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Cleber dos Santos

Bruno Paulo
As 07 Igrejas do Apocalipse:
Um estudo sistemático e devocional
O perfil de 3 Igrejas
1° Edição
Todos os temas deste livro vêm sendo ministrados na série de
sermões expositivos: As 7 Igrejas do Apocalipse: um estudo
sistemático e devocional.
Responsáveis: Cleber dos Santos e Bruno Paulo
Informações: (47) 9 9771-0094
cleber_theology@hotmail.com
Apresentação

Este pequeno livro nasceu de uma série de sermões expositivos


aplicados ao um grupo de jovens da Assembleia de Deus do Bom
Retiro em Joinville, Santa Catarina.
O estudo em questão trata-se de sete exposições sobre as sete
igrejas da Ásia menor do primeiro século da era cristã.
Como sermão expositivo a proposta é a leitura do texto em grupo, a
explicação do texto em questão à luz do contexto histórico e a
aplicação do mesmo para nossa realidade contemporânea.
Como líder de jovens é uma imensa satisfação ver jovens dispostos
a aprenderem mais da palavra de Deus, em meio a um mar de
analfabetismo bíblico que vemos por aí em muitas igrejas,
enxergamos uma luz no fim do túnel, existem aqueles que ainda
anseiam em se aprofundar na palavra de Deus, e isto é
extremamente gratificante.
Oro para que este livro possa ter alguma aplicabilidade em sua vida
cristã.
Agradecimentos
Ao Eterno Deus por sua graça e misericórdia, a
Família e aos amigos, líderes e liderados. Que o amor
de Deus, a graça do Senhor Jesus, e a comunhão do
Espírito Santo estejam com todos, amém!
Soli Deo Gloria!
Índice
INTRODUÇÃO

APOCALIPSE E SEU CONTEXTO HISTÓRICO

A CARTA DE JESUS À IGREJA DE ÉFESO

CONTEXTO HISTÓRICO

COMO SURGI O EVANGELHO EM ÉFESO?

UMA ANÁLISE DA CARTA, VERSÍCULO À VERSÍCULO

O CAMINHO DA RELIGIOSIDADE

O CAMINHO DE JESUS

AQUELE QUE TEM OUVIDOS

PROMESSA

CONCLUSÃO

ESMIRNA

A CARTA DE JESUS À IGREJA DE ESMIRNA:

CONTEXTO HISTÓRICO

COMO SURGI O EVANGELHO EM ESMIRNA?

UMA ANÁLISE DA CARTA, VERSÍCULO À VERSÍCULO

PERSEVERANÇA - O SOFRIMENTO QUANDO COMPARADO À


GLÓRIA QUE VIRÁ
PÉRGAMO

A CARTA DE JESUS A IGREJA DE PÉRGAMO:

CONTEXTO HISTÓRICO

UMA ANÁLISE DA CARTA, VERSÍCULO À VERSÍCULO

PROBLEMAS INTERNOS

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS
Introdução
Mesmo passado tanto tempo que foram escritas às cartas
direcionadas as Igrejas da Ásia menor (atual Turquia), estes escritos
ainda falam em nossos dias, as admoestações-advertências de
Jesus a sua Igreja que estavam espalhadas por estas cidades,
ainda permanece falando a Igreja contemporânea. Analisando o
atual cenário evangélico brasileiro e mundial, podemos concluir que,
o que parece é que estas cartas foram escritas a poucos dias atrás,
dada a tamanha atualidade das mesmas, problemas como a falta de
amor, a religiosidade em detrimento a verdadeira espiritualidade, o
sincretismo, a falta de vigilância, são problemas recorrentes em
nossas igrejas nesses dias. Por isso a importância de se fazer um
estudo sistemático e devocional, sistemático por que iremos estudar
perícope por perícope, carta por carta, porção por porção em ordem,
entender o contexto histórico, qual sua relevância para aqueles dias,
e assim sem desrespeitar o contexto trazer a aplicação (devocional).
A minha oração é que possamos extrair preciosas lições deste
estudo, não somente a informação superficial, ou o saber pelo
saber, pois sendo assim temos inúmeras outras ferramentas mais
eficazes para este fim, como o Googlee, e diversas outras fontes
livros, revistas e etc, mas o objetivo principal é alcançarmos
conhecimento a sabedoria, que nos impulsiona e nos move a uma
ação convergente em relação aquilo que Cristo espera da sua
Igreja.
Apocalipse e seu contexto histórico
As cartas que iremos estudar estão inseridas no Livro do
Apocalipse, ou no livro da Revelação, este é um livro que acerca
dele já houve várias discussões na história da Igreja, muito por
conta de sua linguagem simbólica e abstrata, mas este não é o
assunto aqui, por isso vamos pular esta parte. Fato é que o livro do
apocalipse é proveniente de um contexto posterior a dos apóstolos,
no período denominado período “pós apostólico”, este período se
caracteriza pelo fato de que, muitas das testemunhas oculares de
Jesus já estavam morrendo, os apóstolos da primeira geração
muitos já haviam morrido, e estava então surgindo agora uma nova
geração de cristãos, algumas epístolas denominadas “epístolas
gerais” ou “epístolas católicas” também são aproximadamente deste
período histórico, à saber, Hebreus, as duas de Pedro, as 3 de João,
Judas. Segundo Georg Ladd “A tradição credita o Apocalipse a
última década do primeiro século, quando Domiciano era imperador
de Roma (81-96 d.C).[1]
Este período foi marcado por uma perseguição intensa, ferrenha e
implacável aos Cristãos, esta época também é marcada pelo o culto
ao imperador, onde Domiciano vai enfatizar sua “divindade”,
segundo Carson, “dando ordens para que as pessoas se dirigissem
a ele como dominus et deus („senhor e deus‟)”.[2]
Na perspectiva da tradição cristã, por conta da perseguição, João o
último dos apóstolos é enviado a Ilha de Patmos (uma espécie de
prisão-exílio) ele mesmo descrevi o motivo “Foi por causa da
perseguição do Reino e do testemunho de Jesus”, e é nesta ilha que
ele tem a Revelação, e é ali que ele escreve as orientações e
admoestações as 7 igrejas que estavam localizadas na Ásia menor,
a saber: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadelfia e
Laodicéia. Nesse caso iremos estudar as 3 primeiras Igrejas.
As cartas possuem uma mesma estrutura pois cada carta contém:
1) Uma saudação ao anjo ou mensageiro); 2) Uma descrição de
Cristo Ressurreto; 3) Um elogio a Igreja (exceto a igreja de
Laodicéia); 4) Uma crítica a igreja (exceto nas cartas de Esmirna e
Filadélfia); 5) Uma advertência; 6) Uma exortação que começa
com as palavras “quem tem ouvidos ouça”; 7) Uma promessa; [3]
A carta de Jesus à igreja de Éfeso

