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DOUGLAS BARBAROTO SOARES

PEELINGS QUÍMICOS FACIAIS

Monografia apresentada ao

NEPUGA para obtenção do

Título de especialista em

Biomedicina Estética.

São Paulo
2015
DOUGLAS BARBAROTO SOARES

PEELINGS QUÍMICOS FACIAIS

Biomedicina Estética – Núcleo de Estudos e


Pesquisas Ana Carolina Puga - NEPUGA

Monografia apresentada ao Núcleo


de estudos e treinamento Ana Carolina
Puga – NEPUGA para obtenção do título
de especialista em Biomedicina Estética.

São Paulo

2015
Sumário

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 1
1. PEELINGS .................................................................................................................................. 4
1.1 PEELINGS QUIMICOS.................................................................................................................. 5
1.1.1 PEELINGS SUPERFICIAIS ............................................................................................... 6
1.1.2 PEELINGS MÉDIOS............................................................................................................ 6
1.1.3 PEELINGS PROFUNDO ...................................................................................................... 7
2. PRINCIPAIS ACIDOS UTILIZADOS NOS PEELINGS QUIMICOS ................................................... 8
2.1 ÁCIDO MANDÉLICO .................................................................................................................... 8
2.2 ÁCIDO SALICILICO ...................................................................................................................... 8
2.3 ÁCIDO GLICÓLICO ...................................................................................................................... 9
2.4 ÁCIDO TRICLOROACÉTICO ......................................................................................................... 9
2.5 PEELING DE ÁCIDO TRANEXÂMICO ......................................................................................... 10
2.6 SOLUÇÃO DE JESSNER .............................................................................................................. 10
2.7 PEELING DE ÁCIDO TIOGLICÓLICO ........................................................................................... 11
2.8 PEELING DE ACIDO FÍTICO ....................................................................................................... 12
3. ASSOCIAÇÕES DE ACIDOS PARA PEELINGS ............................................................................ 13
3.1 ÁCIDO GLICÓLICO + ÁCIDO SALICÍLICO .............................................................................. 13
3.2 ÁCIDO RETINÓICO, ÁCIDO FÍTICO, KÓJICO E AZ ELÁICO (YELLOW PEEL) ............ 14
3.3 ÁCIDO TRICLOROACÉTICO (TCA) COM O ÁCIDO GLICÓLICO ............................................. 14
4. COMPLICAÇÕES ..................................................................................................................... 15
5. CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 18
6. BIBLIOGRAFIA..............................................................................Erro! Indicador não definido.
RESUMO

O mercado atual em função da cosmética e estética desenvolve uma gama


cada vez maior de produtos e tratamentos para todas as áreas dermatológicas a
cada dia. Inúmeros tratamentos visando o rejuvenescimento cutâneo têm sido
desenvolvidos. Apesar de os peelings químicos serem usados há mais de um
século, além das novas tecnologias existentes, eles continuam amplamente
usados e divulgados por sua praticidade, baixo custo e excelentes resultados.
Os autores nos mostram uma revisão de todos os tipos de peelings atualmente
reconhecidos pela literatura científica desde o mais superficial até o mais
profundo.

Palavras-chaves: peeling químico, ácidos, face, abrasão

ABSTRACT

The current market in both cosmetic and aesthetic develops an increasing range
of products and treatments for all skin areas every day. Numerous treatments
aimed at rejuvenating the skin have been developed. Although chemical peels
are used for more than a century, in addition to the new existing technologies,
they are still widely used and disseminated by their practicality, low cost and
great results. The authors suggested a review of all types of currently recognized
peels the scientific literature since the most surface to the depths.
Keywords: chemical peel, acid, face, exfoliation
1

1 INTRODUÇÃO

No Brasil observa-se uma corrida contra o tempo na busca por um padrão de


beleza e a cada minuto surgem novas informações, novos tratamentos estéticos,
uma nova tendência, novo estilo. Existe um sentimento de prazer na vaidade e
que a palavra chave disso tudo é a autoestima.

A estética está totalmente relacionada a saúde e a aparência, como principal


foco a beleza e o bem-estar. A estética é também uma questão cultural,
direcionada através dos padrões de beleza de cada cultura, que é impulsionada
pela mídia, e padrões globais.

Como dizemos a face é nosso “cartão de visita” por isso devemos ter maior
preocupação com as disfunções estéticas faciais e envelhecimento cutâneo
aparecendo assim, rugas, linhas de expressão, manchas causadas pelo sol. O
profissional da estética lida com algumas questões delicadas que exige muita
responsabilidade, disciplina, ética, muito estudo, dedicação e conhecimento.

