Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1 INTRODUÇÃO
A pele é o maior órgão do corpo, ela estabelece a primeira linha de defesa do organismo.
Responsável pela regulação de temperatura, retenção e excreção de eletrólitos e água, e também as
sensações relacionadas ao tato (dor, pressão e temperatura). A pele é formada pelas camadas epider-
me e derme, e sob as mesmas, há tecido conjuntivo. Uma ferida é a denominação dada a qualquer
lesão que interfira na continuidade da pele, e pode ter várias causas, tais como trauma (podendo ser
físico, mecânico ou químico), cirurgia, isquemia e pressão . O contato constante com o ambiente faz
com que, cuidados sejam necessários, tanto em termos de prevenção aos fatores agressivos (radia-
ção solar e de outras fontes de luz, poluição, variações climáticas, entre outros) quanto para tratar as
lesões causadas pelos mesmos. Um dos tratamentos mais eficazes para os problemas já existentes na
pele é o peeling. (DEALEY, 2012)
Este paper tem por finalidade falar sobre o pelling facial, um procedimento estético compos-
to por ácidos manipulados, proporcionando a descamação na pele removendo células mortas, dei-
xando a pele saudável, bonita, com menos rugas, manchas, acne e outras imperfeições que geral-
mente, eliminam a camada danificada, esta é regenerada e recebe um aspecto novo através de célu-
las que permanecem em seus determinados pontos e com grande capacidade de reprodução, dando
uma melhora em sua aparência (KEDE e SABATOVICH, 2009).
Sendo um processo que auxilia em algumas disfunções, clareia sardas, manchas solares, ru-
gas, baseando em uma aplicabilidade de componentes, gerando benefícios fundamentais na face,
formando um desgaste que pode melhorar uma disfunção estética, com os ácidos que aceleram o
processo de rejuvenescimento na pele (KEDE e SABATOVICH, 2009).
A técnica do peeling com a utilização dos ácidos glicólico e retinóico proporciona resulta-
dos extremamente satisfatório. O ácido glicólico contém uma substância de hidratação que acelera a
renovação celular, dando uma maior uniformidade a pele, além de ativar algumas proteínas funda-
mentais para o desenvolvimento da pele, deixando mais saudáve.Tem a capacidade de restringir
uma formação que auxilia na coloração da pele, auxiliando no tratamento de espinhas, na porosida-
de da pele e desdobramento da epiderme. É considerado como um procedimento estético bastante
utilizado para diminuir sinais e manchas senis gerada pelo sol, obtendo uma melhoria sucessiva de
uma essência resistente que auxilia nas fibras elásticas dando uma maior sustentabilidade a pele
(DEPREZ, 2009).
Enquanto que, o ácido retinóico é um dos compostos atuais utilizado contra os efeitos do
envelhecimento, promove a esfoliação, seu uso promove uma compactação da epiderme. Estimulan-
do queratinócitos por melhorar a distribuição dos melanócitos e por produzir uma normalização
epidérmica, elimina os queratinócitos atípicos e impede as queratoses, é recomendado para a foto
envelhecimento, portanto atua em patologias (VELASCO, 2009).
A pouco tempo, o “Fenol”, ou ácido carbólico (C6H5OH) que é derivado do coaltar, tem
sido o tipo de pelling mais procurado. Sendo considerado um pelling mais profundo e mais agressi-
vo, porém com um resultado extraordinário. O fenol, caracteriza-se como cristais em forma de agu-
lhas, variando de incolor a rosado, com odor característico. Torna-se líquido ao aquecimento, libe-
rando um vapor inflamável, e sua coloração escurece quando é exposto ao ar e à luz. Seu ponto de
fusão é de aproximadamente 39º C, e seu ponto de ebulição, 182º C. O fenol produz a coagulação
das proteínas da pele. É considerado um agente químico que produz rejuvenescimento facial inten-
so, quando utilizado corretamente. Podendo ser utilizado tanto isoladamente como em associação com
outros componentes da fórmula que atuam como promotores de penetração e permeação. A utiliza-
ção desses produtos resulta no processo de renovação celular intenso, normalizando a pigmentação
da pele, atenuando marcas e minimizando as rugas.(PERKINS e BALIKAN, 2007).
