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DR LEANDRO RAMOS

TOXINA BOTULÍNICA
PROTOCOLO SEGURANÇA
MÁXIMA

Segredos revelados
SOBRE O AUTOR

Farmacêutico especialista em farmácia hospitalar


e pós graduado em estética avançada. Cansou de
trabalhar em hospitais, em ambientes de dor e
sofrimento. Decide fazer uma transição de
carreira e passa atuar na área da estética.
E encontra um novo perfil de paciente, e um
ambiente de grande auto estima e felicidade.
Após ganhar experiência na área de estética com
injetáveis , decide compartilhar seu conhecimento
com outros profissionais que queiram ter mais
resultados em sua carreira na estética.

1
O que esperar desse e-book

Esse e-book reúne um compilado de informações


necessárias para que o profissional esteticista
tenha capacidade para entender sobre o
mecanismo de ação da toxina botulínica, os
principais músculos da face, e como realizar um
protocolo de aplicação seguro , sem
intercorrências e com boa lucratividade.

Atualmente aplicação de toxina botulínica é um


dos procedimentos mais procurados em clínicas
de estética , e estar capacitado e ter total domínio
da técnica de aplicação, tornará o profissional
referência em sua região . Além de proporcionar
um grande retorno financeiro.

Bons estudos

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Introdução

O envelhecimento cutâneo é um processo


contínuo que afeta a função da pele e aparência.

Neste processo, ocorre a modificação do material


genético e a proliferação celular diminui,
resultando em perda da elasticidade, diminuição
do metabolismo e da replicação dos tecidos. Uma
das principais razões apontadas pelos
pesquisadores como responsável pelo processo
de envelhecimento é o desequilíbrio do
mecanismo de defesa antioxidante do organismo
humano.
O processo de envelhecimento cutâneo
compreende a uma série de modificações que
atuam em conjunto, resultando em várias
alterações na arquitetura facial diminuindo
progressivamente a capacidade de homeostase do
organismo, resultantes de fatores intrínsecos e
extrínsecos

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Fatores intrínsecos

O envelhecimento intrínseco pode também ser


chamado de verdadeiro ou cronológico, sendo
aquele já esperado e inevitável. As alterações
desse envelhecimento estão diretamente ligadas
ao tempo de vida do ser humano.

Ocorre por fatores genéticos e mudanças


hormonais (menopausa), gerando atrofia da pele,
ressecamento, flacidez, alterações vasculares,
rugas e diminuição da espessura da pele.

Rosto envelhecido de
maneira natural devido
a fatores intrínsecos

4
Fatores extrínsecos
Já o extrínseco pode ser denominado também de
foto envelhecimento, no qual as alterações surgem
em longo prazo e se sobrepõe ao envelhecimento
intrínseco. Esse processo ocorre tanto em
decorrência à exposição solar e a ação dos raios
ultravioleta, quanto por hábitos alimentares e
vícios (fumo, álcool e/ou drogas ilícitas). O processo
de foto envelhecimento é decorrência da radiação
UV.

Rosto de um
caminhoneiro que por
28 anos seguidos foi
exposto a radiação UV
sem proteção.
Ocasionando um
envelhecimento
desproporcional entre
os lados da face.

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Com o fator extrínseco há uma alteração do
metabolismo, que por consequência favorece a
degradação das fibras de colágeno e elastina,
gerando um envelhecimento precoce.

Podemos, então, citar como principais fatores do


envelhecimento extrínseco:

•Condições climáticas: calor, frio, vento e baixa


umidade podem afetar a pele. Todos esses fatores
tem efeito de ressecar a pele.

•Posições ao dormir: promovendo danos


mecânicos e enrugando certas áreas do rosto. Por
exemplo: pessoas que dormem de lado podem
desenvolver linhas do lado do rosto sobre o qual
elas dormem.

•Expressão facial: sulcos e pregas são


consequências das mímica e se originam
especialmente por contrações exageradas dos
músculos superficiais. Rugas profundas podem se
desenvolver por causa dessas contrações
musculares repetidas e habituais. Sorrir também
cria linhas de expressão.

