Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Criação de quadro de carreira.
Irredutibilidade de vencimentos dos
servidores públicos. Art. 37, XV da CF.
Na implantação de novo plano de carreira que
implicar em decréscimo no valor da
remuneração do servidor, em razão do princípio
constitucional da irredutibilidade de
vencimentos, deve ser assegurada a
percepção da diferença referente à
remuneração anteriormente recebida como
vantagem pessoal nominalmente identificável,
a ser absorvida por futuros reajustes de
vencimento e progressões. Para fins de
aposentadoria, devem ser consideradas as
rubricas incorporáveis, aplicando-se a regra da
média das contribuições ou da última
remuneração, conforme a situação funcional
em que se encontrar o servidor.
Criação de quadro de carreira. Cargo de
nível médio transformado em cargo de nível
superior. Enquadramento. Tabela específica
para servidor.
A transformação dos cargos de nível médio
para cargos de nível superior encontra óbice na
Constituição Federal. Os cargos de nível médio
modificados devem ser previstos em tabela
anexa ao quadro de carreira como cargos em
extinção, suprimindo-se na medida em que
houver vacância.
Progressão funcional por mérito.
Lançamento na folha de pagamento.
A progressão funcional por mérito não deve ser
lançada em separado na folha de pagamento,
pois está atrelada a própria natureza do cargo.
Progressão funcional. Adicional de
titulação. Curso de graduação e
especialização
O adicional de titulação deve ser lançado em
separado na folha de pagamento, salvo se o
plano de carreira o prever como forma de
progressão por merecimento.
Sr. Consultor,
1. INTRODUÇÃO
É o sucinto relatório.
Nesse sentido, assim dispõe o § 3º, do art. 1º, da Lei Orgânica deste Tribunal
de Contas (Lei Complementar nº 202/2000):
Sobre a matéria perquirida, de antemão, cabe destacar que a Constituição Federal atribui
aos municípios, além da autonomia política e financeira, a autonomia para organizar o
respectivo serviço público, como se verifica:
Sobre a competência dos municípios, é válido citar ainda Hely Lopes Meirelles[4]:
Prejulgado 949[8]
...
Prejulgado 1136[9]
3. A remuneração dos cargos e funções deve ser fixada e alterada por lei
(com sanção do Prefeito) de iniciativa do Poder Legislativo, obedecidos os
comandos dos arts. 29 e 29-A da Constituição Federal e 18 a 23 da Lei
Complementar nº 101/00 (Lei de Responsabilidade Fiscal, autorização da
lei de diretrizes orçamentárias, existência de recursos na lei do orçamento
(art. 169 da Constituição Federal) e atendimento dos requisitos dos arts. 16
e 17 da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Por certo que o novo plano não poderá implicar em redução de vencimento. O
inciso XV do art. 37 da CF estabelece:
Art. 37 (...)
...
Nesse sentido orienta o Prejulgado 2104 (item 3), nos seguintes termos:
1. A manutenção dos benefícios adquiridos pelos empregados públicos sob
o comando do regime celetista somente permanecem válidos, quando da
alteração para o regime estatutário, caso haja previsão expressa no
respectivo estatuto;
...
O valor da aposentadoria não mais é dado doravante, portanto, apenas
pelo valor do último vencimento do servidor, mas sim por uma complexa
imbrincação de fatores, que é sobremodo trabalhosa e efetivamente difícil
de calcular.
Não interessam para aquele cálculo, senão os valores sobre os quais
incidiu contribuição, e não outros. Se deveria ou se não deveria ter havido
contribuição sobre o fator x, ou o fator y, por estarem ou por não estarem
incorporados ao vencimento, isso pouco passa a importar após ter havido
a contribuição mensal. Interessa, após a contribuição ter sido realizada,
saber sobre que base foi calculada, porque essa mesma base é que será
levada em conta para o, complexo e difícil, cálculo final dos proventos,
tudo, agora, na forma da lei, como jamais fora anteriormente à EC nº
41/2003.
Desta feita, ainda que introduzido novo plano de carreira, devem ser levadas
em conta as regras pertinentes à inativação, ou seja, verificar se aposentadoria
fundamenta-se em regra cuja qual remete à média das contribuições ou se a
aposentadoria embasa-se em regra que assegura a última remuneração, considerando
para tanto as parcelas incorporáveis, como explanado acima.
Prejulgado 1138[20]
1. O concurso público de provas ou de provas e títulos, acessível a
todos aqueles que preencham os requisitos da lei, instrumentaliza a
garantia constitucional da igualdade, constituindo método inafastável de
seleção para provimento originário de cargo público (isolado ou de
carreira), sendo expressamente vedada a utilização do acesso para tal
mister.
