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O capítulo X começa com o regresso de Baltasar, junto com Blimunda, à casa dos seus pais, que se

situa em Mafra. Em casa, apenas encontram a mãe de Baltasar, Marta Maria, que fica assustada ao
reencontrar o filho sem uma mão. Posteriormente, esta convida Blimunda, que se encontrava entre as
portas da casa, a entrar. Ao fim do dia, o pai de Baltasar, João Francisco, regressa do trabalho, e dirige-
se ao filho, questionando sobre a guerra. Em seguida, Blimunda conta a sua história, referenciando que
a sua mãe tinha sido degradada para a Angola. João Francisco questiona o motivo do degredo, e ela diz
que este aconteceu pois a sua mãe tinha sido denunciada ao Santo-Ofício. Baltasar acrescenta que a sua
mulher não é judia nem cristã-nova, e conta o motivo da denuncia da mãe de Blimunda, sendo que,
após isso, a sua mulher jura não ser feiticeira. Com estas informações, o pai de Baltasar fica preocupado
em saber se a nova integrante da família é judia ou cristã-nova, e, por isso, testa Blimunda: vai à
Salgadeira pegar um pouco de toucinho e oferece a todos, pondo-se atento a Blimunda, que o come
normalmente ,o que causa um alívio a João Francisco, pois, com isto, tem a certeza que ela não é judia.
Para além disto, o pai de Baltasar conta que vendeu as terras que tinha na Vela, pois o rei as quis para
construir o convento que havia prometido. Posto isto, Baltasar afirma que precisa arranjar um emprego
para si e para Blimunda. No outro dia, é apresentada a irmã de Baltasar, Inês Antónia, o seu marido,
Álvaro Diogo, e os seus dois filhos: um com quatro anos e outro com dois. O mais novo, infelizmente,
morre. Como se existisse algum equilíbrio entre os ricos e os pobres, Deus acaba por tirar a vida a outra
criança com a mesma idade- o infante D. Pedro, o primeiro filho do rei e da rainha, o tão desejado
sucessor ao trono português. Ocorre aqui, então, uma comparação entre a morte e o funeral das duas
crianças: enquanto que a morte do filho pobre é profundamente chorada, a do filho rico parece ter sido
apenas um contratempo burocrático por não haver herdeiro. Mais tarde, a rainha D. Maria Ana fica
novamente grávida de um menino, pondo-se fim ao problema causado pela morte do infante. Em
seguida, ocorre uma comparação entre o encontro de Baltasar e Blimunda e o encontro de D. João V e
D. Maria Ana: Baltasar e Blimunda estavam perto um do outro, num auto de fé, até que ela se volta e
pergunta o nome de Baltasar, não por vontade própria, mas por ordem mental da mãe, que ia na
procissão; já os reis também estavam longe um do outro, cada um na sua corte, até que se casaram por
procuração de uns embaixadores, tendo-se visto pela primeira vez em retratos, sendo que ambos não
puderam escolher se queriam casar- ou seja, tanto lhes fazia gostarem-se ou não, foram feitos para
casar. D. João V fica doente, com desmaios repentinos, o que leva a que a rainha visite inúmeras igrejas
e conventos, aonde reza pelo bem estar do marido. O rei, então, vai para Azeitão a fim de curar a
doença, aonde é assistido por franciscanos da Arrábida, a passo que a rainha, que estava em Lisboa, vai
para belém “agastada” pelo facto de o marido não lhe confiar o governo do reina. Por fim, o irmão de
D. João V, D. Francisco, deita contas à morte do irmão, dado que quer suceder ao trono e,
consequentemente, casar com D. Maria Ana. Esta demostra a sua indignação, afirmando que o rei ainda
não morreu e nem tão cedo o fará, se depender das suas preces. O rei melhora, mas os sonhos que a
rainha tinha nunca mais irão ressuscitar.

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