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• Álcool e cigarro: pessoas que bebem muito e
fumam terão algumas deficiências como, por
exemplo, de vitamina B. A falta desta vitamina pode
ocasionar pele mais fina e seca, a qual é facilmente
danificada e não cicatriza bem. É frequente a
associação entre alcoolismo e aparecimento de
telangectasias no terço médio da face.

Fumantes terão ainda uma pele mais amarelada,


com mais rugas. Estes efeitos são causados pela
nicotina que retarda o crescimento das células na
pele e reduz seu suprimento de sangue. A pele do
fumante se cicatrizará mais lentamente que a do
não fumante.

O envelhecimento não pode ser avaliado por rugas


exclusivamente, porém, estas, com certeza
demonstram o início do processo. Além deste fator
podemos observar também a perda do viço e
alteração da tonalidade da pele, diminuição da
elasticidade devido à redução do número de fibras
elásticas e de outros componentes do tecido
conjuntivo. Esteticamente, o processo de
envelhecimento cutâneo é bastante significativo.

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As agressões externas danificam o manto
hidrolipídico e o fator natural de hidratação da
pele, deixando por consequência a pele
desprotegida, acelerando o processo de
envelhecimento, causando perda e
reposicionamento da gordura facial, gerando o
aparecimento de rugas.

Podemos observar também algumas outras


alterações morfológicas no processo de
senescência:
• Diminuição da substância fundamental
(proteínas);
• Engrossamento das fibras colágenas e uma
alteração nas fibras elásticas;
• Atrofia do tecido adiposo cutâneo;
• Atrofia muscular;
• Diminuição das glândulas sebáceas em número e
função;
• Camada córnea fica mais permeável;
• Atrofia dos melanócitos;
• Perda óssea.

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O rejuvenescimento facial mudou do simples
apagamento de rugas e estiramento cirúrgico para
um enfoque em que se faz o relaxamento
muscular e volumização com restauração do
contorno facial.
Por isso para se ter um rejuvenescimento facial
completo , é imprescindível o profissional também
dominar outras técnicas injetoras, como
preenchimento com ácido hialuronico, bio
estimuladores , fios de PDO. Essas técnicas quando
utilizadas em conjunto, podem ocasionar uma total
transformação e reposicionamento da face do
paciente.

Face jovem Face envelhecida

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Toxina botulínica

A toxina botulínica é uma proteína produzida pela


bactéria anaeróbica gram positiva clostridium
botulinium, que para ser utilizada deve ser isolada,
purificada e estabilizada.

Histórico

A pesquisa sobre toxina botulínica existe há muito


tempo:

• 1817: Dr. Justinus Kerner na Alemanha, publicou


os primeiros estudos sobre botulismo.
• 1895: Emile Pierre van Ermengem descreveu a
bactéria anaeróbica causadora do botulismo
Clostridium botullinus, que produz a toxina
botulínica, denominada “o mais venenoso dos
venenos”.

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• 1920: Herman Sommer nos Estados Unidos
isolou a toxina botulínica tipo A. Seu trabalho foi
feito na Universidade da Califórnia.
• 1920: Edward J. Schantz nos Estados Unidos,
continuando o trabalho de Herman, purificou a
toxina tipo A na forma cristalina.
• 1950: Vermon Brooks descobriu que a forma
cristalina da toxina bloqueava a liberação de
acetilcolina, com paralisia temporária dos
músculos.
• 1970: Alan Scott observou a melhora do
estrabismo do macaco com o uso da toxina
botulínica. O FDA (Food andDrugAdministration)
liberou o uso da medicação, em caráter
experimental, para um grupo de pesquisadores
em todo o mundo orientados pelo próprio Alan
Scott.
• 1989: Estados Unidos libera o uso da toxina para
tratar estrabismo e blefaroespasmos.
• 1994: o casal de médicos canadenses Alascair e
Jean Carruthers
apresentou trabalhos para uso da toxina botulínica
na Medicina Estética.