O art. 37, inc. II, da CF/88, extirpou do ordenamento jurídico brasileiro,
como forma de provimento derivado, a ascensão funcional, caracterizada
pelo acesso de servidor, sem se submeter a novo concurso público, a
cargo de carreira diversa daquela na qual ingressou originariamente por
concurso, como por exemplo, de cargo de Professor de Nível Médio para
cargo de Professor de Nível Superior.
É admitida a ascensão funcional vertical (promoção vertical) quando o
cargo esteja vinculado a carreiras, as quais se constituem um conjunto de
classes da mesma natureza de trabalho, escalonadas segundo a
responsabilidade, complexidade das atribuições e habilitação específica
para os cargos. A passagem para cargos de classes superiores dentro da
mesma carreira não significa investidura inicial, a demandar concurso
público. Havendo concurso interno ou promoção por titulação e
merecimento (art. 67, IV, da Lei nº 9.394/96) dele só poderão participar
integrantes da carreira titulares de cargos da classe imediatamente inferior
aos cargos objeto de disputa, pois tal processo é inerente à existência de
carreira.
Os cargos iniciais das carreiras de professor terão a habilitação formal de
nível médio ou de nível superior, não se admitindo o ingresso automático
de cargos da carreira de nível médio para o cargo inicial da carreira de
nível superior pela simples titulação, requerendo concurso público do qual
possa participar qualquer interessado que preencham as exigências para o
cargo (concurso externo).
Quando a carreira de professor de nível superior for escalonada em
classes (ex.: Professor I - licenciatura, Professor II - licenciatura plena,
Professor III - especialização, Professor IV - mestrado etc.) A progressão
vertical poderá se dar por titulação ou por concurso interno de provas e
títulos (titulação), conforme critérios e condições especificadas na
legislação local, observada a existência de cargos vagos.
O Plano de Cargos do Município pode estabelecer que os cargos de
Professor de nível médio sejam considerados cargos isolados,
extinguindo-se a medida em que houver vacância. Paralelamente,
deverá ser ampliado o quadro de cargos efetivos de nível superior,
permitindo atender à demanda educacional, em cumprimento às diretrizes
da educação nacional, que buscam a capacitação profissional do
educadores, de modo que para qualquer nível de ensino os professores
tenham formação de nível superior. (g.n.)
...
Prejulgado 1594[21]
O Chefe do Poder Executivo tem legitimidade para iniciar o processo
legislativo objetivando propor a transformação de cargo de Auxiliar de
Enfermagem para Técnico em Enfermagem e a respectiva reclassificação
de servidor público de um para outro, desde que os cargos tenham a
mesma qualificação, mesmo nível de escolaridade e a mesma área de
conhecimento, e que o servidor reclassificado preencha todos os
requisitos para a investidura, bem como, que tal situação não se configure
Ascensão ou Transferência. (g.n.)
O adicional por tempo de serviço, ao contrário da progressão funcional, deve ser apartado
do vencimento. É o que disciplinam os seguintes prejulgados:
Prejulgado 671[26]
Prejulgado 1928[28]
...
A progressão funcional por mérito não deve ser lançada em separado na folha
de pagamento, pois está atrelada a própria natureza do cargo.
3. REVOGAÇÃO DE PREJULGADOS
O Tribunal de Contas de Santa Catarina conta com base de prejulgados que servem de
orientação aos jurisdicionados. Sempre que for firmada nova interpretação ou quando os
mesmos se apresentarem em descompasso com nova legislação, é imperioso que haja
revogação ou alteração do mesmo, a teor do que dispõe o art. 156 do Regimento Interno
desta Casa[30].
4.2.3 A progressão funcional por mérito não deve ser lançada em separado na
folha de pagamento, pois está atrelada a própria natureza do cargo.
[3]SILVA, José Afonso da. O regime constitucional dos Municípios . Biblioteca Digital
A&C - Revista de Direito Administrativo & Constitucional , Belo Horizonte, ano 10, n. 42,
out./dez. 2010. Disponível em: www.bidforum.com.br. Acesso em: 13 julho 2011.
[4]MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Municipal Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2006,
15ª ed., p. 594.
[5]SILVA, José Afonso da. O regime constitucional dos Municípios. Biblioteca Digital A&C -
Revista de Direito Administrativo & Constitucional , Belo Horizonte, ano 10, n. 42, out./dez.
2010. Disponível em: <http://www.bidforum.com.br/bid>. Acesso em: 21 junho 2011.
[6]Art. 29 - ...
XI- organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal;
...
[7] Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
[...]IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos
cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração,
observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
[8]Processo: CON-00/03986675. Parecer: COG-513/2000. Decisão: 4205/2000. Origem:
Câmara Municipal de São Francisco do Sul. Relator: Conselheiro Otávio Gilson dos
Santos. Data da sessão: 20/12/2000. DOE: 03/04/2001.
