todas.
▪ Com o pronome “se”
Ex.1: “Perguntou-se uma coisa interessante.” – “uma coisa interessante” é sujeito
(antes era OD); a forma verbal “perguntou” é v. intrans. (VI, antes era VTD); o “se” é pron.
apassivador (PA);
Ex.2: “Precisa-se de explicação satisfatória.” – O complemento “de explicação
satisfatória” é obj. indir. (OI); a forma verbal “precisa” é v. trans. indir. (VTI); o “se” é pron.
ind. do suj. (PIS) [veja que o verbo está na 3ª p. do singular].
Ex.3: “Mora-se bem aqui no Brasil.” – O complemento “bem” indica modo; “aqui” indica
lugar; “no Brasil” também indica lugar, portanto, todos eles são adjuntos adverbiais; a forma
verbal “mora” é v. intrans. (VI); o “se” é pron. ind. do suj. (PIS) [veja que o verbo está na 3ª
p. do singular].
Ex.4: “Vive-se sempre em lugares diferentes.” – O complemento “sempre” indica
tempo; “em lugares diferentes” indica lugar, portanto, todos eles são adjuntos adverbiais; a
forma verbal “mora” é v. intrans. (VI); o “se” é pron. ind. do suj. (PIS) [veja que o verbo está
na 3ª p. do singular].

Analisando mais 4 frases abaixo: com e sem o pronome “se”


▪ Sem o pronome “se”
Ex.1: “Perguntou muitas coisas interessantes.” – O complemento “muitas coisas
interessantes” é obj. dir. (OD); a forma verbal “perguntou” é v. trans. dir. (VTD).
Ex.2: “Obedeceu aos regulamentos da empresa.” – O complemento “aos regulamentos
da empresa” é obj. indir. (OI); a forma verbal “obedeceu” é v. trans. indir. (VTI).
Ex.3: “Comeu dos doces mais saborosos.” – O complemento “dos melhores doces” não
é obj. indir. (OI) e sim obj. dir. preposicionado (ODP) – prova de que não é OI que a
preposição (“de”) do objeto não vem do verbo; a forma verbal “comeu” é v. trans. dir. (VTD).
Ex.4: “Cometeu ao amigo traições perversas.” – O complemento “ao amigo” é obj. ind.
(OI); “traições perversas” é obj. dir. (OD); a forma verbal “cometeu” é v. trans. dir. e indir.
(VTDI).
1ª observação: como cada frase acima está correta sem a presença do “se”, então qualquer
“se” que for adicionada a ela não será parte integrante do verbo (PIV); assim só poderá ser ou
PA ou PIS.
2ª observação: quantas frases acima podemos passar para a voz passiva? As
frases/exemplos 1 e 4 porque só elas têm objeto direto (OD) – e não a frase 3 que tem ODP.
Então somente na frase 1 e na 4 é possível colocar o pronome apassivador (PA), já que o PA
só pode ser colocada em frase que aceita voz passiva. Obs.: é possível colocar o pronome
“se” em todas as frases, porém não se pode colocar PA nelas todas.
▪ Com o pronome “se”
Ex.1 (errado): “Perguntou-se muitas coisas interessantes.” – Veja: o complemento
“muitas coisas interessantes” é sujeito (antes era OD); a forma verbal “perguntou” é v.
intrans. (VI) e como o sujeito (e não o objeto) é quem flexiona o verbo, então o verbo tem de
ser flexionado para o plural pelo sujeito que está no plural; portanto passe o verbo para o
plural. Ex.1 (certo): “Perguntaram-se muitas coisas interessantes.” – o complemento “muitas
coisas interessantes” é sujeito; a forma verbal “perguntaram” é v. intrans. (VI); o “se” é pron.
apassivador (PA). Veja um outro exemplo certo da voz passiva (locucional): “Foram
perguntadas muitas coisas interessantes.” ou “Muitas coisas interessantes foram
perguntadas.”
Ex.2: “Obedeceu-se aos regulamentos da empresa.” – O complemento “aos
regulamentos da empresa” é obj. indir. (OI); a forma verbal “obedeceu” é v. trans. indir. (VTI),
e não deve ir para o plural porque é o OI que está no plural e não o sujeito (que nesse caso,
está indeterminado); o “se” é pron. ind. do suj. (PIS) [veja que o verbo está na 3ª p. do
singular].
Ex.3: “Comeu-se dos doces mais saborosos.” – O complemento “dos doces mais
saborosos” não é obj. indir. (OI) e sim obj. dir. preposicionado (ODP) – prova de que não é
OI que a preposição (“de”) do objeto não vem do verbo; a forma verbal “comeu” é v. trans.
dir. (VTD); o “se” é pron. ind. do suj. (PIS) [veja que o verbo está na 3ª p. do singular].
Ex.4 (errado): “Cometeu-se ao amigo traições perversas.” – Veja: o complemento “ao
amigo” é obj. indir. (OI); o complemento “traições perversas” é sujeito (antes era OD); a
forma verbal “cometeu” é v. trans. ind. (VTI) e como o sujeito (e não o objeto) é quem flexiona
o verbo, então o verbo tem de ser flexionado para o plural pelo sujeito que está no plural;
portanto passe o verbo para o plural. Ex.4 (certo): “Cometeram-se ao amigo traições
perversas.” – o complemento “traições perversas” é sujeito; a forma verbal “cometeram” é v.
trans. ind. (VTI); o “se” é pron. apassivador (PA). Veja um outro exemplo certo da voz
passiva (locucional): “Foram cometidas ao amigo traições perversas.” ou “Traições perversas
foram cometidas ao amigo.”

