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Protocolos de tratamento para desordens

estéticas faciais

APRESENTAÇÃO

Sinais de envelhecimento precoce, acne e rosácea são disfunções estéticas que acometem a face.
Elas são queixas comuns dos clientes por estarem relacionadas com alterações negativas na
aparência e impactarem na autoestima.

Para o tratamento dessas disfunções, o profissional de estética pode fazer uso de algumas
modalidades, de modo a prevenir ou amenizar essas disfunções. A área da cosmetologia é uma
grande aliada do profissional em seus tratamentos, potencializando os resultados desejados
quando bem utilizada.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai compreender os ativos cosméticos empregados nas
principais disfunções estéticas faciais, incluindo procedimentos para acne, envelhecimento e
rosácea, por meio do uso de ativos cosméticos e peelings químicos, além de ter à disposição
algumas sugestões de protocolos voltados a essas disfunções.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Aplicar protocolos cosméticos para envelhecimento.


• Analisar a associação de cosméticos em casos de acne e rosácea.
• Elaborar protocolos faciais com peelings químicos.

DESAFIO

Os protocolos de tratamentos faciais referem-se a um planejamento das ações a serem realizadas


em um tratamento. Eles incluem os produtos a serem utilizados e a ordem de utilização. Os
protocolos não são fixos e podem e devem ser modificados de acordo com a avaliação realizada
na pele do paciente e com a disfunção apresentada por ele.
Considerando a importância de conhecer os protocolos, acompanhe um exemplo de protocolo de
tratamento:

Com base em seus conhecimentos como profissional de cosmetologia, no protocolo descrito


anteriormente e nos ativos cosméticos utilizados, responda:

Em qual disfunção estética facial esse protocolo poderia ser aplicado? Descreva o efeito
promovido por cada um dos ativos cosméticos em destaque utilizados no protocolo.

INFOGRÁFICO

Diversas dúvidas surgem sobre produtos cosméticos utilizados para o envelhecimento facial,
sejam destinados à prevenção ou para o manejo dos sinais mais comuns do envelhecimento
facial. Esses mitos de cosméticos antienvelhecimento representam as dúvidas mais comuns na
prática dermatológica. Muitos desses mitos surgem em decorrência dos apelos cormerciais de
alguns produtos cosméticos existentes no mercado.

Pensando nisso, o Infográfico a seguir traz a explicação sobre os mitos mais comuns que
envolvem produtos cosméticos antienvelhecimento.
CONTEÚDO DO LIVRO

A cosmetologia é uma área que faz uso de produtos cosméticos destinados à prevenção, ao
tratamento e ao manejo de inúmeras disfunções estéticas, incluindo as que acometem a face,
como acne, rosácea e o envelhecimento facial. Conhecer o mecanismo de ação desses ativos e
como eles podem ser utilizados em protocolos destinados ao tratamento da face é essencial ao
profissional de estética, que pode utilizar essa modalidade de tratamento em sua prática diária.

No capítulo Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais, da obra Cosmetologia


aplicada II, você irá conhecer os ativos cosméticos e os protocolos de tratamento para as
disfunções estéticas faciais como acne, rosácea e envelhecimento facial.

Boa leitura.
COSMETOLOGIA
APLICADA II

Aline Andressa Matiello


Protocolos de tratamento
para desordens
estéticas faciais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Aplicar protocolos cosméticos para envelhecimento.


 Analisar a associação de cosméticos em casos de acne e rosácea.
 Elaborar protocolos faciais com peelings químicos.

Introdução
As disfunções estéticas que acometem a face são queixas comuns de pa-
cientes em consultórios e clínicas de estética, por causarem desconfortos
e redução importante na autoestima e, consequentemente, na qualidade
de vida. Dentre as desordens mais comuns, há o envelhecimento, a acne
e a rosácea.
O profissional de estética tem ao seu alcance uma série de modalida-
des terapêuticas para manejo dessas disfunções, prevenindo, tratando e
amenizando sinais e sintomas. Essas modalidades podem ser utilizadas de
maneira isolada ou, ainda, associadas. O uso da cosmetologia é um dos
recursos disponíveis para as disfunções estéticas, sendo que o mercado
proporciona uma gama de produtos cosméticos com as mais variadas
funções. Entretanto, para que esses produtos proporcionem os resultados
esperados, eles precisam ser bem indicados e bem utilizados.
Neste capítulo, você vai estudar os ativos cosméticos empregados
em disfunções estéticas faciais, incluindo tratamento de acne, envelheci-
mento e rosácea, por meio do uso de ativos associados e também com o
uso do peeling químico. Serão, ainda, abordadas sugestões de protocolos
a serem utilizados na prática diária do profissional de estética.
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Alterações cutâneas relacionadas ao


envelhecimento e protocolos cosméticos
Há, basicamente, dois processos de envelhecimento da pele: intrínseco e
extrínseco. O primeiro deles refere-se aos sinais que costumam acontecer
em virtude do tempo, sendo inevitável. Enquanto o segundo, chamado de
extrínseco, refere-se ao envelhecimento causado por fatores externos, como
exposição excessiva ao sol, tabagismo, má nutrição, sendo caracterizado por
um envelhecimento prematuro da pele.
A pele envelhecida intrinsecamente é geralmente lisa e sem deformidades,
mas apresenta-se com linhas de expressão exageradas, com atrofia dérmica
e epidérmica, enquanto a pele envelhecida precocemente é mais comum em
áreas mais expostas, como face, colo e mãos, e inclui alterações cutâneas
como: rugas, manchas pigmentadas e hipopigmentadas (BAUMANN, 2004).
Mas, em geral, independente da causa do envelhecimento, a pele se apre-
senta com características importantes que definem uma pele envelhecida,
como: perda de tônus, perda de elasticidade, aumento da fragilidade cutânea,
áreas de púrpuras causadas por fragilidade dos vasos sanguíneos e lesões
benignas, como telangiectasias e ceratoses. Estas alterações acometem tanto
o tecido subcutâneo como a derme e a epiderme.
O tecido subcutâneo sofre em algumas partes do corpo um aumento de
volume com o envelhecimento, enquanto em outras partes são evidenciadas
reduções nesse tecido, como, por exemplo, na face e nas mãos. Na derme há
uma redução importante dos componentes, como das fibras de colágeno e
elastina, e redução da vascularização, associada à perda de água e de outros
componentes (GUIRRO; GUIRRO, 2010)
Na epiderme acontece uma desorganização celular, com camadas com
descontinuidade e, associado a isso, redução do número de células em cada
camada. Contudo, a camada córnea encontra-se espessada em peles enve-
lhecidas, porque há uma redução nas taxas de renovação celular, fazendo
com que uma pele envelhecida demore mais para reepitelizar, acumulando
queratinócitos na superfície, tornando a pele seca e áspera.
Essas alterações anatômicas e funcionais fazem com que os sinais de
envelhecimento surjam, como: bolsas infraorbitais, flacidez cutânea, acne,
lentigos e discromia, rugas periorbitais, atrofia dérmica e rugas profundas.
Além destes sinais, outros sinais fisiológicos são encontrados em uma pele
envelhecida, como redução na permeabilidade cutânea, fazendo com que
haja uma desidratação gradual; redução da produção sebácea; redução da
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atividade de glândulas sudoríparas; poros abertos e, ainda, acúmulo maior de