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Tipos de toxina

Foram descritos diversos tipos de toxinas


botulínicas antigênicas, produzidas por diferentes
tipos de cepas. Somente os sorotipos A e B estão
disponíveis como medicamentos , embora a toxina
botulínica A seja predominante para uso na
medicina estética.

Seu mecanismo de ação é o bloqueio de ação da


acetilcolina , transmissor neural comum nos
músculos estriados , lisos e também nas glândulas
de secreções , como as sudoríparas. Sua ligação é
irreversível ao terminal pré-sináptico na junção
neuromuscular e neurogandular, onde exerce sua
função clivando proteínas específicas da
membrana, responsáveis pela excreção da
acetilcolina .

Em várias etapas, ela adere rapidamente à


membrana do nervo pré-sináptico, depois
atravessa a membrana pré-sináptica e
posteriormente inibe a liberação de acetilcolina,
provocando a paralisia (Figuras A e B)

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Sua ação máxima é vista em algumas semanas,
com os primeiros efeitos ocorrendo em até 48
horas da sua aplicação. Sua duração pode ser de
alguns a vários meses, dependendo da
musculatura e da dose administrada. Sua ação
diminui lentamente com o tempo. E não existe
aplicação tópica para esse produto, desconfie de
cremes que prometem esse efeito.

Indicações e Contraindicações

A principal indicação é para amenizar linhas de


expressão e rugas profundas. Também tem função
preventiva na formação de novas rugas. Outras
indicações são as transpiração excessiva (
hiperidrose) onde a aplicação da toxina pode
garantir alívio para o paciente.

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Contraindicações gerais

Pacientes que possuem algum tipo de transtorno


psiquiátrico, como por exemplo depressão,
transtorno bipolar, TOC, entre outros. Esses
pacientes precisam ser olhado com cautela, pois
tendem a possuir uma percepção de auto imagem
distorcida. Podendo ter uma expectativa muita alta
em relação aos resultados, ou ficarem
decepcionados com possíveis reações não
esperadas da toxina, caso ocorra algum tipo de
intercorrência com a aplicação. Por isso uma ficha
de anamnese bem montada , é fundamental para
o procedimento, e diminuição de possíveis
problemas para o profissional .

Contraindicações específicas

Doenças neuromusculares: doenças como


esclerose lateral amiotrófica, miastenia gravis,
esclerose múltipla, entre outras , não devem
receber tratamento com toxina botulínica.

Gestantes e lactantes: Não existem estudos que


garantam a segurança para esse público .

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Interações medicamentosas
Podem existir interações medicamentosas com
aminoglicosídeos, ciclosporinas, penicilaminas,
bloqueadores neuro-musculares, quinidina, sulfato
de magnésio, medicamentos dessas classes
podem potencializar os efeitos da toxina botulínica

As aminoquinolonas e cloroquina e
hidroxicloroquina podem diminuir os efeitos
conforme sugere alguns estudos. No entanto não
foi observado na prática clínica.

As aplicações são bem toleradas, realizadas


rapidamente e com recuperação mínima. O
principal desconforto é a dor local , que
dificilmente requer o uso de analgésicos.

Os eventos adversos mais comuns são a fraqueza


temporária dos músculos vizinhos, e cefaleia de
forma pontual e passageira.
A resposta de cada paciente à toxina pode variar,
dependendo do modo como o profissional
administra o tratamento, com que frequência são
feitas as aplicações, quais músculos são injetados e
a ligeira diferença de potência das toxinas em cada
frasco / marca.
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Principais marcas no mercado

Fabricante: Allergan
Armazenamento: Sob
refrigeração de 2º a 8º
Apresentação: 50UI, 100UI,
150UI, 200UI

Fabricante: Galderma
Armazenamento: Sob
refrigeração de 2º a 8º
Apresentação: 300uS, 500uS,
que equivalem a 100UI e 200UI
respectivamente do botox.