A estética hoje em dia não é mais um artigo de luxo e sim uma necessidade,
pois é uma tendência inclusive do mercado de trabalho de contratar pessoas com
aparência mais jovial. Com isso houve um grande aumento na procura por
tratamentos de rejuvenescimento principalmente faciais e que não causa nenhum
comprometimento das atividades diárias e o melhor recurso para se alcançar esse
objetivo são os peelings químicos.

O objetivo da utilização do peeling é promover uma alteração na pele,


acelerando o processo de renovação celular da camada mais profunda da pele
para a superfície, com isto conseguimos combater o envelhecimento celular.

Sabemos que a pele sofre um ciclo constante de renovação, sendo que


diariamente estamos eliminando as células antigas por novas, que ao avançar da
idade ou por outros fatores este ciclo vai diminuindo, vindo as manchas, flacidez
e rugas. (PIMENTEL, 2008).

O peeling pode ser indicado em alterações estéticas como acne, hipercromias,


estrias, rugas, fotoenvelhecimento, cicatrizes, diminuição da hiperqueratinização.
2

É o procedimento estético mais utilizado em clinicas de dermatologia, estética,


biomedicina estética, consultórios médicos. Devido a sua efetividade há uma
procura muito grande por este procedimento para melhorar a aparecia da pele.

Devido a diversidade dos produtos cosméticos disponibilizados pelo mercado


com a finalidade de esfoliação química, desenvolveu-se uma pesquisa de
mercado para a análise desses produtos, buscando o entendimento dos princípios
ativos esfoliantes para definir a escolha e assim melhor emprega-los em
tratamentos estéticos faciais.

Entre todos os tipos de peeling existentes no mercado irei abordar


particularmente o procedimento do peeling químico facial e seus principais ativos
empregados e muitas das formulações cosméticas empregadas com o objetivo
principal de evidenciar as principais funções de cada peeling e cada ácido utilizado
nesses peelings
3

2 OBJETIVOS

Esse trabalho tem como objetivo elucidar e esclarecer o profissional de


Biomedicina Estética quanto ao uso correto dos ativos, ácidos, nos procedimentos
de peelings químicos faciais. Este também tem por objetivo esclarecer as
possíveis complicações causadas após os tratamentos, assim, buscando o melhor
tratamento para cada tipo de disfunção estética facial, tais como, manchas, acne,
cicatriz de acne, rejuvenescimento, flacidez, para que cada vez mais a
Biomedicina Estética seja valorizada e respeitada nas áreas da saúde e da
Estética.
4

3 PEELINGS

Os peelings químicos foram inicialmente descritos na medicina egípcia, no


papiro de Ebers, em 1550 AC. Relatórios também são encontrados na literatura
antiga grega e romana. Ao longo dos séculos passados, algumas fórmulas foram
transmitidas pelas populações ciganas. Os dermatologistas começaram a mostrar
interesse por peelings no século XIX. Em 1874, em Viena, o dermatologista
Ferdinand Von Hebra utilizou a técnica para tratar melasma, doença de Addison
e efélides. Em 1882, em Hamburgo, Paul G. Unna descreveu as ações do ácido
salicílico, da resorcina, do ácido tricloroacético (ATA) e do fenol sobre a pele.

O uso de fenol foi desenvolvido após a Primeira Guerra Mundial na França. Na


Inglaterra, Mac Kee já havia trabalhado com fenol para o tratamento de cicatrizes,
mas não publicou seus resultados até 1952. Enquanto isso, nos Estados Unidos
durante a década de 1940, Eller e Wolff forneceram a primeira descrição
sistemática sobre a utilização de fenol, ácido salicílico, resorcina e neve carbônica
para o tratamento de cicatrizes. A moderna era dos peelings iniciou-se nos anos
60 com o desenvolvimento de soluções modificadas de fenol (adição de óleo de
cróton, septisol e água) por Baker e Gordon, e avaliação histológica de resultados,
comparando efeitos entre fenol e ATA. A base científica para tratamentos com
ATA foi ampliada na década de 1970 e início da seguinte por meio da comparação
dos efeitos histológicos entre três concentrações do ATA. Paralelamente, alfa-
hidroxiácidos (AHA) foram desenvolvidos por Van Scott e Yu para peelings mais
superficiais indicados para o tratamento de hiperqueratose. Posteriormente foi
desenvolvido o peeling com ácido glicólico. A descrição de combinações de duas
substâncias por Brody e Hailey, e depois por Monheit para alcançar efeitos de
profundidade média proporcionou progressos no uso dos peelings. O
desenvolvimento mais recente é o uso de lipo-hidroxiácido (LHA) 4, 5.