Analisando mais outras 4 frases abaixo: com e sem o pronome “se”


▪ Sem o pronome “se”
Ex.1: “Resolveram aqueles exercícios.” – O complemento “aqueles exercícios” é obj.
dir. (OD); a forma verbal “resolveram” é v. trans. dir. (VTD).
Ex.2: “Precisava de exercícios difíceis.” – O complemento “de exercícios difíceis” é obj.
indir. (OI); a forma verbal “precisava” é v. trans. indir. (VTI).
Ex.3 (errada): “Suicidou naquele dia.” – tal frase não existe, porque o “se” faz parte do
verbo “suicidar-se”.
▪ Com o pronome “se”
Ex.1: “Resolveram-se aqueles exercícios.” – A expressão “aqueles exercícios” é
sujeito; a forma verbal “resolveram” é v. intrans. (VI); o “se” é pron. apassivador (PA).
Ex.2: “Precisava-se de exercícios difíceis.” – O complemento “de exercícios difíceis” é
obj. indir. (OI); a forma verbal “precisava” é v. trans. indir. (VTI); o “se” é pron. indet. do suj.
(PIS).
Ex.3: “Suicidou-se naquele dia.” – “Naquela dia” é adjunto adverbial [de tempo]; o
“se” é parte integrante do verbo (PIV), já que sem esse pronome, a frase fica incorreta (não
existe: “Suicidou naquele dia.”), e o “se” não é pron. indet. do suj. (PIS) porque caso você
simule um sujeito a frase continua certa (“O aluno suicidou-se naquele dia.”).

PRONOME REFLEXIVO: indicará que o sujeito é, ao mesmo tempo, o praticante e o sofredor


da ação que é expressa pelo verbo.
PRONOME RECÍPROCO: indicará que uma única ação será praticada por mais de um ser.
Ex.1: “O pescador se cortou com a faca.” – O sujeito “o pescador” é tanto quem pratica
quanto quem sofre a ação de “cortar”; então o “se” é pronome reflexivo;
Ex.2: “A multidão se abraçou na hora do gol.” – A ação de “abraçar” foi praticada por várias
pessoas (“multidão”); então o “se” é pronome recíproco;
Ex.3: “Eles se respeitam.” – A ação de “respeitar” foi praticada por várias pessoas (“eles”);
então o “se” é pronome recíproco;
Ex.4: “Os pescadores se cortaram com a faca.” – essa má construção gramatical dá um
sentido ambíguo porque pode estar querendo dizer que “cada pescador corta a si próprio”
(nesse caso, seria pron. reflexivo) ou que “cada pescador cortou um ao outro” (nesse caso,
seria pron. recíproco). Fora de um contexto, tal frase não pode ser analisada por ser ambígua.

