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– Agosto 2005 1
COMPLETAÇÃO INTELIGENTE
PETROBRAS/E&P-SSE/UN-BC/ST/EP
JUNHO/2005
ÍNDICE
Item Página
Resumo 04
1) Introdução 05
2) A completação inteligente como sistema 08
3) Benefícios potenciais da completação inteligente 09
4) Os dispositivos de completação inteligente 12
1) Válvulas Inteligentes ou de Acionamento Remoto 12
2) Instrumentação de Subsuperfície 17
3) Packers de Completação Inteligente 20
4) Linhas Hidráulicas e Elétricas, Flatpacks e Splice sub 21
5) Ferramenta de Desconexão Hidrálica (Hydraulic Disconnect Tool) 24
6) Interfaces Suspensor de Coluna – ANM e Conectores 25
7) Acessórios de Completação Inteligente 27
8) Equipamentos de Controle de Superfície 28
RESUMO
1) INTRODUÇÃO
A completação inteligente pode ser vista como um sistema aberto, complexo, com
tendência entrópica e potencial cibernético.
É aberto porque se relaciona com o ambiente das jazidas, com as rochas adjacentes,
com o ambiente da cabeça de poço e com as interfaces à jusante.
É complexo porque pertence ao sistema maior, sistema de produção, e porque é
constituído por subsistemas: sensores, válvulas, linhas de comunicação e controle, linhas de
força motriz e apresenta muitas interfaces, incluindo conectores linhas-válvulas, linhas-
sensores, linhas-suspensor de coluna-árvore de natal-capa da árvore-umbilicais. Na
instalação há diversas interfaces com as ferramentas de instalação.
A característica entrópica significa que partes do sistema tendem a perder sua
integridade e a comunicação entre si, perdendo energia e informação, tendendo à
degeneração. Assim, para fazer face à entropia (ruídos, distorção de comunicação, drift de
sensores, etc), a completação inteligente deve possuir componentes de alta qualidade e
redundâncias (back ups de sensores, linhas e comandos; repetições de comandos, etc).
Possui potencial cibernético porquanto pode tomar ações automáticas a partir de
comandos deflagrados por informações dos sensores. Como exemplo, pode-se calcular a
submergência de uma bomba, a partir da leitura de sensores de pressão, e determinar a
aceleração da bomba, buscando-se um nível ótimo de submergência, otimizando a
produção.
para cada válvula no lado de abertura. Assim, para n válvulas são necessárias n + 1 linhas
de controle.
O sistema Accu-Pulse usa um dispositivo hidráulico de subsuperfície que acumula
volume fixo de fluido. A cada atuação na superfície este dispositivo envia o volume de
fluido ao pistão da válvula selecionada. Ao final de cada atuação o dispositivo é preenchido
com o volume fixo de fluido. Assim, pode-se repetir o processo. Este controle permite
movimentar a válvula em até 12 posições desde totalmente aberta até totalmente fechada.
No sistema digital um decodificador hidráulico digital se comunica com cada
válvula na coluna de produção. Para cada seqüência de pulsos de pressão pré-determinada,
o decodificador alinha (coloca em comunicação em tubo em U) o bombeio de fluido, via a
linha hidráulica de força motriz para determinada válvula. A pressão aplicada em um lado
do pistão movimentará este com conseqüente retorno de fluido na superfície (tubo em U).
O deslocamento total da camisa da válvula é verificado monitorando o volume retornado e
a pressão na linha de retorno. O movimento atinge o curso total quando novas aplicações de
pressão não geram mais retorno. A pressão de retorno na superfície deve ser controlada
para não cair além do limite de envio de sinal para o decodificador. Este sistema é
balanceado, não sendo afetado pelas pressões de coluna e anular. Um sistema digital com
três linhas hidráulicas é capaz de controlar independentemente até seis válvulas. Com
quatro linhas pode controlar 24 válvulas.
Limites do PDG:
Figura 3- Sensores de P e T
Fonte: Welldynamics
A Schlumberger reporta (maio 2005) 1109 instalações de PDG. Seu novo sistema
EDMC Fully Sealed Electric System, com conexões soldadas, conta com 300 instalações.