Peelings são técnicas que consistem em esfoliar e descamar a pele seja para
ajudar na permeação de algum ativo, ou para iniciar um processo inflamatório
controlado que leve a uma reorganização das estruturas dérmicas causando
assim a reparação das células da epiderme.
5

O Peeling é capaz de atingir desde a camada córnea (superficial) até a derme


papilar. Os peelings classificados em 2 categorias: peelings físicos e químicos.

Dentre os peelings físicos temos os mecânicos que são os peeling de cristal e


de diamante e o dermo-abrasão (que utiliza aparelhos que liberam jatos de micro
cristais ou com pontas de diamantes).

O laser de CO2 é bastante recomendado para amenizar marcas de expressão


e linhas formadas ao redor dos lábios e dos olhos, além de remover manchas.

Já os peelings químicos (o qual abordaremos nesse trabalho) consistem em


fazer uma abrasão na pele promovida por agentes químicos (ácidos).

3.1 PEELINGS QUIMICOS

Peelings químicos são técnicas de esfoliação, abrasão e descamação de


células superficiais de pele, para acelerar o “turnover”, ou seja, a troca, a
reparação das células da epiderme e iniciar um processo inflamatório controlado
que leve a uma reorganização da estrutura dérmica, resultando na melhora de
inestetismos e na qualidade da pele, usando como agente causador do processo
um agente químico (ácidos).

Para Borges (2010), a classificação dos peelings químicos pode se basear no


nível de profundidade que conseguem atingir: muito superficiais, superficiais,
médio e profundo, isso permite ao médico e ao fisioterapeuta intervirem de acordo
com seu objetivo terapêutico. Muito superficiais (estrato córneo), esses peelings
afinam ou removem o estrato córneo e não criam lesão abaixo do estrato
granuloso. Superficial (epidérmicos), esses peelings produzem necrose de parte
ou de toda epiderme, em qualquer parte do estrato granuloso 15 até a camada de
células basais. Médios (derme papilar), esses peelings produzem necrose da
epiderme e de parte ou de toda a derme papilar. Profundos (derme reticular),
esses peelings produzem necrose da epiderme e da derme papilar que se estende
até a derme reticular.
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3.1.1 PEELINGS SUPERFICIAIS

O peeling superficial é geralmente epidérmico e quase não existem ricos de


complicações ao paciente quando bem indicados e bem aplicados. Por ser menos
agressivo não precisa de repouso ou recuperação

O tratamento é considerado suave, pois provoca uma leve descamação na


pele (pode chegar a descamar por três ou quatro dias, mas nada que atrapalhe a
rotina). A técnica pode ser utilizada em todo tipo de pele.

Este procedimento apresenta bons resultados quando feito em várias


sessões repetidas em pequenos intervalos. Usado para retirada de manchas,
queratoses actínicas, melhora das cicatrizes, rugas, sardas, cicatrizes superficiais
de acne, rugas finas ao redor dos lábios, poros dilatados, lesões provocadas pelo
sol ou envelhecimento precoce.

É importante ressaltar que o peeling cutâneo superficial não é, e não deve


ser considerado como uma terapêutica definitiva para os problemas cutâneos do
paciente, sendo antes, uma etapa de um esquema progressivo onde as
descamações costumam ser repetidas para que se obtenham e se mantenham
melhores resultados (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

Tipos de peelings superficiais:

- Acido mandélico (30% - 50%),

- Ácido salicílico (20% - 30%),

- Ácido glicólico (50% - 70%),

- Ácido pirúvico

- Ácido tioglicolico

3.1.2 PEELINGS MÉDIOS


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O peeling médio remove parcial ou totalmente a primeira camada da pele até


atingir a derme, ou seja, levam a uma descamação intensa, espessa e escura,
são mais agressivos do que os peelings superficiais e retiram manchas e rugas
de média profundidade. Com isso em curto espaço de tempo (geralmente entre
sete a dez dias) a pele ganha aspecto mais jovem, tom uniforme e toque suave.

Tipos de peelings médios:

- Ácido glicólico 70% de três a 30 minutos.

- Solução de Jessner + ácido tricloroacético 35%.

- Ácido glicólico 70% + ácido tricloroacético 35%.

- Ácido tricloroacético 35 a 50%

3.1.3 PEELINGS PROFUNDO

São os peelings mais agressivos, atinge a derme reticular, agindo nas lesões
mais profundas da pele. Levam a formação de crostas as quais demoram cerca
de vinte dias para caírem.

