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Rev. Port. ORL. n. o 43, 11. o 1, ................

, Março 2005

ARTIGO ORIGINAL
A

CIRURGIA RECONSTRUTIVA DA PIRAMIDE NASAL


RECONSTRUCTIVE SURGERY OF THE NASAL PYRAMID

Pedro Machado de Sousa*, Carlos Alexandre** , Canas Marques***, João Morta Pimentel***

RESUMO:
A pirâmide nasal é uma estruturo complexo, com um importante papel estético e funcional. Qualquer perda d e substância (traumático ou cirúrgico) pode
acarretar alterações quer no estético do pirâmide quer no suo função. Deste modo, o cirurgia reconstrutivo d o nariz d eve ter por objectivos o restaura ção do
estético nasal, sendo poro tal necessário respei tar os subun idodes nasais, e o preservação do função, principalmente quando existe lesão do esqueleto osteo·
cartilaginosa.
N umerosos técnicos reconstrutivos têm sido descritas, contudo, o escolha deverá assentar sempre nos técnicos mais fiáveis, reprodutíveis e cujos resulto-
dos sejam as mais satisfatórios. Este artigo tem por objectivo o sistematização do pirâmide nasal sob o ponto de vi sto reconstrutivo e o descrição dos prin·
cipois técnicos poro cada subunidade nasal.

PALAVRAS-CHAVE:
Pirâmide Nasal, Cirurgia Reconstrutivo.

SUMMARY:
The nose is o complex structure, with an impartont estheticol ond fun ctional pari. Any lost of substonce (troumotic or surg ico l) con compromise one or both
functio ns. So being, reconstructive surgery o f the nase must aim the restorotian af the esthetics, having i n mind the nasal sub-unities, ond the preservotion of
its function, moinly when there's on osteocorti loginous lesion.
Mony reconstructive techniques hove been described, however, the surgeon's choice should favor those w hich ore eosily reproducible ond give the most
sotisfoctory results. The authors propose o systemotizotion of the nasa l pyromid ond will describe the moin techniques suitable for each nasal sub-unity.

KEY-WORDS:
Nasal Pyramid, Reconstructive Surgery.

CONSIDERAÇÕES ANATÓMICAS Em relação aos reta lh os, quanto mais inten-


sa a actividade das glândulas sebáceas, ma ior
A pirâmide nasal é constituída por três ca- a dificuldade de se conseguir bons resultados
madas de tecido, nomeadamente a mucosa, o estéticos.
esq ueleto osteocartilag inoso e a pele.
Do ponto de vista recons trutivo pode ser d i-
vidida em ponta, reg iâo a lar, reg iâo latera l, CONSIDERACÕES
columela e dorso. ANATOMOPATOLÓGICAS
A pele que reveste a p irâmide nasal tem um
certo grau de mobilidade sobre a parte óssea Os tumores mais frequentes da pirâm ide
e cartilagens triangulares, sendo praticamente nasal são o carcinoma de células basais (maio-
fixa aos tecidos subjacentes ao nível das carti- ria) e o carcinoma de célu las escamosas.
lagens a lares. Do ponto de vista cirú rg ico, a O carcinoma de células basa is pode ocor-
pele varia enorme mente de doente pa ra rer em qualquer ponto da pirâm ide tendo, no
doente, contribui ndo para ta l, entre outros fac- entanto, especial pred ilecção pelo sulco gen io-
teres, a actividade das g lându las se báceas. alar.

Interno do Internato Complementar de O RL do Hospi tal Gorcio de Orlo


Assistente Hospitalar de O RL do Hospital Garcia de O rlo
Chefe de Serviço de Cirurgia Moxilo-Fociol do Hospital Garcia de Orla
Director de Serviço de ORL do Hospital Garcia de Orla • Almada

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PEDRO MACHADO DE SOUSA, CARLOS ALEXANDRE, CANAS MARQUES, JOÃO MARTA PIMENTEL

