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THESOURO
DE

PRUDENTES,
NOVAMENTE DADO A LUZ
POR
GASPAR CARDOSO
DE SEQUEIRA,
Mathematico, natural da Villa de Murça.
CONTEM EM SI QUATRO LIVROS,
cuja relaçad vai no feguinte Prologo.
Vai accrefcentado nefta ultima impreffaô o Prognoftico >
e Lunario para os annos vindouros.
OFFERECIDO AO NOSSO MELHOR
Portuguez

“SAN TO AN oN IO.

E Vv ORA.
Com todas as licenças necelfarias.
Na Impreflaé da Univerfidade, Anno de 1700,
PROLOGO
AO LEITOR.
Ara evitar ao prudente leitor o trabalho de
difcurfar a razaô do titulo defte volume, de-
ve faber que , fuppofto que feja fabricado
para que todos fe aproveitem delle, {6 os pru-
dentes o faraô , porque os taes fabem conhecer as
coufas , e eftimallas no que valem. E aílim tam-
bem , fe os prudentes nad manifeftarem as curtofi-
dades delle, eftaraô como thefouro encerradas:
pela qual razaô lhe cabe bem o tal titulo de The-
fouro de Prudentes. O qual tem quatro livros di-
vididos em dez Tratados.
O primeiro he do cómputo Ecclefiaítico, com
muitas regras curiofas.
O fegundo de fegredos naturaes , para plan-
tar, enxertar, femear , e fazer nóras, que andem
por fi: e como os Aftrologos ruíticos faberaôd pro-
gnofticar de tempos, e novidades com o Prognof-
tico, é Lunario perpetuo.
O terceiro de coufas importantes á4 Medici-
na, e Cirurgia , com muitos remedios já experi-
mentados.
O quarto de Arithmetica por numeros intei-
TOS.
O quinto da mefma arte por numeros que-
brados.
O
O quinto da mefma arte por numeros que-
brados.
O fexto de muitas curiofidades , tiradas da
mefma arte, para boa converfaçaõ.
O fetimo da Sphera por novo eítylo, e facil
de: entender.
O oitavo da fabrica dos relogios diurnos , e
noéturnos.
O nono da mediçaô das horas planetarias.
O decimo da Aftrologia, e preparaçaô das
duas figuras , que fe ufaô na judiciaria primitiva,
que he para julgar de tempos , doenças, novida-
des , e outras coufas de importancia para entendi-
mento da fegunda parte, que com muita curiofida-
de fe eftá compondo.

IL
LICENC,A DO SANTO OFFICIO.
O'de-fe tornar a imprimir o Thefonro de Prudentess
de que efta petigad trata com o.accrefcentamento, de
que faz mengad ; e impreffo tornard para fe conferir , €
dar licença que corra., e fem ella riaô correrá. Lisboa, 31.
de. Agofto de 1700.
Cofia. Carneiro. Moniz. Hafe. Monteiro.

+ LICENC,A DO ORDINARIO. -
s
Post imprimir. Evora, 9. de Outubro de 1700.
Fr. Luiz Arcebifpo.

-LICENC,A DA MEZA DO PAC,O.


Ue fe pofla imprimir viftas as licengas do Santo Offi-
cio, e Ordinario., .e depois 'de impreílo tornará é
Meza para fe taxar, e conferir, e fem iflo naó corre-
rá. Lisboa, 12. de Outubro de 1700.
Duque P. Oliveira. Cofia. Mouzinho. Vieira. Copia.

Bs conforme com o original. Lisboa, 3. de Margo


de 1702. Fr. Foaé de S.. Domingos.
Póde correr. Evora, 5. de Abril de 1702. .
Fr. Luiz Arcebifpo.
Vifto eftar conforme com original, póde correr, Lis-
boa, 3. de Março de 1702.
Carneiro. Fr.Gonfalo. Hafe. Monteiro. Ribeiro.

“Taxaô efte livro-em duzentos e fincoenta reis em pa


pel, Lisboa, 5. de Margo de 1702.
Oliveira. Mouzinho, Lacerda. Vieira,
“SO
SONETO.
F Azem ca feu thefouro os avarentos
De ouro , e de pedras preciofas,
Bufcando muitas vias perigo/as
Para pórem no fito feus intentos.
Submettem alma , e corpo a mil tormentos ,
As boras paffao fempre defgoftofas ,
Nem querem faber coufas curiofas
Prezados de fubtis entendimentos.
Diferente be o author defte Thefouro;
Que todos os feus bens, fua riqueza,
Naé fad ricas perolas, prata, e ouro:
Douta Minerva be; cuja belleza,
Feiçoens; brando gefto, cabello louro,
Valem muito mais , que o de Veneza.

Theodofio Cardofo.

SONETO.

L Levanta-fe al Cielo de contino


Neptuno , Jas arenas açotando ,
Con mifero naufragio amenazando
Al trifte navegante peregrino.

Gs Def:
Defpues que el dé Partho el mar Euxino
Palo, el blanco liengo al viento dando
Para Ja Colchos Scythica volando,
Pufo en fofiego alpunto dragontino.
Afi, por ti tenemos ofadia
De penetrar Jos globos celeftiales,
Haia llegar al quadro del extremo.
Porque camino facil no lo havia,
Para que pefiudaffen los mortales
Lo que defcubre tu faber fupremo.

SONETO
Do mefmo.

E Or fu thefouro infigne el rico Mida


Fue por las dós Spheras conocido:
La lyra Terpandrina bien ha fido
De todo el univer/o recebida.
La mano de Timanthe efclarecida
No pufo Rodamante en el olvido:
La fama al Cielo a Zeuxis ha fubido ,
Do tiene Ju cabeça recogida.
Mida, Terpandro, Zeuxis, y Timanthe
Perás , fabio lector, en efte Theforo,
Lleno de finas perlas, y efmeraldas:
Y no pares aqui, paffa adelante,
Y de las lithizontes con el oro
Harás para tu frente mil grinaldas.

Lv
Livro primeiro, que contém em fi 18. Capitulos. .
O qual trata do Computo Ecclefiaftico ; com algnmas an-
notaçoens proveitolas para os Parocos.

Livro fegundo, que contêm emfi 14. Capitulos.


Em o qual ha dous Tratados: o-primeiro de coufas to-
cantes 4 agricultura, para femear , plantar , enxertar, e modo
para faber fazer nóras, que andem por fi, e prognofticar de
tempos, e novidades com o Prognoftico , e Lunario- perpe-
tuo, fuppofta a vontade Divina.

Livro terceiro, que contém em fi 59. Capitulos.


O qual trata de Arithemetica, em o qual ha trez Trata-
dos : o primeiro de Arithmetica por numeros inteiros: o
fegundo da mefma arte por numeros quebrados: o terceiro
de muitas, e varias curiofidades para conver(açaô, tiradas
da mefma arte, as quaes nad tad fémente {26 curiofas para
paffatempo licito , e deleitofo , mas em extremo {a6 pro-
veitofas para efpertar , e purificar o entendimento, como
nella fe verá.

Livro quarto, que comém em fi 67. Capítulos.


_ Em o qual ha quatro Tratados: o primeiro da Sphera:
o fegundo da maneira de fazer quadrantes para tomar altu-
ra, e fabricar relogios diurnos, e nocturnos: o terceiro da
mediçaó das horas Planetarias: o quarto da preparaçaô das
duas figuras, que fe ufaó na judiciaria primitiva. .
LIVRO PRIMEYRO
TRATADO PRIMEIRO
DO COMPUTO ECCLESIASTICO,
Co algumas annotaçoés proveitofas aos Parrochos;
: como Lunario dura deíde o Anno de 1711.
' _ atéo de 1770.
Capitulo primeiro da advertencia dos amnos, & dias,
NTES de entrarmos à praética defta arte,ferá pro=
veitofo tratarmos ( para melhor declaração della)
das differengas,q ha de anno, & dias. Pelo gfehade
notar,ã em hã meímo anno ha duas diferenças de
anno,hú chamado folar,& outro lunar. O anno fo-
lar côfia de hum perfeito moviméto,g o Sol faz em
365 .dias,& 6.horas, me-
os 12. mezes do anno,em o qual fe gaftão
nos 10. minutos,& 48.{cgiidos:(tem hiia hora 60. minutos,& cada
minuto 60.{egudos)O anno lunar cofta de 12.Luas novas, & checs,
em as quaes fe geftao 35.4. dias & 5.horas, & 50.minutos. Ea difle-
téça;ã hade 36s.dias, deg fe cópocm oanno folar,a 354.4 te © tu-
har,f40 11.pontos, q a Epacta vai crefcédo em cada hii anno, como
ao diante em {eu lugar declararemos.
. Affim tabé fe deve notar,g em o mefmo dia ha 4. differencas de
dia. {c. dia natural, dia artificial, dia de Direito Civil, dia fervit. O
dia natural conté em fi24. horas, comegadas em qualquer pcre do
dia, ou noite, & acabadas em outro ponto femclhante, & chama-fe
natural, porque naturalmenteem 2.4. horas faz oprimeivo movel
ue rcvolugao perteita. Pode-fe applicar 0 principio def'e cia a hu-
van.eja noite, & seckar ema feguinte meia ncite. per fer « tempo
E que a fagraca Igreja ros marca guardar as Fefias, & Sanéies, &
jejuar
2 emp dP
A Jeter”
- jejuar fuas vefporas. Dia artificial, fegundo alguns Anthores;he de
Soi nafcido,a Sol pofto, & chamao-lhe artificial,por fero tépo em
que fe exercitão todas as artes: mas fegundo os Egypcios, dia arti-
ficial contem 24. horas, começadas em o meio dia, & acabadas em
outro meio dia feguinte, & chamao lhe elles artificial, porque por
efte artificio vc os Mathémáticos eni tnais puro conbecuifento dos
movimentos celeítes. Dia de;Direyto Civil-fe.diz, do-Sol na'cidg a
Sol pofto, porque antés de náfcido, & depois de pefto,ínio, foptr-
mitem audiencias, nem outros autos judiciacs. Dia fervil fe ciz,
tantoque a Aurora, & luz da manhãa nos dá lugar para nos apro-
veitarmos do ferviço, atê que a extremidade, & fim do mefino dia
no lo tulhe.- seen ; °
Capitulo fegundo, da Etymologia do Aurcornumerd,
& como fe ufara dele.

Aureo numero he hiia copia de annos, que não pode paflar


de 19. caufada do movimento, & revolução da Lua,porque
fe nefte anno prefente de 1675.temos Lua nova em 2. 5.de Janeiro;
não tornará a fer nova em os mefinos 25. defte mez, fenão daqui a
1g.annos.E. como ifto foffe alcançado por Julio Cefar,achando nefta
copia fuficiencia, para por ella fe faber as Luas novas, & chéds,a
mandou efcrever pelas portas das Cidades, & Villas dc Egypto, cô
letras. de ouro, que dezião numero 19. para que todos fé aprovei-
taflem della; & daqui a tomárão os Romanos, os quaes;porg a achas
rao efcrita có letras de ouro;lhe poferão Aureo numero por nome.
Tinhão os Romanos em o anno do Nafciméto do noffo Senhor,de
Aureo numero 2. do qual anno inclufivé até 0 de 1500, outrofi in=
clufivê,cô hii que avia em o anno antes do Nafciméto de noflo Se-
nhor fazé 79. vezes 19. fem crefcer nem faltar ponto: & para evi-
tarmos o trabalho de contarmos tantas vezes 19. guardarfe-ha efta
ordem, para fabermos em qualquer anno quantos ha de Aureo nu-
mero, deixaremos de parte os 1500. & em os mais annos veremos
que vezes ha 20.8 tomando de cada 20. hi ponto em a memoria,
os ajuntaremos aos que dos 20. fobejarem, & o que tudo fizer em
tomma, {cra o.Aureo numero daquelle anno, nao paflando de 19.
porque paffando, os pontospaflântes ferviráô de Aurco numero.
Exempla,
Tratado primeiro. — 3
Exemplo.
Para fabermos no anno de 1675.quantos ha de Aureo numero, dei-
xando de parte 03 150. ficio 175. & porg em r;s. ha 8. vezes
20. & ficão 15. tomaremos 8. pontos, hum de cada vinte, & eftes
ajuntaremos aos 15. que reftao dos vinte, & juntos fazem 23.
deftes tiraremôs 19. ficão 4. E tantos diremos que ha de Aureo nu-
mero em efte anno, & efta ordem guardaremos em outro qualquer
anno, em que quizermos faber feu Aureo numero.
Capitulo terceiro, da Fpatta.
Epacta he hii numero que não pode paffar de 30.caufado do
movimento, & revolução da, Lua: porque de Lua novaa
Lua nova, o mais que fe dá fão 30. dias. Vay efta Epa&a crefcendo
em cada húanno 11. pontos, que fão os onze dias, que faz ventagé
o anno folar ao lunar, como em o primeiro capitulo fica dito. E
por efta concurrencia ordinaria de 1 1. pontos em cadã hã anno, os
Antigos lhe chamárão Concurréte, agora os modernos lhe chamão
Epacta, que quer dizer, Concerto; pelo concerto, & conformida-
de que ha entre a copia do Aureo numero,& os numeros que eftão
emo dedo polegar da mão,que na volta defta pagina parece;& para
fe faber em cada húanno quantos ha de Epacta, he neceffario faber
Primeiro quantos em o dito annó ha de Aureo numero, & os que
do dedo polegar da dita mão,
ouver contaremos pelas juntas
começando ema junta onde eftão 30. & continuando a
tê fe acabar a copia do Aureo numero; & na junta
onde elle acabar, à forma que adita) junta ti-
ver a juntaremos a copia do Aureo nu-
mero,& o que tudo fizer em fom-
ma, feráa Epaéta daquelle a:
anno, não paffando de, cng 0s
_ 3-Porque paffado, o
os pôtos paílites
fervirdo de

Exemplo
See
jouro de Prudentes;3°

oe ee Exemplo. . bo
- Pata fabermos quantos há de Epaéta no aúno de 167%. pôis te
mos fabido, que no tal anno ha 4. de Aureo numero, eftes 4.conta-
Femos como já fica dito,começãdo em a junta onde eftão 3o.dizédo
hi,& onde eftae 1©.diremos2.& onde eftio so.diremos 3. &ctor-
nado aos 30.6 4.acharemos 4 acabao os 4. em a junta onde eltao
“30.ajuntado pois eites 30. aos 4. q vamos côtando fazem 34. mas
porga Epacta em paflando de 36.08 4 palfio le o numero da Epacs
ta,& aqui achamos 34» diremosq no dito anno {io 4. da Epacta. E
efta ordem guardaremos.em outro qualquer anno, cuja Epacta qui-
zermos faber, É advirta-fe;á fuppofto q temos dito, q a Epacta em
cada hi anno vai crefcendo 11. pontos:té elta regra excépção,porã
em qualquer anno g ouvert 19. de Epacta, em o feguinte anno ave-
ra hi,aflim ficão crefcendo t2.pontos do tal anno,
À Capitulo quarto, da letra Dominical,
S letras q fervé de Dominicaes, fão cftas, A. B. C.D.F.E.G,
A & fio 7.porã imitão aos 7.dias da fornanaseftas (E dobrão,ou
repeté 4.vezes,& fazé 28. imitddo a hii movimento q o Sol faz em
25-annos,a q chamão Circulo Solar. Sao eftas letras chamadasDo-
minicaes,porg cada huma dellas em 0 anno q lhe cabe, nos moftra
03 Domingos,& mais feftas do anno.E para fe faber em cada hii an-
no q letra ferve de Dominical,deixaremos de parte 0s 1500. ¢ nos
de mais annos veremos q vezes ha 30,tomado de cada 30.2.pontos
+ ° na
4 -

Tratado primeiro: . 5
na memoria, e eftes ajitaremos aos q dos 30. peflarem, & oq tudo
fizer em (oma aflentaremos em os g.dedos da rad efquerda,come-
cando em a raiz do dedo Indez, e logo pelas demais raizes tornan-
do à (egunda junta do Indez, e continuando pelas demais juntas, €
extremidades dos dedos, e voltando pelas juntas detraz, fendo
neceflario,athé fe acabar a copia de humeros,ã tivermos,e naqueila
junta, em q (: acabar acharemos|: tra Dominical, G no tal anno ha
de fervir, indo dizédo pzlas dittas jittas as digo€s feguintes, Filins «jo
Dei, Celi, bonus, accipe, gratis: dado a cada junta {ua diçaô, falvo no
dedo minimo, q todas as vezes qa elle chegarmos daremos duas di-
çoés, por quanto nelle nos daô os annos bilTextos, nos qua:s nos
faô neceflarias duas letras, huã q firva de principio do anno athé dia
de Sad Mathias, ¢ a outrano mais reftante do anno.
Exemplo. ‘
Para fabeemos no annode 1675.4 letra ferve de Dominical dei-
xando de parte
os 1$00: ficaó 173. e porque em 175. ha 5. vezes
30. e maisiz g. tomaremos ro. pontos pelas 5. vezes 30. q ha, e ef-
tes to. pontos ajiitaremos aos 25. e fazé 33. mas como em chegado
a 30. fe deitad fora, e-fe tomaô delles (6 2. deftes 30. tomaremos
2. ¢ juntos aos 5. fazé 7. eftes 7. aflentaremos como na mad adiãte
na-volta da pagina parece. Agora indo dizendo as diçoens fobredit-
tas, fc. onde eltá 1 deaigarifmo, dizendo Filins: e onde 2. Eflo, e
onde 3: Dei: conde 4.Celii Bonus: e tornando aos g. 4ccipe: e no
6. Gratis: e no 7, Filius, E por quanto nefte anno naõ paíla o nume-
ro de 7. enslle dizemos Filius, cuja primeira letra he F, diremos
ga letra Dominica! defte annohe F. e defte modo fe fará quando
quifermos faber a letra Dominical de outro qualquer anno, tomádo
por letra Dominical a primeira da diçaô, q ficar ema junta, onde fe
acabar a copia de numeros, q formos contando. Como agora, fe ie
bufcaffe o numero 28. § he ultimo, e fervird no-anno de 14696.a-
challoh emos na raizdo dedo minimé pela parte de forase afim co~
»gado da raiz do dedo Indez, onde eltd 1. de algarifmo, dizeado
ji xs: eindo continuido a cada numero dizendo hãa digad, e duas
todas as vezesG chegarmos a qualquer dosnumeros d>dedo mi
mo, tindo côunuando pelas coltas dos dedos athé chegarmos à ró
on Jz eftaô 28. à qual chegaremos cô as diçosos q dizé .Jecipe o
cujas primeiras lesras faô A. G. eftas diremos q fervem de Domini.
A 3 . fay
-

6 Thefouro de Prudentes*
caes no talanno. Advertindo 5 aflim como a repetigaé das letras do
Signo folar {a6 28. aflim os numeros naé {a6 mais de 28. e paffado
ds 28. diremos 1. porq em 30. ja (a6 2.affim g fe no anno g fe buf.
cara letra Dominic.for neceffario correr todos os numeros, naõ fa
mais, que 28 .como moltra a maõ, e allim os iraô correndo, ou
todos, ou parte,c6forme for neteflario,athé chegar ao numero, fe
demada,repetindo fépre as dicçoés (cbredirtas,e na cô q fe chegar ao
numero,ferá a letra Dominic.aquelle af - ; (e for Biffexto,affim co-
mo nells fe nomeaõ z.dicçoés atlim té duas letras Dom. no tal aão.
Tratado primeiros 7
~hou, ao feu car
Capitulo quinto do affento da Epatta, e letra Domi-
nica’, e da letra do Martyrologio,

Que“athê aqui temos tratado he o. modo como fabere-


mos em cada hum anno, quantos ha de Epacts, ¢ que letra
ferve de Dominical, as quaes coufas temos neccflidade de lhe dar
affento para nos aproveitarmos dellas. Pelo que fe hade notar que
a Epactz com:ga por baixo da extremidade do dedo annular na tere
ceira junta pla parte do dedo do meio, onde eftd hii por algarifmo,
e dahi defcendo parabaixo vai cétinuando por todas asjuntas, co-
mo na maô adiante na volta da pagina parece. E na junta fégunda
dsitedo minimo pela psrte de dentro, onde eftaô 24. e25. com
hum R. grande, que quer dizer Rubros, e na raiz do ditto dedo pela
mefma banda, onds eftad 25. e 26. com huni N. grande, que quer
dizer Nigros, que tudo fe faz por nos guardarmos de empafchoar
com os Hebreos, como fe declara em o capitulo das excepçoens.
Affim tambem em a extremidade do dedo annular acharemos-hu-
ma eftrella, que fignifica 30. porque a fagrada Igreja nad efcreve
30. de Epacta com outra letra. E fuppcfto qué a Epacta occupe
29. pontos diftinétos na maõ, he fô para nos moftrar aordém de
como fe sffenta: porem nao aflentaremos mais que o numero da
Epacta, que ouver em cada hum.anno, de que fowneceffario faber- +
fe oaffento.

Ag Do
% “ Thefouro de Prudentes
--aatal anno, 4

Ea
E, |

Do affento da letra Dominical.


A letra Dominical fe aflenta ao contrario da Epaéta, porque a
E pasta corre do dedo annular para o polegar, e a letra Dominical
corre do polegar para o minimo pelo modo, que neftas mãos pare-
cem, E fuppofto que a letra Dominical occupe 35. juntas da mad,
nem por iffo fe aflentará mais, que athê paífarmos cô a letra nom
nica
; Tratado primeiro. 9
nical por cima da junta da maô onde a Epaéta acabou, ao feu cótra-
rio; párque na Epadta fica a Pafchoa dos Hebreos, e na letra Domi-
pical adiante a nofla Pafchoa,e as mais feítas mudaveis.Pela qual ra-
za6,(e alguma vez acharmos a letra Dominical na mefma jita, em q
eftiver a Epacta daquelle anno, paflaremos adiante com a letra Do-
minical athé chegarmos à junta, que nos der a mefma letra.

NAL

ba
10 Thefouro de Prudentes
Da letra do Martyrologio.
Em as Igrejas collegiadas, e conventuaes fe coftuma lerà Prima.
a vida, e martyrio do Santo, que em o feguinte dia padecco, ou
morreo; e como ifto naô feja regulado por dias de mezes, fenaô
por dias de Lua, foy neceffario, g aflim como ha 30.dias de Lua,ou-
veffe tambem 30. letras, que cada hia dellasno anno, que lhe cou-
beffe, moftrafle em qualquer dia do anno quantos dias eraó dz Lua,
E nota-fe,que fuppolto que a fagrada Igreja faça a Lua hum dia de-
pois dos Mathematicos, he par r2za6 que fe n26 pode dizer Lua
prima, fenaó depois de paíTadas 24. horas depois de nova. E as
letras,g fervsm de Martyrologio,(e repartem em duas partes.(c.em
19. menores, que imitaG a copia do Aureo numero, e LI, maiores,
que imitad os 11. pontos, que à Epacta vai crefcendo em cada hum
anno: as menores fadeitas,a.b.c.d.e.f.g.h.i.l.m.n.o,p.q.r.f.
t.u. Às maiores (20 eltas, A. B.C..D. É.F.G.H.M. N.P. asquaes
letras fe affentad pelas mcímas juntas, e ordem que a Epacta. E pa-
ra fe {aber em. Cada hum anno,“que letra ferve de Martyrologio,
acharfe-ha na junta onde acabar a Epacta daquelle anti 5
Exemplo, v4
No anno de 1675. temos fabido aver 14. de Epadts, 4 affenta-
dos pela ordem atraz, acharemos q acabaó na raiz do dedaido meio
da parte do dedo anmulár. Agora onde eltá”1.-de algarifmo diremos
a. pequeno, e no fegundo, b. e no terceiro, c, e no quarto, d.
tambem pequeno, e efte diremos q (erve do Martyrologia nefte
anno, porque nelle acabou o numero,que efte anno tem a Epacta.E
defte modo (& bufcará a letra do Martyfologio para todos os mais
annos. Como agora, no anno de 1688. em q a Epaéta té 27.acharf: -
ha o tal nomero na reiz do dedo annular da parte do. dedo minimo-
¢ effim comegarcmos a cótar dizédo, onde eftá. 1. de algari{mo di-
remos, a-pequeno,e no 2. b.e côtinuando chegar: mos aos 27. com
H. graie, e efte dieemosGq ferve do Martyrologio no ta sl anno, Ad--
virta-fe, q (e o anno for Biffexto, a letraq fervir de “Martyrologic,
naó fervird mais q do principio do anno attié dia de $.M.-thias,porg
em dia de S, Matnias bufcaremos outra letra, q nos refpõda so nu-
mero, deG vamos tratado: aflim como fe vefpera de S. Mathias di-
ceflemos Luna decima quarta)bufcaremos hija ls tra, em q dia do dit-
to Santo nos dê Luva decima quina,
Capi-
“Tratado primeiro, II
Capitulo fexto da origem das Feflas mudaveis.
O Uando Decos noflo Senhor livrou os Lraelitas do poder de
Faraó mãdou-lhes por Moyfes celebraflem o Cordeiro Paf-
choal,o q acôteceo em 14.dias da Lua entrado o Equinocio Vernal,
qhea21.de Março. E como ifto foffe preceito da ley Velha, q ho=
je na ley da Graça, em q eftamos, fe naô guarda: manda a fagrada I-
greja,ã para fugirmos de empafchoar no tal dia, empafchoemos no
Domingo feguinte,depois de paffados os 1 4.dias da Lua. E daqui vé
q a mais baixa Pafchoa q podemos ter,he a 22.dias de Março,como
ferá no anno de 1693. e amais alta em 25. de Abril, como foi
no anno de 1666. e como da Paíchoa á Cinza ficaô 46. dias, e da
Cinza a Septuagelima 17. e da mefima Pafchoa à Afcençaó vaó 39.
e da Afcençaõ ao Spirito Santo 10. e do Spirito Sáto ao Corpus
Chriftijr 1. por ferem termos limitados naô póde aver aballo em
Pafchoa,que o na6 aja tambem em as mais feítas mudaveis.E para fe
faber em cada húanno a quãtos, e de q mez vem cada huma deftas
feltas mudaveis, depois de (abermos quantos em o ditto anno_ha de
Epacta, e q letra ferve de Dominical, lhe daremcs afléto em a mad
pela ordem, q atraz fica ditto, e nas jútas em q acharmos a letra Do-
minical,acharemos as noflas feítas,começando da fegunda junta do
dedo polegar pela parte de fóra, cô o conteudo neftes verfos,

Septuagefima cétai Pafchoa da Refurreigad -


6 dezoito de Janeiro, 22, de Março andados,
ecóqguatro de Fevereiro e as Ladainhas {a5
memento homo bufcai, 27. Abril.contados,
que aflim fica verdadeiro. ea 30. a Afcengad,

Dezao Spirito Santo


de Mayo com brevidade,
car17.a Trindade,
' Corpus Chrifticom feu canto.
avinte e hum na verdade.

Afim g da fegunda junta do‘dedo polegar,contandoathé aguel-


lajunta, onde eftiver a letra Dominical, fe achará a quantidade de
Ale “ef . dia.
+» Thefouro de Prudentes.
dias, que vem as dittas É advertindo, q fe antes de chegarmos
à letra Dominical fe acabar o mez, q vamos conta
ndo, na junta lo-
go adiante começaremos como mez, q fe feguir: e aflim tambem
fe advirta, que fe o anno for billexto, a letra, que primeiro for no-
meada nas diçocas, dará a Scptuagelima, c Cinza, c a outra asde
mais feitas.
Exemplo,
“Temos fabido no anno de 1673. aver de Epafla 4. e fervir de
letra Dominical F. affentando. pois os 4.de Epacta pela ordé atraz
ditta, acharemos que acabaõ na raiz do dedo do meio da parte do:
annular, e bufcando a letra Dominical, G he F. ao contrario della
achallahemos no dedo anoular na terceira junta pela parte do dedo
minimo. Agora para bufcarmos a Septuagelima começaremos da
fegunda junta do dedo polegar, onde eftaõ 18. como a maô a diante
o moltra; dizendo, 18. de Janeiro, e na extremidade do dedo 19.
E continuando como vaõ as letras do algarifmo, chegaremos à letra-
Dominical com ro. de Fevereiro, como em a maô adiante parece:
e a tantos do ditto mez diremos que ferá a Septuagefima. E para
bufcarmos dia de Cinza, da me fina junta onde eftaô 18. começare-
mos com 4. de Feverciro dizendo na extremidade do dedo, cinco;
€ continuando pela meíma ordé chegaremos à letra Dominical cô
27. de Fevereiro, e a tantos do mefmo diremos, ferá dia de Cinza,
E para bufcarmos a Pafchoa de Flores, da mefma juta começaremos.
com 22. de Março, e chegaremos à letra Dominicalcom 14. de A-
bril, € dtantos diremos ferá a Pafchoa, e affim para bufcarmos as.
Ladainhas, e a cada huma das mais feítas adiante fempre começa-
remos da (egunda junta do dedo polegar, com o conteudo nos ver-
fos fobredittos,e continuando athé cbegar à letra Domi-
nical; e eftaordem fe guardará em.outro qualquer
asno, cujas feftas mudaveis quizer-
mos faber,
HK KK K
* dk
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é DR)
epa
bo He
É Capin
Fratado' Primeiro. rar

E 43
Capitulo feptimo, das Domsingas do Penteccfes, ae Adventa,
& da primeira do Advento.
Ommummente deve aver feis Domingas da Epifania á Scp-
tuagefina, mas pela variedade das feítas mudaveis, varião
tambeinjas Domingas, & as que faltão da Epifania à Septuage-
Ima crefcem do Pentecoltes 40 Advento: & porque algumas vezes
Pode fobejar;mais alguma das,ãfe podem meter nareza do Pente-
cokes
sa Thefonro de Prudentes
coftes ao Advento, manda a fagrada Igreja, que fe reze della na fe-
ria mais propinqua 4 Septuagelima. E para fe faber quantas-fão asq
podem meter, temos eftaregra, q não podé fer mais do Pentecot-
tesao Advento que 28. nem menos de 24. falvo quando a Pafcoa
paffar de S. Jorge,g he a23.de Abril, porque nefte cafo {era6 25,
Domingas do Pentecoftes ao Advento. Aflim q para fabermos as q
fe podem meter, veremos a quantos de Março; ou Abril vem a Paf-
coa, & dos dias que forem de dia de Pafcoa, atê dia de S. Jorge por
. cada fete dias tomaremos hi Domingo, os quaes ajuntaremios aos
24., commis, ue .
à E Exemplo. :
Temos fábido no anno de 1675. ferd a PafCoa de Flores a 14. de
Abril, dos quaes para 23: que he dia de S. Jorge, vão 9. & porque
nelles ha hãa vez. ou ha Dominga, tomaremos 1. & junto aos
24..cômuns fazem 2.5.& tantas Domingas diremos que averá no
tal anno do Pentecoítes ao Advéto, & efta ordem guardaremos em
os mais annos.E para efta regra fe encomendar à memoria melhor,
ufaremos deftes veríos.

Da Pafcoa ‘da Refurreigio E as que em fomma fizerem


aS. jorge Cavalleiro averá fem fallimento
as Domingas contaráô, do Pentecoftes ao Advento,
&cásqueforem porinteiro & quando mais não virem,
vinte quatro ajuntaráo. vinte guatro he feu affento.
Mas quando a Pafcoa vier,
fendoS. Jorge paffado,
notem que fó ha deaver
vinte tres, por aflim fer
por computação acabado. ©

Da primeira Dominga do Advento.


A Primeira Dominga do Advento não pode decer mais g até
27. de Novembro, nem fubir mais que atê 3. de Dezébro:
& para que faibamos dentro nefte limite em cada hi anno, quando
hea primeira Dominga do Advento, affentaremos 7. letras, que
\
fervé
- Tratado primeiro,
tervé de Dominicaes pelas juntas do 13
dedo Indez, como abaixo pas
rece, & contando dez no B.atéa letta Domini
cal do.
ellivermos,nos motttara a conta ena quantos,& de que4nno em que
mez vem a
primeira Dominga doadvento. .

Exemplo, e
Teinôs nó anho dé 16%$. letra Doniinical Ficomeçando pais tp
B. dizendo 27. & no C, 28: & fio D. 4%. & continuando cheparê-
mos ao F. que he a letra Dominical do tal ano, com +. de Dezémt
bro;&a tantos diremos ferá nefte anno a primeira Dominga do
Advento,& por efta ordem faberemos a primeira Dominga de
Advento de quaiquer anno. E paraencomendarmos 4 memoria o
limite de que não pode abaixar, nem fubir, temos os veríôs, que .
abaixo fe feguem. : nee
Lees

O Advento não decerá-


27. de Novembro,
& feu limite terá
até os tres de Dezembro:
18, dahi "não: palTacáçãy
Thefonrô de Prudemexs

o,
soe,
Capitulo vitaves dos Sanétos que comumente
fe guardão; & dos que fão
de jejum

S dias fanétos que fão, Lourenço de obrigação


gem Janeiro guardareis, a dez de Agofto guardamos,
o primeiro Circuncifão, & a quinze a Aflumpção,
Epifania aos (eis. vinte & quatro com tenção
dos Reysa Adoração. Bartholomeu invocamoes.
Em Fevereiro dous dias Em Setembro a 8. temos
fão os que fe guardaráõ, da Senhora o Nafcimento,
aos dous Purificação, vinte hú Matheus guardemos,
vinte,& quatro S. Mathias, vinte nove o Anjo Bento
no Biflexto hã mais Ihe dio. a quem S. Miguel dizemos.
Março aos dezanove Vintoito Judas, & Simão
S.Jofeph nos dá de guarda, em Outubro por inteiro,
vinte cinco Anniiciada, em Novembro no primeiro
cuja devação nos move os San&os que juntos fãos.
o Anjo com. a Embaixada. San&o Andre no derradeiro.
Mayo o primeiro felteja Dezcbro oito Conceição,
S. Filippe,& feu Irmão, Santo Thome a vinte hum,
ao terceiro a Invenção: vinte cinco nafce JESU,
da Cruz celebra a Igreja: & tres oitavas logo fão,
comgrande veneração. S. Sylveftre atrinta & hum,
A treze de Junho he Aífim tambem guardaremos
Antonio por devação, o Patrão da nofia Igreja,
a vinte quatro S. João, em que de guarda não feja;
Pedro Colina: da. Fé pois por Advogado o temos,
aos vintenove o dão. :.. .: - rezão lhe temos fobeja.
Em Julho a vinte cinco, E fe por noflo Prelado:
San-Tiago guardareis, - algum Sauéto.mais fe der;
& Sania Annaa vinte feis. que deva de fer guardado,
Avó materna de Chrifto,, feja de nos alembrado
& advogada dos fieis. * a quantos do mez vier.

Das
Tratado primeiro. , 17
Dos dias que fad de jejum.
Da mui fanéta Annunciação Da Senhora o Nafcimento,
vefperas jejoaremos, com a Purificaçaõ,
S. Lourenço, e S. Joaõ, tambem onoflo Patraé.
cos que Apoftolos {a6, Pentecoftes nefte affento,
¢ Natal, ifto farémos. com Pafchoa jejuaraõ.
Capitulo nono des Domingas, e Santos da primeira, e
fegunda Claffe, e dos interdictos, defpeforios, e
Quatro Temporas.
Domingas da primeira Claffe.
Da primeira Clafte faô * Pafchoa, e Spirito Santo,
a primeira do Advento, Quafi modo, e a Trindade:
eaprimeiraem go Chriftad e faô de tal dignidade,
faz da Quarefma o aflento, | que nunca largaó feu canto
cade Ramos, c Paixaõ. por outra neceffidade.

Domingas da fegunda Claffe.


A Septuagefima temos ‘ E outras tres no Advénto,
logo fegunda, ¢ terceira, na fegunda começaráõ,
na Quarefma tres contemos, eftas fe naõ deixaráo
na fegunda comecemos; por nenhum impedimento,
fendo paffada a primeira. falvo do mefmo Patraõ.

Santos da primeira Claffe.


Da primeira Claffe he Os Santos que juntos fad,
Natal, Reys, ¢ Afcengaé, O Patraõ da nofla Igreja,
Corpus Chrifti,e S. Joaõ, com fua dedicagaé,
Pedro Colunna da Fe, eftes {e nad deixaráo 3
c a Santa Allumpçaõ. poroutro qualquer que feja.

Santos da fegunda Claffe.


Da Senhosa o Nafcimento Nos quaes nas laudas fométe
na fegunda he dignidade, fe faz commemoraçaõ
e Apoítolos nefte affento, dos Simplez, e dos mais na,”
e Efcriptores da verdade, porque por ordem decente
8. Lourenço,e o Anjo bento. os mais fe tratisferirão,
B Due
5
18 Thefonro de Prudentes

Duplex, e femiduplez.
Duplez, femiduplez, que vé Infra oétava he capaz
pelas Pafchoas na Vigilia, admitir transferiçao,
Semana Santa tambem, falvo ainfra que traz
Cinza, e Epifania, Corpus Chrifti em que fe faz
que fe transfiraô convem. da infra commemoragad.

Das Quatro Temporas. Dos Defpoforios.


Paffando 0 Spirito Santo, Faulto nos he prohibido,
Santa Cruz, e Santa Luzia, do Advento a Epifania
eda Cinzao feu dia, da Quarefma, primo dia,
Quatro Téporas com feu canto à Quafi medó coroprido,
na feguinte quarta as guia. fegundo o Concilio guia.

Dos interdiétos. Dos dias dos mezes.


As tres Pafchoas do anno, . Abril, e Junho, trinta tem,
Corpus Chrifti, e Allumpçaõ, Setembro, ¢ Novembro tais (26
e em partes a Concciçao vinte coito a Fevereiro vem,
do interdicto, ¢ feu damno, em Biflexto hum mais lhe dem,
pelos Papas livres. (ad. trinta e hum os mais ferad.
Capitulo decimo do dia da femana,em que entra cada mez,e em 4
vemcada hum dos Santos doanno. -
Ara fe faber em cada hum anno, o dia da femana em q entra
cada mez, e em que vem cada hum dos Santos do anno, das
ferte Icrras,que fervé de Dominicaes,(e formaô doze dicçoés, a pri-
meira letra de cada qual (erve para moftrar o principio de feu mez.
As quaes dicgoens fa6 as que fe.feguem.