É o peeling mais profundo que se pode atingir e melhoram drasticamente


as rugas mais profundas, envelhecimento em estado avançado, flacidez cutânea
e manchas provocadas pelo sol. Mas é preciso conhecer as consequências pois
ele destrói completamente a epiderme para que surja no lugar uma pele nova e
sadia. Mulheres negras, orientais e as que tem tendência a herpes ou tende a
formar queloides devem evita-lo, pois pode ocorrer uma despigmentação da pele.

Por ser uma técnica extremamente agressiva e com grandes chances de


uma consequência não muito agradável só pode ser aplicada por médicos.

Tipos de peelings profundos

- Peeling de fenol

- Laser de CO2
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4 PRINCIPAIS ACIDOS UTILIZADOS NOS PEELINGS QUIMICOS

4.1 ÁCIDO MANDÉLICO

O ácido mandélico é um alfa-hidroxiácido (AHA). É o ácido mais utilizados


pelos iniciantes em peelings por oferecer uma maior segurança e por servir a
qualquer fototipo de pele, o mais indicado para peles negras. Pode ser utilizado
em substituição a outros AHA, como o ácido glicólico, por exemplo, para pacientes
com a pele mais sensível. É um peeling que chamamos de tempo dependente, ou
seja, se não neutralizar ele penetra irregularmente.

Este ácido age auxiliando a remoção das células mortas da superfície da pele
evitando a obstrução dos poros, responsáveis por impedir a hidratação.

O ácido mandélico é utilizado de várias formas: como peeling, como creme


rejuvenescedor em combinações com vitamina A, C e E, para o tratamento de
acne e para clarear manchas. Os resultados demonstram melhora de rugas finas
e linhas de expressão.

Para hiperpigmentação o ácido mandélico trabalha na inibição da síntese de


melanina, bem como na melanina já depositada, ajudando na remoção dos
pigmentos hipercromicos.

4.2 ÁCIDO SALICILICO

O ácido salicílico é um Beta-hidroxiácido. Também é uma ótima opção para os


iniciantes em peeling. Mais utilizado em concentrações de 20 a 30% é muito bom
para o tratamento da acne.

Não é um ácido tempo dependente, não causa frost, seu uso apenas causa
uma pequena descamação afinando a camada espessa da pele e evita a
contaminação que as bactérias e fungos presentes na acne provocam. Além da
acne, ele é bastante utilizado em pacientes que apresentam uma pele espessa,
provocando sua descamação como em dermatite seborreica, caspa, psoríase e
ictioses.
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4.3 ÁCIDO GLICÓLICO

É um alfa-hidroxiácido (AHA), com o menor peso molecular entre os AHAs, e


assim, atravessa a pele com maior facilidade, dependendo do veículo, pH,
formulação, local de aplicação e condição da pele a qual está sendo aplicado. A
influência do pH em formulações com o ácido glicólico é fundamental, sendo que
a capacidade de estimulação de renovação celular diminui com o aumento do pH,
sendo assim, o efeito do ácido glicólico depende do pH ácido da formulação.

Muito utilizado no tratamento de queratoses, acne, em rugas finas,


manchas e linhas de expressão. Quando aplicado sobre a pele provoca
vasodilatação, diminuindo sua espessura e estimulando a síntese do colágeno.

O ácido glicólico, quando usado na medida certa age como esfoliante,


promovendo uma remoção das células mortas da camada superior da epiderme
(camada córnea) e permitindo que células mais jovens “subam” a superfície,
facilitando a penetração de outros princípios ativos associados a ele.

4.4 ÁCIDO TRICLOROACÉTICO

É o principal ácido utilizado em peelings médios, mas o ATA permite andar de


um peeling superficial até o profundo, dependendo da sua concentração, na
concentração de 10 % nos permite fazer um peeling superficial, de 10 a 30% um
peeling médio e de 35 a 50% um peeling profundo.

Esse ácido é muito indicado para manchas, rugas finas ao redor dos lábios,
sardas, cicatrizes superficiais de acne, poros dilatados, envelhecimento precoce
e lesões provocadas pelo sol.

Em concentrações de 10 a 35% tem um bom resultado e associado a outras


substancias como por exemplo a solução de Jessner tem evitado os riscos de
hipopigmentações e cicatrizes, levando esfoliação e a destruição do estrato
córneo, fazendo com que esta atuação na epiderme e derme leve a renovação
celular.