metabolitos locais pela redução da circulação sanguínea e linfática (IFOULD;
FORSYTHE-CONROY; WHITTAKER, 2015).
Os tratamentos cosméticos voltados para peles envelhecidas estão pautados,
basicamente, em medidas de hidratação e nutrição. Assim como a reposição de
água, outros nutrientes, como vitaminas, aminoácidos e proteínas, favorecem a
manutenção e a restauração das funções da pele envelhecida (OLIVEIRA, 2014).
Aliado ao uso de cosméticos, pode-se fazer o uso de outras técnicas de
estética, que sejam pautadas no aumento da circulação sanguínea local, como
as massagens, por exemplo, e o uso de alguns equipamentos que proporcionam
melhora do aspecto envelhecido da pele.
Os ativos mais utilizados nesses produtos cosméticos são os com função
antioxidantes, hidratante, renovadores celulares, tensores e miorrelaxantes.
Quanto aos ativos antioxidantes, estes atuam por meio da redução da produção
de radicais livres na pele. Estes são formados naturalmente por meio dos pro-
cessos metabólicos do organismo, mas podem ter a sua produção aumentada
frente a fatores extrínsecos, como tabagismo, exposição solar, má alimentação,
estresse, dentre outros (VANZIN; CAMARGO, 2011).
Nesse contexto, os ativos antioxidantes atuam de modo a reduzir o dano
cutâneo causado pela formação dos radicais livres, pois atuam tornando os
radicais livres produzidos inofensivos. Cita-se, por exemplo, como ativos
antioxidantes empregados no envelhecimento da pele:
Bioflavonoides: são derivados normalmente de vegetais, sendo muito
utilizados em cosméticos anti-idade. Neste grupo, encontram-se a rutina, que
contém, além de função antioxidante, ação vasoprotetora, sendo indicada para
sinais de envelhecimento próximo aos olhos. O ginkgo biloba também é um
bioflavonoide e atua por meio de sua composição rica em flavonoides que
retardam os processos de oxidação; e o green tea, que é utilizado na redução
de radicais livres formados pela exposição à radiação solar.
Coenzima Q10: atua inibindo radicais livres e ainda melhorado o sistema
imunológico da epiderme, deixando-a mais jovem e saudável. Pode ser em-
pregada tanto no tratamento como na prevenção do envelhecimento precoce.
Vitamina C: é um dos ativos cosméticos com propriedades antioxidantes
mais empregados em cosméticos, sendo que sua ação é considerada multifun-
cional na pele pelos inúmeros benefícios que promove. Além de antioxidante, é
empregada como agente clareador, que pode ser efetivo nos casos de manchas
decorrentes do envelhecimento (manchas senis), além de atuar estimulando a
síntese de colágeno, melhorando a sustentação da derme.
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Vitamina E: é também muito utilizada em formulação para envelhecimento,


assim como a vitamina C. Normalmente, esses dois ativos são utilizados
conjuntamente. Além de antioxidante, atua como anti-inflamatória.
Costa (2012) cita outros ativos antioxidantes:
Licopeno: é um potente antioxidante carotenoide da vitamina A. Tem grande
capacidade de neutralizar o oxigênio nas reações e neutralizar os radicais livres.
Resveratrol: é um composto polifenólico que, além de propriedade antio-
xidante, atua com propriedades anti-inflamatórias e antiproliferativas.
Niacinamida: também chamada de nicotinamida, é um ativo da vitamina
B3. Além de sua atividade antioxidante, também tem ação anti-inflamatória,
despigmentante e imunomoduladora. O uso da niacinamida atua na melhora
da textura e da tonalidade da pele, além de reduzir linhas finas, rugas e
hiperpigmentação.
Sobre os agentes hidratantes, estes podem atuar de modo a restaurar o
conteúdo hídrico e lipídico da pele. De forma geral, esses ativos hidratantes
são classificados como ativos oclusivos, umectantes, emolientes e outros
ingredientes. O mecanismo de ação de cada grupo desses hidratantes é espe-
cífico (BAUMANN, 2004).
Os agentes hidratantes oclusivos agem pela cobertura do estrato córneo
para retardar a perda de água através da pele. São exemplos desses ativos:
petrolato (derivado do petróleo), é um dos hidratantes oclusivos mais utili-
zados atualmente, sendo considerado padrão-ouro nesse tipo de hidratação,
além de ser não comedogênico; e a lanolina (derivada de secreções sebáceas
de ovelhas), por conter colesterol e lipídios, repõe o manto lipídico da pele.
Os agentes hidratantes umectantes atuam pela atração da molécula de água
na pele, mantendo-a hidratada, como por exemplo, glicerina (repõe o manto
hidrolipídico da pele, mantendo-a com quantidade adequada de água, mesmo
com baixa umidade externa) e a ureia (atua como hidratante umectante, sendo
indicada, principalmente, para pele seca e envelhecida das mãos e pés). No
terceiro tipo de hidratantes existem os emolientes, que atuam por meio do
amolecimento e da suavização da pele, preenchendo os espaços entre os que-
ratinócitos, sendo que muitos emolientes são também umectantes e oclusivos,
como a lanolina e o petrolato.
Outros ingredientes podem ser aplicados com a finalidade de hidratação
da pele envelhecida, como o colágeno. Nesse caso, ativos à base de colágeno
criam uma fina película protetora sobre a pele, preenchendo quaisquer irregu-
laridades e melhorando o seu aspecto. Além desses, podem ser empregados os
seguintes ativos com propriedades hidratantes em peles envelhecidas: ácido
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gama-linolênico, ácido hialurônico, ácido mandélico, alga marinha, amêndoa


doce, Aquaporine®, Hidraskin®, Hidroviton® e vitamina A (OLIVEIRA, 2014).
Além de hidratantes e antioxidantes, os tratamentos voltados para o envelhe-
cimento cutâneo podem utilizar renovadores celulares, pois a pele envelhecida
tem uma redução nas taxas de renovação celular, fazendo com que se torne seca,
áspera e opaca. Nesse sentido, os ativos renovadores celulares são empregados
como uma importante ferramenta antienvelhecimento, pois aumentam o ritmo
de renovação das células, estimulam a síntese de componentes essenciais,
desfazem irregularidades e, ainda, favorecem a penetração de outros ativos
cosméticos. Esses renovadores podem ser produtos cosméticos ou meios
físicos que auxiliam na remoção da camada córnea por meio de uma esfoliação
e, assim, induzam a um aumento na renovação celular da pele envelhecida,
podendo ser utilizados meios físicos, químicos ou biológicos como agentes
renovadores (COSTA, 2012).
Dentro dos ativos químicos encontram-se os ácidos que, quando aplicados,
removem parte das células mortas da epiderme. Dentro dos ativos físicos é
incluído o uso de cosméticos esfoliantes que contêm grânulos em sua compo-
sição e permitem, por meio da fricção desses produtos sobre a pele, a remoção
da camada córnea e o incremento nas taxas de renovação celular. Nesse grupo
de ativos renovadores celulares, pode-se citar o uso de argilas ou de sementes
com poder esfoliativo.
Nesse contexto, os tratamentos estéticos que induzem a renovação celular
por meio da esfoliação física podem ser empregados de maneira conjunta ao uso
de cosméticos, promovendo resultados mais efetivos. Por isso, o profissional
de estética pode incluir em seus protocolos técnicas de esfoliação com o uso
de microdermoabrasão pelo peeling de diamante, microdermoabrasão pelo
peeling de cristal, a realização de peeling ultrassônico, ou outros tratamentos
estéticos que proporcionem esfoliação da pele.
Os ativos com propriedades tensoras também podem ser empregados em
tratamentos de peles envelhecidas que apresentem flacidez cutânea. Nestes
casos, podem ser utilizados ativos como: Tensine® e Raffermine®, que têm
ação tensora (OLIVEIRA, 2014).
E, por fim, outra classe de ativos cosméticos empregados nos casos de
envelhecimento facial são os produtos com propriedade miorrelaxantes, ou seja,
que reduzem a contração muscular nas rugas de expressão, garantindo uma
pele mais lisa e uniforme. Nessa classe de ativos encontram-se: Argireline®,
Leuphasyl® e Vialox®.
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Você sabia que, além de todos esses ativos, o mercado de cosmética ainda conta com
produtos cosméticos preenchedores de rugas, de modo a reduzir seu aspecto de modo
temporário? Essa opção atua por meio do uso de ativos com partículas suspensas que,
quando depositadas sobre a pele, preenchem os espaços nas rugas e uniformizam a
superfície da pele. O resultado é imediato e dura enquanto o produto estiver na pele.
À medida que ela é lavada, os efeitos se perdem. Esse tratamento é considerado um
método que proporciona um efeito “massa corrida” na pele.

