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CURSO DE BIOMEDICINA
CAMILA ANTUNES
CRICIÚMA
2019
CAMILA ANTUNES
CRICIÚMA
2019
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo apresentar as possíveis
intercorrências geradas pela utilização da toxina botulínica. Aplicações da toxina
botulínica assumem um risco e precisam de cuidados redobrados em sua
realização, podendo ocorrer complicações variadas, mas em sua maioria
passageiras. Complicações como ptose palpebral, edema e eritema, cefaleia e
muitas outras derivam de erros ligados ao produto e técnica de injeção. Estas
complicações podem ter sua probabilidade reduzida com a realização meticulosa
dos procedimentos e experiência do profissional que executa a técnica, sendo
estes aspectos cruciais para a obtenção de um bom resultado. Para a pesquisa
nas bases de dados foi utilizada PubMed, Scielo e Google Acadêmico. Foram
utilizados trabalhos que abordam direto ou indiretamente os principais aspectos
envolvidos no assunto em questão. Podemos concluir que a toxina botulínica
possui efeito satisfatório quanto ao tratamento de rugas dinâmicas e sua
prevenção. Os riscos de seu uso devem ser considerados em relação a
resultados adversos decorrentes de sua aplicação. As complicações aqui
descritas normalmente se devem a erro de técnica, falta de conhecimento
adequado de anatomia facial, erro de técnica e diluição. Como o uso desta toxina
está se tornando mais popular, cada vez mais relatos de intercorrências será
cada vez mais frequente. São necessários estudos em relação a sua forma de
aplicação, protocolos para diluição e padronização da dose, para que assim se
tenha garantia de sucesso e segurança em sua utilização.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 5
2 OBJETIVOS .................................................................................................... 8
2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................... 8
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ......................................................................... 8
3 METODOLOGIA ............................................................................................. 9
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................ 10
4.1 HISTÓRICO DA TOXINA BOTULÍNICA..................................................10
4.2 PRODUÇÃO DA TOXINA BOTULÍNICA ................................................ 13
4.3 ESTRUTURA DA TOXINA BOTULÍNICA ............................................... 18
4.4 MECANISMO DE AÇÃO DA TOXINA BOTULÍNICA .............................. 15
4.5 RECONSTITUIÇÃO ................................................................................ 17
4.6 ANATOMIA DA FACE............................................................................. 18
4.6.1 Músculo frontal .................................................................................... 20
4.6.2 Músculo corrugador do supercílios ...................................................... 20
4.6.3 Músculo prócero .................................................................................. 20
4.6.4 Músculo orbicular do olho .................................................................... 20
4.6.5 Músculo trasnverso nasal .................................................................... 21
4.6.6 Músculo orbicular da boca ................................................................... 21
4.6.7 Músculo abaixador do lábio ................................................................. 21
4.6.8 Músculo mentual .................................................................................. 21
4.6.9 Músculo masseter ................................................................................ 21
4.7 UTILIZAÇÃO DA TOXINA BOTULÍNICA NO TRATAMENTO DE RUGAS
DINÂMICAS ..................................................................................................... 21
4.7.1 Rugas do músculo frontal .................................................................... 21
4.7.2 Rugas do músculo corrugador do supercílios ...................................... 22
4.7.3 Rugas do músculo prócero .................................................................. 22
4.7.4 Rugas do músculo orbicular do olho .................................................... 22
4.7.5 Rugas do músculo trasnverso nasal .................................................... 23
4.7.6 Rugas do músculo orbicular da boca ................................................... 23
4.7.7 Rugas do músculo abaixador do ângulo da boca ................................ 23
4.7.8 Rugas do músculo mentual ................................................................. 24
4.8 APLICAÇÃO ........................................................................................... 24
4.8.1 Manejo da dor ...................................................................................... 24
4.8.2 Cuidados pós procedimento ................................................................ 25
4.9 INTERCORRÊNCIAS DA UTILIZAÇÃO DA TOXINA BOTULÍNICA ...... 25
4.9.1 Eritema e edema ................................................................................. 26
4.9.2 Equimoses e hematomas .................................................................... 26
4.9.3 Cefaleia................................................................................................ 26
4.9.4 Alergias ................................................................................................ 27
4.9.5 Difusão................................................................................................. 27
4.9.6 Ptose palpebral .................................................................................... 28
4.9.7 Ptose lábial com assimetri do sorriso................................................... 29
4.9.8 Disfunção da fala e do sorriso ............................................................. 29
4.9.2 Diplopia ................................................................................................ 29
4.9.3 Acentuação das linhas ......................................................................... 30
4.9.4 Ectrópio................................................................................................ 30
4.9.5 Glândula lacrimal . .................................................................................30
5 CONCLUSÕES ............................................................................................. 31
6 REFERÊNCIAS............................................................................................. 32
5
1 INTRODUÇÃO
A busca por procedimentos estéticos tem crescido cada vez mais, sendo
um dos principais objetivos, o rejuvenescimento facial e a minimização dos sinais
do envelhecimento (MARTINS, Romário, et al.,2016).