Devido a sua toxicidade e contra-indicações, o fenol deve ser aplicado cuidadosamente se-
gundo a técnica recomendada, e o paciente deve ser monitorado para se obter a máxima eficácia
do peeling e também minimizar os efeitos sistêmicos. Nos peelings profundos a descamação ocorre
no nível interno da derme reticular superior à média. Seus agentes incluem “solução clássica Baker-
Gordon, composto por 3 ml de fenol 88%, oito gotas de Septisol, três gotas de óleo de cróton e 2 ml
de água destilada”. Esse tipo de tratamento é indicado para pele clara, pele desgastada pela exposi-
ção solar excessiva e linhas de expressão faciais finas (PERKINS e BALIKAN, 2007).
Assim como vários procedimentos na área da saúde e na estética, o peeling químico surgiu a
partir de processos mais antigos, evoluindo com o passar dos tempos em termos de técnica, e tam-
bém ocorrendo a descoberta de outros ativos. Os registros de técnicas antecessoras ao peeling par-
tem de 1903, com George Miller Mackee e Florentine Kerp utilizando de fenol para provocar um
processo de escarificação em pacientes, visando levar a pele a se reconstituir de modo a melhorar o
aspecto de cicatrizes. Quase quarenta anos depois, a técnica foi reproduzida de maneira muito seme-
lhante à original, fazendo com que se iniciasse um processo de registro dos resultados e busca por
melhores ativos e modos de realizar o procedimento (KEDE, PONTES e SABATOVICH, Dermato-
logia Estética, 2009).
A escala de Fitzpatrick, criada pelo médico norte-americano de mesmo nome no ano de
1976, é a classificação mais famosa dos chamados fototipos de pele. Ela relaciona a cor da pele com
a sensibilidade e as reações da mesma à exposição solar, como demonstrado na tabela 1 (GUIRRO,
2004).
Tabela 1 - Classificação dos fototipos de pele propostas por Fritzpatrik
De acordo com a tabela de Fritzpatrik a cor da pele varia de acordo com a raça e também é
influenciado pelo meio. Esta tabela tem sido utilizada como método para categorizar a sensibilidade
cútanea a radiação ultravioleta (SAMPAIO e RIVITTI, 2008 apud POSSETI, 2011).
Como mostra a figura 1, paciente com 30 anos, principal queixa: pequenas manchas solares
e melasma. O tratamento com ácido glicólico é um dos mais procurados, por ser menos agressivo.
Devido ao seu efeito esfoliante, o ácido glicólico pode tratar o melasma com eficácia. Esse ácido
pode reduzir a hiperpigmentação na área afetada, uniformizar a superfície da pele e afinar o estrato
córneo, sem causar dano direto à melanina. O ácido glicólico derivado da cana-de-açúcar é usado
em dermatologia para tratar melasma. Devido ao seu baixo peso molecular, esse ácido penetra na
pele com mais facilidade, dependendo do pH, formulação, local de aplicação e condição da pele
(CHAVES e PEREIRA, 2018).
Na figura 2, paciente com 45 anos, principal queixa: manchas solares, melasma cicatrizes de
espinhas e pequenas rugas. O ácido retinóico vem sendo um dos compostos que age em combate as
reações do desgaste tecidual, capaz de remover impurezas que a pele vai adquirindo com o tempo,
este ácido age no aquecimento de proteínas para manter uma boa coloração na aparência e neutra-
lizando o envelhecimento que atua em doenças inflamatórias garantindo uma viscosidade na pele
utilizando o procedimento com peeling que promove um processo de revitalização e suavidade no
rosto (VELASCO, 2009).
O objetivo desses peelings para o tratamento de melasma é desacelerar o excesso de produ-
ção de melanina em médio prazo e clarear. O foco central do tratamento do melasma é reduzir as
áreas acometidas e clarear as lesões, com a menor chance possível de efeitos colaterais ( BERG-
MANN e SILVA, 2017).
Os registros de técnicas antecessoras ao peeling partem de 1903, com George Miller Mackee
e Florentine Kerp utilizando de fenol para provocar um processo de escarificação em pacientes, vi-
sando levar a pele a se reconstituir de modo a melhorar o aspecto de cicatrizes. Quase quarenta anos
depois, a técnica foi reproduzida de maneira muito semelhante à original, fazendo com que se inici-
asse um processo de registro dos resultados e busca por melhores ativos e modos de realizar o pro-
cedimento, chegando ao peeling da atualidade. muito mais moderno e com menos contraindicaçõe.
