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1.1 A Igreja existe para evangelizar. Acerca de um dos propósitos pelo qual a igreja existe, afirmou o apóstolo Pedro:
“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes
daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9). A Igreja tem diversas atribuições, no entanto,
a mais excelente delas é a que justifica a sua presença aqui na terra: a sublime tarefa da evangelização. Segundo Horton
(2006, p. 300), “na adoração, a Igreja volta-se para Deus; na edificação, atenta (corretamente) para si mesma; e,
evangelização, a Igreja focaliza o mundo”.
1.2 A Igreja é ordenada a evangelizar. A palavra “ordenar” segundo o Aurélio significa: “mandar, decretar”. A tarefa
de evangelizar é uma ordenação divina a todo discípulo de Cristo e não somente aos apóstolos (Mt 28.19; Mc 16.15). “A
ordenança bíblica da proclamação do Evangelho em todo o mundo (Mt 28.19,20; Mc 16.15) sinaliza o seu caráter
universal, ou seja, o direito que todos os povos têm de ouvi-lo de forma clara e consciente para crerem no Senhor Jesus
Cristo, arrepender-se de seus pecados e ter a certeza da vida eterna” (GILBERTO, 2008, p. 418).
1.3 A Igreja se realiza evangelizando. Pedro não podia deixar de falar daquilo que tinha visto e ouvido, mesmo sofrendo
afronta e açoites do Sinédrio (At 4.20; 5.40-42). Paulo tinha a evangelização como uma obra que lhe foi imposta (I Co
9.16). Ele se realizava em pregar o evangelho ainda que lhe custasse à vida (At 20.24). “O verdadeiro movimento
pentecostal, missionário, ora pelas missões; contribui para as missões; promove as missões! É um movimento que vai ao
campo missionário. A igreja que não evangeliza, muito breve deixará de ser evangélica” (ibidem, 2008, p. 184).
1.4 A Igreja só pode continuar a existir se evangelizar. Como a Igreja poderá crescer em número senão evangelizar? Sua
existência depende da prática da evangelização, do contrário não irá perdurar. No livro dos Atos dos apóstolos, percebemos
claramente os apóstolos inflamados pelo poder pentecostal, pregando o evangelho e o pequeno grupo de quase cento e
vinte discípulos aumentando de forma extraordinária. Na primeira pregação do apóstolo Pedro, por ocasião do Pentecostes,
quase três mil almas se decidiram por Cristo (At 2.41). Já na segunda mensagem mais de cinco mil pessoas se converteram
(At 4.4). O relato de Lucas disse que a igreja tinha um crescimento extraordinário, porque o evangelismo se tornara uma
prática constante (At 5.14,42).
2.1 Igreja deve exercer o papel do Estado. Este conceito perdurou por mais de mil anos de modo quase
universal, e hoje de maneira mais restrita (ex. Estado do Vaticano). Segundo esta visão, a Igreja e o Estado
devem estar fundidos para cumprir sua missão precípua. Esta linha de pensamento trouxe sérios prejuízos
históricos e doutrinários na compreensão da visão correta do Reino de Deus. Porém Jesus deixou claro que seu
reino não é deste mundo e nem veio para fundar nenhum estado cristão (Mt 27.11-31; Mc 15.1-20; Lc 23.1-25;
Jo 18.36,37; At 1.6,7), embora saibamos que seu reino milenial será instaurado no final da Grande Tribulação
(Ap 20.1-4).
2.2 Igreja deve se isolar completamente da Sociedade. Por conta do mundanismo e a excessiva institucionalização da Igreja
Católica Imperial (313-590 d.C.), surgiu um movimento chamado de Monasticismo, onde seus defensores assumiram uma
postura de isolamento, longe da sociedade que considerava decadente e arruinada, para viverem uma vida de completa santidade.