Alta, Dabit, Dominus, Gratis, Beat, Aqua, Gerentes,


Contemnit, Fittos, Augebit, Dona, Fideli.
+ E fabidas as dicçoeos, iremos à mad que moitra a primeira Do-
minga do Advento, e nella acharêmes q dia da femana,em genua
cada mez, [c. começãdo na l.tra que naquelie afio fervir de Domi-
nical, dizélo; Domingo; e continuando a:hê chegarmos à letra da
dicção do mez, que queremos faber. ;
Exim-
Tratado primeiro, 19
Exemplo.
Para fabermos nefte anno de 1675. em que dia da femana entra-
rá Agofto, acharemos, que a dicçaó de Agofto he Contemnit, de |
tomaremos o €. E porque a letra Dominical defte anno he P
nelle começaremos, dizendo, Domingo: eno G, (egunda: e no A,
terça: e no B, quarta: e no C, quinta: e aífim nos moftra, que
Agolto entrará à quinta feira: e por efta ordem faberemos os mais.
Dos dias da femana, em que vem cada hum dos Santos
@o anno, .
Depois de fabermos a quantos de que mez vem o Santo de que
queremos faber feu dia, iremos à maô q moftra a primeira Domin-
ga do Advento, e da letra da dicçaô do mez em que vier o Santo
começaremos a côtar;e iremes continuando athê fe acabar a copia
de dias,a que o tal Santo vem, andando (empre em roda pelas já-
turas do ditto d:do, e na junta onde acabarem acharemos (como
eftá d.tto ) o dia da femana,em q v:m o Sito,contando ds letra Do=
minical athê áqus
Ita junta dizendo, Domingo, fegunda, 8c.
Exemplo.
Temos fabido (er dia ds S.Bartholomeu a vinte e quatro de Agof-
to,comegado pois na letra da dicçaô de Agofto, que he €C, dizendo
hum: eno D, dous: e no E, tres: e no F, quatro: eno G, cinco:
eno A, feis: e no B, fette: tirando ao C, com oito; e con-
tinuando acharemos que acabaé os vinte ¢ quatro na junta,onde ef-
táalerra E. E agora começando no F, Ghea letra Dominical, di-
zendo, Domingo: e G, fegunda feira: e no À, terça: e continuan-
do chegaremos ao E, com Sabbado, e no tal dia diremos virá
nefte anno di; dz 5. Bartholomeu, e elta ordem guardaremos para
outro qualqu:r Santo, que quifermos fiber.
Capitulo undecimo das Kalendas,
Nonas, e Idus. -
Ntes que a fagrada Igreja inftituifle areza dos Santos, co™
tumavaõ os Romanos feltejar o primeiro dia de cada mez,
pura a qual fefta os Sacerdotes da Cidade tinha6 obrigagaé de cha~
mar os Sacerdotes dos confins, $ eile chamamento, dizem os Gre-
% gos
é e
20 Thefouro de Prudentes
gos Kalon, e defte verbo Kalon, (2 deriva Kalenda. Aim tam-
bem coftumavaé os mefmos Romanos fazer em cada mezhiia
feira, a qual por durar nove dias, ao primeiro dia della puferaó no-
me Nouas, e ao ultimo dia da ditta feira puferao nome Mus, que
fignifica apartaméto, porg no tal dia cada hã fz apartava da feira,
E deve notar-fe, que fuppofto que a Kalenda (eja fempre no pri-
meiro dia de cada mez, as Notas,> Idus, por reípeito da feira,
variaó defta maneira, que Março, Mayo, Julho, « Outubro tem as
Nonas aos 7.€ Os Idus aos 1 S. €osmais mezes tem as Nowas aos 5.
e os Idusaos 13. E por iflo dizem os Latinos, Março, Mayo, Julho,
Outubro tem as Novas aos 7. € 0s Idus aos 15. ¢ affim ficad
contando cada mez em tres partes, contando fempre para o nome
futuro: affim como do principio do mez, fc. de dous dias por diante
contad para as Novas, e pafladas as Novas, conta para os dus, e
paflados os Idus, contaé para a Kalenda do mez, que vem, acrefcé-
tando fempre às Kalendas dous pontos, e aos ldys hum,e ás No-
“as outro ; e porque hoje nos Breves paílados pelo Summo Pon=
tifice a eftas partes, fe uza da mefma conta, para fe entenderem fe
terá cita regra. Quando diflerem Kajendas de tal mez, fe enté=
derd pelo primeiro dia de cada mez: ¢ dizendo Pridie Kalendas
de tal mez, fe entenderd pelo ultimo dia ant:s do nomeado, porque
Pridi?, quer dizer hum dia antes: e o mefmo fe guarda nas Nonas,
e Idus: e fe acafo acharmos por efcritto Decimo tertio Kalendas.
Maji, diremos: de 13. para 30. dias que tem Abril, faltaG 17. ¢ 2.
que fe acre(centaõ, {26 19. eaflim moftra fer feito aos dezanove
dias de Abril, e (e quifeflemos efcrever da mefma maneira, que-
rendo efcreyer em dous dias de Mayo, diremos: de dous para 7. q
{a6 as Nonas, faltaô cinco, e hum que fe acrefcenta fao feis. E
aflim diremos, Sexto Nouas Maji: e fe quifeíTemos faber achan-
do efcritto, Sexto Nonas Maji, que dia he, diremos de feis para fette
gue faô as Nox4s, falta hum, e hum que (e acrefcenta faô dous, €
affins moftra (er fzito aos dous dias.
Capitulo duodecimo dos dias em que o vulgo diz lua
nova, & chéa,
3 Riimciramente fe ha de notar, que naô ha Lua nova, né chêa,
eo que fe diz, he hum certo modo de fallar, pelo qual nos da-
mos
. Tratado primeirô) ar
a enténder; porque achando os Filofophos antigos, fer 'a Lua ca-
nopelo qual os mais Planetas, e Signos, como caufas fegundas nos
cômunicaõ fuas influencias, o que claramente vemos nos doentes;
doudos,e marifcos, que no tzmpo do minguante, que chamamos
conjunçaô de Lua, padecem detrimento: e pelo contrario no
tempo da chêa; que dizemos, eftaô os enfermos com mais convale-
cença, e os marifcos, e carnes mais chêas, e faborofas. Achando
pois efta diffsrenga q ha de nova a chêa,para nos podermos apro-
veitar, ou guardar do tal tempo, lhe puzerad nome de nove,e chéa,
mas re vera naô he effim,porque fempre a Lua, huma ametade del+
ta he alumiada do Sol, e quanto mais fe vai chegando a elle, como
a Lua anda no primeiro Ceo, e o Sol no quarto, fica o Sol alumian>
do a Lua pela parte de cima,e affim fica o corpo da Lua efcuro para
nós, e o claro para os C£os, por fer corpo craílo, e naó poderem
os raios do Sol paffar por ella, eaflim tambem quando a Lua por
diametro fe oppoé ao Sol.fc. o Sol no Poente;e a Lua no Nafcente
ficalhe dando o Sol pela parte de baixo: e affim fica toda a parte
alumiada para nós,e a efcura para os Ccos, e efte ponto fe diz Lua
chêa, E para fbermos em cada hum anno, e mez o diaem que a
Lua he nova, fegundo acima he ditto,fe ha de faber primeiro quan-
tas ba de Epaéta naquelle anno,em cujos mezes queremos faber fu-
«as Luas; e para fabermos a Lua de Janeiro, aos que ouver de Epacta
ajuntaremos mais hum ponto, e os que para trinta faltarem, a tan-
tos ferá Lua nova em Janeiro; c em Fevereiro, aos que cuver.de
Epa&ta ajuntaremos dous pontos, contando tambem para trinta; €
de Margo por diante cOtaremos quatos mezes ha athé aquelle mez;
cuja Lua queremos faber, e quãtos mezes forem, tantos pontos ajú-
taremos 4 Epaéta, ¢ os q para 30. faltarem, a tantos ferá a Lua no-
va daquelle mez, Exemplo.
Querendo faber a Lua de Janciro do anno de 1675. porque no
talanno ha quatro de Epacta, aos quaes ajuntando hum ponto de
Janeiro, fazem cinco, dos quaes para trinta vaô vinte ecinco, à
tantos de Janeiro-diremos fer efte anno Lua nova.
an Outro: Exemplo,
“ Querendo faber a Lua. nova de Agolto no ditto ann9, contato
de Março athe Aguíto, acharemos que faô feis mezes, e por cada
Pim r

à . B3 mcs
22 | Thefouro de Prudentes:
mez tomaremos hum ponto, ¢ [a6 6. que juntos aos 4. que ha de
Epacta fazem ro. dos quaes para 30. faltao 20. e a tantos de Agof=
to ferá Lua nova; c efta ordem fe guardará em outro qualquer an-
no, e mezes, de que quizermos faber fuas Luas. Advertindo, que
fe os pontos, que tomamos dos mezes, com os que cuver de Epac-
ta, fizeré maior (omma de 30.entaô veremos os q faltaô para 60. ¢
a tantos ferá a Lua nova daquelle mez. Affim que Lua novanaé he
outra coufa mais que acharem -fe elia,e o Sol em Fiimefmo Signo,
e gráo: e pelo confeguinte achêa cítar em oppofiçaõ, como tes
mos ditto Das Luas chêas.
Para faberem em cada mez, o dia em Que a Lua he chêa, fe ha de
advertir, que fe a Lua for nova de hit dia do mezathé 15. ferd chéa
no mefmo mez: c fendo aLuanovade 14. dias do mez para cima,
fegue-fe, que primeironomefmo mez foi chéa, que nova, ¢ para
fe {aber huma, e outra, (c.a Lua chéa paflada, ¢ a q fz fcgue à Lua
nova nad ha mais, que para faber a paffada, abater 15. do diaem q
he nova, e os que reftarem do mez, atantos diremos foi chéa,
primeiro que nova: e para fabermos a Lua chéa que (e fegue de-
pois da nova, os mefmos 15. acre(centados aus dias, em que he no«
Wa, nos moftrardd o dia da Luachéa,
Exemplo, z
Temos fabido no anno de 1675.fer Lua nova em 25.de Janeiro,
dos quaes tirar 15. acharemos foi chéa aos 10. ¢ affim diremos foi
chêaa 10. de Janeiro: e (e aos 25. acrefcentarmos 15. acharemos,
feráchêa a 9. de Fevereiro do mefmo anno. E deita maneira fe
fabcráo as mais Luas chéas.

Capitulo 13. para fe faber em qualquer dia do anno quantes fab


de Lua, e as horas de claro, e efcuro de cada noite,
; Ara em qualquer dia do anno fe faber, quantos {a6 de Lua, fe
baõ de ajuntar tres numeros, fc. os dias andados do mez, os
pontos da Epséta daquelle anno, « os pontos dos mezes, q forem
defde Margo athé dquclle mez, faivo Janeiro, e Fevereiro, que he
conta per fi, ¢ o que tudo fizer em fomma, nad faffando de 30.
tantos dias faó de Lua no tal dia, e paflando, os que paflarem te-
ráó dias de Lua,
Exems
“Tratado Primelras 23

Exemplo,
- Para fabermos quitos dias (aô de Lua em 1$. de Janeiro noan-
no de 1673. ajútando aeftes 15. 4. q ha de Epaéta, fazem 19. e hit
ponto q tomamos de Janeiro, fazem 20. e tantos diremos que fad
de Lua,
i ; Outro Exemplo.
Dia de S. Bartholomeu, que he a 24. do mez de Agofto, ferad 4.
dias de Lua, porque ajuotandoacftes 24. quatro, que ha de Epacta
nefte ditto anno,fazem 28.E porque de Margo a Agofto (26 6, me-
zes, os 6. pontos, que daqui tomamos, juntos aos 28. fazem 34. €
affim moftra, que averd 4. de Lua no dia do ditto Santo,
Do luar, ou ejenra de cada noite,
Sabidos os dias g fa6 de Lua, fe ha de advertir, q de hum dia de
Lua athê 43. vem o luar na poftura do Sol, e o efcuro no refto dá
noite; e fe os cias da Lua fadde 1 5. para cima,vé o efcuro na pof-
tura do Sol, eo luarno mais refto da noite. Eaffim tambem fe ha
de advertir, que a Eua cada dia crefce,ou mingãa quatro quintos de
hora, e eftes (a6 os que cada dia crefce, ov mingtia o luar, pela qual
r2za0, fabidos. quantos dias fa6.de Lua, os dobraremos quatro ve-
zes, fendo de bústhe 15. e fendo de 15. para cima, faremos a mef=
ma dobra, deixando á parte Os quinzc: e os pontos, que nefta da-
bra ouver, veremos q vezes tem cinco, e por cada cinco tomare-
mos humahora de luar, ou efeuro; e fe dos cinco fobejar alguma
coufa, os pontos que fobejarem, faó quintos de hora, que mais du-
rará o luar, ou efcuro.
Exemplo
Para fabermos quanto tempo durará o luar em feis dias de Lua;
diremos, feis vezes quatro a5 24, eacharemos Gem 24. ha quatro
vezes cinco, qus {a6 4. horas, e porque fobsjad quatro pontos,
diremos, que durará o luar 4. horas,¢ quatro quintos, ¢ 0 mais
refto da noite ferá de cfcuro; e paraque poffamos feber em “hora
da noite ccabará ocurío do lvar,.as horas, que acharmos, gue hay
de luar, sjuntaremos às hores. ds quando o Sol fe puzer, e no cabo
defta (omma, fe porá.o tar, e:o mais ferá de eícuro, E para faber
. B4 as
24 o Jrhefonro de Pradentes,
- ashoras a q fe potim 0 Sol em todo o tépo do anno,iremos ao quar-
tolivro, e no tratado das horas Planctarias o acharemos: aífim que
O luar, q nos der hã dia de Lua,nos dará de efcuro o mefmo tempo
em 1$-dias de Lua; e o luar, q der 2. dias de Lua, dará o meímo té-
podeefcuroem 17. de Lua; e o luar Qnos der 3. dias de Lua, nos
dará o meímo tempo de efcuro em 18.da Lu3;¢ affim ns mais dias
ds Lua, o que fe feguir de hum dia de Lua athe 1 5.de luar,fe feguirá
de 16.athé 30. de efcuro
Capitulo 14. Dos pontos de preamar, e baixamar
mefma diflerenga que ha cada dia de claro,ou e(curo,que faô
4-quintos de hora,iflo mefmo varêa a maré: pelo que fabido:
o tempo q cada dia ha de claro, ou efcuro, fica facilitando feber as
marés, porque na6 ha mais que aguellas horas, e quintos, G achar-
mos'de luar, ou efcuro, ajútallas por regra geral às tres de pela ma-
nhãa, e o que tudo fizer em fomma, no tal tempo ferá a primeira
maré chêa daquelle dia,e dahi a {eis horas, e hii quinto, ferá pon-
to de maré minguante, e fobreefles ajuntar mais feis, e bum quin-
to, ferá fegunda maré chêa daquelle dia, porque fabida a primeira
maré, para faberem as demais em cada dia, naô ha mais, que sjun-
gat-lhe feis horas, e hum quinto, e da minguada à chêa o meímos

Exemplo.
Pois temos fabido, que em feis dias de Lua durará o luar 4. ho-
ras, e quatro quintos, eftas juntas ás tres dz pela manhãa, fazem 7.
horas, e quatro quintos, e atantas hor:s, e quintos ciremos, fe=
rá ponto ds preamar cm (eis dias de Lua; e febre fette, e 4. quintos
ajuntar feis, e hi quinto, fazem 14. horas, das quaes tirar as dozs
do meio dia ficaô duas: e alfim diremos, que ás duas da tarde fe-
rá baixamar em feis dias de Lua; e fcbre eft:s ajuntar {cis,e hum
guinto fazem oito, e hum quinto, e a tentas tornará a fer de tarde
aimaré chêa em 6. dias ds Lua. Pela qual razaô, fabidas as horas
de claro, ou efcura, fica fendo facil faber-fe o ponto de preanar,
e baixamar de cada dia, tendo por regra geral, que as horas de cla-
ro; ou cicuro de cada dia, fe haô de ajuntar às tres de pela manhãa,
para fe faber a primeira maré de cada dia. à
. Capi-
Tratado primeiro.
«Capitulo 14 Das emendas, e excepçoens de 1700”
. por diante,

Onta-fe em-cada hú anno vulgarmente 363. dias, e 6. horass


e dellasem cada 4. annos fe vem a fazer hum dia, o qual (e:
acrefcenta
ao mez de Fevereiro. E porque no ditto mez, em 24. €
25. emambos cftes dias fe diz, fexto Kalenidas Martij, (e intitulcu-
o anno fer Biflexto. Mas como quer que o movimento-co Sc! nad
gafta as {cis horas perfeitas (como no primeiro Capitulo fica ditto)
osdez minutos, e quarenta e oito fegundos, que mais (e contady
vem a fazer de crefcença em cada 1333. annos,e quatro m:2z:s, 10.
dias de ventagem,que he a cau(a da emmenda, que fe faz emo anna
de 1582. E querendo o Sâmo Pontifice atalhar a perda dos livross
que bavia no tempo da emmenda dos dittos dez dias, depois de o
aver confultado ‘com os Mathematicos Romanos, mandou paffar
huma Bulla,como canfta do Calendario Gregoriano, em que mãda;
que (uppofto que.em cada quatro annos haja hum Biflexto,todavia
cada 400. annos fe neguem tres Biflixtos, affim como o deizoo. iz-
clufivo nad (erá Biflexto, néo dej800. nem o deigoo. &-o de 2000.
fim, e ode 2100 na5, 22.00. n26, 2300. nad,€ 2400. fim, e afim
fe tira nelles tres dias; advertindo, que fuppofto que em cada hum
deftes dittosannos achemos duas letras Dominicaes,a ultima dellas
fervirá todo o anno, e Fevereiro naó terá mais de 28. dias. E co-
mo houvefle emméda nos annos, foi neceflario avella tabem na le=:
tra Dominical defta maneira, que na junta do dedo Index, onde
agora começamos com a dicçaó, que diz; Filins, dam: (ma junta co-
meçaremos no anno deizoo. com a dicçaô que diz Gratis, e no de
1800. com Accipe, eno deigoo. com Bonus, eaffim cada 100. an-
nos por efta ordem mudaremos as diccoetis. ,
E foi neceffario tambem emmendar-fe a Epacta,paraque tudo ti-
vefle correfpondencia certa, a qual (e emmendou defta maneira.
Que nas juntas do dedo pol-gar, onde agora temos trinta, dez,
vinte, contaremos no anno def700. 2 ro. eilto durará athê o
anno de" Bóvecentos exclufivê, e no dsNSvecentos, onde. agora
temos trinta, dez, vinte, diremos vintoito, oito, dezvito, e da-
fará athê 2200. annos exclufivê, e no de 2200. poremos pus gixas
vias
af Thefouro de'Prudentes. .
Juntas vince ¢ fette,fette,dezalette,do qual aio por diante,eada yoo.
aonos fe sbaterd hum ponto pela ordem,que acima diflemos.E por
que do anno de fettecentos por diante,pdde aver vinte e cinco de E-
paéta, e outros numeros, que hoje nad ha, pela qual raza6 pode
cahir a nofla Pafchoa com a dos Hebreos, e para nos guardarmos
difto, manda a fagrada Igreja, que no anno em que ouver 25. de Ex
paéta, fe veja o Aureo numero, que ha no ditto anno, e fe a copia
delle for de hum athé onze, fe aflentem os 25. de Epaéta na fegun-
da junta do dedo minimo, onde eltaô 24. 25. rabros; e feo Au-
reo numero for de onze para cima,os 25. de Epacta fe aflentem na
raiz do ditto dedo, onde eftad 25.26. wigros, para q affim nos guar~
demos de empafchoar com elles, fegundo o G tudo mais largamen-
te fe contem no Calendario Gregoriano, q (e f:z no anno de 1582.
quando foia emmenda dos d:z dias.
« E por eftasrazoens fe prova, que olivro de Jeronimo Cortês.
Yalenciano, nad tem propriamente o titulo de Lunario perpetuos
porque fe naô regêo pelas fobredittas excepçoens.

7 Capitulo 16.. Das Taboas das Feflas. mudaveis.


i Primeira e 2. Taboa das Feitas madaveis, fad as feguintes,.
A té termo limitado de annos para g fervé, e durad d=fde oan- -
no de 170118.athé o.de 1766.Pelo que, para £: faber entender, ve-
remos na primeira columoa,em que eitaões annos efcrittos,o anno
emque eítamos, ou. 0% quifermos faber; e logo adiante do anno-
acharemos.a letra Dominicalidells, e continuando.por toda a re-
graadiante, acharemos os diasem que vem as feftas, das quais (eus
nomes elta6 cfcrittos na primeira regra acima:
Exemplo.
No anno de 1701 I.que eftá va primeira regra da primeira Fax
boa adiante ds qual acharemos-hum D. que be a letra, que ferve de
Dominical,c diantte do, D.acharemos 2.de Aureo.numere, ¢ adia=
te dos2. acharemos LI..que he a Epacta do ditto anno, e Ingo
agharemos 1 de Fevereiro, em que moftra, que vem a Septua--
gefima: mais. adiante 19, de Fevereiro, que he diade Cinza: e
side. Abril, que he a Pafchoa: na pagina feguinte 144 de Mayo, &
he aAfcengad: e afim continuaremos athão fim da regra.
. A
Tratado primeiro. 27
A terceira Taboa he a perpetua, e rege-fé pela letra Dominical,
é pela Epaéta, porque fabida 4 letra Dominical daquelle anno,
bufcaremos na {ua cafa o numero da Epaéta delle, no direito da
qual acharemos as feftas pela ordem atraz dada; e fe o anno for
Biffexto na letra que primeiro fervir nas dicço<ns, acharemos Sep-
tuagelima, e Cinza, e na outra, as demais feftas feguintes perpe-
tuamente.
Advertindo, que eftas Taboas, na6 eftariad repertidas cada
huma emduas paginas, feo papel deralugar a
poderem-fe pér cada Taboa em
homa pagina.
mo

, a Aun
28 Thefonro de Prudentes.

no do) Letra \Aurec Upacta.) Septuage- Dia de | Pafchoa.


endor| Doi, pre. Jima. Cinza.

IZIL D 2 | XI t Feverijt8 Feverl 5 Abril.


w1m|CB 3 | XXI] 24 Janei. fto Fever) 27 Março,
1713 | À 4 | WI | 12 Fever.|1 Março) 16 Abril.
T7t4 G 5 XLV |} 28 Janei. 114 Fever) 1 Abril.
1715 | F 6 | XXV | 17 Fever.6 a 21 Abril.
1716 | ED] 7 VI | 9 Fever!26 Fever. 12 Abril.
1717 Cc 8 | XVIL | 24 Janei. {ro Fever.! 28 Março,
r718 B 9 |XXVII 13 Fever.|2 Março. 17 Abril.
1719 A [o IX 5 Fever. 22 Fever! 9 Abril.
1720 | GF | 11 XX | 28 Janei. |rq Fever] 3t Março.
1721 E I2 Il 9 Feverl26 Fever] 13 Abril.
1722} D 13 | XU | + Feverlr8 Fever 5 Abril.
1723 Cc 14 | XXIII | 24 Janei. froFever.| 28 Margo.
1724 | BA | 15 | LIL | 13 Feverit Março) ró Abril.
1725 G 16 | XV | 28 Janei. lr4 Fever) 1 Abril.
1726 |. F 17 | XXV | 17 Fever.|6 Março 21 Abril.
1727 EK 18 | VIL | 9 Fever.|24 Fever] 13 Abril.
1728 | DC | tg | XVIII 25 Janei. [rr Fever.) 28 Margo.
1719 B I BK [13 Fever.j2 Março 17 Abril.
1730] A 2 |, XL 6 Fever. }23 Fever. 9 Abril.
173t | G 3 | XXI | 2r Janei. | 7 Fever} 25 Margo.
1732 | FE 4 UI | £0 Fever.|27 Fever.) £3 Abril.
1733 | D 5 | XUI]| 1 Fever.|t8 Fever] 5 Abril.
1734 1 € 6 | XXV| 21 Fever.jto Mirço) 25 Abril.
1735 B 7 Vi 6 Fever. |23 Fever.| ro Abril.

1736 | AG 8 | XVII | 29 Janeir. 15 Fever.) 1 Abril.


17372. F 9 |XXVHI 17 Fever. {6 Março. 2t Abril.
1738 E to | IX 19 Fever. 6 Abril.
1739, D. ir | XX 11 Fever 29 Março,
0740. | CBI] rz 1 14 Fever]; Março) 17 Abril.

Afeençaã
Tratado Primeiro, 29

|Afcencaé do| Pentecof-\ Corpus \ Indi- | Domin.| Dominica 1.


Senhor. tes. Chrifti, | crio. Ipoft Pet] do Advento.

t4 Mayo. 24 Mayo] 4 Junho.) 4 26 | 29 Novembr.


5: Mayo.| 15 Mayo. 26 Mayo 5 27 | 27 Novembr.
25 Mayo.) 4 Junho] 15 Junho} 6 25 | 3 Dezembr.
10 Mayo.| 20 Mayo] 31 Mayo] 7 27 | 2 Dezembr-
30 Mayo.) g Junho 20 Junho} 8 24 | 1 Dezembr'
2t Mayo. 3 Mayo] TE Junho. 9 25 | 29 Novembr.
6 Mayo] 16 Mayo| 27 Mayo] ro | 27 | 28 Novembr.
26 Mayo! §Junhoj t6Junhol 11 24 | 27 Novembr.
18 Mayo| 28 Mayo. 8 Junho) 12 26 3, Dezembr.
9 Mayo] 19 Mayo 30 Mayo] 13 27 1 Dezembr.

22 Mayo. . 1 Junho. 12 Junho. 14 25 | 30 Novembr,


14 Mayoj 24 Mayo) 4 Junho] 15 26 | 29 Novembr.
6 Mayo) 16 Mayo, 27 Mayo} 1 27 | 28 Novembr,
25 Mayol4. Junho rs Junho) 2 25 3 Dezembr.
to Mayo. Ee Mayo. 3 Ma ayo 3 27 2 Dezembr.
30 Mayo. 9 Junho. “o Junho. 4 24 1 Dezembro}
22 Mayo! r Junho) 12 Junho) 5 25 | 30 Novembr.
6 Mayol 16 Mayol 27 Msyo| 6 272 | 28 Novembr.
26 Mayol 5 Junho 16 Junho) 7 24 | 27 Novembr.
| 38 Mayo. 288 Mayo. 8 Junho) 8 26 3 Dezembr.

3 Mayo, 133 Mayo. 24 Mayo: 9 28 2 Dezembr.


22 Mayo) t Junho) 12 Junho! ro 25 |30 Novembr.
14 Muyol 24 Mayo) 4 Junho 11 26 | 29 Novembr.
3 Junho. 13 Junho} 24 Junho} 12 23 | 28 Novembry
19 Mayo! 29 Mayo! 9 Junho) 13 25 | 27 Novembr.

| 10 Mayol 20 Mayo 31 Mayo. {4 27


'30 Mayo. 9 Junho 20 Junho) 315 24 É )
je Mayo} 25 Mayo. 5 Junho} 1 26 | 30 Nove
Miyo| 2> Mayol 28 Mayo) 2 27 | 29 Novembro
16 Mayol 5 Junho! 16junhol 3 24 | 27 Noveinbs f
adisidos
30 Thefouro de Prudentes

Inno di Letra |Aureo Epatta \ Septuage-| Dia de Pajfchoa,


senhor. | Jominfurim. fima. Cinza.

E74! A | 13 | XII | 29Janei.| 15 Fever) 2 Abril,


1742 G 14 | AXUI) or Janei| 7 Fever] 25 Marco,
'743 K 15 IV: [10 Fever! 27 Fever) 14 Abril,
1744 | ED] 16 | Xvi [2 Fever] 19 Fever, 5 Abril.
1745 | C 17 | XXVI | r4 Fever| 3 Março) 18 Abril.
1746 B 18 VII | 6 Fever| 23 Fever] ro Abril.
1747 | A :9 | XVIII |29 Janei) 15 Fever] 2 Abril.
1748 | GE I YR [rr Fever} 28 Fever} 14 Abril.
1749 2 XI 2 Fever 19 Fever.) 6 Abril.
1750 | D 3 | XXII | 25 Janei| 11 Fever. 29 Março.
1751 Cc 4 NI 7 Fever. 24 Fever. 11 Abril.
152] BA| 5 | XIV |39 Janeil 16 Fever! 2 Abril.
1753] G 6 | XXV |18 Fever! 7 Margo! 22 Abril.
1754} E 7 VI [ro Fever 27 Fever 14 Abril.
1755 | E 8 | XVII [26 Janei.| 12 Fever. 30 Março
17256 | DC 2 XXVIII [15 Fever.) 3 Março.) 18 Abril. |
1757| B fo] IX | 6 Fever.| 23 Fever.| ro Abril.
1758 | A IL | XX |22 Janeil 8 Fever.| 26 Março.
1759 | G I2 I tt, Fever} 28 Fever.’ rs Abril.
1762 | FE 13 | XXII | 3 Feverf 20 Fever] 6 Abril. |
1761 D 14 | XXIU! | 18 Janeif 4 Fever} 22 Margod
1762 | C 15 | UI $7 Fever] 24 Fe%er | 1r Abril.
1763 | B 56 XV_ fio Janei 16 Fever] 3 Abril.
1764) AG | 17 | XXVI [rg Fever} 7 Margo] 22 Abril.
1765 F 18 VII |3 Fever] 20:Fever.} 3 Abril.
1766). E *9 | XVII |26 Janeij 12 Fever.| 30 Março.
1767 1 D 1 * 15 Fever.| 4 Margod tg Abril. |
1768 | C B 2 XI far Janei| x7 Fever 3 Abril. |
1769] À. 3 XXII |2> Janei) 8 Fever.) 26 Março
1770 G 4 lil tt Feverj 28 Fever.) 15 Abril,
eras F 5 XT Jog fones l ra Feverl 3t Março
Aferns
“Tratado Primeiro. 31

Ajcencas do} Penteca |- | Corpus | Indi- | Domin.| Dominica i.


Senhor. tes. Chrifiã. | ctio: \poft Pét| do Advento.

tr Mayo. 2t Mayol 1 Junho) 4 27 Dezemby


3 Mayo. t3 Mayol 24 Mayo] 5 28 2 Dezembr.
13 Mayo. 2 Junho) £3 Junho, 6 25 1 Dezembr,
14 Mayo! 24 Mayo| 4 Junho) 7 26 | 29 Novembr
27 Mayol & Junho) 17 Junho| 8 24 | 28 Novembr,
19 Mayo| 29 Mayo} 9 Junho| 9 25 | 27 Novembr
tr Mayo| 2£ Mayo] 1 Junho 1° 27 3 Dezembr.
23 Mayo) 2 Junho) 13 Junho| FL 25 Tt Dezembr.
15 Mayo| 25 Mayo] 5 Junho) 1? 26 | 30 Novembr,
7 Mayo! 17, Mayol 28 Mayo} 13 2y | 29 Novembr.
20 Mayo. 30 Mayo. ro Junhod 14 25 | 28 Novembr.
II Mayo. 21 Mayo) 1 nei 19 27 3 Dezembr.
31 Mayol 10 Junho.) »r Junho.) | 24 2 Dezembr.
21 Mayol: 2 Junho 73 Junho.) 2 25 1 Dezembr.
8 Mayo 18 Mayo. 39 Mayo. 3 27 | 30 Novembr.
27 Mayo] 6 Junho. | 4 24 | 28 Novembr.
19 Mare. 29 Mayo, 4 do s 25 | 27 Novembr.
4 Mayo.| 14 Mayo. 25 Mayo. 6 28 3 Dezembr.
24 Mayo] 3 Junho) 7) Junho} .7 25 2 Dezembr.
15 Mayo| 25 Mayo) É junho) é| 26 | 39 Novembr.
o Abrill ro Mayo. 9 28 | 29 Novembr,
às Mayo. 30 em a june 10 25 | 28 Novembr,:
12-Mayol 22 Mayo) » Junho) If | 26 | 27 Novembr’
3¢ Mayo, ro Junho] 21 Junho} 12 24 | 2 Dezembr]
t6 Mayo} 26 Mayc} “6 junho| 13 | 26 | £ Dezembr
8 Mayo.| 18 Mayo] 29 Mayo 14 27. | 30 November:
28 Mayo! 7 Junho! 18 Junho] t5 24 | 29 Novembr,
12 Mayol 22 Mayo| 2 Jinho| 4 26 | 27. Novembty.
4 Mayo. 14 eye 25 Mayo] 2 28 3 Dezembi,
24 Mayo! 3 Junho] 14 Junho) 3 2 2 Dezen
9g Mayo. 19 Mayo} 30 Mayo} 4 27 Pp
32 Thefouro de Prudentes
Letra Nunsero da Epatta. Septnages. Cinza, Pajchos ;
Domin.|13. 18.Janei. q.Fever, | 22. Mu.
16.17.18.19.20.21.22.] 25.Janzir. 11. Fev.| 29. Mar.
——| 9.10.1 1.12.13.14.15. | 1. Fever. 8. Fev. | 5. Abril,
2.3.4.5.6.7.8. 8. Fever. 25.Fev. | 12. Abril
D 24.2§.26.27.28.29.* | 15.Fever. q. Mart} 19. Abril
22.23. Ig.Jancir. 5. Fev. | 23. Mar,
——_| 16.17.18.19.20.21. 26.Janei. 12.Fev.} 30. Mar)
8.9.10.11.12.13.14.15] 2, Fever. 1g. Fev.| 6. Abril,
E 1.2.3.4-5-6.7. * | 9. Fever. 26. Fev.} 13. Abril
24.25.25.26.27.28.20.) 16.Fever. 5. Mar} 20. Abril,
en 20. Janeir. 10. Fev.| 24. Mar
14. 5.16,.17.18-19.20.] 27. Jancir.13. Fev 31. Mar,
7.8.9. LO. BE.T2e1 30 3. Feve. 20. Fevl 7. Abril.
FE *1.2.3.4.5.6. Io. Fever. 27. Fev. 14. Abril.
24.25.25.26.27.28.29.) 17. Fever. 6. Mar.) 21. Abril.
——2. 1.22.23. 20.)| 24. fanei. 7. Fev.) 25. Mar,
13-14.15.16.17.18.19.| 28. Janei. 14. Fev.) 1. Abril,
6.7.8.9. 10.11.12. 4. Fever.21. Fev 8. Abril,
G * 123.405. 11.Fever. 28. Fev 19. Abrilf
2 4.25.25.26.27.28.29.| 18.Fever. 7. Mar 22. Abril.
mm 19. 20.21.2202 ja 22.Janck 8. Fev 26. Mar.
12.13-14.28. 16.17.18] 29.Jansi. 15. Fev) 2. Abril.
— 19.6.7.8.9. 10.11, 5. Fever.22. Fevl 9. Abril.
A
28.29." 12.4. 12.Fever. 1. Mar. 16. Abril.
24.2$.29.26.27. Ig.Fever. 8. Mar 23. Abril.
——!18. y.20.2 1.22.23. 23. Jane. y. kev) 27. Mar,
11.12.13.14.15-16,17} 30. Janei. 16. Fev} 3. Abril.
B 5-6.7.8.9.10. 6. Fever. 23.Fev| 10. Abril,
2. 7.28.29.” 1.2+3.4- 13. Fever. 2. Mar 17. Abril.
4.25.25.26. 20. Fever. o Mar| 24. Abril
17:18.19.20.21.22.23] 24. Janeid 10. Fev.| 25. Mar
1O.11.12.13.14.F5.16 31. Janei! 17. Fev 4. Abril
f-4-5.6.7.8.9. Pe Fever. 24. Fev.) rr. Abril
C j26.27.28.29.* 1.2. 14-Fever! 3. Mar. 18. Abril.
24.23.26. 21.Fever.! 10. Mar| 25. Abril.
Afcen=
Tratado Primeiro. 33
Ajcéçad do) Pentecoy Corpus |vommica| Lomunca 1.
Senhor. tes. Chrilti. |>0ft Pétecl do Advento.
30. Abril LO. Mayo | 21. Mayo) XXVii.| 29. Novembro.
7. Mayo.| 17. Mayo | 28. Mayo | XXVii. | 29-
|t4.Mayo] 24.Mayo| 4. Junho] XX Vi, 29. 4
2r.Mayo.| 3. Mayo)rr. Junho} XXV. 29.
28.Mayol 7. Junho] 18. Junho/XXiiii. | 29. "ide E
ti. Mayo.! Tt. Mayo | 22, Mayo] XXVin.| 30 Novembro.
8 Mayo.| 18. Mayo | 29.sto | XXVii. | 30 .
15.Mayo. 25. Mayo | 5. Junho} XXVi, 3%
22-Mayos ft. Junho}12. Junho. 30:
'29.Mavo.
Mavo.. 8. Junho! rg. Junho |30-
2.
| Mayo. 12. Mayo, 24. Mayo. 1. Dezembro.
9. Mayo. 19. Mayo! 30. Mayo. I.
16.Mayo. 26. Ma ro 6. Junho. I.
23-Mayo, 2.Junho! 13. Junho. =
30.Mayo. 9. Junho, 20. Junho}: I.
3. Mayo. Is Mayo! 24. Maye! 5 2. wezembro.
10.Mayo.! Mayo, 31. Mayo. 2
17. Mayo! o : Mayo. 7. Junho. 2
24.Mayo] 3.Junho. 14. Junho. 2
31.Mayo| ro. Junho! 21. Junho. 2.
4. Mayo, 14. Mayo. 15. Mayo. 3: Dezembro.
1t.Mayol 2E. Mayo. 1. Junho. 3:
18.Mayo. 28. Mayo. 8. Junho. 3.
25-Mayo| 4. Junho. 15. Junho, >
1. Junho. rr. Junho) 22. Junho. Xiii 13
5. Mayo. "15. mayo. 20. Mayo) XKVi.| 27. novembro.
12.Mayol 22. Mayo 2. Junho) XXVi. | 27:
t9.Mayo. 29. Mayo 9. Junho. |XXV. 27:
26. Mayo) 55. Junho. 10. Junho.| X Xiiii- 27.
2. Junhal rz. Junho, 3. Tunbo.| XXiii. 27. =
o. Mayo 16. Mayo} 27. wayo.| XXVii.] 28. iNovembro.
13-Mayol 23. Mayo| 3. Junho) XXVi. | 28.
20.Mayol 30. Mayo | tC. junho|XXV. | 28.
27.Mayol) 6.Junho| 17. junho.| XXiiik | 28.
3 iso 13. Junho} 24. Junho. X Xiii. 28.

Cc Capi
34 Thefonro de Prudentes
' . Capitulo 17. Da taboa-perpetua das marés, e
horas de claro, e efcuro de cada
& noite.

A taboa feguinte das marés ha 6. columnas, a primeira he


dos dias de Lua,a faber, de hum athé 15. porque o mefmo
fe (egue em 16. dias de Lua, que em hum dia,o mefmo em 17,
que em 2. dias, e o mefmo em 18. que em 3. e affim nos mais, por
iffo nefta conformidade vaô os numeros na primeira coluna
poftos atraz, {endo que nad erad neceffarios mais qus athérs. A
fegunda columáa moftra a primeira maré chéa de cada dia: e por
iflo tem em áima hum P. ve quer dizer preamar, junto ao qual
eftd de hupia parte hum H, e da outrahum Q>qué querem di-
zer horas, e quintos da ditea maré. A terceira longa moltra
Os pontos da maré mingaante, que fe fegue à primeira maré; e
aquarta únoltra a maré chêa de tarde, é aquinta moítra a maré
minguarjte da tarde: e a fexta moftra as horas de.-Luar, ou ef-
curo de Cada noit>, porque affim como nas marés tem correfpon-
dencia hum diade Lua a16. € 2. aos £7. € 3. aos 18. € aflim
es mais: affim tadbem tem. amefma correfpondencia no luar, ou
eícuro; porque quantas horas, e quintos acharmos de luar de
hum dia ds Lua athé 15..0 mefmo tempo haverá de efcuro de
16. athé 30. peloqus para fe faber reger
a ditta taboa, fe ha de fa-
ber quantos dias ha dz Lua no dia, que queremos aber-fuas ma-
rés, e os dias-que forem, iremos bufcar à taboa, e correndo
pela regra a diant2 achar:mos as merés, e horas de claro, ee
curo ao certo: e quando adiante das horas acharmos 5. diremos
fer quinto de horá, ¢ achando 2. diremos ferem dous quintos,e
nas letras-fimilhances, porque os's. (ad quintos, que tem
det hõis, e @ letra que {2 acnar por cima do diito 3. denota
pariss da tel hora.
ee Exemplo.
Cinco dias de Lua ferá presmmar ás fetie horas da manhã:: €
ar2 huma,e hum quintose presnar da tarde as fette,
tos, &e. :
ud Dias
Tratado Primeiro, 35

I
dias de |d..P.Q| HBQ.| H.P.Q.

=
faa]

ar

Es
Es
25

fas
36 Thefouro de Prudentes.

Capitulo 18. Dos doze mezes do anno com o numero


de dias, que tem cada hum delles, e
Santos em todos os dias.

Ois temos tratado de tudo, o que convem ao computo,


naó parecerá fóra de propofito, antes muito acertado, e
neceffario, pormos os doze mezes do anno, com o numero de
dias, que tem cada hum delles, e juntamente os dias dos Santos,
que vem pelo difcurfo do anno, affim de guarda,como de je--
jum, como duplex, ¢ femiduplex, &c. Pelo que fe ha deadver-
tir, que de ordinario em todos os annos, Março, Mayo, Julho
Agolto, Outubro, Dezembro, ¢ Janeiro, tem cada hum del-
les trinta e hum dias: e Abril, Junho, Setembro, e Novem-
bro tem trinta cada hum delles, e Fevereiro em os tres annos
commuas tem vinte e oito dias, e no quarto anno, que he o
Biflexto, tem vinte e nove dias, como (e achará nas taboas fe-
guintes; onde fe deve advertir, que a primeira columna de
cada pagina he a ordem, com que fe aflenta a Epacta, em que ca-
da Eftrelia vale trinta:e a fegunda columna moltra a letra Domi-
nical: e a terceira os dias de cada mez, diante da qual fe acha-
ráô os Santos, que fe forem de guarda, terdô diante huma Xi
Cruz, e os que forem de guarda com jejum, no Santo que vier
à Veípera terá diante jejum, e os Santos que forem duplex, te-
ráõ diante dup. e os femiduplex, terad diante fem, Enad aflenta-
mos aqui a entrada do Sol em cada Signo, porque adiante lhe
temos dado feu lugar, como o temos tambem dado ás ¢oufas to-
cantes á Medicina, e Agricultura.

Epacta
Tratadd primeiro, ° 37

Numida Letre Dias do}


Epaita Dom Mex. JANEIRO.
* ACirctncifad de Noffo Senbor, dup. FR
Ot>LosmnuorDOomMOCEPOTTOOrSOTmpOR>

HWA

29 Oitava de S. Eftevao, Protomart. dup.


28 Qitava de S. joad, Evangelifta, dup.
27 Oitava: dos Santos. Innocentes, dup.
AMAwW

26 S. Duarte, Rey.
2525 A fefta dos Satã Reys Magos; dup. x
24 S. Lucino, martyr.
S. Paciente, Bifpo.
OOCN

23
22 S. elton e Bafilifla, Vite,
21 S. Gongalo de Amarante,
21 S. Hyginio, Papa;e martyr.
20 SS. Satyro, e Arcadio, martyres.
19 Ss.Gumicindo, e Servodel, martyres.
18 S. Hilario, Bifpo, e Conf. fem. eS. Felix.
17 S. Paulo 1. Erm. fem. e 8: Amaro Abbade.
16 S. Marcello Papa, € martyr. fem
15 S. Anted Abbade, dup.
14 A Cadeira de S. Pedro em Roma, dup.
13 S.Canito Rey, e martyr. fem.
12 SS. Fabicô, e Sebafticô martyres, dup.
EI 8. Ignes Virgém, e martyr. dup.
to SS. Vicente, e Anaftafio martyres, fen.°
Ss. Raymundo de Penhaforte, Conf. fem.
S. Timotheo, Bifpo, e martyr. fem.
AN cs

A conver{ad de S. Paulo, Apoftolo, dup


S. Policarpo, Bifpo, e martyr. fem.
8. Jord Chryfoflomo Bifpo, e Conf. dup.
ss os e Valerio, Bifpos-
rancitco de Sales, Bifpo, e Conf. fem.
gw

S. Martinha, Virg. e martyr. fem.


S. Pedro Nolafco, Confeffor, dup.
MM

C3 Num.
38 Thefouro de Prudentese

NundaLesra Dias di
| Epacta. Dom. |Mez. FEVEREIRO.
29 S. Ignacio, Bifpo, e-martyr, fem. jejum,
Mm
28 A Purificacad de noffa Senhora, dup. YK
OvPoOzZEDÓsSPommOÓRPOSNUCOH>OTMO

27 ta to S. Braz, Bifpo, e martyr.


