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LIMÍTROFES:
BORDERLINE, DEPRESSÃO
AUTOLESÃO E SUICÍDIO.
Altiere Ponciano
Psicólogo – CRP-10/02818
Psicanalista
Ementa
1. Psicótica,
2. Neurótica;
3. Estado-limite (ou estado limítrofe).
■ Para ele, as personalidades neurótica e psicótica são
“estruturas”, e a estado-limite é uma “organização”.
■ A estrutura é estável e irreversível, e a organização é
provisória, embora possa se prolongar indefinidamente no
tempo.
■ Dentro das estruturas, o indivíduo varia do espectro da
normalidade para a patologia — segundo Bergeret, pode-se
encontrar a personalidade neurótica normal e a patológica,
e a personalidade psicótica normal e a patológica.
Instância Natureza do Natureza da Defesas principais Relação de
Dominante Conflito Angústia Objeto
Estrutura Superego Superego c/ Id De castração Reclaque Genital
Neurótica
Estrutura Id Id c/ realidade De Clivagem dos objetos; Fusional
Psicótica fragmentação foraclusão
■ Consciência ■ Memória
■ Orientação ■ Pensamento
■ Percepção ■ Atenção
■ Aprendizagem ■ Motivação
■ Linguagem ■ Emoção
AS INTRINCADAS RELAÇÕES DOS
PROCESSOS PSICOLÓGICOS BÁSICOS NOS
FORNECEM SUBSÍDIOS PARA A CRIAÇÃO DA
VIDA PSÍQUICA, DA SUBJETIVIDADE.
Método hipotético-dedutivo
■ Uma hipótese é uma declaração afirmativa relacionada a uma situação que pode
ser verdadeira ou falsa (embora uma incerteza sobre sua verdade ou falsidade
sempre exista na prática).
■ O método hipotético-dedutivo é o procedimento de testagem da hipótese.
■ A hipótese permite a dedução de quais testes podem ou devem ser realizados para
avaliar sua verossimilhança (grau de verdade ou falsidade de uma hipótese).
Solução de problemas
■ Recentemente, várias pesquisas estão procurando identificar os passos cognitivos
que os psicólogos realizam no processo diagnóstico e os primeiros resultados têm
demonstrado uma rápida geração de hipóteses diagnósticas.
■ Na sequência, os psicólogos realizam testes para corroborar ou refutar cada
hipótese até obter uma que tenha forte verossimilhança e que possibilite uma
tomada de ação, como, por exemplo, o início de um tratamento.
■ O processo de solução dos problemas clínicos é constituído por dois grandes
componentes que necessitam ser considerados separadamente, embora eles não
possam ser separados na prática.
1. CONTEÚDO: uma base de conhecimento rica e extensa que reside na memória do
profissional.
2. PROCESSO: método de aplicação do conhecimento utilizado pelo profissional na
busca de uma solução do problema do paciente.
Solução de problemas
■ O modelo que os psicólogos utilizam para solucionar problemas clínicos é muito
semelhante à abordagem dos detetives diante de um crime ou dos cientistas
quando confrontados com fenômenos inexplicados.
■ Em cada uma dessas situações, um problema surge para o qual uma explicação
segura não é imediatamente evidente e várias hipóteses são levadas em
consideração.
■ As informações necessárias à decisão sobre qual das hipóteses é correta requer a
coleta de outras informações, a interrogação de testemunhas e a busca de pistas
pelo detetive; a observação e a experimentação pelo cientista; e a entrevista e a
utilização de técnicas e instrumentos pelos psicólogos.
Soluções de problemas
■ Com esse método, tenta-se resolver um problema, quer seja ele clínico, uma
pesquisa científica ou um crime, sempre começando com uma hipótese.
■ O detetive levanta sua lista de suspeitos; o cientista, suas hipóteses a serem
pesquisadas; e o psicólogo, seus diagnósticos possíveis.
■ Cada um sabe que a maioria de suas hipóteses é incorreta e que seu trabalho é
eliminar as hipóteses incorretas e escolher a correta, dois processos
complementares mas muito diferentes.
■ Por exemplo, o detetive usa o álibi na eliminação e o motivo ou a evidência da
presença na cena do crime, ou ambos, na incriminação.