Ao anjo da igreja em Éfeso escreva: Estas são as palavras daquele


que tem as sete estrelas em sua mão direita e anda entre os sete
candelabros de ouro. Conheço as suas obras, o seu trabalho árduo
e a sua perseverança. Sei que você não pode tolerar homens maus,
que pôs à prova os que dizem ser apóstolos mas não são, e
descobriu que eles eram impostores.
Você tem perseverado e suportado sofrimentos por causa do meu
nome, e não tem desfalecido.
Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro
amor. Lembrese de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras
que praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e
tirarei o seu candelabro do seu lugar.
Mas há uma coisa a seu favor: você odeia as práticas dos nicolaítas,
como eu também as odeio.
Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao
vencedor darei o direito de comer da árvore da vida, que está no
paraíso de Deus. Apocalipse 2:1-7[4]
Cidades da Ásia menor Séc 01 d.C
Contexto Histórico
Éfeso era a cidade mais importante da Ásia, e nela estava à igreja
mais importante da província e também a cidade continha o principal
porto de toda Ásia Menor.
Éfeso era um centro cultural e religioso, nesta cidade estava
localizado o templo da deusa Diana, ou a “Diana dos efésios”,
cultuada pelos gregos como “Ártemis” e Diana pelos romanos.
Inclusive o templo dedicado a esta divindade era tido como uma das
maravilhas do mundo antigo.[5] O templo de Diana era 3 vezes maior
que o panteão de Atenas.
Segundo Ladd, “Éfeso era o centro de todas as práticas
supersticiosas e era conhecida no mundo todo por suas artes
mágicas”.[6] É digno de nota que a estátua de Diana foi esculpida de
um meteorito que caiu do céu. Eles achavam que estas pedras
tinham poderes mágicos, algumas pessoas colecionavam estes
artefatos dizendo que eles tinham poderes sobrenaturais.[7]
Como surgi o Evangelho em Éfeso?
Possivelmente a Igreja foi fundada por Priscila e Áqüila dois cristãos
de destaque, juntamente com Paulo eles tinham vindo de Corínto
conforme (At 18.18) estes permanecerem ali depois de Paulo viajar
a Antioquia.
Depois de algum tempo Paulo voltou a cidade de Éfeso e então esta
se tornou um centro evangelístico para as demais províncias da
Ásia. Inclusive esta era uma estratégia missionaria de Paulo, pregar
nas grandes cidades pois os camponeses e moradores de vilarejos
distantes vinham até a cidades grandes para negociar e comprar, e
não o contrário, por isso pregar nestas cidades, era a forma mais
eficaz de disseminar o Evangelho, pois tudo ali desembocava, tudo
ali era tratado, logo estes moradores de regiões distantes pequenos
vilarejos, voltavam para suas cidades, levando a mensagem do
Evangelho.
Uma análise da carta, versículo à versículo
1. Ao anjo da igreja em Éfeso escreva: Estas são as palavras
daquele que tem as sete estrelas em sua mão direita e anda entre
os sete candelabros de ouro.
É interessante notar que a carta ela está sendo direcionada ao
responsável pela Igreja (anjo), pode ser um ancião, pastor, bispo ou
ainda um presbítero. João diz que estas são as palavras daquele
que tem as 7 estrelas nas mãos, conforme Apocalipse 1.20 na visão
de João as sete estrelas são sete anjos das sete igrejas. Ou seja,
ele segura firmemente em sua mão direita os responsáveis pelas
igrejas, ele tem o controle. Ele anda entre os sete candelabros de
ouro, conforme Ap 1.20 os candelabros são as igrejas, ou seja,
Jesus anda no meio dela, supervisiona, sabe o que está
acontecendo, tudo está nu e patente aos seus olhos.
2. Conheço as suas obras, o seu trabalho árduo e a sua
perseverança. Sei que você não pode tolerar homens maus, que
pôs à prova os que dizem ser apóstolos mas não são, e descobriu
que eles eram impostores.
3. Você tem perseverado e suportado sofrimentos por causa do meu
nome, e não tem desfalecido.
Conheço as tuas obras, ou eu sei o que vocês tem feito, esta frase
que é corriqueira em todas as outras cartas denota ou deixa claro a
onisciência de Deus, ou seja, independente daquilo que eles
estavam fazendo, ou desempenhando, seja bom ou ruim, Jesus
sabia exatamente o que eles estavam fazendo, e por conta que ele
sabia ele pode admoestar-advertir-corrigir, encaminhar, assim como
naquela época o Senhor sabe exatamente o que fazemos, não
adianta fugir ou se esconder, ou mentir, ou ainda tentar omitir, ele
conhece.
Nos versículos 2 e 3 é importante notar as ênfases nas palavras:
trabalho árduo, perseverança, perseverado, suportado sofrimentos,
não tem desfalecido. Existe um princípio hermenêutico que diz que
na antiguidade quando um autor queria deixar clara uma ideia ele se
utilizava do método das repetições, portanto o que fica claro