CONCORDÂNCIA NOMINAL
▪ Dois subst. com gêneros iguais: Ex.1: “Mãe e filha bonita.” [concordância atrativa] ou
“Mãe e filha bonitas.” [concordância gramaticalmente, concordância com os dois
subst.]. Ex.2: “Pai e filho bonito.” [concordância atrativa] ou “Pai e filho bonitos.”
[concordância gramaticalmente, concordância com os dois subst.]. Outro exemplo: “...
está diminuindo a nossa capacidade de concentração e contemplação profunda.”
[concordância atrativa] ou “... está diminuindo a nossa capacidade de concentração e
contemplação profundas.” [concordância gramatical, concordância com os dois
subst.].
Quando se tem uma série de substantivos do mesmo gênero e depois um adjetivo, a
gramática normativa admite a concordância com o núcleo mais próximo (i.e., com o último
substantivo da série – isso se chama concordância atrativa) ou que você concorde com os
dois substantivos.
▪ Dois subst. com gêneros distintos: Ex.1: “Pai e filha bonita.” [concordância atrativa] ou
“Pai e filha bonitos.” [concordância gramaticalmente, prevalece a concordância no
masc.]. Ex.2: “Carne e sorvete saboroso.” [concordância atrativa] ou “Carne e sorvete
saborosos.” [concordância gramatical, prevalece a concordância no masc.].
Quando se tem uma série de substantivos com gêneros distintos (masc. e fem.) e
depois um adjetivo, a gramática normativa admite a concordância com o núcleo mais próximo
(concordância atrativa) ou apenas a concordância no masculino.
▪ Vários subst. no fem. e um só no masc.: Ex.1: “Pai, mãe e filha bonita.” [concordância
atrativa] ou “Pai, mãe e filha bonitos.” [concordância gramatical, prevalece a
concordância no masc.].
Quando se tem uma série de substantivos com gêneros distintos (masc. e fem.) e
depois um adjetivo, a gramática normativa admite a concordância com o núcleo mais próximo
(concordância atrativa) ou apenas a concordância no masculino.

Obs.: Ex.1: “Respiração e circulação sanguínea.” [concordância atrativa], é uma frase


correta. Agora, é errado dizer “Respiração e circulação sanguíneas.”, porque embora os dois
substantivos estejam no feminino, o adjetivo “sanguíneo” só se aplica ao subst. “circulação”
(“circulação sanguínea”), e não ao subst. “respiração”, já que não existe “respiração
sanguínea”. Ex.2: “Casa e sorvete saboroso.” [concordância atrativa], é uma frase correta.
Agora, é errado dizer “Casa e sorvete saborosos.”, porque embora haja dois substantivos, o
adjetivo “saboroso” só se aplica ao subst. “sorvete” (“sorvete saboroso”), já que não existe
“casa saborosa”.
O substantivo “milhar” é masculino. Daí ser errado dizer: “As milhares de mulheres...”,
“As milhares de fãs...” etc. O certo, então, é: “Os milhares de mulheres...”, “Os milhares de
fãs...” etc.
Exemplos de concordância nominal:
“As mulheres, por si sós [não “por si só”], são indecisas nas escolhas.”.
“Comenta-se como certa [não “certo”] a presença dele no congresso.”. – “certa”
concorda com o subst. “presença” (sujeito “a presença dele no congresso”).
“Um assunto desses não deve [e não “devem”] ser discutido em público.”. – O verbo
“deve” concorda com o subst. “um assunto”.
“Perdi muito tempo comprando aquelas blusas rosa [não “blusas rosas”].”. – Pelo fato
de o substantivo “rosa” ser usado como adjetivo, ele sempre será invariável.

