Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
VARIÁVEIS INFLUENCIADORAS NA
INTERNACIONALIZAÇÃO DE PRODUTOS CULTURAIS
BRASILEIROS: UMA ANÁLISE DO SOFT POWER
FORTALEZA
2016
FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR
VARIÁVEIS INFLUENCIADORAS NA
INTERNACIONALIZAÇÃO DE PRODUTOS CULTURAIS
BRASILEIROS: UMA ANÁLISE DO SOFT POWER
FORTALEZA
2016
ALEXANDRE RABÊLO NETO
VARIÁVEIS INFLUENCIADORAS NA
INTERNACIONALIZAÇÃO DE PRODUTOS CULTURAIS
BRASILEIROS: UMA ANÁLISE DO SOFT POWER
Banca Examinadora:
_______________________________________________
Prof. Dr. José Milton de Sousa Filho
(Orientador/Universidade de Fortaleza - UNIFOR)
_______________________________________________
Prof. Dr. Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte
(Membro/Universidade de Fortaleza - UNIFOR)
_______________________________________________
Prof. José Ednilson de Oliveira Cabral, Ph.D
(Membro/Universidade de Fortaleza - UNIFOR)
_______________________________________________
Prof. Mario Henrique Ogasavara, Ph.D
(Membro/Escola Superior de Propaganda e Marketing - ESPM)
_______________________________________________
Prof. Manuel Anibal Silva Portugal Vasconcelos Ferreira, Ph.D
(Membro/Universidade Nove de Julho - UNINOVE)
À minha avó Maria Salomé (in memoriam) e à
minha esposa Samara Eugênia.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por manter a minha perseverança, fé, saúde e caridade comigo mesmo.
Aos meus filhos e à minha neta Luísa, por compreenderem a minha ausência.
Aos secretários, Daniel, Narciso (ABNT) e Maciel (Metal) pela receptividade sempre
muito importante nos momentos bons e nos momentos difíceis.
Ao meu co-orientador Prof. Dr. Arnaldo Fernandes Matos Coelho pela receptividade e
ensinamentos no meu doutorado SWE em Coimbra.
Ao meu orientador Prof. Dr. José Milton de Sousa Filho de forma especial, e aos
Professores Dr. Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte, Prof. José Ednilson de Oliveira
Cabral, Ph.D, Prof. Mario Henrique Ogasavara, Ph.D, Manuel Anibal Silva Portugal
Vasconcelos Ferreira, Ph.D, pelas análises e críticas construtivas, fundamentais para o
melhoramento da pesquisa.
Figuras Página
1 Movimentação do significado do bem...........................................................................26
2 Classificação dos setores criativos.................................................................................32
3 Escopo dos setores criativos MINC...............................................................................33
4 Modelo para produtos customizados versus produtos padrão.......................................36
5 Modelo Multiatributos de Allen (1997).........................................................................38
6 Lista de valores para consumo de produto cultural.......................................................39
7 Gosto por música por grupo de status............................................................................40
8 Modelo proposto por Overby e Lee (2006)...................................................................41
9 Estrutura circular dos valores humanos.........................................................................42
10 Modelo de desindentificação do consumidor................................................................44
11 Modelo de pesquisa de Zeugner-Roth, Zabkar e Diamantopoulos (2015)....................45
12 Modelo de Identidade global e nacional de Westjohn, Singh e Magnusson (2012)......46
13 Conceptualização da imagem da marca do país............................................................47
14 Links entre o nacionalismo, o patriotismo e o internacionalismo e as tendências do
etnocentrismo do consumidor........................................................................................52
15 Modelo da imagem do produto: países desenvolvidos versus países em
desenvolvimento............................................................................................................59
16 Modelo conceitual de Parts (2013)................................................................................60
17 O modelo de compra de produtos estrangeiros pela afinidade do consumidor.............62
18 Modelo de pesquisa proposto por Saydan (2013)..........................................................69
19 Modelo estrutural testado por Yu et al. (2013)..............................................................70
20 Framework testado por Chen (2011).............................................................................71
21 Framework integrativo para o estudo do efeito país.....................................................72
22 Relação causal entre a atitude e a adoção produto estrangeiro......................................72
23 Modelo proposto para intenção de compra....................................................................74
24 Modelo de intenção de compra de Tsiotsou (2006........................................................79
25 Modelo de consumo hedônico de Baek e Choo (2015)................................................80
26 Modelo da pesquisa de Shirin e Kambiz (2011)............................................................81
27 Modelo da imagem país de Shakoori, Nazemi e Rahimnia (2013)...............................83
28 Teorias de comércio e investimento internacional........................................................85
29 A cultura como um iceberg.........................................................................................86
30 Tradução do artefato cultural no processo de internacionalização.............................87
31 Países que mais consomem produtos culturais brasileiros.........................................92
32 Os cinco sub-índices que constituem o índice de soft power....................................101
33 Variáveis de soft power definidas pela Ernst & Young (2012)................................105
34 Modelo de Europeização testado por Zartaloudis (2013).........................................108
35 Modelo da pesquisa...................................................................................................121
36 Delineamento da pesquisa.........................................................................................130
37 Modelo confirmatório definitivo do estudo..............................................................142
Quadros Página
1 Sistemas de classificação diferentes para as indústrias culturais e criativas......................31
2 Práticas de consumo locais e globais.................................................................................40
3 Os 11 Mindstyles conforme Dalpra (2009)........................................................................90
4 Associação dos tipos de comportamento e recursos de hard-power e soft power.............99
5 Categorização dos vários recursos de soft power.............................................................109
6 Hipóteses da pesquisa.......................................................................................................127
LISTA DE TABELAS
Página
1 Os escores do índice de soft power de 2012...........................................................102
2 Os 10 melhores países de pontuação para cada categoria do índice de soft power 102
3 Resultados do índice proposto pela Ernst & Young...............................................104
4 Índice de Soft power cultural..................................................................................112
5 PIB do núcleo criativo e participação no PIB, países selecionados em 2011.........117
6 Distribuição dos respondentes nas cidades de Portugal.......................................... 143
7 Gênero dos respondentes........................................................................................146
8 Idade dos respondentes...........................................................................................147
9 Nível de escolaridade dos respondentes..................................................................147
10 Classificação da renda agregada mensal dos respondentes....................................147
11 Estatísticas descritivas do constructo identidade global.........................................148
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IC Indústria Criativa
IED Investimento Direto Estrangeiro
IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
MAK Museu de Artes Aplicadas
MDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
MERCOSUL Mercado Comum do Sul
MINC Ministério da Cultura
MUF Museu da Favela
OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
ONG Organização Não Governamental
P&D Pesquisa e Desenvolvimento
PIB Produto Interno Bruto
PISA Programme for International Student Assessment
PLS Partial Least Square
PNC Plano Nacional de Cultura
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
Página
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................13
1.1 Problematização................................................................................................................14
1.3 Justificativas e contribuições do estudo..........................................................................19
1.4 Estrutura do trabalho.......................................................................................................22
2 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................................25
2.1 Produtos culturais: conceitos e caracterizações.............................................................25
2.2 O constructo preferência...................................................................................................34
2.3 Identidade nacional e identidade global.........................................................................43
2.7 O efeito país-de-origem como forma de internacionalização da cultura.....................66
2.8 A intenção e a atitude de compra dos consumidores de produtos e serviços. .74
2.9 A internacionalização de produtos culturais..................................................................83
2.10 As relações de poder conforme Nye Jr. (2004, 2011): hard power, smart power
e soft power...............................................................................................................................96
2.10.1 O soft power e a internacionalização de produtos culturais no mundo......................109
3 HIPÓTESES E MODELO TEÓRICO DA PESQUISA................................................118
3.1 A identidade global como fator antecedente da afinidade e do efeito país de
origem.....................................................................................................................................120
3.2 A afinidade como fator antecedente da preferência, do efeito país de origem e
da internacionalização..........................................................................................................122
3.3 A familiaridade com o país como fator antecedente da afinidade e do efeito
país de origem........................................................................................................................126
3.4 O cosmopolitanismo como fator antecedente da afinidade, do efeito país de
origem e da preferência........................................................................................................127
3.5 O efeito país de origem como fator antecedente da preferência, da atitude de
compra, da intenção de compra e da internacionalização de produtos culturais...........129
3.6 A preferência como fator antecedente da atitude de compra.....................................133
3.7 A atitude de compra como fator antecedente da intenção de compra.......................134
3.8 A intenção de compra como fator antecedente da internacionalização de
produtos culturais.................................................................................................................135
3.9 A identidade nacional como fator antecedente do cosmopolitanismo, da
afinidade e do efeito país de origem....................................................................................136
3.10 O etnocentrismo como fator antecedente do efeito país de origem, da intenção
de compra e da internacionalização de produtos culturais...............................................138
3.11 O soft power como fator antecedente do efeito país de origem.................................141
3.12 O soft power como fator antecedente da preferência.................................................142
3.13 O soft power como fator antecedente da intenção de compra dos
consumidores ..............................................................................................................................
.................. 143
3.14 O soft power como fator antecedente da internacionalização de produtos
culturais .......................................................................................................................................
......... 144
4 METODOLOGIA..............................................................................................................147
4.1 Delineamento da pesquisa..............................................................................................147
4.2 Os constructos da pesquisa e instrumento de coleta de dados....................................149
4.3 População e amostra.......................................................................................................150
4.4 Procedimentos de coleta de dados.................................................................................151
4.4.1 Procedimentos de coleta de dados quantitativos...........................................................151
4.4.2 Técnicas de análise dos dados quantitativos.................................................................153
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS......................................................................................146
5.1 A análise quantitativa da pesquisa................................................................................146
5.2 Análise dos constructos...................................................................................................148
5.2.1 Identidade global...........................................................................................................148
5.3 A análise do modelo estrutural......................................................................................149
5.3 Discussão e apresentação dos resultados......................................................................143
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................143
REFERÊNCIAS....................................................................................................................145
APÊNDICE A – Questionário aplicado na França para validação das escalas..............187
APÊNDICE B – Questionário aplicado para validação das escalas.................................195
APÊNDICE C – Questionário validado a partir da análise fatorial confirmatória no Smart PLS
3.0............................................................................................................................................203
13
1 INTRODUÇÃO
No que se refere à produto cultural, tem-se que além do seu valor de mercado, esses
produtos e serviços possuem valor cultural, ligado à unidade de um grupo cultural único,
como forma de diferenciação desse grupo específico em relação aos demais grupos culturais
(THROSBY, 2008). Assim sendo, os produtos culturais (o cinema, a Tv, a música, o teatro e
as artes visuais) têm uma importância muito além de seu caráter material ou do seu valor
comercial (DOUGLAS; ISHERWOOD, 1978; HIRSCH, 1972; SAHLINS, 1976).
A escolha do Brasil, como unidade de análise, pode ser justificada a partir dos dados
apresentados por McClory (2010-2012), objetivando a definição de um ranking global de soft
power. Os resultados demonstram que o Brasil vem crescendo no índice proposto, visto que
no ano 2010, ocupava o 21º lugar no ranking, no que se refere ao nível de soft power
exercido, com um score de 0,69, e, em 2012 passou a ocupar o 17º lugar no ranking global de
soft power, apresentando um score de 4.67 (MCCLORY, 2010, 2012).
Seguindo essa perspectiva, tem-se que as categorias medidas por McClory (2010, 2012)
foram: Governo, Cultura, Diplomacia, Educação e Negócios/Inovação. Como indicadores
culturais, McClory (2010, 2012) utilizou o alcance global da música de um país, o número
anual de visitantes e o sucesso esportivo desse país; os indicadores de governamentais
estavam relacionados ao desenvolvimento humano, a violência da sociedade, a liberdade
14
1.1 Problematização
O aspecto cultural pode ser visto como um dos fatores que devem ser avaliados na
seleção da modalidade de entrada nos mercados internacionais. Essa avaliação pode ocorrer a
partir da distância do poder, da redução da incerteza em nível individual, da
masculinidade/feminilidade e do individualismo (distância cultural entre os países), ou
mediante a diminuição da incerteza em nível empresarial (aspectos organizacionais e
gerenciais de diminuição de risco) (KOGUT; SINGH, 1988). Segundo Mariotto (2007),
internacionalizar significa considerar diferentes graus de relacionamentos e de realização de
negócios, isso vai desde a compra e/ou venda de produtos e serviços (comércio exterior), onde
podem se enquadram os produtos culturais, até o investimento em outros países (investimento
direto e investimento de carteira).
Conforme esse ponto de vista, a hegemonia ideológica e cultural do soft power está
relacionada a capacidade de conseguir o mesmo objetivo por meio da aceitação ou
legitimidade perante os grupos sociais (NYE JR., 2004, 2011). Assim sendo, o soft power tem
sido retratado, nas teorias de relações internacionais, em três categorias gerais de poder:
econômica, militar, e ideológica/cultural. No entanto, tem-se que a última dimensão é, em
geral, negligenciada pelos governos (NYE JR., 2004, 2011). Essa negligência poderia ser
minimizada mediante a atuação da produção cultural dos países como instrumento de poder
ideológico e cultural (soft power), por exemplo, no cinema, dado sua grande potencialidade de
audiência e alcance. O cinema, por conseguinte, não seria visto apenas como uma imagem ou
uma ilustração do real, visto que passaria a exercer uma ação ativa na formação das
identidades e realidades internacionais (ZISMANN; GEISLER, 2013).
As pesquisas que buscam uma compreensão sobre soft power têm se voltado para a
explicação da influência cultural e ideológica que os países exercem mediante suas políticas
públicas, seus valores e sua dimensão cultural (NYE JR., 2004, 20011; MORE, 20012;
GUERALDI, 2005), o aprofundamento da informação como pressão política internacional e a
16
interdependência entre os países (CARR, 2001), a utilização de boas causas sociais como
forma de soft power (NYE JR., 2004, 2011; RÁYEL, 2012), a diplomacia cultural como
aspecto de soft power (FIGUEIREDO, 2010), a construção do soft power por meio de
indicadores culturais, educacionais, governamentais, diplomáticos e de negócios/inovação
(ATKINSON, 2010; MCCLORY, 2010,2011,2012; MILLER, 2006; PHILLIPS; BROOKS,
2008), os fatores econômicos que contribuem para o soft power dos países (HETTNE;
SODERBAUM, 2005; MCCLORRY, 2010, 2011, 2012; OLBERDING, 2010;
OLBERDING; NYE JR., 2011), os aspectos de integração global, integridade global e
imagem global relacionados ao soft power dos países (ERNST & YOUNG, 2012). Nesse
estudo especificamente, o soft power será tratado como um aspecto voltado à afinidade pelo
país (OBERECKER, RIEFLER; DIAMANTOPOULOS, 2008; OBERECKER;
DIAMANTOPOULOS, 2011; ROTH; DIAMANTOPOULOS, 2009).
No que se refere à imagem dos países (efeito país de origem), os pesquisadores tem
buscado um aprofundamento dos aspectos positivos ou negativos que influenciam na
avaliação de um produto (bens e serviços), afetando a percepção dos consumidores sobre os
produtos importados e os atributos do produto (CHAO, 2005; CHRYSSOCHOIDIS et al.,
2007). Nesse contexto, o efeito país-de-origem busca descrever a influência do país de origem
nas atitudes, nas percepções sobre os produtos e no comportamento do consumidor
(SCHWEIGER et al., 1997). Outros pesquisadores apontam para as marcas comerciais
nacionais como forma de transmissão da cultura nacional (ANHOLT, 2003, 2005), a
importância do efeito país-de-origem na construção da imagem de marca, afetando, portanto,
as intenções de compra mesmo que de forma indireta (DIAMANTOPOULOS et al., 2011;
SAMIEE et al., 2005), a sua relevância (USUNIER, 2006), o planejamento do ambiente de
pesquisa (SAMIEE, 2010), o destaque em aspectos cognitivos em detrimento de aspectos
afetivos do efeito país-de-origem (ROTH; DIAMANTOPOULOS, 2009), a relação entre as
considerações sobre país de origem e origem da marca e a falta de base teórica (SAMIEE,
2011), a falta de segmentação de mercado (ROTH; DIAMANTOPOULOS, 2010; SAMIEE,
2010), o acerto do consumidor do país de origem de uma marca e a importância que ele
atribui a isso no momento da decisão de compra (SAMIEE et al., 2005; USUNIER, 2011), a
sua relevância no que tange à compreensão sobre as atitudes dos consumidores em relação a
uma marca, mesmo que ele não saiba a sua origem (MAGNUSSON et al., 2011).
17
Esse acréscimo de orçamento pode representar uma atuação mais expressiva do governo
brasileiro na promoção da cultura do país no exterior. Nessa mesma linha, as metas do Plano
Nacional de Cultura (PNC) de 2011, para até 2020, apresentam como objetivos prioritários o
aumento de 37% acima do PIB, dos recursos públicos federais para a cultura; o aumento de
18,5% acima do PIB da renúncia fiscal do governo federal para incentivo à cultura e, o
aumento de 4,5% de participação do setor cultural brasileiro no PIB (MINC, 2011). Por
conseguinte, essa definição de objetivos prioritários pode indicar que o governo brasileiro
21
Urbasch (2004) relacionou determinadas vantagens para o Brasil no que diz respeito ao
desenvolvimento dos negócios internacionais, entre elas: alavancar a competitividade
brasileira de custo; o acesso a novos mercados; compensar ciclos econômicos no Brasil;
aumentar o volume de venda e produção, reduzindo ociosidade; receita em moeda forte e
vantagens de posicionamento no mercado doméstico.
Nesse aspecto, as metas do PNC (MINC, 2011), para os próximos dez anos (2011 a
2020), demonstram que o Brasil busca assegurar o exercício dos direitos culturais de todos
brasileiros, independente das situações econômicas, das localizações, das origens étnicas e das
faixas etárias, mediante três dimensões complementares: a cultura como expressão simbólica;
como direito de cidadania; e como campo potencial para o desenvolvimento econômico. Entre
as metas apresentadas, tem-se o aumento em 70% das atividades de difusão cultural por meio
de intercâmbio nacional e internacional (MINC, 2011).
O fato de se apresentar o soft power (NYE JR., 2004, 2011) como fator significativo
para a internacionalização de produtos culturais, também é uma importante contribuição da
pesquisa. Desse modo, pode-se ampliar a reflexão sobre o poder exercido entre os países, por
exemplo, os Estados Unidos da América (EUA), mediante a exportação de seus bens culturais
para os países da América Latina. Essa reflexão torna-se importante pelo fato desse estudo
buscar o caminho inverso dessa relação de poder, visto que a pesquisa se refere à
internacionalização dos produtos culturais brasileiros, em relação a países desenvolvidos
(França e Portugal).
A presente tese está dividida em 06 (seis) seções, iniciando por esta Introdução, onde
inicialmente foram apresentados os argumentos que evidenciam o gap teórico e a
Problematização da pesquisa, culminando na definição do problema de pesquisa (SEÇÃO
1.1); em seguida foram descritos os Objetivos que norteiam o trabalho (geral e específicos)
23
(SEÇÃO 1.2); as Justificativas e as Contribuições da Pesquisa (SEÇÃO 1.3); e por fim, esta
Estrutura do Trabalho (SEÇÃO 1.4).
A seção 5 trata da Análise dos Resultados. Finalizando, tem-se que a seção 6 apresenta
as Considerações Finais da pesquisa.
24
25
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Uma obra de arte autêntica e verdadeira não se vê apenas pelo seu conteúdo ou pelo seu
formato, mas pela forma tornada conteúdo. Diante disso, a obra de arte representa a realidade,
ao mesmo tempo em que a denuncia. A remodelação da linguagem, a percepção e a
compreensão da obra de arte, proporciona uma alteração estética objetivando demonstrar, na
sua roupagem, a essência da realidade (MARCUSE, 2013).
Seguindo essa perspectiva, no produto comum o caráter de fetiche tem como objetivo a
ocultação da qualidade do valor-trabalho que ela possui, no produto cultural a suposta
ausência de valor de uso se transforma, ela própria em valor de uso (DUARTE, 2010). Sendo
assim, além do seu valor de mercado, esses produtos e serviços possuem valor cultural, ligado
à unidade de um grupo cultural único, como forma de diferenciação desse grupo específico
em relação aos demais grupos culturais (THROSBY, 2008).
Nesse aspecto, os produtos culturais têm uma importância muito além de seu caráter
material ou do seu valor comercial. Essa importância reside na capacidade desses bens em
carregar e comunicar uma significação cultural ou uma função mais estética ou expressiva do
que apenas uma função utilitária. Enquadram-se nesse conceito, por exemplo, o cinema, a Tv,
a música, o teatro e as artes visuais (DOUGLAS; ISHERWOOD, 1978; HIRSCH, 1972;
SAHLINS, 1976).
26
Para Peltier (2003), os produtos culturais são bens de experiência para os quais o preço
não é indicador de satisfação para o consumidor, visto que a satisfação dos desejos dos
consumidores só se revela após o consumo. Portanto, boa parte dos produtos culturais,
principalmente as artes performáticas (teatro, música, ópera), são serviços que representam
um relacionamento entre prestador de serviço e cliente, no qual o cliente ingressa de um jeito
e sai transformado após a prestação do serviço, por exemplo, uma aula de música, um show de
música ao vivo ou um espetáculo teatral (PELTIER, 2003).
Entre as décadas de 1970 e 1980, os estudiosos fizeram do significado cultural dos bens
de consumo um foco para estudos acadêmicos estabelecendo um subcampo das ciências
sociais nos estudos abrangentes sobre as relações “pessoa-objeto” (BELK, 1982; BRONNER,
1983; FELSON, 1976; FURBY, 1978; HIRSCHMAN, 1980; HOLMAN, 1978; LEISS, 1983;
LEVY, 1978; MACCRACKEN, 1985c; PROWN, 1982; QUIMBY, 1978; RODMAN;
PHILIBERT, 1985; SOLOMON, 1983). Na visão de MacCracken (2007), o significado
carregado pelos produtos, sejam eles culturais ou não, tem uma característica instável que as
teorias, ainda não incorporaram. Sendo assim, o significado cultural dos produtos se localiza
em um mundo culturalmente constituído, no bem de consumo e no consumidor individual,
movendo-se em uma trajetória com dois pontos de transferência: do mundo para o bem
(produto) e do bem para o indivíduo de acordo com a figura 1.
Por outro lado, o que os produtos culturais têm em comum com todos os outros é que,
na sua preparação, utilizam-se recursos econômicos, sobretudo o trabalho humano e o capital.