referente aos cristãos de Éfeso é o fato que eles estavam
suportando a perseguição ao Evangelho, sem retroceder, talvez
muitos morrendo por amor a causa, por zelo ao cristianismo.
Outro fator importante é o zelo doutrinário, ortodoxo, ou seja eles
permaneciam fiéis as tradição apostólica, eles tinham ojeriza a
heresia e de tudo aquilo que se distanciava dos ensinamentos
primevos de Jesus e dos apóstolos.
Então até o verso três são dois fatores positivos que merecem
destaque dos crentes de Éfeso, que são, perseverança e doutrina,
zelo e Teologia, a igreja de Jesus precisa em sua peregrinação
estes dois fatores, perseverança para permanecer até o fim e
doutrina, como uma bússola para lhe guiar.
4. Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro
amor.
5. Lembrese de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que
praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e tirarei o
seu candelabro do seu lugar.
O primeiro amor aqui é sempre pregado como aquele início da fé,
geralmente os pregadores remetem este tal “primeiro amor” ao
período onde você era um tanto quanto neófito[8] onde você jejuava
mais, orava mais, evangelizava mais, fazia mais. Ou seja, tinha mais
obras, porém aqui é interessante notar que os cristãos de Éfeso,
tinham muitas obras, eles estavam suportando perseguição, eles
estavam suportando as mais diversas aflições por conta de sua
crença, então subentende-se que, eles jejuavam, oravam,
pregavam, iriam até o martírio se preciso fosse por conta daquilo
que acreditavam. Então quando Jesus está dizendo você
abandonou seu primeiro amor, Jesus está falando do
MOTIVO+AÇÃO, ou seja qual é a motivação de vocês para
suportarem tudo isso? Antes ou anteriormente o motivo+ação era o
amor, mas agora eles deixaram este primeiro amor.
Voltando um pouquinho Jesus é aquele que conhecia as obras
deles, eles eram zelosos, perseverantes, mas Jesus sabia
exatamente aquilo que os motivava a serem tudo isso, não era mais
o amor e sim apenas a religiosidade (lembra que eles estavam
emergidos em um contexto extremamente pagão e supersticioso,
pois bem).
Paulo diz em sua carta aos Coríntios, que podemos fazer várias
coisas, até mesmo coisas extraordinárias (vide 1Coríntos 13), até
mesmo entregar o corpo a ser queimado como um mártir, mas se
não tiver amor isso de nada vale.
O cristianismo sem amor é uma mera religião qualquer, com seu
ritos, dogmas, templos, e apelos. O que nos faz diferentes diante ao
panteão religioso aí fora, é o amor, ele deve ser nossa motivação,
para sermos zelosos, perseverantes e doutrinariamente corretos.
É triste constatar que vivemos em dias onde vários cristãos vivem
exatamente esta realidade, são zelos pela doutrina, brigam se for
necessário, são perseverantes pela sua crença, porém o que os
motiva é a religiosidade, estes são os fariseus pós-modernos, que
vão ao culto, que jejuam, que oram que dão os dízimos e ofertas,
mas o que os motiva não é o amor a Jesus e ao Reino de Deus
mais sim a religiosidade vazia. Um dos grandes perigos de uma
mentalidade religiosa é a Doutrina, lei, dogma acima da Vida, acima
das pessoas, acima do próximo, acima do ser humano, é
exatamente isso que Jesus vai combater em sua época pois os
fariseus colocavam tudo abaixo da lei, colocavam as pessoas
abaixo da lei, e Jesus caminhou na direção oposta ele colocou a
vida acima de tudo, as pessoas em detrimento a mecanismos frios
de performance religiosa, Jesus não aboliu Lei ele apenas a cumpriu
e consequentemente a interpretou da maneira correta, dando ao
amor a ênfase devida.
O Caminho da Religiosidade
Religiosidade é o ato de seguir ou praticar uma determinada
religião, na perspectiva da Ciência da Religião o cristianismo é uma
religião como tantas outras, pois nele existe, culto, oferta, adoração
a uma divindade, mas na perspectiva bíblico-teológica o cristianismo
é muito mais que uma mera religião, cristianismo é uma forma de
viver embasada no amor.
Importante é distinguir religiosidade de espiritualidade, na
religiosidade eu faço para “ser”, eu faço para “ter”, eu faço para
“obter”, através de cultos, rituais e sacrifícios, na espiritualidade “eu
faço por que sou”, “eu faço por que tenho”.
A religiosidade é algo que está atacando muitas igrejas, muitos
irmãos, muitas pessoas sem se perceber perderam o amor genuíno,
a espiritualidade sincera, e estão vivendo apenas uma vida religiosa,
de “cumprimento de ritos”, onde ir à igreja desfrutar de comunhão é
uma mera obrigação para preencher a agenda religiosa.
Muitos em nossos dias se acostumaram em ser cristão, hoje em dia
parece que virou moda, é até status dizermos que somos