Esta localização coloca alguns problemas O eixo da cicatriz deverá respeitar as linhas
devido à irregularidade da superfície e à de Langer e a orientação do próprio tumor.
forma de crescimento atípica destes tumores, Se não for possível respeitar uma orientação
que além do crescimento superficial, poderão favorável, dever-se-á optar por outro tipo de
crescer em profundidade, dificultando a sua reconstrução.
ressecção. Por último, a tensão exercida na sutura não
Nesta área poderá estar indicada a realiza- deve ser exagerada, com prejuizo no plano
ção de um retalho livre de pele temporário, após funcional e estético.
a ressecção tumoral, no sentido de um controlo
mais apertado de uma eventual recidiva. Enxerto livre de pele
Um enxerto livre de pele consiste num frag-
mento de tecido cutâneo destacado de um
RECONSTRUÇÃO local dador e colocado numa zona receptora,
onde será fixado. Progressivamente o enxerto
A reconstrução dos defeitos da pirâmide adapta-se à zona receptora, fixando-se aos
nasal segue as regras gerais para os tumores planos subjacentes.
da face. Deste modo, poder-se-á dividir a No caso da pirâmide nasal, a maior parte
reconstru ção em sutura directa, enxertos livres dos enxertos realizados são de pele total (epi-
de pele e reta lhos. Os primeiros dois métodos derme, derme e córion subjacente).
são úteis quando a perda de substância limita- A actividade das glândulas sebáceas na zona
-se à pele, enquando os retalhos têm maior receptora deve ser cuidadosamente avaliada,
aplicação nas perdas concomitantes de tecido pois em caso de hiperactividade, o contraste
subjacente. em termos de textura com o material dador,
bem co mo a reacção inflamatória em volta
Sutura Directa da sutura , tornam o resultado estético menos
A exerese em elipse seguida de sutura dire- aceitável.
cta é um método simples e bastante utilizado, Por outro lado, este método não deverá ser
sendo, no entanto, necessário respeitar deter- aplicado em defeitos com extensão profunda.
minadas condições. As indicações para este tipo de enxerto são
Em primeiro lugar, a perda de substância principalmente alterações actínicas multifo-
passível de ser encerrada por sutura directa cais e carcinomas in situ . As zonas dadoras
está dependente da zona ressecada. mais frequentemente utilizadas são a pele
Na área das cartilagens alares, a fixação da retro-auricular, para pequenos defeitos, e a
pele ao tecido subjacente torna praticamente região supraclavicular, nos defeitos mais ex-
impossível um encerramento deste tipo, tensos.
enquanto na ponta já são possíveis encerra-
mentos de pequenos defeitos, sendo o resul- Retalhos
tado mais favorável caso o defeito se encontre A face tem caracteristicamente áreas onde a
na linha média. pele e o tecido celular subcutâneo são con-
Na zona dos ossos próprios do nariz e ca r- sideravelmente laxos, nas quais é possivel
tilagens triangulares, o encerramento directo disponibilizar tecido para a confecção de
pode ser utilizado com maior liberdade, retalhos locais. No que diz respeito à recons-
devido à já referida facilidade de descola- trução da pirâmide nasal, a região fronto-
mente da pele e tecido celular subcutâneo -glabelar e a região nasogeniana são as áreas
nestas área s. dadoras mais utilizadas.

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CIRURGIA RECONSTRUTIVA DA PIRÂMIDE NASAL

Além de fornecerem o tecido necessário à ou inferior, dependendo do tamanho, forma


reconstrução, é possível, na maioria dos e local do defeito, embora opte-se na maio-
casos, o encerramento do defeito secundário ria das vezes por um pedículo superior.
por sutura directa, com resultados estéticos A zona pediculada deve ser baixa o sufici-
bastante aceitáveis. ente para se evitar um ectropion, ao mesmo
A rica vascu larização destas zonas permite tempo que deve evitar-se a transposição de
a realização de inúmeros tipos de retalhos, pele com folículos pilosos, por motivos estéticos.
com diferentes eixos, que foram sendo des-
critos ao lo ngo do último século por diversos Região Lateral Superior
autores . A descrição e o domínio de todos À medida que avançamos para a reg 1ao
os retalhos descritos não é possível, nem superior da pirâmide, o retalho nasogeniano
desejável, sendo contudo essencial um co- torna-se menos útil , optando-se nestes casos
nhecimento alargado sobre a anatomia da por um retalho da região glabelar ou da região
região, optando-se a partir daí pelo método frontal.
reconstrutivo mais conveniente e no qual se
possua uma boa experiência.

UTILIZAÇÃO DE RETALHOS
PARA PEQUENOS DEFEITOS
DA PIRÂMIDE NASAL

Na maioria das perdas de substância con-


sideradas de pequena dimensão, exceptuando
as da região alar, a estrutura osteo-cartilagino-
sa da pirâmide está conservada.
Quando se impõe a realização de um retalho,
este vai ser determinado pela área nasa l que
se pretende reconstruir;
Região Lateral Inferior
Na região latera l inferior da pirâmide nasal,
um pequeno defeito pode ser conven iente-
mente encerrado utilizando-se um retalho
nasogeniano.
A transferência do material dador pode ser
feita num único ou em dois tempos operató-
rios . A área nasogeniana é uma das mais
consistentes em termos de área dadora, em-
bora a área máx ima difira de doente para
doente. Contudo, na maioria dos adu ltos é
possível confeccionar um retalho com pelo
menos 1 em .
O defeito secundário é encerrado por sutu-
ra directa na maioria das vezes. Este retalho
de transposição pode ter pedículo superior FIGURA 1- RETALHO DA REGIÃO GLABELAR.

