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Vilhelm Blomgren nasceu em Curitiba - PA.

Mas logo se muda com seus pais quando


muito criança, por sua condição mental criar transtornos no seu bairro. O que se consta em
notícias encontradas nos anais dos repositórios de Araucária são histórias que condizem com
uma estrutura mental que presume uma psicose, ou uma esquizofrenia paranoide, CID F20.0
de acordo com o DSM V. Isso significa que desde novo Vilhelm tem delírios de grandeza e de
perseguição, chegando a matar o cachorro do vizinho com um martelo por ter certeza de que
o animal foi enviado para “testar sua força de vontade”, de acordo com o jornal “O Popular
de Paraná”.
Ele, então, se muda para Maceió - AL, e é deixado num orfanato privado, no qual o
seu financiador nunca conseguiu ser encontrado. Nesse orfanato, Vilhelm é tratado a partir de
medicação, após o orfanato receber seu diagnóstico de Curitiba. Porém, o que se sabe neste
período de 1997 à 2003 se torna nebuloso por falta de documentos e de acesso a seus diários
nos arquivos do orfanato, já fechado no ano de 2012. Mas, o que posso trazer de informação
importante é o fato de sua loucura estar sempre em baixas e altas, com surgimento de
inimigos e crenças que variavam de surto a surto. É compreensível por análise de dados de
abrigos em Alagoas, que Vilhem tenha parado com a medicação após fazer seus 18 anos e
ficar em situação de rua, na qual permaneceu até 2005, quando foi morar com seu pai.
No período curto que Vilhelm passa com seu falecido pai a variadas páginas de um
diário que conseguimos acesso no Sistema Penitenciário de Alagoas, com a administradora
Kléssia Barros, a qual foi muito solicitado em atender nossas demandas para essa pequena
biografia. Nesse caminho, faço citação agora de uma parte de seu diário antes de continuar a
tecer mais informações sobre o ex-presidiário:

“...Pensei não querer aguentar mais o barulho, mas entendo que não consigo viver
com o silêncio. A falta dos ensinamentos dele me corroem por dentro. Agora que
estou livre pra ser eu mesmo posso experienciar a doce verdade que tentam me
esconder, o meu sofrimento é medido e dedicado. Meu pai me tranca em meu quarto
porque sabe que as pessoas não estão prontas para um novo messias. Mas agora não
há mais tempo para conversas, eu o observo pela janela.”(Blomgren, Diário de
vivências, 2006. Página 29)

Tudo indica, pelo achado acima, que esse texto é o que ele escreveu antes de matar o
seu pai. Embora ele indique não ter nenhuma raiva dele, é intrigante que todos os momentos
em que ele cita seu pai são em tom de ameaça a si mesmo. Talvez isso demonstre que seus
delírios se mantinham fortemente e eram estruturados num Pai=Castrador, no sentido de que
a ameaça ao Vilhelm era a imposição de normas e regras que criava um laço social em que
ele não aguentaria viver.
Outrossim, após ser condenado pelo assassinato de seu pai, Vilhelm passa por oito
entrevistas, com o psiquiatra Marcos Otacilio, para diagnóstico no Centro de Psiquiatria do
Sistema Penitenciário de Alagoas, onde seu diagnóstico retorna como esquizofrenia
paranóica. Porém, há estudos de caso que trazem um diagnóstico diferencial sobre sua
loucura que precisam ser deixados à tona.
Williem M. Garfield, psicólogo da academia de psicologia dos Estados Unidos, retrata
o seu caso como uma psicopatia, que dissimula suas vivências e simula uma esquizofrenia
para justificar seus atos pelo apelo médico. Doravante, sua relação de apatia aos demais e
grande persuasão se utiliza de subterfúgios psiquiátricos para impedir a maioria das pessoas
de prestar atenção no que ele fala e como fala. Nesse caso, afastando aqueles que poderiam
analisar suas falas e o condenar por elas e trazendo aqueles de “mentalidade fraca” para perto
e os influenciando em massa. Como evidência dos pressupostos temos documentos do
presídio e do orfanato que mostram como que a sua passagem por esse lugares trouxeram
com ele vários seguidores fiéis e dedicados a tudo que Vilhelm falava.
Por fim, Vilhelm tem sua soltura confirmada no dia 15 de maio de 2010, com seus 25
anos, e o caso desse ex-presidiário continua uma grande interrogação. A única coisa que se
pode ter certeza é a vil e profana natureza de suas ações, que com certeza o levaram a atos
muitos piores no futuro. Assim, deixo aqui minha nota de preocupação com a situação do
nosso sistema penitenciário e a abertura para novos estudos sobre suas faculdades mentais.

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