■ O cientista propõe uma hipótese, define suas implicações e delineia experimentos
para testar a hipótese. Se o experimento contradiz sua hipótese, ela é eliminada; se
confirma as expectativas, a hipótese é suportada.
Soluções de problemas
■ O número de locais possíveis onde os detetives podem procurar pistas é
virtualmente infinito.
■ Os delineamentos, seleções de amostras, aferições e análises que os cientistas
podem utilizar nas suas pesquisas são inúmeros.
■ Da mesma forma, os psicólogos poderiam fazer milhares de perguntas, realizar
várias técnicas e aplicar milhões de testes psicológicos.
■ No entanto, nenhum desses profissionais faz isso.
■ Haveria um gasto enorme de tempo, esforço e dinheiro antes que informações
relevantes pudessem ser coletadas para resolver o problema.
■ O que esses profissionais fazem é usar hipóteses sugeridas pelo problema para, a
partir delas, determinar exatamente quais informações são necessárias para
deduzir qual das hipóteses é a mais correta.
■ Um típico método hipotético-dedutivo.
O método hipotético-dedutivo aplicado na solução dos problemas clínicos.
Problema
Clínico
Hipóteses
Resultados
diagnósticas
Aplicação de
técnicas de
investigação
O PROCESSO DE
SOLUÇÃO DOS
PROBLEMAS CLÍNICOS
■ O processo de solução de um problema clínico começa quando o paciente se
apresenta ao psicólogo.
■ O sucesso na resolução do problema do paciente, que é o objetivo de todo o
processo, é a obtenção de um diagnóstico correto e de um prognóstico efetivo.
■ A solução desse problema é caracterizada por duas grandes fases de tomada de
decisão:
1. A designação de um diagnóstico num nível de especificidade adequado para as
considerações terapêuticas.
2. A seleção de um tratamento que afete o problema de forma a resolvê-lo ou aliviá-lo.
■ Além dessas duas grandes fases de tomada de decisão, o processo de resolver
problema clínico é repleto de muitos outros estágios de tomada de decisão de
menor ordem (seleção de que perguntas fazer, decidir que respostas são confiáveis,
interpretar os mais diversos sinais comportamentais e emocionais, selecionar um
ou mais testes, aplicar técnicas, entrevistar outras pessoas da família, etc).
FORMULAÇÃO DE
CONCEITO INICIAL
■ O primeiro elemento na tentativa de solucionar um problema clínico é obter
informações relacionadas ao problema do paciente.
■ Quando o psicólogo encontra o paciente pela primeira vez e após uma ou duas
perguntas abertas, o paciente começa a descrever seus sintomas ou suas
preocupações, ele oferece ao profissional várias informações, além de suas
respostas e comentários iniciais, como sua aparência, sexo, idade, postura,
expressão facial, linguagem, aflições, etc.
■ Outras informações já podem estar disponíveis também nessa fase, como um
prontuário antigo, encaminhamentos, ficha de cadastro, etc.
■ Com esses dados bem iniciais, o psicólogo percebe que há um problema e qual a
sua natureza inicial, ponto de partida na procura de outras informações que lhe
parecem mais importantes na busca de uma solução.
■ Esse é o conceito inicial ou a síntese inicial do problema.
OBTENDO
INFORMAÇÕES
Rapport
Rapport
■ Esta palavra tem origem no termo em francês rapporter que significa "trazer de
volta".
■ Rapport é um conceito do ramo da psicologia que significa uma técnica usada para
criar uma ligação de sintonia e empatia com outra pessoa.
Rapport
■ O rapport ocorre quando existe uma sensação de sincronização entre duas ou mais
pessoas, porque elas se relacionam de forma agradável.
■ No contexto teórico, o rapport inclui três componentes comportamentais:
1. Atenção mútua
2. Positividade mútua
3. Coordenação.
■ Importante no estudo e identificação de várias manifestações comportamentais,
o rapport pode ser usado no contexto de relacionamentos pessoais ou profissionais.
Rapport
■ Esta técnica é muito útil, porque cria laços de compreensão entre dois ou mais
indivíduos.
■ Usar o rapport não significa aceitar todas as opiniões da outra pessoa, e sim ouvi-la
e fazer com que ela veja que o seu ponto de vista ou valores são compreendidos e
respeitados.
