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A Revolta dos Malês teve oito líderes, cuja maioria era nagô. Seus
nomes eram Ahuna; Pacífico Licutan; Sule ou Nicobé; Dassalu ou
Damalu; Gustar; Manoel Calafete (liberto); Luís Sanim; e Elesbão do
Carmo ou Dandará. A listagem desses nomes foi apresentada pelo
historiador João José Reis.
Desfecho
A Revolta dos Malês eclodiu abruptamente na madrugada do dia 25 de janeiro, porque a trama havia sido
denunciada e todo o planejamento ruiu-se quando isso aconteceu. A revolta tinha sido planejada pelos
escravos urbanos, que se aproveitavam da maior liberdade de locomoção que possuíam em relação aos
escravos que trabalhavam na lavoura.
Como mencionado, a revolta teve um forte envolvimento com o islamismo, e isso ficou perceptível porque
os africanos que se rebelaram estavam usando um abadá branco, traje típico dos muçulmanos. Além disso,
muitos deles usavam amuletos com passagens do Corão escritas em árabe. Eles acreditavam que esses
amuletos protegeriam seus corpos.
Os combates espalharam-se horas a fio pelas ruas de Salvador e resultaram na morte de 70 dos africanos
envolvidos e em nove mortes nas forças que lutavam contra os rebeldes. A última batalha deu-se em um
local de Salvador chamado Água de Meninos. Muitos dos africanos, encurralados, procuraram fugir pelo
mar e acabaram afogados. A Revolta dos Malês, portanto, fracassou.
Punições
As punições contra os envolvidos foram severas e alcançaram até os libertos que não se
envolveram com a dita revolta. Os punidos sofreram com a prisão, o açoite, a deportação e a
execução. Ao todo, quatro dos envolvidos foram condenados à morte, sendo eles: Jorge da
Cruz Barbosa (Ajahi), Pedro, Gonçalo e Joaquim. Esses quatro foram executados por
fuzilamento.
Essa intentona contribuiu para aumentar a repressão sobre a população de escravos e libertos
em Salvador. Uma lei aprovada naquele ano determinava que todos os africanos e
descendentes suspeitos de envolverem-se com revoltas escravas seriam deportados para o
continente africano. Existem estatísticas que apontam que houve a deportação de milhares de
negros para a África.
Essa rigidez acontecia porque os escravocratas temiam que uma rebelião de escravos nos
moldes da Revolução Haitiana acontecesse no Brasil.