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SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo

9º. Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo


(Rio de Janeiro, ECO- Universidade Federal do Rio de Janeiro), novembro de 2011
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Nós transmitimos, vocês repercutem:


Twitter + TV durante eventos esportivos e debates políticos

Carlos d'Andréa1

Resumo: No artigo discutimos o uso simultâneo de uma das ferramentas mais populares de rede
social online na atualidade - o Twitter - e a televisão, especialmente durante transmissões ao
vivo de eventos. Consideramos que a TV, a despeito das mudanças tecnológicas nos últimos
anos, continua ocupando uma posição central no atual ecossistema midiático, mas sua audiência
é crescentemente compartilhada com outras atividades comunicacionais. Neste cenário, identifi-
camos uma convergência em curso que, ao contrário das propostas em torno da TV Digital, a-
contece para além do controle da empresas jornalísticas, ou mesmo à revelia destas. Apresenta-
mos exemplos do uso do Twitter durante transmissões ao vivo de eventos esportivos e de deba-
tes eleitorais e, ao final, apontamos tendências e desafios dessa convergência emergente.

Palavras-chave: televisão; twitter; convergência; debate político; esporte

1. Introdução
A midiatização na sociedade contemporânea é marcada, de forma cada vez mais
intensa, pela coexistência e complementação de diferentes agentes, suportes e lingua-
gens. Ao contrário do que os analistas entusiastas das novas mídias previram, os reorde-
namentos recentes do “composto informacional midiático” (PRIMO, 2008) não têm
culminado na eliminação dos meios massivos de produção e transmissão (emissoras de
radiodifusão, em especial), mas principalmente através da sobreposição/combinação de
práticas e dispositivos de características técnicas diferentes e complementares.
Neste artigo, pretendemos discutir as possibilidades e desafios da “combinação”
entre uma das ferramentas mais populares de rede social online na atualidade - o Twitter
- e a televisão, especialmente durante transmissão ao vivo de eventos de grande reper-
cussão. Em termos gerais, entendemos que a dinâmica desses dois recursos se comple-
menta, o que permite que o Twitter e a TV funcionem como “camadas” de um processo

1
Professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Viçosa (UFV)
e doutorando em Estudos Linguísticos na Fale/UFMG (linha Linguagem e Tecnologia).
Site: www.carlosdand.com. E-mail: carlosdand@gmail.com.
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de comunicação e interação mais flexível e plural do que a convergência planejada insti-


tucionalmente pelas redações e empresas jornalísticas.
Nossa proposta exploratória de discussão visa levantar características, questões e
situações merecedoras de futuros estudos empíricos (como a realizada por Wohn e Na,
2011) nos campos da Comunicação, do Jornalismo e em áreas afins. Além da articula-
ção conceitual, trabalhamos pontualmente com exemplos de dois dos eventos de maior
alcance social e audiência televisiva: as transmissões esportivas e os debates ocorridos
durante campanhas eleitorais (como nas eleições presidenciais brasileiras em 2010) 2.

2. A TV (continua) no centro
A proliferação de dispositivos digitais e a facilidade de transmissão através da
internet são duas das variáveis que, nos últimos anos, vêm impactando o papel e a popu-
laridade da televisão na complexa ecologia de mídias da sociedade contemporânea.
Uma pesquisa publicada pela Microsoft em 2009 apontava que, no ano seguinte, a in-
ternet já superaria a audiência da TV no continente europeu3. Já nos Estados Unidos, o
tempo gasto semanalmente em frente à televisão e conectado à internet é o mesmo: 13
horas semanais, segundo pesquisa do Instituto Forrester4. No Brasil, a pesquisa “Media
Democracy”, realizada pela consultoria Deloitte com pessoas entre 14 a 75 anos, identi-
ficou uma mudança de hábito ainda mais intensa: por semana, em média os brasileiros
ficam 17 horas assistindo TV e cerca de 30 horas navegando na web5.
Uma consequência direta da popularização da internet e de outros mecanismos
de acesso a conteúdos audiovisuais (da TV por assinatura à ainda incipiente IPTV) é a
queda na audiência das emissoras abertas, inclusive no horário nobre (MINUTTI, 2009;
TOMAZZONI, 2010). Neste contexto, o presidente da CNN Jon Klein chegou a decla-
rar em 2010 que se preocupava mais com a crescente utilização do Facebook do que