(KEDE, PONTES e SABATOVICH, Dermatologia Estética, 2009).
O ácido fenol absoluto, tem concentração de 88%, realiza a coagulação imediata das proteí-
nas presentes na epiderme, provocando um bloqueio de sua penetração e um peeling de ação média.
Quando o ácido é apresentado nas formulações de Baker-Gordon e de Hetter, como no estudo de
Vasconcelos e colaboradores (2013), não ocorre a coagulação das proteínas e apresenta maior poder
de penetração na pele, isto porque o ácido é diluído em água, óleo de cróton e sabão líquido. Esta
reação é explicada por Di Santis e colaboradores (2014), quando descreve a função de cada item da
fórmula; o óleo de cróton auxilia na penetração do fenol na pele, a água é responsável por diluir a
concentração do ácido e o sabão age como surfactante, ou seja, possui capacidade de alterar as pro-
priedades superficiais de um líquido e apresenta afinidade por óleos e água. (VASCONCELOS, FI-
GUEIRA,FONSECA e MENDONÇA,2013).
Pode-se esperar que os peelings fenólicos causem crostas à medida que a velha camada de
pele se desprende e a camada subjacente de nova pele emerge. Ele também pode aumentar a sensi-
bilidade do paciente à luz solar, por isso geralmente é recomendado evitar a exposição ao sol por
vários meses após a cirurgia. Recomenda-se o uso de protetor solar após o peeling químico, como
mostra a figura 3. (LEMOS, 2016)
Figura 3: Fenol light Fonte: O autor, 2023.
Na figura 3, paciente com 50 anos, principal queixa: manchas solares e rugas. Esta técnica
demonstrou ser bastante eficaz, apresentou uma grande aceitação do tratamento, conforme demons-
trado. Na figura 4, paciente com 65 anos, principal queixa: rugas nas áreas dos olhos e testa. Esta
paciente optou por este tipo de pelling, pois gostaria que amenizassem os sinais de envelhecimento
naturais. Em relação a este método, ele requer bastante atenção e treinamento para o acompanha-
mento do paciente no período pós-peeling, principalmente no período compreendido entre as pri-
meiras quarenta e oito horas do procedimento e os sete dias seguintes. Como se trata de peeling
light, não ouve complicações, dificilmente ocorrem neste método. Os resultados da descamação
causados pela aplicação deste tratamento, tornam a pele com aspecto rejuvenescido, melhora a apa-
rência de hiperpigmentações, rugas e ainda aumentam a elasticidade (VELASCO, 2009).
Pode-se esperar que os peelings fenólicos causem crostas à medida que a velha camada de
pele se desprende e a camada subjacente de nova pele emerge . As crostas podem aparecer em áreas
tratadas com qualquer tipo de peeling químico, pois a pele responde ao trauma causado pela aplica-
ção de uma solução de ácido suave (LEMOS, 2016).
4 CONTRAINDICAÇÕES DO PEELING QUÍMICO
O peeling químico é totalmente contraindicado caso a pele esteja com ferimentos recentes
ou passando por período pós-operatório, caso apresente herpes zoster, hipersensibilidade aos ácidos,
entre outros aspectos que ofereçam risco ao paciente. Isto se deve características como pele sensí-
vel, eritema solar ou depilação muito recente, isto´porque o mal cuidado pode causar manchas e fo-
toenvelhecimento na pele tratada com ácidos, também é sugerido a exposição ao sol durante e logo
após o peeling (PEREIRA, 2014).
É contraindicado para pessoas com problemas de cicatrização ou tendência a formação de
quelóides e histórico de hiperpigmentação pós-inflamatória permanente (ROTTA, 2008).
Os ácidos não devem ser utilizados em pele eczematosa, que esteja passando por inflamação
ou queimadura solar. O preparo adequado, a escolha correta do agente e cuidados pós-operatórios
podem ajudar na prevenção de futuras complicações (KOROLKOVAS, 2008.).