Tais recursos poderiam ter outro destino e, consequentemente, têm um custo de oportunidade
e um preço. Assim sendo, no que se refere ao valor de troca dos produtos culturais, o preço é
a forma que o valor adquire na circulação. Logo, tem-se que produto cultural, preço de
mercado e preço de produção seriam diferentes configurações advindas do valor de uso em
relação à produção e à dimensão sociológica e simbólica do consumo (HERSCOVICI, 1995).
b) Pós-artesanal: onde a obra do produtor é vendida não diretamente por ele, mas a um
intermediário. Assim, o intermediário (galeristas e marchands) investe na compra da
obra visando lucro. Em contrapartida o artista, continua sendo artesão, muito embora,
num mercado mais complexo. Entretanto, na medida em que essas relações se
tornam predominantes, ele pode começar a produzir produtos de acordo com a
solicitação do comprador;
c) Profissional de mercado: tendo como indicador significativo dessa relação o direito
autoral. Nesse caso, o que vale, de fato, é a produção para o mercado;
d) Profissional empresarial: fase relacionada principalmente aos avanços importantes
nos meios de produção cultural e, especialmente, no uso dos novos meios de
comunicação de massa. Assim sendo, as relações sociais do mercado profissional
continuaram a existir, mesmo havendo um desenvolvimento crescente de algumas
novas relações, no interior de um setor empresarial cada vez mais capitalizado e
investidor.
O processo de assistir e consumir produto e serviços culturais pode ser resultado tanto
de processos anteriores à assistência quanto da experiência acumulada do consumidor destes
produtos ou serviços (CUADRADO, 2002). Nesse sentido, os fins buscados quando alguém
decide consumir um produto cultural podem ser:
Sendo assim, não é razoável falar de um público de serviços ou produtos culturais, mas
sim de “perfis” de consumidores, por exemplo, os consumidores “intensos”, os “ocasionais” e
os “não assistentes” a partir da frequência de consumo; os “tradicionais”, interessados em
consumir cultura pelo prazer proporcionado; os “tecnológicos” que buscam o consumo como
forma de diferenciação de classe. No que se refere à “atitude perante as artes”, há os
interessados e os não interessados em artes (CUADRADO, 2002).
Seguindo esta linha de raciocínio, o mercado cultural inclui três segmentos, segundo a
fonte de receitas: o segmento com receitas provenientes dos consumidores, por meio da venda
de ingressos; o segmento governamental, mediante subsídios para os artistas e para as
organizações culturais; e o segmento cujas receitas são originárias de verbas dos
patrocinadores (COLBERT, 2000). Conforme Silveira et al. (2007), os produtos culturais
podem desempenhar papéis de integração e/ou exclusão social; papéis relacionados aos
processos institucionais de reconhecimento e de valorização da diversidade cultural e; papéis
relativos à cidadania, ao expressar o acesso e a qualificação de informações úteis. No Brasil,
segundo Silveira et al. (2007), os produtos culturais são classificados e agrupados mediante
suas características de produção, disponibilização e consumo, nos grupos:
a) leitura (livros didáticos e não didáticos, revistas, jornais e produtos da mídia escrita);
b) fonografia (CDs, discos de vinil, aparelhos ou equipamentos);
c) espetáculos ao vivo e artes (circo, artes, teatro, balé, museus, shows, música);
d) audiovisual (cinema, práticas amadoras, Tv a cabo equipamentos e conteúdos);
e) microinformática (equipamentos e internet);
f) outras saídas (boate, danceteria, zoológico etc.).
Para Reis (2007), os produtos e serviços culturais são bens criativos por excelência, e
por isso são considerados estratégicos para o desenvolvimento da economia mundial. Essa
economia relacionada à produção de produtos e serviços culturais possui dinâmica própria e,
por isso, desconcerta os modelos econômicos tradicionais (MINC, 2012; UNESCO, 2009).
Vale ressaltar, também, o esforço realizado pela Conferência das Nações Unidas para
Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) nos anos de 2008 e 2010, ao produzir o primeiro e
o segundo Relatório de Economia Criativa (Creative Economy Report). Nestes relatórios, os
setores criativos foram classificados em nove áreas, mais uma vez fica evidenciada a relação
clara entre produto cultural e o conceito de IC, discriminadas em quatro categorias:
patrimônio, artes, mídias e criações funcionais, conforme pode ser observado na figura 2.
Seguindo essa tendência, o MINC, em 2011, definiu as categorias culturais por meio do
escopo dos setores criativos e culturais no Brasil. A seguir, verifica-se o detalhamento de cada
uma destas categorias:
Até recentemente, o escopo dos setores contemplados pelas políticas públicas do MinC
se limitava àqueles de caráter tipicamente cultural (patrimônio, expressões culturais, artes de
espetáculo, audiovisual e livro, leitura e literatura). Ultimamente esse escopo foi ampliado,
contemplando também os domínios de base cultural, com um viés de aplicabilidade funcional
(moda, design, arquitetura, artesanato). Na figura 3, apresenta-se a descrição dos setores
criativos contemplados pelo MINC (MINC, 2011).
Para Campos (2002), a telenovela pode ser identificada como um típico produto da
Indústria Cultural. Resta saber se o advento de um novo meio de comunicação, como é o caso
da Internet, criará um substituto para a telenovela. Talvez a interatividade, a característica
mais inovadora desse meio, possa proporcionar novas probabilidades para o gênero,
garantindo sua sobrevivência.
Para esse estudo, optou-se pela classificação do Minc (2011), no que se refere ao seu
escopo voltado para a IC, pelo fato dessa classificação contemplar todos os produtos culturais
brasileiros possíveis, no que tange à internacionalização de produtos culturais.
Uma das visões sobre a psicologia das preferências é que as pessoas têm valores
subjetivos apenas para combinações de características básicas que definem uma opção
(FISCHHOFF, 1991). Por outro lado, as preferências, para a maioria das outras combinações
35
Insights de
preferência
Habilidade de Benefícios
expressar Disposição
preferências a pagar
Envolviment
o com o
produto
um telefone celular iria depender da percepção de quanto tempo dura o período do contrato do
consumidor (KIM; ZAUBERMAN; BETTMAN, 2012).
Segundo Lee et al. (2002), famílias e indivíduos podem possuir múltiplas preferências
para uma determinada categoria de produto. Estas preferências múltiplas podem ser resultado
de várias pessoas em uma mesma casa, dos usos diferentes e ocasiões de uso e/ou variedade
de produtos. Por conseguinte, os modelos que assumem um único ponto ideal invariante
podem ser operados a partir de uma premissa falsa (COOMBS, 1950; ELROD 1988;
SRINIVASAN; SHOCKER, 1973). Lee at al. (2002) propuseram um modelo de ponto
múltiplo para capturar os efeitos das preferências múltiplas por meio de análise de clusters. A
Premissa básica do modelo foi que os consumidores poderiam possuir um conjunto de pontos
ideais, onde cada ponto representaria uma preferência distinta. Em uma determinada ocasião
de compra, um desses pontos seria “ativado” com alguma probabilidade, e as escolhas seriam
feitas com respeito às suas características.
Van Eijck (2001) pesquisou a preferência por produtos culturais mediante análise dos
gostos musicais dos respondentes do estudo. Dois grandes grupos de consumidores foram
identificados: os ominivores, que gostam de tipos diferentes de música e; os univores, que tem
um gosto musical restrito. O modelo proposto utilizou como variáveis independentes o
gênero; a Idade; o Nível de educação; a Ocupação; a Afinidade artística; a Participação ativa
em música., tendo por variável dependente única a preferência por música.
Valor
utilitário
Preferência Intenções
Valor
hedônico
(1994), que busca identificar a semelhança entre as pessoas pesquisadas por meio das
motivações relacionadas aos valores pessoais, mediante a utilização de uma escala likert de
seis pontos (1 = essa pessoa é muito parecida comigo a 6 = essa pessoa não se parece nada
comigo), conforme a figura 9.
dos subgrupos, com o objetivo de rejeitar ativamente o grupo dominante (JOSIASSEN, 2011;
TRANSUE, 2007) .
Desindentificaçã
o do
consumidor
Julgamentos Propriedade
Vontade do
de de
produtos produto
compra
Etnocentrismo
do
consumidor
dos consumidores, demonstram uma preferência desses consumidores pelos produtos de seu
país de origem. Essa preferência passa pela necessidade de afirmação positiva da identidade
social desses grupos sociais, expressada por meio de um desejo de criar, manter ou melhorar
uma possível diferença intra-grupal de valor, quando comparada aos outros grupos sociais
(TURNER, 1999). Seguindo nesse sentido, a identidade nacional poderia influenciar o
julgamento e a vontade de compra dos consumidores no que se refere aos produtos nacionais
e estrangeiros (ZEUGNER-ROTH; ZABKAR; DIAMANTOPOULOS, 2015). Ainda sobre a
identidade nacional, os países estrangeiros e seus produtos, poderiam ser vistos com
indiferença, simpatia, ou mesmo admiração, contanto que o grupo dominante não seja
ameaçado. Essa ameaça poderia ser vista como uma possível variável moderadora entre os
constructos “identidade nacional” e “julgamentos/atitudes”, em relação aos produtos de um
país (BREWER, 1999; BROWN, 2000; ZEUGNER-ROTH; ZABKAR;
DIAMANTOPOULOS, 2015). No modelo estrutural testado por Zeugner-Roth; Zabkar;
Diamantopoulos (2015), essa moderação não foi avaliada, conforme a figura 11.
Atitudes em
Etnocentrismo relação ao
do consumidor país
Doméstico/Estrangeiro Doméstico/Estrangeiro
Identidade
nacional Julgament Vontade
o do de
produto compra
Cosmopolitanism
o
Variáveis sociodemográficas
Fonte: Zeugner-Roth, Zabkar e Diamantopoulos (2015, p. 31). Traduzida pelo autor (2016).
Nas pesquisas de marketing, entre as escalas mais utilizadas para medir a identidade
nacional, pode-se citar as escalas utilizadas por Doosje, Ellemers e Spears (1995), Mlicki e
Ellemers (1996), que analisaram a identidade nacional por meio de constructos
46
sociopsicológicos, Roth e Romeo (1992) que analisaram a identidade nacional a partir dos
conceitos de individualismo, distância do poder e diminuição da incerteza de Hofstede (1984),
Keillor et al. (1996), que verificaram os conflitos existentes entre a identidade nacional e o
etnocentrismo dos consumidores, Der-Karabetian e Ruiz (1997) que estudaram a identidade
nacional dos imigrantes americanos e Verlegh (2007), que analisou a influência da identidade
nacional no julgamento e na vontade de compra dos indivíduos.
da vida e da realidade cotidiana do país. Por outro lado, apesar da falta de identificação com
símbolos tradicionais da Escócia, os consumidores reconheceram que o uso desses símbolos
para se comunicar com grupos externos poderia gerar uma possível interação com os atributos
essencialmente escoceses.
D
A B C
Identidade da Imagem nacional Imagem da
marca nacional percebida nação-marca
( Dimensões nacionais) pelos outros (Associações com
(Estereótipos e reputação) a marca-nação)
CRANE, 2002; HOLT, 1997; KORFF, 2003; REARDON; MILLER; VIDA; KIM, 2005), em
segundo lugar, pode-se observar o conceito de identidade translocalizada que versa sobre a
implantação exclusiva da cultura global para construir a identidade de um “cidadão global”
(ALDEN et al., 1999; ALDEN et al., 2006; KEARNEY, 1995; MARSELLA, 1998), em
terceiro lugar, nota-se o conceito de identidade deslocalizada que seria a implantação
exclusiva de uma cultura ligada às localidades específicas em uma localidade diferente da
residência como único imperativo para interpretação da identidade. Essa cultura
deslocalizada, apresentanda nos discursos de identidade, pode ser a cultura de origem (étnica)
ou uma cultura associada a um determinado país estrangeiro (LUNA; PERACCHIO, 2005;
WALLENDORF; REILLY, 1983), em quarto lugar, apresenta-se o conceito de identidade
híbrida localizada/translocalizada, onde as culturas locais e globais estariam integradas como
aspectos da identidade dos grupos sociais (ARNETT, 2002; ASKEGAARD, 2006;
HERMANS; KEMPEN, 1998; KJELDGAARD; OSTBERG, 2007; RITZER, 2003;
ROUDOMETOF, 2005), em quinto lugar, observa-se o conceito de identidade híbrida
localizada/deslocalizada relacionadas às culturas locais, ligadas à localidades específicas,
integradas como aspectos de identidade. Essas culturas deslocalizadas poderiam ser uma
cultura de origem étnica, uma cultura ligada aos sub-grupos coresidentes, e/ou ficariam
associadas a um determinado país estrangeiro (COCKBURN, 2002; CROSS; GILLY, 2014;
JAMAL, 2003; OBERECKER et al., 2008; POLLOCK; VAN REKEN, 1999), e por fim, tem-
se o conceito de identidade localizada/deslocalizada/translocalizada que se refere às culturas
locais e/ou globais, ligadas à localidades específicas, integradas como aspectos de identidade.
Essas culturas deslocalizadas poderiam ser a cultura de origem (étnica), a cultura dos sub-
grupos coresidentes e/ou a cultura associada a um determinado país estrangeiro (ARNETT,
2002; ASKEGAARD et al., 2005; HOLLIDAY, 2010).
Lun e Bond ( 2006) argumentaram que uma pessoa que apresenta alta afabilidade, em
contra partida,também apresentam níveis de abertura muito baixos aos grupos de fora, visto
que atribuem um nível maior de relacionamento harmônico com os elementos do seu grupo de
convívio (país de origem). Esta tendência implica em uma relação negativa com a
identificação global. Por outro lado, uma orientação mais inter-cultural pode estar relacionada
com o conceito de “abertura à experiência”, particularmente importante para a aceitação e
interesse em culturas e eventos de fora das fronteiras nacionais (ARROW; SUNDBERG,
2004).
Para Levy et al. (2007), uma mentalidade orientada para a perspectiva mundial (global),
está caracterizada por traços tais como abertura para experiências culturais diferentes, uma
vontade ou curiosidade para saber mais sobre como o mundo funciona, uma capacidade de se
adaptar e reconhecer as interligações complexas, e a habilidade de compreender a mundo
com toda a sua complexidade, diversidade e ambiguidade.
O entendimento sobre a identidade nacional é importante para esse estudo, pelo fato do
possível relacionamento entre os constructos da pesquisa e o nível, maior ou menor de
apropriação, pelos indivíduos, de uma identidade relacionada ao consumo de produtos
culturais brasileiros. Diante disso, os conceitos que norteiam o pesquisador, dizem respeito à
identidade como o conjunto de costumes, comportamentos, valores, obras, podendo estar
relacionada, também, aos elementos socioculturais, como a língua e a religião (PAVIANI,
2004), o entendimento de que as identidades podem ser definidas e configuradas no consumo,
mediante o acesso que alguém tem ou que poderia ter aos bens materiais, estéticos e culturais
(CANCLINI, 2002) e de que a hibridação intercultural reconstrói as identidades regionais e
nacionais, visto que o conceito de nação pode ser visto como o entrecruzamento, nos cenários
multideterminados, de uma diversidade de sistemas simbólicos (NERCOLINI, 2006).
A escala de identidade nacional utilizada para testar o modelo estrutural desse estudo
será a escala de Der-Karabetian e Ruiz (1997) adaptada por Westjohn, Singh e Magnusson
(2012), para as estratégias de posicionamento a partir da cultura de consumo global e/ou local.
Portanto, os constructos identidade nacional e identidade global serão testados a partir da
mesma scala.
Uma das escalas mais utilizadas para medir as tendências etnocêntricas do consumidor,
a CETSCALE, foi desenvolvida por Shimp e Sharma (1987). Essa escala tem sido utilizada
por muitos pesquisadores para explicar o comportamento dos consumidores a partir de
produtos e países diferentes (BALABANIS; DIAMANTOPOULOS, 2004; GIRALDI;
IKEDA, 2009; HUSTVEDT et al., 2013; SIAMAGKA; BALABANIS, 2015).
Internacionalismo (+)
(+)
(-) (-)
acolhimento (Estados Unidos) foi maior para aqueles que tinham adotado uma dupla
identidade étnica (asiático-americanos) e para os imigrantes altamente aculturados,
independentemente de sua identidade étnica.
formas de consumo mais local a formas mais cosmopolitas. Ambos os conceitos (consumo
local e consumo cosmopolita) estão baseados na abertura direcionada a uma ampla quantidade
de gostos e compromissos culturais.
Segundo Jin et al. (2015), enquanto não há evidências suficientes, sugerindo que os
consumidores dos países desenvolvidos têm percepções desfavoráveis em relação aos
produtos importados dos países em desenvolvimento (PAPADOPOULOS et al., 1990), tais
percepções vêm sendo alteradas, visto que a fabricação de produtos de baixo custo tem
aumentado nos mercados em desenvolvimento (CHAO, 1993). Diante disso, os consumidores
com uma perspectiva cosmopolita, advindos dos mercados desenvolvidos, acabam por
considerar os produtos de baixo custo como sendo produtos relacionados às marcas nacionais
ou, alternativamente, demonstram uma resposta favorável em direção às marcas dos países
estrangeiros, por meio de uma possível associação com alguma marca nacional (CANNON;
YAPRAK, 2002; STEENKAMP; DE JONG, 2010).
consumidores dos países desenvolvidos, o cosmopolitanismo expõe uma relação positiva com
imagem do produto doméstico. Este resultado é consistente com o literatura (SHUKLA,
2011). Em contra partida, diante da crescente globalização e do desenvolvimento econômico,
os consumidores com níveis elevados de cosmopolitanismo, dos países em desenvolvimento,
podem perceber que os produtos/marcas nacionais (domésticas) chegam cada vez mais
competitivos no mercado consumidor, ou até de forma igual aos produtos/marcas dos países
desenvolvidos. Conforme Jin et al. (2015), o cosmopolitanismo nem está positivamente
relacionado à imagem do produto doméstico, para os consumidores de países em
desenvolvimento, nem está negativamente relacionado com a imagem do produto doméstico.
Esse resultado contradiz a pesquisa de Li et al., (1997), conforme a figura 15.
Cosmopolitanism Etnocentrismo
o do consumidor
H1+
H4
H2+
H3+
Nível de Imagem país
Imagem país desenvolvimento do produto
do produto do país estrangeiro
doméstico
Nível de
desenvolvimento
do país
Renda Gêner Idad estrangeiro
o e
Fonte: Jin et al. (2015). Traduzida pelo autor (2016).
Segundo Parst (2013), a capacidade real dos consumidores para identificar as origens
nacionais para marcas raramente foram encontradas nos modelos existentes, mesmo apesar da
crescente preocupação sobre qual é o conhecimento do consumidor sobre as origens de
produtos/marcas nacionais. Esses resultados estão de acordo com os resultados encontrados
por Balabanis e Diamantopoulos (2008), Samiee et al. (2005) e Zhou et al (2010), conforme a
figura 16.
H2- H4-
Cosmopolitanismo Identificação
da
H3+ origem da marca
H1+ H5+
Compra de
produtos
estrangeiros
O termo “afinidade” tem sido utilizado na literatura de Marketing em três contextos que
vão além da afinidade para com os países estrangeiros: afinidade de marketing, afinidade
cultural e afinidade de comunicação intercultural. O termo “afinidade marketing” é usado para
descrever o ato de combinar os benefícios para um grupo de afinidade com os benefícios para
com o indivíduo (WOO; FOCK; HUI, 2006). Os resultados das pesquisas sugerem que a
“afinidade cultural” está relacionada com a distância psíquica (SWIFT, 1999), com a
adaptação às necessidades do mercado externo (HALLÉN; JOHANSON, 1985), com a
facilidade em adotar uma nova tecnologia (PHILLIPS; CALANTONE, 1994), com as marcas
globais guarda-chuvas e com o comércio responsável (WOOD; PITTA; FRANZAK, 2008).
Kupka, Everett e Cathro (2008) desenvolveram a escala de afinidade de comunicação
intercultural para avaliar a afetividade dos expatriados para com os países de acolhimento.
Além disso, o conceito de afinidade internacional captura um lugar central nas pesquisas de
relações internacionais e em ciência política (MAOZ; KUPERMAN; TERRIS; TALMUD,
2006).
risco no consumo (marcas conhecidas vs. novas marcas), visto que pode existir uma
familiaridade com certos países por parte do consumidor (OBERECKER;
DIAMANTOPOULOS, 2011), conforme a figura 17.
(+)
Afinidade Risco
de consumo percebido
(-)
(-) (-)
Vontade
Imagem do (+) de
país comprar
Micro (+)
(-) (-)
Imagem do (+)
país Etnocentrismo
Macro do consumidor
A investigação sobre afinidade cultural sugere que pessoas podem desenvolver uma
sensação de agrado, simpatia e/ou apego (OBERECKERET et al., 2008), em direção a uma
determinada cultura estrangeira. Essa afinidade poderia envolver essas perspectivas por meio
das experiências físicas das pessoas (com outras pessoas) ou não-físicas, que seriam as
experiências que representam uma cultura específica relativas à cenários, mídia e marcas,
(USUNIER; LEE, 2005; JAFFE; NEBENZAHL, 2006). Portanto, a acessibilidade de culturas
63
estrangeiras, por meio de canais de globalização permite que pessoas se conectem a eles
mediante a imaginação, integrando-os como aspectos das identidades multiculturais
globalizadas (HERMANS; KEMPEN, 1998; CRAIG; DOUGLAS, 2006).
A familiaridade pode ser entendida como uma extensão das experiências diretas e
indiretas que o consumidor tem com uma marca, produto ou serviço, sendo um antecedente
moderador da relação entre efeito país de origem e a boa vontade do consumidor em comprar
produtos e serviços (CAMPBELL; KELLER, 2003; JOSSIASEN; LUKAS; WHITWELL,
2008; KOSCHATE-FISCHER; DIAMANTOPOULOS; OLDENKOTTE, 2012). Sendo
assim, a força do efeito país de origem pode estar relacionada à familiaridade dos
consumidores por determinados países (JOSSIASEN; LUKAS; WHITWELL, 2008).
Para Van Trijp et al. (1996), a influência esperada de familiaridade com a marca
susceptível de variação, depende de um baixo ou alto envolvimento do consumidor na
situação de compra. Esse envolvimento refere-se a percepção subjetiva do consumidor da
relevância pessoal de um objeto, atividade ou situação. Em uma situação de baixo
envolvimento os consumidores são propensos a considerar um aspecto de efeito país de
origem extrínseca que seja importante para sua determinação em comprar produtos e serviços,
pelo fato de estarem altamente familiarizados. Diante disso, tem-se que o uso de uma
informação ajuda os consumidores a simplificar uma decisão, pela possível redução da
complexidade e pela minimização do esforço no momento da decisão (VAN TRIJP et al.,
1996; VERLEGH; STEENKAMP; MEULENBERG, 2005).
Schweiger et al. (1997) apontaram que o efeito país de origem é indicado para a
descrição da influência do país de origem nas atitudes, percepções de produto e
comportamento do consumidor. Essa influência é determinada por sentimentos relacionados
ao país e a estimativas racionais da qualidade do país, associados por intermédio da imagem
expressa pela etiqueta “made in”. Portanto, pode existir uma relação entre as preferências dos
consumidores pelos produtos de um país e a percepção da cultura, economia e políticas desse
mesmo país (MOSSBERG; KLEPPE, 2005). Assim, a imagem da marca é, no que tange ao
67
território, o reflexo da sua personalidade (RAINISTO, 2007). Na verdade, tal como um país,
uma cultura ou um povo, as marcas possuem um valor emocional e social para os
consumidores (KOTLER; GERTNER, 2002).