“evangélicos”, mas estou convencido que muitas pessoas em nosso
meio não estão de fato convertidos ao Evangelho, mas sim
adaptados a um sistema religioso que eles próprios chamam de
cristianismo.
O caminho de Jesus
Jesus propõe uma saída, uma alternativa, para o recomeço, que
seria o arrependimento, voltar onde o erro começou, o
arrependimento na bíblia está intrinsicamente ligado a conversão, é
a metanóia ou seja, a transformação ou a expansão da mente, é
quando compreendo que o meu caminho está errado e faço uma
conversão ao caminho pré-estabelecido por Deus para minha vida.
Arrependimento é entender que eu estou errado e Deus está certo e
agir diante desta realidade. O que marca o arrependimento genuíno
não é o choro, e sim a mudança de postura e de conduta, por isso
Deus não se deixa levar por performance humana, por teatro
(hipocrisia, marca dos fariseus diga-se de passagem), por lagrimas
de crocodilo, mas em contra partida a bíblia diz que Deus não rejeita
um coração contrito e quebrantado (conforme Salmos 51), Deus tem
sempre um novo começo mais é necessário uma postura autêntica
e verdadeira de seus filhos.
6. Mas há uma coisa a seu favor: você odeia as práticas dos
nicolaítas, como eu também as odeio.
7. Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao
vencedor darei o direito de comer da árvore da vida, que está no
paraíso de Deus.
Mas uma vez a igreja se mostrando zelosa surge no meio deles uma
doutrina estranha, ou a prática dos nicolaítas, ninguém sabe com
exatidão o que seria isso, mas alguns autores supõe que Nicolau foi
um homem da igreja primitiva (possivelmente um dos 7 diáconos)
que tinha uma mulher muito bonita, e ela era extremamente
cobiçada pelos homens, Nicolau teve a “brilhante” ideia de
compartilhar sua mulher com seus amigos, portanto as práticas dos
nicolaítas era a perversão sexual, esta prática era defendida pelo
gnosticismo, que enfatizava que o corpo era mal mais o espírito era
bom, portanto não importava o que eu fizesse com meu corpo o que
importava mesmo era meu coração ou a meu espírito, esta corrente
foi duramente combatida pelas primeiras gerações de cristãos.
Uma vez mais Jesus destaca que Éfeso era uma igreja
extremamente abalizada na doutrina, uma igreja teologicamente
sadia, porém, destituída agora de amor.
Aquele que tem ouvidos
Este também é um dos termos recorrente no final de cada carta, o
que significa ouvidos para ouvir? Na cultura do oriente ouvir denota
obedecer, portanto parafraseando o texto bíblico ele está dizendo
mais ou menos assim, se você é sensato, preste muita atenção
naquilo que está sendo dito e obedeça aquilo que o Espírito te diz.
Ouvir é praticar, quem não obedece é por que não ouviu por isso um
dos textos áureos de Israel é o Shemá (ouve) “Ouve ó Israel o
Senhor Teu Deus é o único Deus”. Deuteronômio 6, ou seja entenda
Israel que o Senhor é o Único não existe outro além dele, ponha em
prática isso e viverás.
Promessa
Ao vencedor darei o direito de comer da árvore da vida, que está no
paraíso de Deus.
A queda fez com que o homem fosse banido do paraíso é por
conseguinte banido também de ter acesso a árvore da vida, logo a
recompensa para todo aquele que ouvir-obedecer a Deus, é a
eternidade junto com Ele, é a vida Eterna, é estar em um local
totalmente seguro, onde não haverá mais, dor, tristeza, nem pranto,
nem lágrimas, nem doença alguma, pois o Senhor será nossa fonte
de vida Eterna.
Conclusão
Chegamos ao fim da primeira perícope estudada espero que aquilo
que aprendemos aqui possa reverberar de maneira positiva em sua
vida, pois não basta sermos doutrinariamente corretos ou zelosos
pela nossa crença, se o que nos motiva é a religiosidade e não o
amor, se o que nos motiva é a aparência, ou a exteriorização, que
possamos ser amantes da doutrina bíblica (devemos), mas também
amantes genuínos de Jesus e do Reino de Deus.
Pois a doutrina e o zelo sem a caridade não passa de práticas
religiosas o que nos distingue é sem dúvida o amor exercitado.
Que em nossa vida possa haver a confluência entre a ortodoxia e a
ortopráxia, ou seja, doutrina correta e a prática constante daquilo
que acreditamos, não basta crer no amor devemos praticá-lo,
exercitá-lo, vivenciá-lo todos os dias, e o dia todo. Amém!
Somente assim seremos discípulos genuínos de Jesus, e
manifestantes reais do Reino de Deus, do contrário meros
representantes de uma religião qualquer.
Nossa próxima parada é na cidade de Esmirna, vamos averiguar
contexto histórico, e o que Jesus repreendeu e também o que ele
elogiou e o que pode ser útil para nossa vida cristã no século XXI.
Até mais.
ESMIRNA
Bruno Paulo Zluhan
A carta de Jesus à igreja de Esmirna:

Ao anjo da igreja em Esmirna escreva: Estas são as palavras


daquele que é o Primeiro e o Último, que morreu e tornou a viver. 9.
Conheço as suas aflições e a sua pobreza; mas você é rico!
Conheço a blasfêmia dos que se dizem judeus mas não são, sendo
antes sinagoga de Satanás. 10. Não tenha medo do que você está
prestes a sofrer. Saibam que o diabo lançará alguns de vocês na
prisão para prová-los, e vocês sofrerão perseguição durante dez
dias. Seja fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida. 11. Aquele
que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. O vencedor de
modo algum sofrerá a segunda morte. (Apocalipse 2:8-11)
Contexto Histórico
Das várias coisas que as cartas escritas por João na ilha de Patmos
revelam, uma em especial é o cuidado de Cristo com a sua igreja. É
possível dar ênfase a três grandes problemas que se infiltravam (e
não deixam de se infiltrar atualmente) na igreja devido ao contexto
histórico. São eles o esfriamento, a perseguição (abandono) e as
heresias. Cada igreja com maior ou menor ênfase em um destes
problemas. É importante lembrar que o Novo testamento ainda
estava em formação e canonização, e que as cartas escritas pelos
apóstolos não eram acessíveis a todos. Os conhecimentos eram em
sua grande maioria passados verbalmente (tradição oral). Estima-se
que quando a carta foi escrita (próximo do ano 90), quem dominava
a região era o imperador romano Dominicio, que se considerava
soberano e cobrava adoração a Roma. Ele foi um perseguidor vorás
dos cristãos do primeiro século e que sentenciou vários para morte
na fogueira ou por espetáculos a Roma, jogava os crentes em
arenas junto com animais selvagens. Os jogos e espetáculos eram
não somente comum, mas desejado pelos moradores de Esmirna, e
aos vencedores dos jogos eram dadas coroas como prêmio e
reconhecimento.
O nome Esmirna tem um significado especial, que é cheiro
agradável. Ganhou este nome a suas vastas plantações de mirra e
também ao seu forte comércio nos primeiros séculos. Tinha um
porto influente no mar mediterrâneo e recebia vários estrangeiros.
Por isso é interessante se localizar geograficamente e saber onde
está a igreja de Esmirna. Primeiro por que isso auxilia a entender os
muitos conflitos atuais e em segundo por que a geografia mais do
que hoje, tinha tamanha influência no comercio, em táticas militares,
desenvolvimentos culturais, tecnológico e militares.
Durante o domínio romano Esmirna se tornou um centro de idolatria,
bem como Éfeso que adorava Diana, Esmirna era o Guardião do
Templo, adorava Poseidon (deus do mar), Deméter (deusa grega da
ceifa e da terra) e foi a primeira cidade da Ásia a construir um
templo para a adoração da cidade de Roma (195 a.C.). Em 26 d.C.,
foi escolhida como local do templo ao imperador Tibério.
Como surgi o Evangelho em Esmirna?
Possivelmente a igreja foi fundada por cristãos que ouviram a
pregação de Paulo, durante o período em que ele ficou em Éfeso,
na sua terceira viagem evangelística. Os habitantes da Ásia ouviram
o evangelho de Jesus (Atos 19:10). Acredita-se que a igreja em
Esmirna, uma cidade situada ao norte de Éfeso, esteja incluída nas
citações de Pedro 1.1. É em apocalipse que aparece pela primeira
vez que identificada por este nome.
Esmirna é famosa por ser a terra natal de Homero (o poeta cego da
mitologia grega) e como lar de Policarpo (bispo de Esmirna e
discípulo do apóstolo João).
Uma análise da carta, versículo à versículo
Ao anjo da igreja em Esmirna escreva: Estas são as palavras
daquele que é o Primeiro e o Último, que morreu e tornou a viver.
Como na primeira carta é possível notar a carta direcionada ao
responsável pela Igreja (anjo). Conforme já falado na primeira carta
pode ser um ancião, pastor, bispo ou ainda um presbítero.
Logo na sequência vem à revelação de quem é que está falando.
Jesus já mostrou no capítulo 1 do livro de apocalipse, que Ele é
quem cuida e supervisiona as igrejas, e conforme Eclesiastes 12:14,
nada está oculto, e tudo será revelado. Veja que quando Cristo se
revela, ele se identifica criando empatia com a igreja. Ele afirma,
que já morreu, mas voltou a viver. Ele tem o domínio, pois é o
primeiro e o último. Isso faz com que sua instrução a perseverança
seja mais forte e intensa.
9. Conheço as suas aflições e a sua pobreza; mas você é rico!
Conheço a blasfêmia dos que se dizem judeus mas não são, sendo
antes sinagoga de Satanás.
No início do versículo Ele reforça e deixa claro a onisciência de
Deus. Ele mostra que apesar da igreja perseguida e financeiramente
pobre, ela tem o que é de mais valioso. Deus habita entre eles. Eles
eram de fato ricos: nas obras, na fé, na oração, no amor não fingido,
na leitura da Palavra de Deus, (à maneira de seus dias). Estas
coisas diante de Deus: São as riquezas da alma. (Mt 6.20; 1Tm
6.17-19). Nesta afirmação já é possível ver a sã doutrina da igreja
de Esmirna. Neste versículo é possível ver a perseguição. A
perseguição da igreja do primeiro século vinha de modo geral dos
não cristãos, por exemplo pagãos (Atos 19.26-41) e autoridades
romanas (2Timóteo 4.16-18). Mas veja que ele usa uma
característica judaica e fala da blasfêmia dos que se dizem judeus e
são de Satanás. Isso mostra a perseguição forte que a igreja de
Esmirna também sofria dos Judeus.
10. Não tenha medo do que você está prestes a sofrer. Saibam que
o diabo lançará alguns de vocês na prisão para prová-los, e vocês
sofrerão perseguição durante dez dias. Seja fiel até a morte, e eu
lhe darei a coroa da vida.
Todavia, mesmo mediante a tanta perseguição à igreja de Esmirna
não é criticada como as demais igrejas ao seu redor, pelo
esfriamento, ou abandono, ou pela entrada de heresias em sua
doutrina, mas desde o primeiro versículo o Senhor traz
encorajamento e estimula a igreja a perseverar. O verso 10 mostra
que ainda existe mais tribulação pela frente, mas encoraja a vida
eterna. Como não sofrer mediante as emboscadas que estão por