Logo após o tratamento é comum ficar ardendo e bem vermelho ocorrendo um


esbranquiçamento da pele logo em seguida vem o eritema que persiste por alguns
dias. Ocorre também uma descamação intensa após o segundo dia e depois a
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formação de uma crosta entre o terceiro e o quarto dia que caem entre o quinto e
o sétimo dia e o rosto fica rosado durante uma ou duas semanas. Por isso e
contraindicado usar cremes à base de ácidos ou substancias esfoliantes por
quinze dias, além d ser preciso hidratar a pele duas vezes ao dia e ficar longe do
sol no primeiro mês.

4.5 PEELING DE ÁCIDO TRANEXÂMICO

Tem sido muito utilizado para reduzir hiperpigmentação em pacientes com


melasma de ácido tranexâmico 3% a 5%, em creme, duas vezes ao dia. Esse
ácido também pode ser usado em injeções intradérmicas sobre as manchas, na
quantidade de 0,05ml de ácido tranexâmico (4mg/ml) em cada centímetro
quadrado de melasma, e para o paciente ter um maior conforto é aplicado
anestesia tópica com cloridrato de lidocaína 2%, e esse procedimento pode ser
feito uma vez por semana. Em aplicações tópicas há controvérsia sobre seus
resultados.

4.6 SOLUÇÃO DE JESSNER

A solução foi desenvolvida por Max Jessner é composta por ácido salicílico
(14%), ácido lático (14%) e resorcina (14%) em solução alcoólica 95º. O ácido
salicílico é fotossensível, e o ácido láctico absorve a água existente no ar, portanto
a solução é sensível à luz e ao ar. É peeling indicado para hiperpigmentação pós-
inflamatória, acne comedogenica, melasma e fotoenvelhecimento leve. O
mecanismo de ação da solução baseia-se na propriedade queratolítica do ácido
salicílico e da resorcina e na ação de epidermólise do ácido lático. Pode-se chegar
a peeling médio, dependendo da quantidade de camadas que for aplicada.
Provoca ardência e pode ou não ser retirado com água. Pode ser feito na face,
pescoço, dorso), porém para evitar risco de salicismo (envenenamento pelo ácido
salicílico), deve ser feito em uma área a cada sessão. Modo de aplicação: limpar
a pele com álcool, aplicar a solução com pincel, gaze ou algodão, de maneira
uniforme. Reaplicar nova camada após três ou quatro minutos. Remover com
água, retirando os cristais de ácido salicílico.
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Níveis de profundidade: - Nível I: uma camada. Forma leve eritema e


floculação esbranquiçada na superfície. - Nível II: duas a três camadas. Observa-
se eritema mais vivo e frost em áreas pontilhadas e finas. Há queimação ou ardor
de discreto a moderado. - Nível III: três a quatro camadas. Provoca importante
eritema, com áreas de frost, e ardor moderado. As complicações estão
diretamente relacionadas à toxicidade da resorcina e do ácido salicílico, e se
baseiam na quantidade absorvida dessas substâncias, que varia de acordo com
a extensão da área tratada e o número de camadas aplicadas. A intoxicação pela
resorcina provoca tremores, colapso circulatório, metaglobinúria, hematúria,
meta-hemoglobulinemia e hipotireoidismo. Podem também ocorrer tonturas ou
síncopes provocadas pela vasodilatação após o uso da resorcina. A prevenção é
feita realizando-se o procedimento com o paciente deitado e com a orientação de
que se levante lentamente ao final do procedimento. A resorcina pode provocar
dermatite de contato. Para prevenir que ocorra essa intoxicação, deve ser feito
teste prévio com o agente na região retroauricular. Deixar o produto durante 15
minutos e reavaliar após dois dias. Eritema, edema e vesículas são sinais
indicativos de reação alérgica. O peeling de Jessner pode ser associado a outros
ácidos, como o ATA 35%, ácido retinoico e ao 5-fluoracil, este no tratamento de
queratoses actínicas. Gary Monheit foi o primeiro a popularizar o uso da
combinação da clássica solução de Jessner com ATA 35%. O uso da solução de
Jessner permite penetração uniforme com concentrações de ATA baixas e
seguras. Safoury28 comparou os resultados da solução de Jessner combinada
com ATA 15% e somente ATA 15%, tendo observado resultados
significativamente melhores no lado tratado com a combinação.