2
Para uma versão mais completa desta discussão, consultar outro artigo de nossa autoria: “TV +
Twitter: reflexões sobre uma convergência emergente”, publicado no livro "Jornalismo digital: audiovisu-
al, convergência e colaboração", organizado por Demétrio Soster e Walter Lima Jr. (Edunisc, 2011).
3
Estudo disponível em http://www.scribd.com/doc/14065700/Europe-Logs-On-Microsoft-Study
4
Mais informações em http://blogs.wsj.com/digits/2010/12/13/internet-now-as-popular-as-tv-
survey-shows/
5
Mais informações em http://www.deloitte.com/view/pt_BR/br/imprensa/
releases/baf4fcc2b9e79210VgnVCM200000bb42f00aRCRD.htm
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com a audiência da emissora Fox News, tida como concorrente direta da CNN nos Es-
tados Unidos6.
Apesar das quedas de audiência e das previsões pessimistas de alguns analistas e
pesquisadores, podemos afirmar que as emissoras de TV (em especial aquelas que
transmitem no modelo de radiodifusão, com sinal aberto e “gratuito”) continuam ocu-
pando um lugar central no ecossistema midiático, em especial no Brasil. Esta força, que
não é isenta de crises e adaptações (MILLER, 2009), está associada, entre outros fato-
res, à forte influência da TV no agendamento midiático contemporâneo. McCombs
(2004), ao rever a hipótese da agenda setting (elaborada inicialmente no fim dos anos
1960), defende que há poucas evidências de que as novas tecnologias sejam capazes de
fragmentar a audiência a ponto de criar diferentes agendas midiáticas. Apesar do grande
número de sites e canais de TV por assinatura, explica o autor, predomina hoje um alto
nível de redundância nas informações em circulação (p.148).
Asur et al (2010), após analisar quantitativamente a dinâmica dos assuntos mais
comentados do Twitter, identificaram que os termos que permaneceram por mais tempo
em destaque advinham das fontes tradicionais de informação. Nestes casos, dizem os
autores, as mídias sociais atuam como “um amplificador seletivo para o conteúdo gera-
do pela mídia tradicional” (p.2). Vale ressaltar o rol de assuntos mais comentados, ou
Trending Topics, é “gerado por um algoritmo que tenta identificar temas sobre os quais
está se falando mais imediatamente agora do que anteriormente”7, o que favorece a po-
tencialização de eventos transmitidos via meios massivos.
No Brasil, levantamento divulgado pelo Instituto Ibope em 2011 mostrou, por
exemplo, que os assuntos mais procurados e discutidos na internet ao longo do ano “se-
guem rotina semelhante à das emissoras de TV” (BOUÇAS, 2011). Os temas mais bus-
cados e os sites mais acessos estão ligados a datas comemorativas e compromissos pes-
soais e profissionais, o que culminaria em uma “sazonalidade” do uso médio da internet,
aproximando este meio dos ciclos típicos das mídias de massa.
Em janeiro, por exemplo, ganham mais audiência as notícias de clima, os sites
de automóveis e de finanças pessoais, segundo dados do Ibope Nielsen Online. Em
maio, o espaço é para as mensagens e cartões de Dia das Mães. "Julho, por conta das