vir? Mediante a possível morte física? Lembrese do contexto
histórico da época que aos vencedores eram dadas coroas pelas
suas vitórias, e também se lembre que no primeiro versículo Cristo
disse: Eu também morri, mas voltei a viver. E baseado nisto Ele
promete uma coroa de vida eterna. Ele condiciona estimulando a
perseverança na fé e a não desistência mesmo nas horas mais
difíceis. (Interessante aqui lembrar da história do bispo de Esmirna,
Policarpo, que morreu se mantendo firme e não blasfemando contra
o seu Deus).
11. Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. O
vencedor de modo algum sofrerá a segunda morte.
Neste versículo João expõe uma verdade decisiva, ao qual
encorajou e encoraja até hoje os cristãos mediante ao sofrimento e
até diante da morte. Não é fácil como ser humano saber que a
morte está próxima, quando se compreende e se vive pelo Espírito
de Cristo, uma vez que Jesus morreu e ressuscitou, pode-se estar
certo de que, se morrerem, também hão de ressuscitar dentre os
mortos. É isso que significa Jesus dizer-lhes que eles não sofrerão a
“segunda morte”, pois a marte espiritual jamais lhe sobreviriam.
Note que o termo “aqueles que tem ouvidos ouçam” também é um
dos termos recorrente no final de cada carta, e conforme o Cleber
dos Santos falou na primeira carta, na cultura do oriente, ouvir
denota obedecer, portanto parafraseando o texto bíblico ele está
dizendo mais ou menos assim, se você é sensato preste muita
atenção naquilo que está sendo dito e obedeça aquilo que o Espírito
te diz.
Perseverança - O sofrimento quando comparado à
glória que virá
Chegamos ao fim da segunda carta que João escreveu após a
revelação na ilha de Patmos. É possível notar que estas cartas se
aplicam a nossas vidas até nos dias de hoje. Independentemente
dos simbolismos que são dados as cartas, ou se elas expressam
períodos na histórias humana, também conhecida como trabalhar de
Deus no decorrer das eras. Cada cristão faz parte do corpo de
Cristo e compõem a igreja de Deus. Cristo nos encoraja a persistir
na sã doutrina e a viver em comunhão com Ele, pois reviveu e tem o
domínio de tudo em suas mãos. Vale a penas persistir e ser coroado
pela vitória que só é possível por aquele que morreu e ressuscitou.
Nada está encoberto aos seus olhos e Ele passeia entre nós. Que
possamos ser como a igreja de Esmirna, que mesmo em tribulação
e perseguição, tinha os maiores tesouros, sendo nenhum deles
material, mas baseado no amor do Eterno.
PÉRGAMO
Cleber dos Santos
A carta de Jesus a igreja de Pérgamo:
Ao anjo da igreja em Pérgamo escreva: Estas são as palavras
daquele que tem a espada afiada de dois gumes.
Sei onde você vive, onde está o trono de Satanás. Contudo, você
permanece fiel ao meu nome e não renunciou à sua fé em mim,
nem mesmo quando Antipas, minha fiel testemunha, foi morto nessa
cidade, onde Satanás habita.
No entanto, tenho contra você algumas coisas: você tem aí pessoas
que se apegam aos ensinos de Balaão, que ensinou Balaque a
armar ciladas contra os israelitas, induzindo-os a comer alimentos
sacrificados a ídolos e a praticar imoralidade sexual.
De igual modo você tem também os que se apegam aos ensinos
dos nicolaítas.
Portanto, arrependa-se! Se não, virei em breve até você e lutarei
contra eles com a espada da minha boca.
Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao
vencedor darei do maná escondido. Também lhe darei uma pedra
branca com um novo nome nela inscrito, conhecido apenas por
aquele que o recebe. Apocalipse 2:12-17
Contexto Histórico
Assim como as cidades anteriores a cidade de Pérgamo também
era uma importante cidade como província Romana da Ásia. A
palavra Pérgamo vem de purgos, que significa torre, castelo,
fortificação.
Pérgamo era também o centro de culto a muitos deuses. Na cidade
em questão havia uma acrópole de aproximadamente 300 metros
de altura com muitos templos a deuses pagãos. No topo monte
havia um templo dedicado a Zeus, tendo ao lado um templo da
deusa Atenas.
Pérgamo também era o centro do culto a Asclépio[9], o deus-
serpente das curas, seu colegiado de médicos-sacerdotes era
extremamente famoso na região. Eles desempenhavam um papel
de Esoterismo-médico, neste templo-hospital as pessoas eram
internadas para serem tratadas de todas as formas, a resposta a
aflição e dor humana vinha através de sonhos onde o próprios
deuses “falavam” com os enfermos. Portanto não é exagero afirmar
que a cidade de Pérgamo era uma fortaleza das religiões e cultos
pagãos, um ambiente extremamente difícil para uma igreja cristã.
Uma análise da carta, versículo à versículo
12 Ao anjo da igreja em Pérgamo escreva: Estas são as palavras
daquele que tem a espada afiada de dois gumes.
Como fora tratado anteriormente Jesus manda João escrever ao
anjo da igreja, o que isso significa? Alguém responsável pela igreja,
uma figura humana que pode ser um mensageiro, um presbítero,
bispo, ou ancião.
Cristo é representado por aquele que tem a espada afiada de dois
gumes, uma alusão a visão de Apocalipse 1.16, “neste caso a
espada é a palavra de julgamento pronunciada sobre uma igreja que
começou a relaxar suas atitudes das práticas pagãs” afirma George
Ladd.[10]
13Sei onde você vive, onde está o trono de Satanás. Contudo, você
permanece fiel ao meu nome e não renunciou à sua fé em mim,
nem mesmo quando Antipas, minha fiel testemunha, foi morto nessa
cidade, onde Satanás habita.
Há muitas explicações e muitas hipóteses para a frase onde está o
trono de Satanás, veja algumas delas abaixo: a) Cidade como um
centro religioso/pagão b) Culto a Asclépio, onde seu símbolo lembra
Satanás para os cristãos.
c) O Altar de Zeus na Acrópole d) Pérgamo era o centro do
culto ao imperador.
Jesus disse que sabe, que é difícil viver naquele lugar, dar o
testemunho e viver onde Satanás habita.
Contudo, você permanece fiel ao meu nome e não renunciou à sua