4.7 PEELING DE ÁCIDO TIOGLICÓLICO

Também chamado ácido mercapto acético, é composto que inclui enxofre,


trata-se de substância altamente solúvel em água, álcool e éter, sendo facilmente
oxidável. Topicamente, utilizado em concentrações de 5% a 12% em hipercromias
hemossideróticas. Sua afinidade com o ferro é semelhante à da apoferritina, tendo
a capacidade de quelar o ferro da hemossiderina, por apresentar o grupo tiólico.
Como agente para peelings químicos pode ser utilizado na abordagem da
hipercromia constitucional periocular e em depósitos de hemossiderina como a
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dermatite ocre das pernas, mostrando-se excelente adjuvante terapêutico para a


abordagem dessas dermatoses. Os peelings seriados e progressivos de ácido
tioglicólico apresentam-se como ferramenta terapêutica segura, eficiente e de
baixo custo no tratamento da hipercromia periorbicular constitucional.

Modo de aplicação: Após o desengorduramento da região periocular com


álcool 70%, com o auxílio de cotonetes, aplica-se o ácido tioglicólico a 10% em
gel na pálpebra inferior. Na primeira sessão, após dois minutos de contato do
agente com a pele, o produto é retirado com gaze embebida em agua. Pode
causar leve desconforto, associado a discreto eritema. Decorridos dois ou três
dias, espera-se que a pele se apresente eritematosa, algumas vezes com crostas
finas e acastanhadas, e discreto edema palpebral. Esse processo pode levar até
sete dias e está diretamente relacionado ao tempo de exposição da pele ao
produto. Indicam-se cinco sessões com intervalo quinzenal. Em cada sessão
acrescentam-se três minutos, sendo que na última, o contato do agente com a
pele dura 15 minutos.

4.8 PEELING DE ACIDO FÍTICO

O ácido fítico é um alfa-hidroxiácido (AHA) que apresenta uma boa


eficiência com baixo pH e que dispensa neutralização, com progressiva e
sequencial atuação terapêutica de maneira não agressiva (não provoca
sensação de queimadura). A solução é aplicada na face e mantida até o dia
seguinte. Pode ser repetido semanalmente ou até duas vezes por semana se for
necessário efeito mais rápido, até o total de cinco ou seis sessões. É agente
muito seguro e efetivo para tratamento de melasma em pele escura.

4.9 PEELING DE ACIDO PIRÚVICO

É realizado com concentrações de 50%, 60% e 80% do ácido diluído em


etanol. O ácido pirúvico é alfaceto-ácido. Seu mecanismo de ação é a
epidermólise que surge em intervalo de 1 a 2 minutos, onde o ácido penetra a
13

pele nesse intervalo e não tem toxicidade sistêmica. É indicado para tratamento
de envelhecimento extrínseco, acne e cicatrizes superficiais devido a suas
propriedades queratolíticas, antimicrobianas e antiseborreicas, bem como sua
habilidade para estimular a formação de novas fibras colágenas e elásticas.
Pode ser aplicado com gaze levemente úmida, com pouco atrito, após a pele ser
desengordurada com álcool. Quando se inicia o eritema seguido por frost, (entre
dois e cinco minutos) deve ser retirado com água para maior conforto do
paciente. O eritema resultante do tratamento pode durar de 15 dias a dois
meses. Com o passar do tempo o ácido pirúvico pode sofrer decomposição e
formar gás de dióxido de carbono e acetaldeído, cujos vapores, se inalados
podem ser cáusticos e irritantes para as vias aéreas superiores. A prevenção é o
uso de ventilador durante a aplicação. Observar sempre que é um produto de
penetração imprevisível, devendo ser usado com cautela. A penetração muito
rápida pode levar à formação de cicatrizes. Recentemente um estudo em
pacientes com pele tipo II e III de Fitzpatrick foi conduzido por Berardesca et al.,
que usaram nova formulação menos inflamatória (ácido pirúvico 50%) com
significantes benefícios na tolerabilidade, principalmente da ardência, durante a
aplicação e no pós-peeling.

5 ASSOCIAÇÕES DE ACIDOS PARA PEELINGS

Em muitos casos é ideal associações de ácidos para que a permeação de


alguns ácidos ocorra com amis facilidade e até para se ter melhor resultados em
peelings superficiais e médios.

5.1 ÁCIDO GLICÓLICO + ÁCIDO SALICÍLICO

O ácido glicólico como um peeling superficial para uma leve descamação e o


ácido salicílico agindo com uma ação queratolítica e com grande afinidade por
gordura (lipofílico) e que tem também ação anti-inflamatória e seborreguladora.
As principais indicações desse peeling são: queratose pilar, fotoenvelhecimento,
acne comedogênica e papulosa, melasma epidérmico e também como peeling de
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refrescamento no qual pode-se remover o estrato córneo superficial deixando a


pele com aparência fresca e suave. As contraindicações desse peeling são:
alergia ao ácido salicílico, cicatrizes recentes, fotodermatite, urticaria, depilação
recente e tratamentos recentes com peelings químicos ou laser resurfacing.