Segundo Kotler (2000), imagem e identidade são conceitos diferentes. A identidade está
relacionada à identificação e posicionamento de bens de consumo. Imagem é a maneira como
o público vê a empresa ou seus produtos. Uma imagem efetiva precisa estabelecer a
personalidade do produto e a proposta de valor; deve transmitir essa personalidade de maneira
distinta, para que não seja confundida com a dos concorrentes; deve comunicar um poder
emocional que vai além de uma simples imagem mental.
Anholt (2005) propôs um indicador para medir o poder e a atratividade da marca dos
países mediante a percepção dos consumidores sobre as características e a personalidade
dessa marca país. O turismo foi utilizado como aspecto mais visível da marca de um país.
Assim sendo, visto que as agências de turismo gastavam muitos recursos “vendendo” os
países ao redor do mundo, a exportação estava ligada ao nível de satisfação das pessoas em
relação aos produtos e serviços de cada país.
Nesse aspecto, tem-se que o efeito país de origem (COO) tem sido uma das áreas mais
pesquisada na literatura de marketing (BILKEY; NES, 1982; LIEFELD; 1993;
PAPADOPOULOS; HESLOP, 2003; PETERSON; JOLIBERT, 1995; PHARR; 2005;
VERLEGH; STEENKAMP, 1999). Nesses estudos, o poder preditivo do efeito país-de-
68
origem sobre os resultados das variáveis foi maior quando a variável dependente era a
avaliação do produto e menor quando a variável dependente utilizada era a intenção de
compra (PETERSON; JOLIBERT, 1995; VERLEGH, 1999).
Por outro lado, o efeito país-de-origem também parece variar entre categorias de
produtos, especialmente para produtos tecnicamente mais complexos. Para os produtos de
moda o efeito parece ser maior (LIEFELD, 1993). No que tange ao risco e a qualidade, os
produtos provenientes de países em desenvolvimento são percebidos como mais arriscados e
de qualidade inferior em comparação aos produtos provenientes de países altamente
desenvolvidos (VERLEGH; STEENKAMP, 1999).
As atitudes em relação a um país nas pesquisas sobre efeito país-de-origem são vistas
como um constructo continuum que pode variar de negativo para positivo. Assim sendo, as
atitudes positivas ou negativas, em relação a um país, podem levar os consumidores a fazer
inferências positivas ou negativas sobre a qualidade dos produtos daquele país, e esta
inferência é refletida nas compras dos produtos (RUSSELL et al., 2011). Existem estudos que
ressaltam os sentimentos negativos, as animosidades, em relação a um ou vários países
(KLEIN et al., 1998, KLEIN, 2002; NIJSSEN; DOUGLAS, 2004; OBERECKER et al., 2008;
RIEFLER; DIAMANTOPOULOS, 2007;). No outro lado do continuum do conceito de
atitudes, os julgamentos positivos sobre um país também podem ter impacto nas decisões de
consumo.
1. avaliação de produtos;
2. estereotipização;
3. efeitos dos fatores demográficos na percepção do consumidor em relação a produtos
importados;
4. risco percebido como determinante do efeito país-de-origem;
5. efeito país-de-origem na decisão de aquisição de serviços.
H3
Lealdade à marca H6
(Lo)
Consistência do
efeito país-de-
origem
H1
H4
Imagem da marca H3
Intenção de compra
Congruência do Self H2
70
Efeito
país-de- H1
origem
H4 Força da
Atitude da
H2 marca marca
Patriotism
o
H3
Estereótipos do
país (+/-)
Cognições Procedimentos
de diagnósticos
- Sentimentos
sobre o país Formação de
Efeito Formação
(+/-) respostas de
Emoções da atitude
país-de- - Desejo de enfrentamento
origem do produto
afiliação ao às respostas de
país comportamento
Preocupações
Normas de humor (+/-)
ajudando para o
bem-estar de
um país
Ayrosa (1998, 2002a, 2002b) desenvolveu uma escala para mensurar os elementos que
contribuem para a construção da imagem de país, englobando aspectos cognitivos e afetivos.
Esse autor avaliou a imagem que os brasileiros faziam de quatro países (Alemanha, Canadá,
Japão e Venezuela), utilizando-se da adaptação da escala de Pisharodi e Parameswaran
(1992), por meio de frases ao invés de adjetivos, buscando ajustar a mensuração aos aspectos
culturais brasileiros. As dimensões identificadas junto aos entrevistados brasileiros foram: a)
atitudes em relação a produtos e ao povo; b) atitudes em relação às artes; c) resposta afetiva;
d) marketing.
Personalidade
Afinidade marca
país AFIN H2 PERS
H5
H3 Intenção de
compra H6
WILL
Entre as escalas mais utilizadas, para medir o efeito país de origem, podemos citar as
escalas de Martin e Eroglu (1993), Pisharodi e Parameswaran (1992, 2002), Nesse estudo
74
optou-se pelo efeito país-de-origem como constructo integrante do modelo a ser testado, pela
importância desse constructo para pesquisa, no que diz respeito à imagem do Brasil no
exterior e à possibilidade de internacionalização da marca Brasil para outros países, quando se
relaciona essa marca aos produtos culturais brasileiros. Assim sendo, a escala utilizada para a
análise do modelo a ser testado será a escala de Pisharodi e Parameswaran (1992, 2002),
adaptada por Ayrosa (2002) e Guina e Giraldi (2012).
A intenção de compra pode ser vista como uma tendência de ação individual, no
entanto, diferente da atitude de compra. Assim sendo, enquanto atitude significa a avaliação
dos produtos, a intenção seria a motivação pessoal no sentido de realizar um comportamento.
Em outras palavras, seria a consciência do indivíduo em fazer uma tentativa de comprar um
produto ou uma marca (FISHBEIN; AJZEN, 1975; BAGOZZI; BUNKRANT, 1979). A
intenção de compra pode ser definida, também, como a decisão de agir ou a ação fisiológica
que manifesta um comportamento individual, de acordo com um tipo produto (WANG;
YANG, 2008).
Alguns pesquisadores acreditam que a intenção de compra é "o que nós pensamos nós
compraremos", motivada pela sensação ou a probabilidade percebida de comprar os produtos
que são anunciados (PARKVITHEE; MIRANDA, 2012). Outras pesquisas mostraram que as
características específicas dos produtos, a percepção dos consumidores, o país de origem e a
percepção sobre a imagem de um país, têm uma influência sobre a intenção de compra dos
consumidores (WANG; BARNES; AHN, 2012).
sobre um produto, eles baseiam a sua escolha nos aspectos que lhes são mais familiares ou
mais facilmente reconhecidos (JACOBS; DE KLERK, 2007), ou no que acreditam estar bem
informados, ou no que acreditam ser mais “popular”, mais conhecido ou naquilo que
apresentaria uma forte reputação (MITCHELL; BOUSTANI, 1992).
De acordo com Ajzen e Fishbein (1980), a teoria da ação racional sugere que a
intenção de uma pessoa estaria baseada em duas determinantes básicas: atitude em relação ao
comportamento e normas subjetivas. As normas subjetivas baseiam-se na suposição de que os
seres humanos são racionais e usam as informações de que dispõem sistematicamente. A
atitude para o comportamento determinante, em contra partida, é pessoal. Desse modo, a
atitude é uma avaliação positiva e/ou negativa do indivíduo para realizar determinado
comportamento. As normas subjetivas, por outro lado, refletem a influência social de um
indivíduo durante a execução de sua/seu comportamento, por meio das pressões sociais
colocadas sobre ele/ela para mostrar um comportamento particular. Dependendo da situação,
pode ocorrer um domínio da atitude em relação a comportamento ou um domínio da norma
social. Consequentemente, os pesos relativos dos fatores atitudinais e normativos diferem de
pessoa para pessoa (AJZEN; FISHBEIN, 1980).
Envolvimento Qualidade
percebida
Intenção de
compra
Valores Satisfação
Autointerpretação
Independente Interdependente
Diferenças individuais
Similaridade evitada
No que tange ao efeito país de origem, quando a intenção de compra está relacionada à
imagem do país, tem-se que essa imagem pode influenciar a opinião do cliente sobre a
qualidade do produto. Quando o efeito da imagem do país controla a intenção de compra há
uma conexão entre a imagem cognitiva do país e a intenção de compra. A imagem cognitiva
do país estaria refletida nos aspectos tecnológicos e econômicos, que poderiam influenciar a
imagem de produto. Em contra partida, a imagem do país pode ter, também, uma influência
indireta na intenção de compra. Por conseguinte, quando as pessoas estão familiarizadas com
80
o produto, elas tendem a usar o país de origem como informação para sua intenção de compra
(BILKEY; NES, 1982; CHEN et al., 2011; LAROCHE, et al., 2005; PAPADOPOULOS;
HESLOP, 1993).
Para esse estudo, a intenção de compra será testada a partir das escalas de Shirin e
Kambiz (2011) e Oberecker e Diamantopoulos (2011). Desse modo, tem-se que essas
métricas contemplam os objetivos da pesquisa, tendo em vista que o estudo busca uma
compreensão da intenção de compra dos consumidores portugueses, no que tange aos
produtos cultuais brasileiros. Sendo assim, essa pesquisa procura entender que tipo de
informação e conhecimento esses consumidores tem sobre o produto cultural brasileiro, visto
que são produtos estrangeiros para o contexto português e, quais são os aspectos fundamentais
que motivam a intenção de compra desses consumidores.
imagem do país sobre a atitude relacionada aos produtos. Além disso, o componente cognitivo
da imagem do país obteve um impacto bastante significativo sobre as crenças dos
consumidores, o componente afetivo obteve um impacto significativo sobre a avaliação e o
componente conativo da imagem país obteve o impacto mais significativo sobre a intenção de
compra dos pesquisados. Portanto, teoricamente, os resultados confirmaram a influência do
componente cognitivo no componente afetivo, enquanto que os impactos do componente
afetivo no componente conativo e do componente cognitivo no componente conativo, não
foram contemplados nos resultados apresentados, conforme a figura 27.
Aspectos Crenças
cognitivo
s
Aspectos
Avaliaçõe
afetivos
s
Aspectos Intenção
conativos de compra
Meyer (1996) definiu a internacionalização como o artifício pelo qual uma empresa
desenvolve o nível das suas atividades de valor aumentado fora do país de origem. Para Calof
e Beamish (1995), a internacionalização é o processo de adaptação das operações da empresa
aos contextos internacionais. Freire (1997) analisou a internacionalização por meio da
extensão das estratégias ligadas à produtos/mercados e da integração vertical para outros
países. Assim sendo, nota-se que uma definição clara e concisa sobre o que é
internacionalização ainda não se concretizou.
Ao longo do tempo, para compreender por que as empresas fazem comércio entre
fronteiras, o foco passou da nação para a empresa, visto que a partir do conceito de vantagem
competitiva (BARNEY, 1991; PORTER, 1990), o papel das competências que ajudam as
empresas a ingressarem no mercado internacional se tornou significativo para a academia.
Portanto, as principais teorias de comércio e investimento internacional podem ser divididas
em dois grandes grupos: as teorias relativas às nações e, as teorias relativas às empresas,
conforme a figura 28.
Teorias contemporâneas:
1. Vantagem competitiva das nações
Como as nações intensificam a 2. Modelo diamante de Porter
vantagem competitiva? 3. Política industrial nacional
4. Nova teoria do comércio
Teorias de comércio e
investimento internacional
Internacionalização de empresas
1. Processo de internacionalização
Como e por que as empresas se 2. As empresas bornglobal e o
internacionalizam? empreendedor internacional
Segundo Cavusgil et al. (2010), os riscos nos negócios internacionais estão relacionados
ao risco intercultural, ao risco comercial, ao risco cambial e ao risco país. O risco
intercultural, que poderia influenciar a internacionalização de produtos culturais, é
exacerbado, primeiramente, pela orientação etnocêntrica (o uso da nossa própria cultura como
padrão de referência na avaliação das outras culturas) que estão baseadas na crença de que a
85
própria raça, etnia, religião é, de certa forma, superior às outras raças. Em segundo lugar, tem-
se que a orientação policêntrica do risco intercultural refere-se ao modelo mental do país
anfitrião em que o gestor desenvolve grande identidade com a nação onde se conduz o
negócio. E, por fim, a orientação geocêntrica está relacionada ao modelo mental globalizado
pelo qual o gestor compreende um negócio sem levar em consideração as fronteiras nacionais.
Diante disso, tão importante quanto definir o que é cultura consiste em definir, também,
o que não é cultura, visto que esse aspecto é de fundamental importância na
internacionalização de produtos e serviços. Assim sendo, a cultura nem é certa nem errada, é
relativa; a cultura não se refere ao comportamento individual, refere-se aos grupos; a cultura
não é inata, é resultado do ambiente social. Cavusgil et al. (2010) afirmaram que a
compreensão da natureza da cultura, no que diz respeito às diferenças de hábitos, costumes,
linguagem e modos de pensar, pode ser observada a partir da metáfora do iceberg de acordo
com a figura 29.
Cultura popular
Composição cultural
De qual estamos - Humor - Religião - Etiqueta - Dança Folclórica
cientes - Música popular - Culinária - Vestuário - Namoro
- Ritos de passagem - Dieta
Cultura profunda
culturais das classes dependentes, não se resumindo à reprodução de uma cultura industrial
mundial. Diante disso, a cultura-internacional-popular nasce, circula e é consumida, como
mercadoria distribuída, em diferentes mercados nacionais e internacionais, simultaneamente
(IANNI, 1995; ORTIZ, 1997).
A relação entre a cultura pop e a lógica capitalista que se tornou dominante a partir da
segunda metade do século XX, ao mesmo tempo em que adentra as culturas periféricas se
impondo como cultura hegemônica, coexiste com as sensibilidades locais. Este processo de
globalização econômico-cultural gera várias críticas, a maior parte delas atentando para o
perigo de uma homogeneização cultural e perda das identidades locais. Por outro lado,
Huyssen (2006) vê a Pop Art como expressão pós-modernista, mas diretamente relacionada
ao modernismo e à vanguarda. Para Kellner (2001), na cultura pop há traços mordernistas e
pós-modernistas simultaneamente.
desenvolvimento, quer indiretamente, pela aproximação das culturas dos países com o
objetivo de estimular o comércio bilateral.
como um produto cultural japonês. Nesse contexto, tem-se que o modo de entrada mais
propício para os pequenos e médios empreendimentos seria a exportação de forma direta ou
indireta, mediate a utilização de intermediários e agentes comerciais (SU; POISSON, 2000).
Nesse caso específico, tem-se que a estratégia de internacionalização buscou dois caminhos: o
processo produtivo da cerâmica utilizada na cerimônia do chá e a influência do princípio Zen
japonês nesse produto em particular.
Visto que o produto cultural pode ser visto com uma prestação de serviço, nota-se a
possibilidade de utilização de uma abordagem ligada às marcas de produtos e serviços.
Segundo Lovelock e Wirtz (2006), os aspectos que contribuem para uma maior demanda de
serviços são: as políticas governamentais, as mudanças sociais, as tendências de negócios, os
avanços na tecnologia da informação e, a internacionalização. Diante disso, a importância da
marca, no âmbito do consumo, resulta no fato de que a distinção final de um produto se dá
pelo valor da marca, mediante a tradução do valor de uso para o comprador de um
determinado produto. Assim sendo, a marca também pode ser vista como o principal recurso
89
do marketing para estabelecer a melhor relação possível entre valor de troca e valor de uso
(SERRALVO, 2008).
Sendo assim, Dalpra (2009) definiu públicos a partir da elaboração de mindstyle (estilo
de mente) elaborado por um programa específico. Esses mindstyles são ordenados em uma
matriz e induzem a reflexão e compreensão das informações coletadas sobre o
comportamento das pessoas em cada região do país. Esses traços pontuam possibilidades a
serem analisadas como meio de novas ideias em design, comunicação e estratégias de
negócios. São onze os mindstyles: Unique & Universal, Square & Share, Magnetic e
Magmatic, Deep e Daily, Creative & Critical, Sixth & Sense, Crucial e Correct, Core &
Care, Net & Nomadism, Essencial & Existencial, Choc & Chaos. Portanto, cada mindstyle
representa um público-alvo específico conforme o quadro 3.
Outro produto cultural que obtém destaque internacional é a literatura. Nomes como
Machado de Assis e Paulo Coelho são traduzidos para várias línguas e vendidos em livrarias e
lojas virtuais no mundo todo. Diante disso, a Fundação Biblioteca Nacional (FBN), do MINC,
vai investir, até 2020, US$ 35 milhões em uma ampla política pública de longo prazo que visa
ampliar a presença do livro brasileiro no exterior. Esses valores serão empregados tanto para
financiar a tradução de obras como para divulgar os autores e a literatura nacional fora do país
por meio de participação em eventos de prestígio, programas de residência e apoio a viagens,
palestras e encontros (FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, 2012). Um dos principais
pilares dessa política é Programa de Apoio à Tradução e à Publicação de Autores Brasileiros
no Exterior.
música brasileira a partir da análise do desejo do público e do relacionamento com seus pares.
Portanto, apesar da complexidade do mercado, existe: a criação e a produção de uma matéria
rara (criação musical) de um lado e, do outro lado, o desejo de consumir tal produção
(produção musical baiana) (VASCONCELOS, 2008).
década de 70, do século passado, o Grupo Abril passou a produzir e a criar histórias com
personagens da Disney, constituindo em 1989 a Abril Jovem, e a comercializar a produção em
espanhol na América Latina. Estratégia também utilizada na Espanha e em Portugal (com o
idioma português). Assim, iniciou o processo de internacionalização “de dentro para fora”
(contra-fluxo) (CABRAL, 2008).
Em 1999, o grupo midiático, formado pela Abril e Controljornal, foi procurado pelo
grupo suíço Edipresse que também se tornou um dos parceiros, resultando em 1/3 de ações
para cada sócio. A criação da Editorial Primavera na Espanha foi outro passo dado pelo
Grupo Abril no processo de internacionalização “de dentro para fora” baseado na aposta em
sua experiência com revistas em quadrinhos. No período de 1990 a 1996 passou a atuar na
Colômbia por meio da Editora Cinco com operações em toda a América Latina. Hoje a
presença do Grupo Abril no exterior se dá por meio de assinaturas internacionais em 73
países, sendo que todas as revistas são editadas no idioma português (do Brasil) (CABRAL,
2008).
Outro produto cultural brasileiro, oriundo das favelas diretamente para Frankfurt, os
grafites elaborados por doze artistas brasileiros mudaram a cor do maior evento do mundo no
mercado editorial, a Feira do Livro de Frankfurt em 2013. A exposição Street-Art Brazil –
Graffitti apresentou a diversidade do grafite brasileiro bastante diferente do trabalho norte-
americano e europeu, tanto na estética quanto no conteúdo. Entre as obras de arte dos
brasileiros que também tomaram conta de grandes museus em Frankfurt, naquele ano,
estavam as formas e texturas de Helio Oiticica, transformando peças básicas em uma grande
obra de arte e oito instalações na exposição Brasilianas feitas por artistas clássicos, como
Neville d'Almeida, Lygia Clark, Tunga e Cildo Meirelles. O Museu de Artes Aplicadas
(MAK), expos o trabalho do designer gráfico paulista Alezandre Wollner, considerado como
95
2.10 As relações de poder conforme Nye Jr. (2004, 2011): hard power, smart
power e soft power
A habilidade dos indivíduos para impor seus desejos sobre outros e obrigá-los a
executar determinadas ações, mesmo contra sua própria vontade, pode ser vista como uma
definição de poder (MCBRIDE, 2011). Nesse contexto, o poder pode ser aplicado para
imposição e manutenção da lei e da ordem, as quais coordenam, regulam e controlam o
comportamento coletivo em uma comunidade ou sociedade específica, e também fora dela.
Wolf (1999) destacou a importância de se estender o nível macro de poder, para o que ele
denominou de poder estrutural, o qual organiza e administra a interação sistêmica na
sociedade e entre elas, com a direção das forças econômicas e políticas, além das forças
ideológicas as quais moldam ideias, crenças e valores. Na busca por tentar influenciar os
Estados, as corporações multinacionais exercem um poder estrutural que pode estar associado
à importância relativa das empresas nas economias nacionais. Em síntese, as economias
nacionais, em maior ou menor grau, são estruturalmente dependentes do capital
(BERHANGEN, 2003; GILL; LAW, 1993). Portanto, o poder estrutural das empresas
97
O poder estrutural das empresas multinacionais em relação aos Estados poderia ser
medido resgatando-se os conceitos de sensibilidade e vulnerabilidade expostos por Keohane e
Nye Jr. (2001). A sensibilidade se refere ao grau de resposta a uma política: o quão rápido um
país traz mudanças custosas aos outros países e o quão grande são estes custos. Por outro
lado, a vulnerabilidade diz respeito à disponibilidade e ao custo das alternativas diante da
situação de interdependência.
O emprego da noção de soft power (poder brando) para analisar as ações EUA nas
relações internacionais foi cunhado por Nye Jr. (2004, 2011). De acordo com essa visão, o
poder brando seria a habilidade de um ator persuadir outros a fazer o que ele deseja sem o
emprego da força ou coerção, ou seja, sem recorrer ao poder bruto (hard power). Diante disso,
tem-se que o soft power se origina na dimensão cultural, no exercício das políticas públicas,
nos valores e na percepção causada a partir de um contexto específico, podendo ser exercido
por um Estado ou por outros agentes entre os quais, podem ser citados, as Organizações Não
Governamentais, os organismos internacionais e as empresas. No entanto, a atração nem
sempre determina as preferências de um determinado agente, mas, certamente, pode alterar a
sua percepção e, indiretamente, influenciar o resultado desejado pelo agente com o poder
brando (SARFATI, 2009).
More (2012) mostrou que o poder de uma nação se dá ou pelo Hard Power ou pelo Soft
Power. No entanto, o soft power é resultado de fatores variáveis e tem fins específicos, não
podendo ser direcionado ao acaso, devendo sempre buscar uma resposta na população, ou
seja, a aceitação dessa mediante o seu exercício. Gueraldi (2005) avaliou o conceito de Soft
Power e afirmava que este surgiu com a finalidade de esclarecer como se constituía o poder
dos Estados Unidos no fim da década de 1980. Na análise conceitual de Nye Jr. (2004), o soft
power nos remete a um ambiente internacional no qual o multilateralismo, a cooperação e as
instituições liberais são predominantes na vertente do internacionalismo liberal. Assim, visto
que a força não resolve todos os conflitos, há outras maneiras de um dado ator (A) influir no
comportamento de outro(s) (B, C...) para levá-lo(s) a agir de modo a satisfazer os interesses
98
Para Nye Jr. (2011), alguns aspectos da revolução da informação ajudam os pequenos,
porém outros favorecem os já grandes e poderosos tais como:
O conceito de hard power pode ser visto como a opção que um Estado faz pela
utilização da força bruta, retaliação ou recompensa como abordagem preponderante para
alcançar determinados objetivos no contexto das relações internacionais. Como exemplos,
podem ser citados a utilização da pressão econômica ou o emprego da força militar como
artifícios de hard power (RÁYEL, 2012).
comportamentos que são punidos ou recompensados pelo sistema, acabam por coincidir,
mesmo que inicialmente, com os interesses dos membros mais poderosos.