■ É bastante comum pessoas tentarem "forçar" o rapport, com o objetivo de
manipular o outro.
■ No entanto, quando a intenção não é ter uma ligação genuína com essa pessoa, ela
pode desconfiar e reagir negativamente à tentativa
Facilitadores de Rapport
■ Expressão Facial: Manter o contato visual tanto quanto possível. Observar os olhos
do cliente e as expressões faciais do mesmo de acordo com a progressão da
entrevista;
■ Ambiente: Distrações com ruídos, rádio, TV, telefones e celulares, limitam a
comunicação. Solicite que diminua o volume do som, desligue o celular. A
privacidade é essencial.
ROLE PLAY 1 ESTABELECER
RAPPORT
OBTENDO
INFORMAÇÕES
Entrevista Psicológica
O que é uma entrevista psicológica?
■ Etimologicamente, é uma “visão entre”, que perpassa, que passa através de duas
ou mais pessoas.
■ A entrevista torna-se assim uma troca, um diálogo (uma palavra entre dois), uma
relação, uma comunicação, um encontro.
■ A expressão entrevista psicológica é efetuada pelos psicólogos no exercício de suas
atividades.
■ Estes levam em conta, por certo, regras e fatores psicológicos observados
anteriormente, mas o objetivo visado é o de resolver um dos problemas que entram
normalmente no quadro da psicologia.
■ Sullivan (1970, p. 04), define a
entrevista psicológica como:
“Uma situação de comunicação
Definição de vocal entre duas pessoas (a two-
group) mais ou menos
Entrevista voluntariamente integrados num
padrão terapeuta-cliente que se
Psicológica desenvolve progressivamente
com o propósito de elucidar
formas características de vida
das pessoas entrevistadas, e
vividas por elas como
particularmente penosas ou
especialmente valiosas e, de
cuja elucidação ela espera tirar
algum benefício”.
■ Em psicologia clínica, o aspecto da informação para fins de diagnóstico é
especificamente a fala do cliente, ou seja, a situação da fala aponta dois vetores:
fala-se e ouve-se.
■ Dessa forma, o registro realizado pelo entrevistador do discurso do cliente: quer
seja o relato razoavelmente espontâneo obtido na entrevista, ou o conjunto das
respostas a determinados estímulos que constituem o aparato instrumental próprio
da sua profissão, é o material básico que fundamenta a compreensão do “caso”
(Augras, 2002, p. 82).
■ Pode-se dizer que o objeto da entrevista psicológica é a relação entre entrevistador
(a quem se pede ajuda) e o entrevistado (aquele que pede ajuda).
■ Da mesma forma, mesmo que a entrevista psicológica seja usada com a finalidade
explícita de se fazer algum tipo de avaliação – e nesse caso seu objeto seria o de
avaliação dos aspectos psicológicos, incluindo a personalidade – a observação
participante, como diz Sullivan (1970), ou a observação da interação, ou a
observação do campo, segundo Bleger (1998), é o ponto básico e principal dessa
técnica.
Entrevista é um
Processo Dinâmico
■ Trata-se de uma “entrevista dinâmica” a qual se
orienta segundo duas metas:
1. Estabelecer uma relação entre duas pessoas,
uma que sofre e pede ajuda e outra que é um
profissional;
2. Proceder a uma avaliação, daquela que sofre e
reforçar o seu desejo de tratamento.
■ E. Rolla (1981), psicanalista argentino, sobre a entrevista psicanalítica usada com
fins de avaliação, propõe alguns passos estratégicos na condução da entrevista que
permitem a avaliação das ansiedades e defesas e a qualidade das relações de
objeto do entrevistado, bem como dos pontos nodais dos seus conflitos.
■ Sugere que o entrevistador fique atendo à organização de três momentos da
entrevista:
1. a chegada do entrevistado;
2. o curso intermediário da conversa e o
3. momento final da entrevista, quando se dá a separação.
■ Propõe também que as análises das ansiedades e defesas reveladas nesses
momentos sejam os indicadores mais importantes para avaliação desejada.
■ Fala de ansiedades paranóides, fóbicas, de defesas maníacas ou obsessivas
usando uma linguagem psiquiátrica emprestada à psicanálise.
O que é importante?