Adjetivo usado para designar Cor


Quando um adjetivo (uma palavra que primitivamente é adjetiva) é usado numa frase
como adjetivo, então ele irá variar (concordando assim com o substantivo a que ele se refere).
Exemplo de palavras primitivamente adjetivas usadas como adjetivas (adjetivos simples). a)
adjetivo “claro”: “Sapato claro” [“claro” concordando com o subst. “sapato”], “Sapatos claros”,
“Blusa clara” [“clara” concordando com o subst. “blusa”], “Blusas claras”. b) adjetivo “escuro”:
“Sapato escuro”, “Sapatos escuros”, “Blusa escura”, “Blusas escuras”.
Sempre que se usar um adjetivo para designar uma cor, ele irá concordar com o
substantivo a que se refere. Vamos ver o adjetivo “claro” para designar cor. Exemplos em
adjetivos compostos: “Sapato amarelo-claro” [“claro” concordando com o subst. “sapato”],
“Sapatos amarelo-claros”, “Blusa amarelo-clara”, “Blusas amarelo-claras”.

Substantivo usado como Adjetivo


Sempre que se usar um substantivo (uma palavra que primitivamente é substantiva)
como um adjetivo, tal palavra será invariável, já que trocou a classe de palavra, passando do
subst. para o adj. É o que acontece quando se usa um substantivo para designar cor (adj.).
Exemplo de palavra primitivamente substantiva usada como adjetiva. a) substantivo
“cinza”: “Sapato cinza” [“cinza”, invariável, porque de subst. passou a ser adj.], “Sapatos
cinza”, “Blusa cinza”, “Blusas cinza”. b) substantivo “rosa”: “Sapato rosa”, “Sapatos rosa”,
“Blusa rosa”, “Blusas rosa”. c) substantivo “canário”: “Sapato amarelo-canário” [“canário”,
invariável, porque de subst. passou a ser adj.], “Sapatos amarelo-canário”, “Blusa amarelo-
canário”, “Blusas amarelo-canário”.
Veja o caso dos substantivos compostos:
As palavras “manga” e “espada”, fora do contexto, são substantivas. Ou seja,
primitivamente, tais palavras são substantivas. Mas se eu disser “manga-espada”, então, a
palavra “manga” continua sendo substantiva (portanto, variável) e a palavra “espada” passa a
ser adjetiva (invariável, já que tal palavra trocou de classe). Portanto, existe corretamente:
“manga-espada”, “mangas-espada”. É o que acontece também em: “peixe-boi”, “peixes-boi”.

CONCORDÂNCIA VERBAL

Concordância com “TUDO”, “NADA”, “AQUILO”


Quando o sujeito for representado por um dos pronomes “tudo”, “nada” ou “aquilo”, a
concordância poderá ser feita com o sujeito quanto com o predicativo.
Opção 1: “Tudo é flores.” – A forma verbal “é”, no singular, está concordando com o
sujeito “tudo”. Este é o modo menos comum de falar (por motivos eufônicos). Obs.: a palavra
“tudo” pode ser substituída por “nada” ou “aquilo”.
Opção 2: “Tudo são flores.” – A forma verbal “são”, no plural, está concordando com o
predicativo “flores”. Este é o modo mais comum de falar. Obs.: a palavra “tudo” pode ser
substituída por “nada” ou “aquilo”.
Obs.: claro que quando se usa como sujeito o “tudo”, “nada” ou “aquilo” e o predicativo
no singular, não tem a opção de usar o verbo no plural. Portanto, só se pode dizer: “Tudo é
flor.”