Como se percebe no quadro 5, o soft power pode ser tido como “o poder das ideias”,
conceito apresentado por Carr (2001), visto que a dinâmica da informação, em um ambiente
globalizado, permite um aprofundamento da interdependência entre os paises. Nesse sentido,
tem-se que o soft power pode ser um instrumento importante no que se refere à pressão na
política internacional. Essa pressão pode ser identificada e consolidade por meio da
participação ativa dos membros da sociedade ou por meio da participação das Organizações
Não Governamental (ONGs), indo muito além do que se pode perceber como uma relação
governamental apenas. Diante disso, as nuances de posicionamento dos países em relação à
política internacional se integram, cada vez mais, no cotidiano das pessoas comuns,
interessadas em analisar os fatos com o objetivo de atingir interesses locais e imediatos.
O soft power de um país reside em três recursos: na sua cultura (atratividade para outros
agentes a partir de lugares, eventos, produtos culturais), nos seus valores políticos (a forma de
se relacionar com os outros países) e, na sua estratégia de política internacional (pela
legitimação ou autoridade moral) (NYE JR., 2004, 2011). Por outro lado, o mesmo atributo
que torna o soft power uma ferramenta interessante para o equilíbrio da balança de poder dos
Estados sem capacidade de utilizar o hard power também pode atuar para dificultar seu uso de
forma institucionalizada, por conta da grande subjetividade em sua manifestação. Assim
sendo, deve-se exigir muita atenção dos agentes envolvidos no que se refere às questões de
sustentabilidade e das percepções de boas causas (NYE JR., 2004, 2011; RÁYEL, 2012).
Conforme McClory (2012), a literatura contém uma ampla discussão sobre os elementos
constitutivos que levam à criação do soft power dos países. Nesse contexto, define-se cultura
como o “conjunto de práticas que criar sentido para a sociedade”. Essa definição abrange a
alta cultura como a literatura, a arte e a educação que agrada a elites, bem como a televisão, o
cinema e a música pop para os mercados de entretenimento de massa. Vale ressaltar que
instituições governamentais que efetivamente defendem valores como a transparência, a
justiça e a igualdade tornam-se naturalmente mais atraente no exterior. Outro recurso de soft
power, a política externa de um estado, busca manter a legitimidade e a autoridade moral na
sua conduta no exterior, assim sendo, o um questionamento importante seria se um Estado é
visto como uma força para o bem ou para o mal? Portanto, para McClory (2010, 2011, 2012),
o soft power dos países pode ser analisado de acordo com cinco categorias: Governo, Cultura,
Diplomacia, Educação e Negócios/Inovação. Conforme Miller (2006), quando a cultura de
um país promove mais valores universais que outras nações essas podem facilmente se
identificar com esses valores, torna-os naturalmente mais atraente para outros países. Dessa
forma, tem-se que o alcance e volume da produção cultural é importante na construção do soft
power, mas a produção em massa não leva à influência das massas. Como resultado, as
medidas de cultura se concentram em capturar tanto a qualidade como o alcance internacional
da produção cultural de um país. O sub-índice “Cultura” inclui medidas como o número anual
de turistas visitantes internacionais, o alcance global da indústria da música de um país, e até
mesmo o sucesso desportivo internacional de uma nação McClory (2010, 2011, 2012). A
figura 32 ilustra os cinco sub-índices que constituem o índice de soft power.
Governo
Diploma
Cultura
cia
Soft
power
Empresa/inovação Educação
Tabela 2 – Os 10 melhores países de pontuação para cada categoria do índice de soft power
Ranking Governo Cultura Diplomacia Educação Empresa/Inovação
1 Noruega USA França USA Finlândia
2 Suíça UK UK UK Suíça
3 Suécia França Alemanha Austrália Singapura
4 Dinamarca Austrália USA Alemanha Suécia
5 Holanda Alemanha Suécia China Dinamarca
6 Finlândia China Holanda Japão Holanda
7 Nova Zelândia Itália Noruega França Japão
8 Canadá Canadá Itália Canadá Alemanha
9 Austrália Espanha Bélgica Coréia Noruega
10 Áustria Coréia Canadá Holanda UK
Fonte: McClory (2012).
Outro índice para medir soft power desenvolvido pela Ernst & Young (2012) buscou um
índice quantitativo para estimular os pareceres, susceptíveis de uma mudança rápida com base
nas condições geopolíticas globais. Conforme a Ernst & Young (2012), o soft power é um
conceito relativo e intangível difícil de quantificar. Além disso, as percepções sobre um país
variam substancialmente, apresenta comparações transnacionais difíceis. Por exemplo, o que
inspira afeto em um país pode repelir em outro. No entanto, há um grande número de
atributos para os quais a maioria das nações compartilha como entendimento universal
(ERNST & YOUNG, 2012), conforme a figura 33.
Figura 33 – Variáveis de soft power definidas pela Ernst & Young (2012)
Segundo a Ernst & Young (2012), o hard power do Brasil tem melhorado nos últimos
anos (rápido crescimento econômico), e sua imagem global parece estar em ascensão (sede da
Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016 ). Portanto, o Brasil tem a possibilidade
de melhorar seu poder de convencimento, visto que seu poder de persuasão saltou de 5,9 para
13,8. Em relação à influência às urnas, a Liberdade, as exportações de mídia e a competição
olímpica, o Brasil superou as médias mundiais em cinco das categorias mais competitivas, ou
seja, onde as médias mundiais foram as mais altas.
Em contraste, a China e a Índia ganharam soft power por meio de sua posição
dominante nas categorias em que o resto do mundo simplesmente não pode competir dada sua
negativa imagem popular, o desempenho do Brasil na Imigração e Turismo é relativamente
104
Um país que tem intensificado a pesquisa no que tange ao soft power é a China. Assim
sendo, Zeng et al. (2013), pesquisaram o impacto dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008,
no que se refere à imagem da China na mídia internacional. O estudo concluiu que a
amplitude e a atribuição dada à imagem da China é relativamente estável, portanto, os fatores
analisados não melhoraram a imagem nacional da China diretamente, mas, indiretamente,
houve um aumentou da consciência sobre a China na mídia internacional e a imagem da
China como país anfitrião foi moldada com mais clareza.
Pan (2013) pesquisou o papel e função do Instituto Confúcio e suas implicações para a
compreensão da projeção do soft power da China. Lo e Pan (2014) estudaram instituto
confúcio (CI), a partir da escassez de profundidade na análise sobre as questões relacionadas
ao soft power chinês. As conclusões demonstraram a necessidade de um quadro mais
sistemático e integrado para analisar os dilemas e impasses no exercício das estratégias de
poder na era global, no que tange às tensões e paradoxos no desenvolvimento de soft power da
China.
105
Suzuki (2009) fez críticas a uma série de artigos que focam o soft power chinês. Para
ele, esses trabalhos normalmente retratam o soft power chinês, caracterizado por
desconsiderar seus modelos ocidentais de desenvolvimento que se propagam por meio de uma
“governança democrática”, como uma ameaça latente à ordem global. Conforme essa
perspectiva, tais alegações são prematuras, visto que há pouca evidência de uma tentativa de
propagação de uma temática “Beijing Model” para o autodesenvolvimento chinês. A
participação da China em operações de manutenção da paz das Nações Unidas na África, no
intuito de transformar estados devastados pela guerra em democracias liberais justificam esse
argumento. Portanto, os entendimentos chineses de soft power são diversificados e dirigidos a
múltiplos públicos.
Yang et al. (2008) investigaram a reputação da Coréia do Sul a partir do olhar norte-
americanos, público estrangeiro estratégico do país. Como objetivos esses autores buscaram
demonstrar um modelo multidimensional de mensuração confiável, válido para a reputação
país, examinaram os efeitos da experiência individual com consciência e do país na reputação
do país; avaliaram os efeitos da reputação país sobre as intenções de apoio “públicos
estrangeiros” em direção ao país; e exploraram os canais de comunicação que podem ser
efetivamente utilizados para a gestão da reputação país. Diante disso, notou-se, para o estudo
de Yang et al. (2008), que a reputação do país está relacionada aos apelos: emocional,
financeiro, físico, de liderança, cultural, global, político e às intenções de suporte.
Estratégias Políticas de
europeias de Política de aprendizagem emprego gregas
emprego (EES = melhores práticas) e portuguesas
A categoria cultura deve ser entendida como um conjunto de valores e práticas que dão
significado a uma sociedade (NYE JR., 2004, 2011). Existe, no entanto, uma distinção entre
cultura de elite (literatura, arte e educação) e cultura popular, relacionada ao entretenimento
de massas. A categoria dos valores também pode ser uma fonte soft power, visto que os
valores reconhecidos por terceiros a nível interno, por exemplo, a democracia e a cooperação,
nas suas relações institucionais e, nas suas relações externas, a promoção da paz podem afetar
profundamente a visão do país (NYE JR., 2004). A terceira fonte de soft power considerada
por Nye Jr. (2004, 2011) diz respeito à percepção das políticas governamentais de um país,
por parte do público estrangeiro. O quadro 5 apresenta uma categorização dos vários recursos
de soft power.
Qualquer categoria de produto pode incorporar a cultura local. Desse modo, diferentes
categorias de produtos carregam a identidade cultural de seu país de origem, interpretada
pelos compradores no momento da aquisição (GER, 1999). Sendo assim, o processo de
descentralização cultural, faz com que as culturas locais ganhem, reconquistem espaços,
dentro da cultura nacional. Hoje, a necessidade de integração nacional, coexiste cada vez mais
com a necessidade de abertura e de visibilidade pelo mundo afora, mediante promoção
turística, por exemplo. Este “mundo afora” do Estado-Nação pode ser definido como o espaço
da circulação global, dentro do qual as nações interagem e competem (LA BARRE, 2010).
livros, música, cinema, artesanato, entre outras manifestações populares de arte e educação.
Isso fica evidente na forma como os Estados Unidos disseminam sua ideologia pelo mundo a
partir de seus produtos culturais (filmes, música, tecnologia, mídia, literatura, livros, eventos,
valores culturais) e pelo “American way of life”, com a finalidade de construir uma persuasão
socialmente construída, objetivando uma fonte de recursos importantes onde os grupos sociais
poderiam transmitir conhecimentos e valores, em níveis diversos, a partir dos
comportamentos sociais.
Nesse sentido, tem-se que a dinamicidade da cultura em si, carece de mais pesquisas
voltadas para as relações entre cultura e poder do comportamento (NYE JR., 2004). Assim
sendo, o cinema pode permitir a disseminação do entendimento de uma nação do que
“aconteceu na verdade” historicamente, além do retrato que ela deseja transmitir de si mesma,
conforme os três pilares constituintes do soft power, cultura, ideais políticos e políticas. Nota-
se que o cinema pode agir em dois âmbitos altamente desejáveis: tanto a construção cultural,
quanto na disseminação dos ideais políticos do país (NYE JR., 2004).
No que tange à literatura, mais de 70% dos 13 mil editores da região estão localizados
na Argentina, Brasil e Colômbia. O Brasil domina o mercado de língua portuguesa, enquanto
Argentina e Colômbia se impõem nas regiões de língua espanhola. A Espanha desempenha
um papel importante para completar a curva de oferta que atende as necessidades locais de
livros, ao cobrir 30% das importações da região (CALCAGNO, 2008). Devido à estrutura do
mercado regional, caracterizado por rotas de distribuição de benefícios fiscais e tarifários,
Argentina, Colômbia e Chile são usados pelos editores espanhóis como base para a
reexportação de livros pela América do Sul. Nos anos recentes, esses três países têm 30% de
importações de livros de origem espanhola, com destaque à Argentina, aonde o número chega
a 50% (CALCAGNO, 2008).
Retomando a visão de Nye Jr. (2011), tem-se que o caso paradigmático dos EUA já não
requer ação estratégica do Estado. Em contra partida, pode-se citar o exemplo da Inglaterra,
que conta com um ministério das indústrias criativas, independente do MINC, como marco da
crescente importância que o setor vem adquirindo nas economias nacionais. Do mesmo modo,
já começam a se estabelecer programas em estados e, mesmo, em municípios, que
identificaram vocações locais capazes de gerar dinâmica econômica.
indonésios têm um maior respeito pelos soft power cultural japonês, enquanto vietnamitas e
chineses têm um maior respeito pelo soft power cultural sul-coreano conforme a tabela 4.
No intuito de fortalecer seu soft power, a China estabeleceu casas de comércio para
facilitar os negócios e aumentar os contatos na Ásia Central. A Rádio Internacional da China
também têm prestado maior atenção à região, agora transmitindo 24 horas por dia.
Transmissões para o Cazaquistão, em especial, aumentaram em tamanho e qualidade nos
últimos anos, com programas direcionados a ganhar os corações e mentes da população
daquele país (STRUYE, 2010). A esse respeito, se hoje os jovens ocidentais vestem roupas
chinesas e brincam com brinquedos chineses, não será de surpreender que os filhos e netos
desses jovens desejem preferir ouvir música pop chinesa e ver filmes produzidos na China,
em um futuro próximo (TREMBLAY, 2007).
Moraes (2013) fez uma série de reflexões sobre o crescimento econômico chinês no
cenário artístico internacional. Segundo esse autor, paralelamente aos setores de tecnologia ou
manufatura, também os segmentos criativos do gigante oriental vêm registrando avanços
estrondosos nos últimos anos, crescendo, tanto no Brasil quanto no exterior, o interesse
governamental e acadêmico sobre os impactos e potencialidades desse crescimento. O
crescimento do setor cultural chinês mundo afora está vinculado tanto à esfera mercadológica
quanto à expansão de tipo “soft power”, por conta das particularidades do modelo econômico
chinês, com forte participação estatal, nos limites usuais entre ações públicas e privadas.
setor (ARTPRICE, 2011). Em 2012, a renomada casa de leilões Sotheby's foi responsável pela
venda da escultura “Self and Self Shadow” do artista contemporâneo Wang Huaiqing. O
leilão foi o primeiro de uma casa internacional na China Continental desde 1949 (ARTINFO,
2012). Para que a Sotheby's pudesse entrar no mercado chinês, houve a constituição de uma
joint venture com a estatal Beijing Gehua Art Company.
Outro aspecto importante, que pode estar relacionado ao incremento do soft power
chinês, foi lançamento internacional de 303 filmes chineses, sendo que 227 foram produzidos
localmente. Lideradas por filmes de ação e de artes marciais, essas produções obtiveram
quase a metade das receitas de bilheteria. Os números referentes aos demais elos da cadeia
cinematográfica também surpreendem, visto que nos primeiros dez meses de 2012, cerca de
450 novos complexos (responsáveis por cerca de 2.500 salas) foram abertos pelo país
(SCREEN-DIGEST, 2013). Nota-se, portanto, que a expansão do setor advém da interação
entre grandes grupos internacionais e agentes locais. A Chinesa DMG, por exemplo, firmou
contrato de coprodução do longa “Homem de Ferro 3” com a Disney. No ano de 2012, o
braço oriental da DreamWork assinou contrato de parceria com o MINC e com a Tencent
Holding Ltda., maior grupo de internet do país. Por fim, o produtor e diretor James Cameron
planeja adentrar no mercado oriental produzindo equipamentos 3D para uma possível
sequência de “Avatar” (MORAES, 2013).
Seguindo essa perspectiva, até 2020, o mercado cinematográfico chinês será maior que
o norte-americano. Para tanto, Pequim tem estimulado a vinda de capitais estrangeiros nos
setores audiovisuais, permitindo um fluxo constante de recursos país adentro por meio de
parcerias com grupos públicos ou semipúblicos locais. Se a entrada do capital externo
encontra forte apoio oficial, a situação é distinta no que se refere ao fluxo de conteúdos: tanto
no mercado cinematográfico quanto nos demais segmentos artísticos e culturais, produtores
ainda se deparam com um ambiente de grande controle e censura (MORAES, 2013).
Blarel (2012) afirmou que durante a última década, muitos estudiosos e analistas
tentaram avaliar a emergência da Índia como um importante ator no cenário global, olhando
para esses indicadores materiais como o crescimento econômico, a expansão militar ou
evolução demográfica. Como consequência, uma ênfase maior para Nova Deli no
desenvolvimento das suas credenciais de “soft power”, utilizando a capacidade de atração da
cultura, dos valores e das políticas indianas. De acordo com essa visão, se a Índia é hoje
percebida como uma superpotência, não foi apenas por meio do comércio e da política, mas
114
também mediante sua capacidade de compartilhar sua cultura com o mundo por meio da
comida, música, tecnologia e Bollywood. No entanto, é difícil de ser determinar os recursos
reais de Soft power da Índia, ou que esses recursos têm realmente ajudado a fortalecer o status
global da Índia. Portanto, a grande questão é: será que podemos comparar os esforços da Índia
com os de outra potência asiática emergente, a China?
O soft power, no caso do Japão, pode ser ilustrado pela internacionalização das revistas
em quadrinhos ou Mangás, que dotados de uma rica variedade de gêneros e subgêneros,
tornaram-se acessíveis a um público amplo, constituído desde crianças em processo de
alfabetização até adultos de ambos os sexos. Criado no Japão a partir de expressões artísticas
autóctones e estrangeiras, o mangá ficou restrito ao arquipélago asiático por décadas. Cenário
bem diferente do final do século XX e início de século XXI, quando deixa de ser apenas
japonês para se desterritorializar, virar uma mobília da modernidade-mundo: sua influência
está agora nas histórias em quadrinhos do Ocidente, nos eventos de cultura pop japonesa, nos
concursos de novos autores estrangeiros de mangá, na publicidade e na paisagem urbana
(HIRATA, 2012). Como exemplos, tem-se a inserção de desenhos no estilo mangá em
isqueiros colecionáveis da marca Bic vendidos no Brasil; o uso da personagem Hatsune Miku
no comercial do Toyota Corolla vendido nos Estados Unidos; a criação da Turma da Mônica
Jovem pelo desenhista Maurício de Souza, cujos personagens e historias emulam muito das
características do mangá; a grafitagem na cidade de São Paulo, no bairro da Liberdade; e as
convenções brasileiras e internacionais de fãs de mangás (HIRATA, 2012).
foi contemplado com o Prêmio Especial do Júri. Para a crítica, o melhor filme exibido no
evento foi o longa-metragem “Ventos de agosto”, de Gabriel Mascaro. “Permanência”, de
Leonardo Lacca, foi escolhido pelo voto popular. Ainda entre os longas-metragens, a
coprodução com a Alemanha “Praia do Futuro”, de Karim Aïnouz, ganhou os prêmios de
Melhor Trilha Sonora e de Melhor Som; “A vida privada dos hipopótamos”, de Maíra Bühler
e Matias Mariani, recebeu o Prêmio dos Cineclubes; e Paulo André foi agraciado com o
prêmio de Melhor Ator por sua atuação no longa “O homem das multidões”, do
pernambucano Marcelo Gomes e do mineiro Cao Guimarães. Esses longas-metragens
participaram do festival com o apoio da ANCINE, por meio do Programa de Apoio à
Participação em Festivais Internacionais, que concede auxílios diversos a produções
oficialmente convidadas a participar de 77 mostras e festivais de cinema no exterior. Entre os
curtas-metragens, os brasileiros premiados foram “La llamada”, de Gustavo Vinagre,
vencedor do prêmio de Melhor Curta; “Geru”, de Fábio Baldo, vencedor do Prêmio da
Crítica; e “Edifício Tatuapé Mahal”, de Carolina Markowicz e Fernanda Salloum, escolhido
pelo público do festival como o melhor entre os curtas em competição (MINC, 2014).
O Ano do Brasil na França, criado a partir de um acordo cultural firmado entre os dois
países, tornou possível a realização de uma extensa programação de eventos culturais
brasileiros, não só em Paris como em outras regiões da França e, têm sido visto como uma
importante ação de internacionalização da cultura brasileira. Em 2005, foram 161 cidades que
receberam o Brasil em 436 eventos da programação oficial. Mais de 1.900 artistas brasileiros,
entre músicos, dançarinos e atores, palestrantes, diretores de cinema estiveram na Cidade Luz
apresentando a arte brasileira (BARROS, 2006).
Ainda no ano de 2005, o número de exposições totalizaram 224, com temas sobre
patrimônio, arquitetura e design, arte contemporânea e fotografia. Os espetáculos de música e
dança somaram 867 apresentações. As exibições de audiovisual foram 1.298, sendo 31
mostras de cinema com 429 exibições de filmes. Além de 83 eventos de literatura. O público
presente às atividades superou os 15 milhões de visitantes. As exposições, por exemplo,
receberam 7.979.556, nos eventos multidisciplinares mais de 6.100.000 compareceram e nas
apresentações musicais a presença de público foi superior a 442 mil pessoas. A mídia francesa
destacou o Ano do Brasil na França por meio da publicação de 15 mil artigos impressos, 35
revistas de edições especiais com tiragem de 8,1 milhões de exemplares, 82 programas de TV
e 66 programas de rádio (BARROS, 2006; FIGUEIREDO, 2010; MINC, 2009).
117
Nota-se que o soft power brasileiro está em construção por meio das políticas culturais
implementadas pelas instituições governamentais. Diante disso, pesquisas que aprofundem
esse tema são de fundamental importância para o entendimento e compreensão da influência
cultural e ideológica do Brasil em outros países, entre outros aspectos, por meio da
internacionalização de produtos culturais. Assim sendo, Esse estudo se propõe a ser uma
contribuição importante nesse sentido.
118
A abertura para experiências culturais diferentes, uma vontade ou curiosidade para saber
mais sobre como o mundo funciona e a habilidade de compreender a mundo com toda a sua
complexidade caracteriza os indivíduos com uma identidade mais global (LEVY et al., 2007).
Dessa forma, uma orientação mais inter-cultural seria importante para a aceitação e o
interesse em culturas e eventos de fora das fronteiras nacionais (ARROW; SUNDBERG,
2004). Essa aceitação e interesse podem estar relacionados com a familiaridade do
consumidor no que concerne aos produtos e serviços dos países estrangeiros, visto que a
avaliação dos consumidores, com relação a um país, varia de acordo com o nível de
familiaridade que têm com esse país (AHMED; D’ASTOUS, 2001).
A perspectiva de consumo, por meio da cultura global e/ou da cultura local, foi estudada
por Westjohn, Singh e Magnusson (2012). Para esses autores, as pessoas podem assumir
diversas identidades relacionadas aos grupos sociais domésticos ou estrangeiros. Brewer e
Gardner (1996) indicaram que as identidades relacionais e coletivas podem estar mais
voltadas para os consumos de perspectiva global (identidade global). Dessa forma, a
121
identidade global, relacionada a uma comunidade global, pode ser vista como uma parte da
identificação coletiva das pessoas (WESTJOHN; SINGH; MAGNUSSON, 2012).