6
Mais informações em http://www.guardian.co.uk/media/pda/2010/mar/10/digital-media-
television
7
Mais informações em http://blog.twitter.com/2010/12/to-trend-or-not-to-trend.html
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férias escolares, é de longe o mês com a maior média de audiência", afirma o analista de
mídia do Ibope Nielsen Online, José Calazans. Nesse caso, as páginas mais acessadas
são as de jogos, vídeos e, claro, as redes sociais. No fim do ano, ganham destaque as
compras on-line, informações sobre vestibulares, as mensagens de boas festas e, nos
últimos dois anos, Mega Sena da Virada (BOUÇAS, 2011)
Em especial, devemos reconhecer a importância da TV como o meio principal
de transmissão e mesmo promoção de importantes eventos de amplo interesse público
e/ou do público, como a transmissão de jogos de futebol e a realização de debates com
candidatos a cargos eletivos - para ficarmos apenas em alguns dos exemplos a serem
pontuados a seguir. Acreditamos que a transmissão ao vivo de eventos de caráter jorna-
lístico (ou de entretenimento) explora algumas das características fundadoras desse
meio massivo, como a imposição de um horário à sua audiência em nome de uma expe-
riência coletiva.
Assistir a um debate e, principalmente, a um jogo gravado, ainda que seja tecni-
camente cada vez mais fácil, é um ato que esvazia toda a expectativa de se acompanhar
o evento, mesmo que geograficamente separado, simultaneamente aos interlocutores da
vida cotidiana e a milhões de outros interessados no tema. Nessas situações, parece au-
mentar, quantitativamente inclusive, o impacto do “aqui-e-agora” típico da radiodifu-
são: a transmissão da Copa do Mundo na África do Sul, por exemplo, ajudou a Rede
Globo a recuperar, em junho de 2010, “a audiência perdida nos últimos 12 meses”
(CASTRO, 2010). Durante o evento, subiu ainda a audiência, na Grande São Paulo, das
demais emissoras abertas - inclusive das que não transmitiram os jogos

3. A convergência não será institucionalizada?


Para a televisão, um dos impactos da popularização dos vários dispositivos de
acesso à internet parece ser o crescente hábito de realizar atividades online simultâneas
ao acompanhamento dos programas jornalísticos, de entretenimento e, em especial, dos
eventos transmitidos ao vivo. Em especial, tuitar e assistir TV ao mesmo tempo parece
ser um hábito em ascensão entre os telespectadores munidos de condições técnicas (o
que inclui dispositivos móveis como celulares e tablets) e inserção mínima nos ambien-
tes relacionais das redes sociais online.
Estudo conduzido pela Motorola em treze países (Brasil não incluído) identifi-
cou que “51% das pessoas (...) já interage com outras, em redes sociais, [muito] fre-
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quentemente, enquanto dá conta do que rola na TV” (MEIRA, 2010). Outro estudo do
Instituto Nielsen nos Estados Unidos mostrou que, no fim de 2009, chegava a 59% o
percentual de pessoas que assistiam TV e navegavam pela internet ao mesmo tempo. O
tempo gasto nas duas atividades simultâneas chegou três horas e meia por dia8. Entre os
norte-americanos, esta tendência foi marcadamente identificada durante a transmissão,
pela TV, de grandes eventos, como o Super Bowl, as Olimpíadas de Inverno e o MTV
Music Awards (STELTER, 2010).
O nome da pesquisa divulgada pelo Instituto Nielsen reforça a tendência de uso
de mais de um dispositivo de forma simultânea: Relatório Três Telas (em inglês, “Three
Screen Report”), numa referência à interfaces da TV, do computador e dos dispositivos
móveis. Um conceito mais ousado foi adotado pela emissora britânica BBC em seu la-
boratório de pesquisa e desenvolvimento. Em busca de uma “mídia orquestrada” - e não
apenas acumulativa, como seriam as três telas -, os desenvolvedores têm procurado ex-
plorar possíveis arranjos complementares de conteúdo e interatividade no uso simultâ-
neo da TV e de dispositivos digitais conectados à internet (KRAMSKOY, 2011). Mais
amplo, o conceito de “Social TV” procura sintetizar diferentes iniciativas de aproxima-
ção da transmissão televisiva com as redes sociais (BULKELEY, 2010)9
Após tentativas frustradas desde os anos 1970 (ver WOHN e NA, 2011), a trans-
formação da televisão em um espaço comunicacional marcado pela interatividade tem
sido atrelado, nos últimos anos, à migração das emissoras e dos aparelhos receptores
para o sistema digital de transmissão e recepção de TV. Nessa perspectiva, a implemen-
tação da TV Digital significaria, em última instância, a consolidação da televisão como
o “lugar” que sintetizaria todos os conteúdos e recursos possibilitados pela convergência
de mídias, e com uma vantagem para os grupos empresariais do setor: o controle técnico
sobre a lógica e os fluxos de informações.
No Brasil, a interatividade como “recurso de sedução ao telespectador” (PICCI-
NI, 2007: 12) é quase sempre atrelada à implementação e popularização do Ginga, o
middleware desenvolvido para o Sistema Brasileiro de TV Digital. Segundo Brennand e
Lemos (2007), no contexto da TV Digital o Ginga “vem a ser o software que controla
suas principais facilidades (grande de programação, menus de opção), inclusive a possi-