A pele, ou cútis é o maior órgão do corpo humano, corresponde a 12% do
peso total do indivíduo, podendo ser dividida em duas camadas de tecidos:
epiderme, a mais superficial e a derme logo abaixo dela (LEONARDI, 2004).
A epiderme é a camada mais externa, tem como função exercer uma
barreira protetora contra os agentes externos, como também exercer papel sobre
a retenção hídrica, de eletrólitos e nutrientes. É composta por terminações
nervosas que desempenham função sensorial, não possui irrigação sanguínea
direta, sendo nutrida por difusão pela derme. Sendo composta por 4 camadas:
extrato córneo, extrato granuloso, extrato espinhoso, extrato basal (HARRIS,
2005).
A derme está localizada logo abaixo da epiderme e é composta por tecido
conjuntivo, contém fibras de colágeno e elastina, possui vasos sanguíneos e
nervos. Dividida em duas camadas, a derme papilar que é a mais próxima da
epiderme e possui uma fina rede de fibras composta de elastina, e a derme
reticular é composta por tecido conectivo denso, que garante a força e a
elasticidade, abrigando os anexos da mesma (glândulas sebáceas e
sudoríparas, folículo piloso) (TORTORA, GRAWBOSKI, 2006).
O envelhecimento é um processo lento, progressivo e não reversível, é
causado por fatores intrínsecos e por fatores extrínsecos. Os fatores intrínsecos
podem ser uma consequência do desgaste natural do organismo, alterações
fisiológicas, complicações no estado de saúde, que levam a uma perda de
gordura (o que pode aumentar a flacidez da pele), uma diminuição da produção
de duas proteínas, o colágeno (substância que dá firmeza à pele) e a elastina
(substância que dá elasticidade à pele). Os extrínsecos são uma consequência
de fatores ambientais aos que estamos expostos diariamente, como os raios
ultravioleta (UV), o tabagismo, a alimentação, a desidratação e o stress diário
(MOLE, 2014; CHAVES, PAULA, 2018).
6
2 OBJETIVOS
3 METODOLOGIA
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
sabe ainda o motivo, mas tudo indica que esteja relacionado com a SNARE
(CARRILHO, 2007)
Figura 4: Musculatura facial representada por números sendo: 1- M. frontal, 2-M. prócero, 3-
M.orbicular do olho, 4- M. transverso nasal, 5-M. levantador do lábio, 5 - M. levantador do lábio,
6 - M. orbicular da boca, 7- M. abaixador do lábio e 8 - M. mentual.
4.8 APLICAÇÃO
4.8 .1 Manejo da dor
Não se costuma ser necessário o uso de anestésicos para a aplicação
de toxina botulínica na face, caso se faça necessário para maior conforto do
paciente pode-se utilizar anestésicos tópicos com 40 a 45 minutos antes do
procedimento. As doses usuais são: máximo de 60g (para um adulto de 70
Kg). Deve-se evitar aplicar o anestésico na pele lesada e nas mucosas.
Anestésicos injetáveis não se fazem necessários na aplicação da TB na face
(SERRA, 2016).
Segundo a resolução Resolução nº. 197, de 21 de fevereiro de 2011, os
biomédicos estetas podem utilizar substâncias necessárias aos procedimentos
realizados desde que devidamente habilitados na área de estética, deverão
seguir estritamente as normas descritas pelo fabricante em conformidade com a
sua especialidade, constando nesta lista a utilização de procaína e mesocaína
(lidocaína).
Outras formas para manejo da dor é a utilização de materiais plásticos
congelados, balões com liquido resfriado para que sejam colocados sobre a
região da picada, estas compressas frias também ajudam a diminuir os
hematomas que podem ser gerados (SERRA, 2016).
25
preparações existentes no mercado. Para que a dose seja letal precisa ser muito
maior que as doses utilizadas usualmente em tratamentos estéticos
(SANDOVAL, 2016)
4.9.3 Cefaleia
Pouco descrita na literatura, a cefaleia pode ser induzida após a
aplicação de toxina botulínica, apresenta-se preferencialmente de forma
frontal, com sua etiologia ainda desconhecida, alguns autores acreditam que
27
4.9.4 Alergias
Podem ocorrer alergias devido a alguns componentes do produto,
sendo que algumas apresentações disponíveis do produto no mercado
constituem contraindicação absoluta a aplicação da toxina botulínica, como
alergia a lactose encontrada em algumas marcas, alergia a gelatina presente
em outras e a albumina presente em todas as toxinas disponíveis, exceto uma
(PEDRON, 2014).
4.9.5 Difusão
A difusão é a principal forma de propagação da toxina, representa o
movimento passivo através do gradiente de concentração dentro do tecido
onde foi-se injetado. A obtenção de resultados esperados depende da toxina
permanecer no local preciso e não se difundir para tecidos adjacentes que não
são alvos do tratamento(BORODIC, FERRANTE, PEARCE, 1994).
músculo vizinho não injetado, demonstrou perca da força nos músculos alvo e
não alvo. Esse achado apoiou a conclusão de que a toxina pode ultrapassar a
fascia muscular e atingir a musculatura adjacente. Outros estudos demonstram
que isso pode ser evitado com pequenas doses administradas diretamente no
centro do alvo muscular (AOKI , RANOUX,WISSEL , 2006).