Seguindo nessa perspectiva, a teoria da identidade social sustenta que as pessoas sentem
um desejo e uma propensão para construir uma identidade positiva, mediante sua
identificação com vários grupos (TAJFEL, 1981; TURNER, 1982), por exemplo, a
comunidade, raça, religião ou a nação. Uma revisão adicional da literatura, sobre país de
origem focalizou os aspectos cognitivos, afetivos e aspectos normativos do país (VERLEGH;
STEENKAMP, 1999). Conforme esse enfoque, a origem do país não é apenas uma sugestão
cognitiva para a qualidade do produto, mas também se refere às emoções, à identidade, ao
orgulho e às memórias autobiográficas. Esse argumento sugere que a identidade global
122
poderia estar relacionada ao efeito país de origem, visto que as emoções e memórias, ligadas
às percepções de afeto positivo dos consumidores, poderiam ter uma influência na decisão de
compra de produtos estrangeiros, influenciando, dessa forma, na identificação global das
pessoas (WESTJOHN; SINGH; MAGNUSSON, 2012).
Nesse aspecto, pessoas com uma orientação voltada para aspectos globais tendem a
buscar uma visão de cultura global por meio da assimilação dos processos de globalização
(hibridação cultural, separação, assimilação) (WESTJOHN; SINGH; MAGNUSSON, 2012).
Diante disso, Nota-se que, a partir de uma orientação global, as pessoas tendem a preferir as
alternativas de consumo mais globais, portanto, relacionada a produtos e serviços de vários
países. Esse argumento sugere que o crescimento de um consumo mais global ocorre
paralelamente com o crescimento da globalização econômica e política dos países (ALDEN;
STEENKAMP; BATRA, 2006; WESTJOHN; SINGH; MAGNUSSON, 2012). Por
conseguinte, o argumento de que a identidade global influencia no efeito país de origem pode
ser tido como válido. Diante disso, deriva-se a Hipótese da pesquisa relacionada a identidade
global e efeito país de origem.
Seguindo nesse sentido, conforme Engel et al. (2000), a preferência pode representar
um sentimento, o conhecimento ou a tendência de comportamento do indivíduo por um
objeto. Sendo assim, visto que a afinidade representaria uma identificação, um vínculo social
ou a conformidade com as normas e padrões de um grupo de referência específico
(MACCHIETE; ROY, 1993), pode-se sugerir uma possível relação entre a afinidade e a
preferência por produtos e serviços culturais dos países.
Desse modo, o argumento de que a afinidade influencia a preferência pode ser tido
como válido. Por conseguinte, deriva-se a seguinte Hipótese de pesquisa.
A afinidade com um país estrangeiro seria um afeto, capaz de gerar atitudes favoráveis e
preferências de consumo (OBERECKER; RIEFLER; DIAMANTOPOULOS, 2008). Diante
disso, é possível imaginar que as emoções e as sensações positivas estão presentes quando
acontece o consumo de produtos relacionados ao país de afinidade. Portanto, o consumo de
produtos fabricados no país de afinidade (ou a ele associados) pode estar vinculado ao desejo
do indivíduo em manter uma ligação com o país. Consequentemente, essa vontade de manter-
se ligado a alguma coisa, por meio de comportamentos de consumo, gera uma tendência de
consumo nostálgica (FLECK, 2008).
Como já foi dito anteriormente, a afinidade dos consumidores pelo país de origem do
produto poderia ter um efeito sobre a disposição do consumidor em comprar e pagar por esse
produto específico (OBERECKER; DIAMANTOPOULOS, 2011). Diante disso, visto que um
dos aspectos relacionados à internacionalização gira em torno do nível de consumo dos
indivíduos (KHAN; BAMBER; QUAZI, 2012), torna-se possível uma ligação entre a
afinidade pelo país de origem e a internacionalização de produtos desses países.
Portanto, a dimensão emocional, que exige uma resposta emocional não para o país,
mas para o de habitantes do país em questão (ROTH; DIAMANTOPOULOS, 2009), pode
claramente ser entendida a partir do conceito de afinidade, consequentemente, essa dimensão
emocional também pode clarificar o conceito de internacionalização de produtos culturais,
visto que o processo de mundialização da cultura inclui imagens que representam as
memórias internacionais populares simbolizadas nos mitos e heróis gerados pela indústria
cultural (OLIVEIRA, 2002). Por conseguinte, a cultura-internacional-popular é consumida,
como mercadoria distribuída, em diferentes mercados nacionais e internacionais,
simultaneamente (IANNI, 1995; ORTIZ, 1997). Desse modo, o argumento de que a afinidade
influencia na internacionalização de produtos culturais pode ser tido como válido. Portanto,
deriva-se a seguinte Hipótese de pesquisa.
Portanto, a busca por informação, que geraria uma possível afinidade, pode ser
caracterizada como uma experiência indireta com determinado produto conforme a visão de
Campbell e Keller (2003), que conceituaram a familiaridade como sendo “a extensão de uma
experiência direta ou indireta do consumidor com marcas e produtos”. Diante disso, o
argumento de que a familiaridade influencia na afinidade do consumidor por determinados
países pode ser tido como válido. Portanto, deriva-se a seguinte Hipótese de pesquisa.
127
Para Peterson e Jolibert (1995), o efeito país de origem pode ser uma informação
extrínseca usada pelos consumidores no julgamento dos produtos oferecidos. Assim sendo,
dependendo do envolvimento do consumidor na situação de compra que, conforme Van Trijp,
Hoyer e Inman (1996), pode ser visto como “a percepção subjetiva da relevância pessoal de
um objeto, atividade ou situação”, pode ocorrer uma maior familiaridade com produtos e
serviços de determinados países.
Seguindo essa visão, visto que os consumidores cosmopolitas estão abertos a aprender
com outras culturas e gostam de apreciar as diferenças e variedades de produtos pelo mundo
(FEATHERSTONE, 2002), acabam expondo uma atitude positiva em relação à
disponibilidade de produtos de diferentes países (RIEFLER; DIAMANTOPOULOS;
SIGUAW, 2012). Portanto, esses consumidores constantemente buscam produtos, lugares e
experiências provenientes de outros países que não o seu (RIEFLER; DIAMANTOPOULOS,
2009; RIEFLER; DIAMANTOPOULOS; SIGUAW, 2012). Esse comportamento sugere que
os consumidores cosmopolitas tendem a ter uma afinidade e/ou uma preferência por produtos
de países estrangeiros, visto que podem demonstrar uma afetividade para com determinado
país (VERLEGH; STEENKAMP, 1999).
espécie humana é expressada em graus diferentes. Assim sendo, conforme essa argumentação,
esses consumidores precisam ter afinidade com as causas que abraçam.
Essa lacuna teórica pode ser preenchida a partir de pesquisas que demonstrem que a
preferência por produtos culturais está relacionada à imagem positiva do país, no que diz
respeito à exportação desses produtos (AYROSA, 2002; GARCIA, 2011; GIRALDI;
CARVALHO, 2009), visto que isso significaria uma decisão assertiva do consumidor no que
tange ao país de origem de uma marca ou produto, e a importância, refletida na preferência,
que ele atribui a isso no momento da decisão de compra (SAMIEE et al., 2005; USUNIER,
2011). Portanto, o efeito país-de-origem, nessa perspectiva, poderia afetar as atitudes dos
131
Desse modo, partindo da argumentação acima, pode ser evidenciado que a afinidade, a
animosidade e uma imagem positiva em relação ao país de origem, nesse caso específico o
Brasil, podem ser vistas como aspectos que fazem parte do constructo efeito país-de-origem.
Esses aspectos são intangíveis e complexos. Assim sendo, pode-se considerá-los como
aspectos que exercem influência sobre as preferências dos consumidores no que diz respeito
ao consumo de produtos culturais brasileiros, visto que acabam por influenciar a decisão de
compra do consumidor. Portanto, o argumento de que o efeito país-de-origem influencia a
preferência por produtos culturais brasileiros pode ser tido como válido. Por conseguinte,
deriva-se a primeira Hipótese da pesquisa.
No que tange a atitude de compra, pode-se sugerir a influência do efeito país de origem
a partir dos componentes cognitivos (informamação que a pessoa detém sobre o objeto), dos
componentes afetivos (sentimentos em direção ao objeto) e dos componentes conativos
(comportamento pretendido) (FISHBEIN; AJZEN, 1975; BAGOZZI; BUNKRANT, 1979).
Esse argumento indica que o efeito país de origem, a partir do ponto de vista cognitivo, que
indicaria uma maior identidade nacional dos consumidores, visto que isso implica na
percepção da qualidade dos produtos estrangeiros (ZEUGNER-ROTH; ZABKAR;
DIAMANTOPOULOS, 2015) pode influenciar na atitude, desses consumidores, em relação a
produtos e serviços dos países estrangeiros, visto que o efeito país de origem pode ser visto
como “o país que está associado ao produto, a marca ou a empresa” (GILLESPIE; JEANNET;
HENNESSEY, 2007).
Várias pesquisas demonstram a relação entre efeito país de origem (imagem do país) e a
intenção de compra dos consumidores (BAUGHN; YAPRAK, 1993; HAN, 1990;
PAPADOPOULOS; HESLOP, 1993; WANG; LAMB, 1983). Dessa forma, compreender se a
imagem do país realmente influencia a avaliação e compra do produto é uma questão-chave
nesta pesquisa (SAMIEE, 2010), visto que o efeito país de origem também sugere uma
imagem relacionada ao país de origem. Para Diamantopoulos e Zeugner-Roth (2011), o efeito
país de origem pode ser considerado como uma vaiável influenciadora da intenção de compra,
da percepção de risco e da avaliação de produtos.
Como foi dito anteriormente o efeito país de origem pode ser uma variável
influenciadora da preferência, da atitude de compra e da intenção de compra. Visto que esses
conceitos sugerem uma maior internacionalização de produtos culturais, a partir de uma maior
compreensão das diferenças de hábitos, costumes, linguagem e modos de pensar dos grupos
sociais (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010), e que esse aprofundamento
compreensão do nível de conhecimento dos consumidores (KHAN; BAMBER; QUAZI,
2012), podemos sugerir que o efeito país de origem, a partir de sua multidimensionalidade
( dimensões cognitivas, emocionais e conativas) (BRIJS et al., 2006; ROTH;
DIAMANTOPOULOS, 2009), poderia influenciar positivamente na internacionalização de
produtos culturais brasileiros.
133
Nesse aspecto, a preferência ligada aos aspectos culturais marcam indivíduos como
sendo membros de posições sociais particulares, consequentemente, pode moldar as redes de
amizade (BENNETT et al., 2009; SAVAGE, 2006). A partir disso, relacionando essa
característica da preferência com a atitude dos consumidores, nota-se que a preferência
poderia influenciar a atitude dos indivíduos mediante os componentes afetivos e cognitivos,
que estão a ela relacionados (SHIN, 2006), visto que a preferência apresenta uma conexão
entre os valores individuais e as semelhanças do consumidor com grupos de indivíduos
específicos. Consequentemente, essa conexão também se daria na atitude e na intenção de
compra do consumidor (BEANDER; NETEMEYER, 1989; BECKER; CONNOR, 1981;
KAHLE, 1983; ROKEACH, 1973).
Partindo do pressuposto de que a attitude seria uma informação ou uma avaliação sobre
produtos e serviços (FISHBEIN; AJZEN, 1975; BAGOZZI; BUNKRANT, 1979). Engels et
al. (2001) observou que o consumidor que adquirem informações e opiniões do seu grupo de
135
referência tem uma intenção mais forte para comprar esses produtos do que quem não tem
informações ou opiniões sobre um produto específico (Conner et al., 2001).
entre outras coisas por conta da intenção de compra do consumidor ou pela intenção de
consumo do consumidor.
Nesse aspecto, visto que o cosmopolitanismo está relacionado aos padrões individuais
que expressam altos níveis de abertura cultural (CLEVELAND; LAROCHE, 2007;
CLEVELAND et al., 2014), e que os consumidores etnocêntricos, muitas vezes, veem os
países estrangeiros e seus produtos com indiferença quando ocorre uma ameaça ao grupo
dominante (etnocêntrico) (BREWER, 1999; BROWN, 2000; ZEUGNER-ROTH; ZABKAR;
DIAMANTOPOULOS, 2015), pode-se sugerir uma influência negativa do constructo
“identidade nacional” sobre o constructo “cosmopolitanismo”.
Anteriormente, foi dito que os consumidores que apresentam uma atitude favorável
(afinidade) em relação a produtos e serviços de países estrangeiros, demonstram uma
tendência maior em preferir produtos de países de origem diferente da sua (JAFFE;
NEBENZAHL, 2006). Esse argumento vai de encontro ao argumento de Zeugner-Roth,
Zabkar e Diamantopoulos (2015), visto que os consumidores que demonstram uma identidade
nacional mais acentuada, preferem consumir os produtos nacionais. Dessa forma a afinidade
por produtos estrangeiros poderia estar mais relacionada ao cosmopolitanismo, quando
relacionado a uma cultura de consumo global (ALDEN; STEENKAMP; BATRA, 1999;
FIRAT, 1995; HANNERZ, 1990; STEENKAMP; HOFSTEDE; WEDEL, 1999).
Seguindo essa perspectiva, as características globalmente exclusivas que fazem com que
uma nação específica seja diferente dos outros países, constituiriam um aspecto importante da
identidade nacional (HANDAYANI; RASHIDA, 2013). Assim sendo, a afinidade por
produtos estrangeiros não cabe, completamente, nessa argumentação. Pesquisas demonstram
que o consumidor, a partir da familiaridade com os produtos de determinado país poderia, por
meio da preferência, diminuir as situações de risco no consumo, por exemplo, quando busca o
consumo de uma nova marca ao invés de consumir uma marca já conhecida (OBERECKER;
138
Em hipótese anterior foi dito que os níveis elevados de identidade nacional, por parte
dos consumidores, demonstram uma preferência desses consumidores pelos produtos de seu
país de origem. Esses níveis elevados de identidade nacional podem influenciar o julgamento
e a vontade de compra dos consumidores no que se refere aos produtos nacionais e
estrangeiros (ZEUGNER-ROTH; ZABKAR; DIAMANTOPOULOS, 2015).
Consequentemente, os países estrangeiros podem ser vistos com indiferença quando o grupo
predominante está ameaçado. Esses níveis elevados de identidade nacional quando
relacionados à implantação exclusiva de uma cultura local como único imperativo para a
identidade (AGBONIFOH; ELIMIMIAN, 1999; BHAWUK, 2008; CRANE, 2002; HOLT,
1997; KORFF, 2003; REARDON; MILLER; VIDA; KIM, 2005), poderia influenciar de
forma negativa no efeito país de origem. Essa influência se daria pelo fato do efeito país de
origem apresentar, como um de seus aspectos, a preferência por produtos estrangeiros
(USUNIER, 2002).
Dito isso, visto que o etnocentrismo se consolida por meio da repetição frequente ou da
exposição prolongada aos comportamentos etnocêntricos, tais como a repetição das práticas
de compra, nota-se que os preconceitos etnocêntricos mediante os intercâmbios com a família,
a escola e os amigos, vão sendo consolidados (SHIMPI; SHARMA, 1987). Esse argumento
sugere que o etnocentrismo poderia influenciar a internacionalização de produtos culturais
brasileiros.
Os países mantêm uma vantagem relacionada ao soft power quando: a sua cultura e seus
valores correspondem às normas globais; (ii) quando uma nação tem maior acesso a vários
canais de comunicação que podem influenciar como as questões são enquadradas em meios
de comunicação global; e quando a credibilidade de um país é reforçada pelo comportamento
nacional e internacional (NYE JR., 2008; SNOW, 2009). Esse conceito ajuda a entender
porque as nações empregam as tecnologias de comunicação para perpetrar soft power e
"ganhar" os corações e as mentes dos cidadãos estrangeiros (FITZPATRICK, 2010).
Dessa forma, fazendo uma associação entre as teoris de soft power e as teorias sobre
efeito país de origem e marca país, (ANHOLT, 2007; HAYDEN, 2012; KANEVA, 2011;
SZONDI, 2008; WANG, 2006), nota-se que uma comunicação unidirecional, por exemplo, a
radiodifusão já não é um meio eficaz de influência predominante (COWAN; ARSENAULT,
2008; ZAHARNA, 2009). Para explicar a diferença entre os modos unidirecional e dialógicas
de comunicação tornou-se necessário uma distinção entre as "antigas" e as "novas"
abordagens (MELISSEN, 2005).
Seguindo essa argumentação, visto que a influência relacionada ao efeito país de origem
pode ser evidencia nas atitudes, nas percepções sobre um produto e no comportamento do
142
consumidor (SCHWEIGER et al., 1997) e que pode existir uma relação entre as preferências
dos consumidores pelos produtos de um país, a partir de uma maior percepção da cultura, da
economia e das políticas desse mesmo país (MOSSBERG; KLEPPE, 2005), pode-se sugerir
uma relação entre o soft power e o efeito país de origem. Esse relacionamento se tornaria mais
evidente mediante a afinidade dos consumidores estrangeiros com as culturas e os valores de
outros países, às diferenças de hábitos, os costumes e a linguagem (CAVUSGIL et al., 2010,
NYE JR, 2004, 2011) a partir das informações relacionadas a avaliação de produtos;
estereotipização; efeitos dos fatores demográficos na percepção do consumidor em relação a
produtos importados; risco percebido como determinante do efeito país-de-origem; efeito
país-de-origem na decisão de aquisição de serviços (AL-SULATI; BAKER, 1998)
O soft power baseado na habilidade de um ator persuadir outros a fazer o que ele deseja
sem o emprego da força ou coerção, tendo como fundamento a dimensão cultural, o exercício
das políticas públicas e os valores, a partir de um contexto específico, deve sempre buscar
uma resposta e uma legitimação na população (MORE, 2012; NYE JR., 2004, 2011).
143
Portanto, tem-se que o soft power pode exercer uma influência positiva na preferência
por produtos culturais, visto que a familiaridade com os produtos e serviços mediante uma
atratividade para outros agentes a partir de lugares, eventos e produtos culturais de
determinados países podem ser vistos como aspectos ligados ao efeito país-de-origem
(AYROSA, 2002; GIRALDI; CARVALHO, 2009) e que essa atratividade e familiaridade
pode estar relacionadas à preferência dos consumidores no que tange à produtos e serviços
culturais, visto que essa preferência tem a ver com os valores dos indivíduos (KAHLE,1983;
KAHLE; KENNEDY, 1988).
Na hipótese anterior que versa sobre a influência do soft power na preferência dos
consumidores, foi dito que o soft power poderia exercer uma influência positiva na
preferência por produtos culturais por meio a familiaridade com os produtos e serviços e
atratividade relacionada aos lugares, aos eventos e aos produtos culturais de determinados
países (AYROSA, 2002; GIRALDI; CARVALHO, 2009).
Diante disso, visto que a intenção do consumidor tem uma relação com a atitude
(avaliação positiva e/ou negativa do indivíduo para realizar determinado comportamento) e
com as pressões sociais colocadas sobre ele/ela para revelar um comportamento particular
144
(AJZEN; FISHBEIN, 1980), e que essas pressões sociais pressupõem podem decorrer das
informações e das opiniões do grupo de referência do consumidor (ENGEL, et al., 2001), no
sentido de provocar uma intenção mais forte para comprar determinados produtos, essa
pesquisa propõe uma possível influência do soft power na intenção de compra do consumidor
de produtos culturais brasileiro.
As hipóteses acima, derivadas da teoria, servirão de guia para análise posterior dos
dados. Assim sendo, na intenção de sintetizar o conjunto de hipóteses, objetivando facilitar
sua Busca pelo leitor, foi elaborado o quadro 6 que apresenta o enunciado de todas as
hipóteses da pesquisa juntamente com seus construtos e as referências que deram apoio à
formulação de cada uma delas.
4 METODOLOGIA
a) a revisão da literatura;
b) a definição dos construtos;
c) o desenvolvimento das hipóteses.
a) a coleta de dados;
b) a preparação do banco de dados.
c) a análise estatística descritiva;
d) a confiabilidade das escalas por meio do Alpha de cronbach;
e) a análise de missing values e outliers;
f) a análise de correlação;
147
Fase
Preparação do
descritiva Coleta dos dados
banco de dados
Análise de
Alpha de
Análise descritiva missing values e
cronbach
outliers
Análise de
Smart PLS 3.0
correlação
que esse país é um grandes importador de produtos culturais brasileiros, conforme o relatório
sobre internacionalização da economia criativa brasileira (SEBRAE, 2014). Vale ressaltar que
o pesquisador fez doutorado sanduiche na cidade de Coimbra, em Portugal, com a finalidade
de aprofundar o conhecimento sobre o campo de estudo, objetivando uma melhor coleta e
análise de dados.
Para medir o constructo “preferência”, optou-se pela escala testada por Gupta e Adil
(2015) (APÊNDICE B). A escala original incluíu itens que buscavam mensurar várias
dimensões do consumo baseadas na força da mrca, lealdade à marca, qualidade percebida,
associações com a marca e o conhecimento do consumidor com a marca. Gupta e Adil (2015)
testaram 28 itens por meio da utilização de uma escala Likert de cinco pontos sendo 1 para
“discordo totalmente” e 5 para “concordo totalmente”. Em nosso caso, foram utilizados os
itens que correspondiam à qualidade percebida. Para tanto, buscou-se uma escala Likert de
sete pontos, onde os valores 1 corresponderam a “discordo totalmente” e os valores 7
corresponderam a “concordo totalmente”. A escala Likert de sete pontos foi utilizada por
conta dos aspectos subjetivos e da complexidade do tema em questão (VIEIRA; DALMORO,
2008), conforme o quadro 7.
desapontam
V7 Os produtos culturais brasileiros são cativantes 1 2 3 4 5 6 7
Fonte : Gupta e Adil (2015) adaptado pelo autor (2016).
O constructo “cosmopolitanismo” foi mensurado a partir da escala testada por Jin et al.
(2015) (APÊNDICE B).
O constructo “intenção de compra” foi medido a partir da escala utilizada por Shirin,
Kambiz (2011) e Kristensen, Gabrielsen e Jaffe (2014) (APÊNDICE B). O constructo “atitude
de compra” foi medido pela escala utilizada por Kristensen, Gabrielsen e Jaffe (2014)
(APÊNDICE B). O constructo soft power foi avaliado pela escala utilizada na pesquisa de
Nes, Yelkur, Silkoset (2014) (APÊNDICE B). A variável dependente “internacionalização de
produtos culturais” foi mensurada por meio da utilização da escala utilizada por Khan,
Bamber, Quazi (2012).
No que diz respeito ao perfil da idade dos respondentes, foram buscados, no mínimo,
indivíduos com 25 anos de idade para ambos os sexos, conforme a definição de capital
cultural para essa pesquisa (ALVAREZ, 2002; BOURDIEU, 1998, 2013; GOUVEIA;
LIMEIRA, 2005; HOLT, 1998; KATZ-GERO, 1999; SILVEIRA et al., 2007; SINTAS; VAN
EIJCK, 2001). Outra variável de controle empregada no estudo foi a renda familiar. Segundo
Moretti et al. (2009) e Matsuyama (2002), as diferenças de renda domiciliar determinam o
crescimento ou não da variedade de compra de bens de uma família. Portanto, os limites
máximos do consumo podem ser definidos pelos recursos financeiros, especificamente pela
renda da família, suas poupanças e dívidas (REDMOND, 2001).