fé em mim, Apesar da Igreja estar cercada de tantos deuses pagãos
e estar vivenciando uma tensão política-religiosa, os crentes de
Pérgamo são elogiados por não se desviarem do seu Senhor.
Devemos lembrar que os crentes desta cidade vieram
majoritariamente do paganismo e certamente estavam sofrendo
pressões sociais e religiosas para apostatarem da fé, deixarem
Cristo e voltarem para prática pagã.
Assim também m nossos dias, pois o mundo [não o mundo quanto
criação mas o mundo sistema regido por Satanás], nos oprimi, com
propostas, com manjares, com apelos midiáticos, querendo nos
fazer sucumbir, mas precisamos ser fiéis até o fim, não negociar ou
renunciar a nossa fé, os nossos princípios e valores, pois o mundo
sempre será mundo, este sistema corrompido dominado por
Satanás seus lacáios, mas cabe aos fiéis a Igreja de Jesus a
perseverança nestes últimos dias.
13. nem mesmo quando Antipas, minha fiel testemunha, foi morto
nessa cidade, onde Satanás habita.
Os historiadores encontraram um certo Antípas na região de
Pérgamo que foi Mártir, e a história do seu martírio é terrível,
segundo os estudiosos Antípas foi cozido vivo dentro de um boi de
bronze, mesmo diante de tanto sofrimento ele não negou a fé.
Problemas internos
14. No entanto, tenho contra você algumas coisas: você tem aí
pessoas que se apegam aos ensinos de Balaão, que ensinou
Balaque a armar ciladas contra os israelitas, induzindo-os a comer
alimentos sacrificados a ídolos e a praticar imoralidade sexual.
15. De igual modo você tem também os que se apegam aos ensinos
dos nicolaítas.
Pérgamo persistiu em seguir a Jesus, resistiu a perseguição, porém
eles deixaram que a moral dos pagãos entrassem na Igreja e os
influenciasse.
Em Números 25.1-3 e 31.16, Balaão aconselha o Rei Balaque a
atrair os israelitas à idolatria, incitando-os com mulheres moabitas a
compartilharem das festas sacrificiais pagãs. Jesus admoesta essa
igreja por tolerar em seu meio aqueles que recapitulavam a tolice de
Balaão – os nicolaítas (ver também 2 Pedro 2.15). O nome de
Balaão significa “ele destrói o povo”; Nicolau significa “ele conquista
o povo”. É um paralelo muito contundente.
Visivelmente, alguns cristãos confusos em Pérgamo pensavam que
podiam participar das festas cultuais pagãs, as quais eram uma
parte importante da vida social e econômica naqueles dias. A
imoralidade sexual que também era tolerada em Pérgamo, se não
defendida, pode ter sido metafórica, como quando o povo de Deus
se lançava à idolatria (por exemplo, Jeremias 3.7-9). Mas,
conhecendo o homem, provavelmente era também literal.[11]
16. Portanto, arrependa-se! Se não, virei em breve até você e lutarei
contra eles com a espada da minha boca.
O arrependimento aqui é acerca da atitude liberal diante dos
nicolaítas, eles eram coniventes, ou omissos aquilo que estava
adentrando na Igreja, a igreja de Éfeso (vide carta 01) era
intolerante rude, não tolerava os Nicolaítas, já a igreja de Pérgamos
os tolerava.
A igreja de Éfeso tem doutrina mas não tem amor a igreja de
Pérgamo tem amor mas não tem doutrina, por isso a importância de
ambos a confluência entre amor e a doutrina, a igreja de Cristo
precisa buscar este ideal, este equilíbrio.
A igreja contemporânea precisa estar atenta por que vivemos dias
em que práticas pagãs são aceitas em nosso meio evangélico por
que ganharam uma roupagem ou uma cristã, exemplo: rosa ungida,
sal grosso, fronha ungida, músicas cheias de heresias, pelo simples
fato de serem do mundo gospel são aceita nas comunidades, muitas
igrejas toleram estas práticas por que elas ganharam uma
conotação cristã, com apelo de “homens de Deus”, é necessário a
igreja estar alicerçada na palavra para não ser coagida ou
influenciada por estas manipulações circenses que vemos por aí.
Voltemos as Escrituras!
17. Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao
vencedor darei do maná escondido. Também lhe darei uma pedra
branca com um novo nome nela inscrito, conhecido apenas por
aquele que o recebe.
Ao vencedor, aos que se opõe aos ensinos de nicolaítas e
permanecem fiéis a Cristo, é prometido uma recompensa.>> “O
maná escondido”<< Segundo Georg Ladd, “Os pensamentos de
João foram levados a o maná talvez por causa da alusão a balaão,
por que no tempo dele Israel era alimentado com maná. De acordo
com a tradição hebraica um vaso com maná foi preservado na arca
e quando o templo foi destruído, Jeremias salvou a arca com o
maná, e eles foram preservados milagrosamente até os tempos
messiânicos, quando o maná seria o novo alimento do povo de
Deus”.[12]
Uma pedrinha branca: No mundo antigo as pedras brancas tinham
muitas utilidades. Uma pedra branca simbolizava absolvição por um
júri, uma pedra preta condenação. Usava-se pedra brancas como
bilhetes de entrada em festivais públicos. A pedra branca é o
símbolo da admissão na festa messiânica.[13]
Conclusão
Chegamos ao fim de mais uma jornada, esperamos que vocês
estejam curtindo nosso estudo bíblico. E o que aprendemos com
Pérgamo? Que nós também estamos cercados e tensionados pelo
mundo [sistema satânico], nós como Igreja devemos resistir
fielmente as tentações, os manjares, e tudo que nos é oferecido,
aprendemos também que devemos estar abalizados na sã doutrina
pois ensinos estranhos e distorcidos tem permeado nossos púlpitos,
a Igreja de Jesus Cristo ela marcha proclamando o Reino de Deus,
vivendo de maneira sinérgica o amor e a doutrina, o fervor e a
teologia, sem ser conivente com práticas pagãs que foram rotuladas
de cristianismo, assim seguimos até AQUELE GRANDE DIA, amém!
Referências
Bíblia Online, Nova Versão Internacional, Disponível em:
<https://www.bibliaonline.com.br/nvi/ap/2>. Acesso dia 30 de Janeiro
de 2017.
CARSON, D.A, Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida
Nova, 1997.
D´ ARAÚJO FILHO, Caio Fabio. O apocalipse das Igrejas. Prólogos:
Brasília, 2012.
LADD, George, Apocalipse: Introdução e Comentário. São Paulo:
Vida Nova, 2014.