Fabricante: Merz
Armazenamento: Temperatura
ambiente até 25º .
Apresentação: 50UI, 100UI,
150UI, 200UI
*após reconstituído armazenar
sob refirgeração

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Fabricante: Dermadream
Armazenamento: Sob
refrigeração de 2º a 8º
Apresentação: 50UI, 100UI,
150UI, 200UI

Equivalências

Das marcas mencionadas anteriormente, apenas a


toxina Dysport possui uma dose/equivalência em
relação as demais marcas diferente, pois sua
dose é calculada em uma medida especial. O
Botox e demais marcas de toxina, utilizam a
medida U.I ( unidade internacional) já o dysport
utiliza a medida US (unidade Speywood), sendo
que habitualmente 300US de Dysport equivale a
100UI das demais marcas, e 500US de Dysport
equivale a 200UI das demais .

Como todas as marcas necessitam manter o


produto em uma temperatura de 2 a 8 graus, isso
acaba aumentando os custos de transporte e
armazenamento, podendo até inviabilizar a
entrega do produto.

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Por isso a marca Xeomin acaba se tornando uma
excelente alternativa, pois não precisa de
refrigeração durante o transporte e
armazenamento, proporcionando assim menos
custos de aquisição, e maior margem de lucro para
o profissional.

Reconstituição

O volume de reconstituição pode ser adaptado de


acordo com a preferência de cada profissional ou
necessidade especifica de cada paciente, sempre
respeitando as recomendações do fabricante.

O soro fisiológico a 0,9% é o veículo utilizado para


realizar a reconstituição de todas as toxinas ,
independente da marca. Precisa ser soro
fisiológico estéril para uso injetável. Caso utilizar
uma marca que necessita de refrigeração, é
importante que o soro esteja na mesma
temperatura, para não ter choque de temperatura
com a toxina. Existem duas técnicas de
reconstituição para a toxina, a diluição tradicional e
a diluição seca.

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Na diluição tradicional, para cada 100UI de toxina
utiliza-se 2 ml soro fisiológico. Já na diluição seca,
para cada 100UI utiliza-se 1 ml de soro fisiológico.

Os efeitos de uma diluição maior ainda não está


bem esclarecido, no entanto, parece que quanto
maior a diluição , maior o risco de permeabilidade
da toxina para músculos vizinhos. Com isso,
aumenta o risco de intercorrências e maior dor
para o paciente.

Após diluída a toxina deve ser mantida sobre


refrigeração em temperatura de 2º a 8º
obrigatoriamente, conforme descrito pelos
frabricantes ( inclusive a Xeomin ). Devem ser
utilizadas o mais rápido possível de acordo com
especificação de cada fabricante, que pode variar
de 48 horas a 72 horas. No entanto na prática
clínica , foi observado que o uso dentro de um
prazo de 2 a 4 semanas , continua seguro e com
bons resultados. Porém, quanto mais tempo ficar
armazenada maior o risco de perda de eficácia.

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Tabela para diluição tradicional

Tabela para diluição Seca

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Avaliação clínica

Avaliação Clínica na primeira consulta do paciente,


é a uma parte fundamental do processo de
planejamento e definição da estratégia aderida
para as aplicações da toxina.
Por isso é extremamente importante que seja
preenchido detalhadamente a ficha de anamnese,
com todos os hábitos de vida do paciente ,
medicamentos que faz uso, doenças pré existentes
etc.
Avaliar o grau de envelhecimento da pele do
paciente. Observar nível de desidratação, se é
fumante ou se consome bebidas alcóolicas com
frequência, pois poderá influenciar no resultado do
tratamento.
Avaliar o grau de saúde da pele do rosto: se possui
algum tipo de infeção, ou manchas inflamadas (
acnes severas, melasma , etc) questionar se o
paciente passou ou passará por algum
procedimento cirúrgico, tendo em vista que alguns
medicamentos podem influenciar no desempenho
da toxina no organismo .

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Pacientes com transtornos psquiátricos

Atualmente vivemos uma epidemia silenciosa de


doenças psiquiátricas, e realizar tratamentos em
pacientes com algum tipo de distúrbio requer um
pouco de cautela. Tendo em vista, que esses
pacientes tendem a ter uma expectativa muito alta
em relação a procedimentos estéticos, esperando
grandes resultados, as vezes até milagrosos. O
quadro pode ser ainda pior caso o paciente ter
uma visão distorcida de si mesmo. Por isso , é
importante também investigar na anamnese
possíveis doenças psiquiátricas, como depressão,
bipolaridade, ansiedade, entre outros.

