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21 A 24 DE OUTUBRO DE 2019
MANAUS (AM) – A CAPITAL BRASILEIRA DA PESCA E DA AQUICULTURA
Silmara Hellen dos Santos Tavares¹*; Jodivan Ferreira Vaz²; Leandro de Araújo Ferreira³;
Flávia Roseira dos Reis⁴; Marcos Ferreira Brabo⁵
RESUMO:
A criação de peixes na região Norte do Brasil vem apresentando um desenvolvimento significativo.
A espécie tambaqui Colossoma macropomum é a espécie amazônica mais cultivada na região. O C.
macropomum tem se mostrado com uma boa eficiência produtiva para a piscicultura intensiva em
diversos estudos. O manejo da espécie na piscicultura Paraíso, na região do lago da Usina
Hidrelétrica de Tucuruí-PA, é realizado em três fases distintas em tanques-rede. Sendo a fase 1 a
fase de berçário que dura, aproximadamente, 30 dias. A fase 2 é fase de recria que chega a 90 dias.
E a fase 3 que é a fase de engorda que dura 180 dias. As densidades de estocagem foram
respectivamente para cada fase, 5000, 1600 e 40 ind./m³.Foram utilizados 15 tanques-redes
retangulares para o criação dos peixes, com o volume útil de 16,2 m³ cada. A produtividade do
tambaqui foi de 40 Kg/m³ e uma produção por ciclo de 9.720 Kg/m³. A mortalidade chegou a mais
de 10%, sendo 5% no berçário, 5% recria e 2% na engorda, estando dentro do esperado para a
criação da espécie tambaqui. A montante de capital que foi calculado foi de R$ 77,760,00 reais o
que pode ser um bom atrativo financeiro. Isso mostra a viabilidade da produção por ciclo da espécie
tambaqui na piscicultura e como sendo uma das principais espécies para garantir a sustentabilidade
do empreendimento.
1- INTRODUÇÃO
O cultivo de peixes é considerado uma das atividades agropecuárias que mais cresce no
Brasil. A Piscicultura brasileira produziu 691.700 toneladas de peixes de cultivo em 2017. A
segunda posição na produção é representada por uma categoria de espécies de peixes que são os
nativos. De acordo com os dados de pesquisa, liderados pelo Tambaqui os nativos representam
43,7% da produção brasileira: 302.235 toneladas (AQUACULURE BRASIL, 2018).
O tambaqui compõe o grupo de peixes chamados de redondos, que juntamente com o pacu
(Piaractus mesopotamicus) e a piarapitinga (Piaractus brachypomus) representam a base da
produção de peixes nativos na piscicultura nacional, tanto como animais puros e especialmente na
produção de híbridos entre tambaqui e pacu (tambacu) ou tambaqui e pirapitinga (tambatinga)
(BALDISSEROTTO; GOMES, 2010). Por ser uma espécie reofílica e não se reproduzir
espontaneamente em tanques, a utilização de hormônios para a sua reprodução é necessária
(ARAUJO‑LIMA & GOMES, 2005).
No estado do Pará, a maioria dos empreendimentos comerciais adota o sistema semi-
intensivo, faz criação de uma grande variedade de espécies, geralmente com peixes redondos em
viveiros de derivação ou de barragem, e em menor escala com pirarucu ou surubim, alimentados
com ração comercial ou peixes forrageiros, principalmente a tilápia. Na mesorregião Sudeste, onde
está localizado o reservatório da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, a criação de peixes redondos é
realizada em tanques-rede e no Baixo Amazonas em gaiolas flutuantes construídas totalmente de
itaúba Mezilaurus itauba, madeira de alta resistência encontrada na Amazônia (BRABO,2014).
O presente trabalho tem como objetivo analisar a produção e potencial de criação da espécie
tambaqui C. macropomum na piscicultura Paraíso, localizada no reservatório da usina hidrelétrica
de Tucuruí-PA, Brasil.
2- MATERIAL E MÉTODOS
3- RESULTADOS E DISCUSSÃO
O manejo produtivo do tambaqui foi realizado em três fases distintas (FASE 1, FASE 2 e
FASE 3), durante o ciclo de criação com o tempo de dez meses na piscicultura. Na primeira fase os
peixes povoaram o berçário, que estava previamente preparado, na densidade de 5000 ind./m³.
Depois de quarenta e cinco dias, são repicados para outros tanques-rede segunda fase, que é a
recria, com densidade de 1600 ind./³. E finalmente foram manejados mais uma vez na terceira fase
com densidade de 20 ind./m³, onde ficaram até chegarem no peso de despesca para comercialização
(Tabela 1). Durante o ciclo de criação a espécie foi alimentada com rações com teor de proteína nas
fases 1, 2 e 3, respectivamente, 40% PB, 36% PB e 32% PB. A frequência alimentar para cada fase
correspondeu em 4 vezes, 3 vezes e 2 vezes diariamente, respectivamente as fases 1, 2 e 3.
A produtividade da espécie por ciclo de criação em dez meses nos tanques-rede de 16,2 m³ de
volume útil foi de 40 Kg/m³. Isto proporciona uma produção total de, aproximadamente, 9.720 Kg
da espécie tambaqui por ciclo. A conversão alimentar aparente ficou em torno de 1,6 o que nos
mostra uma grande eficiência produtividade (Tabela 2). Segundo Fernandes et al 2010, além da
rusticidade do tambaqui, que permite uma maior resistência a baixos níveis de oxigênio, apresenta
também elevada eficiência na conversão alimentar e adaptação ao arraçoamento.
Tabela 1. Produtividade do tambaqui C. macropomum em tanques-rede na piscicultura Paraíso.
Característica Valor
Número de gaiolas 15
Volume das gaiolas (m3) 16,2
Volume total das gaiolas (m3) 243
Produtividade (kg/m3) 40
Produção total (kg) 9720
Conversão alimentar (kg) 1,6
Preço de venda (R$/kg) 8,00
CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE PESCA – XXI CONBEP 4
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Com uma produção de 9.720 Kg e com um preço de venda no valor de R$ 8,00 podemos
então calcular um montante de R$ 77.760,00. Isso nos faz mostra que a piscicultura em sistema
intensivo tem um bom retorno financeiro de capital investido. Já a espécie aparenta responder bem
ao sistema intensivo.
Para o empreendimento em questão podemos propor um aumento das estruturas dos taques-
rede como forma de aumentar ainda mais a produção, ou, ainda, testar novos ciclos de criação com
uma densidade mais elevada. Se bem sucedido esses novos ciclos da espécie tambaqui, a
piscicultura estará disponibilizando mais peixes para o mercado e aumentando a lucratividade.
4- CONCLUSÃO
5- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Brabo, M.F. 2014. Piscicultura no Estado do Pará: situação atual e perspectivas. Actapesca,
Aracaju, v. 2, n. 1, p. 1-7, 2014.