8
Mais informações em http://blog.nielsen.com/nielsenwire/online_mobile/three-screen-report-
q409/
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bilidade de execução de aplicações, dando suporte à interatividade” (p.99). Na prática,


porém, os atrasos nas definições políticas e tecnológicas para implementação da TV Di-
gital no país, o alto custo de desenvolvimento e de aquisição dos aparelhos já à venda
no mercado e a ênfase inicial na alta definição (em detrimento da interatividade) fazem
da TV Digital muito mais uma promessa – cada vez mais desacreditada – do que uma
realidade, especialmente no que tange à incorporação de recursos interativos. De forma
mais contundente, Meira (2008) afirmou que “interatividade não deu certo na TV digital
em nenhum lugar do mundo até agora. por causa de uma mistura de padrões confusos,
direitos e propriedade intelectual ainda mais confusos e falta de planos de negócios viá-
veis para emissoras e anunciantes (...)” (grifo do autor).
Embora tecnicamente hajam diferenças fundamentais, tanto a TV Digital quanto
a internet funcionam através de camadas. Estas camadas permitem que, em síntese, que
o hardware sobre o qual o meio funciona esteja tecnicamente separado das aplicações de
softwares elaboradas pelos desenvolvedores e instaladas pelos usuários de acordo com
seu interesse. Esta arquitetura de rede baseada em camadas articuladas e independentes
permite a flexibilização da produção e do uso de funcionalidades voltadas para internet
(SILVEIRA, 2009) e para a TV Digital (BRENNAND e LEMOS, 2007).
Metaforicamente, podemos pensar a utilização simultânea de mais de uma mídia
ou dispositivo como uma sobreposição de “camadas” que, à luz principalmente das a-
propriações dos usuários, se complementam. No caso da discussão proposta por este
artigo, trata-se reconhecimento da televisão aberta (e, ao menos por ora, predominante-
mente analógica) como uma camada-base do “composto informacional midiático”, e das
redes sociais online como uma camada que se “sobrepõe” à TV e é marcada pelas inte-
rações dos telespectadores, que produzem informações adicionais, divulgações, críticas
etc a cerca da programação televisiva. Primo (2010), ao apresentar os desafios tecnoló-
gicos da televisão para tornar-se um suporte marcado por interações, ressalta as experi-
ências recentes do “telespectador/tuiteiro” no Brasil. Para o autor, “a TV interativa che-
gou no Twitter”, num fenômeno que pode ser considerado “um breve estágio na experi-
ência televisiva interativa”.
Estamos tratando, neste caso, de uma situação de interatividade e de convergên-
cia que, para além das inovações tecnológicas, é alavancada essencialmente por com-

9
O artigo “Social TV” na Wikipedia em inglês (http://en.wikipedia.org/wiki/Social_television)
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portamentos e interesses conduzidos pelos usuários/telespectadores. Assim, a conver-


gência “TV + Twitter” pode ser vista como um caso típico de convergência marcada
mais por aspectos culturais do que por mudanças técnicas, conforme discute Jenkins
(2008). Segundo o autor, a convergência representa essencialmente uma “uma trans-
formação cultural, à medida que consumidores são incentivados a procurar novas in-
formações e fazer conexões em meio a conteúdos midiáticos dispersos”, por isso “ocor-
re dentro dos cérebros de consumidores individuais e em suas interações sociais com
outros” (p.28), e não necessariamente através da integração de dispositivos tecnológi-
cos.