2526 S. André Corfino, Bifpo, e Conf. fem.
2524 S. Agueda, Virgem, e martyr, fem.
S. Doroth éa, Virgem, e martyr.
um

23
22 S. Romualdo, Abbade, dup.
CN

21 S. Honorato, Bifpo, e Confeffor.


20 ‘| S. Apellonia, Virgem, e martyr.
19
“O

S. Efcolaftica, Virgem.
18 S. Caftrente, Bifpo.
I S. Eulalia, Virgem, e martyr.
16 SS. Juliaé, e Benigno, martyres.
‘S. Valentim,Presbytero, e martyr.
15
»

14 SS. Fauftino,, e Jovita, martyres.


13 S. Porphirio, martyr.
Iz SS. Silvino, Bifpo, e Fintano, Conf.
II S.Simeaõ,Bifpo,e mart. e S.Theotonio,Côf|
fo S.Gabino, martyr.
SS. Lead,e Eleuterio, Bifpos.
COO

S. Severiano, Bifpo, e martyr.


A Cadeira de S. Pedro em Antiochia, dup.
S. Sireno martyr, jejum.
ON

S. Mathias Apoftoio, dup. IK


Ww MM

SS. Victorino, Vidor, Nicephoro, &c. mart,


S. Neftor, Bifpo, e martyr.
S. Juliano, martyr.
S.Romad, Abbade, e S.Machario, martyres.

Nefte Mez fe advirta, que em o Anno Bifjexto tem 29. dias: 8. Ma


thias he aos 25. do ditto mex; affim aonde dizemos 24. tor-
naremos a dizer 26. e aos 24. fica fendo a vigilia de S.
Mathias com o jejum.

Num,
Tratado primeiro, 39

Nium.dalletra
Epada:| Dom.
|» D.
Dias dd
Mez. MARCO.
m S.Rozende, Bifpo.
29 B S. Simplicio, Papa, e Conf.
28 F SS. Marinho, e Afterio, martyres.
27 G :S. Cafimiro, Conf. fem. e S. Adriaô, mart. +
SE

26. | A S. Eufebio, martyr.


2525 B SS. Vi&or, e Victorino, martyres.
24 G: 1S;'Thiomas de Aquino, Conf. fêm.
23 D S, Jozô “de Deos, Conf.
tdo

22 E 'S. Francifca, Viuva Romana, dúp.


21: ¥ SS. 40. Mart. fim, e S. Alexandre, martyr
20 G S. Conftantino, Conf.
19 A S. Gregorio, Papa, Conf: e D.da-Igreja, dup.
: 18º | Bo S. Eufrazia, Virgem..
17 € S. Metildes, Reinha..
16 o S. Longinho, martyr..
15 E S. Ciriaco; martyr.
14 F S. Patricio, Bifpo, e Confeffor.
13 G SS. to. mil martyres, e S: Duarte Rey, em,
12 A S. Sofeph Efpofo da Virgem S.noffa, dup. Vl
ir | B S. joachim Pay da Virg. nofla S. dup.
10 e S. Bento, Abbade, dup..
S. Deogracias, Bifpo.
iy
BE ¥
S. Fiel; martyr, eS. Juliad, Confeffor.
S. Epigmenio Sacerdote, e martyr, jejum.
6 a A Annunciaçaõ de nofja Senhora, dup. Re
. 5 A SS. Cattulo, e Manoel, martyres,
4 B S. Roberto, Bifpo.
: G S. Xifto, Papa, e Confeflor.
*Teast}.| BD 'S. Segundo, martyr.
S. Joaô Climaco, Abbade;
F S. Balbina, Virgem. :

C4 Nom,
\4

40 Thefonrá de Prudentes.

|
Iida Letra
Epacta.| Dom.
Dias do
Mex. ABRIL,
29 S. ‘Theodora, Mart.e S. Machario, Conf.
Nm
+ Francifco de Paula, Conf. dup.
Owe OsmLORPOmMBDORPOBECORPO

28

saga Ea ganga pan paga in


27 . Pancracio, Bifpo, e martyr.
25 26 - Izidoro, Arcebifpo.
2524 . Vicente Ferreira, "Conf fem.
np

23 - Diogenes, martyr.
22 . Celeftino, Papa, e Confeffor.
21 : Diniz, Biípo.
CON

20 Maria Cléofe.
19 Ezechiel, Profeta.
18 Lead, Papa, e Confeffor, dup.
tg » Victor, martyr.
16 S. Hermenegildo, martyr, fem.
15 SS. Tiburcio, Valeriano, ¢ Maximo, mart.
14 S. Crefcente, martyr.
13I2 S. Fructuozo, Arceb.e S. Engracia V.e mart,
S. Anicéto, Papa, € martyr.
EL §. Eleuterio, Bifpo, e martyr.
S. Hermégenes, martyr.
o
COOL,

SS. Sulpicio, e Serveliano, martyr.


S. Simaô, Bifpo,e martyr.
SS. Sotero, e Caio Pont. e martyr. fen,
AN

S. Jorge, martyr, fem.


S. Alexandre, martyr.
S. Marcos, Evangelitta, dup.
FM NUS

SS. Cleto, e Marcellino Pont. e m. /em.


S. Anaftafio, Papa.
Omo

S. Vital, martyr.
SxPedro, martyr, dup. +
S. Catharina de Sena; Virg. dup: jum.
Ne]
v

Num,
ratado primeiro, . 41

o
INum.daTetra |Dias do] .
a
Epasta. Dom . | Mex. M A Y O.
28 B 1 S. Felippe, e S. Tiago, Apoft. dup.
27 Cc 2 Ss. A sianaia, Bifpo, e Conf. dug. x
26 |'D | 3 Alnvencad da §. Crus, dup. vá
25 E 4 S. Monica, Viuva, fem.
24 F 5 S. Angelo, martyr.
23 G 6 S. Joaé ante Portim Latinam, dup.
22 A 7 S. Eftanislao, Bifpo, ;e martyr, fem.
21 B 8 A Appariçaõ de S. M iguel Archanjo, dup.
20 G 9 S.Gregorio Nazianze no,Bifpo,e Corfdup
19 D to | SS. Gordiano, e Epim echo, martyres.
18 E IT | S. Mamerto, Bifpo.
17 F 12 | SS.Neréo,Achilléo,Domitilla,e Panc. fem.
16 G 13 ‘| Noffa Senhora dos Martyres.
15 A 14 | S. Bonifacio, martyr.
I4 B 15 | S3. Torcato, elzidoro, martyres.
13 Cc e po,
16 | S.Udildo, Bif GonfefTor-
12 D 17 |S. Reftituta, Virgem, e martyr.
II E 18 |S. Venancio, martye, /2m.
1o F 19 | S. Pedro Cealeítino, Papa ,e Conf. fem.
9 G 20 | S.Bzenardino dz Sena, Conf. fem.
.8 A zt | S. Mangos, martyr.
7 B 22 |S, Heléat, Virgem. ;
6 Cc 23 | S. Defiderio, Bifpo, e martyr,
5°.) D 24 | SS.o1aciimo,e Rozacia no, Irm.martyres.
4 E 25 |S. Miria Magdalena de Pa zzis, fem.
3 F 26° | SFilipp2 Neri, Coifellor, dup.
2 G 27 |S, Joad, Papre martyr.
I A | 28 | SS, Julto,e Germano Bifpo.
* B 29°-| S. Maximo Bifpo.
29 Cc 30 |S Fefix Papa, emartyr.
28 D | 31 !SPatronilla, Virgem.
fr Thefouro de Prudentes.

Num.dalLetra
Fpaca.|Dom.
Dias do,
Mex: JUNHO.
27: | E §..Firmo, martyr.

yo
2526 | E S. Marcellino, martyr.
25.24 | G. LON Qh SS. Tergentino,. ¢ Laurentino, Irm. e mart
23 A 5: Quirino, Bifpe.
2» |, B, "SS. Marciano, Nicanor; e Apollonio,m.
2 G 1S. Norberto, Bifpo, e Confeflor, dp. .
zo. | D 'S, Paulo, Bifpo, e martyr..
19 E “S. Medardo, Bifpos
18 F :8S. Primo, e Feliciano, martyress
17- iG :S. Timotheo, Bifpo, e martyr..
só. |U A 'S. Barnabé Apoftolo, dup.
ts: 4 BD 'S. Onofre,e.
os SS. Balilides, Girino, &ic, m.
14, Cc S. Antonio. de Lisboa, Conf, dup.
1z D S. Bsfilio. Magno Bifpo, e Conf. dup:
12 |) RB: ‘SS. Vito, fto; e Grecencia,. martyres.
ie: | F ‘SS. Quirito,.e Judita.
Io. G: Bilpo, eS, Mancel mart. .
É 9 “A os, e Mercelhano Irm. mar tr
8: B afio, e-Protafio, martyres. :
Ep Cc 'S. Silverio, Popa, e- martyr.
6; dD S..Albano;. martyr.
o E 'S. Paulino, Bifpo, e Confeff:
a. E .S. Joady Sacerdote,e martyr;-jejtm.
O Najcimento de Sc Joad Baptifia, dp. SA
=Tá [LêBRB. Su Profpero; Bifpo.
SS. Joas, ePaulc, martyres, fem. .
* : O S:Saníuó,agafalhador de pobres.
294 1. D S. Lead, Papa, e Conf. femme jeja.
28" E $: Pedro, e S. Pala Apóf. dvp. Es
az; |, F S. Margal, Bilpo..

Nai.
Tratado primeiro, ~ 43

|
WNum.da Letra | Diasdo|
. [ J 7
Epatta.\Dom. \Mez. | J > L H O. ‘
26 G | a S. Cafto, e Secundino, Bifpos, e martyres.
2525 | A 2 | AVifitacad da Virg.nofja Senhora, dupe
} 24 | B 3 S. Anaftafio, Bifpo.
23 Cc 4 S. Izabel Rainha de Portugal, fem.
22 D 5 S. Marinho, martyr.
21 E 6 3. Tranquilino, maryr.
20 'F 7 S. Vitorino com 4. comp. martyres.
19 | G 8 S. Procopio, martyr.
18 A 9 S. Cyrillo, Bifpo,e martyr.
17 B 10 | SS. Sette Irmaós,martyres, font.
16 Cc 11 | S. Pio, Papa, e martyr.
15 D 12 | S. Joad Gaulberto, Abbade, fem.
14 E 13 | S. Anacleto, Papa, e martyr, fen.
13 F 14 | S. Boaventura, Bifpo, e Conf. dup.
12 G 15 | S. Henrique Emperador, Conf. fem.
Ir A À 16 |S. Valentim, Bifpo, e martyr.
10 B 17 | S. Aleixo, Confeflor, fem.
C | -18 | S. Simphorofa com 7. filhos martyres,
8 D 19 | S.Jufta, e Rufina, martyres.
7 E 20 | 8. Uvilgefortes, Virg. e mart,
6 F 21 | S. Praxédes, Virgem.
5 G 22 | S. Maria Magdalena, dup.
4 A 23 | S. Apollinar, Bifpo, e martyr, fem.
3 B 24 |S. Chriftina, Virg. e martyr, jejum.
2 Cc 25 | §. Tiago ae dup. eS. Chriftovad.
I D 26 | S.Ama Mar da Virgem N.S, dup. VK
* E 27 |S. Pantalead, martyr.
29 F 28 | SS. Nazario, Cello, &c, martyres, fem.
28 G 29 |S. Martha Virgem, e S. Beatriz, mart. fem.|
27 A 30 | S. Abdon, eSennem, martyres.
25261 B 31 |S. Ignacio, Confeilor, dup.

Num,
44 Thefonro de Prudentes,

bri Dias do r
Epaca. Dom. |Mez. A G O S T O é

2524 | € x As Cadéas de S. Pedro, dup.


23 D 2: S. Eftevaé, Papa, e martyr.
22 E 3 S. Evfronio, Bifpo, e Confeflor.
21 F 4 S. Domingos, Confeflor, dup. ss
20 G 5 Noffa Senhora das Neves, dups rt
19 A 6 A Transfiguração do Senhor, dup.
18 B 7 S. Caetano, Conf. e S. Donato, Bifpo, e m.
17 Cc 8 SS. Cyriaco, Largo, e Efmaragdo, m. fem.
16 D 9 S. Romaô, martyr, jejum. |
15 E TO | S Lourenço Martyr, dup. BM :
14 F Tt SS. Tiburcio, e Suzana, martyres.
13 G 12 | S.Clara, Virgem, dup.
12 A 13 SS. Hipolito, e Caíliano, martyres.
II B 14 | S. Eufebio, Confeflor, jejum.
10 Cc 15 | A Affumpcaé da Virgem N. Senhora, dup.
9 D 16 | S. Jacinto, Conf.dup. eS. Roque. É
8 E 17, S. Mamede, martyr.
7 F 18 S. Agapito, mart. eS, Clara de Monte falc,
6 G 19 | S. Luiz, Bifpo.
5 A 20 | S. Bernardo, Abbade, dup.
4 B 21 |'S. Anaftafio, martyr.
3 2 22 |S. Timotheo, martyr.
2 D 23 | S. Zachéo, Bifpo, jejum.
1 E 24 | 8. Bartbolomeut, Apofrolo, dup. sa
* F 25 | S. Luiz Rey de França, Conf. few.
29 G 26 SS. Vidôr, e Zephirino, Papa,e mart.
28 A 27 | SS. Rufo, mart. e Licerio, Bifro, e Conf.
27 B 28 | S. Agoftinho,Bifpo Conf.e D.da Igreja.drp.
26 Cc 29 | A Degolagad de S. jozé Baptifta.dup.
2525 |) D 30 | S.Roza,eos SS. Feliz, e Adavto, martyres,
24 E 31 S. Raymundo Nonnato; Confefior, /em.

Num
Tratado primeiro, 43

INum.dal Letra Dias do


Epacia. Domin Mez SETEMBRO.
23 F ANnBWNA S. Egidio, Abbade; ¢ os SS. 12.irmaés mart,
22 G S. Antonio, mart.
21 A S. Maníueto, Bifpo, e Conf.
20 B S. Marcello, Bifpo, e mart.
19 Cc S. Vitorino, Bifpo, e mart.
18 D S. Eugenio, mart.
17 E S. Regina, Virgem, e mart.
16 F O Nafeimento da Virgem nofja 8. dup. PK
WOON

15 E S. Gregorio, mart.
14 S. Nicolio de Tolentino, dup.
13 B SS. Proto, e Jacinto, mart.
I2 G S. Juvencio, Bifpo.
II D S. Maurillio, Bifpo.
10 a A Exaltagaé da Santa Cruz, dup.

Ig
S. Nicomedes, mart.
SS. Cornelio, e Cipriano, Pontif.mart. fem.
A Impreílaô das Chagas de S. Franc. fem.
$ | B S. Thomás de V.Nova, Bifpo, e Conf. fev.
Cc S. Januario, Bifpo, e mart. fem.
440 S. Euftachio, mart. dup. jejum,
3 E S. Mattheus, Apoftolo, Evangel. dup. VA
2 F S. Mauricio, e feus companheiros, mart.
I G S. Lino, Papa, e mart. fem.
* A S. Gerardo, Bifpo, e mart.
29 B S. Firmio, Bifpo,e mart. e S, Aurelia Virg.
28 Cc SS. Cipriano, e Juftina, mart.
27 D SS. Cofme, e Damiaô, mart. /em.
2526 E S. Venceslio, Duque, e mart. fem.
2524 F S. Miguel Archanjo, dap. VR
23 G S. Jeronymo Conf. D. da Igreja dup.
46 Thefouro de Prudentes

Num.do| Letra Dias do : O


Epata| Dom.| Mex. O U TUBR .
22 A I S. Remigio Bifpo, e Conf. fem.
2E B 2 SS. Anjos Cuftodios, dup.
20 2 3 S. Francifco de Borji, Confeffor.
19 D 4 S. Francifco Seraphico, Conf. dup.
18 E |.s S, Placido, e feus companh. martyr.
17 F 6 S. Bruno, Confeflor, fem.
16 G 7 S. Augufto, Sacerdote,e Conf.
Ig | A 8 Se Brigida Viuva, fen.
T4 B 9 SS. Dionifio, Ruftico, e Eleuterio,m.
fem,
13 Cc ED S. Luis Beltr26, e S. Piniro, Bifpo.
12. | D. | rr | S. Ni¢acio, Bilpo, emartyr.
“II E é 12 |8. Maximiliano, Bifpo.
10 | F 13 |.S. Carpo, Confeffor.
9 É 14 | S. Calliito, Papa,e martyr. (2.
8 A 15 |S. ‘Therefa, Virgem, cup.
Zz B 16 | S. Saturnio martyr. ¢ S. Gallo, Abbade.
6. Cc 17. |8. Victor, Bifpo. o
5 D 18 | S. Lucas, Evamgelifta, dup. o
4 E 19 | 8. Pedro de Alcantara, Conf. fem.
3 R 20 | S Iria, Virgem, e martyr. i |
2 G 21 | S. Hilariaó, Abb. e as SS. 11. mil Virgens,
I A 2? | S. Marcos, Bifpo, e martyr.
x B 23 ss. Servando, ee Germano, m artyres.
29 Cc 24.°| S, Marcos, Solitario.
28 D 25 | SS. Crifpim, e Crifpiniano, mutyres.
27 B 26 | S. Evarifto, Paps, e martyr.
26 ¥ 27: ss. Vica Sabina, eChrifteta, m. jejun,
25 G 28 | SS. Simas, eTaden Apyistis, dup. 4
2524] A 29 | S. Narcizo, Bifpo.
23 B 30 | SS. Marcello, mart. e Se-apias Bifpo.
2% + C 38 18. Quintim, martyr. Pe 3
+
Tratado primeiro. 47

inda Letra lb tas do


pata. Do, Mez. NOVEMBRO.
2 D A fefta de todos os Santos, dup.
20 E NH
Commemoragaé dos fieis defuntos, dup..
19 Tt SS. Germano, Theofilo, &c. martyrese. ;
18 S, Carlos, Bifpo, eConf. dup. i
AMAW
3

17 SS. Feliz, e Eufebio, martyres.


PCOWPOTMOOREOAUMCOEPOYmMOO
ee

16 S. Leonardo, Confeffor.
15 S. Florentim, Bifpo.
SS. Quatro Coroados, martyres.
“O CN

I4
13 Dedicag.6 da Bafilica do Salvador, dup.
Se SS, Tripkon, Refpicio, e Nimpha, mart.
II S. Martinho, Bifpo, e Conf. dup.
10 S. Martinho, Papa, e mart. fen.
S.Homem Bom,eS. Bricio, Bifpo.
COO

SS. Venerando, e Veneranda, V. e mart.


S. Eugenio, Biípo, e mart.
S. Euquerio, Bifpo.
RAN

S. Gregorio Thanmaturgo, Bifpo,e C. fem.


Bafilicas de S. Pedro, e de S. Paulo, dup.
S. Izabel, Viuva, dup.
WR

5. igno, Bifpo.
Aprezétaçaõ da Virgem Maria Nofja 8 dup|
HM

S. Cecilia Virgem, e mart. dup.


S. Clemente, Papa, e mart. fev.
S. Chrifogono, mart.
S. Catharina, Virgem, e mart. dup.
S. Pedro Alexundrino, Bifpo,e mart. dup.
SS. Barlaham, eJofaphat.
S. Rufo, mart.
S. Saturnino, mart. jejum.
3. André, Apofiolo, dup. a
48 Thefouro de Prudentes,

Num.da
Epata,
Letra Dias do
Domin. DEZEMBRO.
GM pus doma
20 S. Eloi, Bifpo, eConfeffor.
POMBpORPOMECORPOMHVORPONNCOUPOU

19 Ss. Bibiana, Virgem, e mart. fem.


18 S. Prancifco Xavier, Confeflor, 'dup.
17 S. Barbora, Virgem, e mart.
16 S. Sabbas, Abbade.
15 Se Nicoléo Bifpo, Conf. ‘dup.
14 S. Ambrofio,Bifpo,e Conf.D.da Igreja,dup,
13
O CON

A puriffina Conceigad daVirgé 8. Nv. dup.»Hl


I2 S. Lencadia, Virgem, e marr.
S. Melchiades, Papa;-e S. Eulalia V. em.
3. Damafo, Papa, e Confeffor, fem.
SS. Epimaco, e Alexandre, martyres.
S. Luzia, Virgem, e mart. dup.
S. Nicafio Bifpo, e mart.
S. Eufebio,Bifpo,e mart. e S.Valeriano, B
SS. Valentino, e Concordio, martyres.
S. Lazaro, Bifpo.
Nofa Senhora 00.
S. Dario, Zozimo, Paulo, e Segundo, mart
S. Liberato, mart. jejum.
S. Thomé, Apojtolo, dup. mk
SS. Dmetrio, Honorato, e Floro. mart.
S. Vistoria, Virgem, e martyr.
S. Delfino, Bifpo, jejum.
O Nafciméto de N.S.JESU er E dup. XE
S. Eftevas, primeiro martyr,d
S. Foaõ, Apoftolo, e E vangéliia, jap. BK
SS. Innocentes mar tyreso é dup. ma.
S. Thomas de Cantuaria,Bifpo,e mart./em,
S. Eugenio, Bifpo, e Confeilor.
S. Silvettre, Papa, e Confeifar, dup. >

LIVRO:
Tratado fegundo. 49

LIVRO SEGUNDO,
EM O QUAL HA DOUS TRATADOS,
O primeiro de confas tocantes à Agricultura, para femear, plantar,
enxertar, e modo para faber fazer Noras, que andem perfi, e
pronofticar de tempos, e novidades, fuppofta a vontade
Divina.
O fegundo tratado he de muitas advertencias importantes
aos
Medicos, e Cirurgioens, remedios experimentados paraas,
mais graves enfermidades, que há.
Capitulo, primeiro do que he proveitofo fazer -fe no enchente,
¢ minguante da Lua de cada mez.
EEE ES, OR experiencia temos, que quando he em min-
guante da Lua, faltaô os humores nas confas in-
feriores, e pelo confeguinte quando he cbês, eí-
taô as coufas com mais vigor, e força. E femui-
tas vezes naô fuccedem as fementeiras, enxertias,
e plantas com tanta perfeigad , como era necef-
fario, procede de fenaõ ter côta com adifpofiç 28
da Lua, e naô fe guardar a regra, que por ella fe tem tirado. Peio
que em breves palavras quizemos nefte lugar dar relaga do que
na enchente, e minguante da Lua de cada mez, fe deve fazer em
materia de Agricultura, e criaçaô, que he o feguinte. Depois de
fabermos quando he crefcemte, e minguante de Lua de cada
mez pelo Pronoftico, ¢ Lunario perpetuo do Capitulo nono def-
te fegundo livro, havemos de notar, que em o crefcente da Lua de *
Janeiro he acertado pôr bacello:, enxertar arvores temporãss,
mergulhar as que cedo rebertsô, planter rofaes, deitar galinhas,
b e
50 Thefonro de Prudentes.
e patas. E no minguante da Lua defte mez he bom alimpar as
arvores, podar vinhas, cortar madeira, femear alhos, e cebollas,
Fevereiro. Em o crefcente da Lua do mez de Fevereiro ferg
de proveito plantar arvores, que ainda naé rebentad, pôr bacello,
lonçar vides de cabeça, tranfpôr arvores, maceiras, e pereiras fe-
rodeas, femear hortaliga, por eltacas ds romãas, de murta, e amo-
reiras, eltercar arvores tardias em fuas efcavas, fazer valados, dei-
tar patas, adens, e galinhas: e comprar ovelhas, e cabras. No
minguante da mefma Lua he bom podaz as vinhas, e empallas,
cortar canaveaes, alimpar colmêas, e os pombacs.
“Março. Em o mez de Março no crefcente da Lua he acertado
mergulhar, e lançar vides de cabeça, quando começaõ a brotar: €
he bom enxertar arvores de fruto ferodeo, concertar os cortiços
das abelhas, e comprar gado. E no minguante em terras frias po-
dar vinhas: e deve advertir-(e, que fenad foíls taô nocivo, como
he o frio demafiado, o melhor era podar cedo.
jp Abril, Em o crefcente da Lua do mez de Abril, hebom plan-
tar eftacas de madeira, femear hortalica, que fe coftuma regar,¢
alguma em fequeiro, creftar colmêas, bufcar enxames, deixar cri-
ar pombinhos, porque feraô de ventagem dos doutro tempo, e
lançar pára emprenhar cabras, e ovelhas. No minguante da Lua
hebom em lugares quentes lavrar terras humidas, e he damnofo
cavar: ¢devem cubrir-fe as vides, e arvores, queeftiversm efca-
vadas; he taobem acertado tofquear os carneiros.
Mayo. Em ocrefcente da Lua do mez de Mayo podemos feme-
ar meloens, aboboras, pepinos, cardos, rabãos, e alfaces: enxertar
de efcudo pefleguciros, amendoeiras, larangeiras, ¢ toda a arvore
«de efpinho, e figueiras, € oliveiras, ¢ langar a emprenhar as ca-
bras. No minguante he bom desfolhar as vinhas, q coltumaó cri-
ar pulgaõ, creftar colmêas, tofgquear ovelhas, capar gado em terra
fria, e regar daqui por diante arvores, feger cevada, ¢ fino.
Junho. Em o mez de Junho no crefcente da Lua, he bom plátar
Eu eftacas de figueira, e de toda a arvore que tivera cortiça grofla;
‘amo Oliveiras, e larangeiras, e enxertar ‘de elcudo. No minguan-
té fg devem aparelhar as ciras, e recolher as cevadas, trigo em ter-
zas quentes, e todo legume, arrancar linho,
e cretar colmêas, E
deve
Tratado fegundo. 5t
deve notar-fe, que o trigo fegado nefte minguante, fe confsrya ia
“mais, que o colhido em Lua nova.
Julho. Em o crefcente da Lua do mez de Julho hs acertado cu-
brir as cepas,porque lhe naô faça damno a fobcja quentura do Sol, e
deve corta-fe a grama,€ herva, para que naó torne a rebentar, e
he bom femear motftarda. E no minguante colher amendoas. -:
Agofto. Em
o mez de Agofto no crefcente da Lua fe devé quei-
mar os mattos para terras de pad, ou pafto do gado, femeartram6-
ços, e depois de chover femear nabos, e couves forodeas. E no
minguante he bom fazer paça de ameixas, peílegos, e figas, e de-
ve-fe apar: lhar, e concertar a louça para as viodimas.
: Setembro. Em o crefcente de Setembro ferá de proveito fe-
mear centeyo, e cevada em terras humidas, e traméços em terra
quente, e femear trigo, elinho, que naó fe rega, pôr craveiros,
e fazer póços antes de chover. E no minguãte he bom vindimar
as vinhas, fazer cóvas para depois pôr, ou tranfpôr arvores, efter-
caraterra, ecreftar colméas.
Outubro, Em Outubro no erefcente da Lua, he bom femear tri-
go, linho, favas, e cevada, efcavar as vinhas. E devem cobrir-fe as.
plantas tenras, e mimofas, como larangeiras, limeiras, e cidrei-
ras. No minguante ferá acertado fazsr ascovas para as arvores, q
quizermos pôr na primavera, e ferá bom deitar-lhe efterco logo:
taôbem he bom plantar ginjeiras, pereiras temporãas, e toda a
arvore, que naô fente frio.
Novembro. Em o crefcente da Lua domez de Novembro fe po-
dem pôr plantas, que nad damna o frio, femear caróços, alimpar as
: arvores de fecco, e eftercallas, pôr baccllo, mergulhar, aiporcar, « e
deitar eíterco nas vinhas, e (emear em tempo humido alhos, e pôr
canas. E no minguante he bom cortar madeira, vimes, e canas,e
cortiços, efcavar oliveiras, e fazer toucinhos.
Dezembro. Em o mez de Dezembro, no crefcente da Lua, he
bom fazer efterqueiras parao outro inverno, e podem-fe as hortas
cultivar, e pôr hortaliça, femear rabãos, alhos, e alfaces. No min-
guante da Lua fe póde cortar madeira, eftercar onde for necefla-
Fio, alporcar, e lançar ourina na efcava, tapar portaes, e levan-
tar, econcertar valados,
D2 Capitulo
52. o Thefonvo de Prudemtes,
Capisulo fegundo, dos Signos, que [ao bons para
fazer fementeiras.
Ela mefma razaõ, que atraz temos tratado do enchente, e |
minguante da Lua, acharêmos, que no minguante della as
femétes eltaô com menos humor, e encolhidas, e a terra mais fec.
ca, e menos fazoada, e pelo contrario no enchente della as fe.
mentes e(taô mais chêas, e difpoítas, e a terra com mais humida-
des, e capaz de em fias receber. Pelo q a fementeira, que for fi.
taem enchente de Lua, fairá mais deprefla, e com mais corpo; e
pelo contrario, a que fe fizer no minguante. E naô taô fomente fe
requer para o tal effeito favor da Lua, mas ainda he neceflario
eftar ella em figno accômodado no dia, q fe a femente der à terra,
Para o que fe deve notar, que os fignosterrenns, que faô Tauro,
Virgo, ¢ Capricornio, (a6 {ufficientiffimos para que eftando a
Lua nelles fe femêc. E alem deftes, tabem ferd de proveito, ain-
da que menos, femear eftando a Luaem fignos aereos, que (25
Geminis, Libra, s Aquario. E tadbem nos fignos aquaticos fe po-
dz femear quando ha neceffidade, e o tempo eltd difpolto: os
quazs (a6 eftes; Cancer, Scorpio, Pifcis. Somente eftando a Luaem
figuos de fogo, que a6 Aries, Leo, Sagittario, nad he bom femear.
E note-fe, que em cada mez corre a Lua todos os fignos, como no
tratado feguinte fe declarard largamente, onde moftrarémos taé-
bem por que ordem os corre, de modo, que o lavrador com facili-
«dade pofla faber em qualquer dia do anno, e em qualquer hora
em que figno eltá a Lua. O que fe acharã no Tratado feguinte de
Medicina, Em refoluçaõ,os fignos idoneos (a6 Tauro, Cancer, Vir-
go, Libra, Sagittario,Capricornio, e Pifcis.

Capitulo
7 3. 3. do do, tempo
emp em 9 que Je deve cortar madeira, podar
: a vinhas, enxertar, e plantar.

Caufa porque muitas vezes, naô tao fomente as vinhas daô


poucas uvas, mas enfraquecem, e fe feccad, he porq quem
à» cuitiva;no tenpo da póda naô tem refpeitoao crefcer, ou min-
guar
bgt 5.
É Tratado fgrindo 3
guar da Lua, porque fe a vide he podada em crefcente da Lua, ou
ainda que feja em minguante della no primeiro quarto, eftd toda a,
fubltancia da vide em cima, e cortando-a, chora, e fica fem fubftan-
cia. E fe he podada no derradeiro quarto do minguante da Lua,
eftáa virtude, e fubltancia da cepa recolhida no pé, e podando a
vide, na6 fahe fóra; e quando a Lua torna a creícer, vai a ditta fubl-
tancia fubindo pela vide, «e como acha ja o golpe (aó, fe retem, e
fortifica acepa, «fim para fe encorporar, e durar mais, como para
produzir mais fruéto. Pela qu.l razaõ, deve ter-(e muita conta com
nao fe podar as vinhas (fendo poflivel) (enaô no.derradeiro quarto
do minguante da Lua; e pela me(ma razaô a madeira que fe corta
em enchente da Lua, ou citando brotada naô póde fer boa, e de
ordinario fe troce, « enche de caruncho por cauía do fuperfluo hu-
mor, que em tl t:mpo tem. E aflim fe deve cortar fempre no der-
radeiro quarto do minguante para fer boa, e de dura, e alem difto:
em tempo que naó tenha flor nem fulha,nem efteja muito proxima
aifto. E pelo contrario do q temos ditto fe deve ufar na enxertia,
fazendo-a no enchente da Lua, no mais proximo tempo,q poíla fer
ao dia d. chêa,ou pelo menos, paffado o primeiro quarto da en-
ch: nte, porque entaé eft o tronco com humor baftante para rece=
ber o garfo,e o confolidar corr figo.E aflim mofira a experiencia, 4
os enxertos feitos nefta fazaô prendem, criam-(e bem,e mais de-
prefla produzem fructo.E o que temos ditto da enxertia, fe guarda-
tá no modo de plintar..
Capitulo 4. do modo, com que fe fara que as vides
dem uvas em todo 0 anno. x
Dvirta-fe, que de todas aservas, e arvores, a vide, e a filva
prendem com mais facilidade pelo que, querendo plantar
vides de modu que todo o anno haja uvas, fe haô de enxertar de
brulnaem dozearvores, q cada huma venha madura em (cu mez,
affim como para Mayo a Seregeira, e para Dezembro a Olivei-
ra: e porque pods haver algum mez, que naô tenha arvore, que
venha nell: madura,fe fara0 tres enxertos,bum-em Larangcira,ou-
tro eu: Limoeiro, outro em Madronheiro, que faô arvores, que em
tolo auno-t:m fructo, e allim haverá uvas no tépo que efiasarvo-
tes. had. ce produzir feu fruto. E fe quilcrmos que huma tó vide
D3 - dé
$4 Thefonrô de Prudentes: o
de em cadi cacho muitas variedades de uvas, tomaremos dez, ou
doz: bacellos, cada bum de {ua cafta, e rafpallos-hemos junto á ra-
iz, quantidade de dous palmos: e depois de rafpados, os trocere-
mos todos, buns com os outros, e atallos- hemos cô cordel de modo
§ fiqué bé unidos, ¢ effim os defporemos, fazéco feu unhaméto co-
mo fe coftuma fazer: e depois de chegada aterra, as pontas das
vides, G ficaré por cima da terra, (e cortaráô todas, ficado {6 huma,e
as mais fe cubrird6 de terra, e aflim fe encorporaráô todas as vides
é faraé huma (0 cepa, da qual o feu fruéto ferá como temos ditto.
Capitulo 5. De como fe jaberá de que [emente fe lançaráá terra, que
naquelle anno fruétifique melhor.
Ommiimente entra o Sol no figno de Cancer em vinte ¢
dous de Junho: e affim como e Cariguejo he animal retro-
grado, que anda para tráz, sffim o Sol chegando a cfte figno dá
volta para tráz, convema (aber, declinando para o Sul; pelo que
deve olavrador em terra bem concertads,e preparado ( quando o
Sol entrar nefte figno ) femear huma machéa de trigo, outra de cé-
teyo, cevada, e milho,e mais fementes: ¢ {endo neccflario, regal-
las,ou fachallas,
e depois fará athé que o Sol faia delle, que he em
vinte e tres de Julho: ea femente que no tal tempo efiver mais
forte, e viço(a, defla podeo lavrador fazer cabedal, e femear, porg
fe efpera della haver sbundancia de fructo, por refiític à retrogre=
tlaçaô do figno: e pclo contrario, as que eftiverem debeis, c fra-
css,havera falta na novidade dellas, femesndo-as: e eft, regra he
geral para fe poder ufar della em todos os annos.
Capitulo 6. De como fe faráô todas as arvores anãas, e de algumas,
que dem frutto fera caroço.
Ara fe fazer; que todas as arvores, ou as que quizerem, fejaô
anãas, faráó 20 tempo de enxertar acnxertia às aveças, com-
vem a faber,a ponta do garfo metida pelo tronco da arvore cõôo nó
para cima: e affim tudo,o q havisô de pôr em crelcer, poé em roda.
Tem algumas p:ffoas para fi, que as arvorcs de caroço naõ fe
podem enxertar fenad em arvore de caroço: e de expcriencia ve-
mos O contrario, pois enxertando em qualguer arvore prendem
com facilidade: pelo que enxertindo hum peffeguciro en: buma
amoreira, ou em outra qualquerarvore, que não feja de caroço, O
frutto que der; virá fem elle, ¢ affim as mais. Capi-
“Tratado Yegundos » ss
Capitulo7. De como fe faberá no principio do an mo fe havera abun-
. dancia devinho, ou nad.
-Ommiinfente coftuma catar a Poupa entre Março, e Abril;
e fegundo-o anno he mais quente, ou mais frio, começa a
cantar ou mais cedo, ou mais tarde; pela qual razaõ, quando co-
meçarem a ouvilla c:ntar, fe devemir ver as vinhas, c fe eltive-
«tem abrolhadas, haverá falta de vinho no talanno: e feeftiverem
por abrolhar, haverá abun tancia delle. A razaô he, qorque as vi-
nhas, que no tal tempo ¢fta6 abrolhadas, fica6 fujeitas ao frio, que
fempre vem em Abril, ¢as quzima, e peccad em fructo, ¢ fe ef-
taõ por abrolhar ficaô hvres dos frios, e vinga toda a novidate,
e omeímo fe entenderá nas arvores, que nas vinhas. E
Capitulo 8. Pará ver fe haverá abundancia de
novidades, ou nad 3

Rimeiramente fe ha de notar, q aflim como o mar com (eus:


peixes tem fimilhança ao mundo com (uas creaturas terrg-
nas,a(fim tambsm-o.anno,qus ha de fer profpero-de novidades, co-
meça com profperidade de peixes do marse (e menos profperi la--
de ha-de haver de novidades, menos peixe haveráno principio da
enno,e aflim fe fica conhecendo quando: haverá: mais, ou menos
abúdácia de novidades,pela cbúdancia maior, .oumenor maritima,
Aflin tambem; fegundoos ventos, que continuarem: no anao,
que no capitulo undecimo fe declarad, fe poderd-faber a abundan-
gia, ou efter:lidad= que haverá; porque fe o.anno-houver dz fer fec~
co, e frio, hs final que fe queimaráõ as novidades, e morreráô
alguns gados miudos; e havendo de fer quentese fecco, ferá me-
hor, cinca que peuco;e (= 0 anno for quente, e humido, que he:
todo o bom, que pode fer em téperamento, denota anno profpero,
porquê aqu ntutas.e humidade, .he proveitofa dcriagad
‘de todas
as cuufis: eharéio ds fer frio, e humido em feus principios mof=-
trarámuita abua iancia, mas correrá muito riíco, por re(pcito das
máscolnsitas: e por iflo dizem os Antigos, que Os anngs de btas
hortas, nad. fad de boas novidades. É
D4 Co “aligns:
so Thefonro de Prudentes
Alguns Aftrologos tam para (i, q leo primeiro dia do ánno cair
ao Domingo, ferá anno abundante de novidades.
E fe o primeiro dia do anno for à fegunda feira, ferd o anno
medianamente abundante.
E fe o anno entrar à terça feira,denota careftia nos mantimentos.
E fe o anno entrar à quarta feira, denota inconftancia no anno,
“hora falta de mantimentos, hora muitos.
- Efeo primeiro dia do anno for à quinta feira, denota fer anno
abundante de mantimentos.
E fe oanno entrar à fexta feira, denota fer anno abundante.
E fe o anno entrar ao Sabbado, denota careítia nos mantimétos,
« Ea razaô em q fe eftribaõ he, porque o Sol domina ao Domir-
go, que fuppoíto que feja quente, e fecco como Marte, no que to-
caa criaçaô he favoravel.
E à fegunda feira domina a Lua, e tambem fuppofto que feja
fria, e humida, tambem he cteadora, e ajudadora.
E á terça feira domina Marte, a que os Mathematicos chamaõ
“infortuna menor,por fer quafi em maldade iguala Saturno inimigo
dos bens humanos.
E á quarta feira domina Mercurio, ao qual os Math: maticos tem
- por neutral, e inconftante,
E à quinta feira domina Jupiter, que he proveitcfo à naturefa
- humana, por fer quente, c humido: e por iflo os Mathematicos
lhe chama6 fortuna maior.
A'fexta feira domina Venus, que fuppofto que feja Planeta hu-
mido, tem certa quentura, pelo que nes he tambem favoravel: ¢
por iffo os Mathematicos lhe chamaé fortuna menor.
E ao Sabbado domina Saturno, que he frio, e ficco,e em tudo
contrario a nós; e por iflo lhe chamaô os Mathematicos infortuna
maior.

Capitulo 9. Segue-fe o Pronoplico geral, e Lunario perpetuo da prox


mofticaçao dos tempos fegundo o figno,em que acontecer
Lua-nova, ouchéa, on quarto della,
E A Dvirta-fe,que as pronofticagoens que fe feguemà cerca dos
tempos pelas Luas LOvas, chêas, e quartos crefcentes,e
mia-
Tratado fegundo, 12
eminguantes, nad (e devem entender de modo, que precifamente
na hora, e minuto da conjunçaõ, oppofiçaõ, qu quarto fe (iza o té-
po pronofticado: mas que na maior parte daquelle quarto, que fe
fegue, corrsrá o tempo conforme a pronofticaçaô.

Do figno de Aries.
Quando a Lua for nova em Aries,fe o for de hú gráo athé quinze;
denota naquelle quarto tempo vario.
E fe for nova de quinzs grãos athé trinta denota bom tempo.
Quarto crefcente de Lua em Aries denota tempo verio, que fe
entende hora Sol, hora chuva, hora vento, hora tempo quictos
Lua chêa em Áries denota bom tempo.
Quarto minguants em Aries denota calmarias.