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PEDRO MACHADO DE SOUSA, CARLOS ALEXANDRE, CA NAS MARQUES, JOÃO MARTA PIMENTEL

O retalho vertical da região frontal tem um O retalho de rotação de Rieger é uma téc-
alcance maior e está particularmente indica- nica algo complexa / que requer a dissecção
do quando o defeito é demasiado baixo para de quase toda a pirâmide nasal/ no mesmo
um retalho de glabela e demasiado alto para plano da rinoplastia (acima do periósteo e
um retalho nasogeniano. pericôndrioL e onde se efectua uma rotação
Normalmente implica dois tempos cirúrgicos/ a partir de um ponto situado ligeiramente
excepto se o pedículo for transposto através para dentro do cantus interno do olho/ do
de um plano subcutâneo. lado oposto à perda de substância.
Contudo/ em termos de viabilidade e resul- Deve ser evitado no doente jovem / devido à
tado estético final / é preferível a confecção imprevisibilidade da cicatrização.
deste retalho em dois tempos . O retalho de avanço vertical do dorso do
nariz consiste num retalho em U onde a vas-
Dorso da Pirâmide Nasal cularização é assegurado pelos ramos lon
As perdas de substância da linha média ou gitudinais das artérias angulares.
dorso da pirâmide nasal são na maioria dos Este retalho deve ser simétrico/ o seu compri-
casos reconstruídas com um retalho glabelar/ mento poderá ser duas vezes superior à lar-
principalmente se o defeito se situar nos dois gura / e a dissecção efectua-se num plano
terços superiores do nariz. profundo/ justa-perióstico .
Pode também ser utilizado em defeitos do
Ponta da Pirâmide Nasal terço inferior do dorso do nariz.
Nos defeitos da ponta/ a escolha do retalho de-
pende da forma do defeito/ da proximidade do
rebordo nasal e da perda em profundidade.
A ssim/ para perdas de substância menores
que 2 em/ poder-se-á obtar por um retalho
local / como o retalho bilobado/ o retalho
musculo-cutâneo do transverso do nariz 1 o
retalh o de rotação de Rieger ou o retalho de
avanço verti cal do dorso nasal.
N o caso do retalho bilobado/ embora se ja
versátil / permitindo a recon strução num único
tempo cirúrgico / fa ctores como o tipo de de-
feito/ a pele do doente e a experi ência d o
cirurgião induzem uma elevada variabilida-
de nos resultados estéticos finai s.
O retalho mu sculo-cutân eo do transverso do
nariz consiste num retalho de avanço / com
pedículo va scular/ no qual são descoladas a s
fibra s inferiores do mú sculo tran sverso do
nariz/ ao nível do orifício piriforme/ proce-
dendo-se igualmente à di ssecção do plano
pericondrial a nível do bordo superior da
cartilagem alar. Procede-se seguidamente ao
avanço do retalho em direcção da p onta d o
nariz e ao encerramento em do is planos. FIGURA 2 - RETALHO DA REGIÃO FRONTAL

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CIRURGIA RECONSTRUTIVA DA PIRÂMIDE NASAL

N os casos de perda de substância superi or


a 2 em, está indicada a realização de reta-
lhos regio nais, principalmente o retalho na-
sogeniano de pedículo superior ou o retalho
frontal de pedículo longo.
N os casos em que a perda de substância
pro lo nga-se para a região lateral, o retalho
nasogeniano está mais indicado, sendo o
retalho frontal mais apropriado para os de-
fei tos com extensão superior.
No caso do retalho nasogeniano, a distân-
cia entre a zona dadora e a receptora é si-
g nificativa, pelo que o pediculo entre a s FIGURA 3- RETALHO NASOGENIANO