Este desenvolvimento buscou solucionar uma das principais causas de falha, qual seja
vazamento em conexões. Para sistemas abaixo de 100 °C a Schlumberger reporta 94% dos
▪ Compatível com tubing 5 ½”, 10 lb/pé, L80 CR13, Vam Opt, drift 4,653 e ID: 4,778”;
▪ Assentado sem o uso de ferramentas de arame;
▪ Desenhado com roscas Premium e ID próximo do ID do tubing;
▪ Resistência à pressão interna equivalente à do tubing;
▪ 13% Cr nas partes molhadas;
▪ Elemento de vedação compatível com todos os produtos químicos que possam estar
presentes no poço: petróleo, gás, H2S, CO2, HCl, salmouras, óleo díesel gelificado,
metanol;
▪ Faixa se temperatura de 4 °C a 112 °C;
▪ Facilmente perfurável (para retirada ou destruição do mesmo).
Exemplo de flatpack:
Tubo ¼” com
Tubo ¼” fio de cobre
Protetores de
cabo de aço
Fig. 4- Flatpack
Figura 6 Flat pack com uma linha hidráulica e um par de fios elétricos (20 AWG)
As conexões das linhas de controle deverão ser NPT com liga Incoloy 825. A liga
316 SS é susceptível a fissuras e corrosão devido às condições de alta temperatura,
presença de oxigênio e cloretos no fluido de completação.
Para prevenir entupimentos das linhas deve-se aperfeiçoar a limpeza do fluido
hidráulico: i) adotar fluido hidráulico filtrado nas especificações NAS-6 (National
Aerospace Standard); ii) Filtrar o fluido hidráulico na Sonda com as mesmas exigências
NAS-6.
As deformações sofridas pelas linhas com as variações de temperatura no poço
devem ser consideradas.
Clamps
Os clamps serão desenhados para cada transição da completação superior a fim de
evitar danos na descida e queda de clamps em caso de retirada da coluna. São constituintes
importantes de uma completação inteligente durante sua instalação, sua vida produtiva
(longevidade) e em possível retirada desta.
Splice sub
É um componente usado logo acima de componentes chave como packer e válvulas
de completação inteligente. O mesmo facilita a conexão das linhas de controle nestes
componentes e, caso seja necessário efetuar um corte na coluna de produção (upper
completion), este será feito no splice sub, obtendo-se um corte limpo, fora do umbilical de
linhas hidráulicas. Caso haja algum dano nas linhas de controle durante a instalação, pode-
se usar um splice sub neste ponto, evitando-se a retirada do trecho de coluna descido.
O splice sub deve ter vedação metal-metal e material Incoloy 825. Sua
especificação deve incluir o número de linhas hidráulicas passantes (a linha elétrica passa
direto, fora do splice sub), a resistência mecânica (tração, compressão, pressão interna e de
colapso), que deve ser similar aos tubos de produção, o tipo de selamento e material, o
Electric
Wet
Locking
Snap-In / Snap-
Out
Seals
Honed
Conector receptáculo
do Tubing Hanger
Tubo Encapsulado 1 / 4”
Coluna de Produção
Idem receptáculo
Junta Cisalham ento
Conector molhado plug na base da
Junta de Cisalhamento
Conector receptáculo no TH
Tubo encapsulado 1 / 4”
Coluna de Produção
Junta de expansão
50.000
aberta
fechada
Figura 14 Foto válvula 5 ½”IPR da Baker sendo descida no poço de Varginha - RN.
6.2.1) Welldynamics
6.2.2) Schlumberger
Analisando as informações da tabela verifica-se que 59% das instalações (41) foram
em poços submarinos, 34% (24) em poços de plataformas e 7% (05) em terra.
As válvulas mais instaladas foram as WRFC-H, com 48 unidades, como segue:
▪ 7”: 35 na Noruega;
▪ 5 ½”: 06 na Noruega e 03 no Reino Unido;
▪ 3 ½”: 03 nos EUA.
Dos 41 poços submarinos, 33 foram de apenas uma válvula do tipo WRFC-H,
instaladas em mandris de gás lift, por poço. Apenas 08 foram de válvulas hidráulicas de
múltiplas (onze) posições. Destas últimas, 04 foram com duas válvulas de 3 ½” (duas para
a AGIP e duas para a Statoil), duas com apenas uma válvula de 3 ½” (uma para a AGIP e
uma para a Norsk Hydro) e duas ... .