■ São aquelas que podem ser respondidas por um “sim” ou “não”, ou um número,
como idade, número de filhos, vezes ao dia, etc.
■ A quantidade de informação é pequena, mas pode ser importante.
❑ “Numa escala de 1 a 5 quanto chegou as suas crises de angústia?”
❑ “Você procurou ajuda profissional antes? Quantas vezes?”
❑ “Você toma remédio? Qual?”
Outros exemplos de perguntas
■ PERGUNTAS FOCADAS:
■ O clínico define a área a ser questionada, mas deixa considerável liberdade de
resposta.
❑ “Descreva a sua dor psicológica”
❑ “Fale sobre sua necessidade”
■ Neste caso você definiu duas áreas: Perguntas focadas também podem incluir
áreas que não são sintomas.
❑ “O que você faz para viver bem?”
ERROS
■ PERGUNTAS COMPOSTAS:
■ Constituem erro comum nas entrevistas em
especial de anamnese.
■ Ocorrem quando duas ou mais perguntas são
feitas sem dar tempo ao paciente para que
responda a primeira delas.
❑ “Conte-me sobre sua dor no peito, se você fuma
e se algum membro de sua família já teve
alguma doença psicológica ou orgânica
significativa”
ERROS
■ PERGUNTAS
DIRIGIDAS:
■ Devem ser evitadas
por serem indutoras
da resposta
❑ “Você está se sentindo
melhor, hoje, não
está?”
❑ “Você emagreceu, não
emagreceu?”
Escute com atenção
❑ Paciente: “tenho tido muitas crises ultimamente; parece que estou sempre mal”
❑ Psicóloga: “isto leva a pensar que você tem algo mais sério” (interpretação).
Silêncio
■ É uma das habilidades mais valiosas de escuta, porém, uma das mais difíceis de
apreender, especialmente se você está inseguro.
■ Existirá uma compulsão para interromper e ajudar o paciente.
■ Às vezes o paciente diz algo difícil de acreditar, por motivos variados, que podem
incluir a necessidade de contrariar ou desafiar ou confrontar o entrevistador; um
certo período de silêncio contemplativo de sua parte permitirá que o paciente
reorganize ou modifique seu pronunciamento; isto não é fácil de ser conseguido.
❑ O paciente diz que recentemente a mãe faleceu de infarto e começa a chorar. O
psicólogo então lhe oferece um lenço e fica em silêncio... O paciente por sua vez
terá um tempo para se recompor...
Registro
ANAMNESE
OUTROS SISTEMAS
DE RASTREIO
Sistema AMDP
■ Há no processo diagnóstico, uma relação
dialética permanente entre o particular,
individual, e o geral, universal.
■ Um fator importante nas fases iniciais da avaliação é notar e descrever o aspecto global
do paciente.
■ Expresso:
1. Corpo e postura corporal
2. Indumentária
3. Maquiagem
4. Cheiros
5. Marcas corporais
6. Porte
7. Atitudes psicológicas
Forma e Conteúdo dos sintomas
SISTEMA AMDP
Personalidade
Ruminações do Euforia Irritabilidade
pensamento
Depressão Inquietação interior Propensão a
lamúria
Desesperança Sentimento de Sentimento de
inadequação culpa
Desrealização Ambivalência Labilidade afetiva Escalas
Despersonalização Incontinência
afetiva
Aumento do
impulso Super
Perplexidade Teatralidade Logorréia Ordenadas
Sensação de falta Agressividade Ausência da
de sentimento percepção de estar
doente
Alterações da Autoflagelação Tendência suicida
vitalidade
Ansiedade/Angústia Falta de crítica da Recusa do
doença tratamento
CRIANDO PROJETO
DE INTERVENÇÃO
Nós, profissionais de saúde, atendemos pessoas! São
pessoas que se apresentam em determinado momento
demandando intervenções de saúde e requerem nosso
acolhimento, nosso cuidado e escuta. A elaboração de um
projeto terapêutico individualizado adequado, torna-se
conseqüência disto.
■ Uma pessoa em sofrimento pode ser alguém que parou de trabalhar
ou de estudar e que iniciou um processo de isolamento social,
provavelmente contra seu próprio desejo; por se sentir incapaz, ou
por sentir medo de enfrentar a realidade que a ameaça ao sair de
casa; ao perder seu trabalho, ao sofrer uma perda importante.
