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Tipologias textuais: preditiva e dialogal

1. Tipologia Preditiva
A predição é uma tipologia textual que indica antecipação de algo que ainda não
aconteceu. Sua principal característica é se valer de verbos no futuro do presente, pois a
concretização das ações será posterior ao tempo em que a anunciação se concretiza.
A tipologia preditiva costumara aparecer em previsões astrológicas ou climáticas; as
profecias religiosas também utilizam de forma linguística. A predição implica sempre em uma
narração ou descrição que antevê algo ou algum fenômeno. Para ilustrar uma tipologia preditiva
utilizamos gênero romance. Trata-se do romance Percy Jackson e o Ultimo Olimpiano, de Rick
Riordan.

Exemplo:
"Um Meio-Sangue, dos deuses antigos filho,
Chegará aos dezesseis apesar de empecilhos
Num sono sem fim o mundo estará
E a alma do herói, a lâmina maldita ceifar
Uma escolha seus dias vai encerrar
O Olimpo preservar ou arrasar"
(Profecia do livro O último Olimpiano de Percy Jackson e Os Olimpianos)
Significados da profecia:
1- Percy Jackson é filho de Poseidon, um dos Três Grandes, e chega aos dezesseis anos;
2- Chegou à idade com dificuldades, surpreendendo a todos, até próprio;
3- Morfeu pôs toda a ilha de Manhattan para dormir, exceto as criaturas mitológicas e
Rachel;
4- Luke, no final, se arrependeu de suas escolhas e morreu como um herói. Anos antes,
fez uma promessa à Thalia e Annabeth, de que seriam uma família, mas acabou
quebrando, quando feriu Annabeth.
5- A escolha de Percy para confiar em Luke, tendo uma leve influência de Annabeth,
dando a faca da mesma, esperando que ele fizesse o certo, acabou o matando.
6- Luke, quando escolheu se sacrificar, acabou salvando o Olimpo matando a si mesmo
e destruindo Cronos.
1. Tipologia Dialogal
A tipologia dialogal consiste em uma estrutura linguística dialética, isto é, uma
relação em que dois ou mais locutores emitem enunciados sobre um determinado tema.
Diversos gêneros são constituídos por essa tipologia, os debates políticos, entrevistas de
jornais, textos filosóficos da antiguidade. Nesse tipo de texto cada enunciado,
evidentemente, se refere ao anterior, podendo ser estabelecer relação de concordância,
oposição ou de ponderação.
Para ilustrar a tipologia dialogal, utilizaremos um trecho da entrevista do professor
Dalmo Dallari concedida ao Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos - IDDH
Exemplo:

Como o senhor vê o atual cenário da defesa dos direitos humanos?


O que percebemos é que existe é uma boa dose de egoísmo, tem muita gente
que só se preocupa com o seu direito. Principalmente quando se trata de destinar
recursos, fazer alguma coisa em favor dos necessitados, para quem não tem acesso a
estes meios, e isto é considerado um desperdício de dinheiro público.
Falta, portanto, este tipo de solidariedade, o reconhecimento do que está na
declaração universal dos direitos humanos, de que todos os seres humanos nascem
livres e iguais em dignidade e direitos. Para isto ter efetividade é preciso que aconteça
na prática. Então daí a necessidade da luta constante pelos direitos humanos para que
ninguém seja exterminado ou marginalizado, e sim para que todos tenham efetivamente
acesso aos seus direitos fundamentais.

O que ainda falta para que seja efetivamente respeitados esses direitos?
Seria mais ou menos um problema da preparação técnica mas também da
conscientização. A proposta que eu venho fazendo há anos é que se tenha, desde o curso
básico [ensino fundamenta], uma disciplina que poderia ser chamada de Introdução à
Cidadania. Daí as pessoas teriam a consciência despertada para o valor do outro ser
humano, para a existência ética e social da solidariedade, da fraternidade. Portanto, a
introdução a defesa dos direitos humanos deve começar lá trás, cedo, a partir da
formação de uma consciência e de um estímulo a ser solidário e fraterno. É dessa
maneira que começa e depois seguirá, necessariamente, a preparação ética numa área
em que a pessoa queira atuar. Mas aí a exigência primeira é esta consciência dos direitos
humanos como valor e da obrigação ética e jurídica de solidariedade.

Como isto poderia ser inserido nas escolas?


Nós já tivemos no Brasil uma disciplina chamada Educação Moral e Cívica que
poderia ser o começo deste trabalho de promoção dos direitos humanos, mas foi
completamente desvirtuada e passou a ser um elogio ao governo e as classes
dominantes. Por causa disto é preciso repor a disciplina de maneira correta e que seja
uma introdução a cidadania. A começar pelo ensinamento sobre a natureza associativa
dos seres humanos. Nenhum ser humano existe sozinho, todos dependem de todos.
Então começa por aí. E a partir desta consciência da convivência necessária
prosseguindo com ensinamentos pra que essa convivência seja solidária, seja uma troca
de apoio para que cada um e todos possam efetivamente ter acesso aos seus direitos.

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