Do figno de Tanro.
Quando a Lua for nova de hum gráo de Tauro athé quinze, de-
mota pelas manhãas, e tardes frios, e nevoas,c pelo diícur(o do
dia bom tempo.
E fe for de quinze gráos athé trinta de Tauro denota agua coma
deftemperado vento, ou trovoés.
Quarto crefcente em Tauro denota agua com vento.
Lua chêa em Tauro denota vento com ameaços de agua.
Quarto minguante em Tauro o mefmo denota.

Do figno de Geminis.
Quando a Lua for nova em: Geminis,fe for de hum gráo athé 15.
denota tempo quieto, mas com agua. É f- for de quinze gráos athé
trinta, denota tempo nublofo, quicto, e com moltras de agua.
Quarto crefcente em Geminis denota o meímo.
Lua chêa em Geminis denota Sol entre nuvens com agua, mas
pouca,
Quarto minguante em Geminis denota bom tempo, ¢ frefco.
Do figno de Cancer.
Quando a Lua for nova em Canc:r, fe o for de hit gréo athe 15.
denota agua: 6 fe for de quinze athé 30. denota bom tempo.
Quarto
58 Thefo: ro de Prudente. .
uarto crefcente em C: nc r denota moftras de agua corm algu
mas humidades.
Lua chêa em Cancerdenota abundancia de agua,
Quarto.minguante em Cancer denota agua, mas pouca

, Do figno de Leo
© Quando a Lua fornova em Lco, fe o for de hum gráo athé quin-
ze, denota efterilidade de agua com calmarias. E fe for de quinze
atbé'trinta, denota tempo frcíto.
Quarto creícents em Leo: denota calmarias..
“Lua chêa em Leo denota bom tempo.
Quarto minguants em Leo dsnota ventos cômoftras de aguas

Do figno de Virgo.
Quando a Lua for nova em Virgo, fe o for ds hum gráo athé r$.
d.nota tempo bruícô; e quente; Efe o for de quinzs athé trinta,
‘denota tempo brufco, frefco, ¢ com'moftras de agua.
uarto cr: fcente em Virgo denois bom tempos
Lua chêa em Virgo denota Solentre nuvens com alguma-agua,
mas tempo quieto.
Quarto minguante em Virgo-denota calmarias,

Do figno de Libra.
Quando a Lua for nova em Libra, fe o for de humgrão athé 195.
denota tempo quicto com algumas.humidades. E & for de quinzs
athé trinta, denota agua.
narto crefcente em Libra denota calmarias.
Lua chêa em Libra denota bom tempo.
Quarto minguante em Libra denota Sol: entre nuvens com
moitras Cé. agua.

Do figno de Scorpio:
Quando a Lua fór nova em Scorpio, fe o for de bil grdo athé 15.-
den.1a tempo nublofo com moítras.de agua, E fe for de quinze
athe triot2, cenota vento com agua,
Quarto creitente em Scorpio denota bem tempes.
Lua
- Tratado fegundo, §9
Lua chéa em Scorpio denota vento, ou trovoens com agua, ¢
pedea.
Quarto minguante em Scorpio denota agua,
Do figno de Sagittario.
Quandoa Lua for nova em Sagittario, fe o for de hum grão athé
quinzs, denota bom tempo, E fe de quinze athé trinta, denota agua
deftemperada.
Quarto crefcente em Sapittario denota bom tempo.
Lua chêa em Sagittario denota calmarias.
Quarto minguante em Sagittario denota bom tempo,

Do figno de Capricornio.
Quando a Lua fornova em Capricornio, fe o for de hum gráo
athé quinze, denota geadas com neve. E fe de 15, athé trinta, tros
voens, e vento com agua, e pedra.
Quarto crefcente em Capricornio denota tempo vario.
Lua chêa em Capricornio denota bom tempo.
Quarto minguante em Capricornio denota tempo varios

Do figno de Aquario.
Quando a Lua for nova em Aquario, fe o for de hum gráo athé
quiazs, denota agua. E fendo de 15. athé 30. denota Sol entre nu-
véscom algumas humidades.
Quarto crsfcente em Aquario denota tempo nublofo com mof-
tras de agua.
Lua chêa em Aquario denota calmarias.
Quarto minguante em Aquario o mefmo denota.

Do figno de Pifcis. .
Quando a Lua for nova em Pifcis, fe o for de hum gráo athé 15.
denota deftemperada agua, e ventos frios, e fe o for de quinze
athétrinta, denota tempo quieto.
Quarto crefcente em Pifcis denota agua.
Luachêa em Pifcis devora tempo nublofo com moftras de agua,
Quarto minguants em Pifcis denota bom tempo.
. ‘cap hits
60 The)ouro de Prudentes

Capitulo 10. De como fe ha-de reger o Lunario perpetuo que fe fê=


| ques e pelo mefmo Lunario fe hao-de entender as
pronoflicaçoes atraz,
Lunario perpetuo que fe fegue, fe rege pelo Aureo nume-
ro, e fabido quantos ha de Aureo numero naquclle anno,
em que eftivermos, efle mefmo- numero iremos bufcar 20 cimo das
columnas doLunario, debaixo do qual acharemos as Luas novas,
e chêas, e quartos crefcentes, e minguantes com os dias, e ho.
ras, que o faóô, e em que gráos,e de que figno, e o tempo: ad.
vertindo que a primeira columna de cada pagina tem os mezesdo
anoo: ea fegunda columna os nomes dos aípedtos, que affignad a
Lua nova, eo quarto crefcente, ea Lua chêa, e O quarto mingu-
ante. À terceira columna faô os dies do mez, em que vem a Lua nos
va, quartos, e chêa. A quarta columna {a6 as horas Jimitadas do
tal afpecto. A quinta columna, (a6 os grdos em que fe faz o ditto
afpeto. A fexta he o figno, cujos (a6 os grdosem que fe faz o.af-
pecto. Eafeptima da fignificagaé do tempe, que fignifica aqueile
quarto, E depois de termosachado a Lua nova que queremos fa-
ber, e fabido o dia, e hora, em que ohe, veremos os gráos, e
figno, que lhe refponde. EF efl= figno, e gráosiremos bufcar á pro-
nofticaçaó atraz, e nella acharemos o tempo, que fe feguirá. E efta
meíma diligencia faremos no quarto crefcente de cada Lua, e tem-
po de chêa, e quárto minguante. E note o Leitor que algumas
vezes, e naô poucas, achará em huma cafa da Lua cinco regras, fen-
do si m que os afpectus fad quatro, pelos quaes pronofticamos que
he Luanova, quarto crefcente, Lua chêa, e quarto minguante, mas
porque muitas vezes acontece em hum mez haver duas Luas no-
vas,ou Luas chêus, nec Mariamente ha-de haver cinco numeros. E
affim tar: bem fe note, que o Aurso numero na6 pode paflar de 19.
e chegando aos 19: torna outra vez a começar em hum, e afim
correm em roda viva perpetuamentespela quel razaô,fuppeito que
nele Lunario naô « Aej:ô nomeados mais q co anno de 1672, ati É
e de 1690., acabados elles annos; torna-te vutra veza come çar no
anoo, em que eftzô nomeados 1672.com. 169I.e dam(cirá por
diante continuando, athé chegar
o ao cabo do Lunario, ou outra vez
tor=
Tratado Segundo, 61

tornar ao principio, e afim ir difcorrendo porelle em roda viva


perpetuamente, guardando nas pronofticaçoés a msíma ordem,q
no Capitulo atraz temos diito.
E ainda que em algum mez, ou mezes fe achem as Luas chêas,
Primeiro que as novas, naõ fe entenda que foi erro, antes he ne-
ceffario fer affim, porque quando a Lua he nova de 17, dias de hum
mez por diante, naõ he poffivel fer chéa no proprio mez, pois en-.
tre chêa, enova ha-de aver quinze dias, ou pelo menos quatorze,
e meio, pela qual razaó a Lua, que for nova no tempo acima ditto,
ferd chéa no principio do mez feguinte. EtaGbem fe advirta, que
{uppofto que o Lunario feguinte faça méçaõ de 1672. em feu prin-
cipio; he por razaô que no tal anno: ha hum de Aureo numero, e
no de 1699. em q ha 19. de Aureo numero, nos regeremos pelo
ultimo anno do Lunario. E fe quizermos fabzr as Luas do anno de
mil e feiscentos e treze, nos regeremos pelas paginas, retrogando:
por ordem do Aureo numero, faberemos as Luas de qualqusr ou-
troanno paffado, guardando a mefma regra que nos futuros.
}
a Thefouro de Prudentes

Anno, em que haja r. de Aureo numero.

“Meses. Afpettos. Dias. Hor. Gra, Signos. Tempos.


|
| o

q.crefcent.| 6 5 15 Aries. |Zempo revolto,


Janeiro. | Chês [14 [22 | 24 [Cencer.|abund. de ag.
peming. | 22 I 2 |Scorpio.|7épo de humid.
Nova. | 28 23 8 Jaguar. [50/ entre auvês

q.crefcent| 5 1 | 16 |Tauro. |[Trovoês. ou vês.


Fever. Cê. [13 [11 | 15 |Lco. [Bom tempo.
qming. |20 | 10 1 ISagit. [Tempo vario.
Nova. 27 IS 9 Pifcis. |Agua, on neve.

' q-crefcent, 6 | 20 16 |Geminis\Bom tempo.


Março, | Chêa | 13 | 18 | 23 [Virgo. |gumidades.
qQming. Jar | 23 1. |Capric, |72po mudavel,
Nova. | 28 6 8 Aries, |Zempo vario.

. q.crefcent.) 5 6 | 15 |Cancer [Tempo vario,


Abril. Chêa. | 12 7 |22 |Libra. |Tempo vario.
q.ming. 19 | 23 | 19 |Capric. |\7empo ventofo
Nova. | 26 23 6 I|Tauro. |4g. frio,e vêr.

qceefcent| 5 | 10 | 14 |Lio. |Soriniij. Ce ped,


Mayo. Chêa. | 11 15 21 |Scorp. (et. om tr.cd ag.
q. ming. ty 6 |29 |Aqusrio|Top.brafeCde ag.
Nova. |26 | 14 5 |Gemio, [Carrg. cômojt.
\ a
q.crefcent} 3 1 | 13 |Virgo. |[Zempo brujco.
Chéa. 9 | 23 19 |Sagit. |Ca/maria®.
q.ming. 17 | 14 | 26 |Pifeis. |50m tempo
Hunho. Nova. | 25 5 41 ‘Cancer |Tép. fref. mud.
Como
Tratado fegundo. 63

Como ha no Anno de 1672.

| Mezes. Afpetios. Dias. Hor. Gra. Signos. Tempos.

qerefcent] 2 | 13 | 11 [Libra |Bom tempo.


Julho. | Chêa | 9 | 8 | 17 |Copric. |Zempo frejco.
q.ming. 17 2 | 24 lAries |calmarias.
Nova. | 24 17 E Leo. Calmarias.

q.crefcent.( 1 [23 9 Peurp. [Temp. grefeo,


Chêa. 7 23 14 IAquar. | 4g. pouc.e quet.
Agofto. [Pauro. |Zempo brufco.
q.ming. 15 | 16 | 23
Nova. 6 1 et.
|Virgo. |7Zp.bra/.equi
3
q.crefcent| 3 I 6 > ISagitar|Mudiça de têp.
: Chêa. | 6 3 | 12 Pilcis. [Tempo frefeo.
Setébro. |q.ming. 3 II 21 |Gemin,|Bom tempo.
Nova. | 47 | 16 |27 |Virgo. |7ép.bru/.e quict.
icrefcent) 29 12.| 5 Capric. |70p. ventofo.

Chêa. gs |2o [13 JAres. |3om tempo. —


Outubro.|q.minp. 3 4 | 20 |Cancer|Mofiras de ag.
Nova. | a7 I 2g. |Libra. |Tep. mudavel.
qerefcent| 28 | 17 5 | iquar. [Zalmarias.

Chêa. 4 |14 5 |Vauro. |Zêp. frefe.evêr.


Novcbr. qming. 12 1 |20 Leo. I|Tcp. quieto.
Nova. | 19 [12 |27'|[Scorp. [água cô vento.
q.crefcent.| 27 z 4 |Pilcis. |4gua cô vento,

Clea. 4 g | 12 [Gemin, |Nevoas, e hum,


Dezébri fq.ming .| | 12 | 19 | 20 Virgo. \Humidades,
. Nova. | 18 | 23 | 25 |Sagit. (Bom tempo.
iq-crefcent| 29 | 13 4 pais [Tempo vevolta.
‘Anno
64 Thefouro de Prudentes

Anno em que haja 2. de Aureo numero.

Mezes. Ajpeclos. Dias. Hor. Gra. Signos. Tempos.


/
| Chêa. 3 19] tgjCancer. | Abidácia de ag.
Janeiro. gq. ming. | 11 [12]20/Libra. | Frefc.e humid,
Nova. 18 | 8 | 28 [Capric. | V2. on tr. cd ag.
q.crefcent., 25 | 2 | 4 |Fauro. | Trovoês, on vêr.

Chêa. 2 | 4114 ILeo, Bom tempo.


q. ming. se 3 |21 Scorpio. | Tépo de humid.
Fever. | Nova. 10 | 18]28 Aquario. | Sol entre muvês.
gerefcent) 23 [18] 4/Gemin.: | Carr.côm. de ag.
Chêa. 2 |23/14|Virgo, | Tépobr. e quiet.
q. ming. | IO |13)20 Sagit. Tempo vario.
Março.! Nova. | 17 | 4 |28 Pifcis. Agua,ou neve.
jarcrefcent. 24 113] 4 |Cancer. | Tempo vario.
cota —

Chéa. 1 [1g |13 Libra, | Tempovario.


Abril. | q-ming. | 8 |21|19|Capric, | Zempo mudavel.
Nova. 1§ | 15 |27|Aries. Tempo vario,
q.cre(cent. 23 | 7 | 3 {Leo. Sol intenfo,
| Chêa. 1 | 4 |12 |Scorpio: | Ver.ontr. côag.ep-
q. ming. 8 |2 |17| Aquario: | Tempo brufc.
. Nova. I 2 25 |Tauro, Ag. fri.
e veto.
Mayo. ‘q.crefcent. a 1 2 |Virgo. po nubolofo.
Chêa. | 30 |14! 4 9 Sagittar. ) calmarias.
q.ming. | 7: | 7 | r5{Pitcis. Bom tempo.
Junho, Nova. tr3 |rs|23/Gemin. Têp.fôbr. eag.
perefcent| 21 [18] 1.jLibra. Tép. revolto.
Crês 128 ]23! 7 |Capric. Tépo frefco.
Coro
Tratado Jegundo, 65

Como ha no Anno de 1673. i

Mexes.. Afpettos. Dias. Hor. Gra, Signos Tempos,

q-ming. 5 [13 13 Aries. |Calmarias.


Julho, Nova. | 13 [15 [21 CanceriZip. frefe mino
perefcent) 21 8 |28 Libra jbom tempo.
Chêa, | 28 6 5 Aquar. j4g. ponc. e quê:

q-ming. 3 | 22 | 12 |[Tauro. (Tempo krujco.


Agofto. | Nova. | 11 [20 | 20 |Leo. [Calmarias.
perefcent} 19 | 21 | 27 (Scorp. |aumidades.
Chês. | 26 | 14 3 Pitcis. Tempo frefco.

j-ming. a 10 | 10 |Gemin. Bom tempo.


Setébr. Nova. | to 12 19 |Virgo. |Tep.brufc.e q.
qerefcent) 18 8 |25 |Sagit. [Mudança de rõp.
Chéa. | 24 | 22 3. Aries. |Bom tempo.

qeming. 2 2 9 [Cancer.jMofras de agoa.


Outubr. | Nova. | 10 5 | 18 |Libra. (Temp. mudav.
qcrefcent| 17 | 16 | 25 |Capric. [Tempo ventofo.
Chêa. | 24 8 2 |Tauro. |Tép. frefc.e vêr.
lq ming. 31 20 9 ‘Leo. Tempo quieto,

Nova. | 8 [20 | 17 Scorp. Ag. com vent.


Novébr. |q.crefcent| 15 | 23 | 24 ‘Aquar. [Tempo nublofo.
Chéa. | 22 | 20 2 Gemin.|Nevoas, ¢ humid.
qming. | 30 | 17 9 |Virgo. |Humidades,

Nova. | 8 | 10 | 17 ISagit. Bom tempo.


Dezébr. lg.crefcent| 15 7 |23 (Pilcis. |4goa co vento,
Chéa. | 22 | 114 1 \Cancer. \Abidaciade ag.
].ming. 30 «13 9 libra: Tempo revolto.
E “Anna
a É

66 Thefouro de Prudentes.

Anno, em qué haja 3. dé Auréo numero.


Mezes. Alpecios. Dias. Hor. Gra. Signos, Tempos.

o Nova. | 6 |23 | 18 |Capric. |72¢. ow tr.cd ag.


Janeiro. qerefcent| 13 [15 | 24 |Aries. |7émpo revolio.
Chéa | 22 4 3 |Leo. [Bom tempo.
q.taing. 29 9 9 |Scorp. |7épo de hum.

, Nova. s | 10 | 17 lAquar. |sol entre nav.


Fever. |g.crefcent.| 12, 1-|23 /Tauro.+}7rov.ou vet.
Chêa. | 19 | 23 3 [Virgo. |Frefc.cd m. de ag.
iq-ming. . | 28 I 9 |Sagit. |Zempo varia.

Nova. 6-|20 17 |Pilcis. ‘Agoa, ou neve,|


iMarço. Iq.crefcent 13 15 | 23 |Gemin. Carr. cé m. de ag.
| Chêa. | 21 17 2 |Libra. Tempo vario.
qeming. |29 | 14 9 |Capric. T2po mudavel.
= aa {—- —
Nova. 5 5 t6 |Aties. [Tempo vario.
\Abtil. Ig crefcent] 12 6 -| 22 |Cancer. Tep. var:
Ce p.
E Chês. | 20 9 1 |Scorp. Ver. outr.côag.
q.ming. 28 “I 7º |Aquar. Tempo brufe.

| Nova | 4 [14 | 14 [Touro Ag frio, Net. |


qcesicenty 1G |22 | 21 jLeo.' . Solinte Gugue ps
Mayo. |. Chéa. | 29 | 0. | 29 Scorp. (Vét.pmtr.co
j-ming. Pifzis. pom tempo.

Gemio. [Zépifibr. e age


Virgo. |Tempo. nublio. *
Sagit, |Calmarias.
Arica ICalmarias.
Couis
Tratado Jegundo. 6

q
Como ‘ha no Anno de 1674.-

Mezes. Afpettos. Dias. Hor.. Gra, Signas. Tempos.


i
Nova.) 2 [ão [ão Canceri7ép. frefe. mud.
Julho, ly.crefcent to 6 [18 Libra. Bom tempo.
Chéa | by [22 | 26 Capric. ‘Tempo frefco.
q-ming. | 24 1.14 1 Touros iTempó brufco.
Nova. | 3122-9 Leo. (Calmaria

co berefeent) 9 t | 16 Scorp. [Tempo frefco,


Agofto. | Chêa. | 16 6 |23 lAquar. |4g. pose. e quer
: qming. |-22 | 21 | 29 |Tauro. |Têp. brujco.
“Nova | 30 13 [8 Virgo. Têp.brufe.eq.

E wrefcent| -7 | 17 [1 Sagit. de
[Mudanca iép.
Setebr. e Chêa. | 14 [15 é Pucis, Tépo frejco. É
qming. | 21 7 | 28 |Gsmin. Bom tempo.
Nova. | 29 5 6 |Libra. (Temp. mudav.

q-crefcent) 7 7 | 14 |Capric. |Fempo ventofo.


jOutubr. Chéa. | 14 | 23 | 21 [Aries. (Bom tempo.
q.cuing. zr | 20 | 27 |Cancer.\Mofiras de agoa.
Nova. | 28 | 23 6 Scorp. Ag. com vent.

q-crefcent| 5 | 18 | 13 laquar. Tempo nublofo.


Novébr.| Chéa. | 12 9 | 20 [Tauro. \7ép. frefce vet.
gming. | 19 | 13 | 27 Leo. [Bom tempo.
Nova. | 27 [17 | 7 [Sagit. |Bom tempo.
q.crefcent| 5 4/13 Pitcis. ágoa cô vento.
Dezébr.| Chêa | 11 | 20 |22 (Gemin.jNcvoss, e buzia,
\q.ming. I9 9 l|a7 Virgo. iFr.cdm.de ag.
Nova, | 27 9 6 !Capric. 'Vét. ou tr. cd ag. |
E Attn
ap
63 Thefouro de Prudentes.
Anno, em que haja 4. de Aureo numero.
Mezes. Afpelos. Dias. Hor. Gra. Signos, Tempos.

ai, |qeerefcent| 3 | Ir 13 |Aries. [Tempo revolto.


Janeiro. Chêa. | 10 [12 | 21 [|Cancer. | Abiidíciade ag. |,
q.ming. 18 6 | 28 |Libra. |7empo revolto.
Nova. | 26 3 7 lAquar. |sol entre nuv.

gcrefcent] 1 | 19 | 13 [Tauro. |Trov.ou vêr.


Fever. Chêa. 9 |17 |21 |Leo. |Bom tempo.
g.ming. | 17 2 |28 |Scorpio|7Zpo de hum.
Nova. | 24 | 13 6 |Pifcis. |Agoa, on neve.

g.crefcent) 3 3 | 12 |Gemio.|carr, cóm. de ag.


Março. Chêa. MI Ir | 20 |Virgo. |Frefe.cóm. de ag
q.ming. 12 |22 | 23 |Sagic. |7empo vario.
Nova. }25 | 25 6 Aries. |Tempo vario.
| fgerefcent} rf a3 | ta JCancerizempo vario.
Abril. Chêa. | 10 3 [21 (Libra. |zempo vario.
qming. 17 |13 |27 |Capric. |7epo mudavel,
Nova. | 24 7 4 |Fauro. |4g.frio, e vêr.
q.crefcent. I I ro |Leo. ~\solint, ( FE
| Chêa. 9 |17 | 19 corp. Wee. on tracd ag.
Mayo. {q.ming. 17 1 27 Jáquar. Irempo Grife.
Nova. |23 |16 3 |Gemin. Irêp. fóbr. e ag.
quere Ro is | 8 [Virgo Irempo nublofo.
Chea, 8 5 17 |Sagite |Calmarias.
: tng. 15 7 24 |Pilcis. (Bom tempo."
Junho. Nova, | 22 3 1 |Cancer. TEp. frefeo mud.
| perefcenti 29 | 6 8 Libra. 'Bom tempo.
Como
Tratado Jegundo. 63

Como ha no Anno de 1675.

Mezes. Afpectos. Dias. Hor. Gra, Signos. Terapos.

Chéa, 7 14 15 iCapric. Tempo frejio. i


Julho, . lg.ming. 14 |13 [21 JAries. [Culmarias.
Nova. |21 | 19 | 29 |Cancer.iZcpl. fre/c. mud.
q.crefcent) 28 | 23 5 |Scorp. |Zempo frefco,
R di ares Sum ese
Chêa. 5 | 23 | 12 iAquar. |4g. pouc. e quê.
Agofto. lg-miog. | 12 [172 | 19 |Tauro. |7¢p. brajco.
Nova. | 20 6 | 28 I|Leo. Calmarias.
q.creícent| 27 | 17 4 |Sagit. Mudança de rp.

Chéa. 4 6 | 12 |Pifcis. [Tempo frefco.


Setébr. |y.ming. rr |22 |18 |Gemin, |Bom tempo.
Nova. | 18 | 22 | 26 |Virgo. |Zép. brufeeg.
g.crefcent| 26 | 11 3 |Capric. |Lempo ventofo.

Chêa. 3 5 10 Aries, [Bom tempo.


fOutubr. {q.ming. 10 6 17 |Cancer.|Moffras de agoa.
Nova. | «8 [16 | 25 {Libra [Br.cd m de ag.
q.crefcent| 26 4 3 l|Aquar. [Tempo mublojo.

Chêa. | 2 |14 | 10 [Tauro. |Tip. frefee vês.


Novébr. |q-ming. 9 |18 | 16 |Lco. |Tempo quiezo.
Nova. | 17 9 | 25 |Scorp. (4g. com vent.
frcreícene, 24: | 18 2 |Pícis. j4goa có vento.
Chéa. I 2 9 [Ucimin. iNeveas, ¢ humic.
a ming. 8 9 | 16 [|Virgo. lHumidades.
[Deze br. Nova, | 17 [12 | 25 |Sagit. [Bom tempo.
q.crefcent.| 24 7 2 Aries. [Tempo revolto.
Chéa. | 31 [12 | 10 Mancer.labidacia de ac.
E3 “Anno
zo Thefouro de Prudeptes.

Anno, em que haja 5. de Aureo numero.

Mezes. Afpeilos. Digs. Hor. Gra. Signos, Tempos.

= lqeming. 7 3 16 |Libra. [Tempo revolto,


Janeiro. Nova: | 15 17 | 26 [Capric: |7ét. om tr-cb ag.
q.crefcent) 22 16 2 |Vaure. |/vov.ou vet.
Crés. | 28 vá 3m tempo.

geming. 5 23 “êpo de bum.


Fever. Nova. | 14 5 |26 val entre nuv.
q.crefcent| 21 o 2 arr. có mm. de ag,
Chéa. 28 11 TO rele Bm, de ag

iq-ming. 7 19 17 |Dagit Tempo varia,


iMarço. Nova. | 14 | 15 |25 [Pilcis. ‘Agoa, ou n-ve, .
g.crefcent. 22 6 1 |Cancer. Tempo-vario.
Chéa. 29 4 9 I|Libra. Tempo vario.
ot ; fe ça
: goming. 6 i 44 | 16 |Capric. Topo mudavel,
Abril. Nova. | 13 (23 |24 |Atics. Tempo varia,
qeretcent) 20 [13 1 (Leo. Sol ant, Cag.ep.
Chea. 27 20 8 |Scorp. Ver. ontr.co

joing. 5 7 15 |Aquar. Tempo brufo.


l Nova. | 12 7 22 |Tauro, Ag.frio,
e vêr.
(Mayo.
y q -crefcent 19 [22 28 |Leo. ; Sol. intenfo.
É
| Chêa. |23 | 14 8 |Sagit. Calmarias.
j — ae ees HS lee
qeming. 4 10 13 |Pifcis. jBom tempo, _
Nova. | tr l14 |20 |Gemin. \7ép. fobr.e “ae.
Junho g.crelcect| 48 9 26 Virgo. |Tempo mublojo.
| . Chéa | 26 1 3 |Capric. |Tépo frsjc.
Cono
Tratado Jegundo,

| Como ha no Anno de 1676,


}
Mezes. Afpectos. Dias.» Hor. Gra, Signos. Tempos.
|
q.ming. 4 7 li2 Aries, [Calmarias. |
Julho, | Nova | 10 |23 | 18 CancerTZp.frefo. mud.
ycrefcent) 17 | 22 |24 Libra. |80m tempo.
Chéa, | 25° | 12 3 Aquar. |4g. pouc. e quis.

qeming. 2 as “lão (Tauro. Tip. brufco.


Agofto. Nova. | 9 5 | 16 |Leo. Calmarias,
qerefcent|-16 | 14 | 2% |Scorp. Tempo frefio.
Chês. [24 [15 1 Pifcis. (Tempo frefco.
cjumiog. [31 | 8 |Gemin.|Bom tempo.
rs ‘Nova. | 7. | 13 | 14 [Virgo. |Zép. brufc.eq.
Setébr. |g.crefcent| 15 8 | 22 |Sagic. |atudanca de tép.
Chêa. | 22 7 |30 |Pilcis. |Tempo frefco,
g.ming. 30 2 7 |Cancer.|Mofras de agoa.

Nova. 7 3 | 14 [Libra |7empomudev.


Outubr. |g.crefcent) 15 3 [21 |Capric. |Fempo revolto.
Chêa. | 22 | 16 |29 Aries. [Bom tempo.
q-ming. | 29 9 5 Leo. Tempo quxio.

Nova. | 5 | 18 | 13 iScorp. Agoa co vento.


INovébr. [q-crefcent| 13 | 22 | 24 jAquar, Tempo mublofo.
Chéa, | 21 3 | 28 |Tauro. jTêp. frefee vis.
q-ming. | 28 6 5 Virgo. jAumidades,

Nova, 5 i 14 |Sagit. |Bom tempo,


Dezébr. \q.crefcent| 13. | 1 20 Pifcis. lag. com vent.
Chêa. | 20 | 13 | 28 |Gemin.|Nevoas, ¢ humid.
geming. 27 6 5 Libra. I7Zp. revolto.
Auca
72 si Thefouro de’ Prudentes.
Anno, ém que haja 6. de Aureo numero.

Mexes. Afpettos. Dias. Hor. Gra. - Signos, Fempos.

Janei Nova. | 4 7 |14 (Capric. vet. ow trcb ag.


CIO. Iy.crefcent.| 12 7 |21 l|Aries. |7empo revolto.
Chêa. |18 | 22 | 18 |Cancer.|4bund, de ag.
q-ming. |25 |22 5 |Scorp. |Tépode hum.

Nova | 3 | 2 | a4 |Aquar. |sol entre muv.


Fever. |g.crefcent.| 10 |.19 | 21 |Tauro. |7rov.ow vet.
Chêa. | 17 | 10 | 28 |Leo. [20m tempo.
q-ming. | 24 | 16 5 |Sagit. (Tempo vario,

"| Nova | 4 5 | 15 |Pifeis. 'Agoa,


ou neve,
Março. q.crefcent; 11 4 21 |Gemin. Carr. cóm. de 4g,
Chêa. | 18 6 | 28 I|Virgo. Frefe.co m. de ag.
Iq-ming. | 25 II 5 |Capric. Têpo mudavel,

Nova. 2 10 ta lAries. iTempo vario.


Abril. |qerefcent| 9 | 10 | 20 |Cancer. Tempe vario.
Chéa. | 16 | 22 | 28 |Libra, Tempo vario.
a-tning. 24 6 4 |Aquar. Tempo brufc.
i | Nove | 1 [22 | 14 (Tauro. g.frio,¢ ver.
| iq.crefceut.| 8 | 16 | 18 Leo. Sol ipt, Cage p.
on, Chêa. | 16 | 22 | 25 |Scorp. Vit. omtreco
Mayo. q.ming. | 24 I 3 |Pilcis. |Bom tempo. |
| Nova. | 31 7 |10 |Gemin. 72p. [obr.e ag.

{ q.crs(cent| 7 | 21 | 16. |Virgo. |Tempo sublofo.


! Chêa. | 14. [12 | 23 |[Sagit. |Calmarias.
Janho. [q.ming. | 22 | t5 1 jAries. |Calmarias.
Nora. 129 | 15 8 |Cancer.'Têpo frejc. mud.
Como
Tratado fegundo, 73

Como ha no Anno de 1677. |

Mezes. Afpettos. Dias. Hor. Gra. Signos, Tempos.

q-crefcent.! 6 5 | 14 |Libra. ‘Bom tempo.


Julho. Chéa. | 44 [18 | 22 (Capric. {Tempo frefeo.
qeming. 22 4 |30 |Aries. “Calmarias.
Nova. |28 | 22 6 |Lso, Calmarias,

q-crefcent.| 4 | 16 | 12 |Scorp. Tempo frefco.


Agofto. | Chêa. | 13 8 |22 |Aquar. \Ag.pouc.e quet
q.miog. 20 15 28 |Tauro. Tempo brufco.
Nova. | 27 7 4 |Virgo. Te. brufe. eq)

q.crefcent. 3 6 .| 1x |Sagic. Muz. de sep.


Setemb.| Chéa, | 11 | 20 [19 |Pifcis. Tempo frefeo.
q.ming. 18 |23 | 26 |Gemin om tempos
Nova. |25 | 19 3 Libra.* emp. mudav.

iq.crefcent! 2 [23 [10 \Captic, Tp. vertofo.


Outub, | Chéa. | 11 8 | 18 Anes. [Bom tempo.
iq.ming. 18 6 | 25 |Cancer.iuofiras de az.
Nova. |24 | 11 1 [Scorn, |4g. com veto.;

“iqerefcent) 1 [19 São | Aquar:-|7 Ep. mublofo.


Noveébr.| Chêa. 9 1g 18 |Vauro. Tép. fre vet.
iq-ming. 16 13 24 JLeo. Tépo quicto,
Nova. 24 5 3 |Sagit. . |Bom tempo.

gcrefcent; 1 | 15 | 10 pPifcis. Agua cô vêto, «


Dezébr.| Chêa. 9 6 18 Gemin, |Nevoas,e bum. |
: iq-ming. 16 | 20 | 24 Virgo. Harmidades,
Nova. | 24 1 3 ICapric. Vet. ou tr. cb #0.)
i q.crefcent.| 31 ia IO Aries.
74 Thefonro de Prudentes
| Anno, em que haja 7. de Aureo numero.

Mexes, Afpectos, Dias, Hor. Gra. Signos. Tempos.

. Chêa. v2 16 18 \Cancer.|dbidacia de ag.


faneiro. |q.ming. 15 6 | 25° |Libra. [Tempo revolro.
Nova. |22 | 20 4 l|Aquar. |Solentre nav.
g.crefcent| 29 | 23 | 10 |Tauro, |Zrovees, on as
Chéa, 6 5 | 18 |Leo. [Bom tempo.
Fever. |ming. [13 | 19 | 24 Scorp. |7ép. de hum.
. Nova. | 21 13 4 |Pifcis. |4g04, on neve.
Iq.crefcent.| 28 | 20 | 10. [Gemin. Carr. có zm. de ag.

Chês. 7 | 14 | 18 [Virgo fr. côm.de ag.


Março. 'q.ming. 15 | tO | 25 Sagit, [Tempo vario.
Nova. | 23 3 3 lAries. [Tempo vario.
q.crefcent | 30 6 9 Cancer, Tempo vario.
meme mm : o
Chéa. 6 2 16 [Libra Tempo vario,
Abril. g.ming. 13 3 | 23 apric, \Tép. mudavel,
Nova. | 21 5 1 {Tauro. |4g.frio,e vero.
Iq.crefcent| 28 12 8 Leo. po intenfo.

Chéa, 5 1 | 16 |Scorp. [Tempo vario.


Mayo. lgming. | 13 | 11 | 23. [Aquar. [Tempo brufce.
Nega. | 21 5 1 |Gemin.|Zép. /óbr. e ag.
g.crefcent.| 28 | 19 > |Virgo. [Tempo vublofo.

. Chéa. 4 7 | 14 |Sagit almavies.


qeming. ir 14 | 20 4Pilcis. Bom tempo.
Junho. | Nova. | 1g | 18 | 28 E: tran. |TEp.fob.e ag.
j q.crefcent.| 25 23 4 ibra. |Bom tempo.
Come
Tratado fegundo,

Como ha no Anno de 1680.

Mexes, Afpettos. Dias. Hor. Gra Signos Tempos.

Chêa. 3 14 | 12 (Capric. “Tempo frefeo.


pallies iq.ming. Is 7 [19 lArics. Calmarias.
Nova: | 18 |11 | 25 |Cancer. Tép.frefc. mud.
qerefcent, 2,5 5 2 Scorp. Tempo frefco.
Chéa, 2 |21 | 10 JAguar. 'Ag.pouc.e quer.
Agofto. |q.ming. 9 |23 17 |Tauro. Tempo brufco.
Nova. | 16 2 |24 = |Leo. Calmarias.
q.crefcent, 24 5 1 |Sagit. ud. de tep.
Chês. 21 9 8 IPucis. ‘Tempo frelco.

qning. s [12 | 16 |Gemin. Bom tempo. .


Sctemb. | Nova | 15 [7 [22 Virgo. Top.brule eg.
Quersícent) 22 1 [29 |Sagic. |uud, de temp.
Chês. | 30 17 7 É pom tempo,

1 'qmiog. 8 o |15 Cancer: Mofiras de ag.


Outub,: Novas } 15 7 | 22 Libra, |Temp. mudav.
gercicent; 22 | 17 | 24 \Capric, |rép. ventofo
Chea. 30 o 7 [Tauro. rep. fre ver

“ming. 6 8 14 “Leo. |Tépo quieto,


Novébre) Nova | 15 | 20 Jar carp. | goa ci vee
mercicntl 20 [11 | 28 [|Aquer. |7ép. unblofo.
Chéa | 28 t |e 7 ASeam |Vevoas cum,

Iq-ming. 5 i7 14 «Virgo. |iamtdades,


|Dezébr.| Nova. 113 8 |22 lag |Bom temo
: g.crefcent. 20 8 |a8
| Chéa | 28 I 7
Thefouro de Prndentes 4

Anno, ém que haja 8. de Aureo numero.

Mezes. Alpectos. Dias, Hor. Gra. signose Tempos.


T ms
q-ming. 4 I 14 Libra, [Tempe revelto.
Janeiro. | Nova. | 11 | 1g | 22 [Capric. Wet. on tr. co ag,
lq.crefcent.| 19 5 | 29 [Aries |Tempo revolt.
Chêa. | 26 18 7 |Leo. |Bom tempo.

iq. ming. 3 9 15 corp. |7épo de humid.


F Nova. | 10 14 | 22 JAquar. |Solentre nuv.
ever iq.crefcent.| 18 I 29 |Tauro. [Trovoês, ou vêt,
Chêa. | 25 4 7 Virgo. |Fr. cd m. de ag.

' ‘Ig-ming. 3 9 .| 12 |Sagit. trempo vario.


Março. Nova. | 12 8 22 |Pifcis. |4goa, on neve.
q.crefcent| 19 | 17 | 29 emin. Carr. co m. de ag!
Chéa. | 26 4 6 Libra. (Tempo vario.

iq-ming. 2 7 12 epric. Tip. mudavel. ~


Abgil. Nova. | 11 I 21 ries, Tempo vario. *
lq-crefcent| 19 6 | 28 |Cancer. 7ép. var.Ce p.
Chêa. | as I s |\Scorp. ca Ou tr.cd age

g.ming. 2 g | 10 |Aquar. Tempo brufco.*


Mayo. Nova. | ro | 12 | 20 [Tauro. 4g.frio,e vero.
.crefcent.| 17 14 |26 |Leo. |Sol intenfo.
Chéa. | 24 [II 4 |Sagit. |Calmarias.
q-ming. [31 | 12 9 |Pifcis. Bow tempo.
Nova. | 8 |23 | 18 |[Gemin. TZp. fóbr. e ag.
-crefcent| 15 | 22 | 24 Virgo. Tempo aublofo.
Junho. | Chêa, | 22 | 23 I apric. Tép. frefe.
_ eming. | 30 [15 8 Jaries. Calmurias,
Como
Tratada_fegunda, 27

Como ha no Anno de 1679.

Mexes. Afpettos. Dias. Hor. Gra. Signos. Tempos.

Nova. | 7 7 | 16 (Cancer. |7ép. frefc. mud.


Julho. |q.crefcent) 15 2 | 22 |Libra. |T2p. mudavel.
Chêa. | 22 7 | 29 |Capric. Tempo frefco.
g-ming. | 29 | 22 6 |Tauro. Top. brufe.

Nova. | 6 |14 | 14 |Leo. Calmarias.


Agofto. a.crefcent.| 13 6 |20 |Scorp. (Tempo frejeo.
E Chêa. | 21 3 |28 lAquar. i4g.pouce quis.
q.ming. 28 | 16 5 |Gemin, Bom tempo.
Nova. 4 | 12 | 12 |Virgo. \Tép.br.e quict.
Secemb. gerefcent) 11 [13 [28 |Sagic. Mud. de sep.
Chéa. 19 | 20 | 26 |Pifcis. |Tempo frefc,
geming. 27 8 4 |Cancer. |Mofras de ag.

Nova. 4 7 [11 [Libra |Tempo mud.


Outub. qerefcent| 11 |23 | 27 [Capric, |7Zp. vento
fo.
Chêa. | 19 | 13 | 26 Aries. [307 tempo,
qming. 20 |23 | 4 |Leo. [Topo quieto,

. Nova. 2 117 | 10 |'corp. lágoacô vita,


Nevébr licrefeent) 10 [12 | 28 |Aquar. (Têp unblofo.
Chéa, | 18 6 |26 |Tanro. (Tip fre ver
q ming 25° | 12 3 |Virgo, |samadades.

spe 5h Nova, 2 Bom tempo,


Dezébr. g.crefcentl 9 Ag. com Vito,
Chéa, 17 Nevoas,e hum.
q.ming. 24 | 22 3 |Libra. [7@p. revolto.
Nova. [31 |21 [10 [Capric. Vée. onzr. coag
Thefouro de Prudentes

Anno, em, que haja 9. de Aureo numero.

Mexes. Ajpeitoss Dias, Hore Gra, Signos, Temposs

perefcent} 7 | 47 $17 |Aries. [Tempo revolto.


Janeiro. | Chea. | 16 ro | 26 [Cancer,Abidacia de az,
qming. 23 6 3 |Scorp. (Zopo de bumid,
Nova. |30 | 14 it 10 |Aquar. Solestre nuv. |

qerefcent| 6 |2z 17 |Tauro. Trovoês, ou vite


Fever -Chêa [14 [21 [26 JLo. [Box tempo.
* |q.ming. 21 13 3 |Sagit.. [Tempo vario.
Nova. | 28 8 | 11 |Pifcis. |4g04, on neve.

g.refcent| 7 {-18 | 18 |Gemin. carr.cd m. de ag.


