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O QUE É MONÓLOGO?

O Monólogo é um tipo de texto que é interpretado ou enunciado por apenas uma pessoa.
Dessa forma, o discurso é feito para si próprio, de modo que o público, leitores ou ouvintes têm a
sensação de ler o pensamento do seu intérprete.

Uma peça teatral pode ser ela toda um monólogo, como também pode ser apenas parte de
uma encenação em que estão, ou não, presentes outros personagens. No momento do
monólogo, se mais atores estiverem em cena não conversam entre si.

Etimologicamente, a palavra monólogo se originou a partir da junção de dois elementos


gregos: monos, que significa “um” ou “único”, e logos, relativo a “ideia” ou “palavra”. Logo, o
significado literal de monólogo seria justamente “palavra de um”.

CLASSIFICAÇÃO DE MONÓLOGO

Embora o monólogo não seja exclusivo do teatro, é muito frequente o associarmos ao gênero
dramático.

Segundo o Dicionário de Teatro de Patrice Pavis, o monólogo pode ser:

 Técnico - São transmitidas ideias passadas ao público.


 Lírico - O discurso da personagem se assemelha a uma confidência carregada de
emoção.
 Reflexão ou Decisão - Diante de uma decisão, o personagem reflete e discute com ele
mesmo o que fazer, que decisão tomar.

É frequente encontrarmos apenas a classificação para dois tipos de monólogos teatrais: o


monólogo exterior e o monólogo interior.

Nesse sentido, o monólogo exterior seria o monólogo técnico, enquanto o monólogo lírico e de
reflexão, seria uma referência ao monólogo interior.

O monólogo exterior é quando o ator fala se dirigindo para a sua plateia, já o monólogo
interior (mais popular nas apresentações teatrais) consiste na reflexão do personagem com ele
próprio. Este último tipo de monólogo também é conhecido como solilóquio.

Os solilóquios procuram explorar o estado psicológico do personagem interpretado pelo autor,


visto que este questiona seus próprios sentimentos, espelhando situações que todas as pessoas
vivenciam em seu interior. Ou seja, é um recurso dramático ou literário que consiste em
verbalizar, na primeira pessoa, aquilo que se passa na consciência de um personagem.

1) PREPARAÇÃO PARA ATUAR

CONSTRUA O SEU PERSONAGEM

- Entenda o que motiva as ações e decisões da personagem, isso faz você visualizar quais as
reações que seu personagem teria ao ser exposto à diversas situações.
- Cuidado para não perder o tom e criar várias personalidades para a mesma personagem
(exceto se a peça exigir isso).
- Conheça o seu personagem tão bem como a si mesmo. Torne-o real, gente como a gente, e
não apenas uma interpretação.
- Se o personagem é baseado em uma pessoa real, pesquise tudo que puder sobre ela. De
qualquer forma, todo personagem pede uma pesquisa sobre a época e o lugar em que viveu e os
acontecimentos históricos que marcaram esse período.

- O que o personagem faz no tempo livre?


- Como ele reage a determinadas situações?
- Qual é o seu círculo de amigos?
- O que o faz feliz?
- Como seria um diálogo dele com ele mesmo?
- Qual é a visão geral de mundo que ele tem?
- Qual é a sua cor preferida?
- E o prato preferido?
- Onde ele mora?

ESTUDE AS FALAS: DECORAR PARA INTERPRETAR

- Para estar seguro ao atuar, é preciso concentrar-se no se personagem e saber as falas de cor e
salteado.
- Quando se está nervoso, é fácil esquecer ou confundir as falas. Para evitar fazer feio no palco
ou em frente das câmeras, estude suas falas a ponto de poder recitá-las sem apoio do script.
- Leia suas falas todas os dias. Assim que conseguir decorá-las, experimente recitá-las para si
mesmo sem nem mesmo olhar para o roteiro.
- Peça a ajuda de amigos ou familiares para praticar as falas. É uma forma de decorar tanto as
palavras como o contexto e o momento certo de dizê-las.
- A vantagem de estudar e decorar as falas, é que caso o seu parceiro de cena esqueça o texto,
você vai conseguir disfarçar o erro.
- Pratique as falas, em frente ao espelho, do jeito que pretende fazer no palco. Experimente
diferentes maneiras de dizer a mesma coisa para observar o efeito que a fala causaria no público
e qual seria a mais autêntica e verdadeira.

FAÇA ANOTAÇÕES NO ROTEIRO

- Se for preciso, desenvolva abreviações e códigos que só você entende.