4. Algumas experiências, no Brasil e no exterior

Preocupadas com a migração (parcial, pelo menos) da atenção dos telespectado-


res para outros meios e atentas às oportunidades de convergência oferecidas pelos meios
digitais, as emissoras de TV têm feito, através de diferentes iniciativas de planejamento
e investimento tecnológico, alguns esforços para se adequar ao novo contexto. Confor-
me Cabral Filho (2010), “a Web 2.0 vem sendo concebida pelos grupos midiáticos con-
temporâneos como solução estratégica de atuação junto ao público em geral e, em espe-
cial, os internautas, mediante o agenciamento de audiências produtoras de conteúdo”
(p.4). De forma complementar, Piccini (2007) afirma que “a televisão tem buscado a-
proximar-se dos recursos oferecidos pela nova mídia numa estratégia visível de manter
a liderança sobre as outras mídias e não perder seu lugar e poder” (p.12).
Em termos gerais, a despeito da popularidade das redes sociais online e do tem-
po despendido pelos usuários nesses ambientes, são pontuais e pouco ousados os esfor-
ços das emissoras de TV (principalmente as abertas) para incorporar esse conteúdo aos
seus programas. Não se trata aqui de criação e divulgação um canal institucional do
programa televisivo no Twitter (@rede_globo, por exemplo), e sim de aproximação en-
tre as opiniões e impressões publicadas através das redes sociais e a roteirização neces-
sária a uma produção audiovisual.
Nos dois tópicos abaixo, procuramos apresentar alguns exemplos de uso simul-
tâneo – institucionalizado ou não – de Twitter e TV durante transmissões esportivas e
eventos políticos. Não temos a intenção de sistematizar todas as situações ocorridas nos

traz uma relação de sistemas que explora esta potencialidade.


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últimos anos, e sim apontar características e diferenças a serem exploradas em estudos


posteriores mais aprofundados.

4.1 Transmissões esportivas

A agregação quantitativa de tweets através de interfaces de visualização de da-


dos é uma das formas mais comuns de aproximação do microblog com o conteúdo noti-
cioso da grande mídia. Entre os exemplos recentes estão o “South Africa 2010: Twitter
Buzz”, da CNN.com10, o “World Cup 2010 Twitter replay”, do jornal The Guardian11
Reconhecida como um dos grandes eventos televisivos, em 2011 a final do cam-
peonato de futebol americano, ou Super Bowl, foi vista em média por 111 milhões de
telespectadores nos EUA, tornando-se o programa mais assistido da história da TV nes-
se país. No Twitter tornou-se evento esportivo mais citado: foram contabilizados cerca
de 4060 tweets por segundo12. No Brasil, a única emissora com direitos de transmissão
foi o canal por assinatura BandSports. A hashtag #sb45bandsports proposta pela emis-
sora foi divulgada durante a transmissão televisiva, pela conta oficial
(http://twitter.com/bandsportstv) e pela conta pessoal de alguns de seus jornalistas
(http://twitter.com/SilvioSantosJr, por exemplo).
Já a ESPN, que não tinha direito à transmissão via TV no Brasil, adotou durante
o SuperBowl uma estratégia totalmente baseada na web: através de uma webcam e da
conta http://twitter.com/ESPNAgora, o narrador Everaldo Marques comentou a partida
e interagiu com o público acostumado a acompanhar o futebol americano por essa emis-
sora13. Nas partidas finais da NBA (o campeonato norte-americano de basquete) em
junho de 2011, a própria ESPN propôs que os telespectadores que acompanhavam sua
transmissão utilizassem a hashtag #nbanaespn ao tuitarem durante o jogo. Esta hashtag
foi difundida ainda pelo canal oficial da emissora no Twitter
(http://twitter.com/ESPNAgora) e pelo apresentador Everaldo Marques
(http://twitter.com/everaldomarques).