Em termos de sensores permanentes de pressão e temperatura (permanent gauges
installations) a Schlumberger reporta (maio 2005) 1109 instalações de PDG. Seu novo
sistema EDMC Fully Sealed Electric System, com conexões soldadas, conta com 300
instalações. Este desenvolvimento buscou solucionar uma das principais causas de falha,
qual seja vazamento em conexões.
6.2.3) Baker
A história da Baker remonta a maio de 1998 quando instalou válvula de gás lift
inteligente no campo de Wytchfarm em terra no Reino Unido, com seu sistema hidráulico
denominado InForce. Através de Acordo de Cooperação Tecnológica com a Petrobras, a
Baker desenvolveu um sistema totalmente elétrico o InCharge. Após uma instalação como
teste piloto em um poço terrestre (8-VRG-04-RN) a completação inteligente foi retirada,
recebeu manutenção e foi finalmente instalada no 8-MLS-67H-RJS, constituindo a primeira
completação inteligente totalmente elétrica em um poço submarino. Tratou-se de um
grande feito se considerarmos que além da primazia (um first) a CI foi instalada em um
poço em águas ultra profundas (1168 m), horizontal, com contenção de areia através de
gravel pack em poço aberto. Entretanto, problemas ocorridos na instalação em Varginha
comprometeram a qualidade (corrosão, incrustação) dos equipamentos instalados
posteriormente no 8-MLS-67H-RJS.
Conforme se verifica na tabela a seguir a Baker realizou 28 instalações de
completação inteligente até o início de 2004. Deste total 11 foram em terra, 12 em
plataformas (completação seca) e 05 em poços submarinos.
Focalizando as instalações submarinas, a 1ª foi em 12/07/02, no Golfo do México,
sistema hidráulico com duas válvulas on-off; a 2ª foi em 12/06/03, também no Golfo do
México, sistema similar ao anterior; a 3ª instalação foi a Totalmente Elétrica no 8-MLS-
67-RJS e a 4ª instalação foi a no 7-BI-21HA-RJS, hidráulico com apenas uma válvula on-
off.
1998 01 00 00 01 01 00
1999 02 00 00 02 02 01
2000 00 01 00 01 01 00
2001 04 01 00 05 04 01
2002 00 03 01 04 03 01
2003 03 05 02 11 07 03
01 VGL 01 VGL
2004 01 05 03 09 06
02 VGL 02 02 VGL 03
Total 11 15 06 32 24 09
03 VGL 03 VGL 03 VGL
Houve duas falhas com sistemas hidráulicos: uma na Noruega devido a inversão LC
no TH, comprometendo uma válvula e outra em Oman por uso de LC não encapsulada (a
vibração do BCS destruiu a LC).
6.2.4) BJ Services
6. 2.5) Weatherford
2002 01 00 00 01 01 00
2003 00 02 00 02 02 00
2004 02 01 *1 00 03 03 00
Total 03 03 00 06 06 00
NORSK HYDRO 06 00 39 09 54
MAERSK 00 00 37 37
STATOIL 02 00 04 12 18
KERR-McGEE 00 16 00 16
BSP 00 00 16 16
BP 02 00 02 11 15
SHELL 00 00 13 13
PETROBRAS 03 00 01 04
CNOOC (Maxus) 04 00 02 00 06
PDO 04 00 00 04
CHEVRON 01 00 01 00 02
ANADARKO 00 02 00 02
AGIP 00 02 03 00 05
1) Introdução
A tecnologia de fibra óptica pode usar sensores extrínsecos (a luz viaja até este
sensor e retorna pela fibra) ou intrínsecos (a própria fibra atua como sensor).
O sensor intrínseco mais usado é o de temperatura distribuída (DTS – Distributed
Temperature System). Este consiste do envio de um pulso de luz da superfície e o registro
da luz que retorna. Este método originou-se da tecnologia usada em telecomunicação para
medir a perda de comunicação em cabos ópticos (Weatherford, ). A analogia de um carro
com os faróis acesos trafegando em uma estrada com neblina, é usada para explicar este
método. A luz dos faróis refletida para o motorista deve-se às gotículas de água na neblina.
Na fibra óptica a luz é refletida por imperfeições materiais da fibra.