Março. Chêa. | 15 6 |26 Virgo. IFrefe. cô m.de ng.
q.ming. 22 | 20 3 |Capric. Têp. mudavel,
Nova. | 30 2 10 Aries, Tempo vario,

qcrefeent| 7 |12 [17 |Cancer.Zempo vario.


Abril. Chéa. | 13 14 [25 Libra. [Tempo vario.
iq-ming. 21 5 1 [Aquar. Tex ps brufco.
Nova. |28 |18 | -9 [Tauro. !4g.frio,e vito.
yerefcent.) 7 3 | 16 (Leo. Sal intenfo. Cep
Mayo. Chêa. [13 [13 |23 |Scorp. (yer. on src ag.
qming. |20 | 17 I |Piicis. Bom tempo.
Nova. | 26 8 % |Gemin.'zzp. fobr. e ag.

q-crefcent| 2 | 16 | 14 |Virgo. Tempo aublofo.


junho. Ciêa. 10 7 | 19° |Sagit. Calimarias.
qeming. | 18 4 | 27 |Pilcis. Bom tempo.
Nova. | 26 | 19 5 |Cancer. Tép. frejc. mud.
. Como
Tratado fegundo. =9

Como ha no Anno de 1680:

Mexes. Afpettos. Dias. Hor. Gra. Signos. Tempos.

gerefeenti 5 | 13. [13 (Libra. ‘Bom tempo.


Julho. Chêa. | rr | 18 [19 Captic. Tempo frefio.
q-ming, 18 | 19 | 25° |Aries. Calmarias,
Nova. | 26 6 4 |Leo. Calmarias,

, qerefcent) 3 5 | 10: |Scorp. Tempo frejeo. |


Agoftos| Chêa. 9 6 | 16 jAquar. |4g.poue.e quit.
g.ming. I7. |12 |24 |Tauro, Tempo brujto.
Nova. | 24 | 15 2 [Virgo Tip. brufe. eg.
-_ :|qvcrefcent} 1 to 8 |Sagit. IMud, de sir,
Setemb.| - Chêa, 7 [2 | 15 |Pifeis. Tempo frefa É
\q-ming. 16 | 7 | 23 |Gemin, Bom tempo.
Nova. | 22 | 23 |-30, |Virgo. o. tree guie,
q.crefcenta yo 16 4-5 Capric, 172». vento/o.
Eta Chêa. | 8 [13 las Aries. [aor tempo.
Outib,amiog. | 16 O | 22 |Cancer. jMojfras de ag.
Nova. | 22 8 | 30 |Libra (Tempo mu.
Ager 23..).6! |Aquar. [72p, antlefo.

ni 7 13 [Tauto. frio vite


Novébr. 11 214º ico. Topo quiero; ú
18 | 29 |icorp. |Agea cB vie.
1 6. |Pifcis. |dg. com vito.

(2 ive
Dçzébr. 11 22 |Virgo. ee
6 | 30 [Sagi Ibom 2
1 6 JAries Tip. vevelto
\ !
80 Thefouro de Prudentes

Anno, em que haja fo. .de Aureo numero.

Mezes. Afpeélos. Dias, Hor.. Gra, Signos Tempos

Chêa. 4 |19 | 15 Cancer/abiidácia de ag,


Janeiro. qeming. 12 Io 22 |Libra. Tempo revolio,
Nova. | 18 |20 | 30 |Capric. Vit. omir.côag.
qecrefcent.| 26 18 6 pFauro. Trovoês, ou vê,

Chêa. 3 |10 | 16 |Lco. Bom tempo.


Fr q.ming. | 11 10 | 22 |ScorpioTépo de humid,
ever. Nova. | 17 II 30 |Aquar. Solentre auv.
q.crefcent.| 25 | 12 6 |Gomin. Carr. cd m. de ag.

Chêa. 4 {22 [15 |Virgo. Fr.com.de ag.


Março. |q.ming. 11 | 18 | 21 |Sagit. Tempo vario-
Nova. | 19 3 |29 |Pilcis. |4goa, ow neve.
q.crefcent.| 26 | 10 6 |Cancer, Zempo vario.
Chêa. | 3 8 | 14 |Libra. Tempo vario..
Abril. jq.ming. 1o | 10 | 21 (Capric. 7p. mudavel.
Nova. |17 |19 | 28 |Aries. Tempo vario.
q.crefcent.| 25 5 5 |Leo. 'Sol intenfo.

Chêa. 2 15 13 |Scorp. Vir. outr.cõag. |


Mayo. = |q.ming. 9 6 | 10 |Aquar. Tipo brufi.Cep.
Nova. | 17 Io 27 © |Tauro. |4g.frio,e veto.
q-crefcent.| 24 | 21 4 |Virgo. rempo brufca.
Chéa. T [22 | 11 |Sagit. Calmarias.
qeming. 8 14 | 17 |Pifcis. Inom tempo.
Junho. | Nova. | 16 I [25 |Grmin. Tép. fobr. e ag.
qcrefcent.| 23 i 2 |Libra. Bom tempo.
Chéa, | 30 6 3 JCapric. Tempo frefe
Como
Tratado Jegundo. 81

| Como ha no Anno de 1631. \

Mezes. Afpettos. Dias.. Hor. Gra, Signos. Tempos.

q.ming. 6 |23 | 15 JAries |Calmarias.


Julho, Nova. | 15 | 14 |23 |Cancer.|Temp.frefc. mud,
qrefcent| 22 | 22 |30 |Libra, |Bom tempo.
Chéa |29 | 14 7 I|iquar. |4g. pouc. e quer.

q.miog. 5 [12 [13 |auro. ti b ate a


Agofto. | Nova. [13 | 15 | 24 [Leo gpa fre
iq-crefcent.| 21 7 |29 |Pcorp. .
Ciêa. | 28 I 5 [Pitcis. 7°77? frefeos
gming. 4 |20 | 12 |Gemin. porre pee.
Setébr. | Nova. | 12 | 14 | 20 |Virgo. E ur
qercfcent) 19 [14 |27 [agito [io e vip.
Chêa. | 26 | 15 4 |Aries, [527 tempo

iq.nning. 3 [az [11 [Cancer Mofivas de agoa,


Outubr. | Nova. | 12 o [19 [Libra e muda.
q.crefcent| 18 | 20 | 26 |-apric. ew ventofo,
Chêa. | 26 7 8 |fauro. |’? «frefo. ever.
— _

qming. | 2 | 19 [a1 Leo. [Tempo quieto.


Novébr.| Nova, | 10 [11 |19 [Scorp. [4624 © a
q.crefcent.| 17 3 25 fAquar. Tempo nu ofo.
Chêa. | 25 2 4 |Gemin. Nevoas, e bumid.
mag. a 14 [io |Virgo. Vnmidades,
Dezéb: | Nova. 9 2 |19 [agir [Bom tempo.
perefcert) 17 | 12 [24 |Pifeis. |18: com vent.
Chêa. | 24 |22 4 |Jancer. Aviidácia de ag.
Anne
82 Thefourd de Pruteates,
Anno, em, que. haja tr. de Aureo numero. |

Mexzes. Afpetios. Dias.: Hor.” Gra. Signos, Tempos.

qeming. I 8 11 |Libra. |Tempo revolto.


fanciro. | Nova. 8 8 | 19 |Capric. Vét. ou tr. co ag,
q-crefcent.| 15 | 17 | 25° |Aries. |Zemporevolto,
Chéa. | 23 | 16 4 |Leo. Bom tempo.

geming. | 31 II | 4E [Scorpio.Têpo de hum,


Fever. Nova. | 6 [19 | 19° [Aquar. |yol care uv,
q.crefcent.| 14 | 14 | 16 [Tauro, |/rov.om vê,
Chêa. | 22 8 4 [|Virgo. |trefecô m. de ag

qeming. ' 13 tr Sagit. Tépo vario,


Março. Nova. 8 8 18 |Pilcis. | dgoa, ou neve,
q.crefcent.) 14 7 | 24 |Gemin, fear. cé m. de ag)
Chêa. 22: | 22 3 Libra. |/empo vario.
qming. [29 |22 lo |Capric. | repo mudavel,
Nova. 6 | 21 17 Járies. |Spo vario.
Abril. Igerefcent. 14 I 24 |Cancer.|Zpo var.Ce p.
Chêa. | 22 8 3 |Scorp. | 22. om tr.cé ag.
q.ming. 29 4 9 |Aquar. |rempo brufe.

Nova. 6 Iz 16 I|Tauro. igfrio, evêt.


qecrefcent.| 13 I 22 |Leo. val intenfo.
Mayo. Chêa. 21 16 E [agito |Calmarias.
q-ming. 29 9 8 |pilcis. [Som tempo.

Nova. 5 2 | 15 |Gemin. l7ép.fobr.e ag.


q.crefcent.) 12 I3 21 Virgo. |Tempo nublofo.
Junho. Cita. |19 | 23 | 29 |Sagit. |Calmarias.
J.ming. 26 14 § Aries. \Calmarias.
Conga
Tratado Jegundo,

Como ha no Anno de 1682.

Mezes. Afpectos. Dias. Hor. Gra, Signos - Tempos,

Nova, 4 17 12 |Cancer iTemp.frefe. mud,


Julho, lq.crefcent| 12 § | 20 |Libra, |bom tempo,
Chéa | 19 6 |27 |Capric. [Tempo frefio.
gming. |25 |21 3. |Tauro. [Tempo brufeo.

Nova. 3 6 rt liso. (Calmarias,


Agofto. jq.crefcent.| 10 | 18 18 |Scorp. [Zempofrefco.
Chêa. | rz |13 | 25 [|Aquér. |4g. pone. e quê
Jming. 24 7 1 |Gsmin,'40m tempo.

Nova. | 1 8 o |Virgo. \7ép- brafe.e q.


Setébr. |q.crefcent] 8 6 [16 |Sagit, [Madanca de rep.
Chea. | 15 | 23 | 23 [Pilcis. [Zempo frefeo.
gaming, | 22 [21 |30 |Gemin.Z0m tempo.

Nova. 1 |at 8 |Libra, Temp. madav.


Outubr. |q.crefcent] 8 [17 | 15 [Capric. Zempo veniefo.
Chéa, | rg fur | 22 [Aaries, Tempo revolio,
qming. |22 | 14 | 29 Cancer, fíullras de agoa,
Nova. [30 | 17 7 |5corp. (48: com vem.
q.crefcent| 7 É [as Jaguar (Tempo mubiofo.
Novébr.| Chêa. |14 |18 |22 [Pauro. |7ép.frefe. ever,
qeming. 22 10 30 Leo. Tempo quicto.
Nova, | 29 13 8 |icgit, [fom tempo.

perefcenit} 6 7 Lig Pri | gee cd vento,


Dezcbr. | Chéa. 13 2 az Joe Nevoas, e bumid
}.ming. 21 7 [29 l|virgo. |Mumidades.
Nova. 1.29 I 8 IapricVérentrco age
w Faz Anng
84 thefonve ae nrlidentets 4
Anno, em, que haja rz. de Aureo numero. Í

Mexes. Afpetos. Dias. Hor. Gra. Signos. Tempos.

qcrefcent.) 4 | 15 14 |Aries. |Zempo revolto,


Janeiro. | Chêa. | 12 | 16 | 23 |Cancer, | Abidacia de ag,
q-ming. | 20 3 | 30 |Libra. |Zempo revolto,
Nova. | 27 o 8 lAquar. sol extre nuv,

q.crefcent.| 13 o | 14 [Tauro, |Trov.ou vêr,


Fever. Chêa. [11 | 11 |23 ‘Leo. Bom tempo.
q.ming. | 18 | 22 |30 |Scorpio.Zêpo de hum.
Nova. | 25 20 8 |Pilcis. |Agoa, ou neve,

lq-crefcent.| 4 Iz 14 |Gemin, \Carr. cd mde ag


Março. | Chêa. | 13 1 |23 |Virgo. |Frefe.cd m. de ag,
q-ming. 20 | 12 | 30 |Sagit. |7épo varia.
Nova. | 27 7 7 lAries. |Zempo vario,

g crefcent.] 3 2 13 |Cancer.|72po vario...


Abril. Chéa | 1k |20 | 23 Libra. |7Zpovario.
q.ming. 18 |23 | 29 |Capric. |72po mudavel.
Nova. | 25 | 18 6 |Tauro. |4g.frio,
e vêr.
Merefcent| 3 | 17 | 14 |Leo. |SolintenfCe ped
Chêa. II 7 21 |Scorp. |Zt. omrrtciag.
Mayo. |q-ming. 18 7 |29 [|Aquar. [Tempo braf-.
Nova. | 25 6 6 |Gemin. peepee e ag.

q.crefceot| 1 | 10 | 10 |Virgo. |Tempo nublofo.


Chêa. 9 | 16 | 19 |Sagito |Calmarias.
Janho. lq.ming. 16 [12 |25 |Pilcis. [Bom sempo.
. Nova. |23 “20 2 [Cancer. Têp. fref.mud,
Como
Tratado Jegundo. 85

(Como ha-no Anno de 1483.


\
Mezes. Afpeltos. Dias. Hor, Gra,. Signos. Tempos.

q.miog. 1 3 9 |Libra.. [Som tempo.


Julho, Chêa, 9 1 |17 |Capric. |7empo frefeo.
geming. 16 | 17 |23 I|nries. |[Calmarias,
Nova |23 | Io 1 |Leo. [Calmarias.
q.crefcent.| jo | 29 7 |Scorp. [Tempo brufeo.
Chêa. 7 7 | 14 l|Aquar. |4g. ponc. e quêr,
qeming. 14 5 | zt |Teuro. Tempo brúfeo,
Nova, | 22 1 |.30 [Leo |Calmarias.
q.creícent.| 29 13 6 |Sagit. Mudança de top.

as Chêa. 5 l14 | 13 Pilcis. [Tempo frefco,


ming. | 13 7 |20 Gemin.|Bom tempo,
Pi Nova. |20 | 17 |28 Virgo. |7ép. brufe.eq.
qecrefcent.| 28 |. 4 5. [Capric.|Zempo ventofo.

” Chêa. 2 |23 9 ‘JAries. [Bom tempo.


qming, | 10 | 417 [19 [CancerjMoftras deagoa.
Outubr. o |:26 [Libra |Temp. mudav.
Nova. | 18
q.crefcent| 26 |-17 4 láguar. [Tempo nublofo.

Chéa, 2 |.23 [as [Tauro.- |Z. frefe. e vit,


Jovebr. |}-ming. | 10 8 | 18 |Leo. [Tempo quieto.
Nova. | 18 | 14 | 27 |Scorp. |4goa co vento,
a.crefcent.| 25 4 4 IPilcis. lag. com vent.

Chéa. 3 17 10 |Gemin. |Nevoas,e hamid.


JezEbr [jming. It 2 18 |Virgo. |aamidades.
Nova, | :8 2 |-27 Jragit. [sem tempo.
jerefceral 25 12 3 Jórics lrempo revolt
E 3 Anno
86 Thefourd de Prudentes:

Anno, em que haja 13. de Aureo numero.

Mezes. Afpeitos. Dias. Hor. Gra. Signos, Tempos.

Chêa. 1 [17 | 10 |Cancer. | Abidacia de ag.


Janeiro. |g.ming. 8 | 23 18 |Libra. |7empo revolto.
Nova. [16 |21 | 27 [Capric. |V. ousr.côag.
qerefcent| 23 | 21 3 |Tauro. |7rov.ou ver,
Chêa. | 31 Ir 17 |Leo. [Bom tempo,
g.ming. 7 |20 18 |Scorpio.|7Zpo de hum.
Fever. Nova. |14 | 12 | 26 |Aquar. |sof extre nuv.
q.crefcent.| 22 I 3 |Gemin.|Frefe.cô m. de ag.
_— ——_——
Chêa. I 13 to [Virgo. Frefe.cô m.de ag.
g.ming. 9 16 | 19 |Sagit Tempo varia.
Março. | Nova. | 16 |22 |26 |Pilcis. 'Agoa, ou neve,
q.crelcent.| 23 | 12 2 |Cancer. Tempo vario.
Chêa. | 31 5 To |Libra. Tempo vario.

qeminz. 8 9 | 18 |Capric. lrepe mudavel,


Abril. Nova. | 15 6 | 25 Áries. Tempo vario.
q crefcent) 22 I U jleo. Solim, Cep.
Chéa 429 | 15 10 |3corp. Vet. on tr.cd ag.
q-ming. 717 17 |Aquar. Tempo brufe.
Nova. 14 14 23 |fauro. 4g.frio, evét.
Mayo. |q.crefcent.' 21 II 30 |Leo. solintenfo,
Chêa. |29 | 14 8 |Sagit. Calmarias.

q.ming. 6 8 | 15. |Pifeis. Bomtempo.


Nova. | 13 1 | 22 \Gemin. Tép.fobre ag.
Junho. fq.cre(cent.| 20 I 28 Virgo. Tempo mublofo.
Chêa. | 28. 4 6 ICapric. Tempo. frefco.
Coma
Tratado Jegundo, 87

Como ha no Anno de 1684. \

Mezes. Afpettos. Dias. Hor. Gra, Signos. Tempos.

q.ming. 5 to | 13 Aries. [Calmarias,


Julho, | Nova | 12 6 | 9 Cancer .|7Zp. frefe. mud.
qerefcent) 19 | 18 | 26 Libra. [Bom tempo.
Chéa, | 27 | 21 4 Aquar. |4g. pouc. e quer

q.ming. 3 | tg | ar [Tauro. [Tempo brufio.


Agollo. | Nova. | 10 [16 | 17 |Leo. |Calmarias.
qcrelcent| 18 [11 | 25 [Scorp. [Tempo frefco.
Chêa. | 26 5 3 Pilcis. [Tempo frefeo.

q-ming. a 1 9 |Gemin.iBom tempo,


Setébr. | Nova. | 9 4 [16 |Virgo. Top. brufe.e q.
q.crefcent| 17 5 |24 [agito (Mudança de 1ép.
Chêa. | 24 | 15 1 {Aries. om tempo.

qemings I 6 8 Cancer.|Mojtras de agoa.


Outubr. | Nova. | 8 | 19 | 15 jLibra, jTemp. mudav.
q.crefceat| 16 | 23 | 23 |Capric. iFempo ventofo,
Chêa. | 24 1 |30 [Arics. Bom tempo.
g-ring. | 31 116 | 7 Leo. Bom tempo.
Nova. | 7 [12 | 14 Scorp. (4g. com vent,
Novébr. lq.crefcent| 15 [15 | 22 ‘Aquar. trempo nublofo.
Chéa, [22 [rt | 29 Tauro. |Weveas, e humid,
qeming. } 29 5 6 Virgo. \Humidades.
A a

Nova | 7 | 7 [15 {Segit. |om tempo.


Dezébr }j.crefcert| 15 5 (23 IPilcis. | igoa có vento,
Chêa. | 21 21 | 29 |c nin Nevoas, e hum,
ming. 28 lar 6 Libra. [rempo revalto.
Anna
88 Thefoure de Prudentes:

| Anno, em que haja 14. de Aureo numero.

Mezes. Afpellos. Dias. Hor. Gra. Signos, Tempos

Nova. | 6 | 2 [13 [Capric. 2s. ow tr.cd ag.


Janeiro. lq.crefcent.] 13 | 16 | 22 |Aries. Tempo revolio.
Chéa. 2 7 | 30 Cancer, Abidacia de ag.
gming. |27 | 16 7 I|Scorpio.Têpo de hum,

Nova. | 4 l|19 | 15 [Aquar. gol entre nuv.


Fever. {q.crefcent.| 12 1 | 23 [Tauro, perene vet,
Chêa. | 19 | 19 1 |Virgo, |Frefc.cd m. de ag.
q-ming. | 26 | 13 7 \Sagit. |Tempo vario.

Nova. 5 14 16 |Pilcis. |Agoa, ou neve,


Margo. {q.crefcent.| 12 7 |22 |Gemio. (Carr. cóm. de ag.
Chêa. | 20 o |30 |Virgo. |Frefe.cd m.de ag.
q-ming. 27 9 7 (\Capric. |Tépo mudavel.

Nova. 3 |22 14 |Aries. |Zempo vario.


Abril. |qcrefcent.| 10 | 14 | 20 |Cancer. [Tempo vario.
Chêa. | 18 1 | 28 |Libra. |Tempovario.
lg.ming. | 26 3 6 |Aquar. |Tempo bruje.

Nova. 3 7 13. |Vauro. |4g.frio,


e vêr.
qcrefcent.| 10 | 21 Ig |Lco. ola. Cep.
Mayo. Chêa. | 18 16 | 26 |Scorp. et. om t7.00 4g.
iq.ming. 25 18 4 |Pifcis, [Bom tempo.

Nova. ras tx |Gemin. |7ép.fobre ag.


q.cre(cent.| 8 7 | 17. |Virgo. |Tempo nubiofo.
anho. Chéa |] 16 | 13 | 26. |Sagit. |Calmarias.
q-ming. 24 8 4. |Aries. |Calmarias.
Nova. | 30 | 23 9 _[Cancer. Temp.frefe. mud.
Como
neo
* Tratado fegundo.

ce
no
Como ha no Anno de 1685.

Mexes. Afpettos. Dias. Hor. Gra. Signos. Tempos,

q-crefcent.| 7 [18 | 16 |Libra. [Bom tempo.


Julho, Chéa, | 15 | 21 | 23 |Capric. \Zempo frefco.
Iq-ming, 23 15 1 |Tauro. |Tép. brafco.
Nova. 31 5 8 |Leo. Calmarias.

q.crefcent.) 7 9 ts |Scorp. |7em po frefco.


Agofto. Chéa | 14 |22 | 22 |Aquar. |4g.pouc.e quit.
qeming. 21 |22 | 29 [Tauro. |7ê%. brujc.
Nova. |} 19 | 19 6 Virgo. [Pêp: «br.e quiet

q.crefcent.) 5 12 | 13 |Sagit. ZA de vip.


Setemb.| Chêa. | 13 2 |21 |[Pifcis. [Tempo frejco.
q.ming. 20 1 |27 Gemin,|Bom tempo.
Nova. | 27 It § |Libra. |7Zp. mudavel.

qerefcnt. 4 | 21 | 12 Caprio. Tap. venrofo.


Outub, Chêa. | 12 | 17 | 19 l|Aries. pom tempo.
q.ming. I9 | 10 [26 Cancer, Moffras de ag.
Nova. | 27 5 4 |Scorp. ‘ag. com vita.

q-crefcene.! 3 | 16 | at l|Aquar. Topo zublofo.


Novébr.| Chéa. 1 2 19 |Tauro. ‘Tép. fre vet,
g.ming. 18 [17 |26 ue Têpo quieio,
Nova. | 25 7 5 ic [Bom tempo.

q-crefcent.| 3 i 11º Pifeis. |Aguacô vêto,


Dezébr.} Chéa. | 10 |13 | 19 |Gemin. Nevoas, e bum.
g.ming. 18 3 | 26 [Virgo jHumidades,
Nova. | 25 I 4 [Dancer.[Pos.om irccô ag.

Acto
go Thefouro de Prudentes

Anno, em que haja 15. de Aureo numero.

Mezes. Afpetlose Dias, Hor. Gra. signose Tempos.

g.cre(cent.! 2 4 12 Aries. |Zempo revolto,


Janeiro. | Chêa. 8 |23 [20 [Cancerivcv. ebum,
Iqming. Jars | 17 | 26 |Libra, [Tempo revolta,
Nova. | 23 20 4 |Aquar. |Solentre nuv.
q.crefcent.| 31 18 12 |Teuro. |Trovoês, ou vêr

Chêa. 7 2 19 |Leo. [Bom tempo.


Fever. |4-ming. 14 It 25 |Scorpiol7cpo de humid,
Nova. | 22 13 4 Pifcis. |4g0a, on neve.

q.crefcent.| 2 4 | 12 [Gemin. leary, cóm. de ag.


Março. Chéa. 9 5 19 |Virgo. |Fr.cd m. de ag.
qeming. 16 5 25 |Sagit. (Tempo vario.
Nova. | 24 [15 4 lAries. Tempo vario.
Iq.crefcent.| 31 t2 It \Cancer.. Tempo vario.

Chêa. 7 18 | 19 |Libra. [Tempo vario,


bri. jgming. 15 I 25 (Cepric ‘7ép. mudavel.
Nova. | 22 1 3 [Pauro. \dg.frio,e vero.
q.crefcent.| 30 17 9 Leo. ‘Sol iutenfo.

Chêa. Fá 9 13 |Scorp. \Tépo brujc.Ce p.


Mayo. |q-ming. 14 18 24 |Aquar. Veron tr. cd ag.
Nova. | 2a 9 1 |Gemin. \7ép. fobr. ¢ ag.
jocrefcent) 29 | 22 7 \Virgo. |Tempo brufco,

Chêa. 6 1 | 16 |Sagit. |4g. ponc. e quê:


mins. 13 M1 22 |Piicis. Bom tempo.
tunho. | Nova. | 20 | 15 | 29 |Gemin. Tp. fod. cag.
jg-crefcent.} 27 5 5 _jLibza. \Bom tempo.
Coma.
Tratado fegunto. ou

Como ha no Anno de 1686.

Mexes. Afpettos. Dias. Hor. Gra. Signos T:mpos.

Chêa. 5 [ts 1 14 |Capric. [Tempo frejco.


Julho. |q.ming. | 13 1 |21 lAries. |Calmarias,
Nova. | 19 |22 |27 |Cancer.| 7ép.fre/c. mud.
g.crefcent.| 26 14 Scorp. |\Tempo frefco.

Chéa. 4 5 | 12 |Aquar. |4g.ponc.e quer,


Agofto. |q.ming. | 11 | 13 | 19 |Tauro. |[72p.brafe. -
Nova. | 18 6 | 25 [Leo |Calmarias,
q.crefcent| 25 2 2 |Sagit. Mud. de tê.

Chêa. 2 |18 |10 |Pifeis. [Tempo frefe.


Setemb. Ig.ming.' 9 |23 [17 |Gemin.|Bom tempo,
Nova. | 16 | 17 | 24 |Virgo. |7ép.br.e quiet
q.crefcent| 23 | 18 I iCapric. Tép. ventofo.
Chéa. I 21 8 Aries. |Bom tempo.
Outub. {q.ming. 9 7 |16 |Cancer.imofras de ag.
Nova. | 16 7 |23 jlibra. j7Ep. mudavel.
q.crefcent} 23 | 13 | 30 [Capric, Tip. venrofo.
Chêa. | 30 | 18 7 |Tauro. Tp. fr.evir.
|, |gminge 7 114 15 |Leo. (Tipo quiero,
Novébr.) Nova. | 14 23 |23 |Scorp. l4goscô viro.
q.crefcent) 22 9 t |Pifcis. |4g. comvuiso.
Chéa. | 30 5 8 |Gemin, ‘Nevoas,e bum.

_,_ |aming. 6 Jor Jag I|Virgo lmymidades. |


Dezébr.| Nova [14 | 18 | 24 |Sagic. |pom tempo.
q.crefcent| 22 5 1 járics (Tempo revelto
Chêa. | 29 | 15 7 Cancer. | Abidácia de ag.

Anno
92 Thefauro de Prudentes

Anno, em que haja 16. de Aureo numero.

Mezes, Ajpeétos. Dias, Hor. Gra, Signos Tempos.

qeming. 5 6 | 15° |Libra. [Tempo revolto,


Janeiro. | Nova. | 12 [20 | 21 [Capric. Ze omtr.cô ag,
q.crefcent.) 21 I 1 [Vauro. Trovoês, ou vês,
Crêa. | 28 I 9 Leo. pom tempo.
NA ——— atom
- ; a R
qemiog. 3 17 15 [Scorpio 7zpo de humid.
Fever. Nova. | 11 15 | 23 |Aquar. \Solentre nuv.
perefcent| 18 | 17 | 30 |Pauro. Trov. ou vento.
Chéa. | 26 [11 8 |Virgo. 'Fr.côm. de ag.
a a ! 7

j-ming. 5 6 14 [Sagit. Tempo vario.


Março. Nova. | 13 9 |22 IPifeis. lagoa, ou neve.
q.crefcent | 21 6 1 |Cancer. Tempo vario.
Chéa. | 27 23 8 ieibes Tempo vario.
rey i
iq-ming. 4 | 2 14 {|Capric. ‘rep, mudavel.
\bril. Nova. | 12 [20 | 22 JArics [Tempo vario.
qereícent) 19 | 16 [29 \Cancer.7épovar.Cep.
Chêa. | 26 II 6 |Scorp. vet. ontr.co ag.
|
q.ming. 5 15 13. [Aquar. pap brufco.
Mayo. Nova. | 1 17 [21 jLauro. I4g.frioe vêto.
g.crefcent.) 18 | 22 | 27 {Leo. Isolintenfo.
Cléa. | 25 16 4 [e icalmarias.

\q.ming. % 9 II |Pilcis. |Bom zempo.


Nova. | to 4 [19 |Gemin. \Tép. fobr. e ag.
nho. q-crefcent| 17 3 26° Wirgo. \Tépo nublof.
Chêa. j 24 | 15 2 |Capric. \Teampo fre/co.
Como.
Tratado fegundo, 9,

Como ha no Anno de 1687. |

Mexes, Afpettos. Dias Hor. Gra. Signos. Tempos.

qeming. 2 2 |} to Aries. [Calmarias.


Julho. Nova. 9 | 314 | 17 |Cancer.|Tép.frmud,
q.crefcent| 16 6 | 23 |Libra. [Bom tempo.
Chêa, | 23 | 15 |30 [Capric. |7empo frefco.
qming. | 31 | 18 8 [Tauro. |7Zp. brufco.

Nova. 7 22 15 |Leo. \Calmarias.


Agofto. jq.crefcent| 14 | 12 | 21 |Scorp. [Tempo fre/co.
Chéa. 22 6 29 |Aquar. |Bom tempo.
q-ming. 30 9 7 \Gemin. \Bom tempo.

Nova. 6 6 | 13 |Virgo. \rzp. bree quiet.


Setemb.|q.crefcent| 13 | 22 | 21 |Sagit. |Mud. de rop.
Chêa. |21 {13 | 28° |Pifcis. Tempo frefeo.
q-ming. 29 | 23 7 Cancer. 'Moflras de ag.

Nova. | 5 |1s | 12 |Libra. ep. mudavel,


loutub, gerefcenti 12 | 12 | 19 |Capric. 7Zp. vento/a.
Chéa. | 20 | 16 | 27 |Arics. ‘Bom tempo.
qming. | 28 9 5 |Leo. iTépo quieto,

Nova. 4 2 | 42 |Scorp. lag. com vêto


INovébr. q.crefcent) 11 § [19 l|Aquer.. anbl,
Chêa. | 19 | 18 | 27 |Tauro. Tip. fi
qming. [26 | 12 4 Virgo, ihumidades.

o Nova. | 3 [18 |12 |Sagir. le tempo.


Dezébr. |q.crefcent.| 11 1 | 19 |Pilcis. Lagoa co vite.
Chêa. | 19 1 | 27 \Cancer:Nevoas,c hum.
qeming.) | 26 2 4 |Libra. Tempo revoito. |
Abng
94 Thefouro de Prudentes

Anno, em que haja 17. de Aureo numero.

Mezes. Alpettos. Dias. Hor. Gras | Signos. Tempos.

Nova. 2 2% 13 \Capric.|7e1. on tr. cb ag.


'aneiro. crefcent] 1o [17 | 20 Aries. [Tempo revoho,
Chêa. |17 [18 | 27 [CancerAbiidácia de ag.
qming. | 24 8 3 Scorpio tape de law

Nova. I 7 | 14--jAquar. lool entre zu,


fever. |qcrefcent) 9 9 | 20 [Tauro. Trovoês, ou vês,
Cha. [16 2 | 28 Leo. |Bom tempo.
pming. |22 [22 4 |Sagit.. |Tempo vario.

Nova. 2 I 13 [Pifeis | dgoa, on neve.


Março. lg.crefcen | 9 | 21 1g |Gemin. (Carr. cô m. de ag.
Chêa. | 16 [iz |26 |Virgo. |Frefecôm.deag.
qeming. $23 | 15 3 \Capric. 172. mudavel.
Nova. } 31 19 tn (Miss. (Tempo vario.

y.crefcent.| 3 6 | 18 Cancer. Tempo vario, 1


Abril, | Chéa. 15 22 26 |Libra. |Zempo vario.
geming. 22 15 2 |Aquar. [7@p.bra,e.
Nova. |} 30 9 ju Tauro. Ag. frioe vito.
a sro sita
lq.crefcent.| 7 [13 | 17 [eo Eolim. Cep.
Mayo. Chêa. | 14 8 | 24 [Scorp. vêr. ou tr. cd age
g.ming. | 22 2 Pitcis. Wem tempo.
Nova. | 29 | 25 9g |Gemiz. Hep feb: e &

g.crefcent.) § 17 IS lv irgo. Tópo mublofe


| Chêa. | 12 19 23 |Sagit. Calmarias.
junho. [y-ming. |20 | 20 | 29. |Piícis. Bom tempo,
Nava. | 28 | 6 7 Cancer. Têp. frefe.mud.
Coma
Tratado [egundo,

Como ha no Anno de 1688.

| Mezes; Afpettos. Dias. Hor. Gra. Signos. Tempos.

qerefcsne.! 4 [22 | 13 [Libra [Bax tempo.


Julho. Chêa. | 13 8 | 21 |Capric. (Tempo frefca.
\q.ming, 20 | 12 | 28° |Aries. |Calmarias,
Nova. |27 |14 5 (Leo. Ioalmarias,
f
q-crefcent.) 3 § | 11. |Scorp. |7empo frefco. {
Agofto. Chêa. 10 23 19 |Aquer. |4g.ponc.e quit,
q.ming. 19 2 | 26 |Tauro. |7Z. braco.
Nova. 25 23 z (Virgo. Tp bre quiet,

q.cre(cent.) 1 15 9 Sagit. |mud. de tip


Setemb. Chêa. 9] 15 18 |Pifcis. Tempo frelce
qming. I7 | 1§ | 25 Gemin, zo» sempo.
Nova. | 44 7 2 (Libra. ud mudavel,
|
qerelcent i 5 8 Capric. Tip. ventofo.
[Outub. Chêa. 9 8 6 |Atics. ‘Bom tempo.
qmiog. 17 1.9 {24 |Cancer. 'Mofiras de ag.
Nova. |23 | 16 1 |Scorp. ‘Ae. com veto.
q.crefcent| 30 | 22 9 fae E. Tip. nubl,
. Chêa. 8 1 7 |Vauro. Tip. fre vêr.
Novébr. Iq.ming. | 15 | to 3 |Leo. Tipo quiero,
Nova. | 22 3 1 | Sagit. ‘Bom temple
q.crefcent! 29 | 18 8 |Piícis. | Agua cô vêto.
E Chéa, 7 116 | 16 |Gemin. Inevoss,e hum.
Dezébr. \q.ming. 14 | 17) | 23 Virgo. laumidades..
Nova, | 2t | 16 1 \Capric. | 2t.0n tr, cd ag.
q-cre(cent].29 | 15 8 Aries. |Tempo revoito,
Anno
96 Thefouro de Prucentes
Anno, em que haja 18. de Aureo numero.

Mexes, Afpeétos. Dias. Hor. Gra. Signos. Tempos.

Chêa. 6 6 17 |Cancer. Abitdacia de ag,


Janeiro. |q.ming. 13 12 | 23 |Libra. (Tempo revolto,
Nova. | 20 8 1 |Aquar. iSolentre nuv,
q.crefcent.| 28 11 8 |Tauro. |Trovoês, ou vês

Chêa. 4.| 18 16 |Leo. |Bom tempo.


Fever. |q.ming. nm 9 22 |ScorpioTipo de humid.
Nova. “kg 2 2 |Pifcis. |4g04, ov neve.
q.crefcent.| 27 5 8 |Gemin. |Car7. cd m. de ag.

Chéa. 6 4 | 37 \Wirgo. \Frefe.co mde ag’


Março. (q.ming. 13 | 20 | 22 -[Sagic. |Zempo vario.
Nova. | 20 19 1 |Aries. [Tempo vario,
q.crefcent| 28 | 21 8 |Cancer [Tempo vario.

Chêa. 4 113 | 15 |Libra. (Zempo vario.


Abril. |y-ming. 11 10 21 [Capric.|72p. mudavel.
Nova. | 19 | 12 | 29 |Arics. [Tempo vario.
g.crefcent.| 27 8 7 |Leo. Solintenfo,

Chêa. 3 Jur 14 |Scorp. Vet. outr.co ag.


Mayo. jq-ming. [11 1 |20 [|Aquar. Top. brufc. e p.
Nova. | 19 4 |2y [Tauro. |4g. frio; vêro.
q.crefcent.| 26- | 17 5 |Virgo. [Tépo anblof.

Chêa. 2 6 | 12 |Sogit. \Calmarias.


ty. ming. 9 17 19 |Pilcis. |Bom tempo.
Junlo Nova. |17 [17 [27 |Gemin.|7ép. fobr. e ag.
j Q.crefcent.|, 24 3 \20 jLibra. [Bom tempo.
Como”,
+ . Tratado fecundo. ' 97
; Como ha no Anno de 1689. |
| Mezes. Afpectos. Dias. Hor. Gra. Signos. Tempos.
k
| Chêa, 1 15. ] 10 [Capric.[Tempofrefoo. |
julho q.ming. 9 10 17 |Aries, |calmarias.
E . Nova. | 15 4 |23 |Cancer.|7ép. frefc. mud
qerefcent | 24 1 1 |Scorp. |Zemp. frefco,
Chêa. YU 2 8 |Aquar. |4g. pouc. e quê.
qeming. 3 3 | 16 [Lauro. [Tempo brufco.
Agofto. | Nova. | 15 | 14 | 23 |Leo.. |Calmarias.
qereftenr | 22 6 |29 |Scorp. \7ép. bru/c.
Chéa. | 29 | 16 7 |Pifeis. |Tempo frefco.

q.ming: 6 | 20 14. |Gemin. Izom tempo.


Setébro | Nova. | 13 |23. |21 |Virgo. |Tip.bruf.equier,
qcrefcent| 20 | ag |27 |Sagit. [Mudiça de rep.
ctê.. | 28 8 6. | Aries. [Bom tempo,

gming. | 6 Jaz [13 [Cincer. Mofras de ag.


O.tubro| Nova. | 13 8 |20 [Libra (rop. mudavel,
q crefcent| 20 1 [27 |Capric. 72. ventafa.
| Chêa. | 28 2 5. |Tauro. |7Zp. frefe.e vet):

| mig. 5 2 |.13 |Leo.. (Tip. quieto.


Novébr:| Nova, [11 17 19 |Scorp. |4goa co-vento,
q-crefcent 18 16 |.26 |Aquar. (Tempo nablofo.
Chêa. | 26 | 20 6 | Gemim|Nevoas, ¢ hum.

q.ming.. 3 4º | 12º |Virgos Aumidades.


Dezébr. | Nova. [11 | 10 | 20 |Sagit. Som tempo.
perefcent.| 19 5° | 26 |Pifeis. | ágoa cóvêto,
Chéa [25 [21 6 |Cancer [tbund. de ag.

uid.
8 so Thefourd de Pryudentes:

Anno, em que haja 19. de Aureo numero.


i Mezes, Afpettos. Dias. Hor. Gra. Signos. Tempos.

}y-ming. 2 22 12 Libra. |7empo revolto,


Janeiro. | Nova. 9 § | 19 |Capric. |Ver.onsr. côao,
qcrefcent | 17 7 |27 lAries. |72p. revolto.
Chéa, 25 5 6 |Leo. [Bom tempo.

iq-ming. I 5 12 |Scorp. |7@po de hum.


Fever. Nova. 8 5 21 |Aquar. |sol entre nuv.
q.crefcent. 16 4 |27 |Tauro, |Zrovoes, on vit
Chêa. | 23 19 6 |Virgo. lFrefe.có m. de ag,
qg.miog. 2 12 11 [dagic. {(Tépo varzo.
Março. | Nova. | 9 20 | 20 |Pifcis.. | Agoa, ou neve,
qecrefcent) 17 1 |27 |Gemin.|carr.tcd m.tde ag)
Chêa. | 24 5 § [Libra [Tempo vario.
Iq.ming. WI 21 II | Japric. |72p. mudavel.
Nova. 8 13 20 |Aries. |7Zpo vario.
Abril. l|g.creftent] 16 7 26 | Cancer| 7Zpo vario.
Chêa. | 23 14 | 3 |Scorp. | vét.ou-tr.cd
a.e p/
q-ming. 30 6 9 jAquar. | Sol intenfo,

Nova, 8 his 18 |Tauro. |4g.frio, ever.


Mayo. l|q.crefcent| 16 6 |25 |Leo. I|solimenfo.
' Chêa. | 22 | 22 2 |Sagit. |calmarias.
q-ming. | 29 | 18 8 |Pifeis. |Bom tempo,
Nova. 6 |21 16 |Gemin.7ép.fobr.e ag.
Junho, |q.crefcent| 14 | 16 | 23 |Virgo. iTempo mublofo.
Ckêa. | ar 5 30 |Sagic. (Calmarias.
q.ming. 28 8 6 |Ariese |Calmarias.
Come
_Fratailo fegundo. 99

Como ha no Anno de 1690.

| Mexes. Afpettos. Dias. Hor. Gra, Signos. Tempos,

Nova. 6 yp 14 |Cancer. |7Zp. fref. mud.