Exemplos de Concordância Verbal


Ex.1: “Há frases que se repetem à exaustão e que, exatamente por isso, passam a soar como
se constituísse cada uma delas uma verdade incontestável.” – As formas verbais “repetem”
e “passam” concordam com o substantivo “frases”; a forma verbal “se constituísse” concorda
com o sujeito “uma verdade incontestável”.
Ex.2: “Frases sempre haverá que, à força de se repetirem ao longo do tempo, acabam sendo
tomadas como verdades absolutas.” – A forma verbal “haver” não existe no plural toda vez
que significar “existir”; as formas verbais “repetirem” e “acabam” concordam com o
substantivo “frases”.
Ex.3: “Quando a muitas pessoas interessa dar crédito a frases feitas e lugares-comuns, há o
risco de se cristalizarem falsos juízos.” – A forma verbal “interessa” concorda com o sujeito
oracional “dar crédito a frases feitas e lugares-comuns” (o qual sempre deve estar conjugado
na 3ª p. do sing.); o obj. indir. é “a muitas pessoas”; a forma verbal “se cristalizarem” concorda
com o sujeito “falsos juízos”.
Ex.4: “O hábito da repetição mecânica de frases feitas e lugares comuns acaba por nos
conduzir à fixação de muitos preconceitos.” – As formas verbais “acaba” e “conduzir”
concordam com o substantivo “hábito”.
Ex.5: “Cabe aos indivíduos mais conscientes combater o chavão e o lugar-comum, para que
não se percam de vista os legítimos valores sociais.” – A forma verbal “cabe” concorda com o
sujeito oracional “combater o chavão e o lugar-comum” (o qual sempre deve estar conjugado
na 3ª p. do sing.); a forma verbal “se percam” concorda com o sujeito “os legítimos valores
sociais”.
Ex.6: “Nos países do Ocidente da Europa, as lutas democráticas do fim do séc. XVIII e séc.
XIX, aliadas à prosperidade econômica, permitiram uma solução parcial da contradição
apontada acima.” – A forma verbal “permitiram” concorda com o sujeito “as lutas democráticas
do fim do séc. XVIII e séc. XIX”; o verbo não está concordando com “Nos países do Ocidente
da Europa” porque este não é sujeito – O SUJEITO nunca começa com preposição (no
caso, “em”), mas sim adjunto adverbial de lugar.
Ex.7: “Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste
decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição.” – A forma verbal
“consideram” concorda com o sujeito “os grupos étnico-raciais”; e o “se” é partícula
apassivadora (PA).

APOSTO RESUMITIVO
Quando houver um aposto resumitivo (AR), com ele a concordância deverá ser feita. A
função do AR é a de resumir.
Ex.1 (sem aposto): “Dinheiro sujo, drogas e rock-and-roll, me seduzem.” – o verbo está
no plural (“seduzem”) porque concorda com o sujeito composto “dinheiro sujo, drogas e rock-
and-roll”. Ex.2 (com aposto): “Dinheiro sujo, drogas e rock-and-roll, nada me seduz.” – aqui o
verbo tem de estar no singular porque concorda com o aposto resumitivo (“nada”) que está
no singular. Ex.3 (com aposto): “Dinheiro sujo, drogas e rock-and-roll, todos me seduzem.” –
aqui o verbo tem de estar no plural porque concorda com o aposto resumitivo (“todos”) que
está no plural.
Ex.: “Interrogar, determinar com exatidão, situar-se; todos esses atos de liberdade, de
decisão e de responsabilidade são terrivelmente angustiantes.” – aqui a forma verbal “são”
tem de estar no plural porque concorda com o aposto resumitivo (“todos”) que está no plural;
portanto o plural “são” não está assim por causa do “interrogar, determinar, situar-se”.
REGÊNCIA
A sintaxe de regência cuida especialmente das relações de dependência em que se
encontram os termos na oração ou as orações entre si no período composto. Os termos,
quando exigem a presença de outro, chamam-se regentes ou subordinantes; os que
completam a significação dos anteriores chamam-se regidos ou subordinados.
A regência divide-se em:
▪ REGÊNCIA VERBAL: quando estiver relacionando o complemento a um verbo. Então
é o verbo que pede complemento.
Ex.: “Os homens confiam em Deus.” – Análise Gramatical: “os” é artigo; “homens” é subst.;
“confiam” é verbo; “em” é prep.; “Deus” é subst. Análise sintática: “Os homens” é sujeito;
“confiam” é VTI; “em Deus” é OI. Termo regente: “confiar”. Termo regido: “em Deus”.
Se o “confiar” pede complemento, então ele será chamado termo regente (então o
verbo é o regente), e o complemento “em Deus” é o regido. O “em Deus” serviu como
complemento ao verbo “confiar”, portanto “em Deus” é complemento verbal (completa o
sentido do verbo).
Com a regência verbal você saberá se o certo é: “Chegar em casa.” ou “Chegar à
casa.”; “Namoro com você.” ou “Namoro você.”; “Piso no chão.” ou “Piso o chão.”. Em outras
palavras, você terá de descobrir o que o termo regente pede como complemento:
complemento com ou sem preposição?.