Por segurança, tenha tudo bem documentado por


fotos, plano de tratamento escolhido, e resultados
esperados após o tratamento.

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Registros fotográficos

Manter registrado o antes e depois do paciente, é


fundamental para ter documentado o sucesso
obtido no tratamento, e também resguardar o
profissional em caso de queixas do paciente de
que o tratamento não proporcionou bons
resultados. Se possível, além do registro
fotográfico, realizar também a filmagem do
paciente fazendo as mímicas necessárias que
focam os principais músculos da face: frontal,
glabela, orbicular da boca, nasal.

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Cuidados antes e após aplicação

Antes de iniciar a aplicação, recomenda-se lavar o


rosto do paciente com sabonete neutro e água, em
seguida passar um antisséptico. Para pacientes
muito sensíveis a dor pode-se aplicar anestésico
tópico aproximadamente uns 15 a 20 minutos
antes do procedimento. Pode-se aplicar as
injeções com o paciente deitado ou sentado, fica a
critério do profissional.

Cuidados pós aplicação:

Não é recomendado usar antiinflamatórios


Não usar maquiagem (somente no dia
seguinte)
Não tomar sol
Não manipular ou massagear a área tratada
Não praticar exercícios físicos ou atividades
intensas no dia da aplicação

Efeitos e Complicações
- Urticária
- Ardor
-Edema e eritema no local da aplicação

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- Assimetria facial
- Hipersensibilidade imediata
- Ptose palpebral
- dispneia e anafilaxia (casos extremos)
-dificuldade em fechar completamente o olho
-excesso de lágrimas e irritação que envolve secura
ocular e sensibilidade à luz.

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Materiais utilizados

A aplicação de toxina botulínica é um


procedimento que exige poucos materiais, sendo
necessário basicamente: seringas, sf 0,9% 10 ml,
agulhas, lápis para marcação, gazes e clorexidina
dergemante para assepsia dos locais de aplicação.

Seringas: Necessário uma seringa de 3 ml e uma


agulha 25x7 ( 22G) para realizar a reconstituição da
toxina. Para aplicação, serão necessários duas
seringas de 50UI ultrafine, ou 2 seringas de 100UI
ultrafine , a escolha da seringa para aplicação
dependerá do tipo de diluição escolhido.

50UI 100UI
Aplicação com Aplicação com
diluição seca diluição tradicional

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22
Aplicação com
diluição seca
A seringa de 50 UI e 30 UI, possuem
graduação de 1 em 1 UI. Ou seja,
cada risquinho na seringa equivale a
1 unidade. Caso opte por utilizar a
diluição seca, ou seja reconstituir
100UI de toxina em 1 ml de sf, isso
significa que para cada 1 unidade ,
você terá um 0,01 ml, que representa
50UI 1 tracinho na seringa de 50UI e 30
UI.

A seringa de 100 UI, possuem


graduação de 2 em 2 UI. Ou seja,
cada risquinho na seringa equivale a
2 unidades. Caso opte por utilizar a
diluição seca, ou seja reconstituir
100UI de toxina em 1 ml de sf, isso
significa que para cada 1 unidade ,
você terá um 0,01 ml, que representa
0,5 tracinho na seringa de 1 ml ( isso
dificulta muito ) Por isso usa-se a de
50UI.
100UI
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22
Aplicação com
diluição tradicional
A seringa de 50 UI e 30 UI, possuem
graduação de 1 em 1 UI. Ou seja,
cada risquinho na seringa equivale a
1 unidade. Caso opte por utilizar a
diluição tradicional , ou seja
reconstituir 100UI de toxina em 2 ml
de sf, isso significa que para cada 1
unidade , você terá 0,02 ml, que
50UI representa 2 tracinhos na seringa de
50UI e 30 UI.