Esse estudo utilizou uma amostra não probabilística, por conveniência (MALHOTRA,
2012). Apesar das limitações apresentadas, por exemplo, representatividade da população,
esse tipo de amostragem é amplamente empregado em pesquisas acadêmicas, com vantagens
no que se refere ao tempo e ao custo do estudo. Diante disso, tem-se que a amostra leva em
consideração o capital cultural dos indivíduos que, conforme a literatura pesquisada, pode ser
definido a partir dos 25 anos de idade (BOURDIEU, 1998, 2013; GOUVEIA; LIMEIRA,
2005; HOLT, 1998; KATZ-GERO, 1999; SILVEIRA, et al. 2007; SINTAS; ALVAREZ,
2002; VAN EIJCK, 2001).
Nesse estudo os dados foram coletados por meio de estudos transversais, mediante a
coleta de informações de qualquer amostra de elementos da população, sendo as informações
obtidas uma única vez (MALHOTRA, 2012). Diante disso, tem-se que a pesquisa utilizou
dados primários e secundários. Os dados primários foram gerados, primeiramente, a partir da
aplicação de entrevista, em seguida foi aplicado um questionário estruturado, com perguntas
fechadas para todos os respondentes e, notadamente confeccionados para esse estudo
(MALHOTRA, 2012). Os dados secundários foram coletados com o objetivo de uma melhor
154
Os questionários foram preenchidos por meio de entrevista pessoal direta (face a face) e
por meio da internet. As vantagens da entrevista pessoal direta está no feedback por parte dos
entrevistados, pela possibilidade de explicação de tarefas complexas, pelo uso de técnicas
especiais de questionários que necessitam de contato visual para agilizar a entrevista ou
melhoramento dos dados (MALHOTRA, 2012). Neste caso, o acesso aos respondentes
aconteceu em locais públicos de grande circulação e em locais particulares com grande
concentração de pessoas nos países escolhidos para o estudo. Por outro lado, a utilização de
Esurveys buscou entender a preferência subjetiva, o potencial interativo e a segurança
percebida no acesso à rede pelos indivíduos e, também pela flexibilidade e rapidez de
preenchimento de questionários on-line como forma de agregar vantagens e facilitar a coleta
de dados (EVANS; MATHUR, 2005; MALHOTRA, 2012).
A análise estatística foi feita com o auxílio do software Statistical Package for Social
Sciences (SPSS) 22.0 para análises das técnicas multivariadas e do Software SmartPLS-3.0,
para a análise de equações estruturais. Nesse estudo foram utilizadas técnicas de dependência,
por se tratar de um estudo com uma variável dependente para várias variáveis independentes
(CHIN, 2000; HAIR et al., 2009;). Para identificar o formato das distribuições e os padrões de
respostas, foram realizadas as análises descritivas de média, desvio-padrão, coeficiente de
variação, índices de assimetria e curtose dos indicadores propostos para os constructos.
156
mais representativa entre os respondentes foi o de estudante, com 57,4 % da amostra coletada,
seguido de trabalhadores empregados com 32,15% da amostra.
Diante da análise de frequência dos dados apresentada, nota-se que a preferência por
produtos culturais ocorre em todos os itens. As médias obtidas sugerem que os respondentes
avaliam de forma positiva o consumo de produtos culturais propostos pela escala apresentada
pelo estudo, já que todas as médias foram acima de 4,00.
149
Com a finalidade de avaliar o modelo teórico a ser testado, foi utilizada a modelagem de
equações estruturais com o uso da técnica PLS – Partial Least Square por meio do software
Smartpls – 3.0. Para cada constructo, considerou-se o uso estatístico do Alpha de Cronbach
para a confiabilidade e a consistência das escalas testadas.
Uma análise fatorial confirmatória foi realizada com a finalidade de analisar cada
constructo separadamente. Os critérios da análise foram: os coeficientes de cada path, o Alpha
de Cronbach, validade convergente e Variância Extraída (AVE). Os parâmetros aceitos na
literatura são que as cargas fatoriais e a confiabilidade devem apresentar níveis acima de 0,7 e
a variância explicada deve apresentar níveis acima de 0,5 (CHIN, 2000).
142
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
144
145
REFERÊNCIAS
AHMED, Z. U.; JOHNSON, J. P.; LING, C. P.; FANG, T. W.; HUI, A. K. Country-of-origin
and brand effects on consumers' evaluations of cruise lines. International Marketing
Review, v. 19, n. 2/3, p. 279-304, 2002.
AJZEN, I. The theory of planned behavior. Organizational Behavior and Human Decision
Process, 50, p. 179–211, 1991.
ALDEN, D. L.; KELLEY, J.; RIEFLER, P.; LEE, J.; SOUTAR, G. The Effect of Global
Company Animosity on Global Brand Attitudes in Emerging and Developed Markets: Does
Perceived Value Matter? Journal of International Marketing, v. 21, n. 2, p. 17-38, 2013.
ALIBER, R.Z. International Banking. A Survey. Journal of Money, Credit and Banking, Vol.
16, No. 4, pp. 661-712, 1984.
ALLEN, M. W. The direct and indirect influences of human values on consumer choices.
1997. Tese (Doutorado em Psicologia) – Universidade de Wellington, New Zealand, 1997.
ALLEN, M. W. A practical method for uncovering the direct and indirect relationships
between human values and consumer purchases. Journal of Consumer Marketing, v. 18, n.
2, p. 102-120, 2001.
ANHOLT, S. Brand New Justice: The Upside of Global Branding. Oxford: Butterworth-
Heinemann, 2003.
______. Anholt nation brands index: how does the world see America? Journal of
Advertising Research, v. 45, n. 3, p. 296-304, 2005.
ARTINFO. Sotheby's faz história com primeiro leilão na China continental. Art-Info, out.
2012.
AVNET, T. E.; HIGGINS, T. Locomotion, Assess ment and Regulatory Fit: Value
Transferfrom ‘How’to‘What’. Journal ofExperimental Social Psychology, 39, p. 525–30,
2003.
AYROSA, E. A. T. Imagem de país: uma escala para avaliar atitudes relativas a países. In:
ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 22., 1998, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro:
ANPAD, 1998. 1 CD-ROM.
______. Validation of a scale to measure country image in Brazil. In: BALAS - THE
BUSINESS ASSOCIATION OF LATIN AMERICAN STUDIES ANNUAL
CONFERENCE, 2002, São Paulo. Anais… São Paulo, 2002b.
BAGOZZI, R. P.; DHOLAKIA, U. Goal setting and goal striving in consumer behavior.
Journal of Marketing, v.63, p.19-32, 1999.
148
BAKER, J.; PARASURAMAN, A.; GREWAL, D.; VOSS, G. B. The influence of multiple
store environment cues on perceived merchandise value and patronage intentions. Journal of
Marketing, 66, p. 120–141, 2002.
BALABANIS, G.; MUELLER, R.; MELEWAR, T. C. The Human Values lenses of country
of origin images. International Marketing Review, v. 19, nº 6, p. 582-610, 2002.
BAUER, R.A. Consumer behaviour as risk taking. In Cox, D.F. 1967. Risk taking and
information handling in consumer behaviour.Boston: Harvard University Press, p.p. 23-33,
1960.
BAEK, E.; CHOO, H. J. Effects of Peer Consumption on Hedonic Purchase Decisions. Social
Behavior and Personality, 43(7), p. 1085–1100, 2015.
BECKER, B. W.; CONNOR, P. E. Persona; Values of the Heavy User of mass Media.
Journal of Advertising Research, v. 21, p. 37-43, 1981.
BELK, R. W. Possessions and the Extended Self. Journal of Consumer Research, v. 15, n.
2, p. 139-16, 1988.
BENNETT,T.; SAVAGE, M.; SILVA, E.; WARDE, A.; GAYO-CAL, M.; WRIGHT, D.
Culture, Class, Distinction. Routledge, London, 2009.
BIEBER, T.; MARTENS, K. The OECD PISA Study as a Soft Power in Education? Lessons
from Switzerland and the US. European Journal of Education, v. 46, n. 1, 2011.
BIRD, A.; STEVENS, M. Toward an Emergent Global Culture and the Effects of
Globalization on Obsolescing National Cultures. Journal of International Management, v.
9, n. 4, p. 395-407, 2003.
150
BIZUMIC, B.; DUCKITT, J.; POPADIC, D.; DRU, V.; KRAUSS, S. A Cross-Cultural
Investigation into a Reconceptualization of Ethnocentrism. European Journal of Social
Psychology, 39 (6), p. 871-99, 2009.
BLAREL, N. India’s Soft Power: From Potential to Reality?. IDEAS Reports – Special
Reports. In Kitchen, N (ed.), SR010. LSE IDEAS, London School of Economics and Political
Science, London, 2012.
BOULDING, W.; KARLA, A.; STAELIN, R.; ZEITHAML, V. A. A dynamic process model
of service quality: from expectations to behavioral intentions. Journal of Marketing
Research, 30, p. 7–27, 1993.
BRADLOW, E. T. Current Issues and a Wish List for Con-joint Analysis. Applied
Stochastic Models in Business and Industry, v. 21, n. 4-5, p. 319-23, 2005.
BREWER, M. B.; GARDNER, W. L. Who Is This ‘We’? Levels of Collective Identity and
Self Representation. Journal of Personality and Social Psychology, 71 (1), p. 83–93, 1996.
BRIJS, K.; VANHOOF, K.; BRIJS T.; KARLIS, D. Using fuzzy set theory to assess
country-of-origin effects on the formation of product attitude. In Vincença Torra, Yasuo
Narukawa, Aïda Valls, Josep Domingo-Ferrer (Ed.), Modeling Decisions for Artificial
Intelligence, 3885 (pp. 138-149). New York: Springer-Verlag, 2006.
BROWN, I.; JAYAKODY, R. B2C e-commerce success: atest and validation of a revised
conceptual model. Electronic Journal Information Systems Evaluation, 11,167–184, 2008.
BRUWER, J.; BULLER, C. Product involvement, brand loyalty, and country-of-origin brand
preferences of Japanese wine consumers. Journal of Wine Research, Vol.24, N.1, p. 38–58,
2013.
CALCAGNO, N. Nosotros y los otros: comercio exterior de bienes culturales en América dei
Sur / Natalia Calcagno y Emma Elinor Cesín Centeno. Buenos Aires: Secretaria de Cultura de
la Presidencia de la Nación, 2008.
CHAO, P. The moderating effects of country of assembly, country of parts, and country of
design on hybrid product evaluations. Journal of Advertising, v. 30, nº 4, p. 67-81, 2001.
CHAUDHURI, A.; HOLBROOK, M. B.The Chain of Effects from Brand Trust and Brand
Affect to Brand Performance: The Role of Brand Loyalty. Journal of Marketing,65(2), p.
81–93, 2001.
CHEN, L. S. L.; WU, Y. J.; CHEN, W. C. Relationship between country of origin, brand
experience and brand equity: The moderating effect of automobile country.
2011.http://ieeexplore.ieee.org/xpl/login.jsp?tp=&arnumber=5996037&url=http%3A%2F
%2Fieeexplore.ieee.org%2Fxpls%2Fabs_all.jsp%3Farnumber%3D5996037. Acesso em 14 de
novembro de 2015.
CHIN, W. Partial Least Squares For Researchers: An overview and presentation of recent
advances using the PLS approach. C. T. Bauer College of Business University of Houston,
2000. Disponível em: < http:// disc-nt.cba.uh.edu/chin/indx.html>. Acesso em: 30 out. 2014.
CLEVELAND, M., LAROCHE, M., AND PAPADOPOULOS, N. You are what you speak?
Globalization, multilingualism, consumer dispositions and consumption. Journal of Business
Research, 68(3), p. 542-552, 2015.
COCKBURN, L. Children and Young People Living in Changing Worlds: The Process of
Assessing and Understanding the 'Third Culture Kid,’ School Psychology International,
23(4), p. 475-485, 2002.
COE, N. M.; JOHNS, J. Beyond production clusters. In: POWER, D.; SCOTT, A. J. (Ed.).
Cultural industries and the production of culture. Londres: Routledge, p. 189-202, 2004.
COLBERT, F. Le Marketing des Arts et de la Culture. 2. ed. Québec: Gaetan Morin, 2000.
COMBES, E.; HIBBERT, S.; HOGG, G.; VAREY, R. Consuming Identity: The Case of
Scotland. Advances in Consumer Research, Vol. 28, p. 328-333, 2001.
COX, D.F.; RICH, S.U. Perceived risk and consumer decision making –The case of telephone
shopping, Journal of Marketing Research, 1, p. 32-39, 1964.
CUTRIGHT, K. M.; SAMPER, A. Doing it the Hard Way: How Low Control Drives
Preferences for High-Effort Products and Services. Journal of Consumer Research, v. 41,
2014.
CYR, D.; HASSANEIN, K.; HEAD, M.; IVANOV, A. The role of social presence in
establishing loyalty in e-service environments. Interacting With Computers,19, p. 43–56,
2007.
DALPRA, P. DNA Brasil. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2009.
DMITROVIĆ, T.; VIDA, I.; REARDON J. Purchase behavior in favor of domestic products
in West Balkans, International Business Review, N° 18, p. 523-535, 2009.
DING, S. Analyzing Rising Power from the Perspective of Soft Power: a new look at China's
rise to the status quo power. Journal of Contemporary China, v. 19, n. 64, p. 255-272,
2010.
DODDS, W. B.; MONROE, K. B.; GREWAL, D. Effects of price, brand, and store
information on buyers product evaluations. Journal of Marketing Research, 28, p. 307-319,
1991.
DUARTE, R. Indústria cultural: uma introdução. Rio de Janeiro: Ed. da FGV, 2010.
DUNN, M.G.; MURPHY, P.E.; SKELLY, G.U. Research note: The influence of perceived
risk on brand preference for supermarket products, Journal of Retailing, 62(2), p. 204-216,
1986.
156
ELROD, T. Choice Map: Inferring a Product-Market Map from Panel Data. Marketing
Science, v. 7, p. 21-39, 1988.
_______. Influence of Some External and Internal Environmental Factors on Foreign Market
Entry Mode Choice in Service Firms. Journal of Business Research, Vol. 25, pp. 263-276,
1992.
ERNEST & YOUNG. Rapid-growth markets soft power index. In collaboration with the
Moscow School of Management - SKOLKOVO, 2012.
EVANS, J. R.; MATHUR, A. The value of online survey. Internet Research, 2005.
FADUL, A. A internacionalização dos grupos de mídia no Brasil nos anos 90. Comunicação
e Sociedade, n. 29, São Bernardo do Campo: UMESP, 1998a.
FAN, Y. Branding the Nation: What is Being Branded?. Journal of Vacation Marketing, v.
12, 2006.
FARIZO, B. A.; JOYCE, J.; SOLIÑO, M. Dealing with Heterogeneous Preferences Using
Multilevel Mixed Models. Land Economics, 90 (1), p. 181-198, 2014.
FELSON, M. The differentiation of material life styles: 1925 to 1966. Social Indicators
Research, v. 3, p. 379-421, 1976.
FISHBEIN, M. An investigation of the relationships between beliefs about an object and the
attitude toward that object. Human Relations, 16, p. 233-240, 1963.
______. Attitude and the prediction of behavior. Em M. Fishbein (Org.), Readings in attitude
theory and measurement. New York: Wiley. p. 477-492, 1967.
FOLKES, V.; MATTA, S. The Effect of Package Shape on Consumers Judgments of Product
Volume: Attention as a Mental Contaminant. Journal of Consumer Research, v. 31, n. 2, p.
390-401, 2004.
FONG, C. M.; LEE, C. L.; DU, Y. Consumer Animosity, Country of Origin, and Foreign
Entry-Mode Choice: A Cross-Country Investigation. Journal of International Marketing,
American Marketing Association, v. 22, n. 1, pp. 62-76, 2014.
FRANKE, N.; KEINZ, P.; STEGER C. J. Testing the Value of Customization: When Do
Customers Really Prefer Products Tailored to Their Preferences? Journal of Marketing, v.
73, p. 103-121, 2009.
FURBY, L. Possessions: Toward a theory of their meaning and function though out the life
cycle. In: BALTES, P. B. Lifespan Development and Behavior. New York: Academic
Press, 1978.
FURTADO, C. Formação Econômica do Brasil. 32. ed. São Paulo: Companhia Editora
Nacional, 2003.
FUTURE BRAND. Country Brand Index 2012-2013. São Paulo, 2013. Disponível em:
<http://www.futurebrand.com/cbi/2014/thankyou/4032/cbi2014-4654222230#download-
form>. Acesso em: 22 jan. 2015.
GEFEN, D.; KARAHANNA, E.; STRAUB, D.W. Inexperience and experience with on line
stores: the importance of TAM and trust. IEEE Transactions on Engineering Management,
50, 307–321, 2003.
GER, G. Localizing in the global village: local firms competing in global markets. Califórnia
Management Review, v. 41, n. 4, p. 64-83, 1999.
GIL, J. The Promotion of Chinese Language Learning and China’s Soft Power. Asian Social
Science, v. 10, 2008.
GILL, S.; LAW, D. The Global Political Economy: Perspectives, Problems and Policies.
Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 1993.
GILPIN, R. War and Change in World Politics. Cambridge: Cambridge University Press,
1981.
GIRALDI, J. M. E.; IKEDA, A. A. Personal values and the country-of-origin effect’: the
moderating role of consumers’ demographics. International Journal of Consumer
Studies,33,309–315, 2009.
GUPTA, N; ADIL, M. Ascertaining The Item Structure Of Consumer Based Brand Equity: A
Factor Specific Approach. Journal of Services Research, v.14, nº 2, 2015.
HAIR, J.; BLACK, WILLIAM C.; BABIN, BARRY J.; ANDERSON, ROLPH E.; TATHAM
RONALD, L. Análise multivariada de dados. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
HAKOAMA, M.; HAKOYAMA, S. The Impact of Celi Phone Use on Social Networking and
Development Among College Students. The American Association of Behavioral and
Social Sciences Journal, v. 15, p. 1-20. 2011.
HAN, C. M. The Role of Consumer Patriotism in the Choice of Domestic Versus Foreign
Products. Journal of Advertising Research, 28 (3), 25-32, 1988.
______. Country image: halo or summary construct? Journal of Marketing Research, v. 26, v.
2, p. 222-229, 1989.
______. Testing the role of country image in consumer choice behavior. European Journal
of Marketing, v. 24, n. 6, p. 24-40, 1990.
HANNERZ, U. Cosmopolitans and locals in world culture. Theory, Culture & Society, 7(2-
3), p. 237- 251, 1990.
HANOCH, Y. Neither an angel nor an ant: emotion as an aid to bounded rationality. Journal
of Economic Psychology, v.23, p.1-25, 2002.
HARTZ, A.; WATSON, D. C.; NOYES JR., R. Applied Study of Affinities for Personal
Attributes Using an Epidemiological Model. Social Behavior and Personality, 33 (7), p.
635–50, 2005.
HAYDEN, C. The rhetoric of soft power: Public diplomacy in global context. Lexington
Books, 2012.
HERBST, K. C.; FINKEL, E. J.; ALLAN, D.; FITZSIMONS, G. On the Dangers of Pulling a
Fast One: Advertisement Disclaimer Speed, Brand Trust, and Purchase Intention. Journal of
Consumer Research,Vol.38, p. 909-919, 2012.
161
HERCHE, J. A note on the predictive validity of the CETSCALE. Journal of the Academy
of Marketing Science, Vol. 20 No. 3, pp. 261-4, 1992.
HERR, P.; KARDES, F.; KIM, J. Effects of Word-of-Mouth and Product Attribute
Information on Persuasion: An Accessibility-Diagnosticity Perspective. Journal of
Consumer Research, 17, p. 454-462, 1991.
HESLOP, L. A.; PAPADOPOULOS N.; DOWDLES M.; WALL M.; COMPEAU, D. Who
Controls the Purse Strings: A Study of Consumers and Retail Buyers Reactions in an
America's FTA Environment. Journal of Business Research,57(10), p. 1177-1188, 2004.
HIGGINS, E. T. Making a Good Decision: Value from Fit. American Psychologist, 55, p.
1217–30, 2000.
HIRATA, T. Mangá: Do Japão ao Mundo pela Prática Midiática do Scanlation. 2012. 148 f.
Dissertação (Mestrado em Estudos de Cultura Contemporânea) – Universidade Federal de
Mato Grosso, Cuiabá, 2012.
HOLT, D. B.; QUELCH, J. A.; TAYLOR, E. L. How Global Brands Compete. Harvard
Business Review, 82(9), p. 68–75, 2004.
HONG, J.; STERNTHAL, B. The Effects of Consumer Prior Knowledge and Processing
Strategies on Judgments. Journal of Marketing Research, Vol.XLVII, p. 301–311, 2010.
HOWARD, J.; SHETH, J. The Theory of Buyer Behavior. New York: John Wiley. 1969.
HOWKINS, J. The Creative Economy – How People Make Money from Ideas. Londres:
Penguin Books, 2007.
163
HSU, H-C.; LAI, C-S.; CHEN, C-H. Extrinsic cue of warranty by selling through a reputable
website, Journal of Advertising Research, p. 158-164, 2007.
HUANG, Y. A.; PHAU, I.; LIN, C. Consumer animosity, economic hardship, and normative
influence. European Journal of Marketing, v. 44, n. 7/8, p. 909-937. 2010.
JACKS, N.; SCHMITZ, D.; OIKAWA, E.; SIFUENTES, L.; PIENIZ, M. Circulação e
consumo de telenovela: Passione num cenário multiplataforma. Comunicação, Mídia e
Consumo, São Paulo, ano 9, v. 9, n. 26, p. 191-210, 2012.
164
JAFFE, AND. D.; NEBENZAHL, I. D. National image and competitive advantage: the theory
and practice of country-of-origin effect. Copenhagen: Copenhagen Business School Press,
2001.
JOSIASSEN, A.; HARZING, A. Descending from the Ivory Tower: Reflections on the
Relevance and Future of Country-of-Origin Research. European Management Review, 5, p.
264-270, 2008.
KAHLE, L. R. Social Values and Social Change: Adaptation to Life in America. New York,
NY: Praeger Publishers.1983.
KAHLE, L. R.; KENNEDY, P. Using the List of Values (LOV) to Understand Consumers.
The Fall. Journal of Services Marketing. v. 2, n. 4, 1988.
KEARNEY, M. The Local and The Global: The Anthropology of Globalization and
Transnationalism, Annual Review of Anthropology, 24(1), p. 547-565, 1995.
KJELDGAARD, D.; OSTBERG, J. Coffee Grounds and the Global Cup: Glocal Consumer
Culture in Scandinavia, Consumption, Markets and Culture, 10(2), p. 175-187, 2007.
KEOHANE, R.; NYE, J. S. Power and Interdependence. New York: Harper Collins, 2001.
KLEIN, J.; ETTENSON, R.; MORRIS, M. The animosity model of foreign product purchase:
an empirical test in the People’s Republic of China. Journal of Marketing, v. 62, p. 89-100,
Jan. 1998.