[1] LADD, George, Apocalipse: Introdução e Comentário. São Paulo: Vida


Nova, 2014.
[2] CARSON, D.A, Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997.
[3] Cf. CARSON, 1997, p. 518.
[4] Todas as citações bíblicas são da Nova Versão Internacional, Disponível
em: <https://www.bibliaonline.com.br/nvi/ap/2>. Acesso dia 30 de Janeiro de
2017.
[5] Cf. LADD, 2014, p. 30.
[6] LADD, 2014, p. 30.
[7]Cf. D´ ARAÚJO FILHO, Caio Fabio. O apocalipse das Igrejas. Prólogos:
Brasília, 2012.
[8] Novo na fé ou um crente novo, que entende pouco acerca das doutrinas.
[9] O símbolo da medicina é representado pelo Bastão de Asclépio (ou
Esculápio), o qual consiste em um bastão, varinha ou haste, com uma cobra
entrelaçada.
Na mitologia grega antiga Asclépio é o deus da cicatrização, ou da própria
medicina.
[10] LADD, 2014, p. 37.
[11] DONATO, Cris. Ligonier Ministries. Original: The Letter to the Church in
Pergamum. 2009. Disponível em: <
http://voltemosaoevangelho.com/blog/2015/03/cuidado-com-a-doutrina-de-
balaao-e-dos-nicolaitas-serie-igrejas-de-apocalipse-pergamo/> Acesso: 07 de
fevereiro de 2017.
[12] LADD, 2014, p. 39.
[13] Cf. LADD, 2014, p.39.

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