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WEBNÁRIO 2 – Paulo Araújo

Debates Energéticos: Combustíveis Derivados de Resíduos (CDR)

O webnário tem como foco a reutilização de resíduos para geração de


combustível. Os rejeitos da coleta seletiva podem se transformar em CDR (Combustível
Derivado de Resíduo), que vai ser utilizado em fornos industriais reduzindo o uso de
combustíveis fósseis e, por consequência, a emissão de CO² (gás carbônico) e outros
gases que causam o efeito estufa. Foi demostrado os locais onde esse processo
acontece, bem como seu funcionamento e particularidades. Ficou evidente o
funcionamento das máquinas e todos os cuidados que se devem ter.
O Brasil tem uma enorme geração de resíduos anual. Segundo dados do
Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2020, a geração saiu de 66,7 milhões de
toneladas em 2010 para 79,1 milhões em 2019, uma diferença de 12,4 milhões de
toneladas. O mesmo estudo diz ainda que cada brasileiro produz, em média, 379,2 kg
de lixo por ano, o que corresponde a mais de 1 kg por dia. As informações foram
coletadas e publicadas pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e
Resíduos Especiais (Abrelpe). Sendo assim, é necessário achar meios de diminuir os
impactos sociais e ambientais dessa exacerbada geração. Com isso, a recuperação
energética se mostra vantajosa novamente.
Contudo, esse cenário ainda não está perto de acontecer, pois a reciclagem tem
dificuldades para avançar no Brasil porque ainda não resolveu questões primárias para
a área. Exemplo disso é que apenas 41,4% da população tem acesso à coleta seletiva.
Segundo a atualização do PNRS (Plano Nacional de Resíduos Sólidos) de 2020 (íntegra –
4 MB), essa situação deve se alterar até 2040. A ideia é que ao menos 72,6% da
população tenha acesso à coleta seletiva e que 20% do material coletado seja reciclado.
Mas metas ambiciosas, como o fim dos lixões até 2014, já foram descumpridas no país.
Além disso, no Brasil, 4% dos resíduos sólidos que poderiam ser reciclados são enviados
para esse processo, índice muito abaixo de países de mesma faixa de renda e grau de
desenvolvimento econômico, como Chile, Argentina, África do Sul e Turquia, que
apresentam média de 16% de reciclagem, segundo dados da International Solid Waste
Association (ISWA).
Os materiais recicláveis secos representaram 33,6% do total de 82,5 milhões de
toneladas anuais de resíduos sólidos urbanos (RSU) produzidos durante o período da
pandemia da covid-19, nos anos de 2020 e 2021. De acordo com o Panorama dos
Resíduos Sólidos 2021, divulgado pela Abrelpe, o Brasil contabilizou 27,7 milhões de
toneladas anuais de resíduos recicláveis. Embora os materiais recicláveis secos tenham
ampliado sua participação no total de resíduos sólidos urbanos (saindo de 31,7% em
2012 para 33,6% na última pesquisa), a fração orgânica permanece predominando como
principal componente, com 45,3%, o que representa pouco mais de 37 milhões
toneladas/ano.

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