KOGUT, B.; SINGH, H. The effect of national culture on the choice of entry mode. Journal
of International Business Studies, v. 19, Fall 1988.
KOTLER, P.; GERTNER, D. Country as Brand, Product and Beyond: A Place Marketing and
Brand Management Perspective. Brand Management, v. 9, n. 4/5, 2002. Disponível em:
<http://www.ingentaconnect.com/content/pal/bm/2002/00000009/F0020004/art00003>.
Acesso em: 19 set. 2013.
KOTLER, P. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. 10. ed. São Paulo:
Prentice Hall, 2000.
______. The Field Behind the Screen: using netnography for marketing researchin online
communities. Journal of Marketing Research, p. 61-72, 2002.
KRIDER, R. E.; RAGHUBIR, P.; KRISHNA, A. Pizzas: por Square? Psychophysical Biases
in Area Comparisons. Marketing Science, v. 20, n. 4, p. 405-425, 2001.
167
KUAN, H. H.; BOCK, G.W.; VATHANOPHAS,V. Comparing the effects of website quality
on customer initial purchase and continued purchase at e-commerce websites. Behaviour &
Information Technology, 27, p. 3–16, 2008.
KUPKA, B.; EVERETT, A. M.; CATHRO, V. Home alone and often unprepared –
intercultural communication rating for expatriated partner in German MDCs. International
Journal of Human Resource Management, 19 (10), p. 1765-1791, 2008.
LA BARRE, J. de. Música, cidade, etnicidade: explorando cenas musicais em Lisboa. Revista
Migrações, Lisboa, n. 7, p. 147-66, out. 2010.
LARSEN, J. T.; MCGRAW, A. P.; CACIOPPO, J. T. Can People Feel Happy and Sad at the
Same Time? Journal of Personality & Social Psychology, v. 81, n. 4, p. 684-696, Oct. 2001.
LEE, W. N.; HONG, G. Y.; LEE, SI-JIN. Communicating with American Consumers in the
Post 9/11 Climate: An Empirical Investigation of Consumer Ethnocentrism in the United
States. International Journal of Advertising, 22 (4), p. 487-510, 2003.
LEE, A. Y.; AAKER, J. L. Bringing the Frame into Focus: The Influence of Regulatory Fit on
Processing Fluency and Persuasion. Journal of Personality and Social Psychology, 86, p.
205–218, 2004.
LEE, D.; GANESH, G. Effects of Partitioned Country Image in the Context of Brand Image
and Familiarity: A Categorization Theory Perspective. International Marketing Review, 16,
1, p. 18-39, 1999.
LEE, K. K.; ZHAO, M. The Effect of Price on Preference Consistency Over Time. Journal
of Consumer Research, v. 41, 2014.
LEE, J. K.H.; SUDHIR, K.; STECKEL, J. H. A Multiple Ideal Point Model: Capturing
Multiple Preference Effects from Within an Ideal Point Framework. Journal of Markeling
Research, v. 9, p. 73-86, 2002.
168
LEISS, W. Things come alive: economy and technology as modes of social representation in
modern society. Mesa Redonda Sobre Representações, Montreal, Quebec, Canadá, 1983.
LEVCHENKO, A. Institutional Quality and International Trade. IMF Working Paper, 2004.
LEVY, S. Hunger and work in a civilized tribe. American Behavior Scientist, v. 21, p. 557-
570, 1978.
LEVY, O.; BEECHLER, S.; TAYLOR, S.; BOYACIGILLER, N. A. What We Talk About
When We Talk About ‘Global Mindset’: Managerial Cognition in Multinational Corporations.
Journal of International Business Studies, 38 (2), p. 231-58, 2007.
LI, Z. G.; FU, S.; MURRAY, W, L. Country and product image: the perceptions of
consumers in the people´s Republic China. Journal of International Consumer Marketing,
v. 10, n. 1-2, p. 115-138, 1997.
LIMA, C.; L.; C.; LOIOLA, E. Análise das Redes Sociais Para o Segmento Cultural. Revista
Pensamento & Realidade, ano 16, v. 28, n. 4, 2013.
LINDON, D.; LENDREVIE, J.; LÉVY, J.; DIONÍSIO, P.; RODRIGUES, V. Mercator XXI,
Teoria e Pratica do Marketing. 11.ª ed. Lisboa: Dom Quixote, 2008.
LLOPIS-GOIG, R. Fair trade and global cognitive orientation: a focus on Spanish fair trade
consumers. International Journal of Consumer Studies, 31(5), p. 468–477, 2007.
169
LO, J. T.; PAN, S. Confucius Institutes and China's soft power: practices and paradoxes.
Journal of Comparative and International Education, Routledge Taylor & Francis Group,
2007.
MAGUIRE, J. Invictus or evict-us? Media images of South Africa through the lens of the
FIFA World Cup. Social Identities, v. 17, n. 5, p. 681-694, 2011.
MAHER, A. A.; CLARK, P.; MAHER, A. International consumer admiration and the
persistence of animosity. Journal of Consumer Marketing, v. 27, n. 5, p. 414-424. 2010.
MAOZ, Z.; KUPERMAN, R.D.; TERRIS, L.; TALMUD, I. Structural Equivalence and
international conflict: A social network analysis. Journal of Conflict Resolution 50 (5), p.
664-689, 2006.
MARCUSE, H. A Dimensão Estética. Trad. Maria Elisabete Costa. Lisboa: Edições 70,
2013.
MCBRIDE, B. The essence of anthropology. Kansas City: Kansas State University Press,
2011.
MCCLORY, J. The New Persuaders: An international ranking of soft power. Institute for
Government 2010. Disponível em: <http://www.instituteforgovernment.org.uk>. Acesso em:
21 nov. 2014.
______. The New Persuaders: An international ranking of soft power. Institute for
Government 2011. Disponível em: <http://www.instituteforgovernment.org.uk>. Acesso em:
21 nov. 2014.
______. The New Persuaders: An international ranking of soft power. Institute for
Government 2012. Disponível em: <http://www.instituteforgovernment.org.uk>. Acesso em:
21 nov. 2014.
171
MCQUITTY, S.; FINN, A.; WILEY, J.B. Systematically varying consumer satisfaction and
its implications for product choice. Academy of Marketing Science
Review.<http://www.amsreview.org/articles/mcquity10–2000.pdf>. Acesso em 18 de
novembro de 2015.
MELISSEN, J. (Ed.) The new public diplomacy: Soft power in international relations.
Palgrave Macmillan. 2005.
MERZ, M. A.; HE, Y.; ALDEN, D. L. A categorization approach to analyzing the global
consumer culture debate. International Marketing Review, 25(2), p. 166–182, 2008.
MEULEMAN, R.; SAVAGE, M. A field analysis of cosmopolitan taste: lessons from the
Netherlands. Cult.Sociol, 7, p. 230–256, 2013.
MICHALEK, M. The Hard Truth about Soft Power, The case of the PRC Under New
Leadership. R/Evolutions, v. 1, n. 1, p. 246-263, 2013.
MILLER, A. Promoting Democratic Values in Transitional Societies through Foreign Aid. In:
REUNIÃO ANUAL DA MIDWEST POLITICAL SCIENCE ASSOCIATION. Anais…
Chicago, 2006.
MINC. Ministério da Cultura. Site oficial do Ministério da Cultura. 2009. Disponível em:
<www.cultura.gov.br>. Acesso em: 21 dez. 2014.
______. Brazilian Official Guide of Investment and Opportunities. 2014. Disponível em.
<http://www.brasilexport.gov.br/brazilian-official-guide-investment-opportunities>. Acesso
em: 21 nov. 2014.
MITCHEL, V.W.; BOUSTANI, P. Consumer risk perceptions in the breakfast cereal market,
British Food Journal, 94(4), p. 17-26, 1992.
MLICKI, P. P.; ELLEMERS, N. Being Different or Being Better? National Stereotypes and
Identifications of Polish and Dutch Students. European Journal of Social Psychology, 26
(1), p. 97-114, 1996.
MOSSBERG, L.; E KLEPPE, I. Country and Destination Image: Different or Similar Image
Concepts?. The Service Industries Journal, v. 25, n. 4, p. 493-503, 2005.
MULLEN, B.; BROWN, R.; SMITH, C. Ingroup Bias as a Function of Salience, Relevance,
and Status: An Integration. European Journal of Social Psychology, 22 (2), p. 103-122, 1992.
______. A Comparative “Made in” product image survey among japanese businessmen.
Journal of Marketing, v. 34, p. 95-100, 1977.
NES, E. B.; YELKUR, R.; SILKOSET, R. Consumer affinity for foreign countries: construct
development, buying behavior consequences and animosity contrasts. International Business
Review, 23-4, p. 774-784, 2014.
NETZER, O.; OLIVIER, T.; ERIC T.; BRADLOW, E. D.; THEODOROS, E.; FRED M. F.
“Beyond Conjoint Analysis: Advances in Preference Measurement. Marketing Letters, v.
19, n. 3, p. 337-54. 2008.
NIJSSEN, E. J.; DOUGLAS, S. P. Examining the animosity model in a country with a high
level of foreign trade. International Journal of Research in Marketing, v. 21, p. 23-38,
2004.
NYE JR., J. S. Public diplomacy and soft power. ANNALS of the American Academy of
Political and Social Science, 616, p. 94–109. SAGE Publications. 2008.
OLIVEIRA, C. T. F. Escuta sonora: educação não formal, repepção e cultura popular nas
ondas das rádios comunitárias. 2002. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de
Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2002.
175
ORTIZ, R. Um outro território: ensaios sobre a mundialização. São Paulo: Olho d’Água,
1997.
OTIM, S.; GROVER,V. An empirical study on Web-based services and customer loyalty.
European Journal of Information Systems,15, p. 527–541, 2006.
OVERBY, J. W.; LEE, E. J. The effects of utilitarian and hedonic online shopping value on
consumer pre-ference and intentions. Journal of Business Research, v. 59, n. 10-11, p. 1160-
1166, 2006.
PAN, S. Y. Confucius Institute project: China’s cultural diplomacy and soft power projection.
Asian Education and Development Studies, v. 2, n. 1, p. 22-33, 2013.
PANDEY, M.; NAKRA, N. Consumer Preference Towards Smartphone Brands, with Special
Reference to Android Operation System. The IUP Journal of Marketing Management, v.
13, n. 4, 2014.
PARK, C. W.; JUN, S. Y.; MACINNIS, D. J. Choosing What I Want versus Rejecting What I
Do Not Want: An Application of Decision Framing to Product Option Choice Decisions.
Journal of Marketing Research, v. 37, p. 187–202. 2000.
PAVLOU, P. A. Consumer acceptance of electronic commerce: integrating trust and risk with
the technology acceptance model. International Journal of Electronic Commerce,7, p.
101–134, 2003.
PAYNE, J. W.; JAMES R. B.; ERIC J. J. The Adaptive Decision Maker. Cambridge, UK:
Cambridge University Press.1993.
PENG-ER, L. Japan–Taiwan relations: Between affinity and reality. Asian Affairs, 30(4), p.
249–67, 2004.
PIETERSE, J. N. Globalization and culture: Global mélange. 2. ed. Lanham: Rowman &
Littlefield, 2009.
PORTER, M. The competitive advantage of nations. Nova York: Free Press, 1990.
QUINBY, I. Material Culture and the study of material life. New York: W. W. Norton,
1978.
RAGHUBIR, P.; ARADNA K. Vital Dimensions in Volume Perception: Can the Eye Fool
the Stomach? Journal of Marketing Research, v. 36, p. 313-26, nov. 1999.
RAINISTO, S. Success Factors of Place Branding. Revista City and Regional Branding,
Seaford, Regional Studies Association, n. 268, 2007.
RÁYEL, G. C. B. UPP: soft power nascido na favela. Rio de Janeiro: eBook smashwords,
2012.
REARDON, J.; MILLER, C.; VIDA, I.; KIM, I. The effects of ethnocentrism and economic
development on the formation of brand and ad attitudes in transitional economies, European
Journal of Marketing, 39(7-8), p. 737-754, 2005.
REDMOND, W. Exploring limits to material desire: the influence of preferences vs. plans on
consumption spending. Journal of Eco-Economic, Issues, v. 35, n. 3, p. 575, Sept. 2001.
REICHHELD, F. F.; TEAL, T. The Loyalty Effect. Harvard Business School Press, Boston,
MA. 1996.
REVISTA EXAME. Cerca de 900 mil turistas estiveram no carnaval do Rio. Abril.
Disponível em: <exame. abril.com.br/brasil/noticias/cerca-de-900-mil-turistas-estiveram-no-
carnaval-do-rio>. Acesso em: 27 nov. 2014.
RICHARDSON, R. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
ROKEACH, M. The Nature of Human Values. New York: Free Press, 1973.
ROSE, R. Political Communication in a European Public Space: Language, the Internet and
Understanding as Soft Power. Journal of Common Marketing Studies, v. 46, n. 2. p. 451-
475, 2008.
ROWE, W.; SCHELLING, V. Memory and Modernity: Popular culture in latin America.
London: Verso, 1991.
RUSSELL, C.; RUSSELL, D.; KLEIN, J. Ambivalence toward a country and consumers'
willingness to buy emblematic brands: The differential predictive validity of objective and
subjective ambivalence measures on behavior. Marketing Letters, v. 22, p. 357-371, 2011.
SAHLINS, M. Culture and Practical Reason. Chicago: University of Chicago Press, 1976.
SAMIEE, S.; SHIMP, T. A.; SHARMA, S Brand Origin Recognition Accuracy: Its
Antecedents and Consumers' Cognitive Limitations. Journal of International Business
Studies, v. 36, n. 4, p. 379-397, 2005.
SAMIEE, S. Resolving the impasse regarding research on the origins of products and brands.
International Marketing Review, v. 28, n. 5, p. 473-485, 2011.
SCHWARTZ, S.H. Are there universal aspects in the structure and contente of human values?
Journal of Social Issues, v. 50, p. 19-45, 1994.
__________. Bias Phenomena Attendant to the Marketing of Foreign Goods in US. Journal of
International Business Studies, 2, p. 71-80, 1971.
SCHWEIGER, G.; OTTER, T.; STREBINGER, A. The influence of country of origin and
brand on product evaluation and the implications thereof for location decisions. Cems
Business Review, v. 2, n. 1, p. 5-26, 1997.
SCREENDIGEST. Chinese Box Office reached RMB16.8bi in 2012. 2013. Disponível em:
<http://www.screendigest. com/news/2013_01_chinese_box_of-fice_reached_rmb
168bn_in_2 012/ view. html>. Acesso em: 17 dez. 2013.
SERRALVO, F. A. Gestão das marcas no contexto brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2008.
SHAFIR, E. Choosing vs. Rejecting: Why Some Options Are Both Better and Worse than
Others. Memory and Cognition, 21, p. 546-56. 1993.
SHARMA, S., SHIMP, T.A., SHIN, J. Consumer ethnocentrism: A test of antecedents and
moderators, Journal of the Academy of Marketing Science, Vol.23, No 1, p. 26-37, 1995.
SHARMA, P. Country of Origin Effects in Developed and Emerging Markets: Exploring the
Contrasting Roles of Materialism and Value Consciousness, Journal of International
Business Studies, 42 (2), p. 285-306, 2011.
SHIN, B. S. What matten to Koman products in Austialia: Focus on the country image
effects, International AFea Review, 9(1), p. 173-193, 2006.
SILVEIRA, F. G.; SERVO, L. M. S.; MENEZES, T.; PIOLA, S. F. Gasto e Consumo das
Famílias Brasileiras Contemporâneas. Brasília: IPEA, 2007.
SILVIA, P.J. Cognitive appraisals and interest in visual art: Exploring an appraisal theory of
aesthetic emotions. Empirical Studies of the Arts, 23, p. 119-133, 2005.
SIMONIN, B.; RUTH, J. Is a Company Known by the Company it Keeps? Assessing the
Spillover Effects of Brand Alliances on Consumer Brand Attitudes. Journal of Marketing
Research, 35, 30-42, 1998.
SINGH, J; GOYAL, B. Mobile Handset Buying Behavior of Different Age Group and Gender
Groups. International Journal of Business and Management, v. 4, n. 5, p. 179-187, 2009.
SNOW, N. Rethinking public diplomacy. In N.Snow, & P. M. Taylor (Eds.), Routledge hand
book of public diplomacy, (pp. 3–11), London/New York: Routledge, 2009.
SOLINO, M.; JOYCE, J.; FARIZO, B. A. Improving Water Quality in England and Wales:
Local Endowments and Willingness to Pay. International Journal of Environmental
Research, v. 7, n. 3, p. 623-32, 2013.
SPOLAORE, E.; ROMAIN, W. How Deep Are the Roots of Economic Development?.
Journal of Economic Literature, v. 51, n. 2, p. 325-369, 2013.
SUZUKI, S. Chinese Soft Power, Insecurity Studies, Myopia and Fantasy. Third World
Quarterly, v. 30, n. 4, p. 779-793, 2009.
SWEENY, J.C.; SOUTAR, G.N.; JOHNSON, L.W. The role of perceived risk in the quality–
value relationship: a study in a retail environment. Journal of Retailing, 75, 77–105, 1999.
_______. Foreign language competence and cultural affinity: A study of U.K. executives in
foreign markets. Cross Cultural Management, 9(2), 4–24, 2002.
TAE LEE, K.; LEE, Y.-I.; LEE, R. Economic nationalism and cosmopolitanism: A study of
interpersonal antecedents and differential outcomes. European Journal of Marketing,
48(5/6), 1133– 1158, 2014.
TEO, S. H. Demographic and motivation variables associated with internet usage activities.
Internet Research: Electronic Networking Applications and Policy,11,125–137, 2001.
TIEDENS, L. Z.; LINTON, S. Judgment Under Emotional Certainty and Uncertainty: The
Effects of Specific Emotions on Information Processing. Journal of Personality and Social
Psychology, 81 (6), 973-88, 2001.
TSIOTSOU, R. The role of perceived product quality and overall satisfaction on purchase
intentions. International Journal of Consumer Studies, 30, 2, p. 207–217, 2006.
184
TRANSUE, J.E. Identity Salience, Identity Acceptance, and Racial Policy Attitudes:
American National Identity as a Uniting Force. American Journal of Political Science, 51
(1), p. 78-91, 2007.
TRIJP, V.; HANS, C.M.,WAYNE D. H.; INMAN J. J.Why Switch? Product Category Level
Explanation forTrueVariety-seeking Behavior. Journal of Marketing Research,33, pp. 281–
92. 1996.
UNESCO. Relatório Mundial da Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e
a Cultura. Investir na diversidade cultural e no diálogo intercultural. Paris, 2009.
UNESCO. Relatório Mundial da Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e
a Cultura. Framework for Cultural Statistics. Institute for Statistics. Montreal, Canada,
2009.
USUNIER, J. C. The shift from manufacturing to brand origin: suggestions for improving
COO relevance. International Marketing Review, v. 28, n. 5, p. 486-496, 2011.
VAN BOVEN, L.; KANE, J. A.; MCGRAW, P.; DALE, J. Feeling Close: Emotional
Intensity Reduces Perceived Psychological Distance. Journal of Personality and Social
Psychology, v. 98, n. 6, p. 872-85, 2010.
VAN EIJCK, K. Social differentiation in Musical Taste Patterns. Social Forces, v. 79, Issue
3, p. 1163-1185, mar. 2001.
VAN TRIJP, H. C. M.; WAYNE, D. H.; INMAN, J. J. Why Switch? Product Category-Level
Explanations for True Variety- Seeking Behavior, Journal of Marketing Research, 33, p. 281-
292, 1996.
VERKUYTEN, M.; YILDIZ, A. A. National (Dis) identification and Ethnic and Religious
Identity: A Study Among Turkish-Dutch Muslism. Personality and Social Psychology
Bulletin, 33 (10), 1448-62, 2007.
VERLEGH, P. W.J. Home Country Bias in Product Evaluation: The Complementary Roles of
Economic and Socio-Psychological Motives, Journal of International Business Studies, 38
(3), 361-73, 2007.
186
WANISH, B.; VAN ITTERSUM, K. Bottoms up! The Influenceof Elongation on Pouring and
Consumption Volume. Journal of Consumer Research, v. 30, n. 3, p. 455-463, 2003.
WANG, J. Managing national reputation and international relations in the global era: Public
diplomacy revisited. Public Relations Review, 32, p. 91–96, 2006.
WANG, C. L., LI, D.; BARNES, B. R.; AHN, J. Country image, product image and consumer
purchase intention: Evidence from an emerging economy. International Business Review.
2012. <http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2011.11.010>. acesso em 14 de novembro de 2015.
WANG, C.; CHEN, Z. Consumer ethnocentrism and willingness to buy domestic products in
a developing country setting: testing moderating effects. Journal of Consumer Marketing,
Vol. 21, n.6, pp.391-400, 2004.
WANG,Y. S.; LIN, H. H.; LUARN, P. Predicting consumer intention to use mobile service.
Information Systems Journal,16,157–179, 2006.
WANG, X.; YANG, Z. Does country-of-origin matter in the relationship between brand
personality and purchase intention in emerging economies? Evidence from China's auto
industry. International Marketing Review, 25(4), 458-474, 2008.
WONG, C. Y.; POLONSKY, M. J.; GARMA, R. The impact of consumer ethnocentrism and
country of origin sub-components for high involvement products on young Chinese
consumers product assessments. Asia Pacific Journal of Marketing and Logistics,vol. 20,
n. 4, p. 455-478. 2008.
YANG, S. U.; SHIN, H.; LEE, J. H.; WRIGLEY, B. Country Reputationin Multidimensions:
Predictors, Effects, and Communication Channels. Journal of Public Relations Research, v.
20, n. 4, p. 421-440, 2008.
188
YIN, R. K. Estudo de caso: Planejamento e Métodos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
YOON, J.; CANNON, H. M.; YAPRAK, A. Evaluating the CYMYC cosmopolitanism scale
on Korean consumers. Advances in International Marketing, 7, 211–232, 1996.
ZAUBERMAN, G. B.; KIM. K.; MALKOC, S.; BETTMAN, J. R. Time Discounting and
Discounting Time. Journal of Marketing Research, v. 47, p. 543-56, 2009.
ZISMANN, T.; GEISLER, L. Argo: Uma aventura ocidental em terras orientais. Século XXI,
Porto Alegre, v. 4, n. 1, 2013.
ZHOU, L.; YANG, Z., HUI, M.K.Non-local or local brands? A multi-level investigation into
confidence in brand origin identification and its strategic implications. Journal of the
Academy Marketing Science, N° 38, 202-218, 2010.
189
186
187
Masculin 1 ( ) Feminin 2 ( )
Lieu de résidence ? ________________________________________
188
P1 – Quel est le revenu net mensuel du ( ) moins de 500 € ( ) de 500 – 999 € ( ) de 1000 –
ménage? 1999 €
( ) de 2000 – 2999 € ( ) de 3000 – 3999 € ( ) de 4000 –
4999 €
( ) 5000 € ou plus
Note explicative:
PRODUIT CULTUREL – Ce sont des produits culturels que vous consommez tels que: la
musique, les livres, les pièces de théâtre, les fêtes folkloriques, regarder la télévision, aller au
cinéma, visiter des musées, entre autres.