duas é deixado durante três semanas, ao


fim das quais é seccionado e a zona rece-
ptora revista . A revascu larização destes enxertos ocorre
N o retalho frontal de pedículo longo pode- em toda a margem dérmica.
-se optar pela colocação de expansores Os enxertos mais utili zados são os condro-
cutâneos na reg ião fro ntal num primeiro cutâneos e os condro-mucosos.
tempo ci rúrgi co, de mod o a aumentar a Os enxertos condro-cutâneos são colhidos
área dadora e permitir o encerramento do no pavilhão auricular e utilizados na recons-
defe ito secundário por sutura directa. trução da asa do nariz e pon ta.
Este tipo de enxerto requer algum cuidado
Região Alar no seu manuseamento e sutura .
As perdas de substâ ncia da reg1ao alar Todos os factores locais o u sistém icos que
podem ser divididas em superfic iais e pro- reduzam a vascularização na superfíci e de
fundas, com perda de vá ri os ou todos os contacto entre a zona receptora e o enxer-
planos da asa do nariz. to, como a radi o terapia prévia, doenças de
N os casos de perda de substânc ia superfi- pele com hipoperfusão da mesma e tecido
cia l podem ser utilizados retalhos locais, cica tri cial não excisado, comp rom entem
como o bilobado ou regi onai s, nomeada sobremaneira a sua viabilidade.
mente o retalho nasogeniano de pedículo Os enxertos condro-mucosos podem ser co-
superior. lhidos ao nível do septo nasa l, bordo inferior
As perdas de substânci a em vários planos da cartilagem triangu lar ou bordo superior
devem ser reconstruídas em dois ou mais da cartilagem a lar, para serem ig ualmente
tempos ci rú rg icos, utili zando-se um retalh o utilizados nas reconstruções da asa do nariz.
para dar forma à asa do nariz e o utro de
revesti men ta.
N a maioria das vezes, é prefabrica do um RECONSTRUÇÃO DE GRANDES PERDAS
enxerto composto na zona dadora, habi- DE SUBSTÂNCIA DA PIRÂMIDE NASAL
tualmente com cartilagem auricular, de modo
a simular o defeito a reconstruir. Os enxertos A reconstrução de uma amputação parcial
compostos são constituídos por duas ou mais ou total da pirâmide nasal com um resultado
estruturas tecidulares diferentes, nomeada- estéticamente aceitável é um dos exercícios
mente pele, cartilagem, mucosa ou gord ura. mais exigentes na cirurgia reconstructiva facial.

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Nas grandes ressecções da pirâmide nasal Existem vários tipos de planos cutâneos de
devem estar presentes equipas multidiscipli- cobertura, nomeadamente os retalhos frontais,
nares, onde se inclui o cirurgião plástico com o retalho de Converse e os retalhos fronto-pari-
experiência na área. eto-retro-auriculares de tipo Washio. O retalho
Nas perdas de substância parciais do nariz frontal é um retalho fiável, de pedículo inferior,
é necessária a confecção de um retalho com- capaz de fornecer um superfície cutânea signi-
posto, para a reconstrução do plano mucoso, ficativa e uma cicatriz aceitável.
cartilaginoso e cutâneo. Têm sido descritas várias formas para este
A reconstrução do plano mucoso é feita com retalho, mas a que melhores resultados parece
mucosa septal. Na reconstrução do plano car- trazer é em forma de "voo de gaivota" , onde
tilaginoso utiliza-se cartilagem auricular (con- a "cabeça" é utilizada para a columela,
cha). ambas as "asas" para recobrir a região alar e
O plano cutâneo é confeccionado com um o "corpo" a restante porção da pirâmide.
retalho fontal de base inferior ou lateral, e cuja O eixo do retalho depende da altura da
forma é definida pelo defeito a reconstruir. região frontal.
A reconstrução total do nariz sofreu alguns
avanços importantes ao longo das últimas
décadas, principalmente com os trabalhos de CONCLUSÃO
Millard, Converse e Burget. Um dos factores
que contribuiu para o relativo insucesso estéti- A cirurgia reconstrutiva da pirâmide nasal é
co das primeiras intervenções foi a falta de uma área complexa da cirurgia cervico-facial ,
suporte dos retalhos realizados. A confecção com diversas opções, onde o conhecimento
deste suporte constitui um dos conceitos princi- anatómico, a experiência do cirurgião e a cor-
pais na rinopoiese actual. recta avaliação pré-operatória são pilares fun-
A confecção do suporte da pirâmide nasal, damentais para a obtenção de resultados enco-
tal como Millard descreveu, é realizada rajadores.
através de um retalho nasogeniano bilateral A sistematização das diferentes áreas nasais
tunelizado para a reconstrução da região alar e as respectivas opções recon strutivas facilitam
e columela , associado a um retalho glabelar. o planeamento c irúrgico.
A reconstru ção do plano mucoso pode ser Neste artigo, os autores descreveram as
feita com musosa septal, caso esta esteja opções reconstrutivas mais consensuais na bi-
disponível ou com mucosa dos cornetas. bliografia, algumas delas amplamente utiliza-
O plano osteo-cartilaginoso é habitualmente das no Serviço de Otorrinolaringologia e Cirur-
confeccionado com osso da crista ilíaca e carti- gia Cérvico-Facial do Hospital Garcia de Orta ,
lagem do pavilhão auricular. É importante a sua tentando deste modo contribuir para uma sis-
fixação aos ossos próprios do nariz restantes, a tematização simples e prática da problemática
fim de estabilizar o retalho cutâneo de cobertura . reconstrutiva nasal.

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