▪ REGÊNCIA NOMINAL: quando estiver relacionando o complemento a um substantivo,


adjetivo e advérbio. Então, é o subst. ou adj. ou adv. que pede o complemento.
Ex.: “Temos confiança em Deus.” – Análise Gramatical: “temos” é verbo; “confiança” é
subst.; “em” é prep.; “Deus” é subst. Análise sintática: sujeito oculto “nós”; “temos” é VTD;
“confiança” é OD; “em Deus” [?]. Termo regente: “confiança”. Termo regido: “em Deus”.
Se o “confiança” pede complemento, então ele será chamado termo regente (então o
substantivo é o regente), e o complemento “em Deus” é o regido. O “em Deus” serviu como
complemento do substantivo “confiança”, portanto “em Deus” é complemento nominal
(completa o sentido do substantivo).
Todo complemento nominal é com preposição.

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https://www.youtube.com/watch?v=SDfwWQlgkNY
1:32:42 min. Aula 10

VERBOS QUE APRESENTAM MAIS DE UMA REGÊNCIA

• ASPIRAR
a) No sentido de cheirar, sorver (VTD): usa-se sem preposição.
b) No sentido de almejar, pretender (VTI): usa-se com preposição “a”.

Ex.1: “Nas metrópoles, as pessoas aspiram o ar poluído.” –. VTD; voz ativa.


Ex.2: “O ar poluído é aspirado pelas pessoas nas metrópoles.” –. VTD; voz passiva locucional.
Ex.3: “Todos aspiravam a um mundo sem guerra.” –. VTI

Ex.1: “Aspirou o ar poluído.” – VTD; voz ativa. Ex.: “Aspirou-se o ar poluído.” – voz passiva
pronominal. Ex.: “Foi aspirado o ar poluído.” –. Voz passiva locucional.
Ex.2: “Aspirou a um bom concurso.” –. VTI; voz ativa. Ex.: “Aspirou-se a um bom concurso.”
–. VTI; pron. ind. do suj. (PIS).

• ASSISTIR
a) No sentido de prestar assistência, ajudar, socorrer (VTD): usa-se sem preposição.
b) No sentido de ver, presenciar (VTI): usa-se com preposição “a”.
c) No sentido de caber, pertencer (VTI): usa-se com preposição “a”.
d) No sentido de morar, residir: usa-se com preposição “em”.

Ex.1: “O técnico assistia o jogador fanático.” – casa “a” (VTD). Ex.: “O jogador fanático era
assistido pelo técnico.” – voz passiva.
Ex.2: “O público não assistiu ao show.” – caso “b” (VTI)
Ex.3: “Assistia ao homem tal direito.” – caso “c” (VTI)
Ex.4: “Assistiu em Maceió por muito tempo.” – caso “d” (VI)

Ex.1: “Viu um bom show.” –. Ex.: “Viu-se um bom show.” –. Ex.: “Foi visto um bom show.” –
Ex.2: “Assistiu a um bom show.” –. Ex.: “Assistiu-se a um bom show.” –. (PIS).

