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*Entra na chamada*

Rodrigo: Olá, porque ligaste?

Dinis: Olá, olha, estava sozinho e apetecia-me falar com alguém. Então, conta-me o
que é que estás a fazer?

Rodrigo: Oh, encontrei este livro no chão e comecei a lê-lo.

Dinis: A ler, mas tu nunca leste, o que é que te fez começar?

Rodrigo: Bem, é que as minhas notas nos testes desceram devido a erros de
concentração, e pelo que ouvi falar, ler exercita o cérebro
e amplia a concentração.

Dinis: Tu sempre foste distraído, porque motivo começaste a ler agora?

Rodrigo: Tinha de começar a qualquer altura, e também calhou numa altura em que
tenho um trabalho de português para fazer,
e ler também estimula a criatividade e o encadeamento de ideias e habilidades de
escrita, como também expande o vocabulário.

Dinis: Percebido, qual é o livro que estás a ler para ver se já o li.

Rodrigo: Estou a ler o «Rapaz que prendeu o vento», por enquanto está a ser um
livro giro.

Dinis: Pelo nome não me estou a lembrar, deixa-me ver a capa.

Rodrigo: Toda tua.

Dinis: Vamos lá ver, hmm. Examinando a capa, o fundo é um amarelo seco, o que deve
significar que
o espaço onde decorre a ação é um lugar seco e quente, também se pode confirmar
isso pela pouca quantidade de árvores
presentes ao redor, por isso devo estar certo, e não quero ser racista nem nada,
mas como na capa está um menino pretinho a olhar
para um moinho num clima seco, eu pressinto que isto decorra na Africa. Vendo
melhor, como o titulo sugere que um miudo
prendeu o vento e na capa está um moinho, suponho que o miudo na capa e o moinho
estejam relacionados.

Rodrigo: Ainda não cheguei à parte do moinho. Então, já reconheces o livro?

Dinis: Por enquanto não, uhh lê-me um bocado, talvez assim soe um sininho.

Rodrigo: Pelo que ouvi, a história é sobre um menino que, mesmo vivendo com fracas
condições e tendo pouco apoio devido ao ceticismo do povo,
construiu um moinho que resolveu a seca da vila.

Dinis: Lê-me lá um bocado mesmo assim.

Rodrigo: Ok, a história decorre da seguinta maneira. William Kamkwamba, que é a


personagem principal deste livro, vive com o pai, a mãe e a
irmã em Malawi.

Dinis: Isso fica na África, certo?

Rodrigo: Sim, como previste pela capa. Para não confundir muito, vou tratá-los por
mãe, pai e irmã, pois eles têm uns nomes um
bocado confusos. Eles na historia são apenas isso, familiares, eles não desempenham
papeis.
Bem é assim, William, sendo uma personagem principal, é claro que desempenha papeis
importantes, ele é curioso, determinado, muito inteligente
e desenrascado, já te conto o porquê.

Dinis: Entendido.

Rodrigo: Bem, a familia. Ela não apresenta nada de especial, são apenas isso,
familia, estando a mãe e a irma mais ligadas ás atividades domésticas
e o pai desempenha a função de chefe, o que alimenta a familia e a protege.

Dinis: Não há mais personagens?

Rodrigo: Há, depois há outra personagem importante, o professor, mas isso não é já.

Dinis: Então, conta lá a história.

Rodrigo: Então, como tu viste, a ação decorre na África, e como em todas as


histórias que decorrem na África, qual é o enredo.

Dinis: Bem, costuma ser sobre a pobreza.

Rodrigo: Exatamente, mas, tenho que admitir, ao contrário de muitas obras que
apenas usam a pobreza da África por uns segundos para ganhar pontos de
fidelidade, este livro dá muita importância a isso, e usa-a bem.
Adiante, o pai, que só queria o melhor para a familia, faz um esforço para por o
filho na escola, e ele aprecia muito,
descobrindo um amor intenso pela fisica, tanta era essa que ele até procurava
sitios para estudar pois em casa não tinha luz.

Dinis: E ele não tinha amigos na escola para estudar em casa deles.

Rodrigo: Ah pois, desculpa esqueci-me, outra personagem sem desenvolvimento.