10
Disponível em http://edition.cnn.com/SPECIALS/2010/worldcup/twitter.buzz/
11
Disponível em http://www.guardian.co.uk/football/world-cup-match-replay
12
Mais informações em http://idgnow.uol.com.br/internet/2011/02/11/super-bowl-supera-copa-do-
mundo-e-bate-recorde-no-twitter/
13
Mais informações em
http://www.jornalistasdaweb.com.br/index.php?pag=displayConteudo&idConteudo=4687
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Em outra perspectiva, o site Globoesporte.com incentiva o uso da hashtag #vc-


comenta pelos tuiteiros que estiverem assistindo jogos de futebol de times brasileiros.
No canal do site esportivo no Twitter (www.twitter.com/globoesportecom), o anúncio
das novidades nos jogos através do acontece através de retuites comentados de mensa-
gens de torcedores que comemoraram ou comentaram gols, lances etc citando essa ha-
shtag. Eventualmente utilizada também por jornalistas do portal, como José Ilan
(http://twitter.com/joseilan) e Gustavo Poli (http://twitter.com/gpoli), a hashtag #vcco-
menta é ainda exibida através nas páginas relativas aos times de futebol no Globoespor-
te.com. Não há qualquer integração com a transmissão dos jogos via TV pela Rede
Globo ou outro canal esportivo pertencente a este conglomerado.

4.2 Debates políticos

Uma das iniciativas pioneiras – e mais ousadas - de integração da TV com Twit-


ter durante transmissão de debates com candidatos foi feita pela emissora Current TV
em 2008. A integração foi chamada de “Hack the Debate”14 e foi possível a partir do
uso da hashtag #current (proposta pela emissora) para agregação das mensagens sobre o
debate. Uma etapa importante da integração foi o desenvolvimento de critérios de cu-
radoria para seleção dos tweets a serem exibidos no vídeo. Durante o debate realizado
em 26 de setembro de 2008, explica Gorski (2008), tweets foram selecionados pela e-
quipe de acordo com sua adequação ao contexto e ao momento do debate, além de apre-
sentarem um ponto de vista atrativo sobre o evento.
Durante as edições presidenciais no Brasil em 2010, vários debates foram reali-
zados por emissores de televisão, como a TV Bandeirantes (dois debates), Record e pela
rede de TVs católicas. Todos estes foram comentados de forma expressiva pelo Twitter
(ver ARAÚJO, 2010), mas em nenhum caso houve uma apropriação pelas emissoras de
TV. Somente o debate organizado pela Rede Globo em 30 de setembro (às vésperas do
primeiro turno) alavancou a publicação de quase 500 mil tweets com palavras-chave
relacionadas ao evento15.

14
Mais informações e o acesso aos vídeos do programa em http://current.com/shows/hack-the-
debate/
15
Mais informações em http://idgnow.uol.com.br/blog/navedigital/2010/10/01/debate-da-globo-
com-candidatos-a presidente-gera-quase-meio-milhao/
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Por outro lado, outros veículos jornalísticos e alguns jornalistas aproveitaram o


uso dessas hashtags durante os debates para se inserir no debate promovido via Twitter.
De acordo com o arquivamento feito por Araújo (2010) através site Twapper Keeper
(http://twapperkeeper.com), mais de 189 mil tweets utilizaram a hashtag #debateglobo
durante os dois debates presidenciais organizados pela Rede Globo. De acordo com os
dados extraídos dessa ferramenta, entre os usuários dessa hashtag mais retuitados estão
o colunista Reinaldo Azevedo, da revista Veja (www.twitter.com/reinaldoazevedo), o
perfil do portal G1 para cobertura das eleições 2010 (www.twitter.com/g1eleicoes) e um
perfil associado à revista Veja (www.twitter.com/VejaEnquete)16.