Fonte: Vanzin e Camargo (2011, p. 206).

Nesse contexto, entende-se que os cosméticos empregados nas desordens


do envelhecimento cutâneo são classificados nas seguintes categorias: ativos
antioxidantes, hidratantes, renovadores celulares, tensores e miorrelaxantes. A
seguir são exemplificados três protocolos de tratamento para pele envelhecida,
que associam diferentes categorias de ativos cosméticos.

 Protocolo 1: tratamento de pele envelhecida com sinais de flacidez


cutânea.

Passo 1: higienização com mousse de limpeza indicado para peles secas.

Passo 2: esfoliação física com uso de cosmético esfoliante.

Passo 3: tonificação com uso de tônico hidratante.

Passo 4: aplicação de radiofrequência em toda a face (radiofrequência atua


no quadro de flacidez cutânea).

Passo 5: aplicação de sérum com ativo antioxidante, como a vitamina C, com


manobras de massagem.
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Passo 6: finalização com aplicação de proteção solar.

 Protocolo 2: tratamento de pele envelhecida com sinais de rugas finas.

Passo 1: higienização com sabonete de limpeza indicado para peles secas


ou maduras.

Passo 2: tonificação com ativos hidratantes.

Passo 3: esfoliação física com uso da microdermoabrasão por meio do pee-


ling de diamante, dando ênfase na passagem pelas rugas finas. Neste caso, o
peeling de diamante objetiva aumentar a taxa de renovação celular e remover
a camada córnea da epiderme, facilitando a permeação dos ativos cosméticos
aplicados em seguida.

Passo 4: aplicação de máscaras com efeito antienvelhecimento que contenham


ativos hidratantes e antioxidantes de maneira associada. Como exemplo po-
demos citar a máscara de algas marinhas (efeito hidratante) e com coenzima
Q (efeito antioxidante).

Passo 5: finalização com aplicação de proteção solar.

 Protocolo 3: tratamento de pele envelhecida, desvitalizada.

Passo 1: higienização com gel de limpeza.

Passo 2: tonificação com tônico revitalizante.

Passo 3: esfoliação com peeling de cristal.

Passo 4: aplicação de sérum com vitamina E e bioflavonoides.

Passo 5: aplicação de máscara com ativos hidratantes oclusivos, como glicerina.

Passo 6: aplicação do protetor solar em creme.

Vale lembrar o paciente de utilizar no ambiente domiciliar ativos hidratantes


e antioxidantes, que podem estar associados em um mesmo produto cosmético.
Além disso, orientar a respeito do uso diário de filtro solar.
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Acne e rosácea

Alterações cutâneas e protocolos de tratamento


cosmético para acne
A acne é uma disfunção que tem como característica o aumento da produção
sebácea, o que promove obstrução do folículo pilossebáceo e gera um processo
inflamatório local. As lesões mais comuns são pápulas, pústulas, nódulos e cistos
que podem variar de lesões muito leves até lesões mais graves (OLIVEIRA, 2014).
De acordo com a gravidade das lesões, a acne pode ser classificada em
quatro graus ou tipos, I, II, III e IV. A acne tipo I é chamada de acne comedo-
niana não inflamatória, e é caracterizada pela presença maior de comedões,
sendo raras as pápulas ou as pústulas. No grau II, chamado de acne pápulo-
-pustulosa, ela tem caráter inflamatório, com presença de comedões, pápulas
eritematosas e pústulas. No grau III, acne nodulocística, há presença de todos
os sinais anteriores e, em associação, há presença de cistos. No grau IV, acne
conglobata, os cistos presentes drenam e formam fístulas na pele. E, por fim,
a acne tipo V, chamada de acne fulminans, que vem associada a sintomas
sistêmicos como febre (SOUZA; ANTUNES JUNIOR, 2009).
Na fisiopatologia, os sinais e os sintomas da acne acontecem por um con-
junto de fatores como: hiperatividade das glândulas sebáceas, alterações na
queratinização do folículo, influência de bactérias e liberação de mediadores
inflamatórios (DRAELOS, 2005).

Para saber mais sobre a acne, o link a seguir traz uma reportagem da Sociedade
Brasileira de Dermatologia sobre essa disfunção.

https://qrgo.page.link/aWD2L

Considerando as lesões e a fisiopatologia da acne, a cosmetologia pode


atuar de maneira única ou, ainda, coadjuvante a outros tratamentos voltados
para o seu manejo.
Os cosméticos aplicados devem promover os seguintes efeitos: calmante
sobre a pele que se encontra com processo inflamatório localizado, ação
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secativa das lesões, afinar o estrato córneo e diminuir a oleosidade. Estas


são as principais finalidades dos cosméticos para tratar a acne (OLIVEIRA,
2014). Além disso, atuarão reduzindo a queratinização excessiva da pele por
meio de processos de esfoliação, redução ou eliminação bacteriana, remoção
de substâncias que estejam bloqueando os poros, reduzindo a produção de
sebo, além de atuarem com efeito anti-inflamatório sobre as lesões.
Costa (2012) comenta que os tratamentos cosméticos para peles acneicas
podem associar formulações que contenham grupos de ativos como: antimicro-
bianos, antioxidantes, anti-inflamatórios, extratos botânicos e queratolíticos.
Os ativos antimicrobianos, como o ácido picolínico, por exemplo, têm
atividade antiviral e antibacteriana. Dentre os ativos antioxidantes e extratos
botânicos, citam-se o chá verde, que contém propriedades anti-inflamatórias
e antioxidantes; o chá preto, que contém ação sobre a redução de pápulas e
pústulas; e o resveratrol, que é um composto natural útil no tratamento da acne,
pois interfere na hiperproliferação de queratinócitos e na resposta inflamatória.
Os queratolíticos também são ativos empregados nos casos de acne, pois
contêm ação esfoliante. Neste sentido, o resorcinol (1 a 5%) favorece a des-
camação superficial. São utilizados, principalmente, em acnes leves, sendo
frequentemente encontrados associados em diferentes formulações, tais como:
sabonetes, loções, géis, cremes e espuma. São úteis nas etapas iniciais da acne
leve a moderada, pós-tratamentos sistêmicos em acne moderada a grave e na
manutenção durante todas as etapas da acne. Como adjuvantes, são associados
ao tratamento tópico com antimicrobianos.
Os alfa-hidroxiácidos, os beta-hidroxiácidos e os retinoides tópicos são
exemplos de ativos queratolíticos utilizados no manejo da acne. Os alfa-
-hidroxiácidos derivam dos produtos isolados de diferentes frutas (ácido
glicólico, ácido cítrico, ácido mandélico, ácido tartárico, ácido málico). Em
concentrações baixas, diminuem a ligação entre os queratinócitos. Os mais
utilizados são o ácido láctico e o ácido glicólico. O ácido glicólico é o mais
utilizado em concentrações de 5 a 15%, e pode ser utilizado em solução,
gel ou cremes. Os beta-hidroxiácidos, como o ácido salicílico, são o ativo
queratolítico mais utilizado, atuando sobre os comedões e exercendo um leve
efeito anti-inflamatório.
Além disso, dentro do grupo dos queratolíticos, os retinoides cosmecêuticos,
que compreendem o retinol, o ácido retinoico em baixas concentrações, o
retinaldeído e os ésteres de retinol, são indicados para sinais de acne moderada,
prevenindo a hiperpigmentação e diminuindo as cicatrizes.
Ainda acerca dos ativos descritos para o manejo da acne, Draelos (2005)
cita os ativos mais empregados:
10 Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais

Ácido salicílico: auxilia na esfoliação da camada córnea, além de ser um


anti-inflamatório. Pode ser utilizado até em peles sensíveis.
Ácido glicólico: promove a remoção da camada córnea, sendo indicado,
principalmente, para peles acneicas em pacientes de peles fotoenvelhecidas.
Ácido lactobiônico: contém propriedades hidratantes e comedolíticas,
proporcionando esfoliação, efeito antioxidante e baixo poder de irritação.
Niacinamida: reduz a oleosidade em peles acneicas e auxilia na esfoliação
superficial da pele.
Zinco: ação secativa.
Considerando essas informações, a seguir são apresentadas sugestões de
protocolos cosméticos para o manejo da acne.

 Protocolo 1: tratamento domiciliar para prevenção de acne.

Pela manhã: lavagem facial com solução de limpeza suave de ácido salicílico
a 2%. Em seguida, aplicar solução tópica com ácido azelaico em gel. Deve ser
utilizado filtro solar em gel nas peles oleosas.

Pela noite: lavagem facial com a mesma solução de limpeza e, em seguida,


aplicar retinoide tópico (BAUMANN, 2004).

 Protocolo 2: tratamento cosmético com finalidade calmante e descon-


gestionante para acnes grau I e II.

Passo 1: proceda com a higienização da pele com o uso de sabonete com


ativos queratolíticos, como ácido salicílico ou glicólico.

Passo 2: aplique um tônico calmante.

Passo 3: realize uma esfoliação leve com ativos esfoliantes suaves.

Passo 4: aplique a alta frequência (neste caso, utilizada com o objetivo de


descongestionar a pele, além de ter efeito bactericida).

Passo 5: realize drenagem linfática manual na face.

Passo 6: aplique uma máscara de chá verde, que contém propriedades anti-
-inflamatórias e antioxidantes.
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Passo 7: fi nalize com protetor solar em gel, ou fluido, específico para a


pele do cliente.

 Protocolo 3: tratamento cosmético com efeito secativo para acnes grau


I e II.

Passo 1: limpe a pele com gel de limpeza.

Passo 2: aplique um tônico adstringente.

Passo 3: aplique algum ativo queratolítico para promover a esfoliação, como,


por exemplo, o ácido lactobiônico.

Passo 4: aplique máscara secativa à base de zinco.

Passo 5: finalize com a aplicação de filtro solar em pó.

Alterações cutâneas e protocolos de tratamento


cosmético para rosácea
A rosácea é uma doença inflamatória crônica da pele. Ela se manifesta, prin-
cipalmente, no centro da face, mas pode se expandir pelas bochechas, nariz,
testa e queixo e afeta mais os adultos entre 30 e 50 anos. Diversos fatores
estão envolvidos no aparecimento da rosácea, como predisposição genética,
alterações emocionais e hormonais, mudanças bruscas de temperatura, ex-
posição solar, uso de bebidas alcoólicas, medicamentos vasodilatadores ou
fotossensibilizantes e ingestão de alimentos muito quentes.
Para a Sociedade Brasileira de Dermatologia (c2017), as manifestações
clínicas mais comuns são:

 Flushing facial: caracteriza-se por períodos de sensação abrupta de


vermelhidão e calor na pele, como se fosse um surto de vasodilatação.
 Telangiectasias: são dilatações de pequenos vasos permanentes.
 Eritema facial persistente: neste caso, associado a edema.
 Formação de pápulo-pustulosas: em alguns casos podem ocorrer nódulos
ou placas granulomatosas.
 Rinofima: trata-se do espessamento irregular e lobulado da pele do nariz,
associado à dilatação folicular, levando ao aumento e à deformação do
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nariz. Além disso, esses espessamentos podem ocorrer em outras áreas


além do nariz, como na região frontal, malares e orelhas.
 Alterações oculares: acometem aproximadamente 50% dos casos com
sinais de irritação, ressecamento, blefarite, conjuntivite e ceratite.

Esses pacientes, por apresentarem esses sinais e sintomas, têm a pele mais
sensível. A Figura 1 mostra os sinais clínicos da rosácea, com presença de
edema, eritema e telangiectasias.

Figura 1. Sinais da rosácea.


Fonte: Lipowski Milan/Shutterstock.com.

Os tratamentos voltados para o manejo da rosácea estão pautados em reduzir


a inflamação e a irritação, melhorar a função de barreira da pele, aumentar
a hidratação e evitar a exposição ao sol. Todos os produtos utilizados devem
ser não irritantes, que contenham baixas concentrações de ingredientes ativos
e que não tenham função adstringente ou fragrâncias, considerando que a
pele está mais sensível e qualquer um desses fatores pode exacerbar o quadro
(SMALL; HOANG; LINDER, 2014).
Além disso, vale ressaltar que a função de barreira hidrolipídica da pele
em casos de rosácea encontra-se alterada. Esses pacientes têm a pele sensível
e o flushing ocorre facilmente, assim como também ocorre ardor, picadas e
prurido, o que é bem comum, e tudo isso se deve à disfunção dessa barreira.
Por isso, o cuidado na escolha dos cosméticos é essencial (GONÇALVES,
2016). Vale ressaltar que a rosácea é uma disfunção que não tem cura, por isso
os tratamentos empregados desempenham um papel apenas na manutenção
da remissão e no alívio de sintomas.
Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais 13