Julho. - {q.crefcent. 13 23 [21 Libra. [oom tempo.
Chêa. 20 13 |28 |Capric. |7em po frefco.
qming. 28 1 g Tauro. |Tempo brafco.

| Nova 5 1 | 13 [Leo |calmarias.


Agofto, jq.crefcent. 12 4 119 |Scorpic Tempo frefco.
Chêa. 18 | 23 [26 |Aquar. |4g.pouc.e quêr,
q-ming. 26 14 5 Gemini om tempo,

| Nova. 3 12 [11 (Virgo. Tip braje. guiet|


Setébro. lq-crefcent. 10 | 9 | 17 |Sagt. | Yaiaca de tép.
Chêa. 17 Ir 25 |Pilcis. |Tempo byufe.
lq.ming, 25 | 12 2 Cancer. | %offras de ag.

Nova. 2 | 23 |-10 Libra. |7tpo mudavel,


Outubr. |q crefcent. 10 2 | 17 |Capric. [Tempo venrofo.
Cita 17 |22 |24 jAries [Bom tempo.
q.ming. 25 7 2 |Leo. Tempo quieto.
Nova 4 [20 | 9 |Scorp. | iguaca vento.
4 , \qcrefcent 8 1 | 16 |Aquaric|7empo anblofo.
Novébr. | Chêa, 15 | 10 | 24 Tauro, |Tép. frefe. ever
qming. 25 1 2 Virgo. | Jumidades,
Nova. 40 19 9 |Sagit. | 30m tempo.
lg.crefcent. 7 | 15 |Pifcis. | 1g. cd vév0,
Chêa. 15 | 15 | 23 |Gemin. | Vevoas, e hum.
Dezébr. lgming. 23 | 14 1 Libra, |Tempo revolio.
| Nova. 30 6 9 ACapric. VZr. ontr.co ar
G2 Capim
/

too : Thefouvo de Pradentes,


Capitulo 11. Para pronofticar em fumma do tempo
. de todo Anno.
Uppofto que paraconhicimente dos tempos he neceffatie
levantar-fe figura da revoluçaó do anno, da verdadcira en-
trada do Sol cm Aries; e porque todos naô podem (er Mathe-
maticos, daremos (atisfaçaô p=las regras feguintes, para que por
.ellas todos venhaô em conhecimento dos tempos,
* Peloque fe hade notar, que os experimentados vieraô em co-
nhecimento do anno por doze dias, que ha de dia de S. Thomé
athé o primeiro dia de Janeiro, tomando por cada dia hum mez, ¢
por cada quarto de dia hum quarto de mez: aflim como dia de 5,
Thomé da meia noite athé ás (eis de pela manhãa, tomaráó pelos
primeiros oito dias de Janeiro: e tal, qual o terapo for neitas feis
boras, taes feráS os primeiros oito de Janciro. E cas feis d: pela
manhãa athé o-meio dia tomaráó pelo tempo ce oito athé quinze
dias do ditto mez. E do meio dia athé as feis da tarde, tomarad per
quinze dias athé vinte etres de Janeiro: edas {cis da tarde athé
meia noite f-guinte, tomard6 por vinte e tres, ethé o fim de Ja
Beiro: ¢ aflim o dia feguinte medido pela ditta ordem, temaco
pelo mez ds Feverciro, e o terceiro dia por Março, e aílim ca-
da hum dos mais, athc (e acabarem os mezes todos.
Affim t26bem viráô em conhecimento do tempo que fe fegui-
rá pelo difcurfo de todo o anno, pelos quatro ventos principa-
es;tendo refpeiro ao curío delles, de dia de S. Joaé Bautifia athé
diade S. Pedro: e qual delles mais curfar neftes dias ( convem a
faber) de vinte e quatro de Junho, que he dia de S. foad, athé
vinte e nove, que he dia de S. Pedro, «ffe vento curiará a maior
parte do anno. Os ventos principaes {a4 ees: Norte, Sul, bute,
Oefte, E advirta-fe, que
o vento Elle he da parte do naícent, e
oO ft do poente.
Affim que, curfando neftes dias vento Norte, que dé fua con-
digad he frio, e fecco, tal denota que ferá o anno.
E fe nos dictos dias curfar mais o vento do Sul, que he humidos:
e frio, tal denota que ferá o anno. E fé nos dictos dias curfac mais
Oventi do nafcenie, 4 he quente, e facco, tar denota q ferá o anno.
E
“Tratado fegundos TOL
E fe nos dittos dias curfar mais o vento do Poente, que he quen-
te; e humido, tal denota que ferá oanno. 4
Mas note-f2, que o que dizemos do Norte,e Sul, feacha ao cô-
trario do que temos ditto, aos que vivem da Equinocial para o Sul;
porque aos taes o Norte lhe denota agoa, e o Sul feccura,

Capitulo 1. Para pronofficar de cada Lua,


quarto, e dia,

Uppofto queno capitulo atráz tenhamos tratado da pronofti-


caçaó do anno em fumma, nad ferd fem caufa moftrarmos 0
mefimo pelo curfo de cada Lua, e feu quarto, e em efpecial
dia por dia.
Quando a Lua for nova, fe a primeira vez, que apparecer, lhe
virmos todo o circulo em roda, fem embargo que tenha claris.
dade mais,que aquelle femicirculo, que o Sol lhe toca pela parte de
baixo, moltra que toda aquella Lua fe feguirá de bom tempo: e
pelo contrario, fe não virmos della mais, que a parte alumiada, e cô
as pontas mui afeminadas, feguir(e-ha o tempo pelo contrario.
Sea primeira vez que a Lua apparecer, trouxer a ponta decima
negra, e ademais branca, denota que no cre(cente delia choverá,
e.no mais curío da Lua fará bom tépo: e fe aponta debaixo for
negra, e a demais branca, moitra bom tempo na enchente, e chu-
vana minguante. E feas pontas ambas forem brancas, e o meia
negro, moftra no principio, e fim da Lua bom tempo,e chuvano
tempo de chêa.
Em cada hum dos dias do anno, fe virmos à noite a Lua de côr
branca, e o tempo quieto, denota ao outro dia bom tempo: e fz
vier amarella, denota agoa, e (2 vermelha vento, e tomando de
duas cores deftas, sffim como amarcila, e vermelha, denota agoa
com vento,e (s branca, e verml5a, Sol com vento, e fe branca
€ amarciia, hora 2goa, bora Sol.
A Lua com circulo ao redor negro denota agoa athé
o tercei-
ro dia. .
Efz o Sul ao nfcer vier muito vermelho,e fem raios, denota
«té o terceiro dia vento com trovoís, e logo calmarias.
G 3 fe:
toi ‘ Thefouro de Prudentes.
Seo Solao nafcer Vier com os raios muito compridos, que parece
que chegaó aos olhós, denota chuva no mefmo dia.
Seo Sol ao porfe'deixa a parte do Poente abrafada, quero di-
zer vermelha, denota ao outro dia bom tempo, e pelo contrario
quando negra, oucom nevoas.
Se às nove, ou dez da noite virmos a eftrella do Norte com fuas
urías claramente, denota ao outro dia bom tempo, e pelo contra
rio na6 as vendo.
uando de noite virmos correr alguma exalaçaõ, que ao vulgo
parece eftrella,denota que ao outro dia correrá vento daquella par.
te donde começou, para donde acabou: e fe duas correrem em co-
trario huma da outra, denota no feguinte dia dous ventos, cada
hum daquella parte donde começou Íua exalaçaõ.
Quando o tempo eftiver bem quieto, e o fumo andar rafteiro
com as cafas, ou os paflarinhos ao recolher das arvores à noite gru-
nhirem hiis com os outros, denotaô que athé o terceiro dia defcon-
certará o tempo: e fe os pardaes, ou paflarinhos miudos (e chega-
rem as cafas, e voarem rafteiros, he final que defconcertara com
frio, neve, ou geada. E fe o tempo eltiver forte, e o fumo das
chaminés for direito ao Ceo, ou os paflarinhos cantarem a alvora-
da, deneta que athé o terceiro dia concertará o tempo.
Para fe faber em cafa o tempo que fe feguirá, fe advirta, fe o lu-
me do lar eftiver da côr ruiva, emalacce(o, e fem chama, denota
agoa ao cutro dia, e fe a côr for branca, e cô chama pelo contrario.
Farfe-ba huma torcida de bom pãno, e lavado, e fe ardendo no
candieiro fizer murraô, denota agoa,e ardendo quieta pelo con-
trario, c declinando com a chama para alguma parte, fem aver
vento na cafa, denota vento 30 outro dia, para áquella parte.
E porg muitas vezes, fem embargo que nos Lunarios fe moltraó
claramente as Luas novas, ha duvida entre muitos homens fea Lua
novaleva dia, ou na6, e de quantos dias {eja quando apparece, fc
faberá pondo bii vo, ou huma peneira diante cos olhos, pelo qual
tantas Luas veremos quantos dias ha que foi nova, e .ifto fe
elcançará em quanto a Lua naõ peffar de 4. dias: e fe a Lua for de hã
dia,e meio, moltrará huma Lua grande, c outra pequena, caílim
fe for de dous dias, e meio, cu tres, emçgio.
Capitulo
Tratado fegundo. 103
Capitulo 13. De como fe farao Noras que andem por fi.
T Res differenças (e podem fazer de Noras, que andem fem
cavalgadura. A primeira, que hum moço ande com ella com
facilidade. A (egunda, que a agoa da melma Nora a faça andar, A
terceira, q ande fem adjutorio algum como adiante o declararemos
A primeira maneira de Nora, fe faz defte modo: aquelle eixo q
eftiver na roda dos alcatrufes, terá na outra póta huma roda maior,
€ tanto maior, que quafi chegue ao chao, e de larga côpofiçaS com
Suas traveflas por détro a modo da cabreftãte, e metido hii mogo na
roda grade quado fe quifer tirar agoa andado por ella da mefma ma-
neira q no cabreftante, cô facilidade tirará toda a agoa q quifer.
A fegunda Nora fe faz cô as mefmas duas rodas que temos ditto,
fendo porem a roda grande feita a modo de azenha de agoa, e ef-
tará apartado defte eixo longe no direito do meio das rodas hã pi-
lar com arca de agoa, para a qual arcairá húcano por ondeirá a
agoa que (air da Nora, e da mefma arca ira outro cano para a roda
gráde, debaixo da qual eftará o tanque onde fe ha de recolher a
agoa, e em huma das pôtas do eixo haverá hi ferro como os da ro=
da do cordoeiro, cô o qual fe fará dar a primeira volta á roda, e tato
q ouver agoa q vá da Nora áarca, e da arca torne á roda grande a
dar nas afpas della, perpetuamente andará athé efgotar o poço.
A terceira, e mais proveito(a fe faz pelas duas rodas ja dittas:
tendo porem a roda grade do eixo para a rodaito traveflas for-
tes; eno rebate de cada huma dellas fe fixará bum pefo feito defta
maneira:ha de ter cada pe(o meia arroba de ferro, repartido affim,
far(e-ba huma dobradiça, q a parte q fe ouver de pegar na roda te-
nha 3. arrates, c a que ouver de ficar folta (eja muito mais côprida,
porq a q fe ha de pegar na roda, baíta que feja tamanha como huma
maô,poré a q ha de ficar folta ha de (er taô gráde q ellas todas oito
cerquem a gradefa da roda, tendo na hafte da dobradiça folta q. ar-
rates, e na ponta della huma bolla ã pefe 8. mas ha de fer feita de
talinvençaõ, q de huma parte fe dobre toda ao longo da roda, e da
outra fe naô pofla dobrar mais q athé omcio: e fendo feita deftz
modo andará em perpetuo movim éto, athé a fazeré eftar queda,o G
feifará metédo td ferro por baixo daquella parte donde a dobradiça
ciliver eltedida,para G na puxe pela roda,como abaixo (e moltrará
G 4 E
104 Thefouro de Prudentes, j
E advirta-fe, que a dobradiça que fe ha-de pegar na roda, naj
‘fez mais ao cafo que'feja a modo de dobradiça, que de engonça,
porque fendo dobradiça, ha mifter cravada na roda com tres pre.
gos groffos, e fendo de engonço, baíta que fe meta pela roda, poré
qualquer que (eja, de huma parte naô (e ha-de dobrar mais qGathé
-o meto, e da outra (s ha-de dobrar ao longo da roda, como nefta
prefente figura parece. :
. Equerendn que eftaroda andecom mais violencia,a dobradi-
ça que fe ha de pegar naroda, tenha quatro arrates, ¢ a cft ndi-
da d:zoito, Ísis na hafte, e dozs na maça, e deíta maneira andará
Com muita mais força.
TRA’ TADO SEGUNDO.
ESTE SEGUNDO LIVRO.
No yak fe trata de coufas mui importantes à Medicina,
c Cirurgia com alguns remedios proveitofos,
e experimentados.

| AO LEITOR.
ARA que naô faça confufas ao Prudente Leitor tra-
tarmos de Medicina, e Cirurgia, e coufas que nad fad
«de nofla profiflas, fe note, q todo o remedio de cura,
que por difcurfo humano fe ha-de fazer, confta de tres
peffoas, Medico, ou Cirurgiad para receitar, Boticaria
para fabricar, Mathematico para fazer eleigaé do tem-
po, em que (e haó-de obrar os medicamentos: e por elta razaó (ad
taô mixtas as (ciencias da Medicina, e Cirurgia com a Mathematica,
que n30 ha Medico fem algum conheciméto de Mathematica, nem
Mathematico (em conhecimento dz Medicina,e Cirurgia: e como
ifto aflim feja, com muita razad fica provado podermos-tratar do
que das dittas [ciencias alcançamos: e o mefmo da Agricultura, q
atraz temos tratado; pois todas as confas inferiores cítao (ujsitas
às influencias das cólteliaçoés celeftes,de que os Mathematicos tem
conhecimento, ¢ alcangad os eftzitos, Gfazé como caufas fegun das.

Capitulo primeiro 1 dvertencias aos Medicos, e Cirurgivens.


Prudente Medico, ou Cirurgiad a primeira vez, que for
vifitar o enfermo, deve de o fazer logo confeflar, ¢ com-
mungar, polio que achsm,que a doença [eja leve, porque defia ma-
eira atiraó a dous proveitos: o primeiro he, que fe o enfermo
VÊ “morte, faio Medico meio deirconfeffade, eo Medico fiza def-
culpado para com o mundo, porqua dizem, quando o Medico o
madou conf:fur,o fentio mortal. O fegundo he, que fio cofsrmo
convale(ce, fica o Medico com maior fama, por fer m atodos
eflar o taldosate conísífado, e facramsntado. E lobre eltz calo,
¢
106 Thefouro de Prudentes.
e obrigaçaô dos Medicos, e Cirurgioés, mandarem comungar aos
enfermos, os fagrados Canones, cap. Ciúm infirmitas de Penit. &
Remif. obrigaõ aos Medicos, e Cirurgioês có pena de efcômunhad
fazeréo acima ditto: porque fe a enfermidade he por caufa do pec-
cado, confeffando-o, fica có cóvalecença, e tambem porque quado
fe manda confiflar o enfermo em meio da doença, pod fer caufa
delle morrer defconfiando de {ua faude, pela apprehen{ad, ¢ def-
confiança de o mandarem confeflar.
Segunda advertencia.
Eaffim tambem devem procurar de vifitar cada dia feus enfer-
mos duas vezes, e juntamente com o pulfo tomar informaçaô do &
lhe dóe, e do que comeo, ¢ fe fez evacuação, porque a verdadeira
cura cófta de pul(o, e informaçao, e naô de agoas, como coftumaõ,
porq as agoas tomadas, e viftas no mefmo inftante, podem dar al-
guns finaes da enfermidade, o que fe naô pode ver nas agoas, q vé
de 3. ou4. legoas, metidas em canas, como coftumaé os lavrado-
res,as quais naó baíta viré defta maneira, mas ainda os portado-
res, (e os Medicos lhes perguntaõ por informaçaó,dizem q para iffo
faô Medicos, e naô fomente efperaõ que lhes adevinhem as doen-
ças, mas ainda querem que lhe digaõ de que idade he o enfermo, e
quantos dias ha que efta na cama.
Terceira advertencia,
O Medico,ou Cirurgiaõ,% ouver de mandar fangrar algué,covem
muito à fua honra acharé-(c prefentes, (e puderem, à fangria, porg
muitas vezes mandaõ fangrar em huma vea, c os fangradores por
naõ a acharem, ou por fer futil, ou por outras razoés, fangrad em
qualquer que fe lhes defcobre, donde fuccede muitas vez=s hum
defaftre 20 doente, e pouca honra ao Medico, porque eu viman-
dar fangrara hii doente na vea dz todo o corpc, e o fangrador, por
nao fe defcobrira vea, fez a fangria na vea dacab:¢a, e comonella
nad. havia humor mao, fahio o bom, ¢ ficou o doente fem vilta.
E affim devé notar, G em céjiigad de Lua, ¢ hum dia antes, e ou-
tro depois, he mui prejudicial a fagria, pelo q fe ha ds evitar no tal
t€po, quando a nece flidade nao feja muito grande, e pelo menos fe
deve guardar 9. horas antes de nova, e 9, depois, porg afte tempo
eitá a Lua infortunada, c co:nbulta, debaixo dos raios do Sul.
Capi=
Tratado Segundo, to7

Capitulo Jegundo para tirar qualquer dôr de cabeça, ou


de outra parte do corpo
Omard6 hum quartilho de vinho branco, e eftsrco de pom-
bas,tudo f-rvido a modo de papas,e pofto em hum panno na
parte onde doer, fe tirara em cétinente,principalmente (e a dôr for
de humor frio,porg fendo de quente,fe tomardd miolos de card¢os
de peflego,e cô leite de peito feitas humas papas,fem chegar ao lu-
me, e poítas fobre a dôr, e fobre ellas poráô folhas de cidréira pi-
cada.
Capitulo terceiro para enxaqueca, e dôr de dentes, om
particular dôr de dentes.
Omaráõ hum pequeno de incenfo branco moido, e com hu-
ma gota de vinho branco, feitas humas papinhas, fem chegar
ao lume, e poítas em tafetá, ou panno morno ao lume, fe appli-
card6 da parte da dôr do dente, ou enxaqueca, e em quanto naquel-
la parte ouver mal, ainda que (e tire a dôr, fe naô poderá defpegar
o emplafto, e como ceffaro mal, elle meímo cahirá por fi.
E fe adôr de dentes for caufada de corrimento, e naó de podre,
pondo-fe no pulfo da parte do dente hum dente de alho esbrugado
tirará a dôr, o qual alho fe naõ apertará muito no pulfo. ;
He excellente remedio quando doer o dente, meter na bota de-
baixo da fola do pé a erva chamada bol(a de paftores, e em duas,
cutres horas fe tirará a dôr advertindo, que quando fe quifer ir;
entad doe muito, e acaba.
Eftenda-fe (emente de meimendro em papel, e botem-lhe por
cima algumas gotas de cera branca derretida, e cô efta compofiçaõ,
indo lançando grão, e grão em brafas vivas, toma-fe aquelle fumo
por hum papeliço a modo de trombsta,com hii buraco emcima, G
poflao fumo ir dar ao d:nte, continuando com ilto por efpaço de
meia hora, 3. quartos, athé hiia hora,tira-fe a dôrsfortifica os détes,
naó fó o déte podre, e arneila poucas,ou nenhumas vezes doe mais.
Tomem-fe buns poucos de ouregãos, e alecrim, e entre-caíco,
de amoreira, ferva-fe tu lo em hum quartilho de vinho branco, e,
lave-(e a bocca com elte vinho,e tendo-fe na bocca hã pouco dei
vinho por efpaço de hum credo, bote-fe fora, e tomará outro.
Para
tos Thefouro de Prudentes. .
Para tirarem dentes fem côr do paciente, em quanto o So! an-
dar no Signo de Aries;que he de vinte hum de Março,athé vinte de
Abril, te tomará hum lagarto, c metido em huma panella nova bem
tapada, fe levará a hum forno a torrar, e com cfítes pós esfregando
o dente, ou gengiva daquella parte, que pertence aquelle (6 dente,
abrandarfe-ha a gengiva, e apartarfe-ha de modo, com que (e poíla
tirar com a mão fem dôr.:

Capitulo 4. Para tirar nevoas dos olhos, ou dor delles,


ou encarniçados,

A duas diferenças de nevoas, fóra as cataratas: huma io-


trinfeca, outra extrinfeca. As de dentro fe tirad com as
agoas com que fe tirzô as de fóra, porem requerem cinco fuadouros
dados em nove dias, hum dia, e outro naô,(c. farfe-ha bum unguen-
to deíta maneira:huma manchea de arruda, outra de artemija, outra
de falva,outra de alecrim,outra de folhas de malvaiíco,q.ou s alhos
ingremes, que fados qus em toda a cabeça tem hum fó dente, e
outros tantos ovos freícos, clara, e gema, emeio arratel de unto
fem fal, Ce tendo fal fe deite de molho em agoa) pifado tudo ifto,
e feito unguento em frio fem lume, com elle fe unte todo o corpo
aarrepia cabello, debaixo para cima, e fe abafe nacama por ef-
paço de huma hora cabeça, e todoo corpo, e fahindo do fuadou-
to, fe tornará a untar com o unguento feguinte.

Unguento fegunde.

* Uma quarta de raiz delirio efpadana, e meia quartade


raiz de malvaifco, as cafc sjde duas, ou tres romaãs, quat-
ro, ou cinco duzias de minhocas,fervido tudo ilo ¢m huma pencl-
la nova, que leve huma canada, e do olho deite cozimento fe to-
mará hum quartilho, e outro de azeite, e rocio arratel de ccbo
a: carneiro morto em Mayo, e capado, duas onçusd: cera nova;
etorne-fe s ferver, e cô ilto fe unte cada vez, q fair do fuadouro. —
. Advirta fe neite unguéto acima, porque he excellente para mute
tas curas. =»
E
Tratado Segundo. "tog
E continuando com acura atrdz, fe fazom duas agoas com as
«quais lavando-os , e enchendo-os por eípaçô de vinte dias pela
«manhãa, c à noite, farad.

Primeira agoa

Arfe-ha hum paô detrigo da terra bem feito, que peze tres;
ou quatro arrateis, e (em dobrez alguma na codea, nem fen-
da pelo meio, porque naô bote fóra o liquôr, que le lançarem; ¢
«depois de cozido, (e lhe tirará da parte de cima huma pouca de co-
dea do tamanho da palma da maô, por onde lhe tirard6 tanto mio-
lo,como hum ovo, e ao mais miolo fz daráã muitos golpes de
huma, e outra parte, de modo que naótoqus na codea, para que
receba em fi hum quartilho de bom melo mais novo, q leachar,
e tornando a tapar o paó com a codea, que fe lhe tirou, a qual cra-
vando-a com alfinstes, porque naó refpire, (e meterá em hum ax
lambique a eftillar, pondo debaixo do paô algumas falhas de cou=
ves fingellas, e eftillado efte liquor fe guarde. :
Agoa Segundas

Em huma bacinica de lataô fe'bote meia canada de vinho branz


«o fem geffo, e oito, ou dez raminhos de louro, outros tantos ds
oliveira, e outras tantas talhadinhas: de toucinho gordo;e outras
“tantas moedas de cobre, e ifto fe ferene 3 noites, e depois fe cde. +

Cura,

“Se a nevoa for exterior, com a agoa eflillada do paô atraz, de-
spois do enfermo eftar na cama, e de coftas, com huma penninha
branca fe lhe enchaô os olhes daquella agoa, e fe deixará citar
hum pequeno de coftas, para que a agoa lavs asmininas, e pela
manhãa, e entre dia lavará os olhos com a fegunda agoa (er: na-
da: iito mefmo (2 guardará nas nevoas intriníecas, com tanto que
tome os fuadouros atraz dittos em nove dias: porém as agoas cor=
teráô com ellas athé vinte dias.
Para
110 Thefouro de Prudentes.
Para clarificar, e clarear a vifta dos olhos, tomar-fe-ha huma
pouca de agoa de Eufrazia eftillada, e defta fe lançaráó humas.
Ppingas dentro nos olhos, e com ifto fe fuftenta, e clarifica a villa.
Tacbem o pé de kufrazia fecco, e bebido no vinho, ou no caldo
fuftenta muto avifta. A Eufrazia he erva miudinha, mais que £.l
da terra, nafce em Março, entrando o 30l em Arizs, e como (a-
he defte figno, logo fe murcha, e confome.
Para reftituir avilta de olho quebrado, tomaremos humaerva
de quafi feiçao de coentro, que neíta terra fe naõ fabe, que coufa
feja; fó o que fe alcança della he o effeito da experiencia; e para
fe alcançar, fe fará o feguinte. No tempo, que criaô as andorinhas,
com hum alfinete furaráo os olhos ahuma andorinha das novas, €
tenka-fe tento, que a pouco efpaço asandorinhas velhas vzô buf-
cara erva, c lhe tocaõ os olhos, e lhe reftauraõ a viíta, no qual tem-
po adeixaõ cair; e efta guardem, porque tem o effsito ditto.
Remedio notavel para qualquer dôr de olhos, he tomar huma
pouca de vaca de boa parte, e fe puder fer da perna, e feitas du-
as talhadas delgadas, aflim frefca, e picada com huma faca po-
nha-as o enfermo à úoite, quando fe deitar na cama, atando bum
panno porcima, porque naô caiaó, e naõ taô fomente tira a dôr,,
‘mas faz purgar pelos olhos todaa reima,. que tem na cabeça,

Capitulo 4, para dôr de onvidos, on fardexs

E Stillarfe-há hum paô sffim, e da maneira como atraz temos


4 ditto no capitulo proximo, e o-licôr, que lançar, fe ufará
delle, lançando delle cada dia pela manhãa, e noite quatro, ou
cinco gotas; ou fazendo mechas. de algodaõ, e molhadas nefte li-
côr fe metaô nas orelhas do enfermo, eifto por.efpaço de oito;
ou dez dias.
Fparareftituiro ouvir, eflillaráôem bã lábique a flôr do pinho,
q (ad os gomos, de q fe fizé as pinhas, quando logo brotaõ, € junto
cô elles deitaráô algum almifcar, e o liquôr,G fe eftillar, ‘guardai 46
em vidro bem tapado, e untando cóelle o ouvido pela parte de fó-
ra, ao pededcr da reigada da orelha, e dentro no cuvido pondo al-
godaô molhado com efte licor, continuando. por alguns dias farará.
Capítulo:
Tratado fegundo, ; o ME

Capitulo fexto para alporcas, e tirar fanguifigas.


Urgaráo o enfermo de alporcas com a purga de mechoaçao,
e ruibarbo, fegundo no capitulo 22. abayxo ( onde trata das
boubas ) largamente fe contém. E depois de purgado, tomaráó
meio arratel de raizes de filependola, c feito em pós finos, os re-
partiráó em trinta ecinco papelinhos iguaes, ¢ {e porad em al-
gum vafo, ou parte onde eftejaô bem guardados, c cada dia dei-
. temos pós de hum deftes papelinhos, por modo de adubos na pa-
nella do comer do enfermo, que ferá gallinha, ou carneiro; e
acabados os papelinhos, ferá faõô nos dittos trinta e cinco dias, com
o favor de Deos. .
Para ás chagas dellas fe curarem com facilidade, lhe botardo pe-
la manhãa, ou à noite huos pós, de que fé trata no capitulo 23. on-
de fe trata das chagas velhas,e ifto cótinuando dez, ou onze dias.
Paratirar (anguiíúgas, encherfe-há hum canudo de farinha de
favas, e metido pela bocca, que tiver as fanguiftigas, o que (e puder
meter, de modo que fiquem perto da fanguifúga, lhe affoprard6,
e tanto que a farinha de favas der nella, defpegará com facilida-
de, ecahirá.

“ Capitulo feprimo para cancros, e para


abrandar o peito,

M quanto durarem os caniculares, que: faô de 24. de Julho


athé 23. de Agofto, fe toftaráô huns poucos de caranguejos,
eos faraô em pós, celtes pós mifturados com os pós do capitulo
23. onde fe trata das chagas velhas, continuando com pulverizar o
cancro por efpaço de hum mez pela manhãa, e tarde.
Paraabrandar c peito, que (eja de frio, quer de catarro, e a-
clarar a voz, tomaráô duas, ou tres onças de fermento de trigo
da terra desfeito em meio quartilho de agoa, ecoado lhe lença-
ráá duas onças de lambedôr deavenca, e duas de violado, e du-
as de açucar; e tudo ifto morno ao lume fe tome à noite ao dei-
tar na cama, ¢ farará.
Capi=
Ha Thefouro de Prudentess
- Capitulo oitavo para'a melancolia: do coração, e pará o figado.

Izemos melancolia do coraçaõ, nad para fazer: diflinçao de-


D q haja outra, mas para moftrarmos, q na6 pode haver melã-
colia, fem haver paixad,.owagaftaméto no-coracad;. pelo que og
medicamentos. applicados-a ella, devem fer com coufa G alegre;
eaugmente os efpiritos vitaes do coraçaõ. Pelo que a peffoa, que
for fujeita a melancolia, deve o mais que puder, fugir de enojos, ¢
dar-fe aconverfagad de peffoas.alegres, € ver: campos verdes, ¢
delcitoíus,, e veítir de cores vermelhas, e trazer fobre o coraçaô
huma onça de açafraô em panno de beatilha, ou outro qualquer, G:
feja taó ralo, que poffa cômunicar-a virtude da açafrad ao peitos:
e nas comidas ufe dellese fendo peíloa q pofla trazer comfigo anne-
is, ¢ cadeas de ouro, principalméte no dedo annular, q efá junto ao:
meminhos porque a elle vem do coraçaô huma vêa, pela qual fe
cômunicará a virtude;e applaufo do ouro ao coraçao. E quando
huma pefloa citcja como accidente della he proveitofo, poden-
do fer, pdr fobre o coragad huma madeixa: de fedavermelha, e
aquando nad, hum panno vermelho-novo, chegado ao lume, e:
quente pofto fobre o coraçaõ:
He taô principal parte do corpo o figado, que naô pode haver~
mal no corpo,;que o figado naô participe; porém a maior paixaô
do figado he caufada de humor: quente: pelo que fe hads notar, G.
a peffoa que fe fentir cô quentura nas maôs demafiada, e as maôs
afperas,o primeiro remedio he, naó bebxr vinho, e bebédo-o feja
agoado: e para remediar, e applacar aquelle fogo he proveito(o
em nove dias continuos ao leventer da cama tomar duas gemas
de ovos crús frefcos daquelle dis, fe puderfer: e note-fe que na6-
haô de irinteiros para baixo, porque fe hz0-de quebrar nabocca,
porque aflim vad: refrefeando as partes do carpo,.antes de che-
gar ao cltumago:. e quem for tad pobre, que naô polla ufar
difto, podé em lugar de tas gemas: tomar-cada. marhãa meio quat-
tilho-de agoa de fonte, trazida naqueite mefmo dia, cao tempo -
de a levar naô a beberá-de pancada, (enad fuccellivamente, pou- -
€O 2 poucos. '
Sos
Tratado fegundo, 113
Ss houver algumas chagas,ou em alguã parte exterior houver al-
gum fentimento, fe poráô humas papas naquella parte pela ma-
nhãa, e á noite, e feráô as que tratamos no Capitulo 23. onde fe
trata daschagas velhas.
Capitulo nono para gota coral, e arthetica.
Gota coral he differente da gota arthetica, porque a gota
: coral he hum eftillicidio, e eflillaçao geral da cabeça entre
o'cafco, e o miolo, ¢ quando cahe aquella gota de eftillagad no
miolo, caufa aquelles terremotos, e accidente, e quanto mais
em tempo de paixaô,que a pefloa tome, mais acode. O remedio he
que o enfermo tome por eípaço de quinze dias cada manhãa meio
quartilho de Izite de egoa branca, ou limaduras de corno de vea-
do, ou figado de lobo, ou de pégas, toftado, e eftes pós botados no
vinho branco, e bebidos pela manhãa, e noite.
Agota arthetica fe caufa de fobejidad de bumor frio, 'ou quente,
eaffim com fua groffidaé entaipa às nervos, e vêas, e as engrofla,
eencolhe, e he quafi fimilhante aoutra enfermidade, q chamad
corrimento: pelo que fe hade notar, que para applacar efta côr, he
medicinal a bofta do hoi frefca, pofta naquella parte, que doer, ou
mortinhos fritos em azeite, poítos na mefma parte, e quando a
gota feja de humor frio, fuppofto que o vinho fe tenha fer prejudi-
cial para ella, todavia fe fe tomarem quatro camadas de bom vi-
nho branco, e huma de folha, e flôr de alecrim, e fervido tudo
que mingoe a quarta parte, e tome cada manhãa,e noite hum copo
defte vinho athé fe acabar, e fe o humor for calido, pórfe-haô fobre
adôr as papas,que trataremos no Capitulo 23. das chagas velhas.

Capitulo decimo para Opilacao, on Baffeira, ou para Afma.


Doente de opilagaé, ou baffeira, fe ao levantar da cama
por nove dias continuos tomar hum caldo de agrioés fc fal,
e com bem mel, e az-ite recuperará faude. .
Paraafma, fe tomará quantidade de folha, e flôr de alecrim, que
fe fecará ao ar, a qual moida f: tomará do feu pó fino húarratcl, e
fe deitará em huma canada de mel. dz fio,e bom,o G tudo bé mexi-
do, e pofto a ferenar, delle irá tomando o enfermo huma colhér á
noite, € outra p:la manhãa por tempo ds vints dias, e farara, é
4 Thefouro de Prudentes.
k advirta-fe, que (e no cebo de nove dias,athé os quinze (e achar
o doente com maiortoíle, e enfadamento que dantes, (erá fo Del.
te tempo, porque fe defarraiga o humor, que eftá no bofe, o que 6
durará athé os 1.dias, dahi por diante hirá melhorãdo athé farar:
e fe o doente for de compleiçaó calida, pode fazer cíta cfpecie có
açucar, em lugar de mel.

Capitulo tt. para dôr de tripas, e de madre, e de collica.


> Ara dôr de tripas, collica, « de madre, tomar(e-haô as cami»
| fas, ou pelles das nozes esburgadas, digo a cafquinha, com q
eitd o amago das nozes coberto, ¢ (ecca efta cafquinha,e feita em
pó, delle fe deitará em vinho a quantidade, que fe péde tomar com
hi toftao, e bebido no tempo do accidente,he approvado remedio.
Para o meímo, fe tome baga de louro,e pifada, e feita em pós,
e deitados em vinho da mefma maneira acima ditta, tambem he
provavel remedio.
Paraa coilica, e para fe prefervar della;'fe tomará de huma her-
va, que fe chama targa, do modo de alcaçús, que fe acha junto da
torre, donde chamaô Almorol, e tomando da raiz bum pequeno,
e pofto no colar do veítido, ou nos calçoés, naô fomente tiraa dôr
da collica, mas ainda preferva della, a
E eftando com o accidente de collica, fe fe tomar hum bonico
de afno negro , ou efterco de ratos feito em pó, e deitado em
agoa, ou vinho farará.

Capitulo 12. para a dor de pedra, e de angurria,


Araa pedra (e tomará quantidade de pevide de laranjas que
paflem de duzentas, maduras, colhidas em Mayo, e buma
meia onça de efterco de ratos moido, e peneirado, deitado em
meia canada de bom mel, e tudo bem millurado, fe porda (erenar
por nove dias, e depois tomando huma colher cada manhãa, e noi-
te, athé fe acabar, levando as pevides affim enteiras.¢ nad fomente
desfaz a pedra, e acura, mas eftando com o accidente della, fe
tomar huma colher deita efpecie, encontinente a lançará desfeita
emarêa. E advirto,que as pevites,para melhor,(cra0 de laranjas ve-
.Ahas colhidas em Mayo podendo fer. i
. He
“Tratado fegundo, ns
He cxtremado para a pedra trazerem hum anel vafado buma
pedra,
que chamzô da Egada, ¢ hade andar ella pscra co socl de
modo, que toque a carne.
Para angurria, tomando fangue de huma gorda gallicha, com
fuas enxundias, e tudo bzm delido, e fe a pelloa for grande duas
gallinhas, e quanto mais melhor, e depois-lhe duitarão duas oita-
vas de açaffraô, que mexido tudo ficará coma unguento, e affim
quents deprefla como fahir da gIlinha, fe untaráô virilhas,e barri-
ga, do embigo para baixo; eo membro, ¢ por baixo delle athé o
cabo, é em pouco eípaço ourinará.

Capitulo 13. para quebradura, camaras, e almorreimas.

Ara quebradura fe tomará huma onça de folda de homo,e


meia onça de folda comniua, e outra meia de beijoim de bo-
ninas, meia de fangue de Drago, meia dz graxa almcílega de cravo,
esnella, cincento, e ilto tudo bem pifado, e millurado tudo, fe fa-
ça hum emplafto, e peíto em panno de côr quente ao lume, &
poito fobre a quebradura, fe acharáo bé com a ajuda de Deos.
= Para a quebradura tacbem he bom tomar-fe a pederneira de côr
de fogo feita em pó, e bem peneirada, e com pós, ou çumo da
herva chamada pés columbinos, e poftos na quebradura,ou feja ve-
lha,ou nova, apertaô, e confervaõ.
Para eftancar camaras (e tomará hum pouco de çumagre moido
e peneirado, e deitado em vinho, e bebido, farará: ou tomar
agalha do carvalho em pó bebido em vinho por duas, ou tres vczes
e o mefmo effito faz hum carangusjo toltado,e dados os pds a
beber. em vinho, ou em agoa.
É tambem tripas de carneiro, ou de capado, cofidas fimplefmen-
te fem concerto algum, e com efte caldo, fe lançará ajuda (omente,
E advirra-(e, que (e as camaras forem de fangue, ferviráô as tris
pas de chibarro, e fe forem das outras, ferviráo as de carneiro.
Para as almorreimas fe tomaráó os pós do dente do cavallo mas
finho, e bebidos em vinho, ou em agoa por alguns. dias farará: ou
feito o emplafto com os mefmos pds convem
a faber, úntatido as
Gadeiras com mel, e deitat-lhos
em cima.
4 Ha Para
116 Thefouro de Prudentes.
Para omefmo fe tomaraé folhas de figueira, e (e for de figos
pretos melhor, e cozida em agoa, com a qual fa lave o fundamen-
to, fe achará bem.

Capitulo 14. para eflomago damnado, ou feja de frio, ou por canfa de


algum boccado, que tenha tomado,

Omarfe-ha huma panella nova, e nella fe deitará meio al-


mude de vinho, e mcio arratel de folha, e flôr de alecrim,
e huma quarta de folha de flôr de rofmaninho, e fervido tudo athé
fe gaítar a quarta parte, dspois de coado fe torn: 4 mefma panella,
e hirá tomando o doente manhãa, e noite hum copo delle athé fe
acabar.

Capitulo 15. para definchar pernas, e Hidropefia.

Ara definchar o pé, ou perna, fe tomaráô buns poucos de en-


gos fervidos em agoa,eftando primeiro de molho tres, ou
quatro horas, ¢ depois ds fervidos, fe porá o pé porcima do tacha
no ar coberto com hum panno de lãa,para que fe naõ vá o bafo, que
fahir, e tomando aflim efte fuadouro athé a agoa eftar para fe poder
meter o pé, nella fe lavará o pé, ou perna: e feito ifto, fe recolha
logo o pé na cama debaixo do fato,c efteja por bomefpaço, e fe
fuar, melhor, o que continuando manhãa, e noite fe definchará.
Tabem he bom, fe o humor he calido, em tres dias pela manhãa,
e à noite cobrir a perna inchada com as papas, de que fe trata no
Capitulo 23. daschagas velhas: e (eo humor for frio, fe untard a
perna com unguento de lirio, de que fallámos atraz no Capitulo
guarto das nevoas dos olhos.
Paraa hidropefia (e eflillaráô as nozes verdes, quando efia6 ain-
da taô tenras, que deixa paflir a cafca com quelguer páo, ou
ferro de parte a parte, e quebradas em pedaços, ou bum pouco ma-
chocadas, eftilis!tas-ha5 em alambique,e c o liguor,que lançar, fe to-
mará mciataça todos os dias pela manhãa, e noite, lançando-lhe
dentro pós muito finos de farro de vinho, quento (e tomar com
hum toítaô, e bebido,continuando 20. ou 30. dias;farará,
, E
Tratado fegunda. 17
* E para & efta agoa fe conferve todoo anno, fe porá em bum vi-
dro tapado, e lançar-lhe had dentro hum torrad de bom açucar em
quantidade, que a poffa confervar,e fendo antes mais, que menos,
quanto melhor, como para cada canada, meio arratel de açucar.

Capitulo 16. para a ciatica, ou defencolher os nervos.