Os sensores extrínsecos (temperatura e pressão são os mais usados) são obtidos a
partir de inscrição (grating) Bragg. Esta técnica cria elementos sensores imprimindo uma
foto-inscrição no núcleo da fibra óptica. Esta inscrição é a modulação periódica de um
índice de refração em um pequeno trecho da fibra. Quando um pulso de luz de amplo
espectro passa pela fibra, a inscrição produz uma reflexão estreita, cujo comprimento de
onda é proporcional à modulação do índice de refração. A luz que continua viajando
inalterada pela fibra pode se usada para interrogar outros sensores, com diferentes
inscrições.
permite medição da variação da temperatura ao longo do poço com alta precisão (0,1 C ao
longo de até 10 km).
Como se pode medir o ponto onde se originou cada pulso retornado pelo tempo de
ida e volta da onda, pode-se obter a perfilagem de temperatura ao longo (distribuída) do
poço.
Núcleo Inscrição
da fibra Foto-impressa
Deformação
Através de calibração adequada o sensor pode ser usado para medir vários
parâmetros físicos. Estes sensores apresentam várias vantagens como: i) elemento sensor
intrínsico; ii) passividade elétrica; iii) adequado a altas temperaturas; iv) possibilidade de
uso em multi-pontos; v) monitoração de múltiplos parâmetros.
Sensor de
Fração de
velocidade
do som cada fase
do México, o qual foi retirado em março de 2002 ainda operacional. Foram feitos dois
testes de campo pela Shell em Oman, em 2001. Em março de 2003 foi instalado um
medidor de vazão associado a P&T e DTS em Trinidad e outro sistema semelhante em
junho de 2003 no Mar do Norte
GERENCIAMENTO DE DADOS
Sat Link
Lekki
Houston
ICSS
Historical System
SEM SMCS Database Analytical
Interface Computer
PC
Sensores Sensores CI
CI ANM
O Pod da ANM ou SEM (Subsea Electronic Module) possui duas entradas (slots)
para cartão, portanto redundância. A comunicação SEM–completação inteligente e SEM-
ANM é feita por cartões. Pode-se acessar até 16 sensores por cartão. A amostragem de
dados varia de 0,1 a 15 segundos. A princípio a comunicação com o FPSO será através de
banda compartilhada (shared bandwidth), embora tenha sido aventada a hipótese de
comunicação separada. Sobre esta comunicação houve muito questionamento pela Statoil.
Após o SEM vem o SMCS (Subsea Module Control System), o qual coleta os dados
de completação inteligente e envia para o Historical Data Base (Hdb). Todos os dados
oriundos das ANMs são processados e armazenados no Hdb. Algoritmos computam os
dados de pressão e temperatura. Observe que o SMCS tem comunicação unidirecional com
o ICSS e com o Hdb.
Referências Bibliográficas
SPE 37464
SPE 62953 – Sigurd M. Erlandsen, Production Experience From Smart Wells in the
Oseberg Field, apresentado no SPE Annual Technical Conference and Exhibition, em
Dallas, Texas, 1-4 Outubro 2000
SPE 62955
SPE 68635
SPE 71531
SPE 71822 – Navid Akram, Steve Hicking, Paul Blythe, Peter Kavanagh e Paul Reijnen e
Derek Mathieson, Intelligent Well Technology in Mature Assets, apresentado na
Offshore Europe Conference, Aberdeen, Scotland, 4-7 de Setembro de 2001.
SPE 72108
SPE 77942 – J.D. Jansen, A.M. Wagenvoort, V.S. Droppert, R. Daling e C.A. Glandt,
Smart Well Solutions for Thin Oil Rims: Inflow Switching and the Smart Stinger
Completion, apresentado no SPE Asia Pacific Oil and Gas Conference and
Exhibition, Melbourne, Austrália, 8-10 de Outubro de 2002.
SPE 81107
SPE 84326
SPE 88505 – John Davies, Bill Birch e Syd Littleford, Intelligent Technology, Well
Management Miracle – Fact or Fantasia, apresentado no SPE Asia and Pacific Oil and
Gas Conference and Exhibition, Perth, Austrália, 18-20 Outubro 2004.
Packer HF-1
ICV-IV 3 ½” 9,2# 13Cr id: 2,750”
Tubing 4 ½” VamTop
Frac-Pack Packer