Pronto, como a irma, Gilbert, o melhor amigo de William
apenas serve como acompanhante, não adiciona nada para a história. Este livro tem
muitos casos desses.
Gilbert apenas levou-o a uma casa cheia de miudos com 15s e 18s para estudarem, não
é explicado como ele os conhecia, estes nem pareciam
querer nada com ele.
E estes rapazes só serviram para destacar a genialidade de William, pois eram
miudos analfabetos.
Este, para lhes chamar á atenção, desafia que consegue consertar o rádio deles
para que eles pudessem ver o jogo e, claro, consegue, indo buscar pilhas a casa
dele e com os seus conhecimentos de fisica consegue consertar o radio.
Isto tudo para dizer que, foi para casa deles para a farra e nao estudou, saindo de
lá quando ja era noite serrada para ficar
perplexo com a bicicleta do professor acender a luz dianteira quando as rodas
rodavam.

Dinis: É aqui que o professor fica importante, tal como disseste.

Rodrigo: Não, ia dizer agora, o professor desempenha o papel de namorado da irmâ, a


irma é apenas isso, a namorada do professor, nada mais, William
descobriu isso mal viu a bicileta, mas não deu muita importância.

Dinis: Que coisa boa para se ser lembrado.


Rodrigo: Agora podia ser considerado de noivo com a irmã.

Dinis: Como assim?

Rodrigo: Bem, ela não aceitou, o que aconteceu foi o seguinte, aconteceu uma chuva
terrível que originou uma cheia. esta deu cabo das colheitas do verão,
as quais eram a unica fonte economica da vila, incluindo a da familia do William. O
professor, sabendo que ia haver uma crise, propoe
à namorada que fugissem dali e casassem.

Dinis: Que ironico, num pais de seca, a água só piorou. E ela aceitou?

Rodrigo: Não te preocupes que ela não aceita, não quer desonrar a familia.
Especialmente num periodo em que a pobreza se ia agravar.
Agora sem as colheitas, que eram o investimento do pai para pagar a escola, William
não pode mais frequentar aquela escola.

Dinis: Que pena, que ele até parecia gostar.

Rodrigo: E é aqui que ele comprova isso, pois começa a entrar á sucapa e faz
chantagem com o professor.

Dinis: Ameaçou contar a relação deles?

Rodrigo: Sim, William era desenrascado.


Por ficar lá, na escola, ele encontra um livro sobre dinamos

Dinis: O que são dinamos?

Rodrigo: Dinamos eram os responsáveis pelas luzes ligarem no segmento da bicileta,


basicamente funcionam com magnetismos e polos.
Não interessa para a historia.

Dinis: Por acaso, digo-te uma coisa, este livro não parece ser mau em termos de
andamento, pois é dinamico, as ações são rápidas, aparecem
logo mais problemas
como de estudar fomos logo ao namoro do professor com a irma a fim de manter
William na escola para que ele aprendesse mais
sobre dinamos e ficasse mais interessado na fisica para que, no futuro, suponho,
construa o moinho.

Rodrigo: Sim, e agora a escola fica como um logo se ve, pois agora começa-se a
falar do estado politico do pais
bem, claro que num clima cheio de problemas como estes, de estar ás escondidas do
diretor na escola e ter uma irma a namorar
com alguem o professor, aparece mais um. Parece que, em Malawi, em 2001, o estado
politico era miserável. Para
ganhar votos, o governo ofuscava problemas como a fome e a pobreza, o que fez com
que nenhum plano fosse feito para os
racionamentos da comida e para contra a inflacao.

Dinis: Quão mau podia ser a inflacao em Malawi.

Rodrigo: Para teres uma ideia, depois da chuva, um saco de um quilo de graos passou
a custar de mais ou menos 25 valores para 100.

Dinis: Valores?

Rodrigo: Não sei a moeda de malawi


e parecia ser muito, porque o dinheiro era tão escasso que, por exemplo, a familia
de William teve de trocar os tetos de sua
casa por palha e vende-los, e fez essa decisao antes de saber da subida de precos,
logo imagina o problema.

Dinis: E ninguém se revoltava?

Rodrigo: Bem, sim e não, a ideia estava lá

Dinis: Explica

Rodrigo: Uma ação sucedeu á outra, Quando o governo foi lá discursar, foi feito um
discurso muito revelador contra eles sobre a sua corrupção, claro que quem disse
isso morreu no hospital.
A outra ação foi na feira, onde apareceu uma carrinha que estava a recolher pessoal
para se ir revoltar com o governo, e o pai entrou nessa mesma,
deixando a familia com o conhecimento da mesma. Mas, revoltar não ia salvá-los
desta miséria. Por milagre, para limpar a imagem, o governo manda uma
carinha de suplementos para ajudar, por isso a mãe dá dinheiro ao filho que pega na
bicicleta da familia para ter uma vantagem perante os outros.