Ara a ciatica fria fe queimará alecrim,(e tiverem quantidade,
fenaô vides, ou lenha forte, de cuja cinza fe encherá huma ti-
géla eftando bem quente, e cubriráô a cinza, que eftiver na tigéla
de folhas de alecrim bem efpeíTas humas fobre outras, e lançar-lhe-
had por cima hum panno ds linho, e apertado o panno pelo fundo
da tigéla, a modo de atabaque, e polta fobre a puntura da ciatica,
indo quente fofrivelmente, e eft ja afim bom cfpaço, e quanto
mais melhor, porque o fuor poíla penetrar, e tirará a dôr, € cia-
tica brevemente.
=“ E fx a ciatica for de humor quente, cobriremos aquella parte das
papas, de que fz faz mençaõ no Capitulo 23. das chagas velhas.
E para d:fencolher os nervos, fendo de humor calido, fe ufará
das mefmas papas do Cap. 23. das chagas velhas, e fendo de hu-
mor frio, fe ufará do unguento do lirio do Capitulo 4.

“Capitulo 17. paravir omez à mulher, e eflancar o


flúxo de fangue.
Ara fazer viro mez à mulher,ferá proveitofo quatro,ou cinco
dias antes do tempo, que lhe coftuma vir o mez, untar a barri-
ga pela manhãa como unguento do lirio atraz declarado no Capi-
tulo quarto, e ao cabo dos dias tomará pós de arte mija {ecca ao ar,
os quais pós feráô da folha, ou flôr da ditta artemija, quantidads
quanta fe poffa tomar com hum vinté, e lançada em hum ovo fref-
co mal aílado, e mexido com o dedo o beba, e logo lhe virá def-
cendo o menftruo, ainda que feja retardado: e fe acafo for,ã venha
mais do neceflario, tomé humas talhadas delgadas de carne de cer-
Reicoy ¢ cftenJidas em huns pdofzinhos, na bocca de huma tigé-
la vidrada, ou bacinica de barro vidrado, fe ponhaô no forno a e(-
tillar, e beba acuclle liguor, q lançaré, e logo eftancará o fangue.
8) Save
118 Thefontô de Prndentes.
Serve tambem eftelicdr da eftillaçao do carneiro, para fluxo
de fangue, e para camaras, que naõ faô de fangue.
Para dôr, ou opillaçaó de madre, ou que anda mal limpa, tome
hum arratel de agrioés, outro de neveda, e outro de ortelãa, tudo
cortado à thefoura miudo,e fervido em mel, a modo de mel rofa-
do; depois de frio tomaráõ cada noire, e manhãa huma colher por
tempo de nove dias, e fe fentir, que fe e(querta alguma coufa, lhe
botaraé nzite cofimento duas ongas de xarope ‘de nove infufoens,
econ ifto (¢ achard bem coma ajudade Deos.
Para todo o fluxo de fangue, dos-mef{mos pés, que atraz temos
tratado, da pederneira da côr de lume, em o Capitulo 13. tomando
quantidade de hum didal de mulher chêo de vinho, ou agoa de Al-
quetira, fe eftancará: e fe for em agoa de çumo das ortigas vivas,
dêpois de aflentado, ou loga efpremido, ferá melhor.
Tambem para efte effzito he proveitofo hum pequeno de couro
de odre, ou de borracha velha, queimado, e feito pó, e dar quan-
tidade delle'quanto encha hum didal em cada huma das agoas a-
cima.
: Para reprimir qualquer ferida,a herva chamada pés columbinos,
pottas fuas folhas inteiras, ou pifadas na ferida, ou parte, que haja
fangue, une, € ajunta a ferida outra vez, como dantes.

Capitulo 18. para tirar callos, frieiras dos pés, e verrugas,

Ara fe tiraré callos donde quer,que eftiverem,fe botaráG dous


ou tres buzios em çumo de limas de modo, que fiquem cuber-
tos do cumo, 9 qual por efpaço de poucos dias os cesfará, e có efte
sumo affim fe untem os callos tres dias pla manhãa, e à noite,e
paffados elles cahiráo.
Fara verrugas as raizes de hunslirios,que fe criaô nos montes;
aos quaes chamaó abroteas, eftes pifados, poltos fobre as verrugas
por tres, ou quatro dias, fe desfarád.
Para friciras mcio quartilho de agoa, e meio quartilho de fal,
e huma, ou duas cabeças de alhos, e ferva tudo, e quanto quente
poder fer fe lavem as friciras pela manhãa, ou à noite por dous;
qu tres dias.
Capi-
Tratado fegundo, 19
Capitulo 19. para todo genero de maleitas, e para faffio.
O dia,que ouver de vir a feza6, fe colherd pela manhãa pes
N lafrefcaiquantidade de rabaças,as quaes fe pifaráô em parte,
q fe naô perca o çumo, é affim pifadas, fe faráô duas bollas dota-
manho ds bum punho cada huma,e como o enfermo fc fentir com
. frio, fe deite na cama, e meterlhe-haô debaixo dos braços, em ca-
da hum dos fovacos fua bolla, e atadas com hum panno, fe a-
bafe, e fofra a febre, e frio com ellas, e fará ifto em tres fe-
zoens.
Para o mefmo quando houver de vir frio,ou febre,terfe-ha mif-
turado quantidads de azsite, e vinagre, que tudo faça meio quar-
tilho, e fentindo a maleita, tome efte liquor, enad fe enfade fe
vomitar.
Parafaítio,em hum quartilho de vinagre forte, fe cofa huã maõ-
chêa de rabagas, e com ifto fe lavem às fontes, ¢ pulfos, e plantas
dos pés. .
Capitulo x0. paraevitar fangria, on febre continua.
Bobora pifada, ecom o çumo della untar os lombos bran-
damente, mitiga a febre, ¢ faz dilatar o tempo, fe ha milter
fangria.
Para o mefmo he muito melhor artemija pifada,e com o cumo
della fe correraé os lombos com huma penna, de modo que fe nad
toque no efpinhago, e fe for para febre cétinua, fe untara com ifto
cito, ou dez dias, pela manhãa, e à noite.
Capitulo 2.4. parafebres malignas.
[) Ara febres malignas, fe tomaráa herva chamada Efcordio, pi-
fada em pó , duas oitavas deitadas em' meio quartilho de
agoa, e ferverá athé levantar fervura,
e coada dalla a b.ber mor-
na ao enfermo tres, ou quatro dias,)huma vez cada dia, fangrando-o
primeiro,e ao fegundo dia lhe lançaráô huma ajuda ordinaria: e
ao terceiro, ou quarto dia à noite fe purgará com a purga de Rui-
barbo, como no feguinte capitulo 22, trataremos, e fe fe efquen-
tar, fe fará a eftillaçao do capitulo feguinte 22. deixado a egoa mo-
larinha, tomando em feu lugar a agoa clara do pote. E advirta-fe, q
ainda q a decõem do Elcordio,amarga muito, porem fara, e be cen-
tra acorrupçaõ, A :
‘ H 4 Ca»
- o
120 Thefouro de Prudentes.
Capitulo v2. para curar boubas.

Ara curar boubas, e para opilaçoens de madre, e humidades,


(e fará bum xarope sem que entre raiz de funcho, herva mo-
larinha, raiz de aipo, raiz de falça, raiz de avenca, partes iguaes,
rafpadas, e limpas, e ferveráô bem em fogo lento em tres quar-
tilhos de agoa, athé que mingoe hum: a meia canada coada a torne
a ferver com boa copia de açucar athé que (e encorpore, ¢ cfte xa-
rope fe tomará por quatro, oucinco manhaãs, e no fegundo dia
tome huma (angria na vea de todo o corpo, tirem-lhe finco, ou feis
onças de fangue, e no terceiro dia fe torne a fangrar na vea da
arca, e tirem-fe quatro onças de fangue, e no quarto dia fe purgue
com Canafiftola delida, com huma oitava de Ruibarbo. E fe o mal
for forte, e o enfermo robufio, havendo muito humor fe purgue
delta maneira.-
Se tomará huma oitava de Ruibarbo toftado brandamente de
modo, que naó fique torrado, fenaô enxuto ao ar do fogo, e miltu-
rado cô duas oitavas de mechoacaô bem engomado, fe pife tudo
mifticamente, e em pó fino; convem a faber mechcaca6, e Rui-
barbo, eeftes pós fe lançem dando meia noite em; huma onça de
lambedor de violas, ce o enfermo leve tudo às colheres, e durma
com ifto fe poder, e quanto quifer, e quanto mais dormir melhor
ferá: e acordando de huma vez, naô durma mais por nenhum cafo,
e como ceflar da purga, coma fua gallinha, ou carneiro, naô tendo
gallinha: e naquelle dia, e no feguinte n26 ufará de cura alguma,
E advirta-fe, que fe naô for ds compleiçaó branda, e fentir o
ventre empachado, tomará aquella tarde antes da purga huma
ajuda parareparar, ¢ (cao dia da purga tardar a purgaçeõ, tome
outra ajuda de gumo de cebolla, ¢ oleo rofado, e logo purgará.

Ordem da cura.

Ntes de fé purgar hade ter em cafa huma efpecie compolta


defta maneira. Seis onças de pós de falça-parrilha boa, e
que fg troça, e naô quebre, € fe pife crua fem chegar ao fogo,
porque
=
Tratado fegundo. ii
porque nifto efta tudo, quatro onças de páo da Chinabom, q naõ
feja carunchofo, nem farnento, nem muito .pefado, e alvo, tres
onças de filepodio de carvalho feito em póye tres onças de Sene
em pó, e huma onça e meia de mechoacad engomado em pó, hu
ma onça de todas ss flores, huma onça de Epitomo em pó, huma
onça de hermodatilis em pó,buma onça de fidopendola em pó,doze
onças de xarope de nove infufoés, tres oitavas de Elcordio em
pó, huma onça de bifcoito alvo, quinze onças de açucar em pedra,
quinze onças de mel de abelhas, e fe o enfermo for muito callido,
feja tudo de açucar fem mel. E tudo ifto preparado, derretido pri-
meiro o açucar fe lançará nelle, e fe dê huma volta no fogo brando
quanto encorpore fomente, e fe guarde efta efpecie.
Preparar-fe-ha mais huma onça de páo de falfifras em rachinas
miudinhas, e difto fe tome duas oitavas, e fe lance de molho em
quatro canadas de agoa, por efpaço de vinte e quatro boras, e
depois ferva em fogo brando de modo, que naô levante cachaõ,
fena6. quafi com quentura do fogo gaíte a terça parte, aqual agca
fe guardará em hum vafo novo, e o páo fe enxugará á fombra,¢
bebida cfta agoa pela ordem abaixo ditta, fe fará outra, ou outras
fendo neceflarias do mefmo modo.
E no terceiro dia depois da purga, como eftd ditto, coftumard o
doente tomar defta efpecie cada dia por manhãa, e à noite huma
colhér duas horas depois, que cear, ¢ pela manhaa eftard na cama
quieto com efta efpecie huma hora, ou duzs, fobre aqual toma<
rá meio copo de agoa acima ditta morna, e depois fe pode erguer,
com tanto, que naô faça exercicio,com que aqueça.
Comerá ao jantar carne de aves, carneiro, cabrito, coelho, €
affim paflas, amendoas, bifcoito:continuará a cura quinze, ou vinte
dias, e athé trinta, fegundo o humor, e às vezes ballará dez, ou
doze dias.
Para refrefear.

& F porventura o doente for taõ calido, que fe efquente, fe to-


mard6 entrecafcas de raiz:s de malvas bé r; fpadas, e limpas,
e com açucar, e agoa de molarinha, conforme a quentidade das
malvas, cifto fe cftille, e do liguôr, que fe eflillar beberás ‘ qual
iquôr
122 Thefonro de Prudentes.
liquôr tambem he bom para fe beber os dias,que o enfermo defcã.
gar de mefinhas, por.rcfpeito da quentura, que pode ter recebido,
e refrefcado, torne à cura logo, e tambem fe quifer, em lugar da
agoa molarinha, lhe pode deitar agoa de borragens, c o açucar feja
em quantidade.

Capitulo 23. para todas as feridas, chagas novas,


é velhas

Ara todas as feridas fe ufará da pederneira da côr de fogo,


feita em pó,com os guaes pulverifando a ferida, rotura do
vco, ou quebradura, fazem efeito maravilhofo, e milagro(o.
- Para aschagas novas, ou velhas, lavadas primeiro com vinho
morno, € aimpando-ascom hum panno limpo, e depois deitan-
do-lhe dos pés febredittos, farardd; chamam-fe eftes por de Sala-
mao, ¢ {a6 milagrofos..
: Eparaome(mo fe advirta, fe achagaefta imflamada, lhe potás
pela manhãa,e à noite humas papas feitas deíta maneira; tomar-
fe-ha meio quartilho de çumo de herva moura, e leite de peito de
mulher faz, partes iguacs, e com farinha de cevada bem peneira-
dafe faráô humas papas bem mexidas, fem chegar so lime, e no
dia feguinte fe vejaa chaga fe deita materia; porque havendo-a, he
final de haver carne podre, a qual fe irácomedo porefiaforma. >
Tomarfe-haô as folhas da pimpinela,e feccas zo ar, fe pifaráõ, e
feitas em pófino, e peneirado, fe deite pela manhaa, enoite na
ferida, cu chaga; e fendo ferida,q leve mecha, unte-fe a mecha no
-cumo deftas folhas verdes pifadas, e quando nad derem çumo baf-
tante, fe lance hum poudo- de leite de peito, e efpremido no licôr,
que. deitar, fc molhem as dittas mechas, continuando pelos dias
necsfíarios do modo acima dirto, pondo fobreas mechas, e pó as
folhas da ditta pimpincla-verdes,. e paflados cinco dias; ou os nº-
ccffarios, fe poráô as folhas fobrea ditta chaga fem pós; efe naô.
poderem achar as folhas da pimpincla, em feulugar podem ufar
das folhas do amiciro, e bencfe, que tem a:mefma virtude,

Capitulo
Tratado fegundos 123

Capitulo 2.4. para curar huma ferida pela primeira intengad,


e para a farna.

Ata curar qualquer ferida pela primeira intençaó, (e tomaráõ


P huns poucos de pósfinos, e pencirados de folhas, e flor de
alecrim enxuto, e fecco ao ar, e naõ ao Sol, e com huma clara de
ovo, feita huma maía, e pofta fobre a ferida,em'r2. horas ferá faã.
Para farna (e tomará meia canada de agoa de tanchagem, ¢
meio quartilho de agoa rofada, e a metade de meio quartilho de
agoa ds flôr, toda junta em hura vidro (em pé, e deitarlh2-ha6 den-
tro huma onça de folimaé (ublimado, feito em pós finos,o qual fe
meterá dentro em hum vafo, ou tacho com agoa, o qual fe pord a
ferver com o vidro dentro por pouco eípaço, quanto baita para
fe encorporar:tirs o vidro, e o embrulhe em hum panno athé que
arrefeça, por naõ eftallar com frio; com a qual fe molharáõ à noits
com hum panno molhado nella, ou em todo o corpo, ou onde eltá
a farna, e naõ vifta cami(a, nem fe deits (em (e enxugar, o qual ba-
nho fará huma noite, e outra naô, athé que fare.
. E advirta, que à primeira vez, a farna engrofla muito, ¢ na
fegunda o me(mo, e na terceira feccando, e nas outras efcafcando, -
ecahirá ficando o corpo faô.
E advirtaõ, que quando fe quiferem banhar, revolveráõ, e en-
xagoaráô o vidro, por amor do folimaé, que elta affentado no fun-
do, e banhando-fe lhe arderá: c tambem he bom; quãdo fe molhar,
tapar os narifes com hum panno, porque aquella fortidad nad lhe-
entre por elles, e lhes caufe corrimentos.
E advirta-(e, que fe a peflva for pequena, ou fraca, fe deftem-
pére, deitando-lhe alguma agoa de tanchagzm,jou rofada, para que
fique mais branda; € em quanto fe curarem, naô he bom beber vi-
nho, mas dieta: ef: for veraõ, e o corpo tiver muito humor, ferá
bom purgar-(e primeiro cô huma pouca dz canafiítola,
Parao meímo fe tomardd quatro arcatzis de= raifes ds efpadana,
a cujas raifes chamaô abroteas, e cortadas as barbas, elavados fe
pifem c6 meio arrate] de unto fem fal, e lancé-lhs hum quartilio
é : de
124 Thefouro de: Prudemtes, _
de ourina de meninos, ¢ cumo de meia duzia, ou duzia de limas,
e fe as raizes forem de-pouco çumo,fe lhe acrefcentará outro quar-
tilho de ourina, e mifturado tudo, fe porá o doente ao lume de-
noite, e fe rafpará à fua vontade, e no maior ardor dacollcira, fe
unte com o licor fobreditto por tres noites continuas, ¢ ferd fad.
logo.
Parao mefmo fe tomará duzia e meia de figos do Algarve re-
cheados, e em tres noites frigiráô cada noite em azeite feis, e
como azeite fe unte o doente, e coma os figos.

Capitulo 25. das propriedades das pevides da cidra azeda,


e dahervachamada pés columbinos.

A S pevides da cidra azeda {a6 para tudo, o que ferve a pedra:


bazar, as quacs guardadas duraô: fem corrupçaõ, nem bolôr,
nem humidade: o amago da cidraazeda he bom para a peíte, e fe-
bres malignas, e guarda-fe todo o anno nefta forma. Lançado hum
arrate] defte amago, e meio arratel de açucar, e meio quartilho-
de mel, e tudo mifturado, e chegado ao fogo em quanto aqueça,
e guardado como açucar rozado.
Da virtude da herva chamada pés columbinos, Ha duas differen-
gas defta herva, e ambas fa6 da me(ma feitura, (6 fe differengad na
cér dos pés; porque huma tem os pés-brancos, e a outra vermelhoss.
faô ambas de pés cópridos, e a folha a modo de malva brava. As
dos pés vermelhos tem virtude de apertar, e ajuntar as feridas, pi-
fada, e pofta fobre a ferida.
As dos pés brancos tem virtude de ajudar atirar algum oflo, q;
anaturefa deve'deitar fora, pifada,, ¢ pofta fobre aquella parte.

Capitulo 26. paratingir a barba, e tirar manchasda rofltes,


e efpinhas carnaes, e dourar cabellos.

Ara tingira barba-fe botará de molho: calem pedra em humm:


valo por efpaço de oito dias, c eftando. molle fe tirará a
q! antidade, que parecer, em que (e ditem pós dechumbo,e pós de
- fefes de ouro muito finos, e moidos, e fe quiferem a côr da barba:
mais.
Tratado fegundo. Ng
tinais preta, deitem-lhe mais pós de chumbo: e queérédo-a mais rui-
va, botem mais dos pós do ouro, c feita maíla fe porá na barba,
ou no cabello fobre huma folha de couve por cfpaço de duas, ou
tres horas, e depois fe lavaráô, e ençaboaráó, € ficará tinta,
como eftd ditto, athég nad creçao cabello.
Para o mefmo fe tomaráô folhas de figueira preta toltadas,¢
feitas em pó, a que (e ajuntará o oleo das camarinhas, e (e fará hum
unguento ralo, de modo, que fe pofla molhar nelle panno, eons
146 com elle ocabello cea dia, ¢ f: rfe-ha preta.
Para tirar as manchas do roftro tom.aráoé hum limaó grande, e de
parte de cima (e tirará em redondo grandefa de hum'rcal e meio, '
e logo por aquelle buraco (¢ Ihe tirara 0 amago, quato pofla (ahir4
boamenteltem tocar na cafca,e deitar-lhe-ha6 dentro meia oitava
de Alcanfor, e o acabará6 de encher de açucar em pedra, e (obre
o açucar lhe poráó hú, ou dois pães de ouro, e tornãdo-lhe a por a
coroa emcima, e pregada có dous alfinetes de modo,que naé refpi-
rese poíto em huma tigéla de reícaldo athé que fe desfaça o açucar,
€ comilto quente á noite untc o roftro, e pela manhãa (e lave, não
fomente lhe tira as manchas, mas ainda adelgaça o caráô.
Para as efpinhas carôaes fe tomaráô duis moedas de azougue, €
banha de porco, tamanha como dous ovos de pomba, e tudo bem
mifturado, fe untard o rofto, e parte onde eftiver2 efpinha, mas
de modo, que naé chegue aos olhos, nem bocca, comifto por ef-
paço de tres dias naô faia ao ar, e ficará faô.
Para dourar os cabellos fe tomará huma tigéla de tramóços, q
naô (ej26 cortidos, cozidos em duas canadas de agoa, athé que min-
goe pouco (mais, ou menos ametade, e coada em panno de linho
delgado, e molhado nella, fe banhem oscabellos, e feraô louros.
Parao meímo fe tomará a herva chamada fedegofa macho, ¢
queimada, e com a cinza della fe faça decoada, com a qual lavem
os cabellos.
Capitulo 27. para purgar com facilidade qual»
quer humor,
Ara turgar com facilidad por tres dias cortinuos pela ma-
nhãa ant.» de fe levátarem da cama,tomard6 hums porgelana
fica de xarope delta maneira; tomaráô huma mauchê. de ortigas
mortas
116 Thefouro de Prudentes.
mortas fervidas-em meia canada de agoa athé mingoara ter¢a par
te, clogo fe tirem, & fe cfpremad fobre omefmo cofimento, e
lançando as ortigas fóra, lhe deitaráô no cofimento quantidade
de azeite, que caiba na cafca de hum ovo, e outro tanto ml, e
no cabo de tres dias purgará com tomar ao quarto dia: fendo pef-
foa robufta, quatro. ongas de xarope de alexandria, en26 o (en.
do, tome duas: ¢ a vifa~{e, que nad. bebad quando o tomarem, nem
athé quando purgarem;eftas ortigas fe cham: 6 tambem mercuriaes,
Parao mefmo, em huma panella nova langard6 huma canada de
agoa, ¢ humaccbolla, (endo branca he mclhor,¢ meia ongade fi-
lipodio de carvalho, e meia oitava de pó de folha de freixo, tudo
athé meio quartilho,e afim morno ao deitar da cama coma acé-
bolla, e beba em tres dias continuos,
/ /
Capitulo 28. para pronofticar das doencas pelas horas
Planetarias, e outros finaes.

Uppofto que no quarto livro fe ha de tratar da figura de 1 6.an-


S gulos, que he.o q pertence acfta materia, e da caufado fette-
no, quarto, undecimo, € catorzeno, © mais dias criticos, ¢
da caufa, porque ascriangas de feis;ou oito mezes naô vivem, ta-
davia cabe darmos ordem, paraque pelas horas planetarias fe pofla
julgar das enfermidades, cuja mediçaô de horas vai tabem no quar-
to livro.
Para o que fe hade notar, que {uppofto que huma peffoa anda cd
achaques, e hora de pé, ¢ hora deitado, na6 fetoma por hora de
enfermidade,para fe poder jalgar de lla,fenad aqu: lla, em que o doé-
te fe deitou na cama, para fe nao levatar athé fen a6 curar: e febida
eftahora, veremos q dia, ¢ hora da femana he, ¢ g plan:ta domina
em tal dia, e hora, e fabido ifto fe guardaráô as regras (eguintes.
1 Seudia, ounoite for do dominio do Sol, e ahora fua, Sa
turno, Marts,ou Mercurio,denota breve dcença,e com duvida.
2 Seo dia,uu noite for do dominio do Sol, e a hora de Jupiter,
Ve nus, ou Lua, denota larga doença, e com convalefcença.
3 | Seadiator da Lua, ¢ a hora (ua, Jupiter, Venus, ou Metcu-
rio, denota breve doenga com convaleicenga.
4 Se
a “Tratado fegundo. 127
Se o dia, ou noite for da Lua, ca hora de Saturno, Marte,
ou Sol, denota larga doença com duvida. - =
Se o dia for de Marte, e a hora (ua, Sol, Saturno, ou Mercu-
rio, denota breve doença, e com duvida.
.6 Seo dia for de Marte, e a hora de Jupiter, Venus, ou Lua,;,
denota larga doença com convaleícença.
7 Seodiafor de Mercurio, c a hora fua, Lua, Jupiter, ou Ve-
nus, denota breve doença com convalefcença.
8 Se odiafor de Mercurio, c ahora de Saturno, Marte, ou
Sol, denota larga doença, e com duvida.
S:o dia for de Jupiter,e a hora (ua, Venus, Mercurio, ou Lua,
denota breve doença, e com convalelcença.'
to Ss odia for dz Jupiter, e a hora do Sol, Marte,ou Saturno,
denota larga doença com duvida.
1 Se odia for de Venus, e ahora fua, Mercurio, Lua, ou
Jupiter, denota breve doença, ¢ com convalefcenga.
12 Seo diafor de Venus, e a hora do Sol, Saturno, ou Marte,
denota larga doença, e com duvida. b
13 Seo dia for de Saturno, e a hora fua, Marte, Sol, ou Mer= -
curio, denota breve doença com duvida.
14 Seo diafor de Saturao, e ahora de Jupiter, Venus, ou
Lua, denota larga doença,e com duvida.

Outros finaes.

Diz Plinio, que ao tempo que fe fangrar o doente, fecretamen-


te fe come huma gota de fangue, e fe bote em huma porçolana de
agoa; c fe o fangue (e coslhar, e fe for ao fundo, he de vida,e
fe fe efpraiar pela tona da agos, duvida-fe,
Diz Laguna, que o Medico tenha tento nasunhas do enfermo,
€ fe naô mudarem de fua côr natural, prometem vida: ¢ fe.tem cér
de chumbo, ainda que cíteja bom, duvida-fe; porque quando eftaô
defta côr palida, ou com o de chúbo, he final que falta aa natureza,
Oque por fzrem negras nad he, porque pode proceder de humor
metancslico, que nad pronoftica morte. iN, é É
E m
128 Thefouro de Prudentes. .
Em o livro'intitulado, De Proprictatibus rerum, fe acha, que
tomando huma pequena de mafla de trigo, e fecretamente esfre-
-— gar-as plantas dos pés ao enfermo, fem que elle faiba o para que, e
dalla a corner a hum caõ,e fe elle a com.r, he de vida, c fenaó pelo
contrario: a razaô he; por ter ocaõ grande olfato, € por iflo a dei-
xa de comer.

Capitulo 29. dos Planetas, Signos, e tempos idoneos para


os medicamentos, e das partes do corpo em
que dominad.

Os Planetas. Natiora do Sol fe efcufe afangria podendo,


porque he prejudicial, e podem-fe applicar os mais medi-
camentos.
Na hora de Venus fe efcufem ventofas, e fangrias, porque faó
prejudiciaes.
- Na hora de Mercurio fe póde fangrar, c applicar outros m=-
dicamentos. ê
Na hora da Lua fe podem applicar medicamentos, que dantes
daquella hora eftejaõô preparados.
Na hora de Jupiter fe podem applicar medicamentos exterio-
res, mas naô tomar nada pela bocca,porã fe converte em fubltácia.
Nahora de Saturno naô he bom de novo applicar medicamétos,
principalmente pelas partes interiores.
A hora de Marte. he da mefma qualidade, que Saturno.

Dos Siguos.

Eftando aLua no figno de Aquari» ferá proveito(a a fangria,


eos mais medicamentos, com tanto que na6. fej1 nas pernas, fe-
gunde-diz Egídio.
-* Eltando a Lua em Pifcis he bom tomar potagens pela bocca, e
para qualquer outro medicamento, com tanto que naô feja nos pés.
Ettandoa Lua
no figno de Arie she bom applicar medicamétos»
mas naô paracolera,
nem applicar nada de novo à cab:ça, nem to.
camento ds ferro.
Ean jo
Tratado fegundo. 119
Eftando a Lua em Tauro, nad he bom fangrar, nem tocar ccm
ferro na garganta,
Eftando a Lua em Geminis, nad he bom amefinhar os braços,
nem fangrar nclles, nem cortar asunhas, porque pronoftica mal,
principalmente às fangrias.
Eftando a Lua em Cancer, he bom para tomar potagés, e purgas,
eamefinhar, e fangrar, com tanto que nao feja applicade medica-
mento algum nos peitos. |
Eftando a Luaem Leo,naé he bom tomar mefinha pela bocca,
porque tercfolve em fangue, nem applicar ao figado, ou coragad
mefinha alguma, que na6 fejad4 barriga, tripas, nem baço.
Eftando.a Luaem Libra, naô he bom a mefinhar as nadegas,rins,
ecfpinhaço.
Eftando a Lua em Scorpio; nad he bom amefinhar partes vergo-
nhofas, é he bom para purgar.
Eftando a Lua em Sagittario, naõ he bom amefinhar as coxas,fe-
rá de proveito a fangria.
Eftando a Lua em Capricornio, naô he bô amefinhar os joelhos,
ecurvas, nem fangrar, nem tomar mefinhas, nem xaropes,
Dos Tempos.
Nomez de Janeiro, he bom uzar de banhos, e fangrias.
No mezde Fevereiro, {a6 proveitofas fangrias, naô fendo nospés.
No mez de Marco, naé fe cure cabeça athé á barba. :
No mez de Abril, be bom purgar, e naô curar de garganta,
No mez de Mayo, naô he bom curar mãos, nem braços, e unhas.
No mez de Junhe, na6 he bom curar peito, braços, e figado.
No.mez de Julho, naé te uzem'banhos, nem remedios paradoen-
gas de eftomago,
No mez de Agofto, naé fe deve purgar, nem fangrar, nem tomar
mefinha, fenad com muita neceffidade.
No mez de Setembro podem-fe fangrar, ¢ nad curar nalgas.
No mez de Outubro. naô he bom curar chagas, nem. membros
occultos.
No mezde Novembro, he bom fangrar, e entrar em banhos.
No mez de Dezembro,a fangria da cabeça he proveitofa.

I As
130 Thefouro de Prudentes,

As partes do corpo, em que dominad os Signos,

Aries, Cabeça, eroftro.


Tauro, Peícoço, garganta.
Geminis, Hombros, braços, mãos.
Cancer, Peito, eftomago, pulmaó.
Leo, Coftas, ilhargas, coraçaó.
Virgo, Ventre, entranhas, tripas.
Libra, | Lombos,embigo, rins, bexiga.
Scorpio, Verilhas, e partes vergonho(as.
Sagittario,Coxas.
Capricor. Joelhos.
Aquario, Pernas, e canellas.
Pilcis, Pés,e tornofelos. °

Na figura feguinte fe reprefentad as partes do


corpo, em que dominai os Signos, e Planetas.

Figura
Tratado fegundo, 131

I> Capitulo
132 Thefouro, de Prudentes.
Capitulo 3. decomo fe Jaberá em cada hum dia do anno
em que Signo eftaa Lua.

Emos ditto no livro primeiro, capitulo duodecimo das Luas


novas, que o Sol, e a Lua feachaô em hum mefmo figno, e
grão todas as vcfes, que ella he nova, pela qual razaô, fabendo pe-
lo lunario atraz a quátos gráos, e em q (igno he nova, nos ficará fa.
cil fabermos em outro qualquer dia em q figno eftd,indo á rocaa di
ante, contando desde aquelle dia,em foi nova, athé dqueile cis,%
quifermos faber, ¢ por cada dia huma cafa.
Mas havemos-de notar, que os fignos principaes, que {a6 Aries,
Cancer, Libra, Capricornio, tem cada hum delles tres cafas, ¢ affim
fe repartem os 30. grdosem 16, 20. € 30. € 0s de mais fignos tem
cada hum duas, nas quaes os gráos ficaô em 15.e 30. Alim quein-
do ver a quantos gráos, ¢ dias foi nova, iremos à rada, e veremos
em que cafas dos fignos cabem, e na cafa em que couber, começa-
remos a contar desde o dia, em q foi nova, athé áquelle dia,que qui=
fermos faber, ¢ na cafa, em que acabarmos, acharemos 0 figno, em
que a Lua eftá em o tal dia.
sue Exemplo.
Temos fabido no anno de 1675.fera Lua nova em 26. de Janei-
ro em 7.gráos de Aquario, e querendo (aber em 9. de Feverei-
ro em que fignoeftard a Lua, neftaroda bufcaremos onde caibad
7. de Aquario, e acharemos caberé na primeira cafa delle. Naqual
começaremos com 26. de Janeiro, em q foi nova, e na fegunda di-
remos vinte e fette, e na prirneira de Pifcis diremos vinte e oito,
e continuando athé g.de Fevereiro, q queremos faber, acharemos
que acabaô os 9. de Fevereiro em a primeira cafa de Leo, no qual
figno diremos.eitar a Lua naguelle dia, e eíta ordem guardaremos
nos de mais.

Rola
y————— Tratado fegu ndo,

o Cancer| Cance
30 20
Na É2)
q“

Es. LIVRO:
134 Thefonro de Prudentes

QUE
TRATA DA ARIMETICA,
EM O QUAL HA TRES TRATADOS.
O primsiro de Arimetica por numeros inteiros. O fegundo da
mefma arte-por numeros quebrados. O terceiro de
muitas, e varias curiofidades para a converíaçao
tiradas da mefma arte.

AOLEITOR.
Eve faber o Prudente Leitor, fer de tanta
preeminencia o faber contar “que quando que-
rem louvar bum bomem ;” dizem em feu lou-
vor, Le homem que vive de conta, pezo, é
medida. E tanto be affim, que o Lomem,
que nao cflá no conhecimento alo, o contao por “animal
irracional, como aos demais brutos. Pelo que quem fe qui-
Jer aproveitar do que fe (cgue nos livros adiante, e atrax,
deve primeiro tomar fundamento em efe, pois pende de con:
ta, pexo, e medida,
in Capitulo
Cnidade
,
>

Unidade -, o 00 6 ow o no NO md
rem — NOW
Oo Nov omo<0a
Enter SN0OooNowowo ro
Capitulo primeiro das unidades,

Milhar "NOW ONoVO LO m


Dezenademilhar- 400 0 mov oro
Liv. 3. Tratado primeiro.

Centena demilhar--- 5 00 o n 00 O w
antiga.

Conto——————- n00 00 0 wo
Dezena de conto————- now o now
Centena deconto———- sovornro
Unidade

Milhar de conto————-——- gow ow


Dezena de roilhar de conto—- Qowo
Centena de milhar de conto——-——- qo, +
Conto de contos-————--—--—--—=-_ 9
Dezena de conto de contoso——-——-——--._ ,_
Centena de conto de contos————--—=_ 9
Milhar de conto de Contos) ————-——=
136 Thefouro de Prudentes,
mnidade moderna,
SeSeatdoatdesags
eegbesegsiageas
SNSENTENTONSENS
Se See souesov ag ge
SaD0420a202900040
Declaração das Unidades
M toda a arte de Arimetica nad ha mais que dez letras, q fas
eftas, nove 9. oito 8. fette 7. feis 6. cinco 5. quatro 4. tres 3.
dous 2. hum 1. cifra 6. As quaes juntas humas com outras tem d'ffe.
rentes valias,fegundo o lugar onde cahem, porque aqu: lla que ficar
em dezena, valerá tantos dezes, como dantes tinha de pontos, efe
ficar em centena, valera tantos centos, como tinha de pontos; e fi-
cando em milhar, cada ponto fe fará rail, e affim por diante, fegun-
do o lugar,ou titulo ca cs(a em que cahirs2ffim como pofto cinco ve-
zes 5. como aqui 5555 5. cada huny ells tem aifferente valia,por-
que o primeiro quefica para a nofla mad direita, q he o lugar da
unidade, naô vale tnais que cinco: e o fegundo junto a elle, que fica
em lugar da dezena, valerá cinco vezes dez, que (ao cincoenta: e
ao terceiro cincô, que fica em-lugar de centene, os pontos que tem
fe lhe farão centos, e aílim valerá quinhentos: e o quarto por ficar
em milhar diremes, que val fiaco mil: o quinto que fica em dezena
de milhar, tomando por cada ponto dez mil, diremos q valerá cin-
coé:a mil:affim que fuppoite G cada hum d: les por fi fó valha cin-
co, poftos pela ordem acima, diremos que valerãô cincoenta, e cin-
co mil, e quinhentos, e cincoenta, e cinco reis: e o meímo 9 fedz
por cítes cinco, fe entenderá pcr cada huma das outras letras, tendo
refpeito ao lugar em que ficarem, € os portos que por fi valem.
E porque a unidade antiga pode fazer alguma dificuldade ro
eftudar della, ordenámos a unidade moderna, pela qual claramente
vemos fe entends a outra, pois todas as regras conftaõ de minimo,
menor, emaior, como faô Unidade; Dezena, Centena, porque
ainda que cheguemos ao milhar, (E entende a mais copia: todavia,a
é reípeito
Liv, 3 Tratado primeiro, 137
refpeito des numeros adiante, melhor fica fendo unidade milhar,
gaífim podemos dizer unidade de milhar, dezena de milhar, cen-
tena de milhar; e affim profiguiremos por diante ccm todas as uni-
dades que quizermos, Dizendo unidade de conto, unidade de mi-
lhar de conto, e unidade de conto de contos: aílim que fabida à
unidade, dezena, centena, fica fabido tudo o mais, com faber em
que lugar fica a unidade, convem a faber, fe he unidade de milhar,
ou de conto, ou do que for.

Capitulo fegundo das duas Taboadas.


Taboada antiga.

I or fF 21 2 31 3
2 2 4 22 4 32 6
3.3 9 2 3 6 33 9
4 4 16 2 4 8 34 nu
5 5 85 > § 3 é I5
6 6 36 2 6 12 3 18
7 7 49 2 7 14 3 7 we
8 8 64 2 8 16 3 8 24
9 y 8 2 9 18 3 9 27
Io 30 I00 2 10 26 3 10 30
Thefouro de Prudentes,

TABOADA MODERNA.
.

Declar
Jiv. 30 Tratado primeiro, 139

Declaracad das Taboadas.


Taboada antiga começa na primeira columna,dizédo,huma
vez humhe 1.€2. vezes dous, {a6 quatro: e affim vai cone
tinuando pela ordem das letras. Mas note-fe, que a taboada antiga
ferve para meninos da e(cola, para os admittirem em que coufa feya
conta, e por terem idade para (e. poderem fujeitar a eftudalla: a
qual fe na6 deve ufar entre peffoas maiores, affim por fer preluxa,
e enfadonha de eftudar, e começar por principios ja fabidos, que
de fi fe deixaô entéder, como porque todas as coufas que primei-
ro fe encomendaõ à memoria, ficas melhor que as outras.Pelo que
fica claro, que começando pelo numero maior, que he 9. vezes 9.
$1.como começa a taboada moderna,ficaráô eítes numeros melhor
fobidos, e vai pouco em fe na6 fabsrem os menores, como faô duas
vezes dous faô quatro, por fe deixarem entender por fi.

Capitulo 3. do fomar antigo.

Hama-fe efta efpecie de fomar, porque ferve de ajuntar mui-


tos numeros, ou copias em hum,tendo aquella fó tanta valia,
como todas as outras, affim como, a hum homem lhe deviaõ certas
dividas, das quaes a primeira era 98765. &c. em a fegunda 9876.
a terceira 987, a quarta 98. quinta 9. q tudo fe poz por ordem, co-
mo aqui parece por figura. 98765.
De modo que fempre a cafa da unidade, 9876.
que he a que fica para a nofla maé direita, 987.
fica chéa: e acharsmos, que tudo vem 98.
afomar o f: guinte, que efta 9.
por baixo da riíca. came ms
109735
Aordem como fe (omará, he efta começaremos ria foma da ugi.
dade em o primeiro 9. que eltá por cima da rifca dizendo, 9. ¢ 8.
{a6 17.¢ 7, 24. €6. 30. © 5.35. 0S 5. que de 30. paflad pore-
mos por baixo da rifca em direito da mefma columna, e porque
em 30. ha tres d:zes, eítes levaremos para a fegunda regra, ou
Columna, dizendo 3. € 9. 12. 6 8.20.€/727.€ 6.33. COS 3.
que
149 Thejouro de:Prudentes,
quz de 30. paffa6, poremos porbaixo da rifca no direito da co-
lumna, com que falamos, levando dos 30. os 3. dezes paraa ter-
ceira columpa, dizendo 3. €9. 12. €8.20. e 7.27. os que de 20,
paflaô, poremos porbaixo da rifca, levando dos vinte é dous pon-
tos, fobre os quass contaremos na feguinte columna, dizendo, 2.e
9. 11. €8. 19.059.que de 10. paflãô poremos porbaixo da rifca,
levando na memoria hum ponto dos dez, que junto ao 9. feguinte
fazem Io. e porque naó fobeja nada, poremos em (eu direito buma
-o, levando hum dos dez; que poremos logo diante, por naõ ter-
mos mais que contar. Eaffim acharemos virem a fomar as copias
atraz, 109735. reis;como na mefma conta fe moltra.
E para certefa defta conta, e das mais, temos tres provas huma
chamada dos 9. e outra dos 7. e outra real: e porque dareal fe
nao pode ufar athé naô fabermos as efpecies de diminuir; moftrare-
mos nefta fona aprova dos 9. e na fegunda foma a dos 7. A dos 9.
fe faz, lançando os 9. fora, defla mantira: começando no 8. mais
chegado à rifca pela parte de cima, dizendo: 8. ez. 13. 9. fora
6.e 6.12. 9. fora3.com osquaes 3. tornaremos ao 5. que eftd
porcima, dizando, 3.¢5.8.ecom eftes vindo afegunda colum-
na, diremos: 8. ¢ 8. 16. 9. fora ficaô 7. e 7. 14. 9. fora ficad
5.96. 11.9. fora fica dous, com os quaesviremos à feguinte co-
lymna, dizendo: 2. e 8.10. 9. fora fica hum, c7. 8.€8. 16. 9.
» ova ficad 7. e por nad aver mais que contar, eftes 7. que nos fobe-
jaô, poremos em huma afpa da Cruz, como aqui parece , 17
Agora indo à regra da foma, diremos: hum, c 7. oito, |” e
tres onze, 9. fora ficaô daus, ¢ cinco {a6 fette, e aflim nos moftra,
que atalconta eftá certa, porque fe fe defencontrara da de cima,
ficava errada: aflim como fe de cima ficou 7. ¢ debaixo ficarécin-
co; oufeis, ov outra coufa fimilhante: celta ordem guardaremos
nas fimilhantes fomas, e provas,

Capitulo 4. do [omar moderno.


