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COMPORTAMENTO

SUICIDA
Patricia Setti – Módulo 131 – ATM 23
INTRODUÇÃO
Comportamento suicida é todo ato pelo qual um indivíduo
causa lesão a si mesmo, qualquer que seja o grau de
intenção letal e de conhecimento do verdadeiro motivo
para isso.
INTRODUÇÃO
• Ideação suicida – Pensamentos sobre se matar (podem incluir um plano ou não);

• Tentativa de suicídio – Comportamento autolesivo que se destina a se matar, mas


não é fatal.

• Suicídio – Comportamento autolesivo que se destina a se matar e é fatal.

• Ameaça de suicídio – Pensamentos de envolvimento em comportamento autolesivo


que são verbalizados e destinados a levar os outros a pensar que alguém quer
morrer.

• Gesto suicida – Comportamento autolesivo que se destina a levar os outros a pensar


que se quer morrer.
INTRODUÇÃO
Os índices de suicídio neste início do século aumentaram no Brasil. Em pelo
menos 90% dos casos, uma doença mental estava entre os fatores que levaram
ao suicídio.
Entre os pacientes internados, o risco de suicídio é maior nos três seguintes
grupos:
1- Nos admitidos por tentativa de suicídio e que se recuperam desta;
2- Nos potencialmente instáveis e impulsivos (delirium, abstinência
drogas/álcool;
3- Nos que estão sob o impacto de algo que leva ao desespero, como um
diagnóstico de doença grave.
INTRODUÇÃO
• Em hospitais gerais, a incidência de suicídios é de 3 a 5 vezes maior
do que na população em geral.

• A maioria das mortes se dá por precipitação de altura ou


enforcamento. Ausência de redes de proteção, janelas em andares
elevados, banheiros com trancas, acesso indevido a medicações e
instrumentos perfurocortantes.
EPIDEMIOLOGIA
• O Brasil, por ser populoso, ocupa o oitavo lugar entre os países que registram os maiores
números de mortes por suicídio.
• No Brasil, a relação do coeficiente de suicídio entre os sexos masculino e feminino é de
aproximadamente 4:1.
• Predominam, entre os homens, as mortes por enforcamento (58%), arma de fogo (17%)
e ingestão de pesticidas (5%).
• Entre as mulheres, o enforcamento (49%), seguido de fumaça/fogo (9%), precipitação de
altura (6%), arma de fogo (6%) e ingestão de pesticidas (5%).
• Estima-se que o número de tentativas de suicídio supere o de suicídios em, pelo menos,
dez vezes. Há considerável contingente de pessoas que pensam seriamente em pôr fim à
vida, com proporção maior de mulheres.
CRENÇAS ERRÔNEAS
PERGUNTAR SOBRE SUICÍDIO INDUZ QUEM QUER SE MATAR, SE MATA
O PACIENTE A ISSO. MESMO.
As pessoas que pensam em suicídio
A pergunta, se feita de modo sensato e frequentemente estão ambivalentes entre viver
franco, fortalece o vínculo com o ou morrer.
paciente.

ESTÁ AMEAÇANDO APENAS PARA NO LUGAR DELE, EU TAMBÉM ME


MANIPULAR MATARIA

Ainda que, em alguns casos, possa haver um Risco de o profissional se identificar com aspectos do
componente manipulativo, a avaliação desesperança de seus pacientes, sentindo-se
clínica deve ser cuidadosa; não se deve impotente. Há também o perigo de se valer de um
desconsiderar o risco. julgamento pessoal para iniciar ou não ações de
prevenção.
Émile Durkheim 1897
O suicídio: estudo sociológico.

01 EGOISTICO 04 ALTRUÍSTA
Obs. em indivíduos que perderam o Ato em que o indivíduo está tomando
sentido de integração com a sociedade. pela obediência e força coercitiva do
Individualismo. Comportamento coletivo.
isolacionismo dos grupos sociais.