4.1 COMPLICAÇÕES
As complicações que podem acontecer, variam de acordo com o tipo e profundidade do pro-
cedimento, a habilidade do profissional que o utilizou e as características do paciente.
As complicações mais comuns são:
alterações pigmentares, hiperpigmentação pós-inflamatória e hipopigmentação. Esta úl-
tima pode ser muito persistente e muitas vezes difícil de tratar. Podem ser utilizados corticoste-
roides tópicos, tretinoína, hidroquinona ou alfa-hidroxiácidos
infecções: bacterianas (Staphylococcus, Streptococcus, Pseudomonas), virais (herpes
simples) e fúngicas (cândida). Devem ser tratadas de forma agressiva e adequada
as cicatrizes são mais frequentes após peelings médios ou profundos.
reações alérgicas, erupções acneiformes, linhas de demarcaçã modificações texturais,
eritema persistente por mais de três semanas (AYRES, 2019).
REFERÊNCIAS
AYRES, N. Ácido retinóico: para que serve, indicações e riscos. 2019. Disponível 32 em Acesso
em: 01 33 de mai. 2019.
ALBUQUERQUE, Letícia Vilarim de.; RESENDE, Nathalia Chaves; MONTEIRO, Gabriela Quei-
roz de Melo; DURÃO, Márcia de Almeida. Lifting facial não cirúrgico com fios de polidioxano-
na: revisão de literatura. Odontol. Clín.Cient., Recife, v.20, n.1, p 39 - 45, mar. 2021.
BATISTA, A.; FONSECA, A. Types of Acne and Associated Therapy: A Review. American
Research Journal Of Pharmacy, Coimbra, 1, 1-9, 2016. Available at: http://www.ci.uc.pt/qfm/wp-
content/ uploads/2017/08/Types-of-Acne-andAssociatedTherapy-A-Review.pdf. Accessed on: 17
Apr. 2022
CARDOSO, Nathália Laboissière. O uso de toxina botulínica tipo a no tratamento de rugas di-
nâmicas periorbitais. 2020. 36 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Biomedicina)
- Centro Universitário de Brasília, Brasília – DF, 2020. Disponível em: https://repositorio.uni-
ceub.br/jspui/bitstream/prefix/15042/1/Nathalia%20Laboissiere. pdf. Acesso em: 26 agot. 2022.
CHAVES JR, PEREIRA PC. Efeitos do Peeling Químico no Tratamento de Melasma: Impacto
na qualidade de vida. Revista Científica da FEPI-Revista Científica Universitas, v. 5, n. 2, 2018.
KEDE, M. P., & SABATOVICH, O. (2015). Dermatologia e Estética (3ª Edição ed.). São Paulo:
Atheneu.
LEMOS MSC. Uso do peeling de ácido retinóico no rejuvenescimento facial. Recife. 2016.
LOPES, Daniela Oliveira et al. Associação de peeling orgânico com intradérmicos para
rejuvenescimento. 2021. 22 f. - Curso de Estética e Cosmetologia, Universidade Estadual de
Campinas, Rio de Janeiro, 2021.
OLIVEIRA, Rita Andréia de. Os efeitos do preenchimento com ácido hialurônico no rejuvenes-
cimento facial: revisão de literatura. 2018. 83 f. Monografia (PósGraduação em Estética Orofacial)
– Faculdade de Sete Lagoas, São Paulo. 2018. Disponível em:
http://faculdadefacsete.edu.br/monografia/files/original/fe89f404bd9e9ece955d67bd7 Acesso em:
23 agost. 2023.
PERKINS, Stephen W.; BALIKIAN, Richard. Treatment of perioral rhytids. Cirurgia Plástica Fa-
cial Clin North Am, v. 15, n. 4, p. 409-414, nov. 2007.
POSSETI, Leda Maria Nogueira. Exposição solar: revisão bibliográfica e análise do conhecimento
de varredores das ruas de Fernandanópolis- SP. Fernandanópolis – SP, 2011. Disponível em: Acesso
set. 2023.
VASCONCELOS, Bárbara Nader et al. Estudo comparativo de hemifaces entre 2 peelings de fe-
nol (fórmulas de BakerGordon e de Hetter), para a correção de rítides faciais. Surgical & Cos-
metic Dermatology, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, p. 40-44, nov. 2013.