Dinis: Vantagem?

Rodrigo: Pelo que parece, as rações não eram suficientes, como é obvio, por isso,
todos lutavam uns contra os outros para roubarem sacos. O pai, de longe
, avista o caos e apercebe-se que talvez deixar a familia sozinha nao tivesse sido
uma boa ideia, por isso manda parar a carrinha e corre para casa.
Mas, já era tarde demais, pois a familia já tinha sido roubada, sendo o único resto
de comida o quilo que o filho trouxe.

Dinis: Então um quilo para 4 pessoas.

Rodrigo: 5 tinham um cão, mas ele morre de fome, pois não valia a pena ajudar um
cão, por isso sim 4, não, eram 3

Dinis: Deixa-me adivinhar, a irmâ aceita a proposta do professor e vai-se embora


para, segundo ela, terem menos uma boca para alimentar

Rodrigo: Sim, como descobriste

Dinis: Bem, eu sabia que esta história me parecia familiar, só não me estava a
lembrar

Rodrigo: Que bom, é que só cheguei até esta parte e não me importava que me
resumisses o resto, trabalho de português sabes, e porque até está a ser
interessante

Dinis: Como queiras, deixa-me lá ver, menos uma boca para alimentar..... Já me
lembro do resto, então depois de a irmâ ir embora, a familia ficou preocupada,
procurando-a por todo o lado. Falhando, William diz basta e vai para a biblioteca.
Aí apresenta a sua ideia para um moinho com uma maquete ao lado.
A ideia por detrás do moinho era retirar a água do poço para regar as plantações de
inverno, altura onde a água era escassa.

Rodrigo: Por isso é que ficaram tão chateados por perder as colheitas de verão.

Dinis: Sim, pois só havia uma por ano, a de verão. Depois de recolher todas as
peças necessárias para a construção do moinho na sucata com Gilbert, os dois
apercebem-se
que lhes falta uma roda para a cabeça do moinho, a que faz girar, esqueci-me do
nome

Rodrigo: Capelo?

Dinis: Sim o capelo. Aí eles lembram-se da roda da bicicleta de casa, mas para a
obter, teriam de persuadir o pai a lhas dar. Por isso, Gilbert apresenta a ideia
ao pai, mas este, desesperado com a nuvem negra que cobria aquela familia, grita
com o filho, dizendo que aquela ideia era absurda e que a única coisa que
ajudaria aquela familia era trabalhar nos campos e rezar que chuvesse.

Rodrigo: E ele engoliu?

Dinis: Claro que não, fez pior, chamou o grupo de amigos dele, sabes os amigos com
dezoitos e dezanoves, para que persuadissem o pai com ele.
Mas nem assim o pai lhes deu a roda. A mãe repara nos esforços do filho e fala com
o pai, dizendo que nada que tentaram funcionou, e que, por isso, talvez
não seria má ideia deixar o filho tentar, pois se falhasse, não perdiam nada.

Rodrigo: Perdiam uma bicicleta

Dinis: E morriam de fome se não tentassem. Por isso, depois de ouvir o discurso da
mão, o pai dá a roda ao filho, e é aí que ele e o seu grupo constroem o
moinho juntos, e depois começam a vir mais e mais pessoas a ajudar também. E depois
desse trabalho todo, o muito antecipado moinho foi construido.

Rodrigo: E como está William agora?

Dinis: William foi reconhecido internacionalmente por salvar a sua vila com os
poucos recursos que tinham, tendo uma universidade na América oferecido
uma bolsa de ensino superior sobre a construção ecológia. A familia continua a
mesma, sâ e salva na mesma vila em Mangochi, e a irmã casou com o professor.

Rodrigo: Então sempre acabou por se casar?

Dinis: Sim, já agora, que livro é esse, é que não me estacva a lembrar a principio,
não sabia que haviam mais versões.

Rodrigo: Como todos os livros, há mais versões, adaptadas para crianças, mais
minuciosas com os detalhes, mas este aqui, diz que é de um Bryan Mealer e,
olha, do próprio William.

Dinis: Oh Bryan Mealer, o jornalista que também é autor do famoso livro All Things
Must Fight to Live.

Rodrigo: All things must fight to live, o que é isso?

Dinis: Sim, não conheces, eu conto-te a história então...........

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