5.2 ÁCIDO RETINÓICO, ÁCIDO FÍTICO, KÓJICO E AZELÁICO


(YELLOW PEEL)

O ácido retinóico é também utilizado como agente e peeling e promove


peelings superficiais e médios

O Yellow Peel é uma combinação de ácido retinóico em alta concentração com


mais três agentes bloqueadores de tirosinase que são o ácido fítico, kójico e
azeláico. A vitamina C e o bisabolol também estão presentes na formulação como
agentes antioxidantes e anti-inflamatório.

As indicações clinicas desse peeling são: melasma epidérmico, lesões


epidérmicas, manchas hipercromicas superficiais de diversas etiologias, pele
flácida e sequela de acne. As contraindicações são: infecção herpética
recidivante, gravidez, exposição excessiva ao sol.

5.3 ÁCIDO TRICLOROACÉTICO (TCA) COM O ÁCIDO GLICÓLICO

Uma nova forma de utilizar o ácido tricloroacético (TCA) como agente de um


peeling seguro e seletivo é associá-lo com o ácido glicólico (facilita a penetração
do TCA). Por outro lado, a quelação da molécula do TCA faz com que essa
molécula não penetre tão profundamente na pele, evitando uma necrose
desnecessária da camada dérmica.

As principais indicações do peeling de TCA quelado são: manchas


hipercromicas superficiais, rugas finas, efélides e hipercromias residuais pós
acne. As contraindicações ao peeling são: infecção herpética, presença de
qualquer processo inflamatório sobre a pele a ser tratada, excessiva exposição ao
sol.
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6 COMPLICAÇÕES

Os peelings químicos também estão sujeitos a complicações, assim como a


maioria dos tratamentos estéticos rejuvenescedores, pois causam uma abrasão
na pele. Os peelings superficiais praticamente não tem nenhum risco, já o médio
e o profundo, por provocar uma lesão maior na pele possuem grandes chances
de provocar complicações, ou seja, quanto maior a profundidade do peeling maior
a chance de causar algum efeito indesejado.

As possíveis complicações dos peelings são:

6.1 ERITEMA

Não são considerados exatamente complicações, pois a maioria dos peelings


causa um avermelhamento da pele após a aplicação decorrente da vasodilatação
e do afinamento da pele. Mas dependendo o ácido que for trabalhar (por exemplo
ac. Glicólico) precisa ficar muito atento com o eritema causado para não ter perigo
de causar uma queimadura mais grave.

6.2 QUEIMADURAS

As queimaduras acorrem quando utilizamos, principalmente, ácidos fortes com


altas concentrações, ou seja, quando fazemos peelings médios e profundos. Mas
mesmo assim dependendo da pele do paciente alguns peelings superficiais
também podem causar queimaduras, mais leves, mas mesmo assim devemos
tomar cuidado.

6.3 HIPERPIGMENTAÇÕES

Ocorre decorrente do processo inflamatório causado pela agressão que a pele


sofre e ocorre mais em peles morenas. Geralmente a hiperpigmentação é um
“efeito rebote” de algum clareador que foi mal aplicado.
16

6.4 HIPOPIGMENTAÇÕES

São complicações mais raras e geralmente ocorrem em peelings mais agressivos


como o de fenol, pela toxicidade do produto pelo melanócito. A perda de
pigmentação varia de acordo com o tom de pele e a forma como foi aplicado o
ácido, e geralmente peles mais negras tem maiores chances de ter uma
hipopigmentação.

6.5 CICATRIZES

Só ocorrem em peelings médios e profundos, pois a agressividade é bem maior.


Peelings que são muito agressivos a pele pode não ter um bom resultado e essa
pele formar cicatrizes durante a regeneração celular. Varia muito de como foi feito
o peeling e de como é o tratamento pós peeling (tanto no consultório, como o
home care) precisa-se ter muito cuidado nesse caso.