Ex.3: “O casal assistiu à novela das seis e depois viu a reprise.” – (VTI) e (VTD)
• VISAR
a) No sentido de mirar: usa-se sem preposição.
b) No sentido de dar visto: usa-se sem preposição.
c) No sentido de ter em vista, objetivar: usa-se com preposição “a”.

Ex.1: “Disparou o tiro e visou o alvo.” – caso “a”.


Ex.2: “Visaram os documentos.” – caso “b”.
Ex.3: “Visou a uma situação melhor.” – caso “c”.
Ex.4: “Sempre visou ao bem estar dos que o cercavam.” – caso “c”.
Ex.5: “A atitude do pai visava à satisfação dos filhos.” – caso “c”.
Ex.6: “Visando a um futuro melhor, não abriu mão da herança.” – caso “c”.
Ex.7: “Sua vingança visava ao empresário, mas atingiu a empresa.” – caso “c”.
Ex.8: “Tudo a que o funcionário visava era crescer na empresa.” – caso “c”.

• PROCEDER
a) No sentido de ter fundamento (): usa-se sem preposição.
b) No sentido de originar-se, vir de algum lugar (VTI): usa-se com preposição “de”.
c) No sentido de dar início, executar (VTI): usa-se com preposição “a”.

Ex.1: “Suas queixas não procedem.” – (VI) caso “a”.


Ex.2: “Muitos males procedem da falta de respeito.” – (VTI) caso “b”.
Ex.3: “Procederam a uma investigação criteriosa.” – (VTI) caso “c”.

PRONOME RELATIVO
▪ Que
Ex.1: “O ar que aspirávamos era poluído.” – “aspirávamos = cheirávamos” (VTD)
Ex.2: “O concurso a que aspirávamos era muito disputado.” – “aspirávamos = almejávamos”
(VTI)

Ex.1: “O filme que vimos destacou-se em 2011.” –


Ex.2: “O filme a que assistimos destacou-se em 2011.” –

Ex.1: “A novela que vimos é horrível.” –


Ex.2: “A novela a que assistimos é horrível.” –

Ex.1: “O alvo que visamos estava distante.” –


Ex.2: “A vaga a que visamos é muito disputada.” –

▪ O qual; A qual
Ex.1: “O ar o qual aspirávamos era poluído.” – “aspirávamos = cheirávamos” (VTD)
Ex.2: “O concurso ao qual aspirávamos era muito disputado.” – “aspirávamos = almejávamos”
(VTI)

Ex.1: “O filme o qual vimos destacou-se em 2011.” –


Ex.2: “O filme ao qual assistimos destacou-se em 2011.” –

Ex.1: “A novela a qual vimos é horrível.” –


Ex.2: “A novela à qual assistimos é horrível.” –

Ex.1: “O alvo o qual visamos estava distante.” –


Ex.2: “A vaga à qual visamos é muito disputada.” –

Mais exemplos do Pronome relativo “QUE”


Ex.1: “O relator da emenda constitucional apresentou proposições com que todos
simpatizaram.” –
Ex.2: “Recordam com carinho o título a que muitos aspiraram.” –
Ex.3: “Fui ver hoje o filme a que você assistiu ontem.” –
Ex.4: “Guimarães Rosa é o escritor brasileiro de que mais gosto.” –
Ex.5: “Esta é a região que todos os brasileiros viram na televisão.” –

ESQUECER (VTD) / ESQUECER-SE (VTI) e LEMBRAR (VTD) / LEMBRAR-SE (VTI)


Quando não forem pronominais são usados sem preposição (VTD).
Quando forem pronominais são regidos pela preposição “de” (VTI).

Ex.1: “Esqueceu o nome de todos.” – (VTD)


Ex.2: “Esqueceu-se do nome de todos.” – (VTI)
Ex.1: “Lembrou o dia da prova.” – (VTD)
Ex.2: “Lembrou-se do dia da prova.” – (VTI)

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