A seringa de 100 UI, possuem


graduação de 2 em 2 UI. Ou seja,
cada risquinho na seringa equivale a
2 unidades. Caso opte por utilizar a
diluição tradicional , ou seja
reconstituir 100UI de toxina em 2 ml
de sf, isso significa que para cada 1
unidade , você terá um 0,02 ml, que
representa 1 tracinho na seringa de
1 ml.

100UI
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22
Vantagens e desvantagens de cada
diluição
Na diluição seca utiliza-se menos volume de
diluente , a toxina fica mais concentrada, e tem
menos riscos de migração para músculos
vizinhos. Pois o volume a ser aplicado será
menor. Porém necessita de mais habilidade
pelo profissional injetor, pois para injetar
poucas unidades, requer muito cuidado, pois
um pouco a mais de força, pode ser injetado
uma quantidade maior de toxina no musculo
ocasionando uma paralisação mais potente, e
com isso causar assimetrias.
Na diluição tradicional, utiliza-se o dobro de
volume de diluente. A toxina fica mais diluída ,
porém , nada influencia em sua potência. No
entanto, como o volume a ser infundido é maior
, corre-se o risco de ter migração para
músculos vizinhos, ocasionando
intercorrências. Mas, costuma ser a diluição
escolhida por iniciantes, pois possui maior
margem de "erro" na aplicação, Ou seja, caso
coloque um pouco a mais de força, estará
injetando menos toxina.

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Se você for um profissional com experiência em
aplicações e esteja habituado com o uso de
seringas , recomendo que utilize a diluição seca.
Pois é mais segura e menos dolorosa para o
paciente.

Se for um profissional iniciante, recomendo


começar com a diluição tradicional, porém
corre-se o risco de ser mais doloroso para o
cliente e também ocasionar migração para
músculos vizinhos, surgindo intercorrências.

Na dúvida em qual diluição utilizar, recomendo


também treinar a sua mão ,utilizando apenas
agua ou sorinho na seringa. Até estar com
perfeita calibração , e conseguir utilizar a
diluição seca , que também pode ser chamada
de diluição profissional.

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22
Método para aplicação

A aplicação é feita através de injeção


intramuscular no local onde se quer fazer a
paralisia. Após a injeção, a toxina produzirá
atrofia das fibras musculares pelo período de
quatro semanas. Após quatro meses ou mais, o
processo se normaliza e a placa da junção
neuromuscular retoma atividade.

Realização do Método de Aplicação:


1. Lavar bem as mãos, fazendo assepsia com
álcool a 70% ou sabonete anti-séptico e calçar
as luvas de procedimento;
2. Realizar a diluição do produto e aspirar com
a seringa de aplicação;
3. Com os dedos polegar e indicador da mão
dominante, segurar o corpo da seringa e
colocar o dedo médio sobre o êmbolo;
4. Com a mão dominante, proceder à
antissepsia do local. Depois, manter a gaze
entre o dedo mínimo e anelar da mesma mão;
5. Ainda com a mão dominante, pinçar a pele
segurando firmemente o músculo;

31
22
6. Introduzir rapidamente a agulha com o bisel
(ponta) num ângulo de 90° em relação a pele.
7. Empurrar o êmbolo vagarosamente;
8. Terminada a aplicação, retirar rapidamente a
agulha e fazer uma ligeira pressão (leve) com a
gaze;
9. Providenciar a limpeza e o descarte do material
em local apropriado (lixo descartável), onde haja
recolhimento de lixo hospitalar;
10. Retirar e descartar as luvas de procedimento e
lavar as mãos.
• Importante: não massagear o local da aplicação

Tratamento das Complicações

Dentre as complicações causadas por aplicação


com toxina botulínica, podemos citar: Reações de
hipersensibilidade, como urticárias. náuseas,
sintomas de gripe, fadiga, cefaleia e rash cutâneo.-
Complicações que ocorrem quando a toxina
botulínica atinge um músculo adjacente (que não
são alvo do tratamento estético), também por
migração ou difusão, em virtude de aplicações em
locais inadequados.

