Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Um campo magnético pode ter origem não só em imanes como também em correntes
elétricas.
A observação de fenómenos magnéticos naturais data da Antiguidade, mas o seu
estudo só começou a despertar mais atenção no século XIX, quando Christian
Oersted, físico dinamarquês, observou pela primeira vez uma relação entre a
eletricidade e o magnetismo.
A célebre experiência de Oersted, realizada em 1820, consistiu no seguinte: ao fazer
passar uma corrente elétrica num condutor retilíneo, Oersted verificou que a
passagem da corrente no condutor fazia desviar uma agulha magnética colocada nas
proximidades do mesmo.
Interrompendo a corrente elétrica no circuito, a agulha magnética retomava a
orientação inicial. Fazendo passar a corrente elétrica em sentido oposto, a agulha
magnética voltava a oscilar, desviando-se agora em sentido contrário.
Este comportamento só se compreendia se a agulha magnética estivesse sujeita a um
campo magnético. Logo, Oersted concluiu que uma corrente elétrica cria um campo
magnético.
O modelo que o físico James Maxwell concebeu, no século XIX, para o estudo dos
campos elétricos e magnéticos prevê a propagação de ondas eletromagnéticas.
Segundo Maxwell, se num determinado ponto P for produzida uma perturbação
elétrica causada, por exemplo, por oscilação de uma carga elétrica, essa perturbação
produz um campo elétrico,È, variável no tempo e no espaço, à medida que a
perturbação se propaga.
Este campo elétrico induz um campo magnético, , que também varia no tempo e no
espaço e que é perpendicular ao campo elétrico, È.
Por sua vez, um campo magnético, variável no tempo e no espaço, induz um campo
elétrico, variável no tempo e no espaço, perpendicular a este.
Só em 1887 (cerca de vinte anos mais tarde), o físico alemão Heinrich Hertz concebeu
e realizou uma experiência que confirmou a teoria de Maxwell, ao gerar e detetar as
primeiras ondas eletromagnéticas, neste caso, ondas de rádio.
Hertz utilizou uma bobina de indução ligada a duas hastes metálicas, cada uma com
uma esfera metálica numa das extremidades - circuito emissor, também designado por
"excitador", de modo a criar uma tensão elétrica elevada entre as esferas.
Sempre que a bobina (fonte de impulsos elétricos alternados) era percorrida por uma
corrente elétrica, Hertz observava descargas elétricas (faíscas) entre as duas hastes
ligadas às esferas metálicas; passava a haver uma oscilação de cargas entre as duas
esferas, o que levava à emissão de ondas eletromagnéticas.
As ondas eletromagnéticas produzidas por Hertz tinham uma frequência de 5x 108 Hz,
correspondendo a um comprimento de onda de 60 cm, ou seja, a um grande
comprimento de onda. Hertz descobriu, assim, uma forma de produzir,
experimentalmente, ondas eletromagnéticas, mais particularmente ondas de rádio.