S Uppotto que efta ordem de fomar vai quaficcm a’mefma pra-
A) tica atraz com muita raza6' fe pode chamar moderno, e
abreviado: porque dado cafo que citando formando huma conta, fe
imerpcle qualquer praticay (e pode tornar a continuar com a conta
: por
Liv. 3. Tratado primeiro, 141
por diante, fem tornar ao principio, o q fe naô faz pela regra anti-
ga, mas antes (e torna a começar do principio, como (e naô cltivel-
fe feito nada: e para que o exemplo nilto fique mais claro po-
remos a mefma conta, que atras pelos 98765 135. 2
mefmos numeros, a qual conta fornada 9876133. 6
vema fazer a meíma foma,que atraz, 987/27.
a qual foma efta pofta d ilharga dos 98/19. 4
numeros,e he a fegunda regra, convem yjo 2
a faber, a fica à noffa maô direita das duas, eftaô I.
alé da rifca:mas para fabermos a ordé como {ce hade (omar, he efta.
Indo fomando pels me{ma ordem, atraz, acharemos 35. na pri-
meiraregra, Os quaes poremos como parece no cimo da colina das.
duas regras, eftaô tora da rifca: e fe nefte mefmo tépo fe meter hu-
ma pratica, naô temos nec:flidade de nos lébrarmos dos q vaõ, an-
tes acabada ella podemos foniara fegúda regra, na qual acharemos
trinta, eindo ás fegundas colinas de fóra, tomaremos tres da re-
gra mais chegada à niíca, c fazé trinta e tres, os quaes poremos por
baixo dos 35. E eftando a pratica acabada, iremos à terceira regra, ¢
acharemos 24. ¢ ajuntando eftes 24, aos tres dos 33. q eftad mais
chegados à rifca, fazem vinte efette,eftes poremos par baixo dos 33.
logo fomaremos a quarta regra, e acharemos nella 17. e tomando
os 2. dos.24. fazem 19. que poremos por-baixo dos 27, e porque na
feguinte regra naõ ha mais, hum g.junto ao I.de 19.fazé 10.E por
naó aver mais, q contar, poremos o o por baixo Jo 9. e logo 1. por
baixo do o q faõos 10. Ealfim acharemos q vem a formar os mef-
mos 109735. E defta maneira faremos as mais, adrertindo, que na
ultima regra fe poem a unidade, e logo por baixo os dezes.
A prova deita efpecie (e pode tambzn fazer pelos noves, mas
para declararmos a pratica da prova dos fette, iremosà primeira
divida, que faô 98765. E diremos, em nove que vezes ha 7.
eacharemos haver huma, e (obejad 2. que juntos sos.S. ad ante
fazem 28. nos quaes ha 4. vezes 7. e naó (ob-ja nado, elogo no
7. adiante acharemos haver hum 7. e naó fobsja nada, ¢ 10: 6. lo-
go adiante naô ha 7. 0 qual junto aos 5.adicnte fazem 65.n0s quaes
bag. vezes 7.e fobejaô 2. e elles poremos de parte em direito dos
39. da foma, e logo iremos a feguada divida, que ad 9876.
. Line
142 Thefouro de Prudentes.
E indo fazédo a mefma pratica que acima, acharemos,que fobe-
jad 6. que poremos por baixo dos 2, e Jogo faremos o meímo na
terceira divida, e acharemos, que naô fobeja nada,' e poremos
hã o debaixo do 6. e logo na quarta divida acharemos taóbem.
que naô fobeja nada, e poremos outro o, e na quinta, que he hum
9. fobejad 2. que poremos por baixo das cifras: agora iremos á re-
gra. da foma, é diremos, em hum na6 ha 7. mas efte hum junto 4.
cifra, que tem diante, fazem ro. em. que ha huma vez 7. é fobsjad
4. os quaes juntos ao 7. adiante fazem 47. em que ha 7. vezes 7,
e fobejaô s.que juntos ao. 3. adiante fazem 53. em que ha 7. vezes.
7~¢ fobejad- 4. que juntos: ao 5. adiante, fazem 45. em que ha 6.
vezes 7» e fobejaõ 3.c eltes poremosem huma afpa da cruz como.
aqui parece,3. É 3. agora iremos. à regra da prova, que tiramos das.
dividas, e “* |” diremos dous,e feis oito, e fette fora, fica hum;
e dous {a6 3. ¢ aflim fica certa. E fuppoíto que celta prova feja mais.
trabalhofa, he mais certa,que as de noves.

1 : Capitulo 5. do diminuir antigo;

Sta efpecie de diminuir, fe chama por efte nome, porq ferve


para de qualquer copia-de dinheiro, ou fazenda, tirar huma
parte,ou partes della, fabendo o G'refta da ditta-divida,a(Tim comos
ahum homem the deviaé ——-— —-————-——. 91 :000.
do que lhe pagdra6_§ ———-——-—---—__—_—_ 406078.
ficafe-the devendo, ————: —— 506922.

Ea ordem como fe fazhe efta: começaremos na unidade da pri-


meira divida, que he o. dizendo para- a unidade da paga, que he 8.
quem de nada paga 8. nao pode fer, porque cifra naô tem que dar,
iremos tomar hum ponto ao 3.0 qual tomarmos em lugar de dez, e
affim diremos,quem de dez paga oito ficaô 2. que poremos na uni-
dade da terceira regra: e advirta-fe,que quando-fe pede hum ponto
por cima de alguma cifra, ficaé as cifras. valendo noves, e puis da
primeira cifra fomos (pedir hum ponto ao 3. as duas cifras, que em
meio ficad, valeráô novese affim diremos, quem de nove paga 7,
fica devendo 2. que poremos na terceira regra; e quem de nove
nad
Liv, 3. Tratado primeiro, 143
naô paga nada, deve nove: e porque temos tirado hum ponto ao
3. ocontaremos por 2. dizendo, quem de 2. paga 6. naô pode fer,
agora tomaremos o hum que eftá de traz do 3. e fazem 12. dos
quaes tirar 6. ficaõ 6. e porque temos tirado o hum diremos,
quem de nada naô paga nada, naô deve nada, e quem de 9. paga
4. deve cinco, e delta mancira faremos as fimilhantes côtas, cuja
prova real he fomar 0 que fe pagou, com o que fe fica devendo, e
fe ambas fizerem em foma a divida principal, a tal conta diremos
eltar certa. | a
Aprova real do fomar, fe faz defta maneira, depois de fomada
a-conta dar(e-há huma rifca à primeira regra, e as que ficarem por
baixo da rifca fe fomaráô per fi, e viraô a fazer 10969. cm
foma, os quaes diminuidos da primeira foma, que he 109735. fi-
card na diminuiçao 98765. que he o que-na cimeira das aividas ef-
tá, e afim moftra eftar a ditta (oma certa: deíta maneira fe faraõ as
fimilhantes provas reaes de fomar.

Capitulo fexto do diminuir moderno.


Orque parece confufaé ficarem as cifras valendo noves, pe-
P dindo empreftado por cima dellas, e aífim taôbem ficar di-
minuido hum ponto à letra, que fe pede; muito mais barato he,
quando aletrade cima na5 bafta para pagar àdebaixo, vermos o
que falta da'debaixo para dez, e ajuntando-o à letra de cima, 'o que
tudo (omar polo na terceira regra: advertindo, que todas as vezes,
que falarmos em dez; levamos hum ponto para diante; que ajunta-
remos à feguinte letra daquella; em que fallamos:para.
mais clare-
fa poremos a mefma conta, que atraz fica. ': 913000.
Agora diremos, quem de cifra paga oito naõ pode, mas 406078.
de 8,a 10.vaô dous, que poremos por baixo na terceira 506922.
144 Thefonro de Prudentes.
regra, e porque fallámos em dez, levaremos hum ponto, que ajun-
taremos aos fette, e fazem 8. e porã em cima eltá outra cifra dire.
mos, de oito adez vaé 2. que poremos por baixo do 7.e O hum,
que levaremos jutoa cifra,que efta a cabo do 7.porque em cimiefe.
tá ontracifra, diremos, de hum para dez vaô nove, ¢ hum, que le-
vamos junto aos {cis fazc fette,¢ porque tem tres em cima,diremos,
de tres pagar ferte na6 pode,mas de (etre a dez vaô tres,e tres q eltad
por cima (aô 6. que poremos-na terceira regra, e o hum que daqui
levamos, tirado de hum, que eftá em cima, naô fica nada, e logo di-
remos, de nove tirar quatro,ficam cinco.
A prova dos noves defta conta, fe faz defta maneira: da primeira
divida tiraremos noves da meíma maneira, q tiramos no (omar,e
acharemosã fobejaõ 4. q poremos em huma afpade Cruz 4] ago-
ra tirando. os noves da regra da paga acharemos que fobe= 7] jaô
7. que poremos por baixo dos 4. e porque de quatro fe naó podem
pagar fette,aos 7.acrefcentaremos hum, e diremos, de oito a dez,
vaô dous, e quatro fa6 feis: agora tirando os noves da regra doque
fe fica devendo, ficaráô outros 6. e defta maneira fe faráõas mais.
E fe quifermos neíta conta fazer a prova dos fettes, a faremos pela
ordem, que fizemos na efpecie do fomar. Aflim como da primeira
divida tirando os fettes, acháremos q fobejaõ quatro. Agora tirado
da mefma maneira da regra da paga, acharemos que fobeja hum,
que tirádo de quatro ficao tres: agora do q (e fica devendo, tirando
as fettes da mefma mancira,ficaraó outros tres.

Capitula feprimo do multiplicar antigo:

| -Hama-fe efta efpeciemuitiplicar,porque ferve principalmé-


C te para comprar, e vender, e pelo preço de hu:na cou(a fa-
ber,o que monta em muitas: aílim como comprando, ou venden-
do——. 9070. aiqueires
de azeite,a prego cada hum——-———— 305.
no preçode §.monta ifto,»————— 45 350.
com acifra. monta ifto,—--—-——-—_. 0000:
nos oiiocentos ifto, —~—-—-——-——_ 72.60,
que tucc vem
a fomar o feguinte 7501350.
E para
Liv. 3. Tratado primeiro, 145
E para fabermos a ordem,como fe faz efta efpecie,comecaremos
na unidade do preço, que he 5. dizendo para'a cifra da unidade da
venda, cinco vezescifra he cifra, e aflim poremos porbaixo da
rifca buma cifra em direito do 5. e logo tornaremos ao mefmo s.
do preço, dizendo para o 7. da vendascinco vezes 7. 35. 0s 5. que
dos 30. paffaé, poremos porbaixo da rifca levando os tres dezes
na memoria, que ha em trinta, e tornaremos com cinco para ci-
fra, que eftáalem do 7. dizendo, cinco vezes cifra he cifra, agora
em lugar defta cifra, poremos os tres, que levámos na memoria: e
logo do mefmo 5. paraog. dizendo, cinco vezesnove {26 45.
poremos o cinco em direito do 9. e logo adiante bum 4. em lu-
gar dos 40. que contámos. E porque ja temos concluido com 05.
agora com a cifra do preço tornaremos a correr as letras da venda
dizendo, cifra vezes o, he cifra, e cifra vezes 7. he o, ecifra ve-
zes o. he o. cifra vezes 9. he cifra, caílim poremos huma regra
toda de cifras,como na regra parece.
Agora com o oito do preço, diremos paraa cifra da venda, que
eftá na unidade, 8. vezeso. he o. e 8. vezes 7. 56. os 6. que de cin-
coenta paílaô poremos tornandoa dizer,8.vezes o. he o. em lugar
da qual cifra poremos o 5. q levámos.Tornandoa dizer,2. vezes 9.
fettenta e dous, G poremos como na côta aparece, agora daremos
huma rifca porbaixo, e fomaremos as tres regras, que ficad entre as
rifcas: e defta maneira faremos as fimilhantes contas. Adveriin-
do,ã quando começamos a fallarcom a letra da unidade do preço,
começamos a contar asletras porbaixo da riíca em direito della. E
quádo começamos a fallar cô a dezena, começamos àfentar no di-
reito da dezena, e quando com centena, no feu proprio direito.
A prova defta efpecie fe faz tirando os noves, convem a faber,
tirando os noves da regra da venda ficado
7 [1 que poremos em
buma afpa da Cruz, como parece, 4II € tirando os nos
ves da regra do preco, ficard6 4. agora diremos 4. vezes fette {ad
28. dos quaes tirarosg.fica 1. cefte poremos da outra parte da
Cruz em direito do 7. Agora para eltar certa, tirando osnoves
da regra, de toda a foma fobejará hi: e efta ordem (e guardará. em
fimilhantes contas de modo, que fempre a ultima, e penultima le-
tra confertem. ,
K Capi-
146 Thefouro de Prudentes. .

Capitulo oitavo do multiplicar moderno.

O Omo quer que efta conta feja proveito(a, para efcufar 0 tra.
4 balho de levar os dezes na memoria, poremos nella a conta
breve,para que fique mais clara a declaraçaô della; affim comocô.
prando, ou vendendo noventa e oito varas de pâno à 75. teis ca
da vara, poremos tudo como. aqui. _9
Agora diremos g. vezes 7. fad 63. Gporemosco- 6
mo parece;¢ logo 9. vezes 5.45. que poremos. 435 7
Agora diremos 8. vezes 7, 56.. como parece, 546
etogo difemos 8. vezes 5:40. como aqui. Ê o
Agora fomaremos as regras, q ficaô entre as duas . 7350 5
linhas, e acharemos, que fomaô 7350.
+ A prova defta efpecie (e faz tabé pelos noves, e querendo-a fazer
pelos fettes diremos:em 8,7 vezes ha 7. e porá ha huma, os 2. fo-
bejastomaremos,quejuntos aos 8. a diante fazem 28. dos quaes ti-
rados os fette nad fica nade-agora tirddo os fettes do prego,g fae 75.
ficaé cinco,e podo o 5. porbaixo dacifra; como aqui parcce, 010
chremos,cinco vezes cifra, be cifra: agorairemos aregrada 5]
foma,dizendo, am fetts G vezes hafette, acharemos q ha hia, fem
fobejar nada: e logo diremos, em 3. que-vezes ha fette, e porque
n35 ha nenhuma, ajuntando o 3. ao 5. fazem 35. nos quaes ha s.ve-
zes 7.e na6 fobeja nada, e affim eltará certa, E note-fe, q efta efpe-
cis tem tambem provareal, a qual fe faz por repartir: c depois de
feita a pratica de repartir, fe dirá a prova real defta efpecie.

Capitulo nono do meio partir antigo, e moderno


8 “com fuas provas,

O Hama-fé efia efpecie meio partir, naõ porque as repartiço-


ens por ella feitas tenhad imperfeição; nem porque fe
de partir toda a copia de dinheiro, e fazenda, que qui-
ferem, mas porque por efta efpecie fenaé pode repartir mais, que
athé 9. cOpanheiros, affim como partido 98765. por fette compa-
nhvizes, acharemos viracada hum 14109, ¢ ficam.. 2..por partir.
É n Apr
Liv, 3. Tratado primeiro. 147
A pratica defta efpecie fe faz defta maneira: poremos os fette com-
panheiros debaixo do 9. e logo diremos: em 9.que vezes ba 7.
e porque ha huma, poremos adiante da conta bum, como ebai-
xo parece, repartindo de hum, que pufemos para o 7. que he re-
partidor, dizendo huma vez 7. he fette, e tirando-o de 9. ficaó
dous, que poremos fobre o 9..como abaixo apparece, Agora muda-
remoso 7. q he partidor abaixo do 8. e ajuntando o dous, que eilá
emcima do 9. fazem 28. e diremos, em 28. que vezes ha 7. ¢ por
que ha 4. poremos hum 4. diante do hum; como abaixo appsrece,
repetindo do 4. parao 7. dizendo, 4. vezes 7.28. quem os tira de,
28, naõ fica nada, e aflim poremos humo emcimado 8.¢ outro
emcima do 2. e mudaremos o 7. debaixo de outro 7. € porque
em 7.ha huma vez 7. poremos 1. diante do 4. repetindo delle pa~
rao 7.huma vez 7. he 7. tirado de 7. naé fica nada, e logo muda-
remoso 7. porbaixo do 6. e porgem 6. naô-pode haver 7. pure-
mos hum o diante do hum, tornando 20 6. que com
o cinco adi-
ante faz 65. Eaflim diremos em 65. que vezes ha 7. e porque ba.
9. diremos 9. vezes fette 63.e quem ostirade 65.ficaô 2.G po-
remos fobre 03. esítes ficaô por partir, e fobre o 6.. poremos
hum o, como tudo aqui apparece. :

o o
A 2006 (2
' 98765 (14109.
77777

A prova defta efpecie fe faz defta maneira, tirando os noves do q


vem a cada hi, acharemos q fobejzô feis; como aqui parece. -61 3
E logo por baixo poremos o partidor, q he fette,
e diremos 718
7. vezes 6. [ad 42. e 2. queficáraô por partir faô 44: dos quaes
tirados os noves ficaô oito , e eftes poremos em direito do (cis:
agora para a conta eftar certa, tirando os noves da regra, que entre
todos fette fe partio, fobejard hii 8. fem mais nem menos, e defta
maneira fe faráo as fimilhantes contas.

K.2 Titulo
148 Thefouvo de Prudentes.

Titulo de partir moderno,

P Ara ella efpecie fe requere faber bem a taboada, para ir lane.


cando conta fem fer neceflario por-fe huma letra fobre ou-
tra afim como — — — o 4
partindo por fette companheiros, ———— 99999
virá a cada hum 14285.
E ficardô 4. por partir, que poremos em cima do ultitno 9. ¢ a
ordem de fazer elta partiçao, he efta, que no primeiro nove ha hu-
ma vez fette,c aflim porcmos hum por baixo do primeiro nove,
e dous, que fobejaô teremos na memoria, os quaes juntos ao fegã-
do 9. fazem vinte enove, nos quaes ha quatro vezes fette, eaflin
poremos 4. por baixo do fegundo 9. e porque 4. vezes 7. (ad
vinte: e oito, o hum que fobeja para 29. ajuntaremos ao tercei-
To 9. ¢ fazem 19. nos quaes ha duas vezes 7. e poremos 2. debai-
xo do terceiro y. e porque duas vezes 7. (a6 14. oscinco, que fo-
bejaõ para 19. ajuntaremos ao quarto nove, e fazem 59. nos quaes
ha oito vezes fette, e affim poremos hum 8. debaixo do quarto no-
ve:e porque 8.vezes 7. {a0 56. os 3. que para 59. fobejad, juntos
so quinto nove fazem 39. nos quaes ha cinco vezes fette, e fobeja6
quatro, que poremos febre o ultimo 9g. ¢ eftes diremos que ficad
por partir, aílim faremos as mais. E querendo nefta efpecie fazer a
prova dosfettes,tiraremos fete do que veio a cada hum pela mefma
maneira, que fizemos no fomar, e acharemos que ficad 5. que po-
remos em huma afpa de Cruz,como aqui 514 debaixo do qual
5. poremos o feguinte, G be o partidor, 714 dizendo para o
$. fette vezes cinco faô 35.€ quatro, ficárao por partir, {ad 39.dos
quaes tirados os fette, ficaS quatro: agora tirando os fettes da regra
dos noves, que entr; todos fe partic, fobejaô outros quatro; nem
mais, nem menos. Tambem fe pode fazer efta prova real, que he
multiplicar o que veio a cada hum pelo 7. que he partidor, e a-
crefcentando-jhe mais os quatro, que ficáraG por partir, e tornará
efla multiplicaçao outra vez a fazer outra regra, como a que (e
partio.

Capitu-
Liv. 3. Tratado primeiro, 149
Capitulo 10, de partir por 10. 100. e milhares.
“Rimeiramente toda a copia, q quifermos partir por 10. com-
À panheiros, nad. ha mais q tirar a unidade daquillo, q fe hade
partir, e o g ficar vem a cada hú dos copanheiros: aflim como, par-
tindo 89785. por 10. cópanheiros, tirando a unidade ficaô 8478. E
ifto he,o q vem a cada hum; advertindo,q os 3.ficarãõ por partir, e
fe partirmos por (00. tiraremos a Unidade,< D:zena,e o que reftar
vem a cada húsaffim como;partindo 793253. por 100. pefloas tird-
do a Unidade,e a Dezena,ficad 7932. ¢ ficad por partir 53. reis: e
fe por mil partirmos, tiraremos 3.letras,mas advirta-fe, g efta parti-
çaô naô ferve fenaô em quanto o partidor be numero hii; porg fen-
do 2. 3. 4. e outra coufa (imilhante, tiraremos as letras, G acima diz
aregra, eo g reftar fe partirá a modo de meio partir: aflim como,
querendo partir 6792.por 6o,psfloas, tirando o dous, o mais par-
tiremos por 6. e 0% ficar por partir, fc ajuntará aos 2. q temos tira-
do, e o q tudo fomar, ficará por partir, ¢ fe affim como partirmos
por 60. partirmos por 600. tiraremos duas letras, e o mais partire-
mos por 6. E efta ordem (e guardará nos mais dezes, e contos, que
acontecer fer-m partidores.
Capitulo 11. para partir por todos os partidores.
AG taé fomente cfta efpecie ferve para repartir entre quan-
tos partidores aconteça, mas taébem ferve para reduzir di-
Dheiro de menores a maiores peças, e de hum Reyno para outro,
e para regra de companhias: de mancira, que o partir porinteiro
fe entéde em partiçaõ,em g haja mais de nove partidores:affim co-
mo,digamos que partinj0-98765.por 432. companheiros, para fa-
bermos o vem acada hum dell.s, acharemos q lhe cabe 228. co-
mo parece daquella banda da rifca.
oz Ê
356
0478
12329
98765 (228
43222
433
4

K 3 Mas
130 . Thefouro de Prudentes.
Aías a maneiracomo fe hade fazer, pore- 123 -
mos o que fe hade partir, como aqui apparece: 98765 (2
elogo poremos—. ———— 432. € diremos em
9. q vezes ha 4. e porque ha 2. poremos os z.dizédo,2. vezes 4. [a6
&. para 9. vai hum, q poremos fubre o 9. tornando a dizer do dous
parao 3. duas vezes 3. feisypara oito vaô 2. q poremos fobre o 8.di-
zendo outra vez, duas vcz=s dous quatro, para 7. vad 3. q poremos
fobre o 7. e advertiremos G com cada letra,q pufermos da parti¢ad,
havemos-de fallar com to Jas.as I-tras dos partidores,como agora fi-
zemos como 2. ora porã ja temos Com o 2. fallado, mudaremos os
partidores adiante como aqui.
3
046
1232
98765 (2%
4322
43

Agora o ponto,que eftá fobre o nove, fica em lugar de dezena cô


O quatro, fe mu iou,pelo que diremos,em 12.que vezes ha quatro,
€ pofts q haja tres, naó lhos daremos, porã naó fica para os outros,
formente lhes daremos dous, pondo os 2. da banda da rifca diante do
2, dizendo, duas vezes quatro oito, a dez vaô2. e dous faô qua-
tro,ã poremos em direito do 4. que he partidor porcima do dous.
Elogo tornaremos a dizer do dous, que pufemos na rifca, duas ve-
z:s3. 6. e porque naô cabe no 3. q cltd porcima dos {- tte, diremos,
feis tirados de 3.naó pode fer,mas de feisa 10.vaô quatro,e tres fet-
te; e poremos fette porcima do tres, ¢ levaremos hum põto na me-
moria,porqus fallâmos em dez,com 0 qual diremos para0 quatro,g
cftá fobre o dous, e hum tirado do quatro ficaô tres, que pcremos
fobre o mefimo quarro, e diremos outra vez do dous, que puzemos
na ri(ca, para o dous do partidor: duas vezes dous faô quatro, q ti-
rados dos 6.3 eftaó fobre o partidor,fica6
2. poremos fobre o mef-
mo feis, e porã temos fullado cô todas as letras, mudaremos as le-
tras do partidor mais a diante, ficará efte em lugar de dezes para cô
efts, ¢ diremos em 37. G vezes ha 4.e pofto q baja nove, porã fique
para os outros partidores, naô lhs daremos mais que 8. como cite,
e
Liv. 3. Tratado primeiro, IST
oz
356
0478
12329
98765 ( 228
43222
433
4

e dirémos 8. vezes 4. 32. 0s dous tirados de 7. ricaô 5. que pore-


mos fobre o 7.e os tres dezes tirados de tres naó fica nada, e po-
remos huma cifra fobre o 3. tornando a dizer, oito vezes tres vin-
te e quatro, e porque o quatro naô cabs no 2. que eitá fobre o
6. diremos, de quatro a dez vaô fsis, e dous oito, eaos dous de-
zes,que ha em dous,ajuntaremos efte, com q fallâmos, e fazem tres,
que tirados de cinco ficaõ 2. que fobre o mstmo s.poremos, dizen-
do, oito vezes dous dezafeis, e porque o 6. naô cabe na derradei-
ra letra,que he 5. diremos, de feis a dez vaô quatro, e cinco 9. que
fobreo meímo 5. poremos, e efte dez zjuntaremos ao outro, que
ha em dezafeis, é fazem dous, que tirados de oito fica 6. que fo-
breo8.poremos, e ficaô por partir 269. que faô as treslutras, que
ficad emcima fem cifra.E affim diremos, que partidos 98763. por
432. vem a cada hum 228. ¢ para que poflamos (aber fe a ditta có-
taeftd certa, lhe faremos {ua prova real, que he multiplicar o. que
cabe a cada hum pelos proprios partidores, como aqui abaixo; ¢
depois de multiplicado, porbaixo no lugar da Centena poremos
os 200. que ficáraô por partir, e no lugar da Dezena os6o. e no
lugar da unidade o 9. e fomada a multiplicaçao com 0% ficou por
partir; tornará a fazer huma regra propria, como a que fe partio.
228
432
456
684
912
269
$8765.
K 4 Edi fta
ig ‘Thefouro de Prudentes.~
& defla maneira fe farão todas as repartiçoens necefTarias ainda
que fe j26 mais, ou menos companheiros, guardando a ordem de at.
tentar, quando fallamos com a primeira letra do partidor, fe fica pa.
ra cada huma das outras letras dos partidores outro tanto, como lhe
dsmosa ella; porque advertindo nilto naé teremos mais duvida no
fazcr della. .

Capitulo 12. para reduzir dinheiro Caftelhano em Portuguez,


e Portuguez em Caftelhano.
Rimeiramente fe hade notar,que a reduçao das moedas nefts
Reyno de Portugal he mais facil, que em outro Reyno por-
teré todas numero certo de dezes,ou centos, o que naô ha nas moe-
das de Caftella. E para fabermos em qualquer copia de mil reis,
quantos toftoés {a6,naé ha mais que tirar as 2.letras do cabo, ¢
oque reftar {26 toftoens: aflim como, querendo fiber em 5678yo.
quantos toftoés ha, tirando-lhe o 9.e a cifra ficaô 5678.e tantos tof-
toens diremos g hz; advertindo,g os go. reis, que tiramcs,fica5 por
naõ chegarem a centos.E aflim querendo de toftoés fazer mil reis,
naô ha mais que á copia dos toltoés acrefcentar duas cifras; affim co
mo, querendo (aber em 9876.que mil reis ha, acrefcentando-lhe 2.
s, fezem 987600. reis, e affim faremos as mais. E querendo ds
mil reis fazer cruzados, dobraremos os mil reis, q houver;a elta da-
bra ajuntaremos mais a quarta parte do que tudo (oma, e o que fi-
zerem de foma feraô os cruzados,que haverá no tal dinheiro: afim
como, querendo faber em 300000. reis que crufados ha, diremos G
ha 300. e 300. fab 600, e a quarta parte de 600.46 1 g0.que fazem
759. e affim ciremos,que em 3000200. reis ha 750.crufado s,
e para
fszsrmos de crufados mil reis, tiraremos ametade dos cruzados, .e
da ametade, que refta, tiraremos a quarta parte, eo que -reftar fad
mil reis. Exemplo: querendo féber em 200. crufados que mil reis
ha; tizaremos ametad:, c ficaô 100. e de 100. tirar a quinta par-
te, que f2020. ficaô 80. e tantos mil reis diremos que ha em 200.
crufados: e delta mancira faremos as mais.
E parafezermos de crufados ‘reales, naé ha mais que aos crufa-
dos, q houver,scr: fcentar huma cifra, e o q tudo montar faô os rea-
les,q ba naqueles crufados; affits como, querendo faber em 150. q
reales
Liv. 3. Tratado priméiro, 153
reales ha, acrefcentar-lhe hum o, fazem 1500. e'tantos reales dirc-
mos haem 150. cruzados, e pclo confeguinte, querédo de reales
fazer cruzados, naô ha mais G tirar a letra da unidade, e o que rel-_
tar, (aô cruzados: allim como, querendo faber em 2567. reales que
cruzados ha, tirando 0 7, ficaô 2.56. e tantos cruzados diremos que
hano ditto dinheiro,advertindo,que o 7.que tirámos, faô fette reaz
Iss, que na6 chegaraé a cruzados,
Titulo da reduçad do que quebra do dinheiro paffado de
Portugal à Caftella,
Ote-fe, q cada real Portuguez tem 40. reis, entende-fe real
de prata, e cada real deítes em Caltella tem 34. e afim
psrde em cada real 6. reis, e para fabermos o que fe perde em quã-
tidade de dinheiro, a foma do tal dinheiro faremos em reales Por-
tuguefes, e os reales, que fomarem multiplicaremos por 34, reis, q
be o real Caftelhano, e o que fahir na multiplicaçaô diminuiremos
da copia do noffo dinheiro. E o que reftar he o que fe perde: como
agora, queremos paflar a Caftella 400000. q faô mil cruzados, e dez
mil reales, eftes dez mil reales multiplicaremos por 34. e fazem
340000.mil reis,os qua:s abstidos de 400000.reis,ã queremos paf-
far; ficaô 60000. Eilto he o q fe perde em 400000. reis, paflados a
Cuftella, e affim (: faraô as mais contas.

Titulo da redução da moeda Cajtelhana de buma em outra,

Rimeiramente havemos de notar, q o cruzado de Caítclla na


fezonda del-R ystem 375.rcissã vem a fer onze reeles,e hum
maravedi Caftelhano,G móca tanto como hurm real de cobre noflo,
entre tratantes naó fe conta mais % por 347. que fa6 onze reales di-
reitos: e hum real,como temos ditto, tem 34. teis. E para que com
moais facilidade poíTa husa homem tratar delta redução, ha de guar-
dar cita regra, quehe (aber d:repente de bã athé nov: real-s,quã-
to foma em copia, porque como fe abe efta unidade ds reales, fi-
* cad faceis os dezes, e Centos. :
Val hum real de prata 34. maravedis.Dous reales 68.Tres real s
102
134 “Thefonro de Prudentes,
102. Quatro reales 136. Cinco reales 170. Seis reales 204. Settg
reales 2 38. Oito reales 272. Nove reales 306.
E para (abermos qualquer numero de reales quantos maravedis
tem, fendo a copia dos dittos reales em dezes,ou 100.veremos a fua
unidade quantos maravedis tem. E a eftes maravedis acrefcentare-
mos as cifras, que tivefTem os tais reales, e o que tudo fizer em fo.
ma, {a6 os maravedis,g ha nelles:aflim como,querédo faber em go
reales quantos maravedis ha, tomaremos os 9.cm lugar da Unidade
que (a5 9, reales,acharemos que em g.reales ba 305. maravedis, os
quaes ajuntaremos ás duas cifras,que ha em goo. reales,g queremos
faber, e fazem 30600. E aflim diremos,g em goc.ba 306co. mara-
vedis: € fe aquantidade dos reales na6 for perfeitamente dezes,
ou centos,para fe fabzrem os maravedis, q nella ha; a regra,que có-
mummente fe ufa, he o multiplicar os reales por 34. que {26 os ma-
ravedis;que ha em cada real, e a foma, que vier à multiplicaçaõ, {a6
os maravedis, que ha nos taes reales: mas para fe efcufar o trabalho
defta multiplicaçaó, daremos outra regra, que he efta. A copia dos
reales dobraremos, e a foma, q fizer tornaremos a dobrar fegunda
vez,e defta fegunca dobra faremos nova unidade, c fomadas eftas
tres regras, a foma, que fiferem, fa6 os maravedis,que ha na quelles
reales. :
— Exemplo.
Querendo faber nefta copia de reales —-—-————__ 7832
que maravedis ha, dobrados fazem —-——-———_-——-._ 15664
¢ tornada a dobrar, faz ilo, —— 31428
e vema formar tudo, 256288
e tantos maravedis diremos, q ha nos dittos reales. E para fabermos
em qualquer copia de cruzados Caftelhanos q reales ha,naô ha mais
Ga mef{ma copia de cruzados pofta fegida vez porbaixo, começã 'o
ta dezena, € fomar eftas duas regras: € 0 q tudo fizer em foma, {a6
9s reales, G na copia dos cruzados:aflim como,querédo faber € 987.
cruzados q reales ha, poftos porbaixo na dezena, como aqui .987 €
affim fez a copia de reales, que ha nos taes cruzados, to8s7. e
affim fe fardé as mais.
É para fabermos em qualquer copia de cruzados Caftelhanos
quantos maravedis ha, fabida a copiados cruzados a dobraremns; e
a elta
Liv. 3. Tratado primeiro, © ng
aeftadobra ajuntáremos a terça-de toda a foma, o que tudo fomar
faô os maravedis, que ha nos taes cruzados; allim como, querendo
faber que cruzados ha em 300000. maravedis,diremos 300. € 300.
faô 600. a terça de 600. (aó 200. que fazem 800. c aflim diremos,
que em 300000. maravedis ha 800. ducados, e para fabermos em .
qualquer copia de cruzados Caftelhanos q maravedis ha, tiraremos
da copia dos cruzados ams-tade, e da ametade, que fica, tirarêmos a
quarta, e o que reftar faô maravedis, q ha nos taes cruzados. Afim
como, querendo faber em 64. cruzados que maravedis ha, diremos
de feffenta e quatrotirar ametade ficaõ trinta e dous, e de trinta
edous tirar a quarta, fica6 24. e affim diremos ques 64. cruzados
tem 24000. maravedis.
E para fazer maravedis reales, ¢ de reales cruzados, para fe fazer
de memoria, he regra embaraçada para aprendifes, pelo que fica
maisbarato para fazer de maravedis ral:s, partir por 34. co que
vier à partiçaô faô reales, que ha nos taes maravedis, e para fazer de
reales cruzados, partir por onze, e O qua vier à partiçao, (aô os
Cruzados, que ha nos taes reales,
Y
Capitulo 13. para reduzir varas, e covados Caflelhanos em
Portuguejes, e Portuguefes em Cajtelhanos,
S medidas, q cm Portugual fe ufaé, faô vara, e covado: con-
A vema fabzr,a vara he de cinco palmos,a qual ferve para me-
dir pâno ds linho, da India, Buréis, e outras coufas fimilhantes: e
o covado he de tres palmos,
cô o qual (e mede feda, e pano de côr.
E em Caftella na5 ha mais que huma fó media, chamada vara, e he
dz quatro palmos, com a qual fe mede todo o genero de pãno, e fe-
das: pela qual razaG, o pano de lengo, e can. quins, que de Portugal
fe pafla a Caftzlla,em cada vara fe ganha hum palmo, e pelo con-
feguinte, em cada vara de feda, ou pãno de côr,q de Caftclla fe pafla
a Portugai, fe ganha bum palmo, e para fabermos quantos fe podé
ganhar em qualquer copia ds varas palladas de Portuga! a Caftella,
naó ha mais que multiplicar as varas, que ft haô-de paffar a Caftel-
Ja, por 5. palmos, que ha em cada vara, e o que fizermos de multi-
Plicagad, fe partirá por 4. eoquevier á partiçao he o que monta
em varas Caftelhanas. Affim como, querédo paflar 80. varas de pã-
no,
136 >> ~—~thefouro de Prudentes,
no, multiplicallas-hemos por 3:x fazem 400. as quaes partidas por
4. vem à partiçaô 100, e aílim diremos, que 80. varas Portuguefas
fazem 100. varas Caftelhanas. E para fabermos quanto (e ganha ea
vara Caltelhana paflada a portugal, a copia de varas, que quifer-
mos paflar, multiplicarêmos por 4. palmos, que tem: e o que [ahir
na multiplicaçaõ fe partirá por 3. que fad os palmos,que ha em hum
covado, € 0 que vier a partigad faó os covados, que ha nas ta¢s va.
ras.Affim como,querendo paffar cem varas Caftelhanas a Portugal,
multiplicadas por 4. fazem 400. as quaes partidas por 3. vem 4
partiçao 133. € hum trefavo. E aflim diremos, q 100. varas Caíte-
lhanas fazem em Portugal 133. covados, c buma terça, e aílim por
efta ordem faremos as mais reduçoens de varas em covados.

Capitulo 14. para reduzir Anas de Flandes em va-


vas Portugnefas, e Caftelhanas.
A-fe de notar, G em Flandes naô ha mais q huma fó medida,
a que chamaó Ana, a qual nem he vara Portugueza,né Caf-
telhana, nem covado. Finalmente fe acha q huma Ana de Flandes
tem 5. oitavas de vara Portuguefa: pela qual razaô, qualquer co-
piade Ana, q quizerem reduzir em varas Portuguefas naô ha mais
que as Anas, que forem, multiplicar por $. e efta multiplicaça5 par-
tilla por 8.e o que vier á partiçaS tantas varas Portuguefas tem a
ditta copia: affim como, querendo faber em 200. Anas de Flandes,
quantas varas Portuguefas ha, multiplicadas por 5. fizem Ioco. e
eftes mil partidos por 8.fazem 12§.E affim diremos, de 200. Anas
de Flandes fazem 125. varas Portuguefas.
E porque a Ana naô tem fimilhança coma vara Caftelhana em
terça, quarta , oitava, nem outro algum numero, fe vcrá difkren -
te modo, pelo qual fe vem a faber na verdade o numero de varas
que ha, ¢ he efte. As Anas, q querem reduzir em varas Caftelhsnas,
multiplicaráó por 156. e do que fabir á multiplicação, fe tira6 duas
letras, convema fsber a Unidade, e Dezena, e 0 que refta fe parte
por 2.eo que vem à partiçaó faô as varas Caftelhanas, que ha. Ad-
vertinco, que as 2. letras, que (e tiraô, fad partes de vara Caftelha-
ína, contando a vara por 100. efe oque (etira forem 73. diremos
1u0 tres quartas de vara: e aflim o que mais for.
: Exem-
Liv, 3. Tratado primeiro, 157
Exemplo,
Ara (abeemos quantas varas caltelhanas ha em 200, Anas,mul-
i tiplicands as 200. por 156. fazem 3 1200. das quaes tirar as 2.
jetras,convem a faber a Unidade, ca Dezena ficaô3 12. as quaes fe
partiráô por 2. e vem à ametade cento e cincoenta e feis, e affim
diremos, que em duzentas Anas de Flandes, ha cento ¢ cincocn-
ta e feis varas caltelhanas. . ‘
Capitulo 15. dof omar Cruxados. Tofloens, Reaes,

Uppofto que cada hum deftes numcros por fi feja inteiro, bem
fe pode contar por quebrados, tendo outro numero maior de
que feja parte, aflim como,toflad he parte de cruzado, e vintem he
parte de toftaô, e real he parte de vintem: e para que eftes nume~-
roscom eftas defigualdades fe poflaé tomaé direitamente, farfe-
haé 4. colinas, cada huma com feu titulo: convem a faber, na colii-
na dos cruzados (e porá hum C. e nados toftoés hum T. e na dos
vintés hum V. e na dos reaes bum R. debaixo das quaes letras ire-
mos pondo os numeros, que quizermos: advertindo q na colúna dos
toftoés naõ podemos por maior letra g tres, nem na dos vintés ma-
is que 4. porque o 5. he toftaõ, e na columna dos reaes fe naG pode
pôr mais q athé 19. como tudo a qui parece C.. Fe. V. Ri
Hum devia feguinte,—
—— —— 96. 3. 4. 19.
outro deviao feguinte,—
—— — .— 62. 2. 2 2
ontro devia o feguinte, 45 O 2 o
foma tudo o feguinte, ——— 2. 04. 32 O TI.
E a ordem,com que fe fomará, he efta: na colina das reaes acha-
remos 21. e hum, que de 20. paíla, poremos ao pé da columna: e
porque em 20. ha hum vintem, levaremos o vintem para a colina
dos vintés, ediremos, 1.¢ 3. a6 4. e 2. (266. e 4. (aô 10. e por-
que em 10. vintés ha hous toftoés fem fobejar n2la, poremos por-
baixo huma cifra, levando os 2. toftoens para o ritulo dos toltoés,
dizendo 2. € 2. {a6 4.€ 3. 7-¢ porque em 7. tollocos ha bum cru-
zado, Os 3. que fobejaô poremos por baixo, levando o cruzado pa-
raotitulo dos cruzados: dizendo, 1.e 5.6:e2. 8.€ 6.14. pore-
Mos 4,€ vai 1. e continuando acharem» que vem a fomar, 204.3.
toftocas, e hum real.
A pro

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