■ Pode ser uma pessoa que vivencia um sofrimento intenso por fazer
uso abusivo ou excessivo de alguma substancia, como o álcool, as
drogas ilícitas ou até mesmo comida.
■ Ou recorrer a estes como a única saída possível diante de uma
realidade insuportável.
■ O que teremos sempre é alguém que nos trará sua dor psíquica, seu
sofrimento, sua queixa, que nunca se resumirá a um diagnóstico
provindo de (um Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos
Mentais - DSM V ou CID-11, e este, por sua vez, não terá valia a nós
profissionais (e menos ainda ao paciente) para a construção de um
projeto terapêutico individualizado.
■ Porque suas dores, medos, angústias ou dificuldades não são frutos
de falha, apenas, bioquímicas localizadas no cérebro, são na
realidade reflexos, efeitos de um contexto muitas vezes opressor,
perverso, aniquilador do sujeito, onde o diagnóstico tem como
consequência simplesmente reduzir e responsabilizar o sujeito por
todo um sistema que ignora, discrimina, mascara a sujeição dos
indivíduos a meros objetos de violência.
■ Sobre a temática em pauta, há uma
interessante reflexão psicanalítica sobre
a mesma questão, em um artigo
intitulado “A ética psicanalítica do
diagnóstico”, quando retoma uma ideia
de Lacan: o significante mata a Coisa.
■ O que ocorre quando informamos um
diagnóstico psiquiátrico, segundo o
autor é que acabamos por petrificar o
sujeito com o significante imposto sobre
ele.
■ Mata-se o sujeito!
Acolhimento
Como construir
projetos Vínculo
terapêuticos
individualizados?
Responsabilização
■ ACOLHIMENTO inicial se refere a um posicionamento ético frente ao
sofrimento daquele que nos procura e atender à sua demanda de ser
escutado; trata-se de uma posição imprescindível de todo o cuidador.
■ VÍNCULO que implica uma relação de confiança estabelecida após a
continência das angústias apresentadas.
■ RESPONSABILIZAÇÃO pela elaboração, condução e avaliação de um
projeto terapêutico individual, que implique o sujeito como co-autor do
projeto.
■ Sobre o vínculo e a responsabilização, como aspectos essenciais do
cuidado, vale citar as reflexões organizadas por Souza (2009):
■ “quando se cuida de alguém, cuida-se incondicionalmente. Assim
como não se nega atendimento a um diabético porque não seguiu a
dieta, não se pode deixar de atender a um alcoólatra porque ele não
parou de beber; igualmente, não se dá “alta administrativa” a um
paciente porque seu comportamento foi inadequado. Para cuidar das
pessoas de trato mais difícil, é preciso criar estratégias, e não impor
condições”.
Três eixos de
articulação BIOLÓGICO SUBJETIVO
de um
projeto
terapêutico.
SOCIAL.
■ Campos (2001) enfatiza que trabalhar com os três eixos é muito difícil e a
tendência mais comum é o direcionamento das ações em polos extremos,
operando-se somente com a doença (clínica tradicional) ou somente com a
dimensão social do Sujeito (a política dispensaria o terapêutico).
■ Assim, “ o desafio estaria em inventar Projetos Terapêuticos que
combinassem estas duas linhas conforme as necessidades de cada caso e
em acordo com as condições e recursos existentes à disposição.
■ Então, cabe realizar uma clínica que exigiria tratar-se de todas as dimensões
do Sujeito:
■ Sujeito/cidadão – com direitos à habitação, à liberdade, ao trabalho, etc-;
■ Sujeito/subjetivo – um ser que necessita apoio em suas angústias,
sofrimentos e inibições, etc-;
■ Sujeito/biológico – atendido e protegido naquilo em que o orgânico o estiver
ameaçando.
■ É importante destacar que esta forma de
pensar a construção de projetos
terapêuticos está inserida em um campo
amplo de reformulação de saberes,
práticas e instituições, ligadas a Saúde
Mental.
■ Trata-se do campo da Atenção Psicossocial,
que pós reforma psiquiátrica, para além de
mudanças nos locais de tratamento, traz
uma reflexão epistemológica referente à
prática clínica.
Dois conceitos a serem discutidos