6 Considerações finais

A incorporação ou não da “camada” de conversações em ascensão através do


Twitter (e de outras redes sociais online) pelas emissoras de TV depende, muito mais do
que de recursos tecnológicos, da abertura dessas emissoras a um modelo comunicacio-
nal que, em algum nível, flexibilize o modelo massivo sobre o qual elas foram fundadas.
Assim, é fundamental observar que, quando acontecem, a maioria das iniciativas
de integração do Twitter e do conteúdo audiovisual produzido por emissoras de televi-
são acontecem no web site dessas emissoras, e não com a exibição de informações ad-
vindas dos tweets através de novas interfaces ou mesmo aplicativos voltados para a tela
dos aparelhos de TV. Esta tímida aproximação acontece a despeito do Twitter, oficial-
mente, permitir e incentivar a “exposição, distribuição, transmissão, reprodução, execu-
ção pública ou exposição pública de Tweets por todos os meios de distribuição de mí-
dia”17.
Este uso restrito, acreditamos, está associado ao fato de que, ao contrário do
modelo de interatividade restrito e controlado previsto para a TV Digital, nas redes so-
ciais emergentes e potencialmente auto-organizadas a dinâmica de interações, ainda que
possa ser moderada, não é plenamente controlável. Ao assumir este comportamento em
específico, o agrupamento de usuários do Twitter mostra ser possível a emergência, na

16
Dados extraídos de http://summarizr.labs.eduserv.org.uk/?hashtag=debateglobo
17
Consultar Diretrizes para o Uso de Transmissão de Tweets na Mídia (off line mídia) em
http://support.twitter.com/articles/320721-diretrizes-para-o-uso-de-transmiss-xe3-o-de-tweets-na-m-xed-
dia-off-line-m-xed-dia
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“esfera pública interconectada” (BENKLER, 2006), de comportamentos que contra-


põem ao discurso hegemônico da mídia massiva.
Pela falta de experiências mais ousadas, portanto, devemos concordar com Ca-
bral Filho (2010), para quem “as estratégias distintas de agenciamento de audiências
como manutenção do controle por parte dos conglomerados midiáticos através de suas
ferramentas em torno da Web 2.0 estão em curso e de modo consolidado”. Trata-se de
uma relação que, por ora, vai pouco além da capacidade de agendamento apontado por
McCombs (2004) e que, em geral, ignora os fluxos transmidiáticos de informação gera-
dos pelos “telespectadores”.
O risco para as emissoras ao não propor algo para além do modelo “nós transmi-
timos, vocês repercutem” é se tornarem “pano de fundo” para as diversas atividades on-
line. Ao analisar a pesquisa do Instituto Nielsen sobre o hábito de navegar e assistir TV,
Doria (2010b) destaca os dados que revelam que os entrevistados "preferem visitar sites
e fazer atividades que não são necessariamente relacionadas ao que está sendo exibido
na TV". Nesse contexto, Doria (2010b) pergunta: “será que isso não acontece por que,
enquanto são exibidos na TV, os programas, em geral, não oferecem algo interessante
para ver e fazer em seus sites? Em outras palavras, em sua maioria, os programas de TV
não estão aproveitando esse comportamento cada vez mais comum?”.

Referências

ARAÚJO, Thiago O. Radar Eleitoral - uma cobertura das eleições 2010 sob a ótica do usuário-
eleitor. 2010. Monografia (Graduação) - Curso de Comunicação Social/Jornalismo, Universida-
de Federal de Viçosa, Viçosa, 2010.

ASUR, Sitaram et al. Trends in Social Media: Persistence and Decay. Disponível em
<www.hpl.hp.com/research/scl/papers/trends/trends_web.pdf>.

BENKLER, Yochai. The wealth of networks: how social production transforms markets and
freedom. New Haven and London: Yale University Press, 2006.

BRENNAND, Edna; LEMOS, Guido. Televisão digital interativa: reflexões, sistemas e pa-
drões. Vinhedo: Horizonte; São Paulo: Mackenzie, 2007.

BOUÇAS, Cibele. Sazonalidade na internet é comparável à da televisão. Valor Econômico, 17


de janeiro de 2011. Disponível em <http://www.valoronline.com.br/impresso/yahoo/
3152/368925/ sazonalidade-na-internet-e-comparavel-a-da-televisao>. Acesso em 27 jan.
2011
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