Para isso, são empregados ativos cosméticos com propriedades antieritema-


tosas (reduzem o eritema e a vermelhidão), suavizantes e anti-inflamatórias,
e ativos que auxiliam a pele a repor a barreira natural de proteção que, nos
casos de rosácea, encontra-se reduzida, além da aplicação imprescindível do
filtro solar. Os ativos anti-inflamatórios proporcionam uma ação suavizante na
pele, pois agem reduzindo o processo de inflamação presente nela. Enquanto
os ativos umidificantes suaves visam a repor a barreira natural de proteção
(GONÇALVES, 2016).
Small, Hoang e Linder (2014) descrevem alguns ativos empregados nos
casos de rosácea e a função que exercem:
Extratos de algas: contêm ação anti-inflamatória e auxiliam a inibir a
angiogênese.
Alantoína: ação suavizante.
Aloe vera: ação anti-inflamatória.
Ácido azelaico: ação anti-inflamatória e ação antimicrobiana. Ele reduz
o eritema facial, trata as pápulas e, ainda, atua como um agente clareador da
pele. Entretanto, deve ser utilizado em concentrações bem baixas, pois pode
desencadear sinais de irritação na pele.
Bisabolol: ativo presente na camomila, contém propriedades calmantes na
pele. Bisabolol e alontoína são utilizados, frequentemente, em formulações
associadas para o uso domiciliar.
Extrato de pepino: ação suavizante.
Chá verde: ação anti-inflamatória. É um potente ativo nos casos de rosácea,
em virtude de sua alta concentração de polifenóis.
Pantenol: é um ativo hidratante umectante, além de ter ação anti-inflamató-
ria. Os umidificantes suaves, normalmente em loções, auxiliam na recuperação
da função de barreira da pele. As formulações em cremes auxiliam também
pacientes com a pele extremamente seca.
Protetor solar: para a proteção solar, indica-se o uso de filtros solares
físicos apenas, como os que contêm óxido de zinco e dióxido de titânio, uma
vez que os filtros químicos podem liberar calor quando expostos ao sol e
exacerbar o quadro de rosácea.
Esfoliantes suaves: os ácidos poli-hidroxílicos são menos irritativos, como
o ácido lactobiônico, e podem ser empregados em esfoliações.
Ainda podem ser citados outros ativos a serem empregados na rosácea.
Ginkgo biloba: por conter polifenóis, tem ação anti-inflamatória e aumenta
a circulação.
14 Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais

Em virtude do quadro de sensibilidade encontrado em pacientes com


rosácea, alguns ativos devem ser evitados. A pele com rosácea pode ser es-
foliada com ativos suaves, entretanto, o uso de esfoliantes de frutas cítricas,
como, por exemplo, o ácido glicólico, deve ser evitado nesses casos, pois
pode agravar o eritema facial, assim como, para a higienização da pele, são
indicadas formulações sem espuma e com bases cremosas, evitando retirar
excessivamente a hidratação da pele (SMALL; HOANG; LINDER, 2014).
Outros ativos que devem ser evitados nesses casos são os retinoides, como o
ácido retinoico, que, por sua formulação, podem ocasionar dermatite em peles
muito sensíveis, por isso não são recomendados para o manejo da rosácea.
Os fatores de crescimento que induzem a síntese de colágeno e outras estru-
turas da pele podem ser utilizados na rosácea, entretanto, não são indicados
na fase aguda da doença, quando os sinais inflamatórios estão presentes.
Devem apenas ser utilizados assim que o eritema facial estiver bem controlado
(SMALL; HOANG; LINDER, 2014).
Considerando esses ativos, a seguir são descritos alguns protocolos cos-
méticos para o manejo da rosácea.

 Protocolo 4: manejo da rosácea com sinais de pele ressecada.

Passo 1: higienização da pele com creme de limpeza.

Passo 2: tonificação com ativos calmantes.

Passo 3: aplicação de um sérum hidratante ou um creme hidratante potente.


Small, Hoang e Linder (2014) sugerem o uso diário, pelo cliente no ambiente
domiciliar, de creme hidratante com ácido hialurônico, vitamina B5, ureia e
niacinamida para casos de pele com ressecamento excessivo.

Passo 4: aplicação de filtro solar físico em pó.

 Protocolo 5: manejo da rosácea com ativos calmantes para


descongestionamento.

Passo 1: higienização com leite de limpeza.

Passo 2: tonificação com tônico calmante.

Passo 3: esfoliação leve com uso de ácido lactobiônico.


Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais 15

Passo 4: aplicação de drenagem linfática manual em toda a face.

Passo 5: aplicação de máscara calmante à base de alantoína.

Passo 6: aplicação de filtro solar físico em creme.

 Protocolo 6: manejo da rosácea com ativos calmantes e luz intensa


pulsada.

Passo 1: higienização com solução de limpeza calmante.

Passo 2: tonificação da pele.

Passo 3: aplicação de microdermoabrasão por meio do peeling de diamante


para esfoliação. Vale ressaltar que a microdermoabrasão na pele com rosácea
deve ser realizada com menor intensidade de esfoliação, visto que é uma pele
mais sensível. No caso de situações em que a pele encontra-se com muitos
sinais inflamatórios e demasiadamente sensível, pode-se abandonar a micro-
dermoabrasão e aplicar o equipamento de luz pulsada na região acometida pela
rosácea, que terá como finalidade aliviar o quadro de eritema. As telangiectasias
presentes no quadro de rosácea respondem bem à luz pulsada.

Passo 4: aplicação de compressa gelada de camomila.

Passo 5: aplicação de filtro solar físico.

A rosácea já foi chamada de “acne rosácea” e confundida, muitas vezes, com quadros
de acne. Apesar de compartilharem semelhanças, como a distribuição das lesões,
pápulas e pústulas, a rosácea se difere da acne por não conter comedões nem secreção
sebácea aumentada. Esta diferença é de extrema importância para o profissional de
estética, pois os produtos cosméticos para pele acneica não são indicados para a pele
com rosácea. Por exemplo, deve-se evitar o uso de formulações com componentes
adstringentes e seborreguladores nos casos de rosácea e esses são ativos amplamente
empregados no tratamento da acne. Por isso, a avaliação do profissional e a orientação
acerca dos cosméticos a serem utilizados é primordial (GONÇALVES, 2016).
16 Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais

Protocolos faciais com utilização


de peelings químicos
Na estética, alguns ativos cosméticos podem ser empregados de modo a pro-
mover uma esfoliação química da pele, chamada de peeling. Esses ativos são
substâncias ácidas e, por conterem um pH menor que o da pele, proporcionam
a esfoliação. São utilizados em diferentes concentrações, dependendo do ativo
e dos objetivos do tratamento. Os peelings químicos também são chamados de
quimioesfoliação ou dermopeeling. O mecanismo de ação de uma substância
ácida na pele promove a destruição de partes da epiderme, seguida da sua
regeneração, favorecendo a renovação celular e facilitando a permeação de
ativos cosméticos aplicados posteriormente (BORGES, 2010).
De acordo com a profundidade de esfoliação que esses ácidos podem
proporcionar, os peelings são classificados em muito superficial, médio ou
profundo. Os peelings superficiais proporcionam a esfoliação apenas da epi-
derme e, quando agem somente no estrato córneo, são ainda chamados de
muito superficiais. Quando afetam a região mais superficial da derme (derme
reticular superficial), são considerados peeling médio e, quando afetam a parte
mais profunda da derme (derme reticular média), são chamados de profundo. A
Figura 2 mostra a profundidade do peeling e o mecanismo de ação que promove,
removendo a parte da pele e, consequentemente, deixando-a mais uniforme.

Figura 2. Profundidades dos peelings químicos.