[9]Processo: CON-01/01121709. Parecer: COG-075/2002. Decisão: 615/2002. Origem:
Câmara Municipal de Barra Velha. Relator: Auditor José Carlos Pacheco. Data da sessão:
15/04/2002. DOE: 07/06/2002.
[10]Processo:CON-04/01530701. Parecer: COG-115/2004. Decisão: 1187/2004. Origem:
Câmara Municipal de Palmitos. Relator: Conselheiro José Carlos Pacheco. Data da
sessão: 31/05/2004. DOE: 02/08/2004.
[11]MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo:
Malheiros, 2010, 27ª ed., p. 305.
[12]MEIRELLES, Helly Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros,
2009, 35ª ed., p. 423-424.
[13]Definição obtida no endereço eletrônico
www.planejamento.gov.br/conferencia/arquivos “Diretrizes de Planos de Carreira”.
[14]Trecho extraído do Parecer CNE/CBE nº 9/2009, obtido no endereço eletrônico do
Ministério da Educação.
[15]CASTRO, José Nilo de; RODRIGUES, Tais Erthal; ALMEIDA, Carla Cruz Guimarães
de. Irredutibilidade de vencimentos: servidores estáveis: impossibilidade: redução dos
subsídios dos detentores de cargos comissionados: possibilidade: extrapolação dos
limites fixados na Lei de Responsabilidade Fiscal. Biblioteca Digital Revista Brasileira de
Direito Municipal – RBDM, Belo Horizonte, ano 12, n. 40, abr./jun. 2011. Parecer.
Disponível em: <http://www.bidforum.com.br/bid/PDI0006.>. Acesso em: 11 outubro 2011.
[16] Art. 21 da LCE 311, de 12/12/2005.
[17]“A absorção de vantagem pecuniária por reajustes sucessivos não viola o princípio da
irredutibilidade de vencimentos." (AI 318.209-AgR-ED-ED, Rel. Min. Cezar Peluso,
julgamento em 7-8-2007, Primeira Turma, DJ de 24-8-2007.)
[18]RIGOLIN, Ivan Barbosa. O servidor público nas reformas constitucionais. 2 ed.
Belo Horizonte: Fórum, 2006, pág. 140.
[19] Inciso II do art. 37 CF.
[20]Processo: CON-01/01958668. Parecer: COG-076/2002. Decisão: 626/2002. Origem:
Prefeitura Municipal de Tubarão. Relator: Auditora Thereza Apparecida Costa Marques.
Data da sessão: 15/04/2002. DOE: 07/06/2002. Item 3 reformado pelo Tribunal Pleno em
sessão de 22/09/2003, através da decisão nº 3236, exarada no processo nº CON-
03/02722386.
[21]Processo:CON-04/03647398. Parecer: COG-280/2004. Decisão: 3102/2004. Origem:
Prefeitura Municipal de Guaraciaba. Relator: Conselheiro Otávio Gilson dos Santos. Data
da sessão: 13/10/2004. DOE: 04/01/2005.
[22]Processo: CON TC 0434300/88. Parecer: 184/1999. Origem: Prefeitura Municipal de
Içara. Relator: Clovis Mattos Balsini. Data da sessão: 19/05/1999.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros,
[23]
2006. 34ª ed. p. 488.
[24] Obra já citada, p 242/243
[25] Obra já citada, p. 496.
[26]Processo: CON-TC0434300/88. Parecer: 184/1999. Origem: Prefeitura Municipal de
Içara. Relator: Aud. Clovis Mattos Balsini. Data da sessão: 19/05/1999.
[27]Processo: CON-09/00136626. Parecer: 182/2009. Decisão: 1.925/2009. Origem:
Prefeitura Municipal de Laguna. Relatora: Auditora Sabrina Nunes Iocken. Data da
sessão: 03/06/2009. Data do Diário Oficial eletrônico: 09/06/2009.
[28]Processo: CON-07/00397809. Parecer: COG-641/2007 – com acréscimos do relator –
GCWRW/2007/910/ES. Decisão: 4106/2007. Origem: Prefeitura Municipal de Irani.
Relator: Conselheiro Wilson Rogério Wan-Dall. Data da sessão: 18/12/2007. Data do
Diário Oficial: 26/02/2007
[29]Conceito extraído da Lei Complementar Estadual nº 311/2005.
[30]Resolução nº TC-06/2001.
[31]Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1030-1- Santa Catarina. Relator: Ministro
Carlos Velloso. Requerente: Procurador Geral da República. Requerido: Estado de Santa
Catarina. Requerida: Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina. Diário da
Justiça: 13/12/1996.