02 ANÔMICO 03 FATALISTA
Obs. em grandes cidades com Situações de intensa pressão social,
diminuição/ausência de padrões de como se observa em prisões e em
conduta, isolamento social e cidades sitiadas pelo inimigo.
anonimato.
Campinas (SP):
17% das pessoas haviam
pensado seriamente em pôr fim
à vida,
5% chegaram a elaborar um
plano,
3% já haviam tentado o suicídio;
Destas, de cada três, apenas uma
foi atendida em um pronto-
socorro.
➢ A tentativa de suicídio é o principal fator de risco para um futuro suicídio.
➢ Qualquer ato de autoagressão implica maior risco de suicídio.
➢ Um grupo de interesse especial é constituído por pacientes que
repetidamente se ferem com lâminas de barbear, cacos de vidro ou com
cigarros. Em geral, os atos são explicados como uma tentativa de diminuir a
angústia e a vivência de despersonalização. A visão do próprio sangue é
acompanhada por sensação de alívio e prazer.
➢ Baixa autoestima, humor instável, comportamento impulsivo, instabilidade
nos relacionamentos e abuso de álcool e de outras drogas são
frequentemente encontrados nesse grupo.
O transtorno mental é
um fator de risco
quase obrigatório, Condição clínica que
ainda que dificulta a adaptação
insuficiente, para o à sociedade, leva à
suicídio. estigmatização;
Por quê?

Diminui a adaptação
funcional e a qualidade Representa um ônus
de vida; provoca emocional e
instabilidade de humor financeiro para o
e sentimentos indivíduo e a família;
dolorosos (ansiedade,
raiva e frustração);
Quando mais de um transtorno mental se combinam, como
depressão e alcoolismo, ou, ainda, coexistem depressão,
ansiedade e inquietude motora, há maior risco de
suicídio.
No caso de pacientes psicóticos, a comorbidade depressiva
eleva o risco.
AVALIAÇÃO DO RISCO DE SUICÍDIO

● O que está acontecendo?


Eventos precipitantes A avaliação do risco de suicídio
Estressores agudos e crônicos distancia-se da noção de
previsão de quem irá ou não
● Estado mental atual tirar a própria vida. Ela tem a
Afetos intensos função de orientar o manejo
Constrição cognitiva clínico e colocar as ações
terapêuticas em ordem de
● Intencionalidade suicida prioridade.
Ideia x plano

● Principais fatores de risco e de proteção


AVALIAÇÃO DO RISCO DE SUIDÍCIOS EM
ADOLESCENTES
• Adolescentes são mais propensos ao imediatismo e à impulsividade, eles ainda não
têm plena maturidade emocional e, dessa forma, encontram maior dificuldade para
lidar com estresses agudos, como término de relacionamentos, situações de
vergonha ou humilhação, rejeição pelo grupo social, fracasso escolar e perda de um
ente querido.

• Problemas na identidade sexual e nos relacionamentos interpessoais, discussões


frequentes com os pais, autoridades ou colegas, isolamento social, bem como
bullying (pessoalmente ou pela internet), são fatores de risco de tentativa de
suicídio revelados em várias pesquisas com adolescentes.
INTENCIONALIDADE SUICIDA

A intencionalidade suicida diz


respeito ao desejo e à
determinação de pôr fim à vida.
Cresce a partir de ideias vagas
sobre morrer, geralmente de
forma passiva, chegando a planos
detalhados de como se matar,
incluindo providências tomadas
antes da morte e cuidados para
evitar eventual salvamento logo
após a tentativa de suicídio.
CIRCUNSTÂNCIAS QUE SUGEREM
ALTA INTENCIONALIDADE SUICIDA
• Comunicação prévia de que iria se
matar • Não procurar ajuda logo após a
tentativa de suicídio
• Mensagem ou carta de adeus
• Método violento ou uso de drogas mais
• Providências finais antes do ato perigosas

• Planejamento detalhado • Crença de que o ato seja irreversível e


letal
• Precauções para que o ato não seja
descoberto • Afirmação clara de que queria morrer
• Ausência de pessoas por perto que • Desapontamento por ter sobrevivido
possam socorrer
2022
CIRCUNSTÂNCIAS QUE INDICAM NECESSIDADE
DE UMA INTERNAÇÃO PSIQUIÁTRICA

• Estado mental crítico cuja gravidade impeça boa condução ambulatorial


• Exigência de se obter histórico mais acurado ou completo
• Necessidade de um período mais longo de observação do paciente
• Reavaliação do tratamento psiquiátrico que vinha sendo realizado
• Ausência de uma rede de apoio social
• Família claramente disfuncional ou sem condições de dar continência emocional
• Familiares mostram-se cansados de cuidar do paciente
FATORES DE PROTEÇÃO
CONTRA SUICÍDIO

OUTROS:

Gravidez, puerpério
Boa qualidade de vida
Regularidade do sono
Boa relação terapêutica
REFERÊNCIAS

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