Fonte: Adaptada de Designua/Shutterstock.com.
Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais 17

Vale lembrar que os peelings superficiais e muito superficiais acarretam


pouco risco de complicações e podem ser facilmente combinados com outras
técnicas em protocolos estéticos, como microdermoabrasão e outros ativos
cosméticos.
Quanto ao tipo de substâncias ácidas aplicadas, estes ativos são classifi-
cados em alfa-hidroxiácidos, beta- hidroxiácidos, poli-hidroxiácidos, ácido
tricloroacético e retinoides.
Alfa-hidroxiácidos: são os mais utilizados em peelings químicos. São
originados, principalmente, de frutas e incluem neste grupo: ácido glicólico
(derivado da cana-de-açúcar), ácido málico (derivado da maçã), ácido tartárico
(derivado de uvas), ácido cítrico (derivado de frutas cítricas), ácido mandélico
(derivado de amêndoas), ácido láctico (derivado do leite) e ácido fítico (derivado
de cereais). Destes, o ácido glicólico e o ácido láctico são os mais utilizados
(SMALL; HOANG; LINDER, 2014).
Quanto ao mecanismo de ação, esses ácidos agem por meio da redução
da adesão entre os queratinócitos, de modo que eles percam a capacidade
de adesão entre eles e as células sejam desprendidas. Esses ácidos, além de
promoverem um peeling químico, têm capacidade de hidratar a pele (DRA-
ELOS, 2005). Além disso, a aplicação desses ativos, além de proporcionar
os benefícios anteriores, está relacionada com um aumento na qualidade das
fibras elásticas e de colágeno, melhorando o aspecto geral da pele. Portanto,
podem ser empregados em uma variedade de disfunções como: lesões faciais
hiperpigmentadas, como melasma, no tratamento de sinais do envelhecimento,
nos casos de acne e, ainda, como pré-tratamento de peeling, de modo que
seja aplicado antes de outras substâncias para potencializar os efeitos de
esfoliação (DEPREZ, 2009). O ácido mandélico é considerado menos irritante
que os demais, podendo ser utilizado em peles mais escuras e, ainda, pode
ser empregado no tratamento da acne por conter ação bactericida também
(PIMENTEL, 2008).
Beta-hidroxiácidos: dentro deste grupo, encontra-se o ácido salicílico.
Além de ser utilizado em uma série de ativos cosméticos, o ácido salicílico,
quando aplicado como peeling em concentrações de 2 a 12%, age promovendo
a queratólise do estrato córneo, sem, no entanto, atingir estruturas mais pro-
fundas. Além disso, age na hiporregulação de fibrinogênio, fibronectina e
alfa-hemolisina, e virulência, fatores que interferem diretamente na proliferação
bacteriana, por isso é amplamente empregado no manejo da acne, reduzindo
também a oleosidade (DRAELOS, 2005).
18 Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais

Baumann (2004) comenta que o ácido salicílico ainda proporciona uma


ação comedolítica na pele, de modo que penetra nos poros e os esfolia, assim
como nos folículos pilosos, o que não é observado no uso de peeling com
alfa-hidroxiácidos.
Poli-hidroxiácidos: neste grupo estão o ácido glucônico e o ácido lacto-
biônico. Por apresentarem moléculas maiores, esses ácidos penetram mais
lentamente na pele. Além disso, são antioxidantes e umectantes, atuando
diretamente nos quadros de envelhecimento facial e em peles sensíveis, como
nos casos de rosácea.
Ácido tricloroacético: é um ácido produzido sinteticamente a partir de
ácido acético e cloro. Pode ser aplicado desde peelings muito superficiais até
profundos, dependendo da concentração. Para peelings superficiais, espera-se
apenas um leve branqueamento da pele após a aplicação e geram descamação
após o procedimento (SMALL; HOANG; LINDER, 2014).
Retinoides: a vitamina A (retinol) e seus derivados, conhecidos como
retinoides, são ativos amplamente utilizados na cosmetologia. O ácido retinoico
é conhecido também como tretinoína que, quando aplicada à pele, aumenta
as taxas de renovação epidérmica, além de atuar diretamente na redução da
melanina, garantindo efeitos positivos em disfunções estéticas faciais que
cursam com hiperpigmentação.
Quando utilizada em peelings químicos, pode-se fazer uso de concentrações
de 1 a 5%, com o objetivo de promover uma esfoliação superficial, ou seja,
a nível epidérmico.
Para entender um pouco da reação que eles causam na pele durante a aplicação
(desconforto sentido), e após o tratamento (descamação relatada), o Quadro 1
mostra um resumo dessas reações com base no tipo de peeling químico aplicado.

Quadro 1. Reações observadas nos diferentes peelings químicos

Grupo de ácidos Desconforto Descamação

Ácidos alfa-hidroxiácidos ++ Inconsistente

Beta-hidroxílicos ++ Sim

Ácido tricloroacético +++ Sim

Retinoides + Sim

Fonte: Adaptado de Small, Hoang e Linder (2014).


Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais 19

Esses ativos são empregados amplamente em protocolos estéticos faciais


com peelings muito superficiais, por serem de fácil aplicação, apropriados para
quase todos os tipos de pele, e por tratarem inúmeras disfunções. Pessoas com
lesões infecciosas ativas, gestantes, alergia aos componentes ou outras lesões
cutâneas no local de aplicação não podem ser submetidos a peelings químicos.
Diante das indicações dos peelings químicos, a seguir são elencadas al-
gumas sugestões de protocolos estéticos que utilizam essa modalidade de
tratamento.

 Protocolo 1: protocolo para manejo da acne com peeling químico.

Antes da aplicação de protocolos de peelings químicos na face, é importante


que o profissional faça a proteção dos olhos do cliente, com o uso de protetor
adesivo ou gaze levemente umedecida em água, prevenindo o contato do
ácido com a região ocular.

Passo 1: higienização da pele com sabonete com ácido salicílico em uma


concentração de 2% que, neste caso, terá ação descongestionante, antisséptica
e redutora da oleosidade da pele.

Passo 2: aplicação de ácido salicílico em uma concentração de 20%, com


auxílio de um pincel e deixar agir por, aproximadamente, 3 minutos. Após a
aplicação, é necessário esperar até que se forme uma camada de resíduo pul-
verulento branco, associado ao eritema suave da pele, que garante que o ativo
foi absorvido. Espera-se que essa aplicação gere um desconforto ao paciente
de no máximo 6, em uma escala de 1 a 10. Durante essa fase de aplicação do
peeling propriamente dita, o profissional pode fazer uso de ventilador para
reduzir o desconforto do paciente. Em média, o tempo necessário para esses
efeitos serem obtidos é de 2 a 3 minutos. Após isso, remova o produto da pele
com o uso de gaze.
Posterior a isso, para potencializar os efeitos, principalmente em peles
mais espessas e mais resistentes, o produto pode ser aplicado novamente na
pele, com a mesma técnica, aguardando-se o início dos efeitos para fazer a
retirada do produto, em média 2 a 3 minutos. Após essa reaplicação, remove-se
o produto com uso de gaze.

Passo 3: aplicação de máscara calmante à base de camomila, por exemplo,


para aliviar o eritema facial e reduzir o desconforto do paciente.
20 Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais

Passo 4: finalização com aplicação do filtro solar.


Protocolos com esses ativos podem ser repetidos semanalmente até que os
resultados sejam alcançados (BORGES, 2010). Para potencializar os efeitos
desse peeling químico para acne e reforçar a esfoliação, o profissional pode
utilizar em sessões subsequentes uma concentração de ácido salicílico em uma
concentração de 30% ou, ainda, após a aplicação do protocolo anteriormente
mencionado, aplicar um reforço com uso de ácido retinoico 0,3%, potencia-
lizando ainda mais a esfoliação.
Vale ressaltar que as concentrações utilizadas inicialmente devem ser
menores e, à medida que a tolerância do paciente e as condições da pele
permitirem, o profissional pode realizar reforços, aplicando uma camada a
mais do ácido ou aumentando a concentração utilizada.