6.6 INFECÇÕES

Pelo fato de ser um tratamento que deixa a pele muito exposta, existe a chance
de o paciente sofrer uma infecção, por isso cabe ao profissional ser todas as
normas de biossegurança e higiene. Essas infecções são causadas
principalmente por micro-organismos, como Staphylococcus sp, Streptococcus sp
e Pseudomonas aeruginosa.
17

7 DISCUSSÃO

Os ativos mais utilizados em peeling químicos são os alfa-hidroxiácidos


(AHAs) principalmente o ácido glicólico e o ácido mandélico. Esses ácidos estão
presentes na grande maioria das formulações utilizadas atualmente, de forma
isolada ou em associações com outros ativos (incluindo sabonetes faciais ou
esfoliantes).

Os AHAs vem sendo muito utilizado na estética, para as diversas


disfunções estéticas, pois como tem um baixo peso molecular e com isso penetra
facilmente no epitélio. Mas essa pequena estrutura molecular por apresentar uma
excelente permeação pode causar desconforto e uma grande sensibilidade aos
usuários. Mesmo assim o ácido glicólico destaca-se positivamente devido ao seu
efeito de renovação celular pois ocasiona uma leve descamação e os resultados
são mais rápidos.

Alguns autores ainda destacam as substancias como os Poli hidroxiácidos


(PHA). A grande vantagem da utilização dos PHA é de não causar irritação na
pele, penetra de forma mais lenta e gradual, sem causar queimação, ardência ou
sensação de picadas causadas pelos AHAs tradicionais, é indicada para
pacientes étnicos ou com peles sensíveis, além disso são umectantes e
antioxidantes, auxiliando na prevenção do fotoenvelhecimento.

As formulações apresentam frequentemente associações entre esfoliantes


químicos diferentes ou entre ativos com finalidades diferentes. Os esfoliantes
químicos associados a outros mecanismos de ação torna-se importante devido a
capacidade dos ativos esfoliantes agirem no processo de renovação celular, pois
ajudam na permeação dos ativos diminuindo a coesão dos corneócitos na camada
córnea.

Destaca-se a insistência no ATA (ácido tricloroacético) como peeling médio,


confirmando que não há outro agente com tantas características positivas,
especialmente para peeling médio. No caso de peeling profundo temos somente
o peeling de fenol, mas pode ser executado somente por médicos.

Mesmo com alta demanda dos equipamentos no mercado o peeling ainda


sobrevive e continua sendo imprescindível em diversos tratamentos, seja isolado
ou combinado com aparelhos, microagulhamento
18

8 CONCLUSÃO

Durante a execução desse trabalho foi observado que a literatura sobre


peelings químicos é bem extensa, justificada por sua importância nas clinicas de
estética, seu uso universal. É inquestionável a eficácia dos resultados, dos
benefícios, que são muito mais claramente determinados na prática, no dia-a-dia
do que pelos estudos controlados.

Por esse trabalho foi possível ver que o peeling é um excelente tratamento
para as principais disfunções estéticas faciais, é muito importante que antes de
iniciar qualquer tratamento se faça uma avaliação com o cliente para que não haja
nenhuma complicação durante o tratamento.

O profissional deve ter muita atenção e principalmente responsabilidade pois


ao mesmo tempo que ele pode ter um resultado fantástico, ele pode também ter
uma consequência desastrosa. Existe uma linha muito tênue entre tratar o
paciente e causar uma queimadura. São vários os fatores que precisam ser
respeitados, como: concentração do ácido, pH, forma de aplicação, tempo de
repouso entre as sessões, uso de filtro solar, exposição ao sol, entre outros.

Peelings são cada vez mais desmistificados dia-a-dia na pratica e na rotina,


isso faz com que cada vez mais entendamos a técnica para buscar novos
tratamentos, novas combinações pois está sempre surgindo algo novo no
mercado. Por isso temos que sempre continuar estudando, continuar buscando,
que, com isso vamos aprimorando a técnica.

Concluímos que os peelings químicos são métodos seguros e baratos,


entretanto é de suma importância que o profissional tenha o conhecimento para
poder escolher o peeling adequado para cada caso, com a finalidade de alcançar
o efeito desejado e diminuir, assim, os riscos de complicações como as citadas
anteriormente.
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9 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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8. Shigueru Sato, M, Fukuda, A, Luvison Gomes da Silva, L, Mulinari


Brenner, F, Tung, R, Avaliação histológica comparativa da eficácia de
ácido tricloroacético e subcisão, isolados e combinados, no tratamento de
estrias abdominais, 2011, Disponivel em:
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histologica-comparativa-da-eficacia-de-acido-tricloroacetico-e-subcisao--
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9. Figueiredo Yokomizo, V, Henneberg Benemond, T, Chisaki, C, Henneberg


Benemond, P, Peelings químicos: revisão e aplicação prática, 2013.

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