A disseminação da toxina é causada, provavelmente por conta da
difusão da toxina não ligada pelo espaço extracelular, sendo impulsionada
pelo gradiente de concentração e a dinâmica da injeção. A difusão depende
da dose aplicada e os efeitos nos músculos adjacentes tem sido relatados em
animais testados com colaração acetilcolinesterase, onde perceberam que a
TBA difunde-se 45mm a partir do local de uma única injeção com 10 U no
músculo dorsal longo de coelhos, já em doses mais baixas com 1U, ocorreu
uma queda significativa de difusão para 15mm a 30mm (Borodic, Ferrante,
Pearce , 1994).
Levando em consideração que na face temos uma maior proximidade
anatômica e complexidade funcional, possíveis efeitos adversos secundários
a difusão podem levar a consequências para os pacientes, ocorrendo a difusão
da toxina para músculos não alvo. Para que se obtenha os resultados
esperados do procedimento a difusão deve ser contida O volume e a diluição
influenciam na propagação da TBA, mas como não há uma diluição
preestabelecida e sim personalizada por cada profissional que realiza o
procedimento, existe variação na resposta terapêutica. (BRODSKY, SWOPE,
GRIMES, 2012).
4.9.9 Diplopia
A diplopia também pode ser chamada de visão dupla, pois é o estado
em que o paciente, enxerga dois objetos ao invés de um só, transmitindo ao
cérebro imagens do mesmo objeto, porém por ângulos diferentes (RASSI,
SANTOS, 2012)
Esta intercorrência acontece pelo acometimento do músculo reto lateral,
afetado durante o tratamento das rugas perioculares, pode acontecer por
30
4.9.11 Ectrópio
O ectrópio palpebral caracteriza-se pela eversão da margem da
pálpebra, existe o risco de ocorrer em pacientes com flacidez da região
infrapalpebral, em especial da porção pré-tarsal, não se deve realizar a
aplicação também em pacientes com histórico de blefaplastia
prévia.(OLIVEIRA, 2016)
5. CONCLUSÕES
Podemos concluir que a toxina botulínica possui efeito satisfatório quanto ao
tratamento de rugas dinâmicas e sua prevenção. Os riscos de seu uso devem
ser considerados em relação a resultados adversos decorrentes de sua
aplicação. Apesar de ser utilizada em grande escala e poucos serem os relatos
de intercorrências, elas existem e devem ser levadas em consideração no
momento de escolher o tratamento adequado para cada paciente, em sua
maioria, as complicações ocorrem por erro na dosagem e podem ser evitadas
pela aplicação correta e pelo conhecimento minucioso da anatomia muscular da
face, os locais da injeção e doses devem ser cuidadosamente monitorados e as
indicações precisam ser analisadas com cuidado individual para cada paciente.
È de fundamental importância que o profissional esteja familiarizado com as
propriedades farmacológicas da toxina, como a maneira de armazenamento
correto, temperatura, diluições adequadas para cada técnica e com a anatomia
da região a ser tratada, pois grande parte das intercorrências são resultado de
injeções em músculos vizinhos, juntamente com difusão da toxina para locais
que não são os desejados, com as técnicas de aplicação de cada região, com a
individualização das doses, que ser utilizas sempre as menores e que seja mais
eficaz no tratamento, por fim, com os cuidados pós procedimento, que em todos
os procedimentos estéticos fazem parte do protocolo estético e do seu resultado
final. Como o uso desta toxina está se tornando mais popular, cada vez mais
relatos de intercorrências serão frequentes. São necessários estudos em relação
a sua forma de aplicação, protocolos para diluição e padronização da dose, para
que assim se tenha garantia de sucesso e segurança em sua utilização.
32
6 REFERÊNCIAS
Mole B. Accordion wrinkle treatment through the targeted use of botulinum toxin
injections. Aesthetic plastic surgery, 2014
NIGRO, Nazareth et al. Válvula nasal: anatomia e fisiologia. Brazilian Journal
Of Otorhinolaryngology, São Paulo, v. 75, n. 2, p.305-310, 2009.
OLIVEIRA, Guilherme Bueno de; ROSSI, Natália Cristina Pires; MOREIRA,
Bárbara Maria Tarraf. Treatment of the orbicularis oculi muscle’s lower portion
with microdoses of botulinum toxin: a 300 cases series. Surgical & Cosmetic
Dermatology, [s.l.], v. 8, n. 3, p.206-209, 2016. GN1 Genesis Network.
PALERMO, Eliandre Costa. Anatomia da região periorbital. Surgical &
Cosmetic Dermatology, Santo André, v. 5, n. 3, p.245-256, 2013.
PINTO, D. C. A toxina botulínica: passado, presente e futuro. 2014. 95f.
Dissertação (Mestrado) apresentado ao Projeto de Pós-Graduação, da
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SOUSA, Pedro Machado de et al. CIRURGIA RECONSTRUTIVA DA
PIRAMIDE NASAL. Revista Portuguesa de Otorrinolaringologia-cirurgia de
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