 Protocolo 2: protocolo para revitalização cutânea de pele envelhecida.

Passo 1: limpeza da face com sabonete líquido com ácido glicólico a 10%,
para promover uma limpeza mais profunda da pele.

Passo 2: aplicação de um esfoliante físico na face, realizando movimentos


circulares ao longo dela para remover a camada mais externa de células mortas
da epiderme.

Passo 3: aplicação de ácido glicólico em uma concentração de 50% e, após


o tempo de pausa, retirar. O tempo de pausa do peeling de ácido glicólico é
definido pela reação da pele do paciente ao contato com o ácido glicólico,
mas, normalmente, costuma ser, em média, 4 a 8 minutos. Lembre-se que o
efeito esperado é o eritema facial, que pode acontecer em alguns pontos da
face ou em toda ela, mas não pode haver fenômeno de frosting (caracterizado
pela formação de uma camada esbranquiçada sobre a pele, que é resultado da
coagulação de proteínas), como acontece em outros peelings. Desse modo,
ao ter a formação do eritema, o tempo de pausa é suficiente e o produto já
cumpriu a sua função.

Passo 4: após a formação do eritema, o peeling de ácido glicólico precisa ser


neutralizado. Para realizar a neutralização de um peeling de ácido glicólico,
pode-se utilizar uma solução com bicarbonato de sódio, que deve ser aplicada
na pele assim que o eritema se formar. Nesses casos, para o uso desse ácido,
indica-se utilizar a solução neutralizante para cessar completamente a ação do
Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais 21

peeling na pele, pois a retirada com água apenas iria reduzir a sua concentra-
ção, sem, no entanto, respeitar o tempo adequado de ação do ácido, enquanto
que o uso de solução neutralizante cessa totalmente a ação do ativo na pele.
Para preparar a solução neutralizante, o profissional deve separar uma
cuba com água morna e adicionar bicarbonato de sódio em pó, mexendo a
solução constantemente.

Passo 5: aplicação de máscara calmante em toda a face, com ativos nutritivos


para peles desvitalizadas, ativos bioflavonoides, como, por exemplo, o ginkbo
biloba, podem ser empregados nessa fase pós-peeling.
A realização de peelings seriados de ácido glicólico, com intervalos de 15
dias entre as sessões, permitem excelentes resultados no manejo dos sinais
do envelhecimento facial. Além disso, a concentração do peeling de ácido
glicólico a 30%, 1 a 2 minutos, promove, neste caso, um peeling muito su-
perficial. Para casos em que o objetivo é um peeling superficial, indica-se o
uso de uma concentração 50 a 70%, com tempo de ação de 2 a 20 minutos
(YOKOMIZO et al., 2013).

 Protocolo 3: protocolo para hipercromias.

Passo 1: higienização com sabonete de limpeza com ativos despigmentantes as-


sociados, como sabonete líquido com ácido glicólico a 10% em sua composição.

Passo 2: realização da aplicação de um tônico facial, para equilibrar o pH da pele.

Passo 3: realização da esfoliação da pele com peeling de diamante, com ênfase


nas manchas, passando a caneta diamantada duas vezes por toda a face e nas
áreas de manchas. Pode-se aumentar um pouco a pressão e ainda realizar um
número maior de passagens e com uma velocidade menor, potencializando a
esfoliação nessas áreas.

Passo 4: aplicação de ácido mandélico, em concentrações médias de 20%


quando o objetivo for um peeling superficial mediano. Aplicar o ácido em
toda a face, mas com ênfase nas manchas, e aguardar o tempo de ação, que
costuma variar de 2 a 20 minutos. Para enfatizar a área das manchas, o pro-
fissional pode passar a primeira camada de produto em toda face e, assim que
o produto secar, pode-se aplicar mais uma camada do ácido especificamente
sobre as manchas, aumentando a concentração do produto nessas regiões e
potencializando a despigmentação. Esse ácido é aplicado em peles com hiper-
22 Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais

cromias, porque age inibindo a síntese de melanina, reduzindo a melanina já


formada na camada córnea e, dessa maneira, é útil na eliminação de pigmentos
hipercrômicos na pele.

Passo 5: realização da retirada do produto com o uso de gaze.

Passo 6: aplicação de uma máscara com ativos despigmentantes em sua


formulação, como a vitamina C.

Passo 7: aplicação do fator de proteção solar em pó.


Este protocolo pode ser repetido semanalmente por um mês e, a partir
disso, pode ser realizado em intervalos quinzenais ou mensais. O paciente
ainda pode enfatizar a ação do ácido utilizando cosméticos domiciliares à
base de vitamina C.

Cuidados na aplicação de peelings químicos


Além das contraindicações elencadas anteriormente, é importante que os pro-
fissionais leiam atentamente as orientações acerca dos produtos estabelecidos
pelo fabricante. Vale lembrar, também, que, para a aplicação, o profissional
deve fazer uso de luvas e jaleco, enquanto o cliente deve utilizar touca, toalha
para proteger o colo, protetor ocular (pode ser gaze úmida ou tampões oculares
adesivos). O profissional deve ter ao seu alcance também uma bancada com os
produtos e os materiais a serem utilizados previamente separados, como gazes,
água, algodão, pincel e cosméticos utilizados. Além disso, é responsabilidade
do profissional realizar a avaliação do paciente prévia à aplicação, identificando
quaisquer condições que possam ter contraindicação ao tratamento e, ainda,
estabelecer as melhores modalidades de tratamento.
Small, Hoang e Linder (2014) orientam, ainda, que seja feito o teste de
placa antes da realização do peeling químico. Esse teste consiste em detectar
qualquer reação alérgica que o cliente possa ter ao tratamento. Para isso,
aplica-se previamente o ácido a ser utilizado em região de antebraço ou atrás
da orelha, espera-se o tempo de ação e se faz a retirada do produto. Após isso,
observa-se a pele da região, se ela não apresentar sinais de irritação, como
coceira, ardência excessiva, formação de urticaria ou vesículas, o cliente pode
ser submetido ao peeling químico na face.
Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais 23

BAUMANN, L. Dermatologia cosmética: princípios e prática. Rio de Janeiro: Revinter, 2004.


BORGES, F. S. Dermato-funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas.
2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Phorte, 2010.
COSTA, A. Tratado Internacional de cosmecêuticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2012.
DEPREZ, P. Peeling químico superficial, médio e profundo. Rio de Janeiro: Revinter, 2009.
DRAELOS, Z. D. (ed.). Cosmecêuticos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. (Procedimentos em
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GONÇALVES, M. M. B. M. M. Cuidados dermocosméticos na rosácea. 2016. Monografia (Mes-
trado Integrado em Ciências Farmacêuticas) — Faculdade de Farmácia da Universidade
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GUIRRO, E.C. O.; GUIRRO, R. R. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos,
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IFOULD, J.; FORSYTHE-CONROY, D.; WHITTAKER, M. Técnicas em estética. 3. ed. Porto
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OLIVEIRA, A. L. De esteticista para esteticista: diversificando os protocolos faciais e cor-
porais aplicados na área da estética. São Paulo: Matrix, 2014.
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YOKOMIZO, V. M. F. et al. Peelings químicos: revisão e aplicação prática. Surgical & Cos-
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biblioref/2016/10/2286/2013_58.pdf. Acesso em: 27 ago. 2019.
DICA DO PROFESSOR

O uso de peelings químicos na área da estética facial proporciona aos profisisonais de estética
mais uma ferramenta para auxiliar em seus protocolos destinados às disfunções estéticas.
Entretanto, para serem efetivos, precisam que alguns cuidados sejam considerados antes,
durante e após a sua realização.