Todavia o Senhor deixou claro que somos a luz do mundo e o sal da terra, e que nossa missão deve ser realizada em meio a
sociedade (Mt 5.13-16); e orava, não para que saíssemos dela, mas para que fôssemos livres do mal (Jo 17.15).
2.3 Igreja deve promover a salvação através da Assistência Social. Esta visão valoriza exclusivamente o bem estar físico,
observando apenas a assistência social e a luta pela causa dos menos favorecidos. Segundo seus defensores, é do pobre o lugar da
salvação, e a justiça social tem que ser implantada através da luta e da força. É a chamada Teologia da Libertação, e sua versão
protestante, a TMI (Teologia da Missão Integral). Porém o projeto de Deus visa alcançar a todos (Lc 19.10; Jo 3.16. Tt 2.11;1Tm
2.6; Hb 2.9; 2Pe 2.1; 1Jo 2.2), e não apenas os pobres.
3.1 No ministério de Cristo. Em todas as referências alusivas à tarefa da evangelização, não encontramos em nenhuma delas o
Senhor Jesus Cristo fazendo distinção de lugares, senão ordenando aos discípulos que levassem a mensagem de Boas Novas para
todos os homens (Mt 28.18-20; Mc 16.15-20; Lc 24.46-49; Jo 20.21,22; At 1.8). Jesus, mesmo não fazia diferença entre
evangelizar áreas rurais ou urbanas: “e percorria todas as cidades e as aldeias, ensinando, e caminhando para Jerusalém” (Lc
13.22). Os evangelhos nos mostram que Jesus pregou em aldeias (Mc 1.38; 6.6; 14.23; Lc 8.1). Além das aldeias, Jesus pregou
também nas cidades, fossem elas de pequena ou de grande importância (Mt 9.35; 11.1; Lc 4.43). O que dizer, por exemplo, da
cidade de Nazaré (Lc 4.16); Cafarnaum (Mc 4.13); Corazim e Betsaida (Mt 11.21); Jerusalém (Mt 21.10). Portanto, todos os
que procuram propagar a Palavra de Deus devem seguir o exemplo de Cristo de cuidar de que nenhuma as regiões sejam
negligenciadas, a fim de fazermos notória a mensagem de Cristo ao maior número de pessoas.
3.2 No ministério de Paulo. O apóstolo Paulo foi um exímio evangelizador de áreas urbanas. Sob a direção do Espírito Santo
este nobre servo de Deus se dispôs a levar a mensagem do Evangelho as grandes cidades, dentre as quais podemos citar: (a) A
cidade de Corinto. A igreja em Corinto foi fundada por Paulo durante a sua segunda viagem missionária (At 18.1-17). Nessa
cidade, Paulo permaneceu por 18 meses, sendo auxiliado por Priscila e Áquila e outros obreiros. Apesar das oposições que
sofreu, o apóstolo Paulo pregou o evangelho e muitas conversões aconteceram (At 18.8). Deus o consolou dizendo que tinha
muito povo naquela cidade (At 18.10); (b) A cidade de Filipos. Lucas nos mostra à cidade de Filipos como a “...primeira cidade
desta parte da Macedônia, e é uma colônia...” (At 16.12), o que nos deixa claro que era cidade de grande importância política.
Filipos ficava localizada na parte oriental da Macedônia. Constituía-se o portão de entrada da Europa.
CONCLUSÃO
Como Igreja, devemos estar cônscios da nossa responsabilidade aqui na terra de proclamar as boas novas de salvação a
todos os homens. Devemos utilizar dos diversos canais legítimos que dispomos, para que a mensagem de Cristo possa alcançar o
maior número de pessoas. Esta, sem sombra de dúvida alguma, é a maior contribuição que podemos dar a nossa sociedade.
REFERÊNCIAS
• RENOVATO, Elinaldo. Avia a Tua Obra. CPAD.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
• GILBERTO, Antonio et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
• HORTON, Stanley. Teologia Sistematica. CPAD.