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22
Podendo causar ptose palpebral, visão dupla,
eversão da pálpebra inferior (ectropion), assimetria
do sorriso (principalmente por aplicação em
sorriso gengival e também músculo orbicular da
boca) e boca seca.
Para essa reparação, é recomendado utilizar
equipamentos que emitam calor, como
radiofrequência, ultrassom, ou carboxiterapia, pois
casos de tratamentos com toxina botulínica e
aplicações de gás carbônico medicinal
apresentaram redução muito significativa no efeito
paralisante da neurotoxina tipo A (observado em
pacientes principalmente em região do músculo
orbicular do olho), utilização de laser de baixa
potência em luz vermelha + infravermelho 12
joules nos pontos onde foi aplicado a toxina
botulínica. São medidas paliativas, que podem ou
não reverter a intercorrência, ainda não está bem
elucidado na literatura.

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22
Introdução a anatomia facial

Ter conhecimento sobre anatomia facial é


fundamental para um bom protocolo de aplicação
de toxina botulínica. Temos dezenas de músculos
na face, e conhecer a origem e inserção de cada
músculo trará mais segurança para seus
atendimentos. É possível decorar cada nome e
posicionamento dos músculos , no entanto , já as
veias e artérias como são muitas, sua localização
fica mais fácil através do uso de um atlas.

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22
Representação do sistema circulatório facial

Por essa imagem , conseguimos perceber que


nossa face é totalmente irrigada, e se torna
praticamente inevitável o rompimento de um ou
mais vasinhos em aplicações estéticas. Por isso é
importante deixar o cliente previamente informado
dos riscos de possíveis equimoses.

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22
Representação do sistema circulatório facial

36
22
A irrigação sanguínea da face é suprida por artérias
de maior parte proveniente de ramos da artéria
carótida externa, sendo os vasos principais as
artérias facial e temporal superficial. O retorno
venoso facial é superficial. É importante ter a
ciência que os procedimentos minimamente
invasivos não estão livres de provocar alguma
equimose ou hematoma devido a injúria causada
em algum vaso sanguíneo. Também é muito
iimportante ter conhecimento anatômico e
cuidado ao injetar preenchimento facial para não
provocar oclusão do vaso por compressão
mecânica ou injeção intravascular, que podem
acarretar em complicações graves como necrose.

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Nervos
O nervo trigêmeo (5° nervo craniano) é
responsável pela informação sensitiva da face até o
cérebro (enviam mensagens dos dentes, gengivas,
llábios, palato, olhos, glândulas lacrimais,
pálpebras, pele do rosto e couro cabebulo) e
também controla os músculos envolvidos na
mastigação. É composto por três ramos: oftálmico,
maxilar e mandibular.

O nervo facial (7° nervo craniano) é responsável


pelo controle dos músculos da expressão da face,
pela sensação gustativa dos dois terços anteriores
da língua (percepção de sabor), conduz as fibras
parassimpáticas para as glândulas submandibular
e sublingual através do nervo corda do tímpano e
do gânglio submandibular e também das glândulas
llacrimais através do gânglio esfenopalatino. É
composto por cinco ramos: temporal, zigomático,
bucal, mandibular e cervical.
A compressão de uma artéria que nutre o nervo
ou mesmo uma lesão causada por perfuro
cortantes pode provocar neuralgia, perda de
sensibilidade e até paralisia parcial transitória.

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38
Nervos

39
22
Principais músculos faciais

22
40
Músculo occiptofrontal

Origem

Pele da fronte, se entrelaça com os músculos


:prócero, corrugador e abaixador do supercílio
e com o orbicular dos olhos

41
22
Músculo occiptofrontal

Inserção

Gálea aponeurótica

42
22
Prócero

Origem: Osso nasal, cartilagem nasolateral


Inserção: Pele da glabela

43
22
Corrugadores

Origem: Parte nasal do osso frontal


Inserção: Terço médio da pele do supercílios

44
22
Orbiculares dos olhos

Origem: Porção orbital , Parte nasal do osso


frontal. Porção lacrimal , crista lacrimal . Porção
palpebral, ligamento palpebral medial.
Inserção: Circunda a orbita com função de
esfíncter .

45
22
Nasal

Origem: Eminências caninas da maxila.


Inserção: Cartilagem nasolateral

46
22
Elevador do lábio superior e asa do nariz

Origem: Processo frontal da maxila


Insersão: Cartilagem alar maior, pele do nariz e
lábio superior.

22
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Zigomático menor

Origem: Margem inferior da orbita ocular


Inserção: Lábio superior

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Zigomático maior

Origem: Superfície malar do osso zigomático


Inserção: Ângulo da boca e lábio superior.

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Rizório

Origem: Fáscia parotideomasseterica


Inserção: Ângulo da boca e lábio superior.

22
50
Depressor do ângulo da boca

Origem: Linha obliqua da mandíbula


Inserção: Ângulo da boca .

22
51
Depressor do lábio inferior

Origem: Linha obliqua da mandíbula


Inserção: Lábio inferior .

22
52
Mentoniano

Origem: Fossas incisivas laterais da mandíbula


Inserção: Tegumento do queixo .

22
53
Orbicular da boca

Origem: Ângulo da boca, em todo seu contorno


Inserção: Componente principal dos lábios,
função de esfíncter .

22
54
Receitinha de bolo

Fazer o planejamento da quantidade de toxina


aplicada em cada paciente é fundamental para
um bom resultado. No entanto isso precisa ser
individualizado, pois cada pessoa terá
necessidades diferentes, composição facial
diferente, hábitos de vida únicos. Mas , mesmo
assim é possível engessar um protocolo que se
aplicado , trará bons resultados para a maioria
dos clientes. Deixo abaixo uma sugestão de
protocolo , no qual será usado 50 UI de toxina,
em toda região facial.

Em Mulheres preferem
Mulher um leve
arqueamento das
sobrancelhas, para
assim apresentarem
um olhar mais
sensual. Por isso os
pontos de aplicação
no frontal precisam
ser como
demonstra na
figura.

22
55
Em
homens
Homens não
gostam de ter as
sobrancelhas
arqueadas, sendo
assim um dos
pontos de aplicação
no frontal precisa
ser mais lateralizado

Músculo frontal: 15U a 30U no total somando


todos os pontos
Músculo corrugador: 5U a 15U total
Músculo orbicular do olho: 8U a 12U ao redor dos
olhos
Músculo prócero: 4U a 8U
Bunny Lines: 2U a 4U
Mentoniano: 2U a 10U
Levantador da asa do nariz e lábio superior: 2U a
4U

22
56
A região do músculo orbicular da boca, precisa ser
trabalhada com cautela, apesar de muitos
profissionais realizarem aplicação para amenizar
rugas e linhas de expressão o risco de ocasionar
uma assimetria é muito alto. Por isso vale a pena
nessa região focar outros tipos de tratamentos,
como preenchedores peelings.

Trabalhar com toxina de forma segura precisa ser


o foco maior, e conforme for evoluindo seus
atendimentos , irá também aplicando mais técnicas
e ousando um pouco mais.

22
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Considerações finais

O teu sucesso como aplicador de toxina vai estar


ligado diretamente com o teu nível de
conhecimento de anatomia, técnicas de aplicação
e uma busca por conhecimento constante. O
processo de envelhecimento é multi- fatorial sendo
assim , não adianta querer resolver anos de
negligência do paciente com cuidados básicos com
a pele em um único tratamento com toxina. Muitos
pacientes terão bons resultados apenas com uma
combinação de vários tipos de tratamentos: toxina,
preenchimento, bioestimuladores, Fios , peelings
etc. Se mantenha sempre atualizado para oferecer
o melhor tratamento para seu paciente,e o mais
lucrativo para você, respeitando a individualidade
biológica e condições financeiras de cada cliente.

Atualmente existem dezenas de protocolos e


receitas de bolos para dosagem e aplicação de
toxina, foque em apenas uma , domine por
completo essa técnica , obtenha resultados e
depois busque novas técnicas para se aperfeiçoar.

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