Nesta Dica do Professor, você verá algumas orientações acerca desses cuidados.

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EXERCÍCIOS

1) A rosácea se caracteriza por sinais clínicos de eritema facial, calor, rubor e em alguns
casos com o aparecimento de flushing facial, telangiectasias, formação de pápulo-
pustulosas, dentre outros. Nesse sentido, a cosmetologia atua nessa disfunção no
manejo desses sinais e sistemas por meio do uso de ativos cosméticos específicos.

Sobre o uso de cosméticos em peles acometidas por rosácea, analise as afirmativas:

I: O ácido retinoico pode ser empregado na rosácea por ter função antieritematosa.

II: Os ativos queratolíticos são os principais empregados no manejo dos sintomas


inflamatórios da rosácea.

III: A alontoina é um ativo suavizante empregado para reduzir o eritema facial.

IV: Aloe vera promove um efeito anti-inflamatório.

V: O ativo chamado de niacinamida pode ser utilizado como esfoliante suave.

Agora, assinale a alternativa correta:


A) Apenas as afirmativas I, II e V estão corretas.

B) Apenas as afirmativas III, IV e V estão corretas.

C) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.

D) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.

E) Apenas as afirmativas II, III e V estão corretas.

2) Os sinais de envelhecimento cutâneo, como rugas, flacidez, redução de tônus,


elasticidade e vitalidade, podem ser tratados ou até mesmo prevenidos com ativos
antioxidantes, hidratantes, renovadores celulares, tensores e miorrelaxantes.

Sobre esses ativos, assinale a alternativa correta:

A) A vitamina C, ativo comum em tratamentos de envelhecimento, atua por meio do


incentivo à renovação celular.

B) Resveratrol e niacinamida são ativos hidratantes potentes.

C) Tensine® e Raffermine® são ativos empregados no envelhecimento, pois têm função


antioxidante.

D) Bioflavonoides, coenzima Q10 e vitamina C são exemplos de ativos antioxidantes.

E) Efeitos de relaxamentos musculares, nos casos de rugas, podem ser obtidos com aplicação
de agentes hidratantes.

3) A acne é uma disfunção que cursa com o aparecimento de lesões como: pápulas,
pústulas, nódulos e cistos, que podem variar de lesões muito leves até lesões mais
graves. O tratamento inclui medidas para reduzir a inflamação, a proliferação
bacteriana e a oleosidade, além de acelerar a renovação celular.

Sobre os ativos empregados no tratamento da acne, assinale a alternativa correta:

A) Alfa-hidroxiácidos, betas-hidroxiácidos e retinoides tópicos são exemplos de ativos


queratolíticos utilizados no manejo da acne.

B) O emprego de ácido glicólico no tratamento da acne objetiva efeitos anti- inflamatórios.

C) Os ativos queratolíticos não são indicados para tratamento de acne, uma vez que causam
irritação excessiva.

D) Os extratos botânicos, como o chá verde, têm ações antibacterianas.

E) O zinco, quando utilizado, auxilia na esfoliação da pele.

4) Peelings químicos, também chamados de quimioesfoliação ou dermopeeling, são


tratamentos destinados a uma série de disfunções estéticas, dentre elas a acne. Dentre
os ativos cosméticos empregados nos peelings químicos da acne encontra-se o ácido
salicílico.

Sobre o uso do ácido salicílico, analise as afirmativas:

I: O ácido salicílico atua reduzindo a proliferação bacteriana e a oleosidade da pele


acneica.

II: O ácido salicílico, empregado em tratamentos de acne, tem ação despigmentante,


reduzindo manchas causadas pela acne.

III: Pode ser utilizado em sabonetes líquidos faciais antiacne antes da aplicação do
peeling químico, em uma concentração de 2%.

IV: Quando utilizado em concentrações acima de 2% causa, além da esfoliação do


extrato córneo, a remoção de camadas mais profundas da epiderme.
V: Para um peeling químico em uma pele acneica, pode-se fazer uso do ativo com
concentração de 2 a 12% de maneira segura.

Agora, assinale a alternativa correta:

A) Apenas as afirmativas II, III e IV são corretas.

B) Apenas as afirmativas I, III e V são corretas.

C) Apenas as afirmativas I, II e IV são corretas.

D) Apenas as afirmativas III, IV e V são corretas.

E) Apenas as afirmativas IV e V são corretas.

5) Os cuidados que o profissional deve ter durante a aplicação dos peelings químicos
fazem parte do resultado final do tratamento. Dentre esses cuidados, cita-se a
realização de uma avaliação para verificar indicações e contraindicações, a realização
de teste para averiguar alergia ao peeling químico, dentre outros.

Sobre esses cuidados, assinale a alternativa correta:

A) O teste de placa, que verifica presença de alergia, deve ser feito em uma pequena área da
face.

B) Pessoas com lesões infecciosas ativas e gestantes não podem ser submetidas a peelings
químicos.

C) Pacientes com rosácea se beneficiam de peelings mais concentrados, como os retinoides.

D) Pacientes com lesões de acne tipo II não são indicados ao tratamento de peeling químico.
E) A associação de dois tipos de ácidos em uma sessão de tratamento é contraindicada.

NA PRÁTICA

A rosácea é uma disfunção inflamatória da pele que cursa com o aparecimento de manifestações
como: eritema facial, edema, rubor, além de sintomas como ardência e calor na face. Os
tratamentos cosméticos destinados à pele com rosácea devem ser bem indicados, uma vez que
muitos ativos presentes em cosméticos podem sensibilizar exageradamente a pele e predispor o
surgimento das manifestações clínicas.

Considerando isso, além de o profissional de estética escolher adequadamente os produtos a


serem utilizados nos protocolos realizados na clínica ou no consultório, é preciso orientar seus
pacientes na escolha de produtos cosméticos de uso domiciliar diário, como produtos para
higienização da face, hidratação e filtro solar, por exemplo.

Considerando isso, veja o seguinte relato de caso e a importância de algumas orientações ao


paciente para um manejo correto dos sinais e sintomas da rosácea.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Rosácea: 6 dicas caseiras matadoras pra você cuidar da pele com rosácea, por Dra. Joyce
Rodrigues

A rosácea é uma disfunção estética facial que cursa com manifestações clínicas que afetam
negativamente a qualidade de vida dos pacientes. Alguns cuidados diários, incluindo a não
exposição solar e escolha de ativos cosméticos, são importantes para evitar piora dos sintomas.
O vídeo a seguir traz algumas dessas orientações.

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Aplicabilidade dos peelings químicos em tratamentos faciais: estudo de revisão

Os peelings químicos podem ser empregados em uma série de disfunções estéticas, tanto
corporais como faciais. O artigo a seguir trata da aplicação desse tratamento nas disfunções
faciais mais comuns.

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Peelings químicos: revisão e aplicação prática

Os peelings químicos fazem uso de ativos cosméticos específicos, com características ácidas,
para promover uma esfoliação química da pele e acelerar a renovação celular. A seguir, é
apresentado um artigo de revisão sobre os peelings químicos.

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