Você está na página 1de 3

RELIGIÃO E A SÍNDROME DE ESTOCOLMO

A síndrome de Estocolmo é um fenômeno psíquico. Passou a ser notado após


um assalto a banco, em 1973, em Estocolmo, na Suécia. Por seis dias, quatro
funcionários (três mulheres e um homem) ficaram reféns no interior de uma caixa-forte.
Mais tarde, em entrevistas, não conseguiam explicar por que manifestavam uma
identificação com os seqüestradores, ao mesmo tempo em que temiam os que
buscavam libertá-los do cativeiro.
Com a síndrome, o seqüestrado começa a identificar-se com seus raptores como
um mecanismo de defesa, baseado na idéia inconsciente de que não irão feri-lo se for
cooperativo. Para ele, a ação de seus libertadores provavelmente irá machucá-lo. Nos
casos dessa síndrome, o cativo tenta distanciar-se emocionalmente da situação,
negando que o fato esteja acontecendo. Dependendo do grau de identificação, ele pode
negar também que os seqüestradores estejam errados, admitindo que os possíveis
libertadores e a insistência em punir os raptores é um erro.
O cativeiro longo gera um apego mais forte. O refém pode tornar-se simpatizante
dos pontos de vista ideológicos e políticos dos raptores, acreditando que a posição
deles é justa.
Outro caso interessante foi o seqüestro de Patricia Hearst, filha do milionário
norte-americano das comunicações William Randolph Hearst. Raptada na Califórnia
(EUA), em 4 de fevereiro de 1974, por integrantes do grupo terrorista Exército de
Libertação Simbionês, ela acabou aderindo ao modo de vida dos seqüestradores e
cooperou com eles num assalto a banco. Foi presa em 1975 e condenada, cumpriu sete
meses e meio de uma sentença de sete anos e teve o restante da pena comutado em
1979.
Este fenômeno psicológico pode ser facilmente identificado em pessoas
religiosas. Um exemplo típico de crente que sofre deste fenômeno psiquico pode ser os
populares "obreiros" de algumas denominações pentecostais. A religião o "sequestra" e,
mais tarde, o cidadão passa a cooperar com a organização.
É exatamente isso que ocorre na religião. Por mais que se tente demostrar os
absurdos contidos na Bíblia e em outros livros "sagrados", o crente pode com isso criar
laços mais fortes com a sua doutrina, acreditando ser ela a verdade em todos os
sentidos por mais idiota que ela seja.
O ENCOSTO

A CURIOSA “SÍNDROME DE HAVANA”


A psicologia moderna tem estudado vários tipos de fenômenos estranhos que
parecem se manifestar em indivíduos e até em grupos inteiros. Entre eles está a
“Síndrome de Havana”.
Pesquisa inédita do Economista de Taubaté*
Tal como a já famosa Síndrome de Estocolmo que se caracteriza por um
comportamento estranho de pessoas que, ao serem mantidos prisioneiros ou reféns,
acabam desenvolvendo uma inexplicável lealdade aos seus captores, a síndrome de
Havana também é um fenômeno curioso e merece um estudo mais sério.
Nosso objeto de pesquisa tem em comum com a síndrome de pânico, o fato de
as suas vítimas avaliarem sempre de forma muito exagerada os fatores com os quais
estão lidando. Assim, costumam dar um valor a seus temores de maneira totalmente
desproporcional a realidade.
Esse curioso fenômeno psicológico costuma atacar preferencialmente pessoas
de meia idade ligadas a atividades políticas, jornalísticas e literárias.
Vejamos como os sintomas se manifestam:
Normalmente o cidadão está desempenhando normalmente as suas funções,
tomando decisões razoáveis ou discutindo assuntos importantes como o desemprego
provocado pelas novas tecnologias de informação, o perigo de uma globalização
descontrolada da economia, etc. Ai ele é exposto a dois nomes mágicos: Cuba e Fidel
Castro.
Imediatamente as estranhas reações ocorrem. Sua expressão muda. Aparece um
brilho diferente em seus olhos.
O elemento experimenta uma instantânea sensação de regressão temporal que o
conduz aos anos 60. Pensa estar ouvindo um fundo musical misturado com musicas de
Celi Campello, Elvis Presley e Ray Coniff. Jura que o rádio esta transmitindo um
discurso de Carlos Lacerda ou de Jânio Quadros.
A partir dai, os sintomas dependem um pouco do passado do indivíduo. Em
militares reformados e funcionários públicos aposentados, surge à idéia de que os
comunistas estão por toda à parte.
Começam a suar frio e a pensar que um grupo de barbudos logo entrará pela
porta de seu apartamento para desalojá-lo dali e colocar dezenas de favelados em seu
lugar. Em desespero, costumam recordar as marchinhas de Tom & Ravel, o que os
deixa mais tranqüilos.
No caso de antigos militantes políticos de esquerda que não viraram neoliberais a
muito tempo e/ou não arrumaram um bom emprego em alguma administração do PT,
surge a idéia de que precisam agir rápido para defender a revolução, antes que os
ianques desembarquem na ilha. Começam a falar em organizar caravanas de
solidariedade ao povo cubano. Em casos graves, só se acalmam ouvindo
Quantanamera com Mercedes Sosa.
Em jornalistas e escritores, a síndrome costuma afetar drasticamente seu senso
de proporção. Escrevem artigos inflamados a favor e contra eventos promovidos em
Havana para se discutir a ALCA, desconsiderando o fato de que Cuba não foi convidada
nem tem interesse em participar dela.
Quando atuam em rádio ou TV, costumam dar um enorme destaque aos menores
fatos ligados a Cuba. Uma declaração de um escritor português meio excêntrico sobre a
ilha, ganha mais destaque que uma fala do secretário geral da ONU ou de qualquer
chefe de estado europeu ou americano sobre qualquer assunto. “Carros-balsa” vindos
direto do programa “A guerra do ferro velho” passam a ocupar um espaço infinitamente
maior que o drama de milhões de refugiados pelo mundo afora.
Mas o verdadeiro perigo é que ao contrário das outras síndromes já estudas,
essa as vezes pode ser contagiosa. Jovens estudantes que gostam de ouvir Sandy &
Junior e nunca ouviram falar nem nos Beatles, uma vez expostos aos adultos
portadores do mal, apresentam sintomas ainda mais esquisitos.
Alguns que tem em seu quarto, computadores com Windows XP e conexão de
banda larga, passam a falar em anarquismo e socialismo científico. Usam camisetas
com a cara do “Che”. Compram enormes bandeiras vermelhas com a foice e o martelo e
participam de manifestações de camelos, perueiros e funcionários de bingos. Sempre
aos gritos de “Fora ALCA” e “Abaixo o FMI”, independente do assunto em questão.
Outros, descendentes de africanos se convertem a “Nação do Islã” de Louis
Farrakhan e passam a ler livros e artigos anti-semitas. Filhos de imigrantes nordestinos
ficam fascinados por escritores gaúchos separatistas, raspam a cabeça, fazem
tatuagens com suásticas e perseguem homossexuais.
Por enquanto ainda não se conhece uma cura para esses distúrbios. Alguns
balconistas de farmácia e raizeiros consultados, sugerem comprimidos de 20 mg de
Diasepam seguidos de leitura obrigatória da revista Veja e da Folha de São Paulo. Mas
a receita nem sempre funciona (Alguns jornalistas deles também podem estar
contaminados). É urgente, portanto, um estudo profundo desse estranho fenômeno.
Afinal saúde mental e lucidez também são necessidades fundamentais!

Você também pode gostar