- Anote aonde vão a pausas ou entonações das falas.
- Anote também as emoções que permeiam as falas. Por exemplo, pode ser que, em um só
parágrafo, você encontre quatro motivações diferentes. Pode-se começar furioso, ter uma
explosão de raiva e então tentar recompor-se. Anote todas as emoções em cima das frases
certas para ajudá-lo a atuar as falas da melhor forma possível.
- Escreva suas reações. Para tanto, será preciso fazer anotações em cima das falas dos outros
atores também. Imagine como se sentiria ao ouvir tal fala. O que está se passando pela sua
cabeça ao ver o que está se passando ao seu redor? Ao encontrar as respostas, anote-as.
- Especifique o volume e a entonação da voz nas falas. Pode haver uma ou duas falas que devem
ser ditas muito mais altas que as outras, ou uma ou mais palavras-chave que exijam destaque.
- Encare suas falas como música, incluindo crescentes, decrescentes, pronúncias e sotaques.

2) MOVIMENTO E VOZ

APRENDA A RELAXAR.

- Respire fundo sempre que se sentir nervoso ou ansioso.


- Se não resolver, tente contrair todos os músculos do corpo por alguns segundos e relaxá-los
logo em seguida, isso pode ajuda bastante.
- Outra técnica é aspirar por 4 segundos e expirar pelo mesmo tempo. Esse exercício de
respiração vai ajudá-lo a se acalmar.
TENHA CONSCIÊNCIA CORPORAL.

- O ator precisa entender como utilizar o seu "território" e a ter domínio sobre o palco.
- Ao atuar, você não trabalha apenas com a voz e o rosto. Deve-se entregar literalmente de corpo
e alma.
- Sinta-se à vontade para inventar trejeitos para o personagem.
- Se for permitido, saia um pouco do script! Improvise, invente, use a criatividade!
- Tente imaginar como o seu personagem agiria na vida real. Imagine como ele se comportaria
em uma sala de espera do consultório médico, por exemplo.

- Ele anda meio esquisito por causa de algum ferimento ou limitação?


- Ela vive brincando com o cabelo?
- Ele tem um tique nervoso?
- Ela fica cutucando as unhas toda hora?
- Ele é sempre desconfiando e tem medo até da própria sombra?
- O que ele faria se fosse flagrado por uma câmera escondida?

PROJETE SUA VOZ

- É preciso falar um pouco mais alto do que você falaria normalmente, para que a plateia possa
ouvi-lo em alto e bom som.
- Não há nada mais irritante para o público, do que ver o ator falando e só pegar uma em cada
três palavras da personagem.
- Porém não precisa exagerar e falar como um político gritando no palanque, o objetivo é entoar
bem a voz e pronunciar claramente as palavras.
- Evite ficar murmurando ou falando como se a plateia estivesse bem ao seu lado.
- Quando estiver em uma peça teatral, lembre-se de que as pessoas sentadas nas últimas fileiras
precisam ouvi-lo.
- É necessário ficar com a postura correta, projetar a sua voz e ficar com o corpo discretamente
virado para a plateia.
- Evite falar rápido demais. Nada pior do que um ator que embola as falas.

CUIDADO COM A DICÇÃO

- Fale de forma clara, principalmente o final das palavras, o qual tende a ser “comido” ou a se
perder acusticamente.
- Concentre-se para pronunciar todas as consoantes presentes nas falas. Dessa forma, você
acaba desacelerando o discurso e, ao mesmo tempo, fica mais fácil para a plateia entender suas
falas.
- Só tome cuidado para não exagerar ao enunciar as palavras afim de evitar parecer artificial
(como se estivesse fazendo um vídeo didático para crianças, por exemplo)
- Outro risco ao pegar pesado na enunciação é ficar com a atuação carregada demais, quase
canastrona.
- Se não souber se está exagerando ou não, pergunte ao diretor e aos seus colegas.

FALE COM OS TREJEITOS DO PERSONAGEM.

- Mesmo que ele não tenha sotaque, há outros aspectos a serem levados em conta que podem
não estar no script.
- Leve em conta a idade, raça, status social, crenças e a renda do personagem.
- Analise com cuidado as suas falas e use o bom-senso para avaliar o que é verossímil ao sair da
boca do personagem.
- Experiência: uma vez li um livro que tinham dois personagens em destaque, um era o Nerd da
sala, e o outro era o maloqueiro do fundão, eles se tornaram amigos, e o Nerd passou a ajudar o
amigo a não reprovar. A voz que o autor colocou no Nerd era um discurso refinado, com palavras
corretas, sem gírias, com argumentos eloquentes, porém ele colocou a mesma voz para o
maloqueiro, e isso estragou a experiência da leitura, pois não era verossímil a postura do
maloqueiro. Ou seja, o autor colocou a sua própria voz, e não pensou nas vozes dos
personagens.

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