Em Entièremen
désaccor t d’accord
d total
V La probabilité que les produits culturels brésiliens 1 2 3 4 5 6 7
1 soient fonctionnels est très élevée
V Les produits culturels brésiliens sont de très haute 1 2 3 4 5 6 7
2 qualité
V Si il n'y a pas de meilleur produit culturel, il 1 2 3 4 5 6 7
3 semble plus intelligent d'acheter des produits
culturels brésiliens
V Avec des produits culturels brésiliens j’obtiens ce 1 2 3 4 5 6 7
4 que j’attends d’un produit culturel
189
P17nc – Sur les produits culturels brésiliens (cinéma, théâtre, musique, littérature,
gastronomie, spectacles, magazines et journaux), évaluez les aspects suivants de 1 à 7 sachant
que 1 correspond à «Je connais très peu» et 7 «Je connais très bien ».
Je Je
connai connais
s très très bien
peu
V95 Cinéma brésilien 1 2 3 4 5 6 7
V96 Feuilletons brésiliens 1 2 3 4 5 6 7
V97 Concerts musicaux brésiliens en DVD 1 2 3 4 5 6 7
V98 Littérature brésilienne 1 2 3 4 5 6 7
V99 Magazines et/ou des journaux brésiliens 1 2 3 4 5 6 7
V10 Écouter de la musique d’artistes brésiliens en 1 2 3 4 5 6 7
0 CD
V10 Écouter de la musique brésilienne sur mp3, ipod 1 2 3 4 5 6 7
1 et ordinateur
V10 Spectacles de théâtre brésilien 1 2 3 4 5 6 7
2
V10 Festivités folkloriques et / ou religieuse du Brésil 1 2 3 4 5 6 7
3
V10 Spectacles de danse brésiliennes 1 2 3 4 5 6 7
4
V10 Musées brésiliennes 1 2 3 4 5 6 7
5
V10 Restaurants de cuisine brésilienne 1 2 3 4 5 6 7
6
V10 Concerts d'artistes brésiliens 1 2 3 4 5 6 7
7
194
P19fam - Sur les produits culturels brésiliens (cinéma, théâtre, musique, littérature,
gastronomie, spectacles, magazines et journaux), évaluez les aspects suivants de 1 à 7
sachant que 1 correspond à la «pire note» et 7 «meilleure note ».
V123 Peu Familier
En ce qui concerne les produits familier
culturels brésiliens je peux dire que 1 2 3 4 5 6 7
pour moi, ils sont:
V124 Je n’ai J’ai
En ce qui concerne les produits jamais frequemmen
culturels brésiliens je peux dire que essayé t essayé
je suis: 1 2 3 4 5 6 7
V125 Je connais Je connais
En ce qui concerne les produits très peu très bien
culturels brésiliens je peux dire 1 2 3 4 5 6 7
que:
V126 Totalemen Totalment
En ce qui concerne les produits t mal informé
culturels brésiliens je peux dire que informé
je suis: 1 2 3 4 5 6 7
V127 Nouvel Acheteur
En ce qui concerne les produits acheteur fréquent
culturels brésiliens je peux dire que 1 2 3 4 5 6 7
je suis:
195
196
Masculino 1 ( ) Feminino 2 ( )
Em que cidade você nasceu? ________________________________________
P1 – Qual o seu rendimento mensal do ( ) menos de 500 € ( ) de 500 – 999 € ( ) de 1000 – 1999 €
agregado familiar? ( ) de 2000 – 2999 € ( ) de 3000 – 3999 € ( ) de 4000 – 4999 €
( ) 5000 € ou mais
P2 – Qual a sua idade? ( ) 16-25 ( ) 26-35 ( )36-45 ( )46-55
( )56 ou mais
P3 – Qual a sua escolaridade? ( ) 1º Ciclo ( )2º Ciclo ( ) 3º ciclo
( ) Bacharelado / Licenciatura
( ) Secundário
( )Mestrado
( ) Doutorado
Nota explicativa: PRODUTO CULTURAL – São produtos culturais que você consome,
tais como: Música, Livros, Peças de teatro, Festas folclóricas, Assistir TV, ir ao cinema, ir a
museus, entre outros.
P7p - Gostaria que você avaliasse os aspectos abaixo, dando notas de 1 a 7 sendo 1 para
“Discordo totalmente” e 7 para “Concordo totalmente”.
Discordo Concordo
totalmente totalmente
V1 A probabilidade de que os produtos culturais 1 2 3 4 5 6 7
197
P8a – Gostaria que você avaliasse os aspectos abaixo, dando notas de 1 a 7 sendo 1 para
“Discordo totalmente” e 7 para “Concordo totalmente”.
Discordo Concordo
totalmente totalmente
V8 Eu tenho um sentimento agradável 1 2 3 4 5 6 7
sobre o Brasil
V9 Eu gosto do Brasil 1 2 3 4 5 6 7
V10 Eu tenho um sentimento de 1 2 3 4 5 6 7
simpatia para com o Brasil
V11 Eu sou fascinado pelo Brasil 1 2 3 4 5 6 7
V12 Eu amo o Brasil 1 2 3 4 5 6 7
V13 Eu Sinto-me ligado ao Brasil 1 2 3 4 5 6 7
V14 Eu Sinto-me inspirado pelo Brasil 1 2 3 4 5 6 7
P9e – Gostaria que você avaliasse os aspectos abaixo, dando notas de 1 a 7 sendo 1 para
“Discordo totalmente” e 7 para “Concordo totalmente”.
Discordo Concordo
totalmente totalmente
V15 Os portugueses poderiam não comprar 1 2 3 4 5 6 7
produtos de outros países, isso causa
desemprego e prejudica os negócios
domésticos
V16 Não está certo comprar produtos de outros 1 2 3 4 5 6 7
países, porque eles colocam os portugueses
para fora do trabalho
V17 Um cidadão Português deveria sempre 1 2 3 4 5 6 7
comprar produtos portugueses
V18 Deve-se preferir produtos nacionais à 1 2 3 4 5 6 7
produtos estrangeiros
V19 Nós portugueses deveríamos comprar 1 2 3 4 5 6 7
produtos fabricados em Portugal, ao invés de
deixar outros países se enriquecerem às
nossas custas
P10coo – Gostaria que você avaliasse os aspectos abaixo, dando notas de 1 a 7 sendo 1 para
“Discordo totalmente” e 7 para “Concordo totalmente”.
Discordo Concordo
totalmente totalmente
V20 O Brasil é um país amigável e 1 2 3 4 5 6 7
internacionalmente admirado
V21 Os brasileiros são criativos e 1 2 3 4 5 6 7
198
artisticamente dotados
V22 Os brasileiros são bem-educados 1 2 3 4 5 6 7
P11c - Gostaria que você avaliasse os aspectos abaixo, dando notas de 1 a 7 sendo 1 para
“Discordo totalmente” e 7 para “Concordo totalmente”.
Discordo Concordo
totalmente totalmente
V45 Eu gosto de partilhar ideias com pessoas de 1 2 3 4 5 6 7
outras culturas ou países
V46 Eu estou interessado em aprender mais 1 2 3 4 5 6 7
sobre pessoas que vivem em outros países
V47 Eu gosto de estar com pessoas de outros 1 2 3 4 5 6 7
países para aprender sobre suas opiniões e
199
perspectivas
V48 Eu gosto de observar as pessoas de outros 1 2 3 4 5 6 7
países para ver o que posso aprender com
elas
V49 Eu gosto de aprender sobre outros estilos de 1 2 3 4 5 6 7
vida
P12sp – Gostaria que você avaliasse os aspectos abaixo, dando notas de 1 a 7 sendo 1 para
“Discordo totalmente” e 7 para “Concordo totalmente”.
Discordo Concordo
totalmente totalmente
V50 O Brasil é um país conhecido 1 2 3 4 5 6 7
mundialmente
V51 A imagem do Brasil é conhecida 1 2 3 4 5 6 7
mundialmente
V52 O padrão educacional no Brasil é 1 2 3 4 5 6 7
conhecido mundialmente
V53 A história do Brasil é conhecida 1 2 3 4 5 6 7
P13in – Gostaria que você avaliasse os aspectos abaixo, dando notas de 1 a 7 sendo 1 para
“Discordo totalmente” e 7 para “Concordo totalmente”.
Discordo Concordo
totalmente totalmente
V72 Ser cidadão português é uma parte 1 2 3 4 5 6 7
importante na minha vida
V73 Hoje em dia, considero ser português 1 2 3 4 5 6 7
um privilégio
V74 Meu destino está intimamente ligado 1 2 3 4 5 6 7
ao destino de Portugal
V75 Eu vejo meu futuro intimamente 1 2 3 4 5 6 7
ligado ao futuro de Portugal
V76 O meu destino e o meu futuro estão 1 2 3 4 5 6 7
vinculados ao do povo Português
V77 Um dos meus deveres mais 1 2 3 4 5 6 7
importantes como Português é a
lealdade a Portugal
V78 Se me confundem com um 1 2 3 4 5 6 7
estrangeiro, eu corrijo o erro e digo
que sou português.
V79 Se eu fosse nascer de novo eu 1 2 3 4 5 6 7
desejaria nascer em Portugal
P 14ig – Gostaria que você avaliasse os aspectos abaixo, dando notas de 1 a 7 sendo 1 para
“Discordo totalmente” e 7 para “Concordo totalmente”.
Discordo Concordo
totalmente totalmente
V80 Eu sinto que vivemos em uma aldeia 1 2 3 4 5 6 7
global
V81 Eu sinto que eu poderia me aproximar de 1 2 3 4 5 6 7
alguém no mundo inteiro
V82 Eu sinto que as pessoas que vivem em 1 2 3 4 5 6 7
outras partes do mundo estão próximos de
mim
V83 Eu sinto uma certa familiaridade com as 1 2 3 4 5 6 7
pessoas à volta do mundo
V84 Eu sinto que as pessoas ao redor do 1 2 3 4 5 6 7
mundo são mais semelhantes do que
diferentes
P15ic - Gostaria que você avaliasse os aspectos abaixo, dando notas de 1 a 7 sendo 1 para
“Discordo totalmente” e 7 para “Concordo totalmente”, no que se refere à produtos culturais
brasileiros (ex: Música, cinema, revistas, livros, teatro).
Discordo Concordo
totalmente totalmente
V85 Eu recomendo para outras pessoas os 1 2 3 4 5 6 7
produtos culturais brasileiros
V86 Estou disposto a experimentar produtos 1 2 3 4 5 6 7
culturais brasileiros
201
P 16ac – Gostaria que você avaliasse os aspectos abaixo, dando notas de 1 a 7 sendo 1 para
“Discordo totalmente” e 7 para “Concordo totalmente”.
Discordo Concordo
totalmente totalmente
V90 Os produtos culturais brasileiros têm um 1 2 3 4 5 6 7
excelente preço
V91 Os produtos culturais brasileiros são 1 2 3 4 5 6 7
produtos baratos
V92 Gosto de produtos culturais brasileiros 1 2 3 4 5 6 7
P17nc –Sobre produtos culturais brasileiros (ex: música, cinema, teatro, literatura,
instrumentos musicais, gastronomia), gostaria que você avaliasse seu nível de conhecimento,
dando notas de 1 a 7 sendo 1 para “Não conheço” e 7 para “Conheço bem”.
Não Conheço
conheç bem
o
V95 Cinema brasileiro 1 2 3 4 5 6 7
V96 Telenovelas brasileiras 1 2 3 4 5 6 7
V97 DVD’s de Shows musicais brasileiros 1 2 3 4 5 6 7
V98 Literatura brasileira 1 2 3 4 5 6 7
V99 Revistas e/ou jornais brasileiros 1 2 3 4 5 6 7
V10 CD’s de música de artistas brasileiros 1 2 3 4 5 6 7
0
V10 Ouvir músicas brasileiras em mp3, no ipod, no 1 2 3 4 5 6 7
1 computador
V10 Espetáculos teatrais brasileiros 1 2 3 4 5 6 7
2
V10 Festividades folclóricas e/ou religiosas do Brasil 1 2 3 4 5 6 7
3
V10 Espetáculos de dança brasileira 1 2 3 4 5 6 7
4
V10 Museus brasileiros 1 2 3 4 5 6 7
5
V10 Restaurantes de gastronomia brasileira 1 2 3 4 5 6 7
6
V10 Shows musicais de artistas brasileiros 1 2 3 4 5 6 7
7
V10 Jogos de futebol de equipas brasileiras 1 2 3 4 5 6 7
8
202
P18ncon – Sobre os produtos culturais brasileiros, gostaria que você avaliasse o seu nível de
consumo, dando notas de 1 a 7 sendo 1 para “Nenhum consumo” e 7 para “Consumo
frequente”.
Nenhum Consumo
consumo frequente
V109 Cinema brasileiro 1 2 3 4 5 6 7
V110 Telenovelas brasileiras 1 2 3 4 5 6 7
V111 Shows musicais brasileiros no DVD 1 2 3 4 5 6 7
V112 Ler literatura brasileira 1 2 3 4 5 6 7
V113 Ler revistas e/ou jornais brasileiros 1 2 3 4 5 6 7
V114 Ouvir música de artistas brasileiros em 1 2 3 4 5 6 7
Cd’s
V115 Ouvir músicas brasileiras em mp3, no 1 2 3 4 5 6 7
ipod, no computador
V116 Espetáculos teatrais brasileiros 1 2 3 4 5 6 7
V117 Festividades folclóricas e/ou religiosas 1 2 3 4 5 6 7
do Brasil
V118 Espetáculos de dança brasileira 1 2 3 4 5 6 7
V119 Museus brasileiros 1 2 3 4 5 6 7
V120 Restaurantes de gastronomia brasileira 1 2 3 4 5 6 7
V121 Shows musicais de artistas brasileiros 1 2 3 4 5 6 7
V122 Jogos de futebol de equipas brasileiras 1 2 3 4 5 6 7
Masculino 1 ( ) Feminino 2 ( )
Em que cidade você nasceu? ________________________________________
P1 – Qual o seu rendimento mensal do ( ) menos de 500 € ( ) de 500 – 999 € ( ) de 1000 – 1999 €
agregado familiar? ( ) de 2000 – 2999 € ( ) de 3000 – 3999 € ( ) de 4000 – 4999 €
( ) 5000 € ou mais
P2 – Qual a sua idade? ( ) 16-25 ( ) 26-35 ( )36-45 ( )46-55
( )56 ou mais
P3 – Qual a sua escolaridade? ( ) 1º Ciclo ( )2º Ciclo ( ) 3º ciclo
( ) Bacharelado / Licenciatura
( ) Secundário
( )Mestrado
( ) Doutorado
P4 – Qual a sua principal ocupação? ( ) Estudante ( )Trabalhador – empregado
( ) Trabalhador autônomo ( ) Desempregado
( ) Reformado
P5 – Qual a escolaridade do pai? ( ) 1º Ciclo ( )2º Ciclo ( ) 3º Ciclo
( ) Bacharelado / Licenciatura
( ) Secundário
( )Mestrado
( ) Doutorado
P6 – Qual a principal ocupação dele? ( ) Estudante ( )Trabalhador – empregado
( ) Trabalhador autônomo ( ) Desempregado
( ) Reformado
Nota explicativa: PRODUTO CULTURAL – São produtos culturais que você consome,
tais como: Música, Livros, Peças de teatro, Festas folclóricas, Assistir TV, ir ao cinema, ir a
museus, entre outros.
P7p - Gostaria que você avaliasse os aspectos abaixo, dando notas de 1 a 7 sendo 1 para
“Discordo totalmente” e 7 para “Concordo totalmente”.
Discordo Concordo
totalmente totalmente
204
P8a – Gostaria que você avaliasse os aspectos abaixo, dando notas de 1 a 7 sendo 1 para
“Discordo totalmente” e 7 para “Concordo totalmente”.
Discordo Concordo
totalmente totalmente
V8 Eu tenho um sentimento agradável 1 2 3 4 5 6 7
sobre o Brasil
V9 Eu gosto do Brasil 1 2 3 4 5 6 7
V10 Eu tenho um sentimento de 1 2 3 4 5 6 7
simpatia para com o Brasil
V11 Eu sou fascinado pelo Brasil 1 2 3 4 5 6 7
V12 Eu amo o Brasil 1 2 3 4 5 6 7
V13 Eu Sinto-me ligado ao Brasil 1 2 3 4 5 6 7
V14 Eu Sinto-me inspirado pelo Brasil 1 2 3 4 5 6 7
P9e – Gostaria que você avaliasse os aspectos abaixo, dando notas de 1 a 7 sendo 1 para
“Discordo totalmente” e 7 para “Concordo totalmente”.
Discordo Concordo
totalmente totalmente
V15 Os portugueses poderiam não comprar 1 2 3 4 5 6 7
produtos de outros países, isso causa
desemprego e prejudica os negócios
domésticos
V16 Não está certo comprar produtos de outros 1 2 3 4 5 6 7
países, porque eles colocam os portugueses
para fora do trabalho
V17 Um cidadão Português deveria sempre comprar 1 2 3 4 5 6 7
produtos portugueses
V18 Deve-se preferir produtos nacionais à produtos 1 2 3 4 5 6 7
estrangeiros
V19 Nós portugueses deveríamos comprar produtos 1 2 3 4 5 6 7
fabricados em Portugal, ao invés de deixar
outros países se enriquecerem às nossas custas
P10coo – Gostaria que você avaliasse os aspectos abaixo, dando notas de 1 a 7 sendo 1 para
“Discordo totalmente” e 7 para “Concordo totalmente”.
Discordo Concordo
totalmente totalmente
V32 Os Produtos culturais brasileiros são 1 2 3 4 5 6 7
205
P11c - Gostaria que você avaliasse os aspectos abaixo, dando notas de 1 a 7 sendo 1 para
“Discordo totalmente” e 7 para “Concordo totalmente”.
Discordo Concordo
totalmente totalmente
V45 Eu gosto de partilhar ideias com pessoas de 1 2 3 4 5 6 7
outras culturas ou países
V46 Eu estou interessado em aprender mais 1 2 3 4 5 6 7
sobre pessoas que vivem em outros países
V47 Eu gosto de estar com pessoas de outros 1 2 3 4 5 6 7
países para aprender sobre suas opiniões e
perspectivas
V48 Eu gosto de observar as pessoas de outros 1 2 3 4 5 6 7
países para ver o que posso aprender com
elas
V49 Eu gosto de aprender sobre outros estilos de 1 2 3 4 5 6 7
vida
P12sp – Gostaria que você avaliasse os aspectos abaixo, dando notas de 1 a 7 sendo 1 para
“Discordo totalmente” e 7 para “Concordo totalmente”.
Discordo Concordo
totalmente totalmente
V61 Os brasileiros são conhecidos por 1 2 3 4 5 6 7
serem abertos
V62 Os brasileiros espalham pelo mundo 1 2 3 4 5 6 7
uma imagem positiva do Brasil
V66 As experiências com brasileiros são 1 2 3 4 5 6 7
positivas
V67 É fácil identificar-se com os brasileiros 1 2 3 4 5 6 7
P13in – Gostaria que você avaliasse os aspectos abaixo, dando notas de 1 a 7 sendo 1 para
“Discordo totalmente” e 7 para “Concordo totalmente”.
206
Discordo Concordo
totalmente totalmente
V72 Ser cidadão português é uma parte 1 2 3 4 5 6 7
importante na minha vida
V73 Hoje em dia, considero ser 1 2 3 4 5 6 7
português um privilégio
V74 Meu destino está intimamente 1 2 3 4 5 6 7
ligado ao destino de Portugal
V75 Eu vejo meu futuro intimamente 1 2 3 4 5 6 7
ligado ao futuro de Portugal
V76 O meu destino e o meu futuro estão 1 2 3 4 5 6 7
vinculados ao do povo Português
V77 Um dos meus deveres mais 1 2 3 4 5 6 7
importantes como Português é a
lealdade a Portugal
V79 Se eu fosse nascer de novo eu 1 2 3 4 5 6 7
desejaria nascer em Portugal
P 14ig – Gostaria que você avaliasse os aspectos abaixo, dando notas de 1 a 7 sendo 1 para
“Discordo totalmente” e 7 para “Concordo totalmente”.
Discordo Concordo
totalmente totalmente
V82 Eu sinto que as pessoas que vivem 1 2 3 4 5 6 7
em outras partes do mundo estão
próximos de mim
V83 Eu sinto uma certa familiaridade com 1 2 3 4 5 6 7
as pessoas à volta do mundo
V84 Eu sinto que as pessoas ao redor do 1 2 3 4 5 6 7
mundo são mais semelhantes do que
diferentes
P15ic - Gostaria que você avaliasse os aspectos abaixo, dando notas de 1 a 7 sendo 1 para
“Discordo totalmente” e 7 para “Concordo totalmente”, no que se refere à produtos culturais
brasileiros (ex: Música, cinema, revistas, livros, teatro).
Discordo Concordo
totalmente totalmente
V85 Eu recomendo para outras pessoas os 1 2 3 4 5 6 7
produtos culturais brasileiros
V86 Estou disposto a experimentar produtos 1 2 3 4 5 6 7
culturais brasileiros
V87 Para mim a probabilidade de comprar um 1 2 3 4 5 6 7
produto cultural brasileiro é muito elevada
V88 Eu comprarei produtos culturais brasileiros 1 2 3 4 5 6 7
no futuro
V89 Certamente vou experimentar alguma 1 2 3 4 5 6 7
categoria de produtos culturais brasileiros
P 16ac – Gostaria que você avaliasse os aspectos abaixo, dando notas de 1 a 7 sendo 1 para
“Discordo totalmente” e 7 para “Concordo totalmente”.
Discordo Concordo
totalmente totalmente
V90 Os produtos culturais brasileiros têm um 1 2 3 4 5 6 7
207
excelente preço
V91 Os produtos culturais brasileiros são 1 2 3 4 5 6 7
produtos baratos
V92 Gosto de produtos culturais brasileiros 1 2 3 4 5 6 7
P17nc –Sobre produtos culturais brasileiros (ex: música, cinema, teatro, literatura,
instrumentos musicais, gastronomia), gostaria que você avaliasse seu nível de conhecimento,
dando notas de 1 a 7 sendo 1 para “Não conheço” e 7 para “Conheço bem”.
Não Conheço
conheço bem
V100 CD’s de músicas de artistas brasileiros 1 2 3 4 5 6 7
V101 Ouvir músicas brasileiras em mp3, no ipod, no 1 2 3 4 5 6 7
computador
P18ncon – Sobre os produtos culturais brasileiros, gostaria que você avaliasse o seu nível de
consumo, dando notas de 1 a 7 sendo 1 para “Nenhum consumo” e 7 para “Consumo
frequente”.
Nenhum Consumo
consumo frequente
V114 CD’s de músicas de artistas brasileiros 1 2 3 4 5 6 7
V115 Ouvir músicas brasileiras em mp3, no 1 2 3 4 5 6 7
ipod, no computador