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Toxina Botulinica – Parte II – O Botox e as outras toxinas

A toxina botulínica nossa de cada dia, utilizada em medicina estética, dermatologia e outros
ramos da medicina, é obtida da cultura de Clostridium botulinum. Dependendo do laboratório
que a produz ela passa por diferentes processos de purificação e o que se obtém é um pó
ultrafino que no consultório médico é diluído em solução salina (soro fisiológico) para ser
utilizado em forma de medicação injetável.

E porque alguém resolveu utilizar uma toxina de uma bactéria tão malévola no rosto pras
pessoas ficarem mais bonitas? A resposta é simples, em pequenas doses a toxina além de não
prejudicar a saúde, pode levar a paralisia seletiva de alguns músculos da face, o que pode
promover suavização de rugas e, principalmente, a prevenção da formação das mesmas.

Em medicina estética e dermatologia, a aplicação da toxina botulínica pode postergar os


procedimentos cirúrgicos na estética dos sinais de envelhecimento, e de uma série de
cuidados relacionados a recuperação longa e riscos característicos do ato cirúrgico.

Como dito no post anterior, a bactéria é capaz de produzir 8 tipos de toxina e apenas duas
delas é utilizada comercialmente: a tipo A, que é a mais potente e a mais utilizada em todo o
mundo, e recentemente a tipo B, que por enquanto é utilizada apenas nos Estados Unidos (é
mais cara, menos potente e é utilizada em pessoas que por algum motivo não podem usar a
toxina comum).

Vale lembrar que Botox é o nome comercial de uma das marcas de toxina botulínica, foi a
primeira toxina a ser liberada para uso estético no Brasil e a mais utilizada por alguns anos, por
isso seu nome ficou tão popular.

A toxina uma vez aplicada no organismo se liga no neurônio pré-sináptico de forma irreversível
e impede que os estímulos nervosos sejam conduzidos até o musculo (no caso de aplicação no
rosto, por exemplo) ou a glândula (no caso de aplicação na axila para tratamento de sudorese
exacerbada, por exemplo). Ocorre um bloqueio que é temporário, porque com o tempo o
organismo forma novas sinapses que voltarão a transmitir o impulso nervoso.

É importante se respeitar o intervalo de 21 dias para se fazer o complemento da toxina


botulínica, algumas clínicas chama de retoque. Nem sempre, principalmente na primeira vez
em que se usa a toxina, os efeitos são obtidos com a quantidade aplicada no dia do
procedimento

Os efeitos da toxina começam a aparecer já na primeira hora após a aplicação mas só são
perceptíveis ao longo da primeira semana, sendo o pico de ação por volta de 21 dias. Os
efeitos da toxina botulínica tipo A duram em média 6 meses, da toxina tipo B cerca de 6
semanas.

Indicações

1) Prevenção e tratamento de rugas faciais dinâmicas, resultantes de expressões faciais


repetitivas e padrões musculares. Lembrando que o efeito preventivo da toxina é mais
interessante que o tratamento, pois sozinha a toxina não trata rugas já profundas na
pele.
2) Tratamento de estrabismo – descobriu-se o efeito estético da toxina durante um
estudo para tratamento de estrabismo nos EUA, em 2000 o medicamento foi liberado
para uso estético no Brasil.
3) Tratamento de sorriso gengival
4) Tratamento de hiperidrose, que é uma condição de saúde onde o paciente sua em
excesso em palmas, plantas e ou axilas.
5) Tratamento de bruxismo
6) Tratamento de cefaleia tensional
7) Tratamento de espasticidade em crianças com paralisia cerebral, em associação com
fisioterapia.

Complicações

As complicações podem ser decorrentes do uso incorreto do protocolo e/ou produto, onde as
mais comuns são eritema, dor, equimose, ptose palpebral e superciliar, ptose do lábio
superior, elevação excessiva da cauda do supercílio, essas podem ser evitadas quando os
protocolos são seguidos, as normas e indicações respeitadas, as doses cumpridas com rigor e
quando o profissional possui a experiência e conhecimento da anatomia facial adequada.

Fontes bibliográficas

http://www.hortaduarte.com.br/servico/toxina-botulinica/

MONTEIRO, Érica de O. Uso avançado da toxina botulínica do tipo A na face / Facial advanced
botulinum toxin techniques RBM rev. bras. med;66 (supl.4), dez. 2009.

BACHUR, T., Veríssimo, D., Souza, M., Vasconcelos, S., & Sousa, F. 2010 Jan 19. TOXINA
BOTULÍNICA: DE VENENO A TRATAMENTO.Revista Eletrônica Pesquisa.Médica
[Online];3:1.Disponível: http://www.fisfar.ufc.br/pesmed/index. php/repm/article/view/216

FISZBAUM, Gabriel Aribi. A toxina botulínica tipo A no tratamento das rugas dinâmicas da face.
2008. Disponível em: http://www.pgcsiamspe.org/